Protocolo teste para triagem neonatal de

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS ICB/USP
Departamento de Imunologia
ICB/USP
Laboratório de Imunologia Humana
Protocolo para quantificação de TRECs para triagem neonatal de linfopenias T
Responsável: Dr. Antonio Condino Neto
As imunodeficiências graves combinadas (SCID) constituem um grupo de
imunodeficiências primárias (IDP) compreendido por 14 condições genéticas
independentes, que compartilham o fenótipo clínico de profunda deficiência nas funções
imunes celular e humoral. A característica marcante das SCID é a ausência completa ou
o número muito baixo de linfócitos T maduros. Características adicionais ocorrem
devido à presença ou ausência de linfócitos B e células natural killer, padrão de
herança, e o defeito genético-molecular. Além das SCID, também é possível a triagem
de outras IDP que apresentam linfopenias T como a Síndrome de Di George. A SCID é
considerada uma emergência pediátrica, pois quase 100% das crianças morre antes de
um ano de idade se não tratadas.
Aproveitando a coleta rotineira de sangue para que a triagem neonatal seja
realizada, é possível mensurar a presença ou ausência de linfócitos T através da
quantificação do número de círculos excisados de células T (do inglês: TRECs – T Cell
Receptor Excision Circles), que são marcadores do desenvolvimento normal deste tipo
celular. Amostras de sangue com baixo número ou níveis indetectáveis de TRECs são
características da SCID e de todas as outras condições em que a produção e/ou
sobrevivência das células T está profundamente prejudicada
COLETA:
O sangue deve ser coletado em cartão de coleta neonatal (se)melhante ao do “Teste do
Pezinho”, segundo instruções abaixo:
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Colocar luva de procedimento SEMPRE;
Realizar uma punção vigorosa (para evitar repetição) no calcâneo do bebê, com
lanceta estéril descartável. Na falta da lanceta, utilizar com cautela agulha 25x8mm
descartável;
Não espremer o calcanhar do bebê devido ao perigo de hemólise e extravasamento
de líquido intersticial, tanto na amostra coletada como no tecido subcutâneo,
provocando edema, hematoma ou equimose;
Aguardar a formação de gota espessa de sangue e encostar o verso do primeiro
círculo do papel de filtro na gota de sangue formada. Deixar o sangue fluir
naturalmente, evitando a “ordenha”, que libera plasma do tecido, diluindo a amostra
colhida. Preencher todos os círculos com sangue.
Não deixar coagular o sangue, no pezinho ou no papel de filtro, durante a coleta. A
camada de sangue deve ser fina e homogênea, sem excesso ou falta de sangue, que
provocam manchas claras ou escuras no papel de filtro e alteram o resultado do
exame. Nunca usar frente e verso do papel para preencher o círculo. Esperar o
sangue atravessar o papel até preencher os dois lados do círculo.
Caso seja necessário fazer a coleta através de punção venosa:
Utilizar heparina (tubo a vácuo de tampa verde) como anticoagulante. Utilizar
então, um pipetador automático para aliquotar o sangue no papel filtro
(aproximadamente 70uL de sangue para cada círculo) ou um capilar de vidro.
Lembrando que, do mesmo modo, deve-se preencher o círculo do papel filtro de
somente um lado. Nunca usar frente e verso do papel para preencher o círculo.
ARMAZENAMENTO DA AMOSTRA:
• Deixar secar as amostras de sangue colhidas em temperatura ambiente, durante 1 a
3 horas, na posição horizontal;
• Depois de seco, empilhar os papéis de filtro alternadamente, de modo que as
amostras não fiquem em contato direto umas com as outras;
• Embalar com papel alumínio, colocar num saco plástico e armazenar num
recipiente fechado (caixa de isopor ou marmita de metal) em freezer (-20°C) ou
geladeira (4°C).
Para mais informações, por favor entrar em contato com Marília Kanegae através do email: [email protected]
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