Módulo III - Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de

Propaganda
Escola de Desenvolvimento Rural de Abrantes
2007/2008
Módulo III
----------------------------------------------------A cultura do Mosteiro: da Alta Idade Média ao Românico
- Do fim do Império ao ano 1000: os espaços do Cristianismo;
- A formação da Arte Cristã;
- A Arte Islâmica em território europeu;
- O Românico: o mundo à imagem de Deus;
- A Arte na Alta Idade Média em Portugal.
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Arte medieval
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Arte bizantina
Arte islâmica
Pré-românico
o Arte germânica
o Arte hibérnico-saxónica
o Arte anglo-saxónica
o Arte celta
o Arte visigótica
o Arte merovíngia
o Arte carolíngia
o Arte otoniana
Românico
Arte mudéjar
Gótico
Manuelino
A arte da Idade Média insere-se no período que, convencionalmente, se chama de
Idade Média. A Igreja Católica assume neste período um papel de extrema importância
1
filtrando todas as produções científicas e culturais, fazendo com que muitas obras
artísticas tenham temática religiosa.
Periodização
- Arte cristã do império romano do oriente, desde a transição da
capital para Constantinopla à sua conquista em 1453 pelos
turcos.
Arte
bizantina - Influência da arte romana e da arte oriental.
- Arquitectura religiosa (cúpula), pintura e mosaico de carácter
bidimensional e simbólico (ícones).
Período pré-românico
-
Arte
merovíngia
- Período da dinastia franca dos merovíngios de c.
500 a 750.
- Período de Carlos Magno e seus sucessores.
- Arquitectura religiosa com pinturas murais,
mosaicos, baixos-relevos (Catedral de Aachen capela palatina), surge a cripta com deambulatório,
Arte carolíngia mosteiros.
- Artes decorativas, marfins, joalharia, iluminura de
forte dinamismo de traço, energia rítmica.
- Herança céltico-germânica, inspiração na arte
romana clássica, espírito medieval, emocional.
- Alemanha, meados do século X a inícios do
século XI. Império Romano-Germânico: Otão I e
seus sucessores. Estilo que sucede ao carolíngio, do
qual recebe grande influência, e que antecipa
formalmente o românico.
Arte otoniana
- Arquitectura vigorosa, maciça e de equilibradas
proporções, portas de bronze em relevo.
- Escultura realista e expressiva. Iluminura de
grande força e intensidade, variedade de matizes,
clarificação da mensagem, hierarquia pela escala
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das figuras.
Românico e Gótico
- Baixa Idade Média, Europa, entre finais de século
XII a finais de século XV com diferenças locais e
temporais.
- Catedrais, arco quebrado, abóbada de cruzaria,
arcobotante, vitrais, verticalismo, complexidade
decorativa. O horizontalismo dos edifícios foi
substituído pelo verticalismo; As paredes passaram
a ser mais leves e finas; Os contrafortes passaram a
Arte gótica
ser em menor número; As janelas são
predominantes; A utilização do arco de volta
quebrada; A consolidação dos arcos passou a ser
feita por abóbadas de arcos cruzados ou de ogivas;
Nas torres (principalmente nas torres sineiras) os
telhados serem em forma de pirâmide.
- Arte religiosa citadina de ensinamento ao fiel
possibilitar ascensão ao divino.
- Portugal, estilo arquitectónico simultâneo a gótico
final.
- Influência estilística dos Descobrimentos, grande
Arte manuelina importância da decoração; esfera armilar, motivos
marítimos, cordas, elementos florais e vegetais.
Ver também: Mosteiro dos Jerónimos | Torre de
Belém
Arquitectura da Idade Média
Arquitectura
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Durante a Idade Média os templos (igrejas, catedrais) e outros edifícios tinham
planta de cruz latina ou em basílica.
No estilo Românico os principais materiais utilizados para a construção de
edifícios eram a pedra e o tijolo. Na altura os tectos dos edifícios eram de madeira e, por
isso, havia muitos incêndios. Por esta razão, esses tectos de madeira foram substituídos
por abóbadas. Devido a estas abóbadas (de estilo bizantino) as paredes tiveram de se
tornar espessas para sustentar tanto peso. Para as sustentar era necessário o uso de
contrafortes em abundância. Para que os edifícios não se desmoronassem, o uso de
janelas e vitrais passou a ser tão reduzido que quase não se notava os detalhes do
interior dos edifícios, pelo facto de haver muito pouca luminosidade.
No estilo Gótico os edifícios passaram a ser mais altos, mas menos extensos. As
paredes passaram a ser menos espessas e mais altas. Por isso houve uma diminuição do
número de contrafortes utilizados. Devido a isto, as paredes eram rasgadas por inúmeras
e enormes janelas e vitrais que, ao contrário do estilo Românico, deram uma maior
luminosidade e claridade ao interior dos edifícios.
Literatura
Os Jograis passam a cantar históricos poemas dos Trovadores, descrevendo
romances e duelos e brigas dos Cavaleiros. Surgem então as Novelas de Cavalarias cujo
texto feito pelo Trovador cantava os combates entre vilões e heróis, raptos de donzelas e
final feliz. As novelas de cavalaria constituem exemplo expressivo da influência dos
povos ibéricos na formação da cultura brasileira. Trazidas pelos Colonizadores, essas
narrativas acabaram se incorporando à cultura popular, principalmente a da Região
Nordeste, onde a Literatura de Cordel até hoje reflecte essa influência. Dentre os vários
tipos de Cordel, destacam-se os romances, lendas e folclore do Brasil.
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Romance de cavalaria
Trovadoresco
Música
Bibliografia
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BERING, Kunibert, Kunst-Epochen – Kunst des frühen Mittelalters, Reclam,
Stuttgart, 2002, ISBN 3-15-018169-0
CALADO, Margarida, PAIS DA SILVA, Jorge Henrique, Dicionário de Termos
da Arte e Arquitectura, Editorial Presença, Lisboa, 2005, ISBN 20130007
4
•
•
HINDLEY, Geoffrey, O Grande Livro da Arte - Tesouros artísticos dos Mundo,
Verbo, Lisboa/São Paulo, 1982
JANSON, H. W., História da Arte, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa,
1992, ISBN 972-31-0498-9
O românico
A arte em si é mais antiga que o termo românico, empregado a partir da década
de 1820 por Charles de Gerville e Le Prevost e usado sistematicamente pelo arqueólogo
Arcisse de Caumont, que conseguiu baptizar com esse termos as construções hoje
conhecidas como tais (embora tenha incluído exemplares de períodos anteriores)
[1]
.A
arte hoje dita românica foi por assim dizer redescoberta, visto que por um longo tempo
foi desprezada, escondida debaixo de reformas e outros estilos, ou mesmo ignorada e
destruída. A intenção deles ao usar o termo era aproximar essa arte redescoberta dos
moldes de Roma.
História
Depois de passar por muitas turbulências até o século XI, aproximadamente, a
Europa medieval vive um momento de estabilidade e crescimento. O comércio volta a
florescer e as cidades começam a prosperar, mesmo que timidamente.
Até então a arte era difusa e diferente entre os variados povos europeus. Isso
mudaria com o "crescente entusiasmo religioso"
[2]
, cujas causas são, entre outros
factores, as peregrinações que cresceram e as Cruzadas para libertar a Terra Santa. Com
todas essas mudanças é plausível o nome românico, visto que a Europa se romanizou
como nunca desde o início da Idade Média. A única coisa que faltava, a autoridade
política central, foi, até certo ponto, ocupada pelo Papa. Sem um poder nas mãos de um
único rei, é a Igreja que centralizará o controle sobre o pensamento e a vida da época e
será a primeira responsável pela unificação da Europa desde a queda do Império
Romano.
Esse crescimento religioso se reflectiria na construção de inúmeras igrejas. Nas
palavras do monge Raoul Glaber, citado por Ramalho [3], "à medida que se aproximava
o terceiro ano após o ano 1000, via-se em quase todo o universo, em particular na
Itália e nas Gálias, a reconstrução das basílicas religiosas... Era como se o mundo
sacudisse de si o pó do tempo, para despojar-se de sua vetustez, e quisesse se revestir,
5
por toda a parte, de um manto branco de igrejas". Essas igrejas serão mais numerosas e
maiores que todas as outras precedentes, o que explica em parte o entusiasmo de Glaber.
Características
Haverá diferenças entre a arte executada nas diversas regiões europeias, de
acordo com as influências regionais recebidas, mas haverá também uma série de
características comuns, que definem o estilo românico.
As igrejas serão as maiores até então, e para que isso seja possível haverá uma
evolução dos métodos construtivos e dos materiais. A pedra será empregada na
construção e o telhado de madeira será trocado por abóbadas de berço e de aresta., mais
condizentes com uma igreja que representa a fortaleza de Deus.
Ao contrário da arte paleocristã, as igrejas serão ricamente decoradas
externamente. A escultura em pedra em grande escala renasce pela primeira vez desde
os romanos, atrelada à arquitectura, assim como a pintura. A escultura e a pintura serão
carregadas de esquematização e simbolismo, típico de um período em que o artista
aprende a representar o que sente, e não somente o que vê.
Igreja de peregrinação
Saint-Sernin de Toulouse, uma igreja de peregrinação.
As igrejas de peregrinação foram muito características desse período. Elas
ficavam no caminho para os locais sagrados, como Santiago de Compostela, Roma e
Jerusalém, e serviam de apoio e pouso para os peregrinos, além de oferecer como
atractivo as relíquias, objectos pertencentes a Jesus Cristo, a Maria e aos santos, como
os cravos que pregaram as mãos e pés de Jesus, ou os espinhos da coroa, ou ainda fios
de cabelo da Virgem.
Essas igrejas seguiam a planta em forma de cruz latina, com várias nave ,
geralmente 3 ou 5, em que as naves laterais se prolongavam e passavam por detrás da
abside, formando o deambulatório. Do deambulatório saíam as capelas radiantes, ou
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absidíolas. Esse conjunto era característico das igrejas de peregrinação e ficou
conhecido como cabeceira de peregrinação. Entre as igrejas desse tipo estão as de
Saint-Sernin de Toulouse, Santiago de Compostela, Santa Madalena de Vézelay e Igreja
de Saint-Martin de Tours.
Os mosteiros
Os mosteiros foram importantes para o estabelecimento da arquitectura
românica, principalmente os das ordens de Cluny e Cister. Desse conjunto
característico, a dependência a se destacar é o claustro, por vincular o mosteiro ao
templo e por ser a dependência mais bem cuidada do ponto de vista artístico.
Geralmente possuem quatro lados, com tendência a formar quadrados perfeitos, e quatro
corredores resultantes em pórticos abertos com arcadas sustentadas por colunas.
Expressões
Arquitectura
A arquitectura em pedra vem reforçar a característica de monumentalidade e
fortaleza, possível depois de toda a evolução dos meios construtivos. Os conjuntos
arquitectónicos seguem, geralmente, a planta basilical, uma, três ou cinco naves
(geralmente três), colunas que sustentavam as abóbadas e um aspecto maciço e
horizontal (mesmo que muitas das igrejas sejam bem altas). As paredes são cegas, pois
não é possível, ou é muito difícil, abrir grandes janelas nas paredes, já que elas servem
como estrutura e suportam todo o teto. Haverá grande decoração, externa e
internamente, através de esculturas nos tímpanos nas portas de entrada e nos capitéis e
colunas, e pintura parietal nas absides e abóbadas das naves.
Escultura
Capitel românico
A escultura renasceu no românico, depois de muitos anos esquecida. Seu apogeu
se dá no século XII, quando inicia um estilo realista, mas simbólico, que antecipa o
estilo gótico. A escultura é sempre condicionada à arquitectura e todo trabalho é
executado sem deixar espaços sem uso. As figuras entalhadas têm o tamanho do
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elemento onde foram esculpidas, e os trabalhos de superfície acomodam-se no lugar em
que ocupam. Dessa característica parte também a idéia de esquematização. Outra
importante característica é seu carácter simbólico e antinaturalista. Não havia a
preocupação com a representação fiel dos seres e objectos. Volume, cor, efeito de luz e
sombra, tudo era confuso e simbólico, representando muitas vezes coisas não terrenas,
mas sim provenientes da imaginação. Mas não que isso seja uma constante em todo o
período. Em algumas esculturas, nota-se a aparência clássica, influência da Antiguidade,
como no Apóstolo, de Saint-Sernin de Toulouse.
Pintura
Iluminura de Paulo
A pintura não se destacou tanto quanto a arquitectura nesse período. Os
principais trabalhos são a pintura mural, as iluminuras e as tapeçarias. A pintura
parietal, ou seja, executada nas paredes, era dependente da arquitectura, como pode-se
deduzir, tendo aquela somente função didáctica. Em um período em que a grande
maioria da população era analfabeta a pintura era uma forma de transmitir os
ensinamentos do Cristianismo[4].
Referências
1.
2.
3.
4.
↑ RAMALHO, Germán. Saber ver a arte românica. pp. 3-4.
↑ JANSON, H. W. História da arte. pp. 279.
↑ RAMALHO, Germán. Saber ver a arte românica. p. 8.
↑ Essa função da pintura já havia sido discutida durante o período da Iconoclastia e foi
"legalizada" no Segundo Concílio de Nicéia, em 843
Bibliografia
•
BAUMGART, F. Breve História da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
ISBN 85-336-1062-9
•
GOMBRICH. E. H. A História da Arte. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1985.
8
•
JANSON, H. W. História da Arte. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,
1992. ISBN 972-31-0498-9
•
RAMALHO, G. Saber Ver a Arte Românica. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
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