Plasticidade neural 10

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EM BUSCA DO TEMPO
PERDIDO: PLASTICIDADE
NEURAL
O cérebro é a maior e mais complexa massa de tecido nervoso do
corpo. Os centros que governam todas as atividades sensoriais e
motoras ( inclusive a produção da fala) estão localizadas no cérebro.
Há, adicionalmente, áreas que determinam raciocínio, memória e
inteligência (Murdoch,1997).
Os hemisférios cerebrais consistem em:
-Córtex Cerebral: camada de circunvolução de massa cinzenta que
cobre os hemisférios cerebrais. Algumas funções específicas são
localizadas em certas áreas gerais do córtex cerebral
(Murdoch,1997).
-Substância Branca: cada hemisfério é constituído no seu interior
pela massa branca, a qual se localiza isolada da massa cinzenta
(Murdoch,1997), é formada por fibras corticais aferentes e eferentes
(Crossman;Neary,1995)
-Hemisfério cerebral: cada hemisfério cerebral contém um conjunto
completo de centros para governar as atividades sensoriais e
motoras do corpo. As atividades associadas do hemisfério são
contralaterais ao corpo. O hemisfério esquerdo, na maioria, das
pessoas, controla a fala e a linguagem, também é especializado no
controle das mãos e nos processos analíticos.O hemisfério direito é
especializado em funções como a estereognose, e a percepção do
espaço. O hemisfério cerebral que controla a fala e a linguagem é
chamado de hemisfério dominante (Murdoch,1997).
Os dois hemisférios cerebrais são separadas pela grande fissura
longitudinal e unidos pelo corpo caloso(Crossman;Neary,1995). É
dividido em quatro lobos:
-Lobo frontal: o giro pré-central é a região motora primária do
córtex cerebral situado no lobo frontal.
-Lobo Parietal: o giro pós-central é a região somatossensorial
primária do córtex cerebral, situado no lobo parietal.
-Lobo Temporal : localização do córtex audutivo primário.
Adjacente a ele, fica o córtex auditivo de associação, responsável
pela interpretação da informação auditiva.
-Lobo Occipital: localização do córtex visual primário, é o cortex
visual de associação, responsável pela interpretação da informação
visual (Crossman;Neary,1995).
Luria (1973,1980) dividiu o cérebro em três unidades funcionais. Sob
bases estrutural-funcionais. Unidade I, as estruturas da unidade
estão situadas no tronco cerebral e nas superfícies mediais dos
hemisférios cerebrais. Regula o controle do tônus, vigília e estado
mental. Recebe e envia impulsos para a periferia. Unidade II, ocupa
a região posterior das superfícies laterais e consiste nos lóbulos
occipital, temporal e parietal. Capta, processa e registra informações
ambientais.Tendo três modos de inputs: audição, visão e sensação
tátil- cinestésica. Processa informações que entram ou prepara
programas para ação. A unidade III, situa-se nos lóbulos frontais. É
responsável pela programação, controle e verificação de atividades.
Responsável pela participação integrativa de muitas áreas (Kagan e
Sailing,1997).
Os neurônios maduros não são capazes de se dividir e replicar, mas o
sistema nervoso central (SNC) é capaz de apresentar a
neuroplasticidade. Podemos considerar neuroplasticidade como a
tendência do sistema nervoso (SN) a ajustar-se, a estabelecer ou
restaurar funções desorganizadas por condições patológicas ou
experimentais (Vital Durand, 1975).
A regeneração de axônios lesados é chamada BROTAMENTO; o
axônio lesado emite brotamentos laterais para novos alvos. Os
mecanismos do aprendizado e da recuperação de lesão estão
começando a ser explicados (vento.com.br).
Chamamos disartria a dificuldade da expressão oral da linguagem
devido a um distúrbio de tônus e movimentos musculares
foarticulatórios, secundários a lesões do SN (Perelló,1995).
O tipo de disartria que resulta de dano no sistema neuromuscular
depende muito do local onde o sistema neuromuscular foi
danificado. Partes do sistema neuromuscular que podem ser
afetados incluem os neurônios motores inferiores, neurônios motores
superiores, sistema extra-piramidal, cerebelo, cérebro e junção
neuromuscular, da mesma forma como os músculos do mecanismo
da fala por si próprios. Os sinais e sintomas da disartria estão de
acordo com os sítios da lesão.
Como as células nervosas destruidas não se regeneram; portanto a
única coisa que se pode tentar é a reabilitação neurofuncional o mais
completa possível. A fonoterapia da disartria associada a
plasticidade nos permite ter um grande êxito nesta reabilitação
funcional celular. Valendo-se da plasticidade neural em fonoterapia
para a disartria, ocorre um brotamento lateral para novos alvos que
levará a melhoria funcional das partes lesadas, permitindo assim um
melhor prognóstico do quadro clínico.
Ana Carolina Lima Delgado
Fernanda Carla Borges Homem
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