potencial abortivo e teratogênico de plantas medicinais

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS - PUC-GOIÁS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOCIÊNCIAS FORENSES
POTENCIAL ABORTIVO E TERATOGÊNICO DE PLANTAS
MEDICINAIS
Luciana de Almeida Silva ¹
Carina Rau ²
¹ Bacharel em Biomedicina pelo Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA). Aluna de
especialização em Biociências Forenses IFAR/PUC.
² Orientadora: Farmacêutica Industrial graduada pela Universidade Federal do Paraná – UFPR; Mestre em
Ciências Farmacêuticas pela UFPR. Professora do Curso de Farmácia do Centro Universitário Campos Andrade
– UNIANDRADE.
RESUMO
O uso de plantas medicinais é uma prática milenar e seu uso é passado de uma forma cultural para as gerações
seguintes. A busca por essa prática tem aumentado, particularmente por mulheres em períodos gestacionais, que
fazem uso destas substâncias para tratarem de sintomas decorrentes da gestação, por acreditarem que plantas
medicinais não causam dano ao feto ou ao bebê. Mas sabe-se que muitas plantas ainda são desconhecidas
quanto ao seu potencial tóxico, bem como o potencial abortivo e teratogênico. As informações sobre efeitos
teratogênicos e abortivos de plantas medicinais são muitas vezes escassas e contraditórias. Diante disso este
estudo teve como objetivo realizar um levantamento bibliográfico através de pesquisas em artigos de revistas,
livros e periódicos, a fim de apresentar potencial abortivo e/ou teratogênico de algumas plantas medicinais e o
seu risco quando utilizadas no período gestacional. Estas informações são importantes não apenas às mulheres
em idade reprodutiva, mas também aos profissionais da área da saúde, a fim de garantir segurança da utilização
das plantas medicinais e o perigo da automedicação.
Palavras-chave: Plantas medicinais. Abortivo. Teratogênico. Gestação.
ABSTRACT
The use of medicinal plants is an old practice e its use is passed in a cultural way to the following generations.
The seek for this practice has been increasing, particularly by women in gestational periods, that make use of
these substances to treat symptoms resulting from pregnancy, for thinking that medicinal plants don’t cause
harm to the fetus or to the baby. But it’s known that for many plants it’s still unknown about their potential of
causing toxicities, and others have presented abortive potential and teratogenic when utilized during pregnancy.
The information about teratogenic and abortive effects of medicinal plants is scarce and contradictory. This
study has been performed through bibliographic survey, with researches in papers, books and periodics, in order
to bring greater clarification of some plants with abortive and/or teratogenic potential and their risk when used
during pregnancy. This information is important not only for women in reproductive age, but also for health
professionals, looking forward to ensure security in utilization of these products and show the danger of the
auto-medication.
Keywords: Medicinal plants. Abortive. Teratogenic. Pregnancy.
1. INTRODUÇÃO
Desde os primórdios das primeiras civilizações os vegetais fazem parte da vida do
homem e sua importância é medida pela intensidade de seu uso. Os primeiros documentos
escritos que evidenciam o uso de produtos vegetais na terapêutica datam dos séculos II e III
antes da era cristã (DA CUNHA, 2003). Indícios históricos fornecem evidências de que a
grande preocupação do homem era com a manutenção da integridade física dando
importância primeiramente ao alívio da dor e cura de doenças do corpo através do uso de
produtos de origem natural (DI STASI, 1996).
As plantas medicinais têm seu uso descrito por praticamente todos os povos desde os
tempos mais remotos. A partir dos conhecimentos tradicionais do uso de plantas medicinais
na busca de solução de algum mal-estar ou a cura de alguma doença, surgiram interesses
comerciais e científicos (MENGUE et al., 2001).
O surgimento do conceito de “natural”, em muito contribui para o aumento do uso das
plantas medicinais nas últimas décadas. Para muitas pessoas esse conceito significa a
“ausência de produtos químicos”, que são aqueles que podem causar algum dano ou, de outra
forma, representam perigo. Assim produtos naturais passaram a ser sinônimo de produtos
saudáveis, seguros e benéficos. Esse conceito é extremamente equivocado, já que as plantas
foram e são as fornecedoras dos grandes venenos da história da humanidade e o conhecimento
da potencial toxicidade remota à antiguidade (MENGUE et al., 2001).
No Brasil, as plantas medicinais da flora nativa são consumidas com pouca ou
nenhuma comprovação de suas propriedades farmacológicas, propagadas por usuários ou
comerciantes. Muitas vezes essas plantas são, inclusive, empregadas para fins medicinais
diferentes daqueles utilizados pelos silvícolas. Comparada com a dos medicamentos usados
nos tratamentos convencionais, a toxicidade de plantas medicinais pode parecer trivial. Isto,
entretanto, não é verdade. A toxicidade de plantas medicinais é um problema sério de saúde
pública (VEIGA JR. et al., 2005).
Existem evidências significativas em experimentos em animais que muitas substâncias
de origem vegetal são potencialmente embriotóxicas ou teratogênicas (CAMPESATO, 2005).
Ao longo de décadas, a terapêutica medicamentosa durante a gravidez tem sido objeto de
numerosas publicações que forneceram dados que possibilitam estimar a relação
benefício/risco de farmacoterapias para a gestante e para o feto (FONSECA et al., 2002).
A procura por plantas medicinais vem crescendo no Brasil, observando-se um
interesse maior no grupo de mulheres jovens com idade entre 15 e 30 anos, com o objetivo de
induzir o aborto (MARQUES, 2007). Segundo estudo realizado entre 1991 e 1995 com
mulheres de sete capitais brasileiras (Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador,
Fortaleza, Belo Horizonte e Manaus), os recursos mais utilizados para induzir a menstruação
durante a gravidez foram plantas medicinais, ingeridas sob a forma de chás (41%), estrógenos
e/ou progestágenos (30%) e misoprostol (16%) (MENGUE et al., 1998).
A planta medicinal é um agente xenobiótico, ou seja, um composto estranho ao
organismo humano, que apresenta produtos de biotransformação potencialmente tóxicos,
assim não possuem somente efeitos imediatos e facilmente correlacionados com sua ingestão,
mas também efeitos que se instalam em longo prazo e de forma assintomática, podendo levar
a um quadro clínico severo, algumas vezes fatal (LAPA et al., 2004).
De acordo com Rangel (2011), a toxicologia é uma ciência que tem por objetivo
identificar e quantificar os efeitos adversos relacionados com a exposição a agentes perigosos,
bem como verificar os impactos de diversos contaminantes à saúde humana, dentre eles os
possíveis agentes tóxicos contidos em plantas medicinais.
O objetivo deste trabalho foi apresentar estudos que demonstrem o potencial
teratogênico e abortivo das plantas medicinais, quando utilizadas por mulheres grávidas, além
de apontar os riscos relacionados ao uso indiscriminado de plantas medicinais durante a
gestação.
2. METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão de literatura baseada em trabalhos científicos mais recentes
(últimos 20 anos) que tratam do tema em questão. Foi realizado um levantamento
bibliográfico em periódicos, livros e bases de dados científicos (Pubmed, Scielo e Science
Direct), utilizando os termos “Plantas abortivas” e “estudos epidemiológicos de teratógenos”
além de pesquisa pelos nomes científicos das espécies medicinais citadas utilizadas na
gestação.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Histórico
Desde a antiguidade, plantas têm sido utilizadas como medicamentos, na prevenção,
no tratamento e na cura de distúrbios, disfunções ou doenças em homens e animais (RATES,
2001). No Brasil o registro da utilização de plantas medicinais data da época de seu
descobrimento, porém sabe-se que os índios que aqui viviam já detinham o conhecimento
terapêutico das plantas oriundas da flora nacional (REIS; SILVA, 2004).
Apesar das descobertas de plantas usadas como medicinais e seus atributos
terapêuticos, somente em finais do século XVIII, se começa a isolar e determinar a estrutura
dos constituintes ativos dos produtos de origem natural dotados de propriedades medicinais.
Nos últimos quarenta anos, graças aos progressos alcançados nos métodos analíticos, os
conhecimentos sobre as plantas medicinais foram consideravelmente aumentados (DA
CUNHA, 2003).
3.2 O uso de plantas medicinais no Brasil
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), planta medicinal é: “todas aquelas,
silvestres ou cultivadas, utilizadas como recursos para prevenir, aliviar, curar ou modificar um
processo fisiológico normal ou patológico, isto é, com fins medicinais, ou como fonte de
fármacos e de seus precursores” (WHO, 1998).
As plantas medicinais são aquelas capazes de aliviar ou curar enfermidades e têm
tradição de uso como remédio em uma população ou comunidade. Para usá-las, é preciso
conhecer a planta e saber onde colher e como prepará-la. Quando a planta medicinal é
industrializada para se obter um medicamento, tem-se como resultado o fitoterápico
(BRASIL, 1995).
No nosso país, especialmente a partir da década de 80 do século passado, seu emprego
como recurso terapêutico aumentou consideravelmente por razões diversas, tais como: o fato
de a ciência estar enfrentando dificuldades na cura de muitos males da humanidade,
principalmente em países pobres; o risco do uso indiscriminado dos medicamentos alopáticos;
a eficácia comprovada de algumas espécies de plantas na saúde humana (ALVIM, 1997).
Estes motivos, associados com a fácil obtenção e a grande tradição do uso de plantas
medicinais, contribuem para sua utilização pelas populações dos países em desenvolvimento
(VEIGA JR. et al., 2005).
A OMS já reconhece, na atualidade, a importância do uso de plantas medicinais,
sugerindo ser uma alternativa viável e importante às populações dos países em
desenvolvimento, já que seu custo é diminuído e afirma que 80% das pessoas no mundo
dependem da medicina tradicional para suas necessidades de cuidados de saúde primários
(WHO, 2005).
Em estudo realizado sobre o uso da fitoterapia pela população do município de
Campina Grande - Paraíba, em que foi realizada visita domiciliária com 782 famílias, para
entrevista e coleta de plantas, em 82,9% havia uma pessoa que era considerada "especialista",
indicando as plantas para sua família e fazendo o uso; 87,2% haviam aprendido com a família
sobre o uso das plantas. As plantas citadas eram utilizadas para problemas "...
gastrointestinais (21,1%), de garganta, nariz e pulmões (18,2%), febres e gripes (13,3%),
psiconeurológicos (8,3%), cardíacos e circulatórios (6,5%)". O chá foi citado como a forma
mais frequente de uso das plantas (63,4%) (AMORIM, 1999).
Os principais interesses na procura por plantas medicinais demonstrados em estudos
são para tratamentos de transtorno do aparelho digestivo (PINTO et al., 2006; DI STASI,
2002), respiratório e geniturinário (ALMEIDA; ALBUQUERQUE, 2002; AMOROZO,
2002). No estudo realizado por Pinto et al. (2006), gripe e tosse também são os sintomas/
doenças mais citados para tratamento com plantas medicinais.
Atualmente, o mercado brasileiro encontra-se em crescimento estando entre os dez
maiores mercados de substâncias de origem vegetal do mundo (CAMPESATO, 2005). As
potencialidades de uso das plantas medicinais encontram-se longe de estarem esgotadas.
Novos conhecimentos e necessidades certamente encontrarão, no reino vegetal, soluções, por
meio da descoberta de novas moléculas com atividade terapêutica ou com aplicações no
desenvolvimento de fitoterápicos com maior eficiência de ação (SCHENKEL et al., 2003).
3.3 Riscos do uso inadequado de plantas medicinais
Atualmente, grande parte da comercialização de plantas medicinais é feita em
farmácias e lojas de produtos naturais, onde preparações vegetais são comercializadas com
rotulação industrializada. Em geral, essas preparações não possuem certificado de qualidade e
são produzidas a partir de plantas cultivadas, o que descaracteriza a medicina tradicional que
utiliza, quase sempre, plantas da flora nativa (VEIGA JR. et al., 2005). O fácil acesso a esse
tipo de produto é preocupante, visto que a maior parte dos fitoterápicos que são utilizados
atualmente por automedicação ou por prescrição médica não tem o seu perfil tóxico bem
conhecido (VEIGA JR., 2008).
Muitas plantas contêm substâncias capazes de exercer ação tóxica sobre organismos
vivos. Segundo algumas teorias, essas substâncias seriam formadas com a função de defender
a espécie de seus predadores. Por isso, não é de surpreender que muitas plantas acumulem
substâncias de elevada toxicidade, como os glicosídeos cianogênicos, presentes na mandiocabrava, proteínas tóxicas como a ricina, presente na mamona, vários alcalóides como a conina,
presente na cicuta e a estricnina, presente na noz-vômica. É de se ressaltar que muitas plantas
são completamente desconhecidas quanto ao seu potencial de causar intoxicações. Reações
adversas, adulterações e ação sinérgica (interação com outras drogas, sendo estas até mesmo
outras plantas, como ocorrem nas misturas e garrafadas), com plantas medicinais são de
ocorrência comum (VEIGA JR, 2008).
Entre as reações adversas mais comuns podemos citar as dermatites, que ocorrem
principalmente quando a planta é utilizada através de emplastos ou em aplicação tópica
(VEIGA JR, 2008).
Quanto a adulterações e contaminações, numerosos casos de envenenamento por
metais pesados associados ao uso da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) têm sido
publicados nos últimos anos. Estudos realizados em Singapura com 2080 amostras de
medicamentos chineses revelaram que 42 amostras excediam os limites permitidos para
metais pesados. Destas, 28 continham mercúrio, 8 chumbo, 6 arsênio e 1 cobre (KOH; WOO,
2000). Estudos realizados no Brasil com plantas de origem nacional e outras de diversas
origens, mostraram a presença de metais em altas concentrações. Em extratos de castanha-daíndia obtidos na França e Alemanha, chumbo foi detectado na concentração de 1.480 mg/g de
extrato, 440% acima da dose máxima recomendada (CALDAS; MACHADO, 2004).
A possibilidade de contaminações microbiológicas também deve ser observada, em
especial em plantas medicinais vendidas em feiras e mercados populares, como ocorre
comumente no Brasil (VEIGA JR. et al., 2005). Na Europa, verificou-se que, de um total de
138 amostras provenientes de 31 tipos de fitoterápicos obtidos de 9 diferentes fornecedores da
Áustria e da Alemanha, 4 estavam contaminadas com Escherichia coli, 2 com Campylobacter
jejuni e 9 possuíam potenciais produtores de aflatoxinas, os quais foram identificados como
sendo fungos aflatoxigênicos (CZECH et al., 2001).
Outra preocupação com plantas medicinais está na questão de informações necessárias
nas bulas destes produtos, ou mesmo a falta dela, como é exigido pela RDC 17/2000 da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) (BRASIL, 2000), que deve constar:
nome botânico oficial da planta, parte da planta utilizada e da composição do medicamento
(relação real, em peso ou volume, da matéria-prima vegetal usada e a correspondência em
marcadores e/ou substâncias ativas).
3.4 Uso de plantas medicinais na gestação
O uso de medicamentos durante a gestação tem sido uma prática evitada desde o
acidente da talidomida. Por outro lado, a gestação é acompanhada de uma série de
intervenções com medicamentos; algumas com boas evidências e outras que, mesmo sendo
largamente difundidas, necessitam de estudos que sustentem sua utilização (MENGUE et al.,
2004).
Um Estudo Colaborativo Perinatal, que avaliou 50.000 gestantes durante a década de
1950 em centros universitários dos Estados Unidos, registrou que 90% das mulheres
entrevistadas fizeram uso de, pelo menos, um medicamento durante a gravidez, sendo que
40% consumiram durante o primeiro trimestre de gravidez (HEINONEN et al., 1977 apud
SCHÜLER-FACCINI et al., 2002).
Muitas vezes as mulheres por um hábito cultural, recorrem a plantas medicinais, pois
acreditam que não causam danos ao feto ou ao bebê (WEIER; BEAL, 2004). A finalidade do
uso destas substâncias geralmente são emenagogas, laxantes estimulantes, contra enjoos,
estimulantes do sistema nervoso central (SNC), antidepressivo, ansiolíticos e abortivos.
Grande parte das plantas utilizadas como emenagogas é a mesma utilizada como
abortiva, não havendo distinção clara entre estas duas intenções de uso (FOSTER, 1999). Os
laxantes estimulantes são bastante utilizados porque a maioria das mulheres grávidas
apresenta problemas de constipação. Estes problemas estão relacionados principalmente com
alterações fisiológicas decorrentes da gravidez, como a ação de hormônios específicos sobre a
mobilidade intestinal (BARON et al., 1993). As plantas medicinais usadas contra enjoos
também são muito procuradas, acredita-se que este seja o principal interesse de mulheres
grávidas em iniciar um tratamento com produtos de origem vegetal (TSUI et al., 2001). As
formas mais comuns de uso são os chás, preparados através de maceração; infusão, decocção
ou garrafadas (GOULART et al., 2004).
Embora muitas plantas apresentem riscos à saúde da gestante, algumas delas são
indicadas pelo Programa de Plantas Medicinais - Fitoterapia na Assistência à Gestante do
estado do Rio de Janeiro, como o gengibre que é indicado para tratamento de hiperemese
gravídica e outras para tratar de sintomas como o mal-estar, causado durante a gestação (RIO
DE JANEIRO, 2000).
4. DISCUSSÃO
Em 1988, Kamboj (1988) avaliou o potencial abortivo de um total de 120 plantas
pertencentes a 103 gêneros e 54 famílias, utilizando roedores como organismos
experimentais. Todas as plantas testadas, com exceção de duas, incluindo muitas mencionadas
na literatura antiga com “atividades curativas”, interromperam a gravidez em mais de 50%
dos animais investigados.
O uso de plantas medicinais durante a gravidez e o risco para malformações
congênitas foi detalhadamente descrito por Campesato (2005), em um estudo do tipo casocontrole de base hospitalar e multicêntrico com o propósito de estimar a frequência do uso de
plantas medicinais e seus derivados durante a gravidez, particularmente as com
potencialidades abortivas e as com efeito sobre o SNC, descrevendo as principais substâncias
utilizadas e as razões de seu uso, conforme informações citadas abaixo.
4.1 Plantas abortivas
4.1.1 Arruda (Ruta graveolens L.)
Pertencente à família Rutaceae é um subarbusto, com flores amarelas, frequentemente
cultivado em jardins, por ter folhas fortemente aromáticas. A arruda é originária dos países ao
redor da bacia do Mediterrâneo, e empregada na medicina popular como emanagoga,
calmante, dentre outros. Vários autores a descrevem como abortiva (SCHENKEL et al., 2000;
MENGUE et al., 1997; DUKE, 2000).
A arruda é uma das plantas mais comumente utilizadas para indução de aborto no
Brasil (MENGUE et al., 1997). De acordo com Ritter et al. (2002), a arruda é uma planta que
contém substâncias tóxicas e fotossensibilizantes que excitam a motilidade do útero
culminando em aborto. Sua ação abortiva pode estar relacionada com a presença de alcalóides
quinolínicos (TYLER, 1987) e também a presença de metilnonilcetona que é responsável por
sua ação vesicante, excitante da motilidade uterina e abortiva quando em doses altas (DI
STASI; HIRUMA-LIMA, 2002).
A forma mais comum de uso é decocção das folhas de arruda, especialmente associada
a outras espécies vegetais ou medicamento, usada como abortivo (DI STASI; HIRUMALIMA, 2002).
Em experimentos em ratas foi demonstrada uma atividade anti-fertilidade para extratos
aquosos (GANDHI et al., 1991). Em camundongos, a ingestão de arruda em doses de 5, 10 e
20% de extrato aquoso, durante o período de pré-implantação, foi capaz de induzir alterações
na formação de blastocistos, e interferiu no desenvolvimento da pré-implantação bem como
no transporte do embrião (GUTIÉRREZ-PAJARES et al., 2003).
4.1.2 Boldo do Chile (Peumus boldus Molina)
O boldo, espécie arbórea pertencente à família Monimiaceae, é uma arvoreta com
folhas opostas, inteiras. Esta planta é nativa das regiões central e sul do Chile, e
frequentemente confundido, no Brasil, com o falso-boldo (Coleus barbatus (Andr.) Benth. –
Lamiaceae) (MENGUE et al., 2001). Suas folhas são usadas na medicina popular para
tratamento de problemas digestivos e hepáticos (RUIZ et al., 2008).
Estudos toxicológicos sugerem que o consumo de chá de boldo deve ser feito com
moderação e cuidado, principalmente no primeiro trimestre da gravidez e no uso por tempo
prolongado, uma vez que há grandes indícios de teratogenicidade (RUIZ et al., 2008) e aborto
(ALMEIDA et al., 2000).
Em estudo realizado por Farias e colaboradores (1975), verificou-se que “alumã” e
“tapete-de-oxalá”, como é conhecido popularmente o boldo na Bahia, correspondeu a 30% de
chás e infusões utilizados na prática do aborto.
4.1.3 Bucha-Paulista (Luffa operculata L.)
Esta espécie pertence à família Curcubitaceae, originária da América Tropical e
cultivada principalmente no nordeste e norte do Brasil. É comercializada em todo o país como
planta medicinal (SCHENKEL et al., 2005). O fruto é conhecido na medicina popular pelo
seu efeito purgativo e utilizado em algumas doenças parasitárias (FREISE, 1993). Mas sabese também que o fruto da Luffa operculata é extremamente irritante, devendo ser usado com
cautela, uma vez que as doses excessivas podem provocar evacuações abundantes, cólicas,
náuseas, vômitos, e mesmo hemorragias e abortos (VASQUES et al., 1986).
Esta espécie age sobre as mucosas por efeito das cucurbitacinas e de seus glicosídeos.
As saponinas colaboram com esta ação, emulsificando compostos lipossolúveis ativos, o que
facilita o contato e absorção da isocucurbitacina pelas mucosas resultando em ação cáustica
sobre as mesmas (MENON-MIYAKE et al., 2005).
As intoxicações registradas estão relacionadas, de modo geral, com tentativas de
aborto. Os dez casos registrados junto ao CIT/SC (Centro de Informações Toxicológicas do
estado de Santa Catarina) ocorreram em mulheres entre 19 e 26 anos, após a ingestão de
quantidade variável do chá preparado com os frutos secos (SCHENKEL et al., 2005).
A dose tóxica para o homem, extrapolada a partir da DL 50, ou dose letal para 50% de
animais testados (camundongos) corresponde a 75 mg/Kg, ou 5 g para o fruto seco, ou 50 ml
da tintura a 10% (VASQUES et al., 1986). Outros estudos como o realizado por Lorenzi e
Matos (2002) referem que a dose tóxica de Luffa operculata em humanos, extrapolada a partir
da DL50, corresponde a 170mg/kg. Assim, aproximadamente 1g do extrato de Luffa
operculata pode ser letal para um adulto de 70kg.
A Luffa operculata (L.) está entre as dez plantas mais utilizadas como abortivas no
Brasil (MENGUE et al., 1997), e o conhecimento sobre a ação abortificiente desta planta
continua a ser disseminado, como mostra o estudo realizado por Bakke e colaboradores
(2008) em que a Luffa operculata foi umas das plantas mais citadas como abortiva por alunas
da área de saúde e humanas.
4.1.4 Sene (Senna alexandrina Mill)
Pertence a família Fabaceae e apresenta como sinonímias botânicas: Cassia senna L. e
Cassia augustifolia Vahl que são originárias da África e Egito respectivamente (WAGNER,
1988). O sene é o laxante antranóide mais utilizado mundialmente (ROBBERS; TYLER,
1999). Problemas de constipação são muito comuns durante a gravidez (KELLER et al.,
2008), e muitas mulheres utilizam chás de sene para aliviar problemas intestinais, porém seu
uso deve ser realizado com cuidado, pois espécies do gênero Senna têm sido consideradas
popularmente como estimulante da menstruação, abortiva(MENGUE et al., 1997) e
estimulante da musculatura do útero (ALONSO, 1998).
Segundo Schulz e colaboradores (2002), produtos que possuem antraquinonas em sua
composição devem ser evitados durante a gravidez, principalmente, no primeiro trimestre
(ESCOP, 2003) período em que ocorre a organogênese e durante o qual podem acontecer
malformações mesmo quando em curta de exposição (CLARKE et al., 2007), uma vez que
existe o risco de perda do feto devido não só as contrações uterinas, mas também ao aumento
do fluxo sanguíneo para o útero.
4.2 O estudo de agentes teratogênicos
A possível relação do uso de fármacos durante a gravidez com o aparecimento de
efeitos adversos sobre o embrião ou feto gera um grande número de dúvidas. Sabe-se que a
maioria dos agentes químicos atravessa a barreira placentária facilmente através de gradiente
de concentração, desde que possuam propriedades físico-químicas necessárias para transpor
membranas (SCHÜLER-FACCINI et al., 2001).
Exposições a fatores ambientais são inevitáveis. Estima-se que um ser humano possa
estar exposto a aproximadamente cinco milhões de diferentes substâncias químicas, mas
destas apenas em torno de 1.500 foram testadas em animais e pouco mais de trinta são
comprovadamente teratogênicas no homem. Esse pequeno número se deve às dificuldades de
investigação de teratogenicidade nos humanos (SCHÜLER-FACCINI et al., 2001).
Apesar das limitações na pesquisa de agentes teratogênicos, os estudos
epidemiológicos em teratogenicidade são importantes, pois permitem levantar hipóteses que
poderão ser testadas posteriormente (SCHÜLER-FACCINI et al., 2002). A limitação se dá ao
fato de que alguns compostos xenobióticos são teratogênicos em animais, mas não são em
humanos; muitos são embriotóxicos em culturas animais, mas não são teratogênicas em
animais ou humanos in vivo, evidenciando assim as dificuldades de investigação de
teratogenicidade em humanos (WELLS et al., 1997).
4.2.1 Evidências de teratogenicidade envolvendo plantas medicinais
Estudo realizado por Moreira e colaboradores (2001) verificou a associação entre o
uso de abortivos durante o primeiro trimestre de gestação e a ocorrência de defeitos
congênitos em recém-nascidos (RN). Entre os abortificientes mais utilizados pelas mães se
destacaram as plantas medicinais utilizadas como chás e para induzir o aborto. Foram
selecionados 800 casos em maternidade universitária de Salvador, Bahia, entre agosto de
1994 e julho de 1995. Nos casos de bebês portadores de defeitos congênitos, eram
consultados prontuários hospitalares e posteriormente feitas entrevistas com as puérperas para
o preenchimento de questionário com dados referentes ao estado geral de saúde, grupo racial,
escolaridade, moradia, renda, planejamento familiar, tentativas de abortamento, uso de
abortificientes e história de distúrbios genéticos. Paralelamente à investigação na
maternidade, foram coletadas nos diversos ervateiros da cidade amostras das ervas indicadas
pelas puérperas utilizadas nas tentativas infrutíferas de abortamento (MOREIRA et al., 2001).
Entre as puérperas, 16% relataram a ingestão de substâncias abortivas no primeiro
trimestre de gestação e 10,9% destas tiveram filhos com malformações (MOREIRA et al.,
2001). Levando em consideração que os abortificientes mais utilizados foram plantas
medicinais, esta pode ser uma evidência de que estas substâncias podem ser teratogênicas.
Estudo realizado por Campesato (2005), do tipo caso-controle de base hospitalar, teve
o propósito de estimar a frequência do uso de plantas medicinais durante a gravidez, bem
como seus riscos para malformações congênitas. Neste estudo foram avaliadas 443 mães de
bebês portadores de defeitos congênitos e 443 mães de bebês normais. De acordo com os
resultados obtidos, observou-se que 33,9% das mães usaram substâncias de origem vegetal
exclusivamente para tratar sintomas de depressão e/ou ansiedade. Porém não houve diferença,
estatisticamente significante entre casos e controles no consumo destas substâncias. Foi
observado que 39,7% mães de bebês malformados não utilizaram plantas medicinais e 24,8%
utilizaram plantas com potencialidade abortiva.
As observações evidenciaram que o uso de plantas com finalidades ansiolíticoantidepressivas durante a gravidez não parece estar associado ao aparecimento de defeitos
congênitos maiores nesta amostra, mas, deixa uma observação, de que as mães de crianças
malformadas utilizaram mais chás considerados abortivos ou suspeitos de algum tipo de risco
para a gestação, sugerindo uma associação entre o uso destas substâncias e o desfecho de
malformação congênita maior na população estudada. Lembrando que estes resultados devem
ser interpretados cuidadosamente, pois podem significar uma ação teratogênica do composto
vegetal, ou podem dever-se à coexistência de outros fatores teratogênicos relacionados à
tentativa de aborto (CAMPESATO, 2005).
Em relação às plantas que apresentam efeitos abortivos e teratogênicos em animais
deve-se levar em consideração alguns pontos, como: a similaridade dos processos
reprodutivos entre as espécies testadas; o conhecimento se a substância causadora de
toxicidade do desenvolvimento embriofetal apresenta ausência de toxicidade materna. Ou
seja, o efeito adverso sobre o desenvolvimento embriofetal não deve ser uma consequência
secundária não específica de outros efeitos tóxicos. Além do fato de ser necessário estabelecer
qual a dose tóxica para a mulher gestante, sabendo que em alguns casos o embrião humano
mostra-se mais sensível a agentes químicos do que o de animais (LEMONICA, 2001).
O potencial teratogênico de plantas medicinais ainda não está bem estabelecido, nem
se sabe ao certo qual composto da planta seria responsável pelo efeito teratogênico, sendo que
a planta medicinal apresenta vários constituintes químicos, podendo ser um deles ou vários a
substância causadora da toxidade embriofetal.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todas as plantas, mesmo as medicinais, possuem princípios ativos e assim se não
utilizado o órgão, dosagem, preparação e via de administração adequada poderão causar
transtornos a um indivíduo, dentre eles o aborto e efeitos teratogênicos. Em casos de
tentativas de aborto mal sucedidas há riscos para o surgimento de deformações congênitas.
Os prejuízos do uso inadequado de plantas medicinais na gestação devem ser um
alerta não só para mulheres em idade reprodutiva, mas também para os profissionais da área
da saúde, pois exercem importante papel na prevenção de efeitos indesejáveis produzidos por
plantas. Geralmente mulheres grávidas não avisam seus médicos sobre o uso de plantas
medicinais, o que pode comprometer a sua saúde, sendo que os efeitos adversos de plantas
medicinais podem estar associados ao uso concomitante a outros medicamentos alopáticos
também.
Muitas plantas que foram apresentadas neste trabalho são facilmente encontradas em
feiras livres e farmácias, como o boldo, que é comercializado como chá indicado para
problemas digestivos, ou mesmo são cultivadas no quintal de casa, facilitando assim o acesso
da mulher gestante a estes produtos.
Tendo em vista as dificuldades em pesquisa de teratógenos, e as informações escassas
a respeito de plantas medicinais com efeitos abortivos, principalmente correlacionando os
efeitos aos constituintes químicos, sugere-se, portanto, que pesquisas posteriores sejam
realizadas com o intuito de garantir a segurança das plantas medicinais utilizadas no período
gestacional.
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