Baralho Embrionário Maressa Albuquerque Cortelete ¹*,Marcela Moraes de Oliveira¹ , Jheniffer Abeldt Christ¹, Lucas Mendes Barreto¹, Samira Polegário de Oliveira¹, João Ricardo de Almeida Ferreira¹, Érika Aparecida Silva de Freitas², Carolina Demetrio Ferreira³ 1 Graduanda em Ciências Biológicas Licenciatura, Universidade Federal do Espírito Santo/Departamento de Biologia/ Alto Universitário S/N – Caixa postal 16, CEP: 29500-000 Alegre-ES, Brasil/ *[email protected] ² Secretaria do estado da Educação, EEEFM Aristeu Aguiar, Rua Dr. Wanderley S/N, [email protected] ³Universidade Federal do Espírito Santo/Departamento de Biologia/ Alto Universitário S/N – Caixa postal 16, CEP: 29500-000 Alegre-ES, Brasil/ [email protected] Resumo- Analisando as dificuldades encontradas em ensinar alguns conteúdos de Ciências em sala de aula, é possível perceber que a utilização de estratégias de ensino que tenham algum componente lúdico, torna-se uma alternativa importante para colaborar na prática pedagógica do professor. O presente jogo didático tem como objetivo reconhecer algumas fases do desenvolvimento embrionário em um contexto de aprendizagem significativa, relacionar as características de fases do desenvolvimento com as respectivas imagens que as caracterizam, desenvolver um pensamento estratégico de seleção de informações próprias de umas das fases propostas, reunindo os dados relevantes e descartando aqueles não relacionados. O Baralho Embriológico possui 20 cartas, divididas em 4 conjuntos de cinco, sendo cada conjunto representado por uma fase do desenvolvimento embriológico como clivagem, fertilização, gastrulação e organogênese. Em cada conjunto as cartas estão enumeradas de 1 a 5, sendo que duas delas contém imagens de uma das fases acima referidas e as demais apresentam características específicas das respectivas fases, ganha aquele jogador que juntar as cinco cartas da referida fase. Palavras-chave: Embriologia, Jogo Didático, Ensino Lúdico, Alunos. Área do Conhecimento: Educação. Introdução As dificuldades de aprendizagem relatadas pelos alunos e professores no ensino da embriologia podem ser decorrentes de um ensino descontextualizado e baseado apenas na memorização. O processo de ensinoaprendizagem ocorre de maneira gradual, entretanto, para que esse processo ocorra de maneira satisfatória, levando-se em consideração tanto aluno quanto professor, é importante que haja suportes necessários para o melhor aproveitamento das aulas. No que se refere ao ensino de embriologia são percebidas inúmeras dificuldades na compreensão deste assunto, tais como: grande quantidade de termos técnicos, falta de materiais didáticos para uma melhor visualização das primeiras fases do desenvolvimento embrionário, entre outros (CASAS; AZEVEDO, 2011). Analisando as dificuldades encontradas em ensinar alguns conteúdos de Ciências em sala de aula, é possível perceber que a utilização de estratégias de ensino que tenham algum componente lúdico, torna-se uma alternativa importante para colaborar na prática pedagógica do professor. Dentre essas estratégias, o jogo didático, é um componente importante dentro de sala de aula, além de ser viável para auxiliar na construção de conhecimentos pelos alunos (CAMPOS; BORTOLOTO; FELÍCIO, 2002). Miranda (2001) afirma que o jogo didático, quando bem elaborado, proporciona não só ao aluno a capacidade de interação com o conteúdo a ele transmitido, mas também colabora para desenvolver habilidades quanto ao desenvolvimento da inteligência e da personalidade, da sensibilidade e da estima, a socialização com os colegas de sala, à motivação, mobilização da curiosidade e à criatividade. Assim, os jogos didáticos, dependendo do modo como sejam conduzidos, podem ajudar a desenvolver nos alunos habilidade para pesquisar, buscar e selecionar informações, pois ao invés de oferecer um simples exercício de memorização ao aluno, deverá favorecer possibilidades de formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais (BRASIL, 1998). XVII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XIII Encontro Latino Americano de PósGraduação e III Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba 1 Os jogos didáticos não tem fim em si mesmo, mas é entendido como eixo para conduzir a um conteúdo didático específico, resultando em um empréstimo da ação lúdica para a aquisição de informações (KISHIMOTO, 1996). O estudo da embriologia enfoca os eventos desde a fertilização até o nascimento, abordando os processos de gametogênese, fecundação, clivagem, gastrulação, morfogênese e organogênese. Buscando compreender o fenômeno biológico do nascimento de um ser, como ocorre a proliferação de uma única célula, o zigoto, que dará origem a um novo ser (WOLPERT, 1998; DUMM, 2003; LENT 2001 apud ASSMANN et al., 2004). O presente jogo didático tem como objetivo reconhecer algumas fases do desenvolvimento embrionário em um contexto de aprendizagem significativa, relacionar as características de fases do desenvolvimento com as respectivas imagens que as caracterizam, desenvolver um pensamento estratégico de seleção de informações próprias de umas das fases propostas, reunindo os dados relevantes e descartando aqueles não relacionados. Metodologia O Baralho Embriológico possui 20 cartas, divididas em 4 conjuntos de cinco, sendo cada conjunto representado por uma fase do desenvolvimento embriológico como clivagem, fertilização, gastrulação e organogênese. Em cada conjunto as cartas estão enumeradas de 1 a 5, sendo que duas delas contém imagens de uma das fases acima referidas e as demais apresentam características específicas das respectivas fases. O jogo foi aplicado em três turmas do 2º ano do Ensino Médio do colégio Aristeu Aguiar, localizado no município de Alegre no interior do Estado do Espírito Santo. Para iniciar o jogo foi necessário embaralhar as cartas, logo após se distribuiu para cada jogador cinco cartas, e estes mantiveram as cartas em suas mãos de forma que não as mostrasse para os outros jogadores adversários. Em cada rodada, cada jogador passou uma de suas cartas para o jogador à sua esquerda. Todos os jogadores passaram suas cartas simultaneamente. Dessa forma, a carta recebida só pôde ser passada na rodada seguinte. Resultados Ganhou o jogo o jogador que reuniu as cinco cartas referente a uma das fases (escolhida pelo jogador) antes dos adversários. O desafio estava em descobrir quem estava com a carta que o jogador precisava para completar as cinco cartas da fase que ele estava tentando completar. Os alunos passaram a compreender melhor as fases da embriogênese pois tinham que relacionar as figuras das cartas com o texto de outra carta dizendo o que estava acontecendo com as células, e com o nome desta fase, com isso despertando curiosidade de saber o que ocorria em outras fases sem ser a escolhida para completar sua mão de cartas. Fig.1: Alunos do 2º II EM jogando baralho embrionário. Discussão O ensino de embriologia é essencial para os alunos, pois saber como ocorre à fecundação até a formação do feto, até nascer tira muitas dúvidas de como somos gerados. A linguagem clara das cartas ajudou muito no entendimento da fase questionada, juntamente com as figuras, isso facilitou o processo de aprendizado dos alunos, Conclusão Conclui se que há atividade proposta levou os alunos ou entendimento do conteúdo de embriologia. No momento da aplicação do jogo foi possível observar que os alunos estavam empenhados em ganhar o jogo, além de lerem com muita atenção as cartas para não juntar as cinco cartas erradas, eles relataram o jogo como algo prazeroso e divertido que favoreceu o interesse pelo assunto abordado, contribuindo para a construção de conhecimentos de embriologia humana. O jogo é um auxiliador no desenvolvimento de construção de representações mentais, da afetividade, das funções sensório-motoras e da área social, ou seja, das relações entre os alunos e a percepção XVII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XIII Encontro Latino Americano de PósGraduação e III Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba 2 das regras. Podemos afirmar então que o jogo didático merece uma atenção maior por parte da escola, particularmente, dos professores pois percebemos que ele pode contribuir no processo ensino-aprendizagem dos alunos. Agradecimentos A CAPES, pelo apoio financeiro. Referências CASAS, L.L; AZEVEDO, R. O. M, CONTRIBUIÇÕES DO JOGO DIDÁTICO NO ENSINO DE EMBRIOLOGIA, Revista Amazônica de Ensino de Ciências, Rev. ARETÉ Manaus, janjul. 2011. CAMPOS, L.M.L.; BORTOLOTO, T. M.; FELÍCIO, A. K. C. A produção de jogos didáticos para o ensino de Ciências e Biologia: uma proposta para favorecer a aprendizagem. 2002. Disponível em: <http://www.unesp.br/prograd/PDFNE2002.pdf>. Acesso em: 30 set. 2010. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental. Brasília; MEC/SEF, 1998. KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. Cortez, São Paulo, 1996. LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociências. S. Paulo: Atheneu, 2001, 698p. ASSMANN, A. et al. A embriologia humana e a extensão universitária. Revista eletrônica de extensão, Florianópolis: Santa Catarina, v.1, maio 2004. DUMM, César Gómez. Embriología humana. Atlas e texto. Buenos Aires: El Ateneo, 2003, 429p. WOLPERT, Lewis. Principles of development. Oxford: Oxford University Press, 1998. XVII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XIII Encontro Latino Americano de PósGraduação e III Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba 3