REVISTA DO Hospital Moinhos de Vento www.hospitalmoinhos.org.br Plano de Expansão Até 2014, o Hospital Moinhos de Vento passará por uma ampliação em sua estrutura física, aumentando, desta forma, a capacidade de cumprir com a sua missão, que é a de cuidar de vidas. 153 SUMÁRIO MATÉRIA DE CAPA Hospital apresenta Plano de Expansão ASSISTÊNCIA Nova Endoscopia e diferenciais da Oncologia 20 09 14 22 HISTÓRIA DICAS DE SAÚDE PARA O PACIENTE Evolução das Unidades de Internação Prevenção do câncer de intestino Institucionais Assistência Tecnologia Matéria de Capa Perfil 05 09 12 14 18 20 22 24 29 33 Dicas de Saúde para o Paciente História Assistência Social Educação e Pesquisa Artigo EDITORIAL expediente Estímulo ao crescimento e à humanização C om satisfação, entregamos a vocês mais um exemplar da revista do Hospital Moinhos de Vento. A publicação foi totalmente reformulada, trazendo um layout mais mo- derno e reportagens que buscam traduzir a valorização do nosso corpo clínico, dos nossos colaboradores e de nossos processos médico-assistenciais, acompanhando o momento de evolução desta casa. Mesmo preservando os valores conhecidos desde a sua inauguração, o Hospital Moinhos de Vento zela pela contínua renovação, pelo desenvolvimento e pela inovação. Todos os dias, centenas de pessoas são beneficiadas com uma assistência multiprofissional de qualidade e, principalmente, humana. Um dos grandes desafios é fomentar o crescimento de nossa Instituição para atender às demandas, promovendo, de forma contínua, o desenvolvimento de nossas equipes. REVISTA DO Hospital Moinhos de Vento Hospital Moinhos de Vento Rua Ramiro Barcelos, 910 Cep: 90035001 Porto Alegre/RS Fone: |51| 3314.3434 www.hospitalmoinhos.org.br Conselho de Administração José Adroaldo Oppermann Presidente do Conselho André Meyer da Silva Thomas Bier Herrmann Werner Siegmann Conselheiros Associados Arno Ary Schwuchow Cleber Dario Pinto Kruel Clovis Roberto Francesconi Eduardo Bier de Araújo Correa Fernando A J Renner Frederico Glitz Jorge Luiz Logemann José Augusto Kliemann William Ling Ricardo Vontobel Telmo Bonamigo Superintendência Fernando Andreatta Torelly Superintendente Executivo Dr. João Polanczyk Superintendente de Relações Institucionais Nilton Brandão da Silva Superintendente Médico Desde que assumi a função de Superintendente Executivo Mohamed Parrini Superintendente Financeiro tenho a missão de dar continuidade à qualificada gestão da Ins- Vania Rohsig Superintendente Assistencial tituição. O reconhecimento de que possuímos padrões cada vez maiores de excelência nos remete, igualmente, à meta de assumir um papel transformador e gerador de mudanças. Cada vez mais nossa atuação está alinhada às políticas públicas de saúde e à assistência social, o que faz da Instituição um agente transformador no desenvolvimento da sociedade, tornando-a mais justa, solidária e autosustentável. A certeza de que estamos no caminho certo nos impulsiona a aprofundar o conhecimento, buscar novas tecnologias e, especialmente, investir em nossa equipe, crescendo, também, nas respostas às necessidades de nosso tempo. Fernando Andreatta Torelly Superintendente Executivo Diretor Executivo Dr. Luciano Hammes Coordenação Shirlei Raquel Manteufel Produção e Execução Informare Comunicação Empresarial Projeto Gráfico e Diagramação Violeta Lima Jornalista Responsável Fernanda Doering – MTB 11197 Fotografias Arquivo do Hospital Moinhos de Vento indicefoto.com Bonh Fotografias Meneguetti Fotografias Revisão Greice Zenker Peixoto INSTITUCIONAIS Toma posse o novo Superintendente Executivo do Hospital N o dia 26 de abril, aconteceu a posse de Fernando Em seguida, o novo Superintendente Executivo, Andreatta Torelly como novo Superintendente Torelly, iniciou seu discurso agradecendo a todos os pre- Executivo do Hospital Moinhos de Vento, suce- sentes: “Gostaria de reafirmar que quem está tomando dendo o Dr. João Polanczyk, que esteve à frente da Insti- posse não é apenas uma pessoa, mas uma equipe. E tuição por seis anos. é essa equipe que vem trabalhando e obtendo suces- Diante de associados do Hospital, lideranças políti- sos. Por isso, essa sucessão é profissional e planejada.” cas e de membros do corpo clínico, a solenidade ocorreu O Superintendente afirmou, ainda, que toda a fase de no Anfiteatro Schwester Hilda Sturm, com a presença de mudança requer novas prioridades: “Nossas metas es- Dr. José Adroaldo Oppermann, presidente do Conselho tão voltadas para a atenção ao paciente e aos proces- de Administração da Associação Hospitalar Moinhos de sos assistenciais. Queremos, também, qualificar ainda Vento, Dr. Nilton Brandão da Silva, Superintendente Médi- mais a nossa equipe, entregando aos nossos pacientes co, e Mohamed Parrini, Superintendente Financeiro. as melhores tecnologias e práticas assistenciais. Graças Em seu discurso, Dr. José Adroaldo Oppermann disse: ao trabalho realizado até agora, temos sustentabilidade “Há 85 anos, sucessivas gerações vêm cumprindo a missão administrativa para priorizar esses pontos. E temos um de Cuidar de Vidas. O trabalho desta equipe colocou nossa bom ambiente de trabalho.” Instituição no seleto grupo de seis Hospitais de Excelência. Para finalizar, Torelly fez um agradecimento especial Queremos desejar aos superintendentes muito sucesso e ao Dr. João Polanczyk: “Ele foi meu professor, orientador, con- saúde. Nós sabemos o quanto é divina a nossa tarefa.” selheiro. Será um privilégio ainda tê-lo em nosso dia a dia.” Homenageados da noite Dr. João Polanczyk, que assumiu recentemente o cargo de vice-presidente do Conselho Deliberativo da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP), se dirigiu aos presentes como amigos: “É isso que quero levar daqui. Amigos. A vida é feita de momentos, e este momento é especial para mim. Quando entrei no Hospital sabia que tinha um desafio e que havia muito para construir. Essa construção levou algum tempo. Foi preciso conhecer a cultura da Instituição, os valores, os princípios. Além disso, sabia que precisava construir um processo sucessório com profissionalismo e responsabilidade.” Após seus agradecimentos, Dr. João concluiu: “Acabamos aprendendo a fazer as coisas e o resultado está aí. Temos no Torelly e na equipe Fernando Andreatta Torelly, Superintendente Executivo que o acompanhará pessoas capacitadas Dr. José Adroaldo Oppermann, Presidente do Conselho de Administração para levar adiante a nossa Instituição.” 5 INSTITUCIONAIS Superintendência Assistencial: valorização do atendimento à beira do leito E m maio, o Hospital anunciou a criação da Supe- explica Vania, que chefiou as Unidades de Internação rintendência Assistencial, que responderá pe- Adulta por oito anos. los processos de enfermagem, farmácia, nutri- áreas assistenciais. A enfermeira Vania Rohsig, que Aprimorando práticas médico-assistenciais está na Instituição há 20 anos, assumiu o cargo com O Hospital Moinhos de Vento possui um um grande desafio: realizar um trabalho de diagnós- nível administrativo e de gestão bem monitora- tico, planejamento e acompanhamento para qualifi- do e qualificado, por isso a Instituição vai concen- car, ainda mais, o atendimento da Instituição. trar esforços no desafio de fortalecer suas práticas ção, fisioterapia, psicologia, hospitalidade e demais A superintendente assumiu o compromisso de médico-assistenciais. intensificar ainda mais sua ligação com a rotina assis- Segundo Fernando Andreatta Torelly, Superin- tencial do Hospital para conhecer o trabalho e as neces- tendente Executivo, a Instituição, que já tem um his- sidades de cada Centro e Unidade. “A Superintendência tórico de qualidade, pode buscar outros diferenciais, Assistencial é um cargo da alta administração que tem especialmente por meio da valorização da Assistência. como objetivo atuar diretamente nas áreas de contato “A enfermeira Vania assumiu este cargo porque possui com o paciente. Para saber qual é o melhor caminho um conhecimento profundo sobre as rotinas do pa- para atuarmos, temos de ouvir o enfermeiro, o técnico, ciente, entende a necessidade da gestão eficiente e o nutricionista, o fisioterapeuta, a equipe da Rouparia busca a alta competência técnica. Sua expertise, aliada e o SAP (Serviço de Atendimento ao Paciente). Precisa- à qualificada equipe de lideranças da área assistencial, mos conhecer quais são nossas entregas ao paciente e conduzirão a Instituição ao patamar que estamos bus- como estamos medindo a qualidade destas entregas”, cando”, enfatiza o Superintendente. 6 Vania Rohsig assume a Superintendência Assistencial Certificação Selo Verde O Hospital foi reconhecido com o Selo Verde de Pró-Sustentabilidade, distinção promovida pelo Instituto Johnson & Johnson Medical Brasil. O Superintendente Executivo, Fernando Andreatta Torelly, recebeu a premiação no dia 23 de maio, na sede do Hospital. A certificação foi entregue devido à utilização do sistema ASP Sterrad 100S, referência de qualidade em esterilização, com tecnologia ecologicamente responsável. O equipamento utiliza gás plasma de peróxido de hidrogênio. No Hospital, o sistema economiza 900 mil litros de água ao ano e 80% de economia em energia elétrica ao ano. Novo cargo na Associação Nacional de Hospitais Privados D r. João Polanczyk, Superintendente de Relações Institucionais, assumiu recentemente o cargo de vice-presidente do Conselho Deliberativo da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP). A entidade, sem fins lucrativos, reúne as 45 principais instituições hospitalares do País. Sua missão é promover a qualidade da assistência médico-hospitalar, representando os interesses de seus associados. A presidência do Conselho Deliberativo está a cargo de Francisco Balestrin (Rede VITA de Hospitais) e a representação em São Paulo é exercida por Antônio Carlos Kfouri (HCor-SP). Depois do desafio de 2011, o Hospital estabeleceu para 2012 a meta de dar seguimento à sua evolução, respondendo às demandas de saúde, o que vai possibilitar a ampliação do número de leitos e de atendimentos, dentro do seu plano de expansão de 2009 a 2014. 7 INSTITUCIONAIS Participação no Fórum Hospitalar 2012 A equipe executiva do Hospital Moinhos de Vento esteve presente na 19ª Feira e Fórum Hospitalar 2012, evento que visa à atualização para profissionais da saúde e geração de negócios para a indústria fornecedora. É o maior encontro anual de negócios do segmento. Durante o XXII Congresso Internacional de Engenharia e Arquitetura Hospitalar, que aconteceu simultaneamente ao Fórum Hospitalar 2012, a Instituição foi representada pelo Superintendente Executivo, Fernando Andreatta Torelly, pelo Gerente de Ambiente e Segurança, Carlos Marczyk, e pelo arquiteto, Paulo Cassiano. O grupo abordou o case “Hospital Moinhos de Vento: Processos de Construções Alternativas – Visão Administrativa, Arquitetônica e Instalações.” Já durante o Seminário da ANAHP - Associação Nacional de Hospitais Privados, que também ocorreu durante o Fórum Hospitalar 2012, José Paulinho Brand, Gerente de Suprimentos do Hospital, esteve presente no debate sobre a “Contribuição da área de Suprimentos para a garantia da segurança Institucional – Visão do Setor Privado.” Espaços reestruturados O Núcleo de Vacinas do Hospital Moinhos de Vento Iguatemi foi reestruturado para melhor atender às demandas de pacientes. A unidade ganhou novas salas, fraldário e brinquedoteca, garantindo maior conforto e um bom fluxo de trabalho para equipe. O espaço aplica todas as vacinas dos calendários infantil, adolescente, adulto, idoso, além de oferecer orientação vacinal para viajantes. Há, ainda, vacinas para pacientes com doenças de base como diabéticos, cardiopatas, pneumopatas, nefropatas. Conforme a responsável técnica e gestora do Núcleo de Vacinas, Dra. Soraya Malafaia Colares, houve, no último semestre, um crescimento de 30% em todas as vacinas, sem contar a da gripe: “Somente no primeiro semestre, a aplicação de vacinas contra gripe aumentou em 50%.” 8 assistência Hospital inaugura Unidade de Endoscopia E m um ambiente totalmente novo, amplo e confortá- De acordo com Danieli Mota da Silva Radu, Su- vel, a nova Unidade oferece segurança, tecnologia de pervisora Assistencial da Endoscopia, a normalidade dos ponta, privacidade, acompanhamento médico quali- processos logo no início foi possível porque houve mui- ficado, serviços e atendimento de excelência, contribuindo ta preparação e treinamento com todos os técnicos em na prevenção e na realização de diagnósticos precisos e tra- enfermagem, enfermeiros, agentes de atendimento e ca- tamentos de doenças dos aparelhos digestivo e respiratório. mareiras antes da migração para o novo ambiente: “Nos São 968 m², com oito salas de procedimento, 14 capacitamos para atender aos médicos e aos pacientes de de recuperação, 18 de preparo e capacidade para 2.500 forma adequada, desde o princípio da transição.” atendimentos ao mês. A ampliação também gerou aumento na equipe que agora passou para 34 colaboradores. Os principais exames realizados na Unidade de Endoscopia são: Endoscopia Digestiva Alta, Colonoscopia, Implantação de Balão Intragástrico, Gastrostomia Endoscópica, Broncoscopia, Laringoscopia e Ecoendoscopia. Conforme o Dr. João Polanczyk, Superintendente Executivo na oportunidade, essa iniciativa faz parte dos planos de expansão previstos para o Hospital: “Essa Unidade soma-se à Maternidade, aos Centros de Ortopedia e Neurologia, e à Emergência em nossos planos de expansão. Vamos assegurar todas as condições para que a Unidade trabalhe com eficiência. Primamos pela segurança no atendimento, pelo ambiente de trabalho e pela tecnologia de ponta.” Dr. Ismael Maguilnik, Coordenador Médico da Unidade de Endoscopia, salientou que todos sentem-se privilegiados por receber uma unidade criada e norteada dentro dos melhores conceitos: “O Rio Grande do Sul tem tradição em endoscopia. Aqui nasceu a semente. Somos pioneiros na preocupação ética de prestar serviço à população. Essa inauguração é resultado de um trabalho digno e com segurança para os nossos pacientes.” 9 assistência Oncologia: a importância do trabalho da equipe multidisciplinar 10 O O Centro de Oncologia da Instituição concentra em uma mesma unidade todas as especialidades e procedimentos necessários para o tratamento do paciente Centro de Oncologia do Hospital Moinhos de Vento, que abrange as Unidades de Quimioterapia e Radioterapia, oferece aos pacientes acesso a todas as modalidades de tratamento de câncer dentro de um mesmo ambiente, com espaço adequado e acolhedor, além de uma equipe multidisciplinar capaz de oferecer atendimento qualificado. Na Quimioterapia, são atendidos cerca de 300 pacientes ao mês, abrangendo uma média de 560 sessões. O espaço possui 10 boxes para atendimento, contando, também, existe ainda mais confiança no serviço: “Trabalhamos com apoio de profissionais de enfermagem e psicologia. com um médico plantonista para acompanhar todos Para Dr. Sérgio Roithmann, Coordenador Médico do os tratamentos, dando suporte aos pacientes e ao seu Centro, a Unidade se destaca por seus princípios norteado- médico assistente. Há sempre um profissional disponível res que priorizam o acesso ao atendimento qualificado e a monitorando os processos. No caso de alguma intercor- Assistência Integral®: “O melhor tratamento para o paciente rência, podemos tomar as medidas necessárias, o que é aquele em que os médicos interagem. Por isso, estamos garante maior segurança na quimioterapia.” promovendo uma reestruturação do atendimento em um sistema multidisciplinar, no qual o tratamento pode ser pla- Especialidades e interação nejado simultaneamente por especialistas de diversas áreas. Existe uma grande interação entre as diferentes Todos são capacitados com conhecimento avançado e, por especialidades e a Oncologia. Um exemplo é o Núcleo esta razão, compreendem os mecanismos da doença.” Mama Moinhos, especializado em atender o câncer e ou- Dr. Roithmann ainda destaca que os médicos devem tras patologias da mama, o que traz inúmeras vantagens ser cada vez mais especialistas: “Cada vez mais o tratamento às pacientes, dentre elas o diagnóstico mais rápido e um de câncer é complexo. E a literatura médica evolui constante- tratamento mais personalizado. Para Dra. Daniela Rosa, on- mente. Os médicos começam a se focar em áreas específicas cologista, é fundamental a interação entre Oncologistas e da oncologia. Tornam-se especialistas. Temos profissionais mastologistas: “Com os avanços da Medicina, há uma série direcionados ao câncer de mama, ao trato gastrointestinal e de tratamentos que podem ser orientados de acordo com isso deve se estender a todas as demais áreas.” o prognóstico de cada paciente. O cuidado deve ser per- Conforme Dr. Rui Fernando Weschenfelder, oncolo- sonalizado. Os tumores são diferentes e para cada subtipo gista do Hospital, o Centro de Oncologia é capaz de oferecer o existe uma indicação de tratamento. As cirurgias podem ser melhor em termos de cirurgia, medicamento (quimioterapia) menos agressivas, existem remédios mais direcionados e e radioterapia: “No câncer no aparelho digestivo, especifica- que muitas vezes preservam a mama. Por isso, é fundamen- mente, há aumento na complexidade do tratamento. Assim, tal contar com uma equipe multidisciplinar, que conversa, com o tratamento multidisciplinar, todas as áreas conhecem interage e escolhe em conjunto o melhor tratamento. Não o paciente e traçam, juntas, um plano. Há união de conheci- por acaso o tratamento otimizado traz melhores resultados.” mentos de todos. Os cenários estão se modificando aos pou- A agilidade no diagnóstico também acontece em cos. Tratamentos podem acontecer sem cirurgia, as lesões função da melhoria nas imagens: “Graças à Unidade de Diag- disseminadas podem ser tratadas, para metástases hepáticas nóstico de Imagem, somos capazes de diagnosticar com existem novos recursos. Somos um Centro de alta comple- muito mais precisão. Além disso, o acolhimento e a agilidade xidade e, com tecnologia, conhecimento e treinamento, so- no atendimento são nossos princípios fundamentais. Conta- mos capazes de oferecer o tratamento mais adequado.” mos, ainda, com o Núcleo de Reprodução Humana para ofe- Para Dra. Erica Lammermirt Ottoni, hematologis- recer o serviço de congelamento de óvulos para aqueles que ta, o modelo assistencial implementado na Oncologia ainda não têm filhos. Tudo isso para garantir que o paciente garante maior integração com o paciente e, por isso, se sinta de fato acolhido”, afirma Dra. Daniela. 11 TECNOLOGIA IGRT: avanço tecnológico trazendo mais precisão e segurança ao tratamento radioterápico A aquisição de equipamentos que permitem a técnica de Radioterapia Guiada por Imagem possibilita que o Hospital Moinhos de Vento ofereça um tratamento mais personalizado aos seus pacientes, com maior precisão no tratamento do câncer O Hospital Moinhos de Vento, dando seguimento diminuir a margem usualmente empregada, diminuindo a ao seu plano de investimento, adquiriu novos dose no tecido normal exposto à irradiação e, consequen- equipamentos para o Centro de Oncologia – temente, podendo reduzir os efeitos colaterais de maneira significativa. Unidade de Radioterapia e Radiocirurgia – que permitem realizar o IGRT (Radioterapia Guiada por Imagem, na sigla Outra vantagem do IGRT é a possibilidade de levar as em inglês). A Instituição é a primeira no Estado a utilizar esta utilidades do IMRT (Radioterapia de Intensidade Modulada) tecnologia em Radioterapia. para a prática clínica, obtendo resultados mais significativos O IGRT tem como objetivo assegurar a entrega da e seguros. Pela maior precisão é possível, em situações espe- dose de irradiação no local desejado, pois permite reconhe- cíficas, realizar um aumento da dose terapêutica, buscando cer mudanças dinâmicas na posição e anatomia do pacien- um maior controle da doença e também uma diminuição de te que ocorrem ao longo do tratamento. dose em órgãos vizinhos ao tumor, permitindo uma melhor São obtidas imagens com o paciente na posição tolerância ao tratamento e a diminuição de efeitos colaterais. de tratamento, dentro da própria sala, pelo próprio apare- Para que esse progresso tecnológico se traduza em lho (Acelerador Linear). São imagens em duas dimensões ganho para o paciente, há um envolvimento direto e intenso (planares, através de equipamento com a sigla em inglês de toda a equipe da Radioterapia, desde a área administrativa, EPID - Eletronic Potal Image Device) ou em três dimensões enfermagem, físicos, técnicos e médicos rádio-oncologistas. (volumétricas, através de equipamento denominado Cone-beam CT), as quais são fusionadas com as imagens obtidas Evento previamente para o planejamento e cálculo do tratamen- Em agosto, o Hospital promoveu o evento “Novas to. Esse procedimento é realizado periodicamente durante Técnicas Avançadas do Tratamento Radioterápico”, com a todo o tratamento de Radioterapia. Desta forma, é possível participação do Dr. Robson Ferrigno, médico radio-onco- detectar mudanças anatômicas causadas por perda ou ga- logista do Hospital Israelita Albert Einstein e do médico ra- nhos de peso, aumento ou diminuição tumoral, movimen- dioterapeuta Dr. João Luis Fernandes da Silva, coordenador tação fisiológica de órgãos, como o intestino e a bexiga. do Serviço de Radioterapia do Hospital Sírio-Libanês. Ele foi Portanto, há uma diminuição das incertezas de posiciona- integrante da equipe médica que tratou o ex-presidente mento do paciente e da localização dos órgãos internos du- Lula e a presidenta Dilma Roussef. Segundo o Dr. João Luis, rante o tratamento, aumentando a precisão e assegurando o evento também é comemorativo: “O Rio Grande do Sul que o que foi planejado está sendo executado diariamente. comemora um upgrade de tecnologia que é o uso do IGRT. Com o aumento da precisão em entregar a dose de Este equipamento complementa os excelentes aparelhos irradiação no alvo desejado, em muitas situações pode-se que o Moinhos já possui”. 12 Participantes do evento Palestrantes e Dr. Wilson de Almeida Integrantes da Unidade de Radioterapia e Radiocirurgia Dr. Robson Ferrigno, médico radio-oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein Dr. João Luis Fernandes da Silva, coordenador do Serviço de Radioterapia do Hospital Sírio-Libanês Fernando Andreatta Torelly, Superintendente Executivo do Hospital 13 MATÉRIA DE CAPA Hospital Moinhos de Vento realiza Plano de Expansão até 2014 Acompanhando a evolução por demandas de maior qualidade em serviços privados na área da saúde, a Instituição coloca em prática sua ampliação, disponibilizando, assim, mais leitos à população em diversas especialidades médicas O Hospital Moinhos de Vento passa por um nante. As seguintes obras do projeto de expansão já plano de expansão que começou a ser de- foram concluídas: senhado em 2009 e que será realizado até • Nova Maternidade – A Maternidade Helda 2014. O plano abrange inúmeras obras, sendo que Gerdau Johannpeter, inaugurada em março de 2011, muitas já foram finalizadas e hoje estão em pleno oferece o mais alto padrão em serviços, recursos hu- funcionamento. A previsão é gerar aproximadamen- manos e tecnológicos de assistência materno-infantil. te 900 empregos diretos, que se somarão aos atuais • Nova UTI Neonatal – Adjacente à maternida- 2,6 mil colaboradores do Hospital. O investimento de e inaugurada conjuntamente, a nova UTI Neona- total será de R$ 320 milhões, entre recursos próprios, tal conta com um ambiente que propicia maior se- financiamentos e oriundos de isenções fiscais. gurança e qualidade no atendimento dos neonatos. • Reforma da Unidade de Internação A1 – Esta Obras já realizadas unidade de internação, anteriormente utilizada pela O Hospital Moinhos de Vento tem registrado antiga Maternidade, foi modernizada e disponibiliza- crescimento em praticamente todos os serviços e es- da para pacientes clínicos e cirúrgicos. pecialidades médicas e, por isso, em muitos casos, • Novo Centro de Ortopedia e Traumatologia a ampliação da área física tornou-se fator determi- – Inaugurado em agosto de 2011, além de uma equi- Unidade de Emergência 14 Suíte da Maternidade Algumas das obras que constam no Plano de Expansão já foram entregues à comunidade e estão em pleno funcionamento Unidade de Internação A1 pe qualificada, o novo Centro inclui consultórios e modernas salas de procedimentos. • Novo Centro de Neurologia e Neurocirurgia – Este novo Centro, inaugurado também em agosto de 2011, reúne profissionais qualificados, aptos a atender as mais diversas patologias da especialidade. • Nova Unidade de Endoscopia – Em março de 2011, foi inaugurado um andar inteiro dedicado a exames endoscópicos, contando com oito salas de procedimentos, consultórios médicos e 18 leitos de recuperação. • Ampliação da Emergência ( fase inicial) – Esta ampliação permitiu o aumento da capacidade de atendimento. Os números passaram de 200 atendimentos/dia e 20 internações, para 350 atendimentos/dia e 30 internações. Unidade de Endoscopia Centro de Ortopedia e Traumatologia Centro de Neurologia e Neurocirurgia 15 15 UTI Neonatal MATÉRIA DE CAPA Obras em andamento ou em elaboração de projeto ceberá um novo espaço, com maior capacidade de Além das obras já entregues, o Hospital Moi- rando ainda mais segurança no atendimento dos atendimento e instalações mais modernas, asseguseus pacientes. nhos de Vento já iniciou a realização de várias outras obras. Essas obras têm sua execução bastante com- • Ampliação da Emergência (fase final) – A plexa, pois são realizadas com o Hospital em pleno Emergência passará por uma segunda fase de expan- funcionamento. As seguintes obras estão previstas: são, aumentando sua capacidade de atendimento de casos complexos. Terá apoio da CTI Adulto, que contará com mais leitos para cuidados intensivos. • Ampliação do Centro Cirúrgico – Serão criadas cinco novas salas cirúrgicas, com capacidade de • Novo prédio dos colaboradores – Esse pré- atendimento ampliada de 65 para 80 procedimentos dio, além de contemplar um novo estacionamento, por dia. A conclusão da obra está prevista para de- irá abrigar um moderno refeitório e área de lazer para zembro de 2012. os colaboradores do Hospital. • Ampliação da Unidade de Diálise – A Uni- • Novo prédio de obras e manutenção – Com dade de Diálise ganhará 22 novos postos de atendi- o rápido crescimento da Instituição, as áreas de mento, permitindo que mais pacientes possam ser apoio também deverão estar alinhadas às crescentes atendidos. Junto à ampliação, teremos também uma necessidades. • Ampliação do Bistrô – Para atender a de- readequação da Litotripsia e da Videourodinâmica. manda crescente do Corpo Clínico e de pacientes, o • Ampliação da Unidade de Diagnóstico por bistrô também será ampliado. Imagem – Essa ampliação garantirá não somente o • Novo Bloco Hospitalar – A maior obra do aumento no número de atendimentos, mas, princi- plano de expansão. Será construído, junto à rua Dr. palmente, a incorporação de novas tecnologias. • Ampliação da UTI Adulto – Em vista da cres- Vale, um novo bloco hospitalar com 94 leitos de in- cente demanda de recursos para atendimento de ternação, permitindo, assim, que mais pacientes te- pacientes mais complexos, em breve a UTI Adulto nham acesso ao Hospital Moinhos de Vento. • Hospital da Restinga e Extremo Sul – Integran- deverá ganhar mais leitos. do a parte de projetos sociais, com inauguração previs- • Nova UTI Pediátrica – A UTI Pediátrica re- Ampliação da Unidade de Diagnóstico por Imagem Ampliação da UTI Adulto 16 1 3 2 4 5 Perspectiva mostrando algumas das principais obras do Hospital Moinhos de Vento para os próximos anos: 1) Novo Bloco Hospitalar, 2) Novo Prédio de Obras e Manutenção, 3) Ampliação da UTI Adulto, 4) Ampliação da Unidade de Diagnóstico por Imagem, 5) Novo Prédio dos Colaboradores ta para o segundo semestre de 2013, o Hospital da Res- de saúde é reflexo do aumento do poder aquisitivo tinga e Extremo Sul prestará assistência especializada do brasileiro. “Estamos vivendo o pleno emprego e hospitalar e ambulatorial, e contará com 135 leitos de as empresas estão subsidiando cada vez mais a assis- internação clínica, pediátrica, obstétrica e cirúrgica. tência médica de seus funcionários. Só no Rio Gran- Conforme Fernando Andreatta Torelly, Supe- de do Sul são 2,1 milhões de planos coletivos empre- rintendente Executivo do Hospital Moinhos de Ven- sariais, de um total de 2,5 milhões. É a esta realidade to, o crescimento do número de usuários de planos que estamos nos adequando”, afirma. Novo Bloco Hospitalar 17 17 Novo prédio dos colaboradores PERFIL Um grande humanista, um exímio formador de vínculos “M eu pai foi um grande humanista.” Foi assim em Ginecologia, na Universidade de Chicago. Lá, de- que a Dra. Márcia Graudenz definiu a traje- senvolveu seu interesse pela área de Patologia, em tória do pai, Dr. Martim Graudenz, falecido que atuou durante toda a sua carreira profissional. em 2011. “Ao longo de toda a vida ouvi muitas pes- Pelas pessoas próximas, sempre foi considerado um soas falarem do meu pai. Seus pacientes, suas famí- grande ginecologista, patologista, amigo, conselhei- lias, amigos, conhecidos. Ele ajudou muitas pessoas ro, professor. e tinha grande dom: o de entender a alma feminina.” Livre-docente de Clínica Ginecológica, foi pro- Nascido em Porto Alegre, no dia 9 de feverei- fessor da disciplina de Ginecologia da UFRGS. “Ele ro de 1926, Dr. Graudenz formou-se na Universidade era muito estudioso, formou muita gente. Tinha uma Federal do Rio Grande do Sul e fez residência médica visão crítica e não era conservador. Aliás, sou médi- Dr. Graudenz em um encontro com a família. Momentos descontraídos que ele sempre fez questão de preservar 18 ca por influência do meu pai. Ele me disse: “faz Patologia. Hoje, sou a Márcia patologista”, afirma Dra. Márcia. Dr. Graudenz participou, durante toda a sua vida, de atividades associativas e presidiu a Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio Grande do Sul, Sogirgs, na época chamada de Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da AMRIGS. Fez questão de marcar sua presença na área médica do estado e, por isso, protagonizou momentos importantes da evolução da especialidade em que atuava. Novos desafios Dr. Graudenz foi proprietário de uma das maiores clínicas de Ginecologia de Porto Alegre e, por muitos anos, atuou no Hospital Moinhos de Vento: “Aos 70 anos, meu pai decidiu fechar o consultório. Acho até que se arrependeu algum tempo depois, mas era orgulhoso demais para dizer isso. Naquela época, suas pacientes se diziam – “viúvas do Graudenz”, tamanha era a falta que elas sentiam. Meu pai entendia muito profundamente a mulher, fazia questão de ter conversas transparentes. Tinha muita personalidade”, relem- Dr. Martim Graudenz bra Dra. Márcia. Conforme a filha, Dr. Graudenz sabia como manter uma relação de muita confiança com as pessoas e, em especial, com suas pacientes: “Ele fazia com que as mulheres se sentissem seguras e felizes dentro de suas opções. Meu pai salvou muita gente e também viu muitos falecerem. Trabalhou intensamente com câncer de mama. Este foi, inclusive, um legado que recebi dele: a patologia mamária. Acho que é o que eu faço de melhor.” Além de traçar uma carreira de sucesso, Dr. Graudenz foi um exímio formador de vínculos. Depois de fechar seu consultório, dedicou-se ainda mais aos amigos e à família: “Por mais ou menos 12 anos, uma vez por semana, nos reuníamos na casa dele para comer pizza. Ele acompanhou muitos acontecimentos na vida de seus netos e fez diferença na vida deles. Todas as quintas-feiras tinha um almoço com as enfermeiras mais amigas que trabalharam com ele. Meu pai era fiel aos seus amigos e gostava de cativar cada um deles. Era um homem inteligente, culto, sábio. Um exemplo para todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo”, conta Dra. Márcia. 19 Além de ter sido um profissional reconhecido na área médica, Dr. Martim Graudenz conquistou a credibilidade de suas pacientes com um atendimento humano e personalizado. Na família e entre seus amigos, deixou exemplos de vida que deverão ser seguidos por todos que tiveram o privilégio de conviver com ele 20 Fazer exames preventivos também é importante, pois quando o diagnóstico da doença ocorre em fases iniciais, é frequentemente curável DICAS DE SAÚDE PARA O PACIENTE Uma vida mais saudável pode prevenir o câncer de intestino Revisão técnica: Dr. Rui Fernando Weschenfelder, Oncologista do Hospital Moinhos de Vento O câncer de intestino, embora possa ser pre- Segundo o Dr. Rui, durante o exame o médico venido, é um dos mais frequentes no mun- pode encontrar pólipos, pequenos crescimentos benig- do. No Brasil, é o 4º câncer mais diagnosti- nos dentro do intestino, que são removidos no mesmo cado, atrás apenas do câncer de estômago, pulmão momento. “Alguns tipos de pólipos, os adenomas, são e próstata. considerados pré-malignos e a sua detecção e retirada Quando o seu diagnóstico ocorre em fases ini- precoces são consideradas as medidas mais eficientes ciais, é frequentemente curável. A doença começa sem- para evitar a formação de um câncer de intestino gros- pre como uma lesão benigna, que vai evoluindo lenta- so”, afirma. mente até transformar-se num tumor maligno. Para sua Dicas de prevenção origem influenciam fatores ambientais (alimentação) e hereditários. Nos países onde a ingestão de fibras é pe- • Se você tem mais de 50 anos, converse com seu mé- quena e a ingestão de gorduras, alimentos com aditivos, dico sobre o exame de colonoscopia. Pólipos, que po- conservantes e corantes é grande, a incidência desse dem dar origem ao câncer, são mais frequentes por volta tipo de câncer é maior. desta idade. Cerca de 10% desses cânceres são ligados a fato- • Faça uma dieta balanceada. Alimentos ricos em gor- res genéticos. Hoje são reconhecidas famílias com uma dura, colesterol e carne estão associados ao maior risco tendência maior para desenvolver câncer colorretal, e de câncer de intestino. Coma boa quantidade de fibras, através de testes genéticos podem-se definir aqueles encontradas nas frutas, nas verduras, nos legumes e nos que apresentam maior risco. Os sintomas são muito va- cereais (aveia, farelo de trigo, grãos). As fibras têm um riáveis, como alteração de hábito intestinal e perda de efeito protetor. sangue nas fezes. • Mantenha um peso saudável. Pessoas obesas parecem ter maior risco de desenvolver câncer de intestino. Conforme Dr. Rui Fernando Weschenfelder, Oncologista do Hospital Moinhos de Vento, o exame padrão • Faça exercícios. Fazer atividades físicas pode diminuir para diagnóstico do câncer colorretal é a colonoscopia. o risco de câncer de intestino. Pratique no mínimo 30 Consiste em uma endoscopia com uma microcâmera minutos de atividades físicas 3 vezes por semana. que visualiza todo o intestino grosso: “Antes do exame • Aprenda sobre a história médica da sua família. Uma é necessário um preparo com laxativos para eliminar história familiar de pólipos e câncer pode aumentar o ris- resíduos sólidos e possibilitar a avaliação. A colonosco- co de câncer de intestino. pia é realizada rotineiramente em nível ambulatorial, ou • Não fume. O tabagismo é um fator de risco também seja, sem necessidade de internação. O exame dura em para o câncer de intestino, principalmente porque a fu- média de 20 a 30 minutos e é feito com acompanha- maça ingerida transporta substâncias prejudiciais. mento de anestesista, que administra sedativos antes do • Procure um médico se você apresentar qualquer sin- procedimento para evitar desconfortos. A anestesia ge- toma que leve a suspeitar de câncer de intestino. Em es- ral normalmente não é necessária, sendo reservada para tágios avançados, pode causar diarreia, prisão de ventre, situações especiais, como a colonoscopia em crianças.” cólicas na barriga, sangue nas fezes e perda de peso. 21 HISTÓRIA O antes e o depois das Unidades de Internação D esde a sua inauguração, em 1927, o Hospital Moi- apartamentos de segunda classe para homens e mulhe- nhos de Vento sempre investiu em suas Unidades res, alguns com duas, três, quatro ou até cinco camas. Ao de Internação, realizando ampliações e reformas, lado, mais uma enfermaria, com 17 leitos. Os ambientes apostando em tecnologia de ponta e capacitação da sua eram amplos, simples, limpos. equipe profissional para oferecer os melhores tratamen- Os apartamentos da primeira classe tinham ca- tos, com tranquilidade, conforto e segurança. lefação, iluminação elétrica no teto, lâmpada de cabe- Hoje, é possível fazer um resgate histórico do pro- ceira. A campainha elétrica era fixada à colcha por uma joa- gresso da Instituição tanto em sua área física, como em seus ninha, de tal maneira que o próprio paciente pudesse procedimentos e na cultura, que, apesar de preservar valo- chamar a enfermeira. Além da cama, o quarto possuía res daquela época, acompanha as demandas da sociedade. mesa, cadeira, armário, pia com água quente e fria, saboneteira móvel para sabão líquido. Durante o primei- Infraestrutura ro ano de funcionamento, internaram no hospital qua- Antigamente, no primeiro andar do Hospital, à di- se 700 enfermos e parturientes. reita, encontrava-se a ala feminina e seus 11 apartamentos individuais, todos providos de um grande quarto de Memórias banho e dois sanitários. Junto à escada, no lado esquer- Conforme a Irmã Ires Spier, religiosa que buscou do, era a sala de isolamento com banheiro, destinada aos formação como Auxiliar de Enfermagem naquela época pacientes que necessitavam de cuidados especiais. Após, (1961), a experiência pessoal no ambiente de trabalho existia a ala masculina, com 10 apartamentos, ambien- contava muito: “Antigamente, as procedimentos funcio- tes privativos para os pacientes. No segundo andar havia navam, mas eram muito mais artesanais. Tudo acontecia com base no ‘olhômetro’. uma Não havia padronização dos processos. Fazíamos o acompanhamento junto aos médicos na visita ao paciente, anotando as informações. As anotações eram passadas para um caderno que havia no posto, com os horários das medicações e procedimentos, no qual registrávamos o 22 nome do paciente e a medicação com os horários, já que ao longo dos anos: “Nossas enfermarias eram loca- o médico não prescrevia. Na década de 40, por exemplo, lizadas em ambientes grandes. Existia uma copa e não havia anestesista. Nós aplicávamos a anestesia. Na en- os alimentos subiam em panelas para que o pesso- trada do Centro Cirúrgico tinha um caderno no qual eram al da enfermagem organizasse as bandejas para os marcadas as cirurgias. À tardinha, a programação era orga- pacientes. Em 1972 foi criada a CTI (Centro de Tra- nizada e batida à máquina. Não havia sala de recuperação. tamento Intensivo), pois até então todos os setores Depois da cirurgia, o paciente ia para o quarto.” eram Unidades de Internação. Porém, os anos 90 Para João Celeste, Coordenador do Espaço foram determinantes para a Instituição. Houve uma Memória do Hospital Moinhos de Vento, a assistência revitalização, passamos a participar do PGQP (Progra- ao paciente ficava voltada para a enfermagem, pois ma Gaúcho de Qualidade e Produtividade), revisar ainda não existia o apoio de equipes multidiscipli- estruturas, organizar a conta hospitalar, houve a cria- nares, como atualmente: “Havia muita confiança nos ção da Assistência Integral® como marca registrada, a profissionais. E mesmo com a evolução da tecnologia, idealização do Grupo Padrão para a releitura de todos o Hospital fez questão de preservar o seu perfil hu- os processos.” manístico, o que considero essencial dentro de um Atualmente, está sendo realizada a reforma de ambiente hospitalar, especialmente porque, na maio- 60 apartamentos para aprimorar ainda mais o atendi- ria dos casos, as pessoas se encontram mais sensíveis. mento ao paciente : “Contamos, ainda, com o plano Naquela época, os pacientes eram conhecidos pelo de expansão do Hospital, que construirá um prédio nome, existia maior aproximação entre o profissional, novo que para abrigar Unidades de Internação, com os pacientes e os familiares.” 94 novos leitos. Nossa aposta está em oferecer o melhor atendimento, juntamente com a melhor Medici- Novos rumos na e a vanguarda em termos de hotelaria. O cuidado Conforme Isonia Muller, Gerente de Enferma- com nosso paciente em todos os setores é o que nos gem, o Hospital passou por muitas transformações diferencia e nos posiciona no mercado.” 23 Projeto Restinga e Extremo Sul em ritmo acelerado 24 ASSISTÊNCIA SOCIAL A s obras que fazem parte do Projeto Restin- Um dos principais pilares do Projeto Restinga ga e Extremo Sul estão cumprindo os cro- e Extremo Sul é a sustentabilidade. Por isto, o prédio nogramas pré-estabelecidos, com entregas do Complexo Hospitalar está sendo construído como importantes à comunidade e visitas de lideranças e um verdadeiro “hospital verde.” O projeto arquitetô- autoridades para acompanhar a evolução dos traba- nico traz soluções ambientalmente corretas para ga- lhos. Uma das obras é a construção de um hospital rantir a economia de energia elétrica, a destinação que abrange com área física total de 19.145,48 m 2 correta de resíduos, climatização e aproveitamento e abrirá oportunidade para 450 novas contratações. de água. Além disto, o paisagismo é inspirado em O hospital contempla um centro de especia- parques ambientais, o que diminui a interferência no lidades, com unidades de Cardiologia, Pneumolo- ecossistema, valorizando a flora e a fauna locais. gia, Traumato/Ortopedia, Mastologia, Ginecologia, Odontologia. Haverá, ainda, um Centro Cirúrgico, Bairro Restinga recebe a Unidade Núcleo Esperança com quatro salas, e um Centro Obstétrico, com duas No dia 4 de junho de 2012, foi inaugurada a salas para parto e seis leitos para pré-parto, parto e Unidade Núcleo Esperança, que faz parte do Projeto pós-parto. O Hospital da Restinga oferecerá à popu- Social Restinga e Extremo Sul e é mais uma opção de lação, ao todo, 159 leitos, sendo 14 de apoio à Emer- atenção à saúde no bairro Restinga. O espaço com- gência, o que oportunizará 1.500 atendimentos por porta consultas e procedimentos médicos, de enfer- dia via SUS. magem e odontológicos, com base no atendimento Pediatria, Otorrino e Oftalmologia, Reabilitação e Até o momento foram investidos mais de de Estratégia de Saúde da Família, modelo que prevê R$ 23 milhões nas obras e, até o mês de dezembro Assistência Integral® e contínua da população, com de 2013, a previsão é investir mais R$ 48,5 milhões, ações de prevenção de doenças, promoção e recu- num total de R$ 71,6 milhões em cinco anos. Os re- peração da saúde na própria comunidade, incluindo cursos provêm de isenções fiscais vinculadas à par- ações nos domicílios. ceria entre o Ministério da Saúde (MS) e os ‘Hospitais de Excelência’ – um grupo de seis instituições priva- Equipe multidisciplinar das eleitas pelo MS, entre elas o Hospital Moinhos de Neste modelo, a equipe da Unidade de Saú- Vento, para desenvolver projetos que qualifiquem e de é formada por uma equipe multidisciplinar que ampliem a assistência à população por meio do SUS. envolve médicos, enfermeiros, dentistas, técnicos Unidade Núcleo Esperança 25 ASSISTÊNCIA SOCIAL de enfermagem e também agentes comunitários de saúde, que têm entre suas responsabilidades a visi- As obras do Projeto Restinga e Extremo Sul terão investimento total de R$ 71,6 milhões, com oportunidade para 450 contratações tação de domicílios. “Este é o modelo preconizado pelo Ministério da Saúde, com resultados já evidenciados em muitos estudos. Nós já temos a experiência acumulada, desde 2004, nas Unidades das Ilhas dos Marinheiros e da Pintada, onde melhoramos substancialmente vários indicadores de saúde”, explica Luiz Mattia, Gerente da Assistência Social. Ao todo serão 20 profissionais trabalhando na Unidade, sendo 15 moradores da região que foram especialmente treinados para desempenharem suas funções e qualificarem, ainda mais, os serviços oferecidos à região. As atividades desenvolvidas na Unidade Núcleo Esperança seguem o padrão das demais obras já inauguradas. Chapéu do Sol No final de 2011, o Hospital e a Prefeitura Municipal de Porto Alegre entregaram mais uma Unidade de Saúde da Família para a região Sul: a Unidade Chapéu do Sol. Com cerca de 6 mil moradores do Loteamento Chapéu do Sol e dos bairros Belém Novo e Ponta Grossa cadastrados, a unidade conta com atenção integral de 21 profissionais da Instituição. “Estamos construindo um sistema em que as pessoas recebem atendimento de saúde onde residem”, afirmou o Dr. João Polanczyk, então Superintendente Executivo do Hospital Moinhos de Vento, durante a inauguração. Um dos profissionais da Unidade Chapéu do Sol é Bárbara Lisbôa Peres, que é moradora da comunidade e fez o curso promovido pelo Hospital em fevereiro do ano passado e hoje coloca seus conhecimentos em prática na nova Unidade. “Estes primeiros meses têm sido muito produtivos. Estamos visitando as famílias, cadastrando as pessoas, passando adiante o que aprendemos e, ao mesmo tempo, aprendendo com elas. É uma via de mão dupla”, diz. Unidade Núcleo Esperança 26 Unidade Chapéu do Sol Ministro da Saúde visita o Complexo Hospitalar O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esteve em Porto Alegre para fazer uma visita ao Complexo Hospitalar da Restinga. Acompanhado de várias autoridades e de representantes do Hospital, o Ministro elogiou a evolução dos trabalhos e destacou a importância do compromisso com a capacitação da população local para trabalhar no próprio Hospital. João Polanczky, então Superintendente Executivo do Hospital Moinhos de Vento, recebeu o ministro Padilha e demais autoridades, apresentando a ideia central do projeto com detalhes sobre o futuro do hospital: “O projeto prevê a implantação de um sistema de saúde hierarquizado de complexidade crescente. Prestar-se-á assistência à pessoa que está doente em casa, passando pelo atendimento nos postos de saúde, até chegar a este hospital. Ou seja, estará garantido o atendimento completo para todas Ministro da Saúde visita o Complexo Hospitalar as necessidades desta população”, afirmou. 27 assistência social Hospital Moinhos de Vento integra o S.O.S. Emergências D esde fevereiro de 2012, o Hospital Moinhos tendida a outras localidades, totalizando 40 unidades de Vento integra a rede de Hospitais que da- hospitalares até 2014. rão apoio ao Ministério da Saúde no Projeto S.O.S. Emergências. Todas as instituições de saúde Como funciona participantes fazem parte do seleto grupo de Hospi- Para este trabalho, há o auxílio de um Núcleo de tais de Excelência, designados pelo próprio Ministério Acesso e Qualidade Hospitalar instalado, que atuará vi- por portaria. O Hospital Moinhos de Vento irá apoiar sando à melhoria da gestão e da qualidade assistencial. a implementação de um novo modelo de gestão, Os núcleos serão formados pelos coordenadores dos com base em seu know how, para a reestruturação da serviços de urgência/emergência, das unidades e central emergência do Hospital Santa Marcelina, localizado de internação do hospital (incluindo as UTIs) e por um em São Paulo, que somente no ano passado realizou representante do gestor local. Esses profissionais são os 155.157 atendimentos no Pronto-Socorro. responsáveis por mapear as necessidades da unidade. O objetivo deste trabalho será o de diminuir o Foi solicitado ao Hospital Moinhos de Ven- tempo de permanência na unidade, oferecendo maior to apoio especial em quatro ações: apoio à imple- agilidade na realização de exames e internações, além mentação de protocolos clínicos assistenciais no de atendimento humanizado priorizado por critério Pronto-Socorro, auxílio na elaboração do planejamento de risco e com acolhimento em todas as situações. estratégico, na implantação do Business Inteligence e O S.O.S. Emergências é uma ação estratégica também do Tele Saúde, que é uma ferramenta de co- do Governo Federal, em parceria com estados, muni- municação à distância que presta teleconsultoria e se- cípios e gestores hospitalares, lançada em âmbito na- gunda opinião médica, bem como discussão de casos cional em novembro de 2011, com o objetivo de qua- com equipe multiprofissional. No caso do Hospital San- lificar a gestão e o atendimento em grandes hospitais ta Marcelina, este trabalho será feito com vistas ao pro- que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS). jeto Centro de Atendimento Integral ao AVC, tornando A iniciativa integra a Rede Saúde Toda Hora, a instituição um centro de referência nestes casos. que engloba o SAMU 192, UPAs 24 horas, Salas de Es- A participação do Hospital Moinhos de Vento tabilização, serviços da Atenção Básica e o programa é coordenada por Roberto V. S Wilkens (Supervisor Melhor em Casa. Além dos 11 hospitais considerados Administrativo Financeiro da Assistência Social), e a prioritários pelo Ministério da Saúde, a ação será es- execução das ações de apoio e projetos técnicos é conduzida por Dr. Sergio A. Frederes (Gerente de Unidades de Emergência), Karina Paris (Gerente de Desenvolvimento Organizacional), Mario Torcato (Gerente de Informática) Dra. Sheila Cristina Ouriques Martins (Neurologista do Corpo Clínico). Durante o período de implantação há o acompanhamento de dois consultores do Ministério da Saúde, especialmente contratados para o programa S.O.S. Emergência. 28 educação e pesquisa Hospital integra rede mundial de cuidados ao recém-nascido O Hospital Moinhos de Vento passou a integrar a Rede Vermont Oxford Network (RVO), uma rede voluntária de pro- fissionais de saúde dedicados a melhorar a qualidade e a segurança do cuidado médico a recém-nascidos e seus familiares. Iniciada em 1988, hoje fazem parte da rede mais de 700 Unidades de Tratamento Intensivo Neonatal em todo o mundo. O Hospital é o único da região Sul a fazer parte da RVO. A rede mantém um banco de dados com informações únicas, confiáveis e confidenciais às unidades participantes para utilizar em melhoria de processos, avaliação da qualidade, auditorias e revisões internas. Também traz informações sobre o cuidado e os resultados do atendimento a recém-nascidos de alto risco. Os profissionais de saúde dessas instituições atuam ativamente em ensaios clínicos, estudos de follow-up de longo prazo e pesquisas epidemiológicas. Eles também podem fazer parte de estudos colaborativos de melhoria da qualidade em neonatologia, com equipes multidisciplinares trabalhando juntas para identificar e adotar boas práticas de assistência que possam ser mensuradas. Os resultados são divulgados em publicações da rede, artigos médicos em revistas especializadas e por meio do site da rede. Participação no seminário sobre programa federal de saúde O Hospital é uma das seis instituições de excelên- Emergência do Hospital Moinhos de Vento, Dr. Sérgio cia em saúde no Brasil que apoiam o Programa Frederes, e a Enfermeira Emilda Soares da Silva participa- S.O.S. Emergências - uma iniciativa do Governo ram do Seminário Programa S.O.S. Emergências. O evento Federal, que visa ampliar a qualidade do atendimento aconteceu no Hospital Santa Marcelina em São Paulo. No prestado nas emergências. encontro foram debatidos tópicos sobre protocolos de ro- No dia 27 de junho, o Gerente das Unidades de tina, exames e medicamentos utilizados em emergências. 29 educação e pesquisa Especialista internacional visita a Instituição O especialista Thomas Linder, da Fisch Inter- o Hospital Moinhos de Vento. national Microsurgery Foundation, enti- Ele tem destaque especial na pesquisa, no diag- dade dedicada à pesquisa e ao tratamento nóstico e no tratamento da vertigem e da paralisia das doenças otológicas e que representa a continui- facial. Na cirurgia otológica e na otoneurocirurgia, a dade do trabalho do Departamento de Otorrinola- Escola Fisch International Microsurgery Foundation ringologia da Universidade de Zürich, Suíça, visitou tem contribuições relevantes. Curso Internacional de Implantodontia D r. Waldemar Daudt Polido, Cirurgião bucomaxilofacial da Instituição, coordenou o Curso Internacio- nal de Implantodontia - Planejamento e Resoluções na Área Estética. A atividade contou com a presença do especialista em Periodontia e mestre em Odontologia pela Universidade de Melbourne, na Austrália, Dr. Stephen Chen, que integra o quadro de diretores do ITI – International Team for Implantology. 30 Publicação sobre a Doença de Parkinson F oi realizado o lançamento do livro Do- sobre a doença, responde questões e orienta ença de Parkinson – Busca da Qualidade condutas. A ideia geral da obra é estimular e de Vida, de autoria do Neurocirurgião ampliar a discussão sobre o Mal de Parkinson. Telmo Reis (e demais colaboradores), médico Conforme o autor, o estudo da Qualidade do Centro de Neurologia e Neurocirurgia do de Vida Relacionada à Saúde é um capítulo re- Hospital Moinhos de Vento. centemente integrado à medicina contempo- A publicação apresenta novos conceitos rânea, em especial na área da Neurologia. Sobre o autor Telmo Tonetto Reis é formado em Medicina pela UFRGS e pós-graduado em Neurocirurgia pela Universidade de Londres e Universidade de Edinburgo; é especialista em Neurocirurgia (SBN/AMB), membro Titular da Academia Brasileira de Neurocirurgia e membro integrante da American Academy of Neurology (USA). Estudos sobre a Neurorradiologia O Colégio Brasileiro de Radiologia durante a 42ª Jornada Paulista de Ra- e Diagnóstico por Imagem (CBR) lan- diologia, em São Paulo. A Física Bruna çou o livro Encéfalo, quarto volume da Vedolin, que trabalha no Hospital Moi- Série Colégio Brasileiro de Radiologia nhos de Vento, é coautora de um dos e Diagnóstico por Imagem (Série CBR), capítulos. Jornada Internacional de Cirurgia de Quadril O Hospital Moinhos de Vento promoveu a III Jornada Internacional de Cirurgia Preservadora e Artroscopia de Quadril, nos dias 27 e 28 de abril, cujo principal objetivo foi a discussão sobre a evolução da cirurgia de quadril. O evento, que aconteceu no Anfiteatro Hilda Sturm, contou com a presença de renomados especialistas inter- nacionais da área, como os Médicos Ortopedistas Martin Beck (Suíça), Bernardo Aguilera (Colômbia), Dante Parodi (Chile) e Bryan Kelly (EUA), além do Fisioterapeuta Keelan R. Enseki, também dos EUA. A jornada, direcionada a médicos, fisioterapeutas e acadêmicos da área da saúde abordou temas como: Clínica/Imagem do Quadril Adulto; Impacto Femoroacetabular; Artroscopia de Quadril; Futuro da Cirurgia Preservadora do Quadril; Reabilitação Pós-tratamento do IFA; Displasia; Artroscopia e o Quadril da criança e adolescente; Fisioterapia e além da Artroscopia. 31 educação e pesquisa Aula inaugural dos cursos de Pós-graduação A aula inaugural do Instituto de Educação e Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento tornou-se atividade confirmada na agenda anual da Instituição. No primeiro semestre, 15 cursos de Pós-graduação iniciaram as suas atividades em uma aula inaugural que aconteceu no Hotel Sheraton Porto Alegre, com a participação do Superintendente Executivo e professor Fernando Andreatta Torelly, abordando o tema “Desenvolver, Captar e Reter Talentos: Desafio da Formação do Profissional de Saúde.” Na sequência, o Gerente do Instituto de Educação e Pesquisa, professor Luciano Hammes, apresentou a trajetória de cursos de Pós-graduação, que, desde sua inauguração em 2003, recebeu mais de 2.000 alunos. Os 350 novos alunos da Instituição são profissionais da área de enfermagem, farmácia, fisioterapia, medicina, nutrição e psicologia, provenientes de Porto Alegre, do interior do Rio Grande do Sul e também de outros estados do Brasil. Atualmente, 50% do total de docentes são colaboradores da Instituição ou fazem parte do corpo clínico. Os cursos duram em média 18 meses e incluem em seus currículos atividades prática nas dependências do Hospital Moinhos de Vento. Aprimorando o ensino A tradição da assistência e da Escola de Educação Profissional de Enfermagem, no nível técnico, tem se estendido à Pós-graduação. A cada ano busca-se o aprimoramento e a qualificação do programa, revendo continuamente as necessidades dos alunos, a metodologia de ensino e a aprendizagem proposta, a temática abordada, o corpo docente, bem como os processos de gestão acadêmica. Além do programa oficial dos cursos, o Instituto de Educação e Pesquisa oferece outras atividades complementares à formação do profissional da saúde, como, por exemplo, a própria aula inaugural e os cursos paralelos, como o de Leitura Técnica em Inglês e aulas abertas. O diferencial de ser um centro formador inserido num hospital de excelência está na capacidade de entender as necessidades do mercado de trabalho e incluí-las no conteúdo teórico e prático oferecido aos alunos. O esforço do Instituto de Educação e Pesquisa está voltado para a atualização contínua da melhor formação em saúde e para a permanente qualificação assistencial de excelência, que é o grande motivo do seu sucesso e existência. 32 ARTIGO Câncer de pulmão: um argumento indiscutível contra o fumo Por Dr. Hugo Goulart de Oliveira Coordenador do Núcleo de Enfisema Pulmonar xa respiratória que dure mais do que duas semanas deve ser esclarecida em uma consulta médica. Mais de 90% das pessoas acometidas pelo câncer de pulmão fumam. Muito esforço tem sido feito para diagnosticar o câncer precocemente, ou seja, no momento em que as células cancerosas estão localizadas na mucosa respiratória e com chance de cura próxima dos 100%. Contudo, não existe nada definido nesta área ainda. Novas diretrizes para triagem de câncer de pulmão foram recentemente publicadas*. De acordo com essas recomendações, pessoas com idade de 55 a 74 anos que fumam 1 carteira ao dia por 30 anos (ou equivalente) ou mais, ou as que fumavam essa quantidade e pararam há até 15 anos, devem realizar anualmente uma triagem com tomografia computadorizada com baixa dose de radiação (TCBD). Porém, ainda existem dúvidas quanto a esta recomendação. Dentre os exames utilizados para diagnosticar o tumor de pulmão, estão os de imagem e a broncoscopia. Eles são realizados sem necessidade de internação, sob sedação. O médico broncoscopista examina o interior das vias aéreas da mesma maneira como é examinado o tubo digestivo na endoscopia. A broncoscopia pode ser usada para diagnosticar lesões através de coleta do material no interior das vias aéreas e do pulmão, identificar a extensão do acometimento, de forma a permitir o planejamento do tratamento, e aliviar a falta de ar em situações nas D e todos os tipos de câncer, o de pulmão é o que mais mata, em todo o mundo. Conforme o Instituto Nacional do Câncer (INCA), mais de 20 mil pessoas morreram em 2009, em 2012 estima-se que haverá mais de 25 mil novos casos no Brasil. No Rio Grande do Sul, ocorrem cerca de 10 mortes por dia devido a esta doença. Uma das dificuldades relativas é que, na maioria dos casos, o diagnóstico é estabelecido tardiamente. De cada 100 pessoas acometidas, menos de 20 são diagnosticadas em um estágio no qual ainda é possível oferecer um tratamento com intenção de cura. O câncer de pulmão do tipo não pequenas células representa cerca de 80% dos tipos histológicos estabelecidos. As queixas iniciais dependem muito da região acometida. Quando inicia nas vias aéreas centrais, tosse e raias de sangue no escarro costumam ser os primeiros sintomas. Por outro lado, quando o tumor inicia nas regiões mais periféricas, ele pode ser silencioso. Por isso, qualquer quei- 33 33 quais o câncer encontra-se em estágio muito avançado. Nessa última situação, que chamamos de “broncoscopia intervencionista”, pode-se usar um broncoscópio rígido, nesse caso com anestesia geral, para remover o tumor que está obstruindo a passagem do ar e restabelecer a função do pulmão. A disponibilidade desse tipo de procedimento é muito importante, pois cerca de 50% das pessoas com câncer de pulmão morrem por complicações locais do tumor. Para realizar um procedimento no estágio mais avançado da doença são utilizados recursos como a eletrocauterização (aplicação de calor no tecido afetado), crioterapia (congelamento repetido), aplicação de laser e irradiação. Com frequência, é necessário colocar uma órtese (um stent) para manter a via aérea aberta. Um modelo desse stent foi desenvolvido pela equipe de médicos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e do Hospital Moinhos de Vento há cerca de 10 anos. A taxa de sucesso com esses tratamentos broncoscópicos varia de 43 a 97%. A escolha do método depende da disponibilidade do equipamento e da habilidade e experiência do médico broncoscopista. De qualquer modo, no caso do câncer de pulmão, uma das principais causas de morte evitáveis em todo o mundo, a melhor solução ainda é parar de fumar. *Bach BP et al. Benefits and harms of CT screening for lung cancer: a systematic review. JAMA. 2012:1-12. doi:10.1001/jama.2012.5521 ARTIGO Diagnóstico de Tumores Neuroendócrinos em Medicina Nuclear Por Dr. Gabriel Blacher Grossman Chefe do Serviço de Medicina Nuclear do Hospital Moinhos de Vento A través da ligação de um radioisótopo que emitirá a radiação gama captada pelo detector da gama-câmara (como por exemplo Tc-99m) a uma substância com afinidade por determinado tecido (sestamibi para miocárdio, MDP para tecido ósseo, etc), produz-se o radiofármaco utilizado em Medicina Nuclear para a realização do diagnóstico e avaliação prognóstica de diversas doenças. Mais recentemente, foi possível a ligação de radioisótopos com moléculas com alta afinidade por receptores específicos, permitindo a avaliação de neoplasias e de doenças neurológicas, entre outras. Neste contexto, a Medicina Nuclear pode ser útil na avaliação de tumores neuroendócrinos, pois são neoplasias que expressam frequentemente receptores de somatostatina. Os tumores neuroendócrinos (TNE) fazem parte de um grupo heterogêneo de neoplasias, usualmente bem diferenciadas, com crescimento lento, mas eventualmente podem ser pouco diferenciadas, com comportamento agressivo. Exemplos de TNE são o carcinoma medular da tireoide, tumores da medular da adrenal, da hipófise e das paratireóides, paragangliomas, tumores pancreáticos, tumores carcinoides, feocromocitoma, neoplasia pulmonar de pequenas células, neuroblastoma, meningioma ou tumores de células de Merkel. Podem se concentrar em ilhotas endócrinas no pâncreas ou com localização dispersa nos tratos respiratório e gastrointestinal. O comportamento desses tumores depende do tipo de hormônio produzido, inclusive podendo ser assintomáticos. A Medicina Nuclear é muito útil na caracterização funcional, localização do sítio primário e estadiamento destas neoplasias. Inicialmente, a metaiodobenzilguanidina (MIBG) foi utilizada para caracterização de tumores secretores de catecolaminas, como os feocromocitomas, paragangliomas e neuroblastomas. O PET-CT com F18-FDG parece ter aplicação restrita na maior parte dos TNEs, tendo em vista que depende da alta taxa de metabolismo glicolítico para uma boa acurácia do método. Como este tipo de tumor é, na maior parte das vezes, bem diferenciado e de baixo crescimento, a aplicação do PET-CT com F18-FDG parece ser restrita, sendo este método mais útil em TNE pouco diferenciados (de pior prognóstico). A marcação de novas moléculas, como, por exemplo, DOTA-octreotide com Ga-68, tem apresentado resultados promissores para a utilização do PET-CT na avaliação destes tumores. Como foi citado anteriormente, grande parte dos TNEs expressa receptores de somatostatina. Como a utilização da somatostatina in vivo para localização destes receptores é inviável devido a sua curta meia-vida biológica (cerca de 2 minutos), foi desenvolvido um análogo da somatostatina (octreotide) para aplicação clínica. A cintilografia com octreotide é utilizada para diagnóstico e estadiamento destes tumores com excelentes resultados. Embora existam 5 tipos de receptores de somatostatina, o octreotride apresenta maior afinidade pelos tipos 2 e 5, e afinidade modesta pelo receptor tipo 3, sendo que a expressão do subtipo 2 nos TNE é a mais frequente. Este exame apresenta maior acurácia diagnóstica para tumores carcinoides, pancreáticos e neuroblastoma. O octreotide rotineiramente era marcado com o radioisótopo Indio-111 (radiofármaco In-111-octreotide) para a realização da cintilografia em pacientes com suspeita ou diagnóstico estabelecido de TNE, com o objetivo de definição diagnóstica, estadiamento da doença, bem como para caracterizar a possibilidade de o paciente responder ao tratamento. O protocolo utilizado determina a realização de imagens de 4h e 24h após a injeção deste radiotraçador. Recentemente, o octreotide foi associado ao Tc-99m com sucesso, sendo possível a realização de imagens em 1 e 4 horas após injeção do radiofármaco com excelente resultado. Atualmente, este é o protocolo utilizado no Serviço de Medicina Nuclear do Hospital Moinhos de Vento. Além da vantagem da realização do exame em um período mais curto, sem a necessidade de retorno no dia seguinte, com conforto maior para o paciente, o octreotide marcado com Tc-99m é produzido em Porto Alegre, ao contrário do I-111-octreotide. Isto permite uma marcação do exame rápida, sem a necessidade de encomenda e espera de alguns dias para a chegada do produto. Paciente do sexo feminino, 72 anos, com ressonância magnética prévia demonstrando massa no corpo e na cauda do pâncreas. Realizadas imagens de corpo inteiro de 1 e 4 horas após injeção de Tc99m-octreotide, bem como imagens focadas e tomográficas de abdome nas imagens tardias. A cintilografia evidencia intensa hipercaptação do radiofármaco no quadrante superior esquerdo do abdome, bem como múltiplos focos de hipercaptação no fígado, em duas áreas na linha média do abdome e pequena atividade focal no hemitórax direito. O estudo é compatível com tumor neuroendócrino de pâncreas com metástases hepáticas, em linfonodos adjacentes e metástase pulmonar. Ressonância magnética do abdome realizada após a cintilografia confirmou a presença de nódulos hepáticos e o aumento de linfonodos peripancreáticos. 34 Revista do Hospital Moinhos de Vento Hospital Moinhos de Vento: Rua Tiradentes, 333 Porto Alegre | RS – Fone: |51| 3314.3434 www.hospitalmoinhos.org.br