Sistema de Produção de Melancia

Propaganda
Visualização do documento
Sistema de Produção de Melancia.doc
(241 KB) Baixar
Sistema de Produção de Melancia
Daniel Terao, José Mauro da Cunha e Castro
Mirtes Freitas Lima, Diógenes da Cruz Batista
Maria Angélica Guimarães Barbosa, Ailton Reis
Rita de Cássia Souza Dias
Sumário
Apresentação
Socioeconomia
Clima
Solos
Adubação
Cultivares
Produção de mudas
Plantio
Irrigação
Tratos culturais
Plantas daninhas
Doenças
Pragas
Agrotóxicos
Colheita e pós-colheita
Mercado
Custos e rentabilidade
Referências
Literatura recomendada
Glossário
Expediente
Doenças
Doenças fúngicas
Doenças causadas por nematoides
Doenças causadas por vírus
Distúrbios fisiológicos
Em função das condições climáticas e do período de exploração, diversas doenças
poderão afetar a cultura da melancia, limitando o seu cultivo, em especial em áreas
com baixo nível tecnológico, onde medidas de controle adequadas não são utilizadas.
Mais de 30 doenças da melancia já foram registradas na literatura, causadas,
principalmente, por fungos, bactérias, vírus e nematoides. O manejo adequado dessas
doenças requer medidas preventivas e métodos que diminuam a sua disseminação. As
principais doenças e distúrbios fisiológicos que afetam a cultura serão descritas,
visando subsidiar a diagnose correta, de modo a definir as melhores estratégias para
seu controle.
Doenças fúngicas
Oídio
É uma das principais doenças foliares da melancia e de outras cucurbitáceas,
cultivadas ou silvestres, no Brasil e no mundo. Ocorre em praticamente em todos os
locais onde a melancia é cultivada, sendo mais limitante nos locais em que
predominam condições de altas temperaturas e baixa umidade durante a época de
cultivo, regiões semiáridas. Pode haver uma redução no rendimento da cultura pela
diminuição do tamanho ou do número de frutos, ou ainda pela redução do período
produtivo das plantas. O fungo causador do oídio em melancia no Brasil é a
espécieSphaerotheca fuliginea (Schlechtend.:Fr) Pollacci, que é um parasita
obrigatório e apresenta especialização fisiológica. Os sintomas aparecem em toda a
parte aérea da melancia, mas as folhas são as mais afetadas. Inicialmente, tem
crescimento branco pulverulento. Pode ser visualizado sobre a parte superior das
folhas. Com o tempo, as áreas afetadas aumentam em número e tamanho podendo
tomar toda a extensão foliar, por causa da coalescência das manchas. Começam nas
folhas mais antigas e plantas mais velhas, no estádio de frutificação, quando estão
mais suscetíveis. As folhas muito atacadas secam e a planta entra em senescência
mais cedo, encurtando o seu período produtivo (Figura 1).
Foto: Rita de Cássia de S. Dias.
Figura 1. Área de melancia infectada com oídio e
detalhes de sintomas e sinais.
Umidade relativa alta é favorável à infecção e sobrevivência dos conídios, entretanto,
a infecção pode ocorrer em umidade de até 50%. Condições de clima seco favorecem
a colonização, a esporulação e a dispersão do fungo. A faixa de temperatura ótima
para a ocorrência de epidemias severas da doença varia de 20 oC a 27 oC. Entretanto,
a infecção pode ocorrer na faixa de 10 oC a 32oC. Sobrevivência, entre estações de
cultivo, ocorre em plantas voluntárias, como diversas plantas daninhas e outras
cucurbitáceas cultivadas ou silvestres. O inóculo primário, para iniciar a doença,
constitui-se de conídios que podem ser dispersos a longas distâncias pelo vento. Em
cultivares muito suscetíveis, em condições ambientais favoráveis — especialmente,
em baixa intensidade de luz —, sob cultivo muito adensado, a doença se desenvolve
rapidamente e o seu ciclo completo pode levar de 3 a 7 dias.
O controle desta enfermidade deve iniciar pela escolha da variedade a ser plantada,
preferindo sempre aquelas resistentes ou que apresentem certa tolerância ao
patógeno. Além disso, recomenda-se iniciar, após o período de floração, aplicações de
fungicidas de contato à base de enxofre e caso a epidemia evolua no campo, devemse fazer pulverizações alternadas com fungicidas de diferentes grupos químicos
registrados pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Míldio
É uma doença bastante comum em melancia no Brasil, com maior ocorrência nas
épocas úmidas e de temperaturas amenas, quando poderá causar severas perdas, se
não for controlada adequadamente. Ocorre em todas as regiões do País onde se
cultiva melancia, seja em campo ou em estufas, mas é mais importante nas regiões
Sul e Sudeste. A doença é causada pelo oomiceto Pseudoperonospora cubensis (Berk,
M. A. Curtis) Rostovzev, que é um parasita obrigatório. O patógeno praticamente só
ataca as folhas das cucurbitáceas. Os sintomas da doença são notados, inicialmente,
na face superior das folhas na forma de pequenas manchas cloróticas ou amareladas,
que se desenvolvem esparsamente no limbo e aumentam em frequência e tamanho
com o tempo. As folhas mais velhas são as primeiras a apresentarem os sintomas da
doença, que vão se espalhando para as mais novas. Com a expansão das lesões,
estas podem se tornar amarelas ou amarronzadas e necróticas (Figura 2). Sob
condições de alta umidade relativa, observa-se, na face inferior das folhas, nas áreas
correspondentes às lesões, a produção abundante de estruturas reprodutivas do
fungo. Em cultivares muito suscetíveis, as lesões se expandem rapidamente,
coalescem e a folha pode secar completamente. A morte e a queda das folhas expõem
os frutos à ação dos raios solares e estes podem ficar escaldados, perdendo o seu
valor comercial A sobrevivência do fungo ocorre em diversas plantas daninhas ou em
outras cucurbitáceas cultivadas ou silvestres. Dentro do campo de cultivo, o esporo é
disperso pelo vento, respingos de água e pelo contato com trabalhadores,
ferramentas ou implementos. Para a produção abundante de esporos, é necessário
um período de pelo menos 6 horas de umidade relativa próxima a 100% e
temperatura de 15 oC a 20 oC. Nestas condições ambientais, o ciclo da doença pode
ser completado em até 4 dias.
Por ser uma doença devastadora, o seu controle deve ser preventivo, baseado em
monitoramento climático, uma vez que o fungo é favorecido por temperaturas amenas
e elevada umidade relativa. Portanto, quando as condições climáticas se tornarem
favoráveis a sua ocorrência, deve-se iniciar rapidamente a aplicação de fungicidas de
contato à base de cobre e utilizar fungicidas específicos registrados para a cultura,
alternando-se os grupos químicos.
Foto: Flávio de França Souza.
Figura 2. Sintomas de míldio em
melancia.
Crestamento gomoso das hastes
Esta doença é conhecida também como podridão-de-micosferela, cancro gomoso,
podridão negra e cancro da haste. Encontra-se presente em todas as regiões
produtoras de melancia, principalmente nas regiões tropicais, onde é considerada uma
importante doença da cultura. O agente causal desta doença é o fungo Didymella
bryoniae (Auersw.) Rehm, que pode infectar qualquer órgão aéreo da planta em todos
os estádios de seu desenvolvimento. As mudas apresentam manchas escurecidas e
arredondadas nos cotilédones, que passam ao hipocótilo, necrosando-o e
circundando-o, causando posterior tombamento. Em plantas adultas, os sintomas
variam de acordo com o órgão afetado. Nas folhas, ocorrem lesões angulares e
necróticas. O colo das plantas afetadas apresenta zonas de cor parda e aquosa, sobre
as quais se observam exsudatos. Nas hastes e suas ramificações, bem como no
pecíolo, aparecem manchas encharcadas que depois necrosam, adquirindo uma
coloração pardo-escura (Figura 3). Nos frutos, os sintomas se iniciam como pequenas
manchas que se tornam marrons e exsudam uma goma, podendo, do mesmo modo
que nas hastes, deixar evidente os sinais do fungo na forma de picnídios. Com o
passar do tempo e de acordo com as condições do ambiente, as lesões podem se
aprofundar e causar um apodrecimento parcial do fruto. No campo, D.
bryoniae sobrevive, de uma estação para outra, nos restos de cultura de
cucurbitáceas ou em outras hospedeiras, a exemplo de algumas plantas invasoras. O
solo e as sementes são também Fotos de inóculo. A umidade é o fator mais
importante para a ocorrência da doença. Ferimentos e injúrias causados por insetos
são portas de entrada comuns para o patógeno. Temperaturas entre 20 oC e 28 oC e
umidade relativa do ar elevada são favoráveis ao desenvolvimento do fungo no
hospedeiro. A disseminação da doença no interior da lavoura ocorre pela água de
irrigação e práticas culturais. A amontoa, que consiste em aproximar terra no colo da
planta, e a capina podem causar ferimentos nas plantas favorecendo o aparecimento
da doença.
Foto: Rita de Cássia de S. Dias (A e B) e Diógenes da Cruz Batista (C).
Figura 3. a) Sintomas de crestamento gomoso em melancia nas hastes e
no b) colo da planta. c) Detalhe dos picnídios do fungo Didymella bryoniae.
No controle desta doença recomenda-se, inicialmente, escolher áreas livres do
patógeno, eliminando-se, da área, restos de cultura e, sempre que possível, fazer a
rotação de culturas, utilizando-se plantas não hospedeiras do fungo. Usar somente
sementes certificadas, tratando-as preventivamente com fungicidas à base de thiram
e captan. Manter o colo da planta livre de plantas daninhas ou folhas para favorecer
boa insolação e aeração. Manejar adequadamente a irrigação do solo, evitando-se
encharcamentos. Nos tratos culturais, evitar, ao máximo, ferimentos nas planta. Em
caso de aparecimento da doença, utilizar produtos registrados para a cultura da grade
de agroquímicos.
Murcha de Fusário
O agente causal desta doença é o fungo Fusarium
oxysporum Schlechtend.:Fr f.sp.niveum (E. F. Sm) W. C. Snyder & H. N. Hans, que
pode atacar as plantas de melancia em qualquer estádio de desenvolvimento. O fungo
penetra pelas raízes, atinge os vasos lenhosos, acarretando em murcha e morte
precoce das plantas em reboleiras. Esse processo se inicia pelo aspecto amarelecido
da folhagem de algumas plantas, que são suscetíveis em quaisquer estádios de
desenvolvimento. As plantas jovens que são atacadas no hipocótilo tendem a
apodrecer nesta região, tombam e depois morrem. Em plantas adultas afetadas, os
sintomas iniciais são reflexos, ocorrendo murcha da planta no período mais quente do
dia por causa da obstrução dos vasos condutores pelo patógeno (Figura 4).
Em corte longitudinal da raiz pivotante e do colo da planta, percebe-se a presença de
estrias avermelhadas no feixe vascular, indicando a colonização do fungo. Observa-e
o engrossamento das raízes e desintegração dos tecidos. O patógeno é capaz de
sobreviver no solo por longos períodos, na ausência de seus hospedeiros, mas pode
sobreviver também em restos de cultura e em sementes por um longo tempo. O solo
contaminado é a principal Foto de inóculo do fungo, onde permanece viável por mais
de 10 anos, mesmo na ausência do cultivo de melancia. A disseminação do fungo
ocorre por meio de sementes contaminadas, água utilizada na irrigação e respingos de
chuvas, máquinas e implementos agrícolas. A sua penetração no hospedeiro pelas
raízes ocorre na região de crescimento, sendo facilitada por ferimentos.
Foto: Rita de Cássia de S. Dias.
Figura 4. Sintoma de murcha de
Fusarium oxysporum f.sp. niveum
em melancia.
O controle desta doença deve iniciar pela escolha criteriosa da área a ser plantada,
observando se não há histórico de ocorrência do patógeno em plantios anteriores. Em
plantios em condução, demarcar os locais onde aparecerem plantas murchas,
eliminando-as imediatamente da área, evitando-se, assim, a disseminação do fungo.
Efetuar adequadamente a correção do solo, tanto em nutrientes e matéria orgânica,
bem como corrigir adequadamente o pH, evitando-se solos ácidos. Utilizar, no plantio,
apenas sementes certificadas, evitando-se ferimentos nas raízes e caule da planta
durante os tratos culturais.
Tombamento
Conhecido também como damping-off, ocorre em plântulas de melancia, provocando
a morte prematura, afetando o stand do plantio e consequentemente a produtividade.
Os agentes causadores desta doença são fungos dos gêneros Fusarium,
Rhizoctonia ePythium, que provocam rápido apodrecimento do caulículo de plântulas e
o consequente tombamento das mesmas. A lesão em fase inicial é, geralmente, uma
podridão úmida envolvendo os tecidos da base do caulículo (Figura 5). Em seguida,
ocorre a murcha e morte da plântula, ou mesmo falhas na emergência, observando-se
falhas no estande do plantio. Solos mal drenados, matéria orgânica em excesso, alta
densidade de plantio e uso intensivo do solo favorecem o aparecimento da doença. A
disseminação do patógeno é auxiliada pela movimentação na área de cultivo, uso de
implementos e ferramentas contaminadas e pelo excesso de irrigação. A disseminação
a longas distâncias ocorre por meio de sementes contaminadas. A semeadura
adensada e o excesso de irrigação favorecem a ocorrência dessa doença.
Foto: Carlos Antonio da Silva.
Figura 5. Sintoma de
tombamento em plântulas de
melancia.
No controle desta doença, utilizar apenas sementes certificadas e plantá-las em
profundidade adequada, evitando-se semeaduras profundas. Manejar adequadamente
a irrigação, evitando-se o encharcamento do solo e o acúmulo de água nas covas de
plantio.
Mancha aquosa
É causada pela bactéria Acidovorax avenae subsp. citrulli (Schaad et al.) Willems et
al. Os sintomas dessa doença podem ser observados nas folhas de plantas em
diversas fases de desenvolvimento e nos frutos. Em plântulas infectadas, manchas
encharcadas podem ser observadas nas folhas cotiledonares, podendo tornar-se
necróticas. Nas folhas, os sintomas iniciam-se na forma de pequenas manchas
escuras e angulosas. Os sintomas da mancha-aquosa são mais visíveis nos frutos
surgindo, inicialmente, em pequenas manchas de aparência encharcada ou oleosa,
com ou sem a presença de halo, que se expandem rapidamente. A área em torno do
sítio de infecção inicial torna-se necrótica e, em estágio avançado da doença, pode
ocorrer a ruptura da epiderme do fruto com exsudação de substância transparente.
Raramente as lesões se estendem até a polpa do fruto, porém quando isto ocorre, a
bactéria contamina as sementes. A bactéria geralmente é introduzida na área de
plantio por meio de sementes contaminadas que resultarão em plântulas infectadas. A
disseminação da bactéria para outras plantas se dá por meio de respingos de chuva e
água de irrigação, e a penetração se dá por meio de ferimentos ou estômatos. Após a
colheita, a sobrevivência do patógeno ocorre em restos de cultura, hospedeiros
alternativos e plantas voluntárias. Por ser uma doença que é transmitida por semente,
a medida de controle fundamental a ser adotada é a utilização apenas de sementes
certificadas no plantio. Evitar o plantio em períodos chuvosos e com elevada umidade
relativa do ar, bem como em áreas com histórico de ocorrência da doença em plantios
anteriores, procedendo-se sempre à rotação de culturas, com espécies não
hospedeiras. Não existe controle químico eficaz para o controle desta enfermidade.
Doenças causadas por nematoides
As plantas afetadas por nematoides normalmente apresentam um crescimento
irregular e pobre, com uma tendência a murchar por desequilíbrios hídricos,
acentuando-se durante a frutificação. Ao arrancar estas plantas, verifica-se as
presença de galhas, engrossamentos localizados nas raízes, características desta
doença. Dentre os nematoides capazes de parasitar as raízes de melancia, destacamse os nematoides-de-galhas cujas espécies mais disseminadas são Meloidogyne
arenaria, M. hapla, M. incognita e M. javanica. Atualmente, em regiões onde M.
mayaguensis ocorre, como no Vale do São Francisco, no Nordeste brasileiro, sabe-se
que esta espécie também pode infectar as raízes da planta. Além das espécies
de Meloidogyne, Radopholus sp. e Xiphinema americanum são nematoides
encontrados associados às raízes desta cultura.
A maioria dos dados sobre a importância dos fitonematoides em cucurbitáceas e
demais olerícolas, frequentemente, origina-se de pesquisas e informações
sobreMeloidogyne spp. Isso é atribuído a sua ampla distribuição nas regiões
produtoras, bem como à sua capacidade de atingir níveis populacionais capazes de
provocar danos em poucos ciclos de cultivo. A presença de galhas no sistema
radicular é o sintoma primário associado com a infecção de Meloidogyne spp.,
decorrente do distúrbio de hormônios reguladores de crescimento (Figura 6). Na
melancia, as raízes reagem à presença de Meloidogyne spp. pela formação de grandes
galhas, cujos tecidos apresentam-se amolecidos, o que as difere de outras olerícolas ,
nas quais os tecidos das galhas permanecem firmes. Com frequência, essas galhas
tomam toda a extensão do sistema radicular da melancia, que pode atingir mais de 1
m de comprimento. Não se tem observado diferença entre os sintomas causados pelas
espécies distintas desse nematoide que, muitas vezes, encontram-se associadas num
mesmo sistema radicular.
Exceção deve ser feita à M. hapla que induz a formação de pequenas galhas esféricas,
em meio à intensa ramificação das raízes. Os sintomas na parte aérea manifestam-se
por meio de deficiência mineral nas folhas e até murchamento nas horas mais quentes
do dia. Isso se deve ao parasitismo desses patógenos no sistema radicular, ocorrendo
a perda da eficiência das raízes infectadas em absorver água e nutrientes. Entretanto,
esses sintomas não são específicos de infecções provocadas por nematoides, podendo
também resultar da infecção por outros microrganismos, ou mesmo de desequilíbrio
nutricional do solo. A avaliação segura das infestações dos nematoides-de-galhas no
campo pode ser obtida no início da floração da cultura.
Foto: Rita de Cássia S. Dias (A) e José Mauro
da Cunha e Castro (B).
Figura 6. Raízes de melancia afetadas por
Meloidogyne spp.
Os nematoides-de-galhas são parasitos obrigatórios, por isso, a ausência de plantas
hospedeiras adequadas por períodos prolongados tende a levar ao seu
desaparecimento. Na ausência de culturas suscetíveis, entretanto, eles
frequentemente sobrevivem em plantas daninhas, e são muitas as que permitem a
reprodução desses patógenos. A disseminação dos nematoides acontece quando
juvenis de segundo estádio ou ovos são transportados de áreas infestadas para áreas
não infestadas por meio da movimentação de partículas de solo. Sendo assim, dentro
da lavoura, a água de chuva ou de irrigação, as máquinas e implementos agrícolas, o
homem e animais podem carregar solo infestado de um local para outro. A grandes
distâncias, porém, materiais de plantio contaminados são os maiores responsáveis
pela disseminação de fitonematoides.
Os nematoides são patógenos difíceis de serem erradicados da área infestada. Por
isso, uma das medidas de controle mais eficientes consiste em prevenir a introdução
desses patógenos em áreas isentas. Após o surgimento, as principais medidas a
serem adotadas para controle de nematoides em áreas cultivadas com melancia são:
a) rotação de culturas empregando espécies resistentes, antagonistas ou más
hospedeiras e que não permitam o desenvolvimento de altas densidades
populacionais do nematoide; b) destruição de plantas infectadas quando da
manifestação dos sintomas ou logo após a colheita; c) controle biológico podendo-se,
inclusive, fazer a introdução do antagonista via sistema de produção de mudas; d)
realizar o plantio em períodos mais frios, quando possível, para reduzir a infecção;
estimular a redução do inóculo no campo com a utilização de adubação verde e de
matéria orgânica para estimular o potencial antagonista do solo; d) fazer a solarização
do solo em regiões com alta incidência solar e utilizar cultivares resistentes, quando
disponíveis.
Doenças causadas por vírus
Vírus da mancha anelar do mamoeiro, estirpe melancia (Papaya ringspot
virus– type watermelon, PRSV)
O mosaico da melancia ou mosaico comum é a principal doença de origem viral
ocorrendo em espécies de cucurbitáceas, em regiões de clima tropical e subtropical,
como o Brasil. Este vírus pode tornar-se limitante à produção de melancia,
principalmente, quando a infecção das plantas ocorre nos estádios iniciais de
desenvolvimento. Plantas afetadas pelo mosaico comum apresentam uma diversidade
de sintomas como mosaico, embolhamento e deformação de folhas, com
estreitamento da lâmina foliar que fica reduzida às nervuras principais (Figura 7).
Plantas doentes apresentam também severo enfezamento. O PRSV-w pertence à
família Potyviridae, no gênero Potyvirus. O vírus é limitado às cucurbitáceas,
infectando 40 espécies, em 11 gêneros. Foi inicialmente identificado como sendo uma
estirpe do vírus do mosaico da melancia e denominado mosaico da melancia 1
(Watermelon mosaic virus 1 – WMV-1). Entretanto, foi reclassificado como uma
estirpe do vírus do mosaico do mamoeiro, baseado em resultados sorológicos e
inoculação em plantas hospedeiras. é transmitido por cerca de 24 espécies de afídeos
(pulgões) de maneira não persistente. Este modo de transmissão é altamente
eficiente. Os pulgões adquirem as partículas virais ao se alimentarem por alguns
segundos em planta infectada, durante a “picada de prova”. Tornam-se aptos a
transmitir o vírus ao se alimentarem em plantas sadias. Não há relatos de
transmissão por sem...
Arquivo da conta:
Pereira.JP
Outros arquivos desta pasta:

Nós, os Cachorros - No Japão_ Brasil também teve campos de concentração(1).pdf (8831
KB)
 apa apresentação.pdf (1396 KB)
 a inclusão d pessoas com sindrome de dow no ensino regular.pdf (43 KB)
 Apresentação1.pdf (1884 KB)
 APA-USP.pdf (438 KB)
Outros arquivos desta conta:

Galeria de Imagens
 Privada
Relatar se os regulamentos foram violados








Página inicial
Contacta-nos
Ajuda
Opções
Termos e condições
Política de privacidade
Reportar abuso
Copyright © 2012 Minhateca.com.br
Download