No 27 Dezembro/2013 Centro de Farmacovigilância da UNIFAL-MG Site: www.unifal-mg.edu.br/cefal e-mail: [email protected] Tel: (35) 3299-1273 Equipe editorial: prof. Dr. Ricardo Radighieri Rascado; profa. Drª. Luciene Marques; Jéssica Caroline Corrêa Santos; Marcela Forgerini; Michele Sousa Neri Você sabia que o fracionamento de compridos pode comprometer a dose? E que nem todos os comprimidos podem ser partidos? A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) desde 2003 vem alertando a população a respeito da prática de dividir o comprimido ao meio. Uma prática que se disseminou devido aos planos privados de assistência à saúde que incentivavam os beneficiários de partir o comprimido como um meio de economizar custos, devido o crescente liberação sustentada (liberado durante todo o dia no organismo) ou se o produto tem como objetivo atingir uma área específica do organismo, antes de se dissolver por completo. Isso não significa que nenhum medicamento possa ser partido, mas este processo deve ser discutido pelo médico, farmacêutico e paciente. Em aumento dos custos terapêuticos e ao acesso a medicação disponível prescrita. Procedimento este, comumente praticado por leigos e, esporadicamente, pelos profissionais de saúde. Esta é uma prática muito comum no Brasil, onde os pacientes em algumas situações dividem o comprimido para reduzir o custo das medicações. No entanto, além da questão econômica, o paciente deve pensar na eficácia do tratamento. A partição do comprimido ao meio é prejudicial aos tratamentos de saúde, especialmente se o produto for de algumas situações, esta conduta é uma opção viável, uma vez que o comprimido de 20mg de determinado produto pode ter o mesmo preço de um comprimido de 40mg. No caso, usar a metade de um comprimido de 40mg pode ser uma opção de custo eficaz, mas tal decisão suplanta a economia, pois, a segurança do paciente deve prevalecer. Além de ser usada para a diminuição do custo, se tornou uma mania muito comum partir os medicamentos ao meio para facilitar a ingestão. “Existem remédios que tem divisão própria no comprimido, o que indica que podem ser 1 repartidos, pois não comprometimento da haverá dosagem medicamentosa. Mas os remédios que comprimidos. Assim, a partição do comprimido ao meio pode e, frequentemente, afeta a posologia. não têm essa divisão não devem ser Neste caso, o paciente não tem a cortados ao meio. Alguns medicamentos garantia de receber a dose correta da são desenvolvidos para se dissolverem medicação aos poucos; logo, cortando-os ao meio redirecionando os potenciais problemas acaba-se prejudicando seu efeito. Sem relativos à medicação e a insuficiente contar que a dosagem correta pode ser aderência do paciente. perdida no processo de partir”, explica necessária ao tratamento, Entende-se assim a importância Dr. Paulo Aligiere, assistente médico da da Fundação do Remédio Popular de SP. comprimido pelo médico, farmacêutico e Um estudo foi realizado por discussão paciente, sobre para a partição verificar se é de um experientes acadêmicos de Farmácia, procedimento útil e uma escolha viável publicado na edição do periódico da para as medicações prescritas, ao permitir Associação Americana de Farmacêuticos a dose correta da droga ao paciente. (JAPhA), utilizando um aparelho para a A recomendação prioritária é partição de comprimidos e observou-se evitar a partição de comprimidos não que foi produzido comprimidos partidos sulcados e ter o máximo de cuidado mais higiênicos, quando comparados aos quando partir comprimidos pequenos, manualmente partidos. Porém, mesmo especialmente se forem revestidos e sob rigorosas e controladas condições, os arredondados, dado a dificuldade de resultados foram uma combinação de localização do meio. aspectos favoráveis e desfavoráveis, uma Com isso, observa-se o valor de vez que alguns comprimidos se dividem seguir as orientações farmacêuticas, sobre em mais de dois pedaços devido à os tipos de medicamentos que podem ser pressão do instrumento cortante; em seguramente partidos ao meio. Pois outros, os comprimidos se dividem em erroneamente, as pessoas leigas ou não, partes relativamente iguais, mas suas acham que todos os tipos de comprimidos bordas ficam disformes ou o revestimento podem ser partidos. Que dependendo do dos comprimidos se desintegra ou se medicamento, esfarelam, Antihipertensivos, após a partição. Estes como por exemplo, Ansiolíticos resultados podem ser observados pelos Anticonvulsivantes, pacientes alterar a resposta ao tratamento, devido às no ato da partição de a partição e pode 2 perdas que se tem ao partir o comprimido. Assim, torna-se claro que a última opção comprimidos, é a partição principalmente de aqueles medicamentos de uso contínuo. Referências bibliográficas Estudo alerta que partir comprimidos ao meio não garante ao paciente a dose correta. Disponível em: < http://pfarma.com.br/noticia-setorfarmaceutico/saude/1544-estudoalerta-que-partir-comprimidos-aomeio-nao-garante-ao-paciente-adose-correta.html >. Acesso em: 13 Nov. 2013. Estudo alerta que partir comprimidos ao meio não garante ao paciente a dose correta. Disponível em: < http://globotv.globo.com/redeglobo/jornal-nacional/v/estudoalerta-que-partir-comprimidos-aomeio-nao-garante-ao-paciente-adose-correta/2930843/ >. Acesso em: 13 Nov. 2013. Caso queira notificar reação adversa a algum medicamento, desvio de qualidade ou erro de medicação, acesse o portal do CEFAL (http://www.unifal-mg.edu.br/cefal) e preencha o formulário. https://www.facebook.com/cefal.unifal [email protected] (35) 3299-1273 APRENDA A TOMAR MEDICAMENTOS CORRETAMENTE. < http://drauziovarella.com.br/noticia s/aprenda-a-tomar-medicamentoscorretamente >. Acesso em: 15 Nov. 2013. 3