A origem da vida O homem vem ao longo do tempo tentando desvendar, o que seria provavelmente o maior acontecimento de todos os tempos. A sua própria origem. Há mais de 2000 anos, Aristóteles (filósofo grego) acreditava que os seres vivos surgiam a partir da matéria bruta do meio, era a chamada geração espontânea ou abiogênese. Vários pensadores reforçavam esta idéia, que perdurou até a metade do século XIX. Abiogênese X Biogênese No século XVII, começaram a surgir sábios com novas idéias, que não aceitavam a abiogênese, utilizando métodos científicos, para desmascará-la. Na Itália, Francesco Redi (1626 -1698) demonstrou que as larvas de moscas que se desenvolvem em carne em putrefação ou no interior de frutos surgem a partir de ovos ali depositados anteriormente por outras moscas. Um século após a experiência de Redi, a discussão ainda continuava. Somente na metade do século XIX, que a abiogênese sofreu seu golpe final, quando um cientista francês, Louis Pasteur (1822 – 1895), preparou um caldo de carne, que é um excelente meio de cultura para micróbios, e submeteu-o a uma cuidadosa técnica de esterilização, com aquecimento e resfriamento bruscos. Hoje, conhecida como “pasteurização”. Em seguida, o caldo de carne era conservado no interior de um balão “pescoço de cisne”. Devido ao longo gargalo do balão de vidro, o ar penetrava no balão, mas as impurezas ficavam retidas na curva do gargalo. Desta maneira nenhum micróbio conseguiria chegar até o caldo de carne. Como surgiu o primeiro ser vivo? Com o fim da abiogênese, ficou evidente que “todo ser vivo é proveniente de outro ser vivo”. Logo, surgiu à pergunta: COMO SURGIU O PRIMEIRO SER VIVO ? Muitas hipóteses foram formuladas. Somente em 1930, finalmente, apareceu uma nova hipótese, criada por Aleksandr Ivanovitch Oparin, lançada integralmente no livro A origem da vida. A Terra primitiva e a Teoria de Oparin A Terra tem aproximadamente 4,5 bilhões de anos, a vida teria surgido à cerca de 1,5 bilhão de anos. Na atmosfera primitiva da Terra, existiriam metano (CH4), amônia (NH3), hidrogênio e vapor de água. Sob altas temperaturas, e na presença de centelhas elétricas e raios ultravioletas, esses gases teriam se combinado, originando os aminoácidos, que ficariam flutuando na atmosfera. Com a saturação da umidade da atmosfera, formaram-se as primeiras chuvas, arrastando os aminoácidos para o solo. Submetidos ao aquecimento prolongado, os aminoácidos teriam se combinado uns com os outros em reação de desidratação, formando as proteínas. As chuvas levariam essas proteínas para os mares primitivos, enriquecendo as águas com uma espécie de “sopa de proteínas” Na água, as proteínas dissolvidas formaram os colóides, que se aglutinaram formando os coacervados. Esses coacervados englobavam moléculas de nucleoproteínas, organizando-se em gotículas delimitadas por uma membrana lipoprotéica, surgindo assim às primeiras células. Por serem estruturas muito simples, ainda não dispunham de um equipamento enzimático, capaz de realizar fotossíntese. Eram, portanto, heterótrofos. Só mais tarde surgiram as células autótrofas, mais evoluídas. Permitindo o aparecimento dos seres com respiração aeróbia. As experiências de Miller e Fox Oparin, não teve como provar sua hipótese. Mas, em 1953, Stanley Miller, na Universidade de Chicago, realizou em laboratório a experiência, utilizando O aparelho de Miller. Miller submeteu os gases primitivos, submetendo-os a faíscas elétricas. Depois de algum tempo obteve acumulo de orgânicas numa determinada região do aparelho, entre as quais aminoácidos. < windth="180"> Em 1957, baseado nos experimento de Miller, Sidney Fox, também norte-americano, aqueceu uma mistura seca de aminoácidos, e constatou a presença de proteinóides (molécula protéicas com poucos aminoácidos), numa evidencia de que os aminoácidos teriam se unido através de ligações peptídicas, numa síntese, por desidratação. O surgimento dos autótrofos e aeróbios Segundo os experimentos de Miller e Fox os primeiros seres teriam sido heterótrofos fermentativos. Os mares puderam sustentar os heterótrofos ao longo de milhões de anos, tempo suficiente para que em alguns deles tivessem surgido moléculas capazes de absorver energia luminosa e um equipamento enzimático capaz de promover reações de síntese que culminariam com a transformação de moléculas simples em moléculas orgânicas complexas (fotossíntese). Segundo a hipótese heterotrófica, os principais fenômenos bioquímicos conhecidos surgiram na Terra na seguinte seqüência: Fermentação ----> Fotossíntese -----> Respiração Aeróbica A evolução das espécies A biodiversidade. Que mecanismo variedade de seres vivos? propiciou essa imensa Algumas teorias da evolução mostram como este fato foi possível: - As espécies vivas são passíveis de modificações e, portanto podem sofrer alterações morfológicas. - As espécies atuais surgiram de outras preexistentes. - As diversas características de uma espécie, podem contribuir para sua adaptação as condições existentes num certo meio. A evolução é um processo de mudança através do qual os seres vivos se diversificam, dando origem a novas espécies. Fixismo ou crença na criação especial e Evolucuionismo Atualmente não existem mais dúvidas de que os seres vivos descendem de ancestrais comuns. Os seres vivos, desde o aparecimento da vida na face da Terra até os dias atuais vêm se diversificando: novas espécies têm surgido e outras têm se extinguido. Quanto ao processo evolutivo das espécies os sábios estavam divididos em duas correntes: os fixistas e evolucionistas. Entre os fixistas, se destacavam Cuvier e Lineu, que não admitiam o fenômeno da evolução. Segundo Cuvier, as espécies atuais já existem desde a origem do mundo, apenas justificando o desaparecimento de algumas, sugerindo a ocorrência de catástrofe periódica, que teriam abalado o planeta. Lineu dizia que, as espécies são tantas quantas saíram das mãos do criador. O fixismo é o nome que se dá à teoria que, defende a idéia de que todas as espécies de seres vivos foram criadas por inspiração divina tal e qual existem atualmente, isto é, que estas espécies não se modificaram desde a sua criação até os dias atuais. O Evolucionismo Os evolucionistas ou transformistas encontraram seus pontos fortes em Jean Baptista de Monet de Lamarck (1744 – 1829) e Charles Robert Darwin (1809 – 1822). A Teoria de Lamarck O Lamarquismo se fundamentava em dois princípios básicos: - Os órgãos estariam sujeitos a hipertrofias a atrofias em decorrência do uso excessivo ou do seu desuso – Lei do Uso de do Desuso. Essas alterações estruturais dos órgãos, adquiridas durante a vida, por influência do meio, seriam transmissíveis por hereditariedade. Erros de Lamarck Lamarck apontava o que sucede com os atletas de halterofilismo e com os paralíticos, onde no primeiro caso a musculatura por ser muito solicitada aumenta de tamanho, ao passo no segundo caso, não havendo se devido uso, ela se atrofia. Os escritores, estudantes, costureiras e escultores teriam progressivamente a visão melhorada. Outro erro foi de admitir que os caracteres adquiridos se transmitissem por hereditariedade. Segundo ainda Lamarck, a girafa teria sido portadora, inicialmente de pescoço curto. Pelo hábito de se alimentar de folhas colhidas nas partes altas das árvores, teve o pescoço e os membros anteriores gradualmente alongados. Cada novo aumento teria sido transmitido a geração seguinte. O Darwinismo No século passado, dois naturalistas, Darwin e Alfred Russel Wallace, propuseram outra teoria sobre a evolução dos seres vivos. Darwin por apresentam uma maior documentação sobre a teoria da evolução, foi quem mais a defendeu. Suas idéias foram publicadas no ano de 1859 no livro “A origem das espécies através da seleção natural”. A Teoria da evolução criada por Darwin é fruto de uma viagem, por 5 anos pela América do Sul e depois numa volta ao mundo, abordo do Beagle, navio de inspeção inglês. Os princípios básicos propostos por Darwin e Wallace: - Todo organismo produz uma grande quantidade de células reprodutoras, mas apenas algumas originam indivíduos que chegam à idade adulta. - O número de indivíduos de uma espécie mantém-se mais ou menos constante no decorrer das gerações. - Os indivíduos de uma mesma espécie não são todos idênticos, mas apresentam variações em todos os caracteres. - É muito grande a taxa de mortalidade, nascem muito mais indivíduos do que os que atingem a maturidade. - A transmissão de caracteres dos pais para os filho é um fato. - Face a desproporção entre o crescimento da população e a quantidade de alimento disponível, os indivíduos empenhamse numa “luta pela vida”. – Baseado na Teoria de Thomas Malthus. - Malthus afirmou que, as populações crescem numa progressão geométrica, enquanto as reservas alimentares para elas crescem segundo, numa progressão aritmética. - Em face da desproporção entre o crescimento da população e quantidade de alimento disponível, os indivíduos empenham-se numa “luta pela vida”. No final dessa luta, seriam selecionados os mais fortes ou os mais aptos, decorrendo então a “seleção natural”. Os erros de Darwin 1. Valeu-se das idéias Lamarquistas, no que se refere a passagem dos caracteres adquiridos. Pois não havia os conhecimentos dos genes e dos cromossomos, bem como a ocorrência de mutações. 2. A comparação feita com a teoria de Thomas Malthus entre população e alimento. As progressões geométrica e aritmética não são mais aceitas, ainda que se admita que as populações tenham uma taxa de crescimento não acompanhada pela produção de alimento. 3. A “luta pela vida” não se faz de indivíduo contra indivíduo, mas entre os indivíduos e o meio ambiente. Darwin x Lamarck O lamarckismo admite que características novas são adquiridas por imposição do ambiente, enquanto o darwinismo considera que as características já existentes são apenas selecionadas pelo ambiente. É na influência do ambiente que resiste a maior diferença entre as duas idéias. Entretanto, o darwinismo clássico é considerado incompleto, por não explicar as causas das variações existentes entre os componentes de uma certa população. Mutacionismo (Neodarwinismo) O mutacionismo foi criado por Hugo de Vvies (Holanda, 1848 –1935), a partir dos estudos feitos por Johann Gregor Mendel (Áustria, 1822 – 1884), que estabeleceu as bases da genética, dando condições reais para provar o mecanismo que provoca as variações nos indivíduos. Inicialmente, corrige o grande erro da hipótese de Darwin, eliminando a hereditariedade dos caracteres adquiridos, mas se mantendo fiel à idéia da seleção natural. As variações surgem nos indivíduos de uma espécie em conseqüência de alterações do material genético, transmitido de pai a filhos através dos gametas. Os genes sofrem ou podem sofrer ocasionalmente modificações espontâneas, mas não provenientes de qualquer reação intencional do organismo a fim de se adaptar ao meio. “A mutação é um fenômeno acidental”, que pode tornar o indivíduo mais adaptado ao meio ou não. A Teoria Sintética ou Moderna ou Neodarwinismo O mutacionismo como teoria não solucionou completamente o problema de explicar o mecanismo da evolução das espécies. A teoria moderna ou sintética, a mais completa, associa o conhecimento das mutações às idéias de luta pela vida e seleção natural, de Darwin, acrescentando a valorização do isolamento geográfico ou sexual. A teoria sintética sustenta-se sobre os seguintes pontos: - Mutação como fator de variação dentro da espécie. Acaso (nunca intencional) Luta pela vida (indivíduo x meio ambiente) - Seleção natural e isolamento A soma desses fatores deve responder pelo transformismo das espécies. Entre os (pernas - Algumas (1/1600), exemplos temos: - A Raça Âncon de carneiros curtas) A laranja baía (1870) mutações cromossomiais, com a síndrome de Down Klinefelter (1/500) e etc. Os indivíduos como essas alterações não se reproduzem e, portanto, não se pode dizer que a alteração seja herdada. Outro fator importante sobre a Teoria Sintética é o papel do isolamento Se duas variedades de uma mesma espécie se mantêm isoladas geograficamente ou sexualmente, elas evoluem em sentidos diversos até um ponto em que as diferenças nos seus instintos sexuais, na sua anatomia ou mesmo na estrutura dos seus cromossomos passam a impossibilitar, o cruzamento ou reprodução entre elas. E se cruzarem, não dever ocorrer a fecundação. Se tal ainda se der, a prole resultará estéril. Ex. Cavalo + Jumento Þ Burro ou Mula (estéril) As três raças humanas (branca, negra e mongólica), por não manterem isolamento sexual, têm-se mantido estáveis. Variações nas Populações Irradiação Adaptativa É o processo de diferenciação progressiva que sofre os indivíduos de uma espécie, quando em populações isoladas umas das outras, permitindo que cada grupa se afaste do tipo original e dos demais grupos segregadores. Uma vez isoladas por barreiras geográficas (cordilheiras, desertos, oceanos e etc), essas populações vão sofrendo mutações que somam independentemente em cada grupo, lentamente se diversificando. Embora, todos os mamíferos atuais são descendentes de um tronco inicial (ancestral), a irradiação adaptativa permitiu que, ao longo de milhões de anos, eles se diversificassem. A irradiação adaptativa está intimamente relacionada ao fenômeno das adaptações. As adaptações são transformações não-intencionais que uma espécie sofre ao longo do tempo, produzidas por mutações que ocorrem ao acaso. Uma espécie pode se adaptar a temperatura, (criando pêlos para resistir ao frio), ao meio aquático (desenvolvendo nadadeira), à água salgada ou doce (aprimorando mecanismos de eliminação dos sais e água), à competição na luta Um tipo especial de adaptação é a chamada adaptação convergente ou convergência, onde uma espécie sofre transformações que adaptam a um ambiente para o qual outras espécies também sofreram adaptações semelhantes. Evidências evolutivas A homologia Os chamados órgãos homólogos são aqueles que apresentam a mesma origem embrionária, podendo desempenhar funções semelhantes ou não. Isto significa que diferentes organismos tiveram uma origem evolutiva comum. Como exemplos de órgãos homólogos, temos: Braço humano, asas do morcego, nadadeiras anteriores do golfinho e patas anteriores do cavalo. Os órgãos homólogos decorrem de uma irradiação adaptativa, em que um ancestral, desenvolve vários grupos que exibem linhas evolutivas divergentes. A analogia Os órgãos análogos são os que desempenham funções semelhantes, embora possam ter origem embrionária diferente. Como exemplos de órgãos análogos, temos: Nadadeiras da baleia e do tubarão. O fato de terem a mesma função não significa que tenham parentesco evolutivo. Órgãos vestigiais São órgãos que se mostram desenvolvidos e funcionalmente ativos em certos grupos de animais inativos (atrofiados) em outros.. Considera-se que os órgãos vestigiais revelam a existência de parentescos evolutivos entre espécies diferentes. Como exemplos, temos: O apêndice vermiforme e o cóccix.