avaliação da influência dos fatores de proteção na incidência do

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III SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Data: 23 a 25 DE OUTUBRO DE 2014
AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DOS FATORES DE PROTEÇÃO NA INCIDÊNCIA
DO CÂNCER DE PELE
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FERREIRA, Daniela F.¹; PINTO, Gabriela O. ; SILVA, Alexsandro M. .
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Estudantes do Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo; Docente do Curso de
Farmácia do Centro Universitário São Camilo - Campus Ipiranga I; Av. Nazaré, 1.501 - Ipiranga - São
Paulo – SP CEP: 04263-200 - * Autor para correspondência: [email protected]
Palavra chave: Filtro solar. Câncer de pele. Campanhas de prevenção.
Introdução
O câncer é uma doença caracterizada pelo crescimento desordenado de células que invadem
tecidos e órgãos. A doença está entre as quatro primeiras causas de morte no país, juntamente com
doenças do aparelho circulatório, causas externas, doenças infecciosas e parasitárias e afecções no
período perinatal. (MILESI, 2002). O câncer de pele é o mais frequente entre a população brasileira.
Por esse motivo, órgãos públicos e alguns privados vêm desenvolvendo inúmeros métodos de
prevenção a fim inibir o desenvolvimento e instalação da doença, por meio de campanhas e
disseminação de informações que atinjam a população em geral. (ISSA, 2009)
Objetivo
O presente trabalho teve como objetivo verificar a correlação entre a incidência do câncer de
pele e o uso de filtros solares e as campanhas de prevenção realizadas pelos órgãos públicos.
Metodologia
Foi realizada a revisão narrativa sobre o câncer de pele, o uso de filtro solar e as campanhas
de prevenção da doença. O levantamento das informações foi feito em banco de dados como Scielo,
Medline, páginas da internet do Instituto Nacional do Câncer (INCA), Departamento de Informática do
Sistema Único de Saúde (DATASUS), no período de 1980 a 2012.
Resultados e discussão
Historia: Há trinta séculos antes de cristo egípcios, persas e indianos já se referiam a tumores
malignos. Porém, somente em estudos realizados na escola hipocrática grega, datadas do século IV
a.C, que a doença foi caracterizada como um tumor rígido e que muitas vezes se alastrava para
diversas partes do corpo, levando a morte (TEIXEIRA, 2007). Durante as primeiras décadas do
século XX, surgiram às primeiras iniciativas de saúde pública nacional, aumentando a consciência
dos médicos em relação ao câncer. O reconhecimento da importância da doença priorizou o contato
de um grupo de profissionais com as discussões sobre a doença (TEIXEIRA, 2012).
Câncer de pele é a neoplasia mais comum entre a população brasileira e pode ser dividido
em três principais tipos, carcinoma de células basais (CBC), carcinoma de células escamosas (CEC)
e o melanoma cutâneo (MC) (SOUZA, 2008). A doença pode estar associada a diversos fatores de
risco, como, exposição solar, cor da pele branca, história de neoplasia maligna, historia familiar de
câncer de pele e imunossupressão. Dentre estes fatores, o único passível de mediação é exposição
excessiva a luz ultravioleta (TUCUNDUVA, 2004). O diagnóstico precoce é importante para todos os
tipos de casos de câncer de pele, sobretudo o MC, pois o melanoma “in situ”, isto é, restrito na
camada mais superficial da pele, pode ser curável, mas, se iniciada a metástase, torna-se
praticamente fatal (SOUZA, 2008).
Epidemiologia: incidência do câncer de pele tem aumentado mundialmente nas últimas três
décadas. Mudanças dos hábitos de vida com exposição solar excessiva, envelhecimento
populacional, falta de diagnóstico precoce, são as possíveis causas para a doença e resultam na sua
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alta prevalência populacional (HORA, 2002). De acordo com dados do INCA (Figura 1), a estimativa
para novos casos do câncer para 2014 é de 576.580 mil, sendo que este dado é válido também para
2015 (INCA, 2014-a).
Figura 1 – Estimativa do câncer para o ano de 2014
Fonte: INCA, 2014-a
Fotoproteção: A radiação solar é a maior fonte de exposição à radiação UV. Com o
surgimento de fontes artificiais de radiação, ocorreu um aumento na chance de exposição adicional,
por meio de procedimentos de bronzeamento sem necessidade do sol, denominado de bronzeamento
artificial (INCA, 2014-c). A proteção contra luz solar consiste na atitude mais eficaz para prevenir o
câncer de pele. O fator de proteção solar ou FPS vem descrito na embalagem dos protetores e
consiste em um método aceito mundialmente para avaliação da eficácia. (COSTAL, 2012) Apesar de
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recomendável, entretanto, muitos indivíduos não utilizam a quantidade de 2 mg/cm quando expostos
ao sol (SCHALKA, 2010).
Campanhas de prevenção: As campanhas de prevenção ao câncer de pele são atividades
que possibilitam tratamento rápido e aumento da sobrevida do paciente. Embora frequentes e de
incidência crescente, as neoplasias malignas da pele, quando diagnosticadas, não apresentam
sintomas e muitas vezes, não são o motivo da consulta, o que ressalta a importância do exame
clinico (SBD, 2014). A Sociedade Brasileira de Dermatologia realiza, anualmente, palestras
informativas, distribuição de folders e protetores solares, com o intuito de promover educação em
saúde e diagnóstico precoce na população (SBD, 2014). Mesmo com o surgimento de novas
tecnologias para prevenção, a incidência do câncer de pele vem aumentando nas últimas décadas.
Alguns estudos relacionam o fato de que as pessoas que mais utilizam o filtro solar, como medida de
proteção, são as que mais se queimam. Tal fato pode ser explicado, por estas se exporem mais ao
sol, com a falsa sensação de que estão protegidas por um longo período de tempo. Conforme o
gráfico 1, houve inicio dos registros de mortalidade da população do sexo masculino em 1979, com
picos nos períodos de 1979, 1994, 2002 e 2006, sendo todos os períodos acompanhados pelo
aumento das taxas ajustada Brasil, mundo e bruta (Homens e mulheres) (INCA, 2014-b). Conforme
os dados apresentados, a taxa de mortalidade dos homens inicia-se em 1,5 com picos acima de 2,0.
Em contrapartida (Gráfico 2), a taxa de mortalidade das mulheres, fica abaixo de 1 durante a maior
parte do período. Tal fato pode ser explicado devido à falta de cuidados dos homens, os quais se
expõem mais ao sol, porém sem proteção e com menor procedimentos de prevenção, levando a
maior taxa de mortalidade.
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Gráfico 1 - Taxa de mortalidade bruta e ajustada, pelas populações mundial e brasileira, de
2010, por 100000 homens, entre 1979 a 2012.
Fonte: Adaptada INCA, 2014-b
Gráfico 2 - Taxa de mortalidade bruta e ajustada, pelas populações mundial e brasileira, de
2010, por 100000 mulheres, entre 1979 a 2012.
Fonte: Adaptada INCA, 2014-b
Conclusão
O filtro solar é o método mais utilizado para proteção contra raios UV, porém não se mostra
efetivo, pois desde o inicio de sua comercialização, em 1979, sendo aprimorado em 1992, não houve
diminuição na taxa de incidência da doença. Isto pode ser explicado devido a falta de informação da
população de como aplicar o produto e quando o utilizar. A SBD vem desenvolvendo trabalhos de
combate a prevenção do câncer de pele e a divulgação dos riscos a exposição solar, pela mídia, vem
desenvolvendo uma conscientização entres os brasileiros. Porém, estas medidas não vêm se
mostrando efetivas, pois com o decorrer do tempo a taxa de incidência da doença vem aumentando
devido às irregularidades de divulgação das campanhas e ao fato dessas sofrerem com as barreiras
geográficas.
Referências Bibliográficas
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prevenção, 2012. Diagn. Tratamento, v.17, n.4, p.206-8, 2012
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