FAQ- FACULDADE XV DE AGOSTO ANÁLISE DE CUSTO PARA FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA EM UMA MALHARIA SUÉLLEN APARECIDA DE SOUZA SOCORRO 2012 FAQ- FACULDADE XV DE AGOSTO ANÁLISE DE CUSTO PARA FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA EM UMA MALHARIA Aluno: SUÉLLEN APARECIDA DE SOUZA Orientadores: Profª. Ms. Claudia Cobêro Prof. Ms. Luiz Antônio Fernandes Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Faculdade XV de Agosto como um dos prérequisitos para a obtenção do grau de bacharel em Administração. SOCORRO 2012 Dedico esse trabalho a meus pais que me deram a vida, que me ajudaram em todos os momentos e pelo grande exemplo de vida. Dedico a toda minha família que me deram forças quando mais precisei que fazem meu coração bater mais forte simplesmente por estarem ao meu lado. Dedico a vocês Cleusa, Renato, Tato, Suiane e Edivalson, que amo incondicionalmente. AGRADECIMENTO Agradeço esse trabalho, primeiramente a DEUS, que me deu inteligência e disposição para cursar a faculdade. Depois a meus pais, meus irmãos e meu noivo que por muitas às vezes me deram forças para continuar. Agradeço a coordenadora Cláudia que com toda a paciência me ajudou a concluir o TCC. Aos professores mais queridos, Amanda, Peter, Marco Aurélio e Décio que passaram seus conhecimentos para que mais tarde eu pudesse usá-los para meu benefício. Agradeço aos meus amigos Renata, Mikaeli, Gabriel e Guilherme que me acompanharam no decorrer do curso me fazendo rir muito e me ajudaram quando precisei, e claro pelas jogadas de uno nos intervalos da aula. Enfim, a todos que me aguentaram e ajudaram nesta fase da minha vida. “Muitos dizem que sou apenas mais um a tentar. Eu digo que sou menos um a desistir”. Diego Marchi RESUMO O presente trabalho trata-se de uma análise de custos para formação de preço de venda, em uma pequena malharia no interior de Minas Gerais. Teve por objetivo o levantamento e analise dos custos diretos e indiretos para formação de preço ideal de venda, visando assim uma maior lucratividade e maior competitividade no mercado atual. Para tal, utilizou-se a ferramenta Microsoft Excel para que fossem construídas planilhas para realização de rateios dos diversos tipos de custos que a empresa possui. Levantaram-se dentro da empresa analisada dois grandes grupos de custos: os variáveis e os fixos que se dividem em diretos e indiretos. Nas blusas de inverno fabricadas na empresa a matéria prima é um custo variável que muda de acordo com o volume de blusas produzidas, portanto se a produção for grande, seu custo será maior, se não haver produção consequentemente não haverá esse custo. E para que se possam comparar os valores das vendas se a margem de lucro for reajustada calculouse a quantidade de mercadorias vendidas no período de 02/2012 a 07/2012, então se projetou a venda para o mesmo período do ano de 2013. Assim, realizando todos os rateios fundamentais para a descoberta do custo unitário das blusas de inverno, e avaliando a diferença deste custo e o preço de venda atual que a malharia pratica pode-se perceber que alguns produtos estão com uma margem de lucro muito elevada e outro muito baixo. LISTAS LISTA DE TABELAS 1.Cálculo de matéria prima ----------------------------------------------------------------2.Cálculo de rateio direto por unidade produzida ---------------------------------------3.Distribuição percentual para os centros de trabalho ----------------------------------4.Distribuição de critérios para os centros de trabalho à partir das despesas --------5. Percentual unitário por centro de trabalho --------------------------------------------6.Rateio do calculo de valor unitário total -----------------------------------------------7.Cálculo de margem de contribuição para cada produto ------------------------------8. Cálculo do lucro em percentual em cima do preço de venda ideal ----------------9.Cálculo da lucratividade 2012 e provável lucratividade 2013 ----------------------- 20 21 22 22 23 23 23 25 26 LISTA DE QUADROS 1.Quadro comparativo do antes e depois da formação de preço ----------------------- 28 LISTA DE FIGURAS 1.Divisão de alguns custos ------------------------------------------------------------------ 14 2.Gráfico comparativo ano 2012 e 2013 -------------------------------------------------- 27 SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO ----------------------------------------------- 08 1.1 Empresa Analisada ------------------------------------------------------- 09 2- REFERENCIAL TEÓRICO ------------------------------- 10 2.1- Administração Financeira ---------------------------------------------- 10 2.2 - Mercado ------------------------------------------------------------------ 11 2.3 – Preço de Venda --------------------------------------------------------- 11 2.4 – Custos -------------------------------------------------------------------- 12 2.5 – Custos Diretos ---------------------------------------------------------- 15 2.6 – Custos Indiretos -------------------------------------------------------- 15 2.7 – Custos Variáveis-------------------------------------------------------- 16 2.8 – Custos Fixos ------------------------------------------------------------ 17 2.9 – Margem de Contribuição ---------------------------------------------- 18 3- METODOLOGIA -------------------------------------------- 20 3.1 Procedimentos Metodológicos ------------------------------------------ 20 4- RESULTADOS E ANÁLISES ----------------------------- 25 4.1 – Quadro Comparativo --------------------------------------------------- 28 5- CONSIDERAÇÕES FINAIS ------------------------------ 29 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ---------------------- 31 8 1 - INTRODUÇÃO Ter seu preço de venda equilibrado pode significar muito para qualquer empresa nos dias atuais, ela tem que obter seu lucro sem se comprometer com seus gastos. A empresa deve saber que em seu faturamento deve estar embutida a porcentagem de lucro desejado, e que o mesmo deve cobrir todas as suas despesas obtidas com cada produto vendido. É importante que se tenha o planejamento ideal para que a empresa possa controlar sua margem de lucro e despesas, trazendo futuramente resultados totalmente satisfatórios. Com a concorrência cada vez mais acirrada é preciso que as empresas se dediquem a conquistar o mercado. Mais a maioria das empresas ainda peca ao definir o preço de venda de seus produtos. Muitas delas não possuem pessoal capacitado, ou até mesmo algum tipo de instrumento para certo tipo de auxilio nessa área. É necessário que se conheça o mercado onde atuam e que seja avaliado a fundo todos os custos fixos e variáveis que a empresa possui, pois a falta de uma analise ideal pode acarretar no bloqueio de crescimento ou causar grande prejuízo para a empresa. É através de algumas ferramentas disponibilizadas, como a analise de custos, seus rateios e a sobreposição em percentual de lucros que a empresa pode fazer uma analise tentando a minimização de despesas, praticando assim um preço baixo, garantindo sua permanência no mercado e derrubando a concorrência. Com cerca de 1200 concorrentes na cidade, é no preço de venda que as malharias ganham os clientes, mas a verdade é que com tantos concorrentes o preço de venda acaba não sendo formado pelos seus devidos custos e sim por fatores que o mercado influencia. Portanto, se não haver a ideal formação de preço a malha poderá ser vendida por um preço muito baixo, sendo competitivo mas não lucrativo, obtendo certo prejuízo somente percebido em longo prazo. Se o preço for muito alto a empresa terá lucro, mas ao mesmo tempo, pode perder oportunidades d vender mais e de ganhar a concorrência. Para que a empresa tenha uma ideal formação de preço e assim possa estar próxima a concorrência, é necessário que seja estudado muito bem os custos da empresa, procurando entende-los para que se consiga obter um preço de venda ideal. Mas não basta identificar o ideal preço para a venda se este estiver acima dos preços de seus concorrentes, 9 muitas vezes pode ser necessário que primeiramente se reduza os custos para depois projetar o melhor preço de venda. Assim sendo, o presente trabalho analisou o seguinte problema de pesquisa: Quais as ações necessárias para se obter a formação do preço de venda de blusas de inverno na malharia analisada? E teve por objetivo a analise de custos para formação de preço de venda dentro da empresa, visando assim uma maior lucratividade e maior competitividade no mercado atual. 1.1 – Empresa Analisada No ano de 1994 o agricultor decide juntamente com sua esposa investir todo lucro que tiveram com a venda de café do ano, em sua primeira maquina retilínea. A cada ano que passava, com o pouco lucro que obtinha, ele investia em sua pequena malharia, que ate então ficava na garagem de sua casa, num sitio, localizado a 18 km da cidade. Ao longo dos anos eles passaram a ensinar e incentivar seus filhos, a trabalharem com a mesma dedicação que ambos tinham na fabricação das poucas malhas produzidas. Depois de 10 anos, decidiram se mudar para a cidade, decorrido da grande dificuldade que enfrentavam devido a distancia. A mudança foi totalmente favorável, eles adquiriram novos clientes, fazendo com que as vendas subissem. Foi então que decidiram aumentar a quantidade de maquinas retilínea e assim consequentemente a produção. Hoje a empresa conta com uma equipe de 5 colaboradores. Ela possui modelos exclusivos e de alta qualidade, oferecendo a quem veste total conforto. Com bom atendimento, a empresa vende no atacado e varejo servindo à todas as regiões do Brasil: sul, sudeste, norte, nordeste e centro-oeste, por encomenda e também a pronta entrega. Contudo, os proprietários se orgulham pela grande conquista, pois tudo isso foi fruto de muita honestidade, dedicação e trabalho. 10 2 – REFERENCIAL TEÓRICO A seguir serão apresentados os conceitos e teorias dos autores utilizados no desenvolvimento desse trabalho. 2.1 - Administração financeira Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2002) a administração financeira deve se preocupar com três detalhes. Orçamento de capital que planeja e administra em longo prazo os investimentos da empresa, estrutura de capital que combina o capital da empresa com o capital adquirido de terceiros em financiamentos ou empréstimos, e capital de giro que podem ser distinguidos em estoques e pagamento de fornecedores, ou seja, ativos e passivos da empresa. O conhecimento desses detalhes é necessário, pois é a partir da base concreta que se avalia a decisões financeiras a serem tomadas. Para Braga (1995), o objetivo da administração financeira é fazer com que dentro do menor tempo possível seja obtido o maior lucro possível. Sua meta é expandir a riqueza dos acionistas, e isso é algo além de uma simples maximização de lucro. Ela envolve alguns aspectos como, a perspectiva de retorno a um prazo longo, valorização do dinheiro ao longo do tempo, regressão do capital próprio, riscos e dividendos. Todos esses aspectos para a maximização da riqueza dos acionistas englobam a realização de investimentos que a empresa deve ter: Em tecnologia e novos produtos trazendo maior rentabilidade em longo prazo; Projetos de investimento, estes visam aumentar ou ao menos manter o valor de mercado da empresa considerando o valor de dinheiro no tempo; O acionista espera a remuneração de seu capital investido através da valorização de suas ações ou de dividendos; O risco corrido deve ter a mesma proporção de retorno; e por fim independentemente da variação de lucro todo acionista deve receber regularmente dividendos. Diz Tófoli (2008), que esta área é a responsável por cuidar dos recursos financeiros de uma empresa e assim fazer com que os mesmos aumentem. Embora seja na grande empresa que a formação acadêmica aparece, a administração financeira atinge e se faz necessária também nas pequenas e medias empresas. Mas apesar da diferença de cada empresa o fator mais importante para a administração financeira é o objetivo de fazer com que todos os recursos da empresa se maximizem. 11 Segundo Nunes (2012), a administração financeira ou gestão financeira é uma área existente em toda empresa devido sua funcionalidade, e cabe ao profissional desta área tomar a melhores decisões relacionadas à atividade financeira da organização. Assim esta área deve garantir estabilidade da empresa sem coloca-la em risco a curto e em longo prazo. Deve assegurar que capitais investidos deem maior rentabilidade a empresa e por fim deve fazer com que as operações da empresa fiquem estáveis garantindo a duração do capital financeiro da organização. 2.2 - Mercado Para Las Casas (1998), as condições de mercado é que determina a escolha dos canais para distribuição de seu produto. Um mercado concentrado define exatamente uma estratégia de vendas, o consumidor sabe exatamente onde encontrar o que procura. Porem se o mercado estiver espalhado será uma estratégia de atingir vários canais distribuindo seu produto por diversas áreas. Um exemplo citado é a venda de analgésicos que antes só eram encontrados em drogarias e farmácias e hoje são encontrados em diversos tipos de comércios. Diz Nunes (2008), que a palavra mercado significa uma grande agrupação de consumidores potenciais de serviço ou produto oferecidos por certa empresa. Em outros contextos pode se referir a um grande numero consumidores específicos de determinado setor de uma atividade ou grande numero de concorrentes. Segundo Besanko et al (2004), as empresas fabricam produtos muito parecidos assim com a grande concorrência quem ganha o mercado é quem tem o melhor preço. Mais a empresa deve e ter cuidado e tomar por base o preço de mercado, pois se ela não segue este dado e eleva muito seu preço, pode não vender nenhuma mercadoria e se baixar muito pode sacrificar sua receita sem necessidade. Para que o mercado esteja em equilíbrio, o preço de mercado tem de estar tão nivelado a ponto de toda produção ser requerida pela demanda. 2.3 – Preço de venda Para IBRACON (1995), para se formar o preço tem que se avaliar todo e qualquer tipo de custo numa base a valor presente. Tem-se que definir uma margem esperada de lucratividade para cada produto considerando as vendas e o mercado. Deve-se levar em conta também a inflação, pois mesmo que retratando todos os custos não há acordo entre o ganho em moeda e a medida de execução de ganho em percentual sobre vendas. 12 Leone (1972), diz que o administrador tem que tomar uma das decisões mais importantes que é determinar o preço de venda de um produto dentro da empresa, onde no mercado competitivo quem estabelece isso é a lei da oferta e da procura. Supondo que o custo seja determinante para se formar um preço é necessário avaliar alguns critérios: Custos por absorção onde o preço de venda deve levar em conta o custo da produção, da administração, de vendas e o lucro; Custo por transformação é quando o valor a ser adicionado como lucro é sob a transformação de matéria prima em produto acabado; Custo marginal é apropriado ao produto somente os custos variáveis que variam conforme a produção ou a venda; Retribuição do investimento alguns produtos podem exigir uma soma de recursos maior em investimento este então requer um preço de venda maior. Bernardi (1996), diz que com a acirrada competição de mercado nacional e internacional o preço de venda é vital para a competitividade e para que a empresa possa sobreviver no mercado, uma vez que no mercado aberto o preço é um regulador entre a oferta e a procura. Portanto qualquer tipo de método usado para formação de preço baseados em custos e despesas da empresa devem ser cuidadosamente avaliados. O mercado atual esta cada vez exigente e buscando mais economia, qualidade e preço justo, e somente quem oferece vantagem ao consumidor ganhará a concorrência. Para Leão (2008), a formação do preço de venda é composta pela soma de quatro itens: custos, lucro, impostos e comissões. Os custos são compostos pelos gastos obtidos na fabricação de um produto ou um bem. Lucro é o beneficio que a empresa deseja obter com a fabricação de produtos ou prestação de serviços. Impostos são pagos obrigatoriamente por pessoas ou organizações ao governo calculado a base de alíquotas. E comissões são recompensas pagas financeiramente ou não, oferecida as pessoas por se cumprir metas. Segundo Costa (2012), o preço de venda é o custo total do produto mais a margem de lucro desejada pela empresa. E da mesma forma que pode mudar o custo total de acordo com cada produto, o preço de venda também se altera de acordo com o tipo da venda. Basicamente há quatro tipos diferentes de vendas: venda à prazo, venda à vista, venda no varejo e venda no atacado. Cada uma é decidida de acordo com o cliente e o preço de venda deve se adequar a cada uma delas conforme a condição da compra 2.4 – Custos 13 Para Leone (2000), quando uma despesa referir-se aos diversos produtos da empresa ela passa a ser nomeada de Custo ou custo de Produção, estes possui vasta extensão, mas felizmente eles aparecem juntos para maior compreensão. Quando a expressão custo é usada logo ela se classifica de acordo com o objeto custeado, como indireto, direto, variável, fixo, primário, de conversão, controlável etc. A palavra custo pode ser definida como gasto na linguagem comercial ou técnica. Na área de contabilidade o custo refere-se a qualquer tipo de gasto seja bem ou serviço usado na fabricação ou execução de outros bens ou serviços. Pode se citar o exemplo de que todo gasto com matéria prima para produção de algo é classificado como custo e estes por sua vez classificados em diretos, indiretos, fixos e variáveis. (IBRACON, 1995) Segundo Lawrence (1970), existe um processo da contabilidade de custos que é a classificação e reclassificação de todos eles em diversas categorias e com finalidades muito vantajosas. Eles são classificados em varias as formas e estágios, e é possível a mesma importância em diferentes classificações. Estas classificações e sua compreensão tem devida importância para a contabilidade de custos. E esta contabilidade possui algumas classificações: elementos de custos, custos diretos e indiretos, custos departamentais, custos unitários, custos divisionais. 14 Figura 1: Divisão de alguns custos Fonte: Lawrence (1970, p. 719) Leone (1972), diz os custos tem de ser organizados para que se atenda a diferentes finalidades, como controlar operações, determinação do lucro, entre outros. Os orçamentos e gastos só serão efetivos se apenas uma pessoa for responsável pelo controle dos custos. Então para adotar um sistema de custeamento pela responsabilidade os custos se classificam de modo diferente, em primários e secundários, que podem ser chamados de custos funcionais. Os primários são chamados de custos departamentais, a empresa é dividida em vários setores cada um com um responsável assim cada chefe supervisiona em seu setor o desempenho e os gastos da sua sessão. Os secundários são custos naturais como aluguel, energia, depreciação e outros, que se reunidos com os componentes da organização se terá disponível a classificação essencial para controle. Para Marques (2010), o conhecimento sobre custos é de extrema importância para que as melhores decisões empresariais sejam tomadas e para que a rentabilidade da empresa seja elevada ao nível mais alto. A carência de qualquer tipo de informação sobre custos 15 ameaça totalmente a estabilidade financeira da empresa. Mas este risco também pode ocorrer quando se tem as devidas informações e não se sabe analisa-las e nem tomar as decisões corretas. Assim para se tomar qualquer decisão a respeito de preço de venda, produtos e redução de gastos é necessário que se tenha um ótimo controle dos custos da empresa, permitindo a analise correta para qualquer atividade. 2.5 - Custos diretos Lawrence (1970), diz que esses custos estão relacionados ao produto, são ligados a sua produção. Para estes custos pode-se citar alguns elementos como: mão de obra direta, este custo esta ligado a qualquer tipo de trabalho que possa mudar a natureza ou a forma que entra no produto o mudando sua aparência; despesas diretas que podem ser algum tipo de ferramenta especifica usada especialmente na fabricação de um produto; e matéria prima que é todo componente ou material que entra dentro do produto e assim passa a fazer parte dele. Segundo Martins (1987), são aqueles custos que estão diretamente ligados ao produto feito, como a matéria prima e embalagens. Neste tipo de custo é possível identificar claramente o quanto de cada matéria foi consumido para finalização do produto. Para Leone (2000), quando se pretende definir o custo ou os processos de fabricação dos produtos como matéria prima e mão de obra logo, aceitou a existência o custo direto, mas quando estes são relevantes e podem ser identificados facilmente. São custos apropriados ao produto já concluído, são custos objetivos de fácil identificação de seu uso, não há duvidas se pertence a esta ou aquela produção. Este custo é introduzido ao produto ao produto sem que haja realização de rateios. Pode-se citar como exemplos a matéria prima, energia elétrica, mão de obra direta entre outros. (IBRACON, 1995) Diz Bernardi (1996), que os custos diretos são imputados por medições objetivas, controladas individualmente de forma direta por sua natureza e suas características próprias. Neste custo pode-se encontrar a maioria dos materiais usados para produzir um determinado produto, assim como a mão de obra direta realizada na produção, aquele que exerce o processo de transformar a matéria prima em produto acabado. 2.6 - Custos indiretos 16 Para Martins (1987), estes custos não estão diretamente ligados ao produto, como o aluguel do prédio, neste custo não é possível fazer a divisão do valor que pertence a cada produto. Estes têm de ser alocados ao produto final por meios de base de rateio, esquemas, etc. São os outros custos que complementam uma atividade, incorridos de forma indireta ou geral, beneficiando dessa maneira todos os bens ou serviços produzidos ou prestados. Exemplos de insumos que são necessários para obtenção do produto final, porem não mantem qualquer relação direta: supervisão geral da fabrica; limpeza; segurança; depreciação; óleos lubrificantes; energia elétrica; agua; e peças de reposição de equipamentos. (SANTOS, 1991, p. 22.) São custos que para serem alocados ao produto têm que ser identificados através de rateios, pois são incluídos dentro do processo de produção e não conseguimos identificar claramente e com segurança ao qual produto se refere. Dentre vários exemplos podemos citar a mão de obra da supervisão da fabrica, segurança e peças de manutenção. (IBRACON, 1995) Lawrence (1970), os custos indiretos são custos de origem genérica e de difícil identificação, mas sem este custo não poderia se manufaturar o produto. Este custo tem três classificações: matéria prima indireta que é considerada todo material não ligado diretamente ao produto; mão de obra indireta que são pessoas que não estão ligadas diretamente à produção do produto; e por fim outros custos indiretos que são todos os custos não incorridos para a fabricação dos produtos, mas de extrema importância para o funcionamento da empresa. Segundo Leone (2000), este custo é necessário e relevante, mas não é fácil de ser identificado, ele constitui o consumo de fatores da produção e não estão ligados diretamente ao produto. 2.7 – Custos variáveis Para Santos (1987 e 1991), está totalmente ligado ao volume da venda ou da produção, ou seja, quanto maior for o volume de produção, ou a quantidade de produto vendida, maiores serão os custos variáveis totais. Tófoli (2008), diz que estes custos são ligados diretamente com as vendas, se as vendas aumentam elas crescem e se caem elas diminuem. Os custos ligados a salários fixos, não são considerados variáveis, pois são pagos mensalmente e não podem ser deixados de 17 pagar mesmo com a queda ou aumento da produção ou da venda. Entre os custos mais comuns pode-se citar frete, embalagens, matéria-prima, comissões pagas a vendedores tributos incidentes etc, e mais todo e qualquer material ou peça utilizada na realização de prestações de serviços. Segundo Martins (1987) e Ibracon (1995), este custo tem seu valor determinado em função de uma oscilação, o valor consumido mensalmente com materiais diretos depende do volume de produção, se há mais fabricação maior seu consumo. Leone (2000), diz que este custo pode ser evitado, ele só aparece se houver atividade realizada. No entanto pode ser administrada, pois é relativo ao nível da atividade, quanto maior ela for maior será seu custo total. São custos variáveis aqueles que variam de acordo com vendas e a produção, e assim proporcionalmente aumentam ou diminuem o valor total. Pode-se dar exemplos desse custo nas empresas de indústria a comissão de vendas, matéria prima, embalagens, fretes, energia, impostos e contribuições em cima de seu faturamento dentre outros. Nas empresas comercias têm-se o custo das mercadorias vendidas dentre alguns destes citados a pouco. (BRAGA, 1995) 2.8 – Custos fixos Para Santos (1987), são independentes da quantidade produzida ou vendida. No entanto, quanto mais se produzir ou vender o produto, menor será o custo fixo por unidade. Segundo Martins (1987) e Ibracon (1995), estes custos não são sempre do mesmo valor, eles sofrem alterações, como no caso do aluguel, pode-se crescer o valor gasto com a adição de mais um imóvel. Mesmo com a modificação do valor de custo, estes continua sendo fixo, pois seu montante é independente do volume de produção. Dentro de um devido período de tempo e extensão de atividades chamadas de intervalo relevante, os custos não são alterados totalmente, mais se revertem ficando menor de acordo com o aumento das unidades produzidas. (SANTOS, 1991) Leone (2000), diz que são custos com características irreversíveis, são frequentes e relevantes quanto ao volume de produto produzido, pois a maior produção faz com que na divisão por unidades este custo diminua. 18 Braga (1995), diz que dentro de certo tempo não superior a meses, esses custos são constantes, eles não dependem da variação de produção ou de vendas. Pode-se citar exemplos como alugueis, materiais para escritório, despesas financeiras salários e encargos sociais dos supervisores e de funcionários do setor industrial entre outros. E a mão de obra que muitos consideram como custo variável, pode ser considerado como um custo fixo, especialmente a curtíssimo prazo. 2.9 - Margem de contribuição Para Santos (1987), pode ser definida pela diferença entre o preço de venda do produto e o custo unitário variável. Assim, a análise dos lucros da empresa é definida em cima da Margem de Contribuição adquirida por cada produto, onde somados, forma-se o lucro total da empresa. A análise lucrativa da empresa nada mais é, do que o quanto cada produto contribui em sua Margem para a absorção dos custos fixos e obtenção do lucro total da empresa, e o que resulta isso é a diferença entre o preço de venda liquido e o custo unitário variável. (SANTOS, 1991) A margem de contribuição é uma ferramenta fundamental para auxiliar nas decisões empresariais, para uma gestão de resultados, seja para rentabilidade dos produtos, para unidades de negócios, divisões, áreas de responsabilidade ou como resultado dos negócios da empresa. Para sua aplicação é necessário separar os custos da empresa em custos fixos e custos variáveis. Facilita nas decisões sobre qual produto deve-se incrementar a produção, sobre qual deve ser descontinuada a produção, sobre alteração do mix de produção ou venda, incorporação de novos produtos, produzir (vender) ou não para pedidos especiais, dentre outros. (TÓFOLI, 2008, p. 117) Segundo Martins (1987), é o valor que sobra para a empresa em cada unidade do produto, tirando o seu custo de sua receita. No entanto pode ser por ele conceituado como a diferença entre receita e o custo variável de cada produto. Braga (1995), afirma que tem dois casos de margem de contribuição, total e unitária. A margem total é a parcela do que restaram das receitas de vendas depois de retirados os custos variáveis totais, e ainda reduzindo os custos fixos encontramos o lucro operacional que pode ser reconhecido como LAJI ou LAJIR, que são o lucro antes do imposto de renda e dos juros. A margem unitária nada mais é do que a diferença entre o custo variável 19 unitário e o preço de venda. Mas ambas são muito importantes para que se possa analisar os efeitos de alavancagem e o ponto de equilíbrio. 20 3 – METODOLOGIA Para o desenvolvimento do presente estudo, utilizou da Pesquisa exploratória, que de acordo com Oliveira (2004, p.135), “Ênfase dada à descoberta de praticas ou diretrizes que precisam modificar-se e na elaboração de alternativas que possam ser substituídas”. 3.1- Procedimentos metodológicos Dentro do quadro de fabricação da empresa, sabe-se que cada produto fabricado possui diferentes pesos, gastos e tempo de produção. E cada um destes produtos possui dois diferentes centros de trabalhos produtivos, tecer e acabar. Dentro da estrutura de produto, identificou-se como custos diretos: matéria prima, embalagens, costuras, botões e passadoria, custos estes ligados diretamente ao produto. Para descobrir o valor gasto com a matéria prima, multiplicou-se o peso bruto dado em gramas pelo preço pago pela matéria prima. Conforme mostra tabela 1. MATÉRIA-PRIMA (FIO DE LÃ ACRÍLICA) PREÇO POR KILO R$ 22,00 PRODUTOS PESO POR PEÇA / GRAMAS CASACO JACAR CASACO LONGO C/ BOLSO CASACO SENHORA C/ BOLSO CASACO SENHORA SIMPLES BOLERO MAX PULL COM BOTÕES CACHARREL CANELADA 0,350 0,400 0,400 0,350 0,270 0,430 0,210 MATÉRIA PRIMA R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 7,70 8,80 8,80 7,70 5,94 9,46 4,62 Tabela 1: Cálculo de matéria prima Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor Para o custo de embalagens, foi identificado o tipo de saco plástico utilizado, e embora haja tamanhos diferentes, o custo pago para cada um deles é mesmo. Para o custo de costura usou-se o preço pago pela mão de obra indireta para costurar e puxar as pontas de cada peça. Pode-se perceber que em cada peça é cobrado um valor diferente que é definido de acordo com o tamanho, se médio ou grande, e também quanto aos detalhes da costura de cada peça de tricô. Assim pode ser analisado que os dois modelos de casacos que possuem bolso são os que possuem maior grau de dificuldade para serem costurados, assim tendo que ser pago um valor maior. Segundo tabela 2. 21 Para descobrir o valor gasto com botões, identificou-se o preço pago em cada modelo de botão e este fora multiplicado pela quantidade usada por blusa, chegando a um valor individual para cada peça. O valor pago pela mão de obra desses botões é um só, o que causa a diferenciação de valores é a quantidade de botão que cada blusa possui. Conforme colunas 6 e 7 da tabela 2. No custo de passadoria os dois modelos de casaco com bolso são passados em mesa à vapor, resultando num custo maior devido às partes serem separadas e passadas pano à pano, já o casaco de senhora simples é passado em mesa de rolo, os panos são passados sem separar as partes, o que faz com que faz com que o processo seja mais rápido, dai então seu custo ser menor. Já os modelos de blusa que não possuem custo, não são passadas. E assim somando o valor da matéria prima que já fora calculada na tabela 1, mais todos custos ditos anteriormente se obtiveram os custos diretos para cada produto. Conforme tabela 2. RATEIO DIRETO PRODUTOS CASACO JACAR CASACO LONGO C/ BOLSO CASACO SENHORA C/ BOLSO CASACO SENHORA SIMPLES BOLERO MAX PULL COM BOTÕES CACHARREL CANELADA MATÉRIA PRIMA EMBALAGENS COSTURA R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 7,70 8,80 8,80 7,70 5,94 9,46 4,62 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 0,60 1,10 1,10 0,60 0,50 0,80 0,60 BOTÕES R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 0,70 0,44 0,80 0,80 0,60 0,36 - MAO DE OBRA PREGAR BOTOES R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 0,35 0,14 0,35 0,35 0,21 0,14 - TOTAL DIRETO PASSADEIRA R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 0,66 0,66 0,32 - R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 9,40 11,19 11,76 9,82 7,30 10,81 5,27 Tabela 2: Cálculo do rateio direto por unidade produzida Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor Constataram-se como custos indiretos mensais na área administrativa: gastos com pessoal, pró labore e FGTS, e também os demais gastos gerais, água, aluguel, combustível, contabilidade, energia elétrica, IPTU, manutenção de equipamentos e telefone. Para estes custos foram definidos critérios, estes numerados de 1 a 4 para realizar um rateio. Esses rateios foram distribuídos em percentual para os dois tipos de centros de trabalho conceituados em tecer e acabar. Estes são divididos de 1 a 4, sendo critério 1 para numero de mão de obra, onde o percentual é dividido por numero de funcionários em cada centro. Critério 2 para energia elétrica, onde o percentual é para qual centro se gasta mais energia. Critério 3 para manutenção de maquinas, posto em questão ordem de serviços por centro. E critério 4, por área, que são onde a área trabalhada é maior. Conforme tabela 3. 22 CRITÉRIOS DE RATEIO Nº 1 2 3 4 DEFINIÇÃO Nº DE MÃO-DE-OBRA ENERGIA ELÉTRICA MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS POR ÁREA TECER 20% 75% 90% 40% ACABAR 80% 25% 10% 60% Tabela 3: Distribuição percentual para os centros de trabalho Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor Foi analisada cada despesa, e então discriminado um tipo de critério para cada uma. Através da função de procura, calculou-se o percentual que fora definido em critérios de rateio anexados na tabela 3, para cada despesa mensal, resultando num valor para cada centro de trabalho, totalizando assim um valor total para cada setor, podendo-se então saber qual deles possui maior despesa. Conforme o calculo na tabela 4. DESCRIÇÃO DESPESA ÁGUA ALUGUEL COMBUSTÍVEL CONTABILIDADE ENERGIA ELÉTRICA IPTU MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS PRÓ-LABORE TELEFONE TOTAL POR SETOR VALOR R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 65,00 800,00 200,00 720,00 650,00 650,00 70,00 2.253,00 90,00 5.498,00 R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ RATEIO TECER ACABAR 13,00 R$ 52,00 600,00 R$ 200,00 80,00 R$ 120,00 288,00 R$ 432,00 585,00 R$ 65,00 260,00 R$ 390,00 63,00 R$ 7,00 901,20 R$ 1.351,80 36,00 R$ 54,00 2.826,20 R$ 2.671,80 CRITÉRIO Nº 1 2 4 4 3 4 3 4 4 Tabela 4: Distribuição de critérios para os centros de trabalho a partir das despesas Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor Sabendo quantas peças de cada produto são produzidas mensalmente, calculouse o tempo gasto para produção em cada centro, este tempo foi multiplicado com a produção, resultando num tempo de passagem para cada produto. Logo se calculou um total de tempo de todos os produtos para cada centro. Dividiu-se o tempo gasto por produto pelo total de tempo do centro, assim obteve-se o percentual de tempo gasto por produto em cada centro. Conforme tabela 5. 23 TEMPO DE PRODUÇÃO/UNID CASACO JACAR CASACO LONGO COM BOLSO CASACO SENHORA C/ BOLSO CASACO SENHORA SIMPLES BOLERO MAX PULL COM BOTÕES CACHARREL CANELADA TEMPO / MINUTOS QUANTIDADE TEMPO DE PASSAGEM % POR PRODUTO TECER ACABAR TOTAL PRODUZIDA/MÊS TECER ACABAR TECER ACABAR 30 6 36 700 21000 4200 8% 11% 45 9 54 800 36000 7200 14% 18% 60 9 69 850 51000 7650 20% 19% 45 8 53 700 31500 5600 12% 14% 37 6 43 700 25900 4200 10% 11% 42 7 49 700 29400 4900 12% 12% 48 5 53 1500 72000 7500 27% 19% 41250 TOTAL MENSAL 266800 Tabela 5: Percentual unitário por centro de trabalho Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor Para se fazer o rateio indireto por centro, multiplicou-se o percentual individual de tempo de cada produto, anexado na tabela 5, pelo total gasto com cada setor no rateio das despesas, calculados na tabela 4, então somou-se os dois centros e logo este resultado foi dividido pela quantidade produzida mensal, anexada à tabela 5, assim obteve-se o valor indireto unitário. Calculados na tabela 6. PRODUTOS CASACO JACAR CASACO LONGO COM BOLSO CASACO SENHORA C/ BOLSO CASACO SENHORA SIMPLES BOLERO MAX PULLCOM BOTÕES CACHARREL CANELADA RATEIO INDIRETO TECER ACABAR R$ 226,10 R$ 293,90 R$ 395,67 R$ 480,92 R$ 565,24 R$ 507,64 R$ 339,14 R$ 374,05 R$ 282,62 R$ 293,90 R$ 339,14 R$ 320,62 R$ 763,07 R$ 507,64 TOTAL UNIDADES TOTAL INDIRETO INDIRETOS DIRETOS R$ 519,99 R$ 0,74 R$ 9,40 R$ 876,59 R$ 1,10 R$ 11,19 R$ 1.072,88 R$ 1,26 R$ 11,76 R$ 713,20 R$ 1,02 R$ 9,82 R$ 576,52 R$ 0,82 R$ 7,30 R$ 659,76 R$ 0,94 R$ 10,81 R$ 1.270,72 R$ 0,85 R$ 5,27 TOTAL POR UNIDADE R$ 10,14 R$ 12,29 R$ 13,02 R$ 10,84 R$ 8,12 R$ 11,75 R$ 6,12 Tabela 6: Rateio para calcular valor unitário total Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor Para se formar o preço de custo total por unidade de produto, calculado na tabela 6, somou-se os valores dos custos diretos com os custos indiretos de cada produto. E então, para que seja calculada a margem de contribuição, subtrai-se o custo total unitário do preço de venda utilizado pela malharia analisada, logo o resultado é dividido pelo preço de venda. Tabela 7. 24 CUSTO TOTAL UNITÁRIO R$ 10,14 CASACO JACAR 12,29 CASACO LONGO COM BOLSO R$ 13,02 CASACO SENHORA C/ BOLSO R$ R$ 10,84 CASACO SENHORA SIMPLES R$ 8,12 BOLERO R$ 11,75 MAX PULL COM BOTÕES R$ 6,12 CACHARREL CANELADA PRODUTOS PREÇO DE VENDA R$ 25,00 R$ 26,00 R$ 26,00 R$ 20,00 R$ 15,00 R$ 22,00 R$ 7,50 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 59% 53% 50% 46% 46% 47% 18% Tabela 7: Cálculo da Margem de Contribuição para cada produto Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor Para que fosse feito todos esses rateios de custos possuídos na empresa, utilizouse o Excel, ferramenta esta muito utilizada para realizações de cálculos devidas suas importantes funções. E para que se pudesse avaliar a diferença de valores sobre as vendas, se a margem de lucro for reajustada, fez-se uma projeção de venda. Utilizou-se de dados recolhidos na empresa como a quantidade de mercadorias vendidas no período de 02/2012 a 07/2012, realizando assim uma projeção de vendas para o mesmo período de 2013. 25 4 - RESULTADOS E ANÁLISES Dentro da empresa analisada quem define o preço de venda é o proprietário, ele dá ao produto o preço que julga ser o correto, sem analisar os diversos tipos de custos e despesas que a empresa possui. Isso torna o preço de venda deficiente, pois não se consegue ao menos saber qual a real margem de lucro que a empresa obtém sobre cada peça de blusa vendida. O calculo é feito somente com o gasto da matéria prima mais o valor pago pela mão de obra indireta paga pelas costuras, então o proprietário em cima deste valor põe uma margem de 100% para seu lucro. A tabela abaixo mostra o ganho em percentual que a empresa possui com as vendas no preço atual. Tabela 8: Cálculo do lucro em percentual em cima do preço de venda ideal Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor Após analisado a diferença entre o preço de custo unitário e o preço de venda atual tem a diferença do que sobra entre eles, e esta fora calculada em percentual. Pode-se analisar uma grande discrepância na margem de lucro. Isso ocorre devido aos preços atuais não estarem calculados corretamente. Cada produto possui tamanhos, gastos, e tempo para fabricação diferente, então foi fazendo rateios mostrados anteriormente que se chegou ao real preço de custo unitário e então calculando a margem esperada de 100% chegou-se ao preço ideal por produto. Conforme mostra acima. Na tabela 8, percebe-se que os três primeiros modelos de casacos são os que dão maior rentabilidade para a empresa, o lucro é igual ou ultrapassa dos 100%. O casaco de senhora simples, o bolero e o max pull também dão um bom lucro pois estão na casa dos 80%, já a cacharrel tem um retorno baixo e é um produto que o mercado não aceitaria um preço maior que o praticado, mas neste caso como é um produto de rápida produção e venda propicia pode-se dizer que o lucro vem na quantidade e não na unidade. A tabela abaixo mostra a projeção realizada de vendas para o ano de 2013. 26 Tabela 9: Cálculo da lucratividade 2012 e provável lucratividade 2013 Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor Na tabela acima se tem a quantidade de peças de tricô vendidas e também seu valor total de venda da malharia analisada. Para que seja posto em pratica o preço idealizado é necessário aguardar o próximo ano, pois estes produtos são vendidos apenas na estação de inverno. Porem nota-se que se o preço for readaptado para a margem que o proprietário deseja ter de lucro nos dois primeiros produtos ele estará diminuindo o real lucro porem com alta chance de aumentar as vendas devido à queda de preço. No próximo, o lucro esta equilibrado, mas nos quatro últimos ele estará aumentando sua margem lucrativa. Então o que se percebe é que mesmo com toda essa diversidade na mudança de valores o resultado final poderá ser propicio ao lucro, mas também a empresa não deve deixar de analisar o mercado, pois é ele que determina a aceitação do produto. Conforme mostra o gráfico comparativo abaixo. Assim com o uso das ferramentas ideais, a empresa analisada terá grandes vantagens sob os concorrentes, ela obterá preços favoráveis de venda, das blusas produzidas. Preços que focam na necessidade do cliente, tornando-se assim uma empresa competitiva e com grande sucesso no ramo do vestuário. 27 Figura 2: Gráfico Comparativo ano de 2012 e 2013 Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor Conforme demonstra a figura acima, realizou-se uma projeção para o ano de 2013, e se reajustado à margem de lucro aos 100% para todos os produtos, em alguns o valor total cairá e em outros aumentará. Mas o que se percebe é que avaliando o valor final das vendas o lucro será maior. 28 4.1 - QUADRO COMPARATIVO Antes Formação de preço é manual; Depois Se implantada a formação de preço será informatizada; Formação de preço errada e sem base em Se usada, a formação de preço será baseada custos reais; em custos devidamente importantes e reais; Se implantada não haverá prejuízo nenhum, Prejuízos nas vendas são frequentes por não pois se sabe o custo unitário real de cada ter um custeio unitário; peça; Sabe-se com exatidão os custos totais que a Não se tinha base de todos os custos que a empresa possui e também rateados por empresa obtinha; unidade; Dificuldade para dar descontos aos clientes, Total liberdade para negociação com os pois não se tem a correta margem atribuída a clientes, pois se sabe a margem de cada peça; cada produto A quantidade vendida é derivada do preço. Se ajustado os preços dos produtos que estão com a margem elevada há possibilidade de amentar as vendas. Quadro 1: Quadro comparativo do antes e depois da formação de preço Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor A implantação deste novo método mudaria todo o processo de formação de preço de venda, que antes era errôneo. Isto trará à empresa a segurança de saber que seu preço está correto e de acordo com o mercado, e isso só trará benefícios e vantagens competitivas de grande proporção para a empresa analisada. 29 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS A formação de preço correta é algo que toda a empresa deve ter para que assim esteja por dentro de sua lucratividade. É necessário saber todos os tipos de custos que a empresa possui, o quanto cada produto tem de custo e o quanto cada um deles contribui para a lucratividade da empresa. Com a grande experiência vivida na empresa pode-se analisar que mesmo sem perceber a mesma pode estar lucrando com seus produtos, mas isso não justifica deixar de fazer o devido calculo para formação de seus preços. Se calculados de maneira correta, os preços podem fazer com que a lucratividade da empresa aumente e a mesma não sofra grandes prejuízos, que em longo prazo possam ser irreversíveis. Em todo tempo de estagio na empresa percebeu-se a grande deficiência da empresa e assim optou-se pelo tema abordado em todo o trabalho. As elaborações deste trabalho com planilhas dispostas ao empresário irão facilitar para que a empresa possa progredir no quesito preço de venda. A grande dificuldade obtida durante toda a elaboração do trabalho foi obter dados como os custos, a produção mensal de cada produto e a venda anual da empresa, uma vez que eles não eram contabilizados. O resultado do trabalho será implantado somente no próximo inverno, visto que a empresa só possui vendas num período de cinco meses durante a estação de inverno. Mas o empresário está totalmente certo da implantação da ferramenta, pois já percebeu o quão é importante o preço correto das peças a serem vendidas. Todo o objetivo do trabalho foi atingido com sucesso, às necessidades essenciais obtidas no inicio do trabalho fora completadas com a realização e formação da ferramenta de formação ideal de preços. A utilização desta ferramenta fará com que a empresa obtenha maior lucratividade, errando menos ao calcular o preço de venda dos produtos. Mas não se deve deixar de lado todos os outros produtos produzidos na empresa, pois os mesmos continuam calculados de forma errônea. A ferramenta também deverá ser aplicada em todos os demais produtos fabricados na empresa a partir de sua implantação, mas tendo o devido cuidado de se atualizar dados 30 necessários como o preço da matéria prima e outros. E de acordo com a projeção criada percebe-se que a empresa poderá competir no mercado atual sem desvantagens, mesmo que diminuído o preço de venda de alguns produtos o lucro será adequado e ganho da mesma forma. Dai então a grande importância da ferramenta para a empresa analisada. 31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERNARDI, L. A. Política e Formação de Preços. Uma Abordagem Competitiva, Sistêmica e Integrada. São Paulo: Atlas SA, 1996, 335 p. BESANKO, D. et al A economia da estratégia. 3 ed. Porto Alegre: Artmed Editora SA, 2004. 227 p. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=EGNvyyyuPmQC&pg=PA55&lpg=PA55&dq=pre%C 3%A7o+de+mercado&source=bl&ots=FvbEgTxjG&sig=xynUb1RCpBl4wSVmweIqIkbB1Jw&hl=ptBR&sa=X&ei=BHtrUMHhHqvp0QGlm4FA&ved=0CEgQ6AEwAw#v=onepage&q=pre%C 3%A7o%20de%20mercado&f=false>. Acesso em 02.10.2012. BRAGA, R. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São Paulo: Atlas SA, 1995, 408 p. COSTA, F. J. C. L. Introdução à administração de materiais em sistemas informatizados. [S.l : s.n], 2012. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=4POWlLFn6uUC&printsec=frontcover&hl=ptBR#v=onepage&q&f=false>. Acesso em 02.10.2012. IBRACON, Instituto Brasileiro de Contadores. 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