A importância do tratamento precoce em pacientes

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A importância do tratamento precoce em pacientes hemiplégico, no
processo de reaprendizagem motora após o acidente vascular encefálico
Lucia Lima de Oliveira1
[email protected]
Dayana Priscila Maia Mejia2
Pós Graduação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase nas Terapias Manuais - Faculdade Ávila
Resumo
Objetivo: Analisar a importância da intervenção da fisioterapia nas fases iniciais após o
acidente vascular encefálico, no processo de reaprendizagem motora, graças a capacidade de
remodelação das estruturas cerebrais pós lesão, fenômeno chamado de neuroplasticidade. Por
meio de estudos bibliográficos. Metodologia: foram utilizados à revisão de literaturas que
abordassem o tema proposto retiradas de livros, periódicos, artigos científicos indexados nas
seguintes bases de dados: lilac’s, Scielo, Medline, Pubme dentre outro. Resultado: foram
analisados 85 artigos dos quais foram aproveitados apenas 43 Conclusão: Após o estudo do
presente artigo percebe-se os benefícios da intervenção precoce no tratamento de paciente com
sequelas de acidente vascular encefálico, traz consigo benefícios no prognostico dos pacientes
onde os mesmo apresentam uma recuperação mais rápida e mais próxima dos padrões da
normalidade.
Palavras-chave: Neuroplasticidade; Aprendizado motor; Acidente vascular encefálico.
1. Introdução
Após a realização de vários estudos, analise e observação na prática clínica observa-se a
necessidade desse presente artigo com o escopo de dirimir dúvidas sobre esta temática exposta e
assim colaborar com futuros estudos.
O acidente vascular encefálico é definido como um déficit neurológico, causado por uma lesão
vascular, compreendido por complexas interações nos vasos e nos elementos sanguíneos e nas
variáveis hemodinâmicas. Essas alterações podem provocar obstrução de um vaso, causando
isquemia, pela ausência de perfusão sanguínea, conhecida como AVE isquêmico, como podem
também causar rompimento de um vaso e hemorragia intracraniana, conhecido com AVE
hemorrágico.
A doença vascular cerebral resulta da obstrução sanguínea ao cérebro, gerando disfunções
neurológicas, sejam referentes às funções motora, sensorial e cognitiva da percepção ou da
linguagem. A disfunção motora é um dos problemas frequentemente encontrado no acidente
vascular cerebral (SCHUSTER, SANT e DALBOSCO, 2007).
A reabilitação consiste na aplicação de um programa planejado, através do qual a pessoa
incapacitada, mantém ou progride para o maior grau de independência física, este estudo
preocupou-se em analisar a importância da intervenção fisioterapêutica iniciada precocemente,
com intuito de minimizar os efeitos das alterações do tônus muscular, manter a amplitude de
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Pós-granduando em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase nas Terapias Manuais
Mestranda em Aspectos Bioéticos e Jurídicos da Saúde, na Universidade do Museu Social Argentino, Buenos
Aires. Especialista em Metodologia do Ensino Superior, pela Universidade Federal do Amazonas
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movimento para impedir as deformidades, melhora o equilíbrio e promover assim a
conscientização corporal.
2.O Sistema Nervoso Central
A constituição do SNC e formada pelo encéfalo e medula espinal e representa o mais complexo
de todos os órgãos humanos, fornece o controle neuronal sobre todos os músculos e glândulas do
corpo. Em conjunto esses circuitos neuronais monitorizam constantemente os ambientes internos
e externos armazenando dados motores e sensitivos e emitindo fluxo continuo de mensagens que
permitem ao corpo manter as funções vegetativas e responder as alterações do ambiente
(JOHSON, 2000).
O sistema nervoso permite ao corpo reagir a mudanças continuas no ambiente interno e externo,
ele e responsável pelo controle e integração das varias atividades do corpo (MOORE e AGUR,
2004).
A função de movimento em sua totalidade requer que o sistema nervoso central esteja intacto e
que o sistema músculo esquelético esteja conectado a ele, pelos nervos periféricos. Lesões
localizada, em partes desses sistemas, produz padrões específicos de defeitos, que tem permitido
que a função seja atribuída a apartes do sistema nervoso central, o que facilita o diagnóstico
(DAVIES, BLAKELEY e KIDD, 2002).
3. Acidente Vascular Cerebral
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) também denominado como Acidente Vascular Encefálico
(AVE), segundo a Organização Mundial de Saúde, é definido como um transtorno clínico de
rápido desenvolvimento de perturbação focal da função cerebral com mais de 24 horas de
duração. Sua ocorrência se deve a uma restrição na irrigação sanguínea causando lesões celulares
no encéfalo. Essa restrição pode ser ocasionada por trombos, êmbolos, hemorragia por
aneurisma, anormalidades do desenvolvimento ou por causas menos comuns como tumores,
abscessos, processos inflamatórios e traumatismos (ZAMBERLAN e KERPPERS, 2007).
Dentre os tipos de AVE destacam-se o isquêmico com 80% dos episódios, que é a obstrução de
alguma artéria do encéfalo causada por uma trombose ou por embolia cerebral, gerando a
interrupção do fluxo sanguíneo local. O hemorrágico, que ocorre pela ruptura de um vaso
intracraniano gera sangramento e formação de hematoma no parênquima cerebral e há ainda o
Ataque Isquêmico Transitório (AIT), que são episódios isquêmicos súbitos com a presença de
sintomas neurológicos passageiros de déficits neurológicos com duração inferior a 24 horas
(BROL et al. 2009).
4. Alterações motoras desencadeadas pelo AVC
A fase inicial da patologia caracteriza-se pela presença de hipotonia muscular uma flacidez
associada à hiporreflexia ou arreflexia, a evolução do quadro de flacidez para a fase de
espasticidade ocorre de modo lento. Os danos físicos presentes nesses pacientes são: plegias ou
paresias de um ou ambos dimídios, espasticidades, rigidez e o desenvolvimento anormal de
movimentos, alterações de coordenação. Tremores, déficit na habilidade motora grossa e fina,
entre outras (BORGES et al. 2007).
Segundo Figueiredo et al.(2005), os pacientes hemiplégicos que apresentam espasticidade tende
a apresentar uma resistência aumentada à mobilização passiva, o que dificulta ou impossibilita a
movimentação ativa por comprometer grupos musculares antigravitários, e resultando em
padrões sinérgicos estereotipados em flexão de membro superior e extensão de membro inferior
desencadeando assim um déficit motor, alterações, comprometimento da ADM e da força
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muscular. Tendo em vista a importância do tônus muscular normal, para que o paciente se
movimente facilmente em padrão funcional, permitindo assim a aquisição de movimento seletivo
na realização de habilidades motoras especificas.
4.1 Hemiplegia e hemiparesia
A deficiência na mobilidade motora determina uma sequela denominada hemiplegia que consiste
em um estado físico caracterizado por uma paresia ou uma paralisia de um hemicorpo, levando à
incapacidade ou limitação na realização das atividades diárias, as condutas presentes na
fisioterapia proporciona a reeducação dos movimentos e o equilíbrio postural. O tratamento da
alteração do tônus e a reeducação funcional são o foco da fisioterapia (CARVALHO et al. 2007).
A hemiplegia que é a paralisia dos músculos do hemicorpo contralateral ao lado do cérebro em
que ocorreu a lesão em quanto à hemiparesia seria a diminuição da capacidade motora em
realizar certas atividades. (BROL et al. 2009).
4.2 Espasticidade
O acidente vascular encefálico (AVE) apresenta manifestações clínicas que refletem a
localização e extensão da lesão vascular1. Lesões no sistema corticoespinal após AVE interferem
com as atividades de vida diária, mobilidade e comunicação. Pacientes com sequelas de AVE
demonstram dificuldade em controlar o início do movimento, bem como o controle motor
voluntário. A principal causa desta interferência é a espasticidade, fazendo com que haja
acometimento da habilidade do paciente em produzir e regular o movimento voluntário. A
espasticidade pode acarretar deformidades estáticas (CORRÊA et al. 2005).
A espasticidade é definida como um distúrbio motor que frequentemente leva a incapacidade
devido um aumento da velocidade dependente, do tônus muscular associado a exacerbação dos
reflexos profundos causados pela hiperexcitabilidade do reflexo de estiramento impedindo assim
a movimentação fisiológica, podendo criar padrões anormais com a movimentação em bloco,
levando a contraturas muscular e ou articular ( FELICI e SANTANA, 2009).
Dentre as principais alterações geradas pelo AVE, estão as alterações na função motora
como distúrbios do tônus, presença de reações associadas, perda do mecanismo de
controle postural. O controle postural possui dois objetivos comportamentais: a
orientação e o equilíbrio postural. A orientação postural está relacionada ao
posicionamento e ao alinhamento dos segmentos corporais um em relação aos outros e
em relação ao ambiente. O equilíbrio postural é o estado em que todas as forças que
atuam sobre o corpo estão balanceadas para manter o corpo na posição e orientação
desejada. Esse equilíbrio é considerado estável quando o centro de massa é mantido
sobre a sua base de apoio (MENEGHETTI, et al. 2009).
4.3 Complicações ortopédicas em pacientes pós AVC
Nos pacientes hemiplégico uma das alterações ortopédicas, mas frequente é o distúrbio de ombro
que pode ser causada pelo desequilíbrio dos músculos, padrões de movimentos inadequados,
disfunção articular, suporte de peso inadequado e encurtamento muscular. De maneira geral,
inúmeras complicações secundárias podem ocorrem em indivíduos que sofreram o AVE, sendo
que, dentre elas destacam-se os problemas motores como a síndrome Ombro-mão, o Ombro
Doloroso e a Subluxação do Ombro que prevalece de 34 a 85 % dos pacientes independente da
idade e do sexo e geralmente ocorre após a segunda semana depois do acidente vascular.
(KLOTZ et al. 2006).
A subluxação é relatada como uma alteração no ângulo da cavidade glenóide, que ocorrer
quando um dos fatores biomecânicos que contribuem para a estabilidade é interrompido. O
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mecanismo passivo de travamento da articulação do ombro está preservado se a fossa glenóide
permanecer na sua orientação correta e a cápsula ficar tensa, sendo assim o paciente consegue
manter ativamente a orientação correta da escápula. Na hemiplegia os pacientes perdem esse mecanismo passivo de travamento, por falta de atividade ou fraqueza dos músculos da bainha
rotatória e dos deltóides, perda do suporte para atividade reflexa ou voluntária desses músculos
ou até mesmo pela espasticidade da extremidade superior (SANTO et al. 2010).
Segundo Santos et al.(2003), as contraturas e deformidades após o AVC são decorrentes da perda
de movimento, espasticidade e posicionamento inadequado, sendo mas frequente contraturas de
punho e dedos e no membro inferior contraturas em flexão plantar. O autor ainda relata que a
síndrome ombro-mão começa com edema e hipersensibilidade da mão e amplitude limitada de
mobilidade de dedos e ombros e alterações nos ossos e pele, causando atrofia e contraturas
graves.
5. A fisioterapia no tratamento do AVC
Quando iniciada precocemente a fisioterapia motora aperfeiçoa o potencial do paciente para a
recuperação funcional, a mobilização precoce evita ou minimiza os efeitos prejudiciais do
descondicionamento, promovendo a reorganização funcional por meio da estimulação do lado
acometido evitado assim o desuso aprendido do lado hemiplégicoe a má adaptação dos padrões
de movimento(O’SULLIVAN e SCHMITZ, 2004).
As técnicas convencionais da fisioterapia neurológica têm como objetivo promover estímulos
sensoriais para a recuperação dos movimentos funcionais, os recursos aplicados nos membros
afetados tem a finalidade de estimular novas conexões com o SNC contribuindo para a
plasticidade neural (ARTHUR, et al. 2010).
A mobilização passiva dando apoio proximal ao ombro hemiplégico produz efeitos
benéficos na redução da dor e aumento da amplitude para flexão da articulação glenoumeral. Outro recurso que também pode ser utilizado é a bandagem (kinesiotaping),
proporcionando redução da subluxação, levando a movimentação ativa do membro
superior e promovendo estimulação sensorial. O ultra-som, a termoterapia e a
crioterapia, os posicionamentos, manuseios, biofeedback, e os exercícios de FNP,
sempre levando em consideração as condições clínicas de cada paciente. O FNP têm
como objetivo facilitar o movimento e a estabilidade do membro superior por meio da
resistência do movimento e da estabilização escapular, considerando que os músculos
escapulares e os dos braços reforçam-se entre si ( SMIDERLE e CARMAGO, 2012).
Outro método presente na fisioterapia é a crioterapia que deve ser considerada como um método
coadjuvante a outras terapias no tratamento da espasticidade, não devendo ser aplicada de forma
isolada, a crioterapia associada à cinesioterapia facilita a movimentação das articulações ao
serem liberadas das limitações estáticas oferecidas pela espasticidade,o uso da crioterapia nos
músculos espásticos reduz a hipertonicidade e favorece a realização da mobilização no paciente
(CORREIA et al. 2010).
A cinesioterapia contribui para a prevenção da dor no ombro hemiplégico, para a manutenção da
amplitude de movimento na articulação, a correta manipulação é essencial para a prevenção do
mau alinhamento do ombro. Por isso reeducação motora de tronco e membros superiores é foco
de atenção para prevenir a dor no ombro hemiplégico, todos os movimentos passivos do braço
têm que ser precedidos pela mobilização completa da escápula (BRANDÃO, LASKOVSKI e
GARANHANI, 2008).
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5.1 Eletroterapia
Outra técnica utilizada na reabilitação após o AVC é a estimulação elétrica funcional (EEF), que
induz potenciais de ação no nervo motor, provocando ativação de unidades motoras, efeitos
como fortalecimento da musculatura estimulada, facilitação do controle motor voluntário e
diminuição da espasticidade têm sido relatados após a aplicação da eletroterapia. Apesar da
possibilidade de benefícios do uso da EEF nos membros superiores de pacientes hemiparéticos,
esse recurso tem tido uso limitado na clínica, o que pode ser atribuído à falta de conhecimento
dos efeitos da EEF e dos parâmetros adequados de estimulação (ARANTES et al. 2007).
5.2 O emprego de terapias manuais no reaprendizado motor após síndromes dolorosas
5.2.1 Kinesiotaping
O emprego dessa técnica vem sendo bem difundido atualmente, o mecanismos propostos para o
uso da KinesioTaping incluem corrigir a função muscular auxiliando no fortalecendo e
estabilização dos músculos debilitados, contribuem para melhorar da circulação sanguínea e
linfática, diminuir a dor por supressão neurológicae reposicionamento de articulações nos casos
de subluxação aliviando a tensão dos músculos anormais, ajudando a devolver a função muscular
e da fáscia. Outro mecanismo pouco conhecido da KinesioTaping é que a sua aplicação causa um
aumento da propriocepção por aumentar a excitação dos mecanorreceptores cutâneos (SANTOS
et al. 2010).
As bandagens funcionais, tem sido frequentemente propostas, a fim de evitar a ocorrência da
lesão, proporcionar maior estabilidade, entretanto, estudos demonstram que a eficácia da
bandagem diminui rapidamente com exercício, em cerca de 12 e 50% apos os 10 primeiros
minutos de utilização, tais porcentagem aplicam-se na bandagem desportiva em entorses
recorrentes e não na aplicação de estabilização dos seguimentos lesionados (ANJOS, et al. 2009).
Segundo Meureret al. (2010), o contato íntimo da bandagem com os receptores cutâneos,
provoca um estímulo e assim tem-se uma maior ativação do reflexo de estiramento, melhorando
a propriocepção articular, é importante ressaltar que a bandagem, logo que aplicada, tem efeito
por tempo determinado e tudo depende do local de aplicação e qual atividade está sendo exigida
com a aplicabilidade desta bandagem.
5.2.2 Mobilização neural
Para que os músculos possam movimentar-se fisiologicamente e necessária à capacidade de
retração ou encurtamento e o alongamento com resistência mínima em toda a amplitude de
movimento, essa contração depende além de impulsos motores pelo sistema nervoso, de três
fatores básicos; elasticidade do músculo, amplitude completa das articulações e um sistema
nervoso livre móvel extensível. O Sistema Nervoso, tanto central como periférico, compreende
em um só sistema, considerado contínuo como tecido, eletricamente e quimicamente.
Portanto,qualquer alteração ocorrida em uma parte dele ocasionará repercussões em todo o
sistema (ZAMBERLAN e KERPPERS, 2007).
A Mobilização Neural é uma técnica que tem como objetivo restaurar o movimento e a
elasticidade do sistema nervoso, o que promove o retorno às suas funções normais e a redução do
quadro sintomático e é utilizada como método de diagnóstico e tratamento das disfunções de
origem neural (VASCONCELOS, LINS e DANTAS, 2011).
A mobilização neural pode ser conceituada como um conjunto de técnicas que tem como
objetivo impor ao sistema nervoso maior tensão, mediante determinadas posturas para que, em
seguida, sejam aplicados movimentos lentos e rítmicos direcionados aos nervos periféricos e à
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medula espinhal, proporcionando melhora na condutibilidade do impulso nervoso (MACHADO
e BIGOLIN, 2010).
A técnica é indicada em todas as condições que apresentem comprometimento mecânico e
fisiológico do sistema nervoso, podendo também ser usada como método diagnostico e
terapêutico, contribuindo assim para diminuição do quadro sintomático, objetivando a melhora
da neurodinâmica, restabelecer o fluxo axoplasmático, e a homeostasia dos tecidos nervosos
(MONNERAT e PEREIRA, 2010).
Os testes de tensão são sugeridos como testes básicos, visto que o sistema nervoso forma uma
rede complexa por todo o corpo, fazendo-se necessários para a realização de exames de rotina.
Os exames e o tratamento irão frequentemente envolver as variações dos testes: teste de flexão
cervical passiva (PNF), teste de elevação da perna estendida (SLR), teste da flexão do joelho na
posição pronada (PKB), teste da Inclinação anterior (Slumptest), teste de tensão do membro
superior 1 (ULTT1) é descrito como teste de tensão do plexo braquial, teste de tensão do
membro superior 2 (ULTT2) é utilizado para avaliar o nervo mediano, teste de tensão do
membro superior 3 (ULTT3) reproduzir sintomas relacionados com o nervo ulnar e suas
origens(JUNIOR e TEIXEIRA, 2007).
6. Aprendizado motor
A aprendizagem motora ou processo de aquisição de habilidades motoras tem sido considerado
como uma organização ou padronização espacial e temporal da atividade neural de controle e
ajuste. Trata-se de um processo de aperfeiçoamento de habilidades cujas informações motoras,
são transformadas em código no sistema nervoso, o processo interno de mudanças neural que
ocorre como resultado da experiência a partir de estímulos externos e armazenados na memória
(BONINI-ROCHAet al. 2009).
O desenvolvimento motor é como um processo sequencial, contínuo e relacionado à
idade cronológica, pelo qual o ser humano adquire uma enorme quantidade de
habilidades motoras, as quais progridem de movimentos simples e desorganizados para
a execução de habilidades motoras altamente organizadas e complexas (HAYWOOD e
GETCHELL, 2004).
A habilidade motora envolve em sua manifestação a mobilização de grandes grupos musculares
produtores de força do tronco, braços e pernas. Esse tipo de habilidade está intimamente
relacionado às mais variadas ações utilizadas cotidianamente. Sua aquisição possibilita
diretamente o desenvolvimento de habilidades mais especializadas, sobretudo as atividades
esportivas e/ou programas de exercícios o déficits na habilidade motora grossa refletem- se em
baixa proficiência em tarefas motoras mais complexas, que exigem a combinação desses
movimentos fundamentais na busca por habilidades mais elaboradas (CATENASSI et al. 2007).
Porém, sabe-se que o processo de desenvolvimento ocorre de maneira dinâmica e é suscetível a
ser moldado a partir de inúmeros estímulos externos. A interação entre aspectos relativos ao
indivíduo, como suas características físicas e estruturais, ao ambiente em que está inserido e à
tarefa a ser aprendida são determinantes na aquisição e refinamento das diferentes habilidades
motoras (WILLRICH et al.2009).
6.1A reaprendizagem motora após síndromes neurológicas
Após as síndromes neurológicas o paciente sofre o chamado fenômeno de desuso aprendido que
é definido como o uso diminuído da extremidade afetada em relação ao potencial motor que o
indivíduo possui. Uma lesão cerebral, o indivíduo que apresenta dificuldade no uso do membro
afetado aprenderá rapidamente a utilizar estratégias compensatórias, Já a reorganização uso-
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dependente, tem sido evidenciado por estudos recentes, que descrevem aumentos significativos
das áreas de representação cortical de segmentos corporais submetidos a treinamentos intensivos
(VAZ et al. 2008).
O reaprendizado é um processo ativo pelo qual o individuo organiza os recursos disponíveis a
respeito de um problema especifico e ganha controle sobre esta organização. Após uma lesão
neurológica, para que ocorra o reaprendizado no sistema nervoso, aquilo que esta sendo
aprendido deve ter algum significado. O SNC aprende ou reaprende fazendo, embora seja
possível aprender através da observação, tal meio não e tão efetivo quanto à realização ativa
(BORGES et al. 2007).
6.2A capacidade do reaprendizado motor segundo a plasticidade neural
A reorganização neural ou o reaprendizado motor é objetivo preliminar da recuperação neural
para facilitar a recuperação das funções perdidas e pode ser influenciada pela experiência,
comportamento e prática de exercícios. O aprendizado de determinada atividade ou a somente
prática da mesma, desde que não seja simples repetição de movimentos, induz mudanças
plásticas e dinâmicas no sistema nervoso central (SNC). Isto porque o treinamento motor pode
promover modificações significativas de neurogêneses, modulação pré e pós-sináptica entre
outros, e contribuir para resultados positivos na recuperação em resposta a esse treinamento.
Contudo é importante a intensidade e especificidade do tratamento, como o intervalo de tempo
entre a lesão e o início da prática de atividades influenciam a recuperação da função nervosa
(BORELLA e SACCHELLI, 2009).
Segundo Fernandes et al.(2007),o período de maior recuperação neurológica se dá no primeiro
semestre após a lesão, devido ao potencial de plasticidade cerebral e ainda o fenômeno do
brotamento colateral de novas conecções sinápticas e a presença de vias previamente latentes,
essa plasticidade poderia ser alterada graças às condições externas ou melhor pela estimulação
global.
7. Plasticidade neural
As redes neuronais podem ser influenciadas e modificadas graças ao aprendizado e à
experiência, o aprendizado de tarefas motora e capaz de induzir mudanças transitórias na
representação cortical. Por tanto a plasticidade neural e quando áreas corticais isoladas assumem
a função de uma área que sofreu lesão, a plasticidade seria simplesmente a substituição de uma
via cerebral lesionada por outra íntegra, que desempenhara a função da anterior (HUTERBECKER e DOLKEN, 2008).
As interações entre os estímulos ambientais e as respostas de um organismo determinam as
propriedades comportamentais que lhe garantem adaptação a diferentes situações e
individualidade comportamental. A interação organismo-ambiente também diferencia e molda os
circuitos neurais, que caracterizam a plasticidade e a individualidade neural do organismo. Os
estudos sobre plasticidade neural incluem aqueles que manipulam o ambiente e analisam
mudanças em circuitos neurais e outros que enfatizam recuperação comportamental após lesão
do sistema nervoso (FERRARI et al. 2001 ).
As células em desenvolvimento têm maior capacidade de adaptação do que as maduras; por isso,
com o avanço da idade e diminuição da plasticidade, a aprendizagem requer o emprego de muito
mais esforço para se efetivar. Logo, as pessoas não deixam de aprender quando amadurecem,
mas perdem um pouco das vantagens naturais. A eficácia de uma aprendizagem se relaciona
fortemente com a sua continuidade, repetição (PINHEIRO, 2007).
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8. Controle motor
Após os acidentes vascular encefálico os pacientes podem apresentar algumas alterações em suas
funções, e as recuperam parcialmente ou totalmente devido a dois componentes: o intrínseco, por
recuperação neurológica anatômica e fisiológica, pelo desenvolvimento de novas vias e
plasticidade neuronal e o adaptativo, que ocorre através do aprendizado de novas maneiras para
executar as funções. Sendo assim, a fisioterapia torna-se indispensável para a reorganização
cortical e consequentemente o reaprendizado motor, algumas teorias acreditam que o tratamento
precoce e benéfico; de modo que previnem alterações musculo-esqueléticas secundárias, como
atrofia e dor, além de evitar o aprendizado de estratégias de movimentos anormais ou a
inutilização do membro (VALENTE et al. 2006).
9. Analisar a importância do tratamento precoce no processo de reaprendizagem motora
após acidente vascular encefálico
Alterações plásticas ocorrem após um insulto neurológico, incluindo o AVC, em resposta à
excitabilidade diminuída e ao não uso do membro afetado, reduzindo o tamanho da
representação cortical do mesmo. Na fisioterapia há o emprego de diversas técnicas para a
recuperação da função motora nesses pacientes, porem há necessidade de novas pesquisas
baseadas nos princípios da neuroplasticidade, que pode ser definida como a capacidade de
adaptação da estrutura e função do sistema nervoso em decorrência dos padrões de experiência.
(PIASSAROLI et al.2011)
Assim, as ações preventivas e corretivas sobre os comprometimentos neurológicos
desencadeados pelos AVC realizadas precocemente, dependem do conhecimento acerca da
sequência normal e regular das aquisições motoras, após o trauma neurológico, que consistirá na
base para a elaboração de propostas adequadamente adaptadas à situação do individuo. O
período em que a intervenção é proposta também deve ser considerado. O quanto mais precoce
existe uma maior plasticidade cerebral, o que possibilita a otimização de ganhos no
desenvolvimento motor. Nessa perspectiva, diversas pesquisas demonstraram haver melhora da
aquisição de habilidades motoras em crianças que receberam estimulação precoce, como também
no individuo adulto reabilitado após um injuria de ordem encefálica (WILLRICH et al.2009).
10.Metodologia
Este artigo foi realizado por meio de um levantamento bibliográfico e revisão de literaturas em
arquivos online, sites científicos tais como: Scielo, Bireme, Lilac, Pubmed. Foram selecionados
os artigos que abordassem sobre os seguintes temas: Acidente Vascular Encefálico,
Espasticidade, Neuroplasticidade, Fisioterapia nos distúrbios neurológicos, plasticidade neural,
aprendizado motor, dentre outros.
11.Resultado e Discussão
A fisioterapia é um ótimo tratamento não farmacológico que traz ao portador de uma patologia
neurológica, uma prevenção de deformidade, uma melhor independência nas suas atividades
diária e uma readaptação física.
Alguns autores defendem que os objetivos da reabilitação em pacientes com AVC são, prevenir
complicações, recuperar ao máximo as funções cerebrais comprometidas pelo AVC temporárias
ou permanentes, e reintegrar o paciente na família, no trabalho e na sociedade melhorando a sua
qualidade de vida. Promover o máximo de independência funcional nas áreas de desempenho do
indivíduo deve levar em conta suas capacidades, motivações e necessidades (ARTHUR, et al.
2010).
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A reabilitação bem-sucedida depende não somente das várias sessões de terapia, mas também do
que acontece ao paciente durante as horas restantes do dia e da noite. É mais satisfatório e mais
fácil para todos os envolvidos se o conceito de reabilitação precoce for adotado logo após o
derrame. Hoje sabemos que outras áreas do cérebro, não afetadas por uma lesão, podem assumir
determinadas funções realizadas por aquelas que foram lesionadas e ainda podem ocorrer
regenerações de algumas pequenas partes. A este conjunto de fenômenos chamamos de
neuroplasticidade. A neuroplasticidade é essencial para a reabilitação de paciente portadores de
AVC, apresentam resultados muito bons na reorganização do córtex motor. (FELICE e
SANTANA, 2009).
A cada dia da vida o ser humano utiliza uma variedade de capacidades motoras que foram
adquiridas gradualmente através da prática e interações com o ambiente. O reconhecimento de
que o SNC como um todo é altamente plástico, e que é suscetível a mudanças através de toda a
vida, é relativamente recente. A plasticidade é induzida pela atividade neural, seja associada à
experiência normal ou a atividade induzida por lesões de vários tipos. A plasticidade usodependente está subjacente e é pré-requisito para o aprendizado e memória e também para todas
as formas de capacidades e comportamentos (FERRARI et al. 2001 ).
O programa fisioterápico precoce, intensivo, eficaz, é sempre necessário, importante e,
principalmente, capaz de prevenir as possíveis complicações, aumentando assim, a expectativa e
a qualidade de vida do paciente. A Fisioterapia contribui na facilitação a aquisição e refinamento
de habilidades de locomoção e movimentos posturais,todas elas englobando o favorecimento de
experiências sensório-motoras, prevenção e minimização de deformidades, integração de
aspectos cognitivos e comportamentais do aprendizado motor e educação do indivíduo, família e
outros profissionais da saúde (UMPHRED, 1994).
Há uma década parecia inimaginável para os neurocientistas a plasticidade no córtex cerebral de
adultos, entretanto, com o avanço de pesquisas e métodos de imagem utilizando técnicas nãoinvasivas, tal panorama vem se modificando, pois estas demonstram a tendência de sinapses e
circuitos neuronais se modificar em virtude às atividades no SNC maduro afetado. Mudanças
plásticas ocorrem após um insulto neurológico, incluindo o AVC, em resposta à excitabilidade
diminuída e ao não uso do membro afetado, reduzindo o tamanho da representação cortical do
mesmo.
Diversas técnicas têm sido utilizadas para a recuperação da função motora nesses pacientes,
entretanto existem controvérsias quanto à efetividade das mesmas e há necessidade de novas pesquisas baseadas nos princípios da neuroplasticidade, que pode ser definida como a capacidade de
adaptação da estrutura e função do sistema nervoso em decorrência dos padrões de experiência
(BARATO et al., 2009). E Atualmente, os recursos terapêuticos da fisioterapia possuem como
base estudos científicos e, o aprimoramento dos mesmos tem sido observado na última década.
12. Conclusão
Por meio deste levantamento bibliográfico foi possível detectar e conhecer sobre métodos de
intervenção fisioterapêutica empregados precocemente nas complicações presentes em pacientes
após o acidente vascular encefálico que contribuem para a melhora dos mesmos e o retorno mais
rápido as AVD’s. Saliento que esta revisão apresentou algumas limitações quanto ao numero de
artigos levantados isto se atribui as poucas literaturas sobre o tema proposto. Entretanto, acredito
que o objetivo foi alcançado, pois como demonstro ao longo do trabalho os benefícios e ganho
na aprendizagem, reorganização e remodelação das estruturas cerebrais obtidos por meio do
treino, das repetições e ganhos com a neuroplasticidade, eventos estes possíveis na intervenção
nas fases iniciais após o acidente vascular encefálico.
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A partir dos dados analisados, recomenda-se o desenvolvimento de investigações como estudos
de casos clínicos, e revisões sistemáticas que disponibilizem métodos diferenciados de
tratamento e seus efeitos sobre a neuroplasticidade de sujeitos pós o AVE.
Referências bibliográficas
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