FAQ- FACULDADE XV DE AGOSTO ANÁLISE DE CUSTO PARA

Propaganda
FAQ- FACULDADE XV DE AGOSTO
ANÁLISE DE CUSTO PARA FORMAÇÃO DE PREÇO
DE VENDA EM UMA MALHARIA
SUÉLLEN APARECIDA DE SOUZA
SOCORRO
2012
FAQ- FACULDADE XV DE AGOSTO
ANÁLISE DE CUSTO PARA FORMAÇÃO DE PREÇO
DE VENDA EM UMA MALHARIA
Aluno: SUÉLLEN APARECIDA DE SOUZA
Orientadores: Profª. Ms. Claudia Cobêro
Prof. Ms. Luiz Antônio Fernandes
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a
Faculdade XV de Agosto como um dos prérequisitos para a obtenção do grau de bacharel
em Administração.
SOCORRO
2012
Dedico esse trabalho a meus pais que me deram a vida, que me ajudaram em
todos os momentos e pelo grande exemplo de vida. Dedico a toda minha família que me
deram forças quando mais precisei que fazem meu coração bater mais forte simplesmente por
estarem ao meu lado.
Dedico a vocês Cleusa, Renato, Tato, Suiane e Edivalson, que amo
incondicionalmente.
AGRADECIMENTO
Agradeço esse trabalho, primeiramente a DEUS, que me deu inteligência e
disposição para cursar a faculdade. Depois a meus pais, meus irmãos e meu noivo que por
muitas às vezes me deram forças para continuar.
Agradeço a coordenadora Cláudia que com toda a paciência me ajudou a concluir
o TCC. Aos professores mais queridos, Amanda, Peter, Marco Aurélio e Décio que passaram
seus conhecimentos para que mais tarde eu pudesse usá-los para meu benefício.
Agradeço aos meus amigos Renata, Mikaeli, Gabriel e Guilherme que me
acompanharam no decorrer do curso me fazendo rir muito e me ajudaram quando precisei, e
claro pelas jogadas de uno nos intervalos da aula.
Enfim, a todos que me aguentaram e ajudaram nesta fase da minha vida.
“Muitos dizem que sou apenas mais um a
tentar. Eu digo que sou menos um a desistir”.
Diego Marchi
RESUMO
O presente trabalho trata-se de uma análise de custos para formação de preço de venda, em
uma pequena malharia no interior de Minas Gerais. Teve por objetivo o levantamento e
analise dos custos diretos e indiretos para formação de preço ideal de venda, visando assim
uma maior lucratividade e maior competitividade no mercado atual. Para tal, utilizou-se a
ferramenta Microsoft Excel para que fossem construídas planilhas para realização de rateios
dos diversos tipos de custos que a empresa possui. Levantaram-se dentro da empresa
analisada dois grandes grupos de custos: os variáveis e os fixos que se dividem em diretos e
indiretos. Nas blusas de inverno fabricadas na empresa a matéria prima é um custo variável
que muda de acordo com o volume de blusas produzidas, portanto se a produção for grande,
seu custo será maior, se não haver produção consequentemente não haverá esse custo. E para
que se possam comparar os valores das vendas se a margem de lucro for reajustada calculouse a quantidade de mercadorias vendidas no período de 02/2012 a 07/2012, então se projetou
a venda para o mesmo período do ano de 2013. Assim, realizando todos os rateios
fundamentais para a descoberta do custo unitário das blusas de inverno, e avaliando a
diferença deste custo e o preço de venda atual que a malharia pratica pode-se perceber que
alguns produtos estão com uma margem de lucro muito elevada e outro muito baixo.
LISTAS
LISTA DE TABELAS
1.Cálculo de matéria prima ----------------------------------------------------------------2.Cálculo de rateio direto por unidade produzida ---------------------------------------3.Distribuição percentual para os centros de trabalho ----------------------------------4.Distribuição de critérios para os centros de trabalho à partir das despesas --------5. Percentual unitário por centro de trabalho --------------------------------------------6.Rateio do calculo de valor unitário total -----------------------------------------------7.Cálculo de margem de contribuição para cada produto ------------------------------8. Cálculo do lucro em percentual em cima do preço de venda ideal ----------------9.Cálculo da lucratividade 2012 e provável lucratividade 2013 -----------------------
20
21
22
22
23
23
23
25
26
LISTA DE QUADROS
1.Quadro comparativo do antes e depois da formação de preço ----------------------- 28
LISTA DE FIGURAS
1.Divisão de alguns custos ------------------------------------------------------------------ 14
2.Gráfico comparativo ano 2012 e 2013 -------------------------------------------------- 27
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO ----------------------------------------------- 08
1.1 Empresa Analisada ------------------------------------------------------- 09
2- REFERENCIAL TEÓRICO ------------------------------- 10
2.1- Administração Financeira ---------------------------------------------- 10
2.2 - Mercado ------------------------------------------------------------------ 11
2.3 – Preço de Venda --------------------------------------------------------- 11
2.4 – Custos -------------------------------------------------------------------- 12
2.5 – Custos Diretos ---------------------------------------------------------- 15
2.6 – Custos Indiretos -------------------------------------------------------- 15
2.7 – Custos Variáveis-------------------------------------------------------- 16
2.8 – Custos Fixos ------------------------------------------------------------ 17
2.9 – Margem de Contribuição ---------------------------------------------- 18
3- METODOLOGIA -------------------------------------------- 20
3.1 Procedimentos Metodológicos ------------------------------------------ 20
4- RESULTADOS E ANÁLISES ----------------------------- 25
4.1 – Quadro Comparativo --------------------------------------------------- 28
5- CONSIDERAÇÕES FINAIS ------------------------------ 29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ---------------------- 31
8
1 - INTRODUÇÃO
Ter seu preço de venda equilibrado pode significar muito para qualquer empresa
nos dias atuais, ela tem que obter seu lucro sem se comprometer com seus gastos. A empresa
deve saber que em seu faturamento deve estar embutida a porcentagem de lucro desejado, e
que o mesmo deve cobrir todas as suas despesas obtidas com cada produto vendido. É
importante que se tenha o planejamento ideal para que a empresa possa controlar sua margem
de lucro e despesas, trazendo futuramente resultados totalmente satisfatórios.
Com a concorrência cada vez mais acirrada é preciso que as empresas se
dediquem a conquistar o mercado. Mais a maioria das empresas ainda peca ao definir o preço
de venda de seus produtos. Muitas delas não possuem pessoal capacitado, ou até mesmo
algum tipo de instrumento para certo tipo de auxilio nessa área. É necessário que se conheça o
mercado onde atuam e que seja avaliado a fundo todos os custos fixos e variáveis que a
empresa possui, pois a falta de uma analise ideal pode acarretar no bloqueio de crescimento
ou causar grande prejuízo para a empresa.
É através de algumas ferramentas disponibilizadas, como a analise de custos, seus
rateios e a sobreposição em percentual de lucros que a empresa pode fazer uma analise
tentando a minimização de despesas, praticando assim um preço baixo, garantindo sua
permanência no mercado e derrubando a concorrência.
Com cerca de 1200 concorrentes na cidade, é no preço de venda que as malharias
ganham os clientes, mas a verdade é que com tantos concorrentes o preço de venda acaba não
sendo formado pelos seus devidos custos e sim por fatores que o mercado influencia.
Portanto, se não haver a ideal formação de preço a malha poderá ser vendida por um preço
muito baixo, sendo competitivo mas não lucrativo, obtendo certo prejuízo somente percebido
em longo prazo. Se o preço for muito alto a empresa terá lucro, mas ao mesmo tempo, pode
perder oportunidades d vender mais e de ganhar a concorrência.
Para que a empresa tenha uma ideal formação de preço e assim possa estar
próxima a concorrência, é necessário que seja estudado muito bem os custos da empresa,
procurando entende-los para que se consiga obter um preço de venda ideal. Mas não basta
identificar o ideal preço para a venda se este estiver acima dos preços de seus concorrentes,
9
muitas vezes pode ser necessário que primeiramente se reduza os custos para depois projetar o
melhor preço de venda.
Assim sendo, o presente trabalho analisou o seguinte problema de pesquisa: Quais
as ações necessárias para se obter a formação do preço de venda de blusas de inverno na
malharia analisada?
E teve por objetivo a analise de custos para formação de preço de venda dentro da
empresa, visando assim uma maior lucratividade e maior competitividade no mercado atual.
1.1 – Empresa Analisada
No ano de 1994 o agricultor decide juntamente com sua esposa investir todo lucro
que tiveram com a venda de café do ano, em sua primeira maquina retilínea. A cada ano que
passava, com o pouco lucro que obtinha, ele investia em sua pequena malharia, que ate então
ficava na garagem de sua casa, num sitio, localizado a 18 km da cidade.
Ao longo dos anos eles passaram a ensinar e incentivar seus filhos, a trabalharem
com a mesma dedicação que ambos tinham na fabricação das poucas malhas produzidas.
Depois de 10 anos, decidiram se mudar para a cidade, decorrido da grande
dificuldade que enfrentavam devido a distancia. A mudança foi totalmente favorável, eles
adquiriram novos clientes, fazendo com que as vendas subissem. Foi então que decidiram
aumentar a quantidade de maquinas retilínea e assim consequentemente a produção.
Hoje a empresa conta com uma equipe de 5 colaboradores. Ela possui modelos
exclusivos e de alta qualidade, oferecendo a quem veste total conforto. Com bom
atendimento, a empresa vende no atacado e varejo servindo à todas as regiões do Brasil: sul,
sudeste, norte, nordeste e centro-oeste, por encomenda e também a pronta entrega.
Contudo, os proprietários se orgulham pela grande conquista, pois tudo isso foi
fruto de muita honestidade, dedicação e trabalho.
10
2 – REFERENCIAL TEÓRICO
A seguir serão apresentados os conceitos e teorias dos autores utilizados no
desenvolvimento desse trabalho.
2.1 - Administração financeira
Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2002) a administração financeira deve se
preocupar com três detalhes. Orçamento de capital que planeja e administra em longo prazo
os investimentos da empresa, estrutura de capital que combina o capital da empresa com o
capital adquirido de terceiros em financiamentos ou empréstimos, e capital de giro que podem
ser distinguidos em estoques e pagamento de fornecedores, ou seja, ativos e passivos da
empresa. O conhecimento desses detalhes é necessário, pois é a partir da base concreta que se
avalia a decisões financeiras a serem tomadas.
Para Braga (1995), o objetivo da administração financeira é fazer com que dentro
do menor tempo possível seja obtido o maior lucro possível. Sua meta é expandir a riqueza
dos acionistas, e isso é algo além de uma simples maximização de lucro. Ela envolve alguns
aspectos como, a perspectiva de retorno a um prazo longo, valorização do dinheiro ao longo
do tempo, regressão do capital próprio, riscos e dividendos.
Todos esses aspectos para a maximização da riqueza dos acionistas englobam a
realização de investimentos que a empresa deve ter: Em tecnologia e novos produtos trazendo
maior rentabilidade em longo prazo; Projetos de investimento, estes visam aumentar ou ao
menos manter o valor de mercado da empresa considerando o valor de dinheiro no tempo; O
acionista espera a remuneração de seu capital investido através da valorização de suas ações
ou de dividendos; O risco corrido deve ter a mesma proporção de retorno; e por fim
independentemente da variação de lucro todo acionista deve receber regularmente dividendos.
Diz Tófoli (2008), que esta área é a responsável por cuidar dos recursos
financeiros de uma empresa e assim fazer com que os mesmos aumentem. Embora seja na
grande empresa que a formação acadêmica aparece, a administração financeira atinge e se faz
necessária também nas pequenas e medias empresas. Mas apesar da diferença de cada
empresa o fator mais importante para a administração financeira é o objetivo de fazer com que
todos os recursos da empresa se maximizem.
11
Segundo Nunes (2012), a administração financeira ou gestão financeira é uma
área existente em toda empresa devido sua funcionalidade, e cabe ao profissional desta área
tomar a melhores decisões relacionadas à atividade financeira da organização. Assim esta área
deve garantir estabilidade da empresa sem coloca-la em risco a curto e em longo prazo. Deve
assegurar que capitais investidos deem maior rentabilidade a empresa e por fim deve fazer
com que as operações da empresa fiquem estáveis garantindo a duração do capital financeiro
da organização.
2.2 - Mercado
Para Las Casas (1998), as condições de mercado é que determina a escolha dos
canais para distribuição de seu produto. Um mercado concentrado define exatamente uma
estratégia de vendas, o consumidor sabe exatamente onde encontrar o que procura. Porem se o
mercado estiver espalhado será uma estratégia de atingir vários canais distribuindo seu
produto por diversas áreas. Um exemplo citado é a venda de analgésicos que antes só eram
encontrados em drogarias e farmácias e hoje são encontrados em diversos tipos de comércios.
Diz Nunes (2008), que a palavra mercado significa uma grande agrupação de
consumidores potenciais de serviço ou produto oferecidos por certa empresa. Em outros
contextos pode se referir a um grande numero consumidores específicos de determinado setor
de uma atividade ou grande numero de concorrentes.
Segundo Besanko et al (2004), as empresas fabricam produtos muito parecidos
assim com a grande concorrência quem ganha o mercado é quem tem o melhor preço. Mais a
empresa deve e ter cuidado e tomar por base o preço de mercado, pois se ela não segue este
dado e eleva muito seu preço, pode não vender nenhuma mercadoria e se baixar muito pode
sacrificar sua receita sem necessidade. Para que o mercado esteja em equilíbrio, o preço de
mercado tem de estar tão nivelado a ponto de toda produção ser requerida pela demanda.
2.3 – Preço de venda
Para IBRACON (1995), para se formar o preço tem que se avaliar todo e qualquer
tipo de custo numa base a valor presente. Tem-se que definir uma margem esperada de
lucratividade para cada produto considerando as vendas e o mercado. Deve-se levar em conta
também a inflação, pois mesmo que retratando todos os custos não há acordo entre o ganho
em moeda e a medida de execução de ganho em percentual sobre vendas.
12
Leone (1972), diz que o administrador tem que tomar uma das decisões mais
importantes que é determinar o preço de venda de um produto dentro da empresa, onde no
mercado competitivo quem estabelece isso é a lei da oferta e da procura.
Supondo que o custo seja determinante para se formar um preço é necessário
avaliar alguns critérios: Custos por absorção onde o preço de venda deve levar em conta o
custo da produção, da administração, de vendas e o lucro; Custo por transformação é quando
o valor a ser adicionado como lucro é sob a transformação de matéria prima em produto
acabado; Custo marginal é apropriado ao produto somente os custos variáveis que variam
conforme a produção ou a venda; Retribuição do investimento alguns produtos podem exigir
uma soma de recursos maior em investimento este então requer um preço de venda maior.
Bernardi (1996), diz que com a acirrada competição de mercado nacional e
internacional o preço de venda é vital para a competitividade e para que a empresa possa
sobreviver no mercado, uma vez que no mercado aberto o preço é um regulador entre a oferta
e a procura. Portanto qualquer tipo de método usado para formação de preço baseados em
custos e despesas da empresa devem ser cuidadosamente avaliados. O mercado atual esta cada
vez exigente e buscando mais economia, qualidade e preço justo, e somente quem oferece
vantagem ao consumidor ganhará a concorrência.
Para Leão (2008), a formação do preço de venda é composta pela soma de quatro
itens: custos, lucro, impostos e comissões. Os custos são compostos pelos gastos obtidos na
fabricação de um produto ou um bem. Lucro é o beneficio que a empresa deseja obter com a
fabricação de produtos ou prestação de serviços. Impostos são pagos obrigatoriamente por
pessoas ou organizações ao governo calculado a base de alíquotas. E comissões são
recompensas pagas financeiramente ou não, oferecida as pessoas por se cumprir metas.
Segundo Costa (2012), o preço de venda é o custo total do produto mais a margem
de lucro desejada pela empresa. E da mesma forma que pode mudar o custo total de acordo
com cada produto, o preço de venda também se altera de acordo com o tipo da venda.
Basicamente há quatro tipos diferentes de vendas: venda à prazo, venda à vista, venda no
varejo e venda no atacado. Cada uma é decidida de acordo com o cliente e o preço de venda
deve se adequar a cada uma delas conforme a condição da compra
2.4 – Custos
13
Para Leone (2000), quando uma despesa referir-se aos diversos produtos da
empresa ela passa a ser nomeada de Custo ou custo de Produção, estes possui vasta extensão,
mas felizmente eles aparecem juntos para maior compreensão. Quando a expressão custo é
usada logo ela se classifica de acordo com o objeto custeado, como indireto, direto, variável,
fixo, primário, de conversão, controlável etc.
A palavra custo pode ser definida como gasto na linguagem comercial ou técnica.
Na área de contabilidade o custo refere-se a qualquer tipo de gasto seja bem ou serviço usado
na fabricação ou execução de outros bens ou serviços. Pode se citar o exemplo de que todo
gasto com matéria prima para produção de algo é classificado como custo e estes por sua vez
classificados em diretos, indiretos, fixos e variáveis. (IBRACON, 1995)
Segundo Lawrence (1970), existe um processo da contabilidade de custos que é a
classificação e reclassificação de todos eles em diversas categorias e com finalidades muito
vantajosas. Eles são classificados em varias as formas e estágios, e é possível a mesma
importância em diferentes classificações. Estas classificações e sua compreensão tem devida
importância para a contabilidade de custos. E esta contabilidade possui algumas
classificações: elementos de custos, custos diretos e indiretos, custos departamentais, custos
unitários, custos divisionais.
14
Figura 1: Divisão de alguns custos
Fonte: Lawrence (1970, p. 719)
Leone (1972), diz os custos tem de ser organizados para que se atenda a diferentes
finalidades, como controlar operações, determinação do lucro, entre outros. Os orçamentos e
gastos só serão efetivos se apenas uma pessoa for responsável pelo controle dos custos. Então
para adotar um sistema de custeamento pela responsabilidade os custos se classificam de
modo diferente, em primários e secundários, que podem ser chamados de custos funcionais.
Os primários são chamados de custos departamentais, a empresa é dividida em
vários setores cada um com um responsável assim cada chefe supervisiona em seu setor o
desempenho e os gastos da sua sessão. Os secundários são custos naturais como aluguel,
energia, depreciação e outros, que se reunidos com os componentes da organização se terá
disponível a classificação essencial para controle.
Para Marques (2010), o conhecimento sobre custos é de extrema importância para
que as melhores decisões empresariais sejam tomadas e para que a rentabilidade da empresa
seja elevada ao nível mais alto. A carência de qualquer tipo de informação sobre custos
15
ameaça totalmente a estabilidade financeira da empresa. Mas este risco também pode ocorrer
quando se tem as devidas informações e não se sabe analisa-las e nem tomar as decisões
corretas. Assim para se tomar qualquer decisão a respeito de preço de venda, produtos e
redução de gastos é necessário que se tenha um ótimo controle dos custos da empresa,
permitindo a analise correta para qualquer atividade.
2.5 - Custos diretos
Lawrence (1970), diz que esses custos estão relacionados ao produto, são ligados
a sua produção. Para estes custos pode-se citar alguns elementos como: mão de obra direta,
este custo esta ligado a qualquer tipo de trabalho que possa mudar a natureza ou a forma que
entra no produto o mudando sua aparência; despesas diretas que podem ser algum tipo de
ferramenta especifica usada especialmente na fabricação de um produto; e matéria prima que
é todo componente ou material que entra dentro do produto e assim passa a fazer parte dele.
Segundo Martins (1987), são aqueles custos que estão diretamente ligados ao
produto feito, como a matéria prima e embalagens. Neste tipo de custo é possível identificar
claramente o quanto de cada matéria foi consumido para finalização do produto.
Para Leone (2000), quando se pretende definir o custo ou os processos de
fabricação dos produtos como matéria prima e mão de obra logo, aceitou a existência o custo
direto, mas quando estes são relevantes e podem ser identificados facilmente.
São custos apropriados ao produto já concluído, são custos objetivos de fácil
identificação de seu uso, não há duvidas se pertence a esta ou aquela produção. Este custo é
introduzido ao produto ao produto sem que haja realização de rateios. Pode-se citar como
exemplos a matéria prima, energia elétrica, mão de obra direta entre outros. (IBRACON,
1995)
Diz Bernardi (1996), que os custos diretos são imputados por medições objetivas,
controladas individualmente de forma direta por sua natureza e suas características próprias.
Neste custo pode-se encontrar a maioria dos materiais usados para produzir um determinado
produto, assim como a mão de obra direta realizada na produção, aquele que exerce o
processo de transformar a matéria prima em produto acabado.
2.6 - Custos indiretos
16
Para Martins (1987), estes custos não estão diretamente ligados ao produto, como
o aluguel do prédio, neste custo não é possível fazer a divisão do valor que pertence a cada
produto. Estes têm de ser alocados ao produto final por meios de base de rateio, esquemas,
etc.
São os outros custos que complementam uma atividade, incorridos de forma
indireta ou geral, beneficiando dessa maneira todos os bens ou serviços
produzidos ou prestados. Exemplos de insumos que são necessários para
obtenção do produto final, porem não mantem qualquer relação direta:
supervisão geral da fabrica; limpeza; segurança; depreciação; óleos
lubrificantes; energia elétrica; agua; e peças de reposição de equipamentos.
(SANTOS, 1991, p. 22.)
São custos que para serem alocados ao produto têm que ser identificados através
de rateios, pois são incluídos dentro do processo de produção e não conseguimos identificar
claramente e com segurança ao qual produto se refere. Dentre vários exemplos podemos citar
a mão de obra da supervisão da fabrica, segurança e peças de manutenção. (IBRACON, 1995)
Lawrence (1970), os custos indiretos são custos de origem genérica e de difícil
identificação, mas sem este custo não poderia se manufaturar o produto. Este custo tem três
classificações: matéria prima indireta que é considerada todo material não ligado diretamente
ao produto; mão de obra indireta que são pessoas que não estão ligadas diretamente à
produção do produto; e por fim outros custos indiretos que são todos os custos não incorridos
para a fabricação dos produtos, mas de extrema importância para o funcionamento da
empresa.
Segundo Leone (2000), este custo é necessário e relevante, mas não é fácil de ser
identificado, ele constitui o consumo de fatores da produção e não estão ligados diretamente
ao produto.
2.7 – Custos variáveis
Para Santos (1987 e 1991), está totalmente ligado ao volume da venda ou da
produção, ou seja, quanto maior for o volume de produção, ou a quantidade de produto
vendida, maiores serão os custos variáveis totais.
Tófoli (2008), diz que estes custos são ligados diretamente com as vendas, se as
vendas aumentam elas crescem e se caem elas diminuem. Os custos ligados a salários fixos,
não são considerados variáveis, pois são pagos mensalmente e não podem ser deixados de
17
pagar mesmo com a queda ou aumento da produção ou da venda. Entre os custos mais
comuns pode-se citar frete, embalagens, matéria-prima, comissões pagas a vendedores
tributos incidentes etc, e mais todo e qualquer material ou peça utilizada na realização de
prestações de serviços.
Segundo Martins (1987) e Ibracon (1995), este custo tem seu valor determinado
em função de uma oscilação, o valor consumido mensalmente com materiais diretos depende
do volume de produção, se há mais fabricação maior seu consumo.
Leone (2000), diz que este custo pode ser evitado, ele só aparece se houver
atividade realizada. No entanto pode ser administrada, pois é relativo ao nível da atividade,
quanto maior ela for maior será seu custo total.
São custos variáveis aqueles que variam de acordo com vendas e a produção, e
assim proporcionalmente aumentam ou diminuem o valor total. Pode-se dar exemplos desse
custo nas empresas de indústria a comissão de vendas, matéria prima, embalagens, fretes,
energia, impostos e contribuições em cima de seu faturamento dentre outros. Nas empresas
comercias têm-se o custo das mercadorias vendidas dentre alguns destes citados a pouco.
(BRAGA, 1995)
2.8 – Custos fixos
Para Santos (1987), são independentes da quantidade produzida ou vendida. No
entanto, quanto mais se produzir ou vender o produto, menor será o custo fixo por unidade.
Segundo Martins (1987) e Ibracon (1995), estes custos não são sempre do mesmo
valor, eles sofrem alterações, como no caso do aluguel, pode-se crescer o valor gasto com a
adição de mais um imóvel. Mesmo com a modificação do valor de custo, estes continua sendo
fixo, pois seu montante é independente do volume de produção.
Dentro de um devido período de tempo e extensão de atividades chamadas de
intervalo relevante, os custos não são alterados totalmente, mais se revertem ficando menor de
acordo com o aumento das unidades produzidas. (SANTOS, 1991)
Leone (2000), diz que são custos com características irreversíveis, são frequentes
e relevantes quanto ao volume de produto produzido, pois a maior produção faz com que na
divisão por unidades este custo diminua.
18
Braga (1995), diz que dentro de certo tempo não superior a meses, esses custos
são constantes, eles não dependem da variação de produção ou de vendas. Pode-se citar
exemplos como alugueis, materiais para escritório, despesas financeiras salários e encargos
sociais dos supervisores e de funcionários do setor industrial entre outros. E a mão de obra
que muitos consideram como custo variável, pode ser considerado como um custo fixo,
especialmente a curtíssimo prazo.
2.9 - Margem de contribuição
Para Santos (1987), pode ser definida pela diferença entre o preço de venda do
produto e o custo unitário variável. Assim, a análise dos lucros da empresa é definida em cima
da Margem de Contribuição adquirida por cada produto, onde somados, forma-se o lucro total
da empresa.
A análise lucrativa da empresa nada mais é, do que o quanto cada produto
contribui em sua Margem para a absorção dos custos fixos e obtenção do lucro total da
empresa, e o que resulta isso é a diferença entre o preço de venda liquido e o custo unitário
variável. (SANTOS, 1991)
A margem de contribuição é uma ferramenta fundamental para auxiliar nas
decisões empresariais, para uma gestão de resultados, seja para rentabilidade
dos produtos, para unidades de negócios, divisões, áreas de responsabilidade
ou como resultado dos negócios da empresa.
Para sua aplicação é necessário separar os custos da empresa em custos fixos
e custos variáveis. Facilita nas decisões sobre qual produto deve-se
incrementar a produção, sobre qual deve ser descontinuada a produção,
sobre alteração do mix de produção ou venda, incorporação de novos
produtos, produzir (vender) ou não para pedidos especiais, dentre outros.
(TÓFOLI, 2008, p. 117)
Segundo Martins (1987), é o valor que sobra para a empresa em cada unidade do
produto, tirando o seu custo de sua receita. No entanto pode ser por ele conceituado como a
diferença entre receita e o custo variável de cada produto.
Braga (1995), afirma que tem dois casos de margem de contribuição, total e
unitária. A margem total é a parcela do que restaram das receitas de vendas depois de
retirados os custos variáveis totais, e ainda reduzindo os custos fixos encontramos o lucro
operacional que pode ser reconhecido como LAJI ou LAJIR, que são o lucro antes do imposto
de renda e dos juros. A margem unitária nada mais é do que a diferença entre o custo variável
19
unitário e o preço de venda. Mas ambas são muito importantes para que se possa analisar os
efeitos de alavancagem e o ponto de equilíbrio.
20
3 – METODOLOGIA
Para o desenvolvimento do presente estudo, utilizou da Pesquisa exploratória, que
de acordo com Oliveira (2004, p.135), “Ênfase dada à descoberta de praticas ou diretrizes
que precisam modificar-se e na elaboração de alternativas que possam ser substituídas”.
3.1- Procedimentos metodológicos
Dentro do quadro de fabricação da empresa, sabe-se que cada produto fabricado
possui diferentes pesos, gastos e tempo de produção. E cada um destes produtos possui dois
diferentes centros de trabalhos produtivos, tecer e acabar.
Dentro da estrutura de produto, identificou-se como custos diretos: matéria
prima, embalagens, costuras, botões e passadoria, custos estes ligados diretamente ao
produto. Para descobrir o valor gasto com a matéria prima, multiplicou-se o peso bruto dado
em gramas pelo preço pago pela matéria prima. Conforme mostra tabela 1.
MATÉRIA-PRIMA (FIO DE LÃ ACRÍLICA)
PREÇO POR KILO
R$
22,00
PRODUTOS
PESO POR
PEÇA / GRAMAS
CASACO JACAR
CASACO LONGO C/ BOLSO
CASACO SENHORA C/ BOLSO
CASACO SENHORA SIMPLES
BOLERO
MAX PULL COM BOTÕES
CACHARREL CANELADA
0,350
0,400
0,400
0,350
0,270
0,430
0,210
MATÉRIA
PRIMA
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
7,70
8,80
8,80
7,70
5,94
9,46
4,62
Tabela 1: Cálculo de matéria prima
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
Para o custo de embalagens, foi identificado o tipo de saco plástico utilizado, e
embora haja tamanhos diferentes, o custo pago para cada um deles é mesmo. Para o custo de
costura usou-se o preço pago pela mão de obra indireta para costurar e puxar as pontas de
cada peça. Pode-se perceber que em cada peça é cobrado um valor diferente que é definido
de acordo com o tamanho, se médio ou grande, e também quanto aos detalhes da costura de
cada peça de tricô. Assim pode ser analisado que os dois modelos de casacos que possuem
bolso são os que possuem maior grau de dificuldade para serem costurados, assim tendo que
ser pago um valor maior. Segundo tabela 2.
21
Para descobrir o valor gasto com botões, identificou-se o preço pago em cada
modelo de botão e este fora multiplicado pela quantidade usada por blusa, chegando a um
valor individual para cada peça. O valor pago pela mão de obra desses botões é um só, o que
causa a diferenciação de valores é a quantidade de botão que cada blusa possui. Conforme
colunas 6 e 7 da tabela 2.
No custo de passadoria os dois modelos de casaco com bolso são passados em
mesa à vapor, resultando num custo maior devido às partes serem separadas e passadas pano
à pano, já o casaco de senhora simples é passado em mesa de rolo, os panos são passados
sem separar as partes, o que faz com que faz com que o processo seja mais rápido, dai então
seu custo ser menor. Já os modelos de blusa que não possuem custo, não são passadas. E
assim somando o valor da matéria prima que já fora calculada na tabela 1, mais todos custos
ditos anteriormente se obtiveram os custos diretos para cada produto. Conforme tabela 2.
RATEIO DIRETO
PRODUTOS
CASACO JACAR
CASACO LONGO C/ BOLSO
CASACO SENHORA C/ BOLSO
CASACO SENHORA SIMPLES
BOLERO
MAX PULL COM BOTÕES
CACHARREL CANELADA
MATÉRIA
PRIMA
EMBALAGENS COSTURA
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
7,70
8,80
8,80
7,70
5,94
9,46
4,62
0,05
0,05
0,05
0,05
0,05
0,05
0,05
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
0,60
1,10
1,10
0,60
0,50
0,80
0,60
BOTÕES
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
0,70
0,44
0,80
0,80
0,60
0,36
-
MAO DE OBRA
PREGAR BOTOES
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
0,35
0,14
0,35
0,35
0,21
0,14
-
TOTAL
DIRETO
PASSADEIRA
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
0,66
0,66
0,32
-
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
9,40
11,19
11,76
9,82
7,30
10,81
5,27
Tabela 2: Cálculo do rateio direto por unidade produzida
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
Constataram-se como custos indiretos mensais na área administrativa: gastos
com pessoal, pró labore e FGTS, e também os demais gastos gerais, água, aluguel,
combustível, contabilidade, energia elétrica, IPTU, manutenção de equipamentos e telefone.
Para estes custos foram definidos critérios, estes numerados de 1 a 4 para realizar
um rateio. Esses rateios foram distribuídos em percentual para os dois tipos de centros de
trabalho conceituados em tecer e acabar. Estes são divididos de 1 a 4, sendo critério 1 para
numero de mão de obra, onde o percentual é dividido por numero de funcionários em cada
centro. Critério 2 para energia elétrica, onde o percentual é para qual centro se gasta mais
energia. Critério 3 para manutenção de maquinas, posto em questão ordem de serviços por
centro. E critério 4, por área, que são onde a área trabalhada é maior. Conforme tabela 3.
22
CRITÉRIOS DE RATEIO
Nº
1
2
3
4
DEFINIÇÃO
Nº DE MÃO-DE-OBRA
ENERGIA ELÉTRICA
MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS
POR ÁREA
TECER
20%
75%
90%
40%
ACABAR
80%
25%
10%
60%
Tabela 3: Distribuição percentual para os centros de trabalho
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
Foi analisada cada despesa, e então discriminado um tipo de critério para cada
uma. Através da função de procura, calculou-se o percentual que fora definido em critérios de
rateio anexados na tabela 3, para cada despesa mensal, resultando num valor para cada centro
de trabalho, totalizando assim um valor total para cada setor, podendo-se então saber qual
deles possui maior despesa. Conforme o calculo na tabela 4.
DESCRIÇÃO DESPESA
ÁGUA
ALUGUEL
COMBUSTÍVEL
CONTABILIDADE
ENERGIA ELÉTRICA
IPTU
MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS
PRÓ-LABORE
TELEFONE
TOTAL POR SETOR
VALOR
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
65,00
800,00
200,00
720,00
650,00
650,00
70,00
2.253,00
90,00
5.498,00
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
RATEIO
TECER
ACABAR
13,00 R$
52,00
600,00 R$
200,00
80,00 R$
120,00
288,00 R$
432,00
585,00 R$
65,00
260,00 R$
390,00
63,00 R$
7,00
901,20 R$
1.351,80
36,00 R$
54,00
2.826,20 R$
2.671,80
CRITÉRIO Nº
1
2
4
4
3
4
3
4
4
Tabela 4: Distribuição de critérios para os centros de trabalho a partir das despesas
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
Sabendo quantas peças de cada produto são produzidas mensalmente, calculouse o tempo gasto para produção em cada centro, este tempo foi multiplicado com a produção,
resultando num tempo de passagem para cada produto. Logo se calculou um total de tempo
de todos os produtos para cada centro. Dividiu-se o tempo gasto por produto pelo total de
tempo do centro, assim obteve-se o percentual de tempo gasto por produto em cada centro.
Conforme tabela 5.
23
TEMPO DE PRODUÇÃO/UNID
CASACO JACAR
CASACO LONGO COM BOLSO
CASACO SENHORA C/ BOLSO
CASACO SENHORA SIMPLES
BOLERO
MAX PULL COM BOTÕES
CACHARREL CANELADA
TEMPO / MINUTOS
QUANTIDADE TEMPO DE PASSAGEM % POR PRODUTO
TECER ACABAR TOTAL PRODUZIDA/MÊS TECER ACABAR TECER ACABAR
30
6
36
700
21000
4200
8%
11%
45
9
54
800
36000
7200
14%
18%
60
9
69
850
51000
7650
20%
19%
45
8
53
700
31500
5600
12%
14%
37
6
43
700
25900
4200
10%
11%
42
7
49
700
29400
4900
12%
12%
48
5
53
1500
72000
7500
27%
19%
41250
TOTAL MENSAL 266800
Tabela 5: Percentual unitário por centro de trabalho
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
Para se fazer o rateio indireto por centro, multiplicou-se o percentual individual
de tempo de cada produto, anexado na tabela 5, pelo total gasto com cada setor no rateio das
despesas, calculados na tabela 4, então somou-se os dois centros e logo este resultado foi
dividido pela quantidade produzida mensal, anexada à tabela 5, assim obteve-se o valor
indireto unitário. Calculados na tabela 6.
PRODUTOS
CASACO JACAR
CASACO LONGO COM BOLSO
CASACO SENHORA C/ BOLSO
CASACO SENHORA SIMPLES
BOLERO
MAX PULLCOM BOTÕES
CACHARREL CANELADA
RATEIO INDIRETO
TECER
ACABAR
R$
226,10 R$ 293,90
R$
395,67 R$ 480,92
R$
565,24 R$ 507,64
R$
339,14 R$ 374,05
R$
282,62 R$ 293,90
R$
339,14 R$ 320,62
R$
763,07 R$ 507,64
TOTAL UNIDADES
TOTAL
INDIRETO INDIRETOS DIRETOS
R$
519,99 R$
0,74 R$
9,40
R$
876,59 R$
1,10 R$ 11,19
R$ 1.072,88 R$
1,26 R$ 11,76
R$
713,20 R$
1,02 R$
9,82
R$
576,52 R$
0,82 R$
7,30
R$
659,76 R$
0,94 R$ 10,81
R$ 1.270,72 R$
0,85 R$
5,27
TOTAL POR
UNIDADE
R$
10,14
R$
12,29
R$
13,02
R$
10,84
R$
8,12
R$
11,75
R$
6,12
Tabela 6: Rateio para calcular valor unitário total
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
Para se formar o preço de custo total por unidade de produto, calculado na tabela
6, somou-se os valores dos custos diretos com os custos indiretos de cada produto. E então,
para que seja calculada a margem de contribuição, subtrai-se o custo total unitário do preço
de venda utilizado pela malharia analisada, logo o resultado é dividido pelo preço de venda.
Tabela 7.
24
CUSTO TOTAL
UNITÁRIO
R$
10,14
CASACO JACAR
12,29
CASACO LONGO COM BOLSO R$
13,02
CASACO SENHORA C/ BOLSO R$
R$
10,84
CASACO SENHORA SIMPLES
R$
8,12
BOLERO
R$
11,75
MAX PULL COM BOTÕES
R$
6,12
CACHARREL CANELADA
PRODUTOS
PREÇO DE
VENDA
R$
25,00
R$
26,00
R$
26,00
R$
20,00
R$
15,00
R$
22,00
R$
7,50
MARGEM DE
CONTRIBUIÇÃO
59%
53%
50%
46%
46%
47%
18%
Tabela 7: Cálculo da Margem de Contribuição para cada produto
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
Para que fosse feito todos esses rateios de custos possuídos na empresa, utilizouse o Excel, ferramenta esta muito utilizada para realizações de cálculos devidas suas
importantes funções. E para que se pudesse avaliar a diferença de valores sobre as vendas, se
a margem de lucro for reajustada, fez-se uma projeção de venda. Utilizou-se de dados
recolhidos na empresa como a quantidade de mercadorias vendidas no período de 02/2012 a
07/2012, realizando assim uma projeção de vendas para o mesmo período de 2013.
25
4 - RESULTADOS E ANÁLISES
Dentro da empresa analisada quem define o preço de venda é o proprietário, ele dá
ao produto o preço que julga ser o correto, sem analisar os diversos tipos de custos e despesas
que a empresa possui. Isso torna o preço de venda deficiente, pois não se consegue ao menos
saber qual a real margem de lucro que a empresa obtém sobre cada peça de blusa vendida. O
calculo é feito somente com o gasto da matéria prima mais o valor pago pela mão de obra
indireta paga pelas costuras, então o proprietário em cima deste valor põe uma margem de
100% para seu lucro. A tabela abaixo mostra o ganho em percentual que a empresa possui
com as vendas no preço atual.
Tabela 8: Cálculo do lucro em percentual em cima do preço de venda ideal
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
Após analisado a diferença entre o preço de custo unitário e o preço de venda
atual tem a diferença do que sobra entre eles, e esta fora calculada em percentual. Pode-se
analisar uma grande discrepância na margem de lucro. Isso ocorre devido aos preços atuais
não estarem calculados corretamente. Cada produto possui tamanhos, gastos, e tempo para
fabricação diferente, então foi fazendo rateios mostrados anteriormente que se chegou ao real
preço de custo unitário e então calculando a margem esperada de 100% chegou-se ao preço
ideal por produto. Conforme mostra acima.
Na tabela 8, percebe-se que os três primeiros modelos de casacos são os que dão
maior rentabilidade para a empresa, o lucro é igual ou ultrapassa dos 100%. O casaco de
senhora simples, o bolero e o max pull também dão um bom lucro pois estão na casa dos 80%,
já a cacharrel tem um retorno baixo e é um produto que o mercado não aceitaria um preço
maior que o praticado, mas neste caso como é um produto de rápida produção e venda
propicia pode-se dizer que o lucro vem na quantidade e não na unidade. A tabela abaixo
mostra a projeção realizada de vendas para o ano de 2013.
26
Tabela 9: Cálculo da lucratividade 2012 e provável lucratividade 2013
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
Na tabela acima se tem a quantidade de peças de tricô vendidas e também seu
valor total de venda da malharia analisada. Para que seja posto em pratica o preço idealizado é
necessário aguardar o próximo ano, pois estes produtos são vendidos apenas na estação de
inverno. Porem nota-se que se o preço for readaptado para a margem que o proprietário deseja
ter de lucro nos dois primeiros produtos ele estará diminuindo o real lucro porem com alta
chance de aumentar as vendas devido à queda de preço. No próximo, o lucro esta equilibrado,
mas nos quatro últimos ele estará aumentando sua margem lucrativa.
Então o que se percebe é que mesmo com toda essa diversidade na mudança de
valores o resultado final poderá ser propicio ao lucro, mas também a empresa não deve deixar
de analisar o mercado, pois é ele que determina a aceitação do produto. Conforme mostra o
gráfico comparativo abaixo.
Assim com o uso das ferramentas ideais, a empresa analisada terá grandes
vantagens sob os concorrentes, ela obterá preços favoráveis de venda, das blusas produzidas.
Preços que focam na necessidade do cliente, tornando-se assim uma empresa competitiva e
com grande sucesso no ramo do vestuário.
27
Figura 2: Gráfico Comparativo ano de 2012 e 2013
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
Conforme demonstra a figura acima, realizou-se uma projeção para o ano de
2013, e se reajustado à margem de lucro aos 100% para todos os produtos, em alguns o valor
total cairá e em outros aumentará. Mas o que se percebe é que avaliando o valor final das
vendas o lucro será maior.
28
4.1 - QUADRO COMPARATIVO
Antes
Formação de preço é manual;
Depois
Se implantada a formação de preço será
informatizada;
Formação de preço errada e sem base em Se usada, a formação de preço será baseada
custos reais;
em custos devidamente importantes e reais;
Se implantada não haverá prejuízo nenhum,
Prejuízos nas vendas são frequentes por não
pois se sabe o custo unitário real de cada
ter um custeio unitário;
peça;
Sabe-se com exatidão os custos totais que a
Não se tinha base de todos os custos que a
empresa possui e também rateados por
empresa obtinha;
unidade;
Dificuldade para dar descontos aos clientes,
Total liberdade para negociação com os
pois não se tem a correta margem atribuída a
clientes, pois se sabe a margem de cada peça;
cada produto
A quantidade vendida é derivada do preço.
Se ajustado os preços dos produtos que estão
com a margem elevada há possibilidade de
amentar as vendas.
Quadro 1: Quadro comparativo do antes e depois da formação de preço
Fonte: Dados de pesquisa elaborados pelo autor
A implantação deste novo método mudaria todo o processo de formação de preço de
venda, que antes era errôneo. Isto trará à empresa a segurança de saber que seu preço está correto
e de acordo com o mercado, e isso só trará benefícios e vantagens competitivas de grande
proporção para a empresa analisada.
29
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
A formação de preço correta é algo que toda a empresa deve ter para que assim
esteja por dentro de sua lucratividade. É necessário saber todos os tipos de custos que a
empresa possui, o quanto cada produto tem de custo e o quanto cada um deles contribui para a
lucratividade da empresa.
Com a grande experiência vivida na empresa pode-se analisar que mesmo sem
perceber a mesma pode estar lucrando com seus produtos, mas isso não justifica deixar de
fazer o devido calculo para formação de seus preços. Se calculados de maneira correta, os
preços podem fazer com que a lucratividade da empresa aumente e a mesma não sofra
grandes prejuízos, que em longo prazo possam ser irreversíveis.
Em todo tempo de estagio na empresa percebeu-se a grande deficiência da
empresa e assim optou-se pelo tema abordado em todo o trabalho. As elaborações deste
trabalho com planilhas dispostas ao empresário irão facilitar para que a empresa possa
progredir no quesito preço de venda.
A grande dificuldade obtida durante toda a elaboração do trabalho foi obter dados
como os custos, a produção mensal de cada produto e a venda anual da empresa, uma vez que
eles não eram contabilizados.
O resultado do trabalho será implantado somente no próximo inverno, visto que a
empresa só possui vendas num período de cinco meses durante a estação de inverno. Mas o
empresário está totalmente certo da implantação da ferramenta, pois já percebeu o quão é
importante o preço correto das peças a serem vendidas.
Todo o objetivo do trabalho foi atingido com sucesso, às necessidades essenciais
obtidas no inicio do trabalho fora completadas com a realização e formação da ferramenta de
formação ideal de preços. A utilização desta ferramenta fará com que a empresa obtenha
maior lucratividade, errando menos ao calcular o preço de venda dos produtos. Mas não se
deve deixar de lado todos os outros produtos produzidos na empresa, pois os mesmos
continuam calculados de forma errônea.
A ferramenta também deverá ser aplicada em todos os demais produtos fabricados
na empresa a partir de sua implantação, mas tendo o devido cuidado de se atualizar dados
30
necessários como o preço da matéria prima e outros. E de acordo com a projeção criada
percebe-se que a empresa poderá competir no mercado atual sem desvantagens, mesmo que
diminuído o preço de venda de alguns produtos o lucro será adequado e ganho da mesma
forma. Dai então a grande importância da ferramenta para a empresa analisada.
31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERNARDI, L. A. Política e Formação de Preços. Uma Abordagem Competitiva, Sistêmica
e Integrada. São Paulo: Atlas SA, 1996, 335 p.
BESANKO, D. et al A economia da estratégia. 3 ed. Porto Alegre: Artmed Editora SA,
2004.
227
p.
Disponível
em:
<http://books.google.com.br/books?id=EGNvyyyuPmQC&pg=PA55&lpg=PA55&dq=pre%C
3%A7o+de+mercado&source=bl&ots=FvbEgTxjG&sig=xynUb1RCpBl4wSVmweIqIkbB1Jw&hl=ptBR&sa=X&ei=BHtrUMHhHqvp0QGlm4FA&ved=0CEgQ6AEwAw#v=onepage&q=pre%C
3%A7o%20de%20mercado&f=false>. Acesso em 02.10.2012.
BRAGA, R. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São Paulo: Atlas SA,
1995, 408 p.
COSTA, F. J. C. L. Introdução à administração de materiais em sistemas informatizados.
[S.l
:
s.n],
2012.
Disponível
em:
<http://books.google.com.br/books?id=4POWlLFn6uUC&printsec=frontcover&hl=ptBR#v=onepage&q&f=false>. Acesso em 02.10.2012.
IBRACON, Instituto Brasileiro de Contadores. Custo como Ferramenta gerencial. São
Paulo: Atlas SA, 1995, 178 p.
LAS CASAS, A. L. Administração de vendas. 4.ed. São Paulo: Atlas SA, 1998, 233 p.
LAWRENCE, W. B. Contabilidade de custos. 3.ed. São Paulo: Ibrasa, 1970, p. 719.
LEÃO, N. S. Formação de preços de serviços e produtos. São Paulo: Nobel, 2008. 192 p.
Disponível
em:
<http://books.google.com.br/books?id=Y2sj2NoXa6UC&pg=PA54&lpg=PA54&dq=pre%C3
%A7o+de+venda&source=bl&ots=g6S7oLJQyq&sig=vmItmKc-8OtU79AmsWkALRkYCQ&hl=ptBR&sa=X&ei=lGZrUNacN8rp0gG89YCwBw&ved=0CDgQ6AEwAg#v=onepage&q=pre%
C3%A7o%20de%20venda&f=false>. Acesso em 02.10.2012.
LEONE, G. S. G. Custos. Um enfoque administrativo. 2. ed. Rio de janeiro: Fundação
Getúlio Vargas, 1972, 574 p.
LEONE, G. S. G. Custos: Planejamento, Implantação e Controle. 3.ed. São Paulo: Atlas SA,
2000, 518 p.
MARQUES, W. L. Formação de preço de vendas para micro e pequena empresa,
utilizando analise de custos e método de tempos e movimentos. Paraná: Gráfica Vera Cruz,
2010.
96
p.
Disponível
em:
32
<http://books.google.com.br/books?id=3gFNEiF3wsMC&printsec=frontcover&dq=Forma%
C3%87%C3%83o+de+Pre%C3%87o+de+Vendas+Para+Micro+E+Pequena+Empresa&sourc
e=bl&ots=dFHiAYso4r&sig=WjeH-SkronGTE7mL0NrdgO8hrZI&hl=ptBR&sa=X&ei=cl1rUNf0LKLC0QGevoGICg&sqi=2&ved=0CDUQ6AEwAA#v=onepage&q
=Forma%C3%87%C3%83o%20de%20Pre%C3%87o%20de%20Vendas%20Para%20Micro
%20E%20Pequena%20Empresa&f=false>. Acesso em 02.10.2012.
MARTINS, E. Contabilidade de custos. 3.ed. São Paulo: Atlas SA, 1987, 357 p.
NUNES, P. Ciências econômicas e empresariais. [S.l : s.n], 2008.
Disponível em:
<http://www.knoow.net/cienceconempr/gestao/mercado.htm>. Acesso em 30.09.2012.
NUNES, P. Ciências econômicas e empresariais. [S.l : s.n], 2012. Disponível em:
<http://www.knoow.net/cienceconempr/gestao/gestaofinanceira.htm>. Acesso em 30.09.2012.
OLIVEIRA, S.L. Tratado de Metodologia Científica: projetos de pesquisas, TGI, TCC,
monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. p. 135.
ROSS, S. A. WESTERFIELD, R. W. e JORDAN, B. D. Princípios de Administração
Financeira. 2.ed. São Paulo: Atlas SA, 2002, 525 p.
SANTOS, J. J. Análise de custos: Um enfoque gerencial. 5.ed. São Paulo: Atlas SA, 1987,
196 p.
SANTOS, J. J. Formação de preços e do lucro. 3.ed. São Paulo: Atlas SA, 1991, p. 22.
TÓFOLI, I. Administração financeira empresarial. Uma trativa pratica. Lins: Unisalesiano,
2008, p. 117.
33
ANEXOS
Download