Lobinho 7 - Escoteiros do Brasil

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Reunião
07
Reunião de Seção
COLOMBO VISITA AMÉRICA
500 ANOS DEPOIS
Área de Desenvolvimento enfatizada:
INTELECTUAL
Ramo: Lobinho
Mês recomendado para desenvolver esta reunião: No dia 12 de outubro é comemorado o dia
do descobrimento da América.
Explicação sobre o tema:
Enquanto Portugal tentava chegar às índias, contornando o litoral africano, um genovês, Cristóvão
Colombo, buscava financiamento para chegar às índias contornando a Terra, entretanto, acabou por
engano descobrindo a América.
Utilizando-se de elementos lúdicos, os lobinhos terão a oportunidade de embarcar numa interessante
viagem, conhecendo um pouco mais da história desse importante explorador e dos caminhos
percorridos por ele.
Local: Ar ao livre, preferencialmente um bosque.
Duração: 3 horas.
Recursos materiais necessários:
• Caracterização dos escotistas de acordo com os personagens indicados;
• 1 banana para cada lobinho, açúcar, canela e papel alumínio;
• Lenha e material para acendimento de fogueira;
• Bola de basquete e um aro;
• Pedaços de tecido (TNT) e tinta de tecido;
• Cartazes ou vídeo sobre tartarugas marinhas.
Recursos humanos necessários: Escotistas da alcateia.
Preparação prévia: Providenciar todos os recursos para que cada momento da atividade esteja
pronto antecipadamente, bem como providenciar a caracterização de cada escotista, de acordo com
os personagens indicados.
Programa:
00:00 – Abertura da reunião.
00:10 – Jogo quebra-gelo ou canção
00:30 – Colombo visita a América 500 anos depois (atividade realizada em cinco partes: basquete,
música típica, banana caramelada, pintura em tecidos, tartarugas marinhas).
03:00 – Encerramento da reunião.
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Objetivos da atividade:
• Conhecer algumas características dos países do continente americano;
• Aprender a fazer um lanche rápido;
• Confeccionar um trabalho manual com tecido;
• Proteger um animal em extinção.
Descrição da atividade:
Esta atividade é basicamente dividida em cinco momentos, sendo eles:
1ª parte: Colombo (escotista caracterizado) aparece entre os lobinhos e lhes pede que mostrem a
América descoberta por ele 500 anos antes. Começam a viagem pela América do Norte, Estados
Unidos, e encontram um jogador de beisebol (escotista caracterizado) que lhes ensina arremessar e
pegar a bola com uma só das mãos (vária vezes).
2ª parte: Partem para o México, onde encontram uma mexicana (escotista também caracterizada)
que lhes ensina uma música típica (“Labamba”, p. ex.). Seguem para a América Central e chegam a
Guatemala. Encontram um cortador de bananas, que lhes ensina curiosidades sobre a bananeira e
seus frutos, na despedida ganham uma banana (fruta mesmo!), mas não podem comê-la (ainda).
3ª Parte: Vão para Cuba. Um trabalhador agrícola (cortador de cana) os ensina a fazer banana
assada com açúcar e canela no papel alumínio. Depois de pronta, comem e partem, agradecendo ao
cubano.
4ª Parte: Seguem para a América do Sul. Chegam ao Chile e encontram um artesão que os ensina a
fazer pintura em tecido que será aproveitado para confeccionar o poncho.
5ª Parte: Finalmente chegam ao Brasil, no litoral. Ficam sabendo que as tartarugas marinhas fazem
ninhos nas praias. Esses ninhos precisam ser protegidos para permitir o nascimento das
tartaruguinhas. O escotista (caracterizado de tartaruga) explica através de cartazes como as
tartarugas fazem seus ninhos. Os lobinhos serão divididos em duas equipes e farão um jogo. Uma
equipe deve proteger os ovos de tartaruga (bolas de isopor) que estão em determinados locais
(ninhos), e a outra equipe será formada por “predadores” que deverão roubar os ovos (como no jogo
“pique-bandeira”). Ao término do jogo, Colombo se despede dizendo estar maravilhado com o
progresso da América.
Como avaliar esta atividade:
Observar a reação e comportamento dos lobinhos no decorrer da atividade.
Reunião elaborada por: Duxtei Vinhas Ítavo Publicada em: 08/05/14
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Dicas e anexos:
ANEXO 1 - Cristóvão Colombo e o Descobrimento da América
Enquanto Portugal tentava chegar às índias, contornando o litoral africano, um genovês, Cristóvão
Colombo, buscava financiamento para chegar às índias contornando a Terra, entretanto, acabou
por engano descobrindo a América.
O irmão de Colombo, Bartolomeu, trabalhava como cartógrafo do reino português e, graças a ele,
Colombo conviveu com os melhores do mundo nos campos da geografia, cartografia, astronomia e
arte náutica.
Em 1485, ele apresentou ao rei D. João II o projeto de atingir as índias via Ocidente. O plano foi
recusado, pois Portugal estava firmemente resolvido a chegar às índias via Périplo Africano.
Com a recusa, Colombo ofereceu seus serviços à Inglaterra e à França. Em vão. Restava a
Espanha.
Mas a Espanha dessa época, 1486, estava envolvida na reconquista de
Granada.
Em 1488, Colombo retornou a Portugal, onde foi recebido pelo rei.
Infelizmente, para Colombo, Bartolomeu Dias contornou o sul da África
- Cabo da Boa Esperança -, abrindo o caminho para as índias.
Nada mais restava a fazer em Portugal. Colombo retornou à Espanha.
Os projetos de Colombo foram submetidos à análise de uma comissão
da Universidade de Salamanca, que acabou por refutar o projeto,
baseando-se nas Escrituras e em Santo Agostinho e afirmando que a
"Terra é plana e é impossível chegar ao Oriente pelo Ocidente". Se contestasse essa afirmação,
Colombo corria o risco de ser condenado pela Inquisição.
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Gravura do navio de Colombo
Em 02/01/1492 os reis católicos finalmente retomaram Granada e entraram triunfalmente na
cidade. Colombo também compareceu, aproveitando o momento de euforia e acenando com
promessas de riquezas e expansão da fé. Colombo finalmente conseguiu apoio ao seu projeto.
Em 03/08/1492, do porto de Paios saíram a nau "Santa Maria", comandada por Colombo, e as
caravelas "Pinta" e "Nina", comandadas pelos irmãos Pinzon, em direção às índias, navegando
rumo ao poente, para demonstrar que o "ponto de chegada seria o mesmo da partida".
Chegada de Colombo à América
Em 12 de outubro de 1492, Colombo aportou na ilha de Guanaani, que foi batizada de San
Salvador, na América Central.
Durante mais de três meses ele percorreu a região, de ilha em ilha.
Entretanto, não havia sinal algum das "riquezas incalculáveis", dos "telhados de ouro", das "jóias
deslumbrantes", das "cidades jamais sonhadas", descritas pelo viajante Marco Pólo.
Mesmo assim, diante de habitantes nus, sem palácios, Colombo acreditava ter atingido o reino de
Cipango (Japão) e, portanto, as índias. Desse erro geográfico, os nativos americanos acabaram
sendo conhecidos como índios.
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Voltando à Espanha, mesmo sem riquezas fabulosas e especiarias, Colombo foi muito bem
recebido pelos reis e conseguiu um novo financiamento para uma outra viagem em busca dos
"telhados de ouro" de que falara Marco Pólo.
Recebido triunfalmente pelos reis católicos ao retornar "das índias", Colombo trouxe como
presente seis nativos - índios - para serem batizados.
Realizou mais duas viagens, sem, entretanto, chegar às índias.
Nesse período, Vasco da Gama atingira as índias, em 1498, e Cabral tomara posse do Brasil, em
1500.
Em 1503, sua protetora, a rainha Isabel, morreu. Três anos mais tarde, sem prestígio e sem
honras oficiais, Colombo morreu em Valladolid.
Segundo a historiografia, coube a Américo Vespúcio a constatação de que essas terras formavam
um novo continente, que leva o nome América em sua homenagem.
Fonte: http://www.coladaweb.com/historia/cristovao-colombo-e-o-descobrimento-da-america
Anexo 2 - Receita Banana Caramelada
Ingredientes: bananas, açúcar, canela e papel-alumínio
Modo de preparo:
Passe a banana no açúcar e na canela.
Enrole no papel alumínio e leve a BRASA por alguns minutos.
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Anexo 3 – Salvando as tartarugas marinhas
Durante toda a sua existência, que pode chegar a 100 anos, a tartaruga marinha só vai à terra
firme para desovar. Numa visita noturna, ela procura um lugar mais seco na areia para proteger
seus ovos da maré salgada. Se algum estranho está por perto, a mãe zelosa volta para a água.
Mais tarde, talvez até em outro dia, sentindo-se segura, ela arrasta, de novo, seus 200 quilos pela
praia e começa a cavar o ninho com suas nadadeiras traseiras. A tarefa deixa a fêmea em um tal
estado de transe, a ponto de não ser capaz de notar a aproximação de um pescador. Atenta à
centena de ovos que despeja, ela pode até ser degolada, sem esboçar qualquer reação. Esse triste
episódio, hoje em dia, virou raridade no litoral brasileiro. Graças ao Projeto Tartaruga Marinhas
(Tamar), um dos mais bem-sucedidos trabalhos de proteção a animais em extinção no país.
Há quinze anos, um grupo de estudantes de Oceanografia da Fundação Universidade do Rio
Grande viajou para o Atol das Rocas, 240 quilômetros do Norte. Á noite, durante um passeio pela
praia, os estudantes precisaram uma cena grotesca: doze tartarugas fêmeas estavam viradas,
enquanto um pescador degolava uma a uma. Eles tiraram fotos da matança, para enviar ao
Zoológico do Rio Grande do Sul. A princípio, a denúncia não teve maiores efeitos. No início dos
anos 80, contudo, por motivos diversos, entidades internacionais começaram a pressionar o
Instituto Nacional de Desenvolvimento Florestal (IBDF), atual Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para que fossem implantados projetos de proteção à
fauna marinha. O então diretor do IBDF, Roberto Petry Leal, que havia trabalhado no zoológico
gaúcho, lembrou-se das fotos entregues pelos estudantes, quatro anos antes e procurou o grupo
para propor um levantamento da fauna no litoral brasileiro. Assim, em 1980, junto com uma
equipe de biólogos, o casal de oceanógrafos Guy e Maria Angela Marcovaldi, mais conhecida como
Neca, partia em uma viagem de dois anos pelas costas brasileiras, para localizar áreas de
ocorrência de tartarugas
marinhas.
Nascia o Projeto Tamar, que atualmente, sob a coordenação dos dois pesquisadores, fiscaliza nada
menos de 600 quilômetros de praias, 90% da área de desova das tartarugas marinhas no país. A
sede, instalada em 1982 na Praia do Forte, a 100 quilômetros de Salvador, na Bahia, não possuía
sequer um carro para patrulhar as praias. "Nós usávamos um jeguinho", recorda Guy.Hoje,
amparado em verbas de entidades internacionais e com o patrocínio do governo federal, o projeto
já implantou dezesseis bases litorâneas. Em cada uma das bases, estagiários percorrem as praias
à noite para proteger as fêmeas, identificadas com uma etiqueta metálica na nadadeira, com a
inscrição do Tamar e um pedido de comunicação à sede caso o animal seja encontrado. É a única
maneira de conhecer o roteiro de suas grandes viagens. Das oito espécies existentes no mundo,
cinco delas foram encontradas nas praias brasileiras. Contemporânea dos dinossauros, a tartaruga
marinha acompanhou todas as transformações do planeta nos últimos 150 milhões de anos.
Ironicamente, o instante que representa o esforço em preservar a sua espécie, a reprodução torna
a tartaruga marinha vulnerável. Solitários e protegidos em alto-mar, machos e fêmeas têm
encontro
marcado
apenas
na
época
do
acasalamento.
Para acasalar-se, o macho prende-se ao corpo da companheira usando, como ganchos, as duas
unhas de sua nadadeira. Na fúria do amor, que pode durar até três horas, a fêmea acaba com
profundos cortes na carapaça e no pescoço. O jogo de sedução é aproveitado perversamente
pelos pescadores: para atrair os machos, são lançados bonecos de madeira semelhantes às
fêmeas. Eles se agarram aos bonecos, e são facilmente puxados para os barcos. Se os machos,
porém, muitas vezes conseguem livrar-se dessas armadilhas, as fêmeas dificilmente têm a mesma
chance, quando saem para a desova. Por isso, os cientistas supõem que, em todo o mundo, a
quantidade de fêmeas já é muito menor do que a de seus colegas de sexo oposto. Para assegurar
a procriação nas praias brasileiras, os participantes do Projeto Tamar não só cuidam das fêmeas,
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como protegem os seus ovos, recolhidos e reenterrados em cercados para a incubação, com o
cuidado de reproduzir as condições da praia onde foram depositados. Parece uma tarefa simples,
mas a resistência dos pequenos e pobres povoados próximos às regiões de desova, no início,
representou um grande obstáculo. A tartaruga marinha fazia parte do cardápio dos moradores,
que também comiam
os
ovos, colhidos
com facilidade.
O hábito exigiu um trabalho árduo de conscientização, com direito a sessões de vídeos sobre
tartarugas, passeios de jipe nas áreas de patrulha e, ainda, aulas para crianças sobre a
importância de preservar aquelas espécies. O efeito acabou sendo notável: "Antes, tartarugueiros
eram aqueles pescadores que ofereciam carne de tartaruga e ovos à comunidade: hoje, o sentido
é outro — eles são os fiscais do Tamar, recebendo salários para recolher os ovos e levá-los para
os cercados", orgulha-se Marcovaldi. Passadas seis horas da postura, o embrião se fixa dentro do
ovo, que tem o tamanho de uma bola de pingue-pongue. Ou seja, a partir daí qualquer rotação
pode desprendê-lo do vitelo, a substância que o alimenta — essa separação significa a sua morte.
Por isso, o tartarugueiro retira delicadamente os ovos, tomando o cuidado para mantê-los na
posição original, acomodando-os em uma caixa de isopor, preparada com areia do mesmo local.
Em seguida, ele percorre a praia até a área sob a responsabilidade de outro pescador, para lhe
entregar a caixa. É uma corrente humana: o percurso se divide em 5 a 6 quilômetros para cada
tartarugueiro até a base mais próxima, onde os ovos serão reenterrados. Com os ovos protegidos
nos cercados, uma nova etapa começa. Como na maioria dos répteis, não são os genes que
definem o sexo dos filhotes: é a temperatura média do ambiente que, ao agir sobre certas
enzimas, determina se o embrião será macho ou fêmea. Para assegurar o equilíbrio das ninhadas,
a temperatura da areia nas incubadeiras do Tamar está sempre sendo monitorada.
Os olhos azuis da estagiária Débora Faria faíscam quando exemplifica o processo de definição
sexual das tartarugas marinhas: "Para uma das espécies, a cabeçuda, se a temperatura média da
areia estiver em torno de 28° Celsius, a ninhada será toda de machos; se estiver entre 28° e 32°,
a ninhada será mista; e, com a temperatura acima dos 32°, nascerão exclusivamente fêmeas".
Como os outros estagiários do Tamar, Débora, uma loira esguia, estudante de Biologia na
Universidade de São Paulo, é obrigada a passar o Natal, o Ano-Novo e o Carnaval longe da família,
defendendo as tartarugas nas costas brasileiras, as fêmeas desovam justamente entre setembro e
março. "A variação da temperatura no período, da primavera ao verão, provoca um efeito curioso:
o número de machos e fêmeas nascidos termina praticamente igual, conta Débora. Na Praia do
Forte, uma das principais atrações turísticas é a própria sede do Projeto Tamar, onde tartarugas
filhotes e jovens ficam expostas em tanque. Ali, os ninhos estão protegidos com grades de
plástico, por causa de antigos predadores que voltaram a atacar (as raposas), numerosas na
região. "Logo que a população de tartarugas volte a ser estável, a predação natural precisará ser
permitida", esclarece o coordenador Guy Marcovaldi. "Nossa meta é, no futuro, não ter de
interferir em nada. "Não basta, porém, proteger os ovos: os filhotes também correm risco nas
praias. De cada ninho enterrado, aproximadamente sessenta dias depois da postura, emerge na
areia uma centena de tartaruguinhas, com 20 gramas e cerca de 5 centímetros de comprimento
cada.
Elas vão puxando areia para dentro do ninho, que tem cerca de 50 centímetros de profundidade,
até chegarem à superfície. Devem chegar todas juntas—qualquer retardatária estará
inapelavelmente condenada à morte. No percurso até o mar —cuja distância chega a 15 metros—
os caranguejos são os principais inimigos a evitar, fora aves e raposas famintas. Para os recémnascidos, há ainda o desafio de localizar o oceano: as pequenas tartarugas, mal saem da areia,
levantam a cabeça e procuram no escuro da noite a brancura da espuma do mar. Por serem
espécies pecilotermas, isto é, não têm temperatura própria e dependem do calor ambiente para a
velocidade de seu metabolismo, os filhotes saídos do ninho quente estão cheios de energia para
correrem alucinados até a água. Mas as lâmpadas de eventuais habitações próximas ao local de
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nascimento costumam desorientá-los. Caso se percam, arriscam-se a ver a luz do dia sem ter
encontrado o mar—e o sol a pino pode matá-los de desidratação. Uma vez na água, os filhotes de
tartarugas nadam vinte horas em linha reta: não param por nada, nem para conseguir alimento.
Afinal, vale tudo para fugir das ondas que os devolveriam à praia. "Em mar aberto, os filhotes
podem nadar 20 metros por minuto", conta Débora Faria. O destino dessa primeira viagem
ninguém conhece. Os filhotes, até hoje, só são localizados no oceano com mais de 1 ano de idade.
Alguns relatos de pescadores, no entanto, apontam o Mar de Sargaços, no Oceano Atlântico, a
oeste das Ilhas Bahamas, como o provável berçário das jovens tartarugas.
Seria, de fato, um lugar adequado para aguardar o primeiro aniversário. Pois, quando são muito
pequenas, as tartarugas não conseguem mergulhar fundo em busca de alimento. No Mar de
Sargaços, ao menos, existe uma densa camada de algas, onde elas poderiam viver apoiadas,
comendo pequenos crustáceos. Mas é apenas uma hipótese. "Os filhotes libertados nas dezesseis
bases do Projeto Tamar, espantosamente, quando chegarem à maturidade —daqui a quinze ou
trinta anos, dependendo da espécie—, retornarão à mesma praia em que nasceram para desovar"
explica o biólogo Maurício Marczwski. " É a tradição das tartarugas marinhas." Enquanto não
chega esse momento, elas navegam enormes distâncias em alto-mar, migrando para áreas de
alimentação. Uma tartaruga artilhada no ano passado na Reserva Biológica de Atol das Rocas, no
Rio Grande do Norte, foi encontrada seis meses depois no Senegal, no oeste da África—a nada
menos de 3 680 quilômetros de distância. Se ela não tivesse sido morta, retornaria para o Brasil
na
época da
desova.
Essa assombrosa memória ainda é um mistério. O olfato, contudo, parece ser o grande
sinalizador: a tartaruga marinha reconheceria o caminho de volta à praia natal pelos cheiros dos
animais e plantas identificados no seu trajeto quando filhote. Há ainda a suspeita de que ela se
oriente pelos astros, conferidos cada vez que vem à superfície para respirar. "A visão deve ser o
seu sentido mais desenvolvido", acredita o oceanógrafo Guy Marcovaldi. "Quando chegamos perto,
as tartarugas colocam a cabeça para fora d’água para olhar a nossa cara. "Nesses dez anos, os
biólogos, os oceanógrafos e os tartarugueiros do Projeto Tamar povoaram as costas brasileiras
com nada menos do que 750000 filhotes. São tantos os riscos e mistérios do mar que, sabe-se, de
cada 1000 dessas pequenas tartarugas, apenas uma ou duas sobreviverão—sem levar em conta as
armadilhas humanas. Daqui a duas ou três décadas, contudo, as fêmeas sobreviventes voltarão à
praia brasileira em que nasceram. Serão então bem recebidas pelos moradores, que um dia foram
crianças educadas por participantes do Tamar sobre a importância desses fabulosos répteis.
Fonte: http://super.abril.com.br/ecologia/tamar-operacao-tartaruga-salvando-tartarugas-marinhas439907.shtml
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