Profª Eleonora – Slide de aula Cadeia de Transporte de Elétrons e Fosforilação Oxidativa Profª Eleonora – Slide de aula Cadeia de Transporte de Elétrons ou Cadeia Respiratória Os transportadores de elétrons sempre funcionam em uma seqüência determinada Os potenciais redox-padrão dos componentes da cadeia são sucessivamente mais positivos quando se encaminham em direção ao oxigênio. Os elétrons tendem a fluir dos sistemas eletronegativos para os eletropositivos, levando a uma diminuição da energia livre. Cada membro da cadeia é específico para um dado doador e para um dado receptor de elétrons. O NADH pode transferir seus elétrons para a NADH redutase, mas não os transfere diretamente para a ubiquinona ou para o citocromo. Complexos bem estruturados do sistema transportador de elétrons foram isolados da membrana mitocondrial interna. Profª Eleonora – Slide de aula Esquema dos complexos transportadores de elétrons da Cadeia Respiratória A cadeia respiratória consiste de uma seqüência de reações redox pela qual os elétrons são transferidos das coenzimas reduzidas (NADH ou FADH2) para o oxigênio. Complexo Complexo II == NADH-Ubiquinona NADH-Ubiquinona Redutase; Redutase; Complexo Complexo II II == Succinato-Ubiquinona Succinato-Ubiquinona Redutase; Redutase; Complexo III = Ubiquinol-Citocromo C Redutase; Complexo IV = Citocromo Oxidase Complexo III = Ubiquinol-Citocromo C Redutase; Complexo IV = Citocromo Oxidase Profª Eleonora – Slide de aula Fluxo de elétrons e prótons na cadeia respiratória Profª Eleonora – Slide de aula Complexos transportadores de elétrons Isolados como conjuntos funcionais Profª Eleonora – Slide de aula Esquema do transporte de elétrons Succinato Fumarato Complexo II FAD NADH NAD+ FADH2 FMN Fe-Sred CoQ Fe-Sred CiT. c1oxid CiT. cred CiT. aoxid Cu (I) CiT. a3oxid H2O FMNH2 Fe-Soxid CoQH2 Fe-Soxid CiT. c1red CiT. coxid CiT. ared Cu (II) CiT. a3red ½ O2 Complexo I Ciclo Q Cit. b Complexo III Complexo IV Os co-fatores reduzidos (NADH e FADH2) podem transferir seus elétrons para substratos específicos da cadeia de transporte de elétrons, a seguir, os elétrons são transferidos sucessivamente para outro substrato. Deste modo, parte da energia liberada na oxidação do primeiro substrato pode ser utilizada para impulsionar a redução de um segundo substrato. Profª Eleonora – Slide de aula FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA Os componentes da cadeia de transporte de elétrons estão organizados em ordem crescente de potenciais de oxido-redução, desde as coenzimas reduzidas até o oxigênio. As transferências de elétrons de um componente para o seguinte constituem reações de óxido-redução que se processam sempre com liberação de energia, que é aproveitada para a síntese de ATP. O processo chamado fosforilação oxidativa se refere à fosforilação do ADP em ATP utilizando a energia liberada por essas reações de óxido-redução. Teoria quimiosmótica (proposta por Mitchell) A energia livre do transporte de elétrons é conservada pelo bombeamento de H+ da matriz mitocondrial para o espaço intermembrana. Esta translocação de prótons cria um gradiente de concentração de H+ e de carga elétrica através da membrana mitocondrial interna. O potencial eletroquímico desse gradiente é aproveitado para a síntese de ATP. Profª Eleonora – Slide de aula Potencial redox de alguns sistemas biológicos A partir destes valores é possível calcular, não só a variação de potencial de uma reação de oxidação-redução, como a variação de energia livre que acompanha essa transformação. Oxidante Redutor n E0’ (V) Ácido Succínico + CO2 Ácido α-cetoglutárico 2 - 0,67 Ferredoxina (oxidada) Ferredoxina (reduzida) 1 - 0,43 2 H+ H2 2 - 0,42 Ácido α-cetoglutárico Ácido isocítrico 2 - 0,38 NAD+ (NADP+) NADH+H+ (NADPH+H+) 2 - 0,32 Ácido lipóico (oxidado) Ácido lipóico (reduzido) 2 - 0,29 FAD FADH2 2 - 0,22 Acetaldeído Etanol 2 - 0,20 Ácido pirúvico Ácido láctico 2 - 0,19 Ácido oxaloacético Ácido málico 2 - 0,17 FMN FMNH2 2 - 0,12 Ácido fumárico Ácido succínico 2 + 0,03 Citocromo b (+3) Citocromo b (+2) 1 + 0,04 Coenzima Q Coenzima QH2 2 + 0,10 Citocromo c1 (+3) Citocromo c1 (+2) 1 + 0,22 Citocromo c (+3) Citocromo c (+2) 1 + 0,25 Citocromos a/a3 (+3) Citocromos a/a3 (+2) 1 + 0,28 O2 H2O 2 + 0,81 Observação: Em Bioquímica, as formas reduzidas (AH2) e oxidadas (A) do substrato têm nomes diferentes. Por exemplo, a forma oxidada do ácido succínico (ou succinato) é o ácido fumárico (ou fumarato). Profª Eleonora – Slide de aula Etapas da Cadeia Respiratória que Permitem a Fosforilação do ADP em ATP A designação fosforilação oxidativa resulta da possibilidade de conjugação entre oxirredução e fosforilação de ADP a ATP. Como a formação de ATP a partir de ADP + Pi necessita de cerca de 7,5 kcal, poder-se-ia concluir que cada etapa da cadeia respiratória na qual a energia liberada fosse superior a 7,5 kcal permitiria a síntese de 1 ATP. De fato, não é essa, exatamente, a estequiometria do processo. Mas são, sem dúvida, essas etapas que geram energia para a síntese do ATP. ∆E0’ ∆G0’ (**) (volt) (kcal/mol NADH) NADH + H+ + FMN → NAD+ + FMNH2 0,20 (1) - 9,2 (2) FMNH2 + Q → FMN + QH2 + 0,22 - 10,2 (*) QH2 + cit b (+3) → Q + cit b (+2) - 0,06 + 2,8 cit b (+2) + cit c1 (+3) → cit b (+3) + cit c1 (+2) + 0,18 - 8,3 (*) cit c1 (+2) + cit c (+3) → cit c1 (+3) + cit c (+2) + 0,03 - 1,4 cit c (+2) + cit a/a3 (+3) → cit c (+3) + cit a/a3 (+2) + 0,03 - 1,4 cit a/a3 (+2) + 1/2 O2 + 2 H → cit a/a3 (+3) + H2O + 0,53 - 24,5 (*) + 1,13 - 52,2 Reações Obtêm-se fazendo E0’ (FMN/FMNH2) – E0’ (NAD+/NADH) = - 0,12 – (- 0,32) V Coenzima Q (Q) é móvel. Do NADH à Q pode-se contar como uma única etapa. No caso do aceptor ser o FAD esta primeira etapa é “saltada”. (*) Etapas capazes de gerar ATP (**) Variação de energia livre: ∆G0’ = - n F ∆E0’ Onde: n = 2; F = equivalente energético do Faraday (23,06 kcal.volt-1. mol-1); ∆E0’ = diferença entre o potencial de oxirredução de dois sistemas (1) (2) Profª Eleonora – Slide de aula Modelo Quimiosmótico para Mitocôndria A teoria quimiosmótica, para explicar o mecanismo de fosforilação oxidativa e o seu impacto no campo de bioenergética, rendeu a Peter Mitchell o prêmio Nobel em 1978. Profª Eleonora – Slide de aula Transporte de elétrons acoplado a fosforilação oxidativa Estrutura da ATP sintase Quando o co-fator (NADH ou FADH2) é oxidado por transferir seus elétrons ao O2, a energia livre é recuperada e utilizada para impulsionar a formação de ATP. O ATP formado é exportado da mitocôndria e fornece a energia necessária para o metabolismo celular Profª Eleonora – Slide de aula Acoplamento da produção de ATP ao transporte de elétrons As reações de oxidação que liberam energia originam o bombeamento de prótons e, consequentemente, o gradiente de pH pela membrana mitocondrial interna. Além do gradiente de pH há uma diferença de voltagem pela membrana, formada pelas diferenças de concentração de íons nos lados interno e externo. A energia do potencial eletroquímico (queda de voltagem) pela membrana é convertida em energia química armazenada pelo ATP no processo de acoplamento. Um termo chamado razão P/O é usado para indicar o acoplamento da produção de ATP ao transporte de elétrons. A razão P/O fornece o número de moles de Pi (ADP + Pi → ATP) consumidos, para cada mol de átomos de oxigênio (½ O2 + 2 H+ + 2 e- → H2O) consumidos na reação . O oxigênio é o aceptor final de elétrons do NADH e ½ mol de moléculas de O2 (um mol de átomos de oxigênio) é reduzido para cada mol de NADH oxidado. A razão P/O determinada experimentalmente é 2,5 quando o NADH é o substrato oxidado. A razão P/O é 1,5 quando FADH2 é o substrato oxidado (valor experimental). Observação: até recentemente, os bioquímicos utilizavam os valores integrais de 3 e 2 para as razões P/O por oxidação de NADH e FADH2, respectivamente. O consenso de números não-inteiros utilizados aqui destaca a complexidade do transporte de elétrons, da fosforilação oxidativa e da maneira como os dois estão acoplados. Profª Eleonora – Slide de aula Inibidores da Cadeia Respiratória Rotenona: Extremamente tóxico. Extraído de plantas e usado como veneno, pelos índios na Amazônia. Bloqueia o transporte de elétrons entre NADH e Ubiquinona Antimicina A: Antibiótico tóxico. Bloqueia o transporte de elétrons entre Ubiquinona e Citocromo C Cianeto Bloqueia a redução do O2 pelo Citocromo aa3 Esquema da cadeia respiratória e os pontos de bloqueio no transporte de elétrons NADH NADH → → [FMN-FeS] [FMN-FeS] → →Q Q→ → [b [b FeS FeS CC11]] → → CC → → aa aa33 Rotenona Rotenona Antimicina Antimicina A A ½ ½O O22 H H22O O Cianeto Cianeto Monóxido Monóxido de de carbono carbono Ácido Ácido sulfúrico sulfúrico Profª Eleonora – Slide de aula Agentes Desacopladores Permitem que o transporte de elétrons ocorra na mitocôndria Impedem a fosforilação oxidativa do ADP em ATP Desacoplam a ligação essencial entre o transporte de elétrons e a síntese do ATP Exemplo: 2,4-Dinitrofenol