BIOESTATÍSTICA Prof ª Marcia Moreira Holcman [email protected] Bibliografia • VIEIRA S. Introdução à Bioestatística, Editora Campus Rio de Janeiro, 1998. • CALLEGARI-JACQUES SIDIA M. Bioestatísticos Princípios e Aplicações, ARTMED São Paulo, 2004 • BERQUÓ ES, SOUZA JMP, GOTLIEB SLD. Bioestatística, EPU São Paulo, 1981. • DAWSON SAUNDERS B & TRAPP RG. Bioestatística Básica e Clinica, Mac Graw Hill Inerame,2003 . • MEDRONHO RA. Epidemiologia. Atheneu ,2002.. O que é bioestatística? • A estatística teve origem na contagem dos fenômenos vitais tais como mortes, nascimentos, doentes etc. • Muitas vezes a estatística é referida como um conjunto de informações quantitativas • Com a evolução dos métodos empregados nas soluções dos problemas, a estatística é definida atualmente como um conjunto de métodos baseados na teoria das probabilidades O que é bioestatística? • O objetivo principal da estatística é auxiliar a tomada de decisões nas situações de incerteza baseados em um conjunto de dados quantitativos • A estatística é uma ferramenta muito utilizada atualmente para responder questões biológicas Exemplos • O uso de cinto de segurança diminui a chance de morte em um acidente de carro? • O novo medicamento é mais eficaz que a droga tradicional? • Quais os fatores que aumentam o risco de infarto do miocárdio? • Qual a melhor dieta para perder peso? Estatística 1. Planejamento: auxilia na escolha das situações experimentais e da quantidade de indivíduos necessários a serem examinados. 2. Organizar, classificar, descrever as informações em tabelas gráficos e outros recursos visuais. 3. Trabalha as informações estabelecendo hipóteses e elaborando conclusões. Divisões da Estatística Estatística Descritiva ( resumo e apresentação) • Tabelas de freqüência • Gráficos • Medidas de posição: Média, desvio padrão, medianas, quartis etc. Inferência Estatística: • amostragem • estimação/ intervalo de confiança • testes de hipótese Bioestatística • Bioestatística é aplicação da estatística aos fenômenos biológicos População ou universo : Todo o conjunto de unidades experimentais ou observações. Amostra: uma parte das unidades experimentais. Etapas da Pesquisa quantitativa (obtenção de resultados confiáveis) Planejamento (revisão bibliográfica par avaliar o que já foi publicado sobre o assunto, quais variáveis já foram exploradas) Desenho (como obter as informações para responder minha pergunta) Execução (coleta de informações) Processamento dos dados correções Análise Apresentação Interpretação Publicação O QUE SE PRETENDE ESTUDAR? • objetivo de uma pesquisa pode ser resumida em • • • • • • • uma questão Pesquisar estudos anteriores razões para se pesquisar este assunto Criatividade Aprender com os erros Conjunto de questões chave Objetivos secundários Evitar acrescentar questões só para aproveitar o levantamento “Já que” CARACTERÍSTICAS DE INTERESSE OU VARIÁVEIS • O que pesquisar? – Sexo – Nível educacional – Crianças nível educacional da mãe – Nível educacional do chefe de família – Idade – Pressão arterial – Peso/altura/IMC DESENHO Qual a melhor maneira de responder a pergunta? • Transversal • Coorte • Caso-controle • Ecológicos • Ensaio clínico • etc MÉTODO DE COLETA DE INFORMAÇÕES • Instrumento formal de coleta de informações • Questionário aberto/ fechado • Pré testados analisados • Pessoal • Correio/email/telefone (mesmos resultados?) AMOSTRA • Qualquer amostra fornece informações • Mas não é qualquer amostra que permite a generalização dos resultados para a população que foi retirada! • Método aleatório • Conveniência • Tamanho da amostra – Custos – Precisão das estimativas TRABALHO DE CAMPO • Treinar entrevistadores homogeneizar procedimentos, manuais de procedimentos • Controle de qualidade ou checagem dos resultados (refazer alguns questionários para ver se produzem o mesmo resultado • Registro das informações – qualificação das unidades perdidas – Incluídas indevidamente BANCO DE DADOS • O ideal é fazer um banco de dados estruturado contendo todas as informações coletadas • O banco deve ser revisado com a procura e possíveis inconsistências • Dicionário de dados AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS • Banco de dados • N linhas (cada unidade amostral ) • P colunas cada característica ou variável analisada • Codificação das informações • Transcrição quanto menor a intervenção menor a chance deste tipo de erro ANÁLISE ESTATÍSTICA • Ultima analise exploratória que permite a identificação de valores aberrantes, falta ou valores de informações mais concentrados em algum investigador ou alguma variável específica • Analise descritiva avaliar a distribuição de freqüência de todas as variáveis • Cálculo das medidas resumo média, mediana, mínimo, máximo • Tabelas cruzadas, comparação com outros trabalhos ou fontes de informação, censos etc. ANÁLISE ESTATÍSTICA • um conjunto mínimo de tabelas e modelos estatísticos que já devem ter sido definidos anteriormente para responder aos objetivos iniciais da pesquisa; • Testar novas hipóteses Relatório da pesquisa • Fazer um diário de bordo para facilitar a elaboração do relatório da pesquisa TIPO DE VARIÁVEL NOMINAL cor dos olhos sexo Qualitativa ORDINAL grau de instrução nível de renda TIPO DE VARIÁVEL DISCRETA número de filhos número de infartos Quantitativa CONTÍNUA peso altura O tipo de variável estudada vai determinar o procedimento estatístico a ser utilizado Exemplo Artigo • FIEDLER, Mariarosa Mendes e PERES, Karen Glazer. Capacidade funcional e fatores associados em idosos do Sul do Brasil: um estudo de base populacional. Cad. Saúde Pública [online]. 2008, vol. 24, no. 2 [citado 2008-03-05], pp. 409-415. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_artte xt&pid=S0102311X2008000200020&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0102-311X. doi: 10.1590/S0102311X2008000200020 Objetivo • Estimar a prevalência de capacidade funcional inadequada e fatores associados na população idosa de Joaçaba, Santa Catarina, Brasil, entre 2003 e 2004 Métodos • Realizou-se um inquérito populacional domiciliar (n = 345). • Foram considerados com capacidade funcional inadequada indivíduos com dificuldade na realização de seis atividades, ou inabilidade para realizar três da escala proposta por Rikli & Jones. • Foi aplicado um questionário contendo questões sobre variáveis • sócio-econômicas, • demográficas, • tipo de moradia e • percepção da própria situação econômica. Análise estatística • Realizou-se a distribuição de freqüência simples das variáveis de interesse, • teste de associação do qui-quadrado e • análise de regressão logística múltipla não condicional. Resultados • A taxa de resposta foi de 92,7%, • prevalência de capacidade funcional inadequada de 37,1% (IC95%: 32,0-42,2). • A idade média foi de 69,5 anos. • Após ajustamento para fatores de confusão, permaneceram associadas à capacidade funcional inadequada – ter 70 anos ou mais, – ser do sexo feminino e – apresentar autopercepção negativa de sua situação econômica. Muitos dos idosos de Joaçaba apresentam capacidade funcional inadequada, levando à dependência. Conclusões • Muitos dos idosos de Joaçaba apresentam capacidade funcional inadequada, levando à dependência. • Programas de saúde que retardem o aparecimento de incapacidades, bem como a realização de atividades sociais poderiam contribuir para um envelhecimento saudável.