DEISY SUSANA SOARES A OCORRÊNCIA DOS NEVOEIROS EM LONDRINA/PR NO PERÍODO DE 1986 A 2005 ESTUDO GENÉTICO A PARTIR DA ANÁLISE RÍTMICA EPISÓDICA. LONDRINA 2007 1 DEISY SUSANA SOARES A OCORRÊNCIA DOS NEVOEIROS EM LONDRINA-PR NO PERÍODO DE 1986 A 2005 ESTUDO GENÉTICO A PARTIR DA ANÁLISE RÍTMICA EPISÓDICA. Monografia apresentada ao Curso de Bacharelado em Geografia da Universidade Estadual de Londrina, como requisito ao titulo de bacharel em Geografia. Orientadora: Profª Drª Deise Fabiana Ely. Londrina 2007 2 DEISY SUSANA SOARES A OCORRÊNCIA DOS NEVOEIROS EM LONDRINA-PR NO PERÍODO DE 1986 A 2005 ESTUDO GENÉTICO A PARTIR DA ANÁLISE RÍTMICA EPISÓDICA. Monografia apresentada ao Curso de Bacharelado em Geografia da Universidade Estadual de Londrina, como requisito ao título de bacharel em Geografia. COMISSÃO EXAMINADORA Londrina,___ de ______________de 2007. 3 DEDICATÓRIA A Deus, por ter me carregado e sustentado nos momentos e caminhos mais difíceis. 4 AGRADECIMENTOS A todos os amigos que direta e indiretamente contribuíram para a conclusão deste trabalho. Não fosse a participação de indivíduos e instituições na origem e evolução deste processo esta não se concretizaria. As orientações da Prfª Drª Deise Fabiana Ely que encorajaram e que muito contribuiu para a elaboração deste trabalho que foi enriquecido pelas contribuições do Profº Dr. Oswaldo Coelho. E inúmeras pessoas que colaboraram para atingir os objetivos propostos; a elas nosso agradecimento pelo inestimável apoio e solidariedade. A minha mãe Nilza, meus irmãos, ao Emerson, Aline e Edwylson meu terno agradecimento pelo estímulo e companheirismo, que de forma particular incentivaram, deram força e choramos juntos. 5 RESUMO A presente monografia discute a ocorrência, freqüência e gênese dos nevoeiros registrados na cidade de Londrina / Pr a partir da análise rítmica episódica, considerando o período de registro de 1986 a 2005. Objetivou-se analisar as características climáticas de Londrina por meio da bibliografia disponível, a apresentação da variabilidade das temperaturas médias e dos totais pluviométrico numa escala mensal e anual, bem como a quantificação das ocorrências dos nevoeiros em Londrina, a análise dos fatores condicionantes para a ocorrência dos mesmos, associada à identificação das massas de ar geradoras dos respectivos fenômenos. A aplicação da metodologia da análise rítmica episódica ao estudo dos nevoeiros, em Londrina/Pr, possibilitou constatar a sua maior freqüência aos meses que compreendem o outono e o inverno e destacar a ocorrência dos mesmos à atuação da frente polar Atlântica e à instabilidade tropical. Palavras-chave: Nevoeiro. Análise rítmica. Gênese. 6 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Localização da área urbana do município de Londrina/PR.............................................................................................. Figura 2: Massas de ar que atingem a América 26 do sul.............................................................................................................. 46 Figura 3: Trajetos das massas de ar que atingem os estados de Paraná e São Paulo.................................................................................. 54 Figura 4: Painel temporo-espacial da temperatura média mensal em Londrina no período de 1974 a 2005........................................................ 60 Figura 5: Painel temporo-espacial do total pluviométrico mensal em Londrina no período de 1974 a 2005........................................................ 62 Figura 6: Ocorrência e intensidade dos nevoeiros ocorridos nas estações de outono e inverno em Londrina/PR, no período de 1986 a 2005.......................................................................................................... 67 Figura 7: Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros em Londrina/PR no outono e inverno de 1994............................................... 69 Figura 8: Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros em Londrina/PR no outono e inverno de 1995............................................... 74 Figura 9: Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros em Londrina/PR no outono e inverno de 1996............................................... 77 Figura 10: Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros em Londrina/PR no outono e inverno de 1997............................................... 80 Figura 11: Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros em Londrina/PR no outono e inverno de 1998............................................... 85 Figura 12: Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros em Londrina/PR no outono e inverno de 1999............................................... 91 Figura 13: Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros em Londrina/PR no outono e inverno de 2000............................................... 95 Figura 14: Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros em Londrina/PR no outono e inverno de 2001............................................... 98 Figura 15: Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros em Londrina/PR no outono e inverno de 2002............................................... 103 7 Figura 16: Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros em Londrina/PR no outono e inverno de 2003............................................... 106 Figura 17: Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros em Londrina/PR no outono e inverno de 2004............................................... 110 Figura 18: Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros em Londrina/PR no outono e inverno de 2005............................................... 116 8 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Situação demográfica de Londrina...................................... 33 Tabela 2: Redução da cobertura florestal no estado do Paraná 1895 a 1980.................................................................................................. 55 Tabela 3: freqüência da ocorrência de nevoeiros em Londrina/PR no período de 1986 a 2005....................................................................... 64 Tabela 4: intensidades dos nevoeiros ocorridos em cada mês em Londrina/PR no período de 1986 a 2005............................................. 64 9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.................................................................................................... 1- 10 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ACERCA DOS MECANISMOS METEOROLÓGICOS DE FORMAÇÃO DOS NEVOEIROS............................... 12 1.1 Metodologia....................................................................................... 19 2 - ÁREA DE ESTUDO....................................................................................... 25 2.1 O Processo de Ocupação e a Formação de Londrina................................................................................................... 30 3 - O CLIMA DE LONDRINA E A OCORRÊNCIA DE NEVOEIROS................. 41 3.1 Detalhamento das Características Climáticas de Londrina/Pr.............................................................................................................................. 56 3.2 Freqüência e Ocorrências dos Nevoeiros em Londrina/PR no Período de 1986 a 2005.......................................................................... 63 3.3 Caracterização da Gênese dos Nevoeiros Ocorridos em Londrina/PR no Período de 1994 a 2005............................................... 68 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 119 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 123 ANEXOS.............................................................................................................. 126 10 INTRODUÇÃO O interesse no conhecimento da dinâmica dos nevoeiros em Londrina / PR constitui a idéia principal do presente trabalho, considerando que a freqüência e a ocorrência desse fenômeno motivaram os seus colonizadores a denominá-la de “pequena Londres”. Inicialmente, tinha-se como objetivo pesquisar se a ocorrência e a freqüência do referido fenômeno vinha sofrendo alterações em função do crescimento da cidade, das transformações no uso do solo urbano e de seu entorno. Além de que tal temática também é alvo de discussão nos recentes debates acerca das variações climáticas nas diversas escalas dos espaços urbanos. Entretanto, Londrina não dispõe de dados climáticos sistematizados para períodos anteriores à década de 1970, fato que impossibilitou a comparação entre diferentes períodos e a possibilidade de verificação de mudanças na ocorrência e freqüência dos nevoeiros na cidade. Conforme consulta aos arquivos de dados meteorológicos junto ao Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), localizado em Londrina, foi contatado que os episódios de nevoeiros passaram a ser registrados, por esse instituto, somente a partir de 1986. Diante disso, definiu-se como recorte temporal a ser analisado nessa pesquisa o período de 1986 a 2005 com o objetivo de análise da ocorrência e freqüência dos nevoeiros em Londrina / Pr. E para a identificação da gênese dos respectivos nevoeiros foram utilizadas cartas sinóticas disponibilizadas no “site” do Ministério da Marinha, arquivadas 11 desde 1994 pela professora e pelos alunos do Grupo de Estudos em Climatologia Geográfica (GEOCLIMA), da Universidade Estadual de Londrina no Laboratório (UEL). Ao discutir a ocorrência, freqüência e gênese dos nevoeiros registrados na cidade de Londrina / PR, entende-se que tal temática é de relevante interesse para o planejamento urbano, uma vez que em locais onde o fenômeno ocorre com muita freqüência não é aconselhada a edificação de aeroportos, autódromos, estádios etc. Os nevoeiros ainda podem representar sérios riscos à saúde e à vida, principalmente nas áreas industriais devido aos resíduos tóxicos atmosféricos que se configuram como núcleos higroscópicos. Na agricultura os nevoeiros podem ser nocivos, pois a sua presença assegura alta umidade relativa do ar, condição necessária para o desenvolvimento de certas patogêneses. Por outro lado, a correta exploração do conteúdo de um nevoeiro pode trazer benefícios às atividades humanas, como a coleta de água líquida advinda do fenômeno. Diante das importâncias salientadas desenvolveu-se a temática geral em três capítulos: no primeiro foi elaborada a fundamentação teórica e a metodologia do trabalho; o segundo capítulo aborda a apresentação detalhada da geografia da área de estudo; no terceiro consta a análise episódica do nevoeiro, bem como a discussão sobre a gênese dos nevoeiros registrados no outono e inverno em Londrina / PR, no período de 1994 a 2005 e a análise sintética dessas informações é apresentada nas considerações finais. 12 1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ACERCA DOS MECANISMOS METEOROLÓGICOS DE FORMAÇÃO DOS NEVOEIROS A proposta de pesquisa ora apresentada se justifica pela carência de estudos sobre a ocorrência de nevoeiros em Londrina-PR, mesmo considerando que a ocorrência do “fog”, ou regionalmente conhecido como nevoeiro, permitiu, no passado, as comparações de Londrina à capital dos colonizadores (a pequena Londres). O presente trabalho discute a ocorrência, freqüência e gênese dos nevoeiros na cidade de Londrina, pois se entende que tal temática é relevante para o planejamento urbano, uma vez que em locais em que o fenômeno ocorre com muita freqüência não é aconselhada a construção de aeroportos, autódromos, estádios etc. Nesse sentido os nevoeiros podem trazer transtorno às pessoas que freqüentam esses locais e ao transporte aéreo, pois os aeroportos cancelam vôos quando há ocorrência do fenômeno, além de ser considerado causador de acidentes quando encobrem rodovias e os trajetos marítimos. Em áreas industriais, a sua formação pode representar sérios riscos a saúde, ou a vida, pelo fato de que podem estar contaminados com resíduos tóxicos. Na agricultura os nevoeiros podem ser nocivos na medida em que sua presença assegura condições de umidade elevada muito favorável ao desenvolvimento de certos patógenos. Por isso se torna importante conhecer o seu processo de formação. 13 Segundo Sonnemaker (1994, p. 67), nevoeiros são “Aglomerados de gotículas d’ água em suspensão na atmosfera; é uma nuvem stratus junto à superfície”. Para Tubelis; Nascimento (1984, p.183), “o nevoeiro é um conjunto visível de partículas microscópicas de água líquida em suspensão na atmosfera junto ao solo, capaz de reduzir a visibilidade horizontal”. Esse fenômeno ocorre quando há muita umidade na atmosfera e as temperaturas estão baixas, não atingindo o ponto de saturação para chover. Segundo Sonnemaker (1994, p. 67), “É um fenômeno que restringe a visibilidade para menos de 1.000m. É formado quando o vapor d’ água se condensa”. Tubelis; Nascimento (1984, p. 183) afirmam, ainda, que os nevoeiros se formam quando a massa de ar sobre um lugar se torna saturada de vapor d’água, da mesma maneira que as nuvens. E isso pode ocorrer por: “Resfriamento do ar - fazendo com que a temperatura do ar diminua até atingir o ponto de orvalho”. (SONNEMAKER, 1994, p. 67) Nevoeiros de resfriamento ocorrem devido ao resfriamento do ar à superfície, em áreas oceânicas ou terrestres. O resfriamento pode ser produzido por contato com o solo resfriado durante a noite, por contato do ar quente e úmido em movimento com uma superfície (solo ou mar) mais fria, sobre a qual se desloca e por ascensão adiabática do ar que se desloca, subindo por um terreno elevado. 14 Também podem ocorrer por “acréscimo de vapor d’água ao ar, evaporação das superfícies líquidas, de solo molhado, chuva caindo através do ar”. (SONNEMAKER, 1994, p. 67) Este acréscimo de vapor d’água ocorre devido ao aumento de evaporação, que tende a elevar a umidade relativa e provocar a saturação do ar à superfície e a condensação do vapor d’ água, com a conseqüente formação de nevoeiro. O aumento da evaporação pode se dar por evaporação de uma chuva quente em ar mais frio e evaporação de uma superfície líquida mais quente em ar mais frio. Se a evaporação for suficiente para aumentar a umidade relativa até tornar o ar saturado e houver núcleos de condensação na atmosfera, ocorrerá a condensação do vapor d’água existente no ar e a conseqüente formação do nevoeiro. O autor ainda ressalta que a possibilidade de formação de nevoeiros aumenta quando o ponto de orvalho coincide com a temperatura do ar e quando a umidade do ar atinge valores entre 97% e 100%. As condições atmosféricas mais propícias para a formação de nevoeiros, segundo o autor citado, são aquelas em que os ventos são fracos, a umidade relativa do ar é alta e quando há abundância de núcleos de condensação na atmosfera. E, devido aos requisitos de temperaturas mais baixas para a sua ocorrência, os mesmos são registrados com maior freqüência no inverno. Para Sonnemaker (1994, p. 67) existem dois tipos de nevoeiros: os de massas de ar e os frontais. 15 Os nevoeiros de massa de ar “formam-se como resultado do resfriamento do ar úmido, até a umidade relativa tornar-se elevada e a temperatura do ar atingir o Ponto de Orvalho”. (SONNEMAKER, 1994, p. 67) Os nevoeiros de massa de ar possuem duas gêneses: A primeira, para Varejão-Silva (2006), está relacionada à perda de radiação devido ao arrefecimento noturno do solo por emissão solar ou energia radiante. O ar em contato com o solo perde calor por condução, tornando-se, assim, mais frio que a camada da atmosfera que está próxima à superfície, ou seja, a temperatura do ar aumenta conforme a distância do solo, causando uma inversão térmica a certa altura e abaixo deste nível de inversão térmica a camada atmosférica é estável. Se o resfriamento ultrapassar a temperatura do ponto de orvalho ocorrerá à condensação de vapor. O autor ainda ressalta que nevoeiros deste tipo ocorrem em noites com poucas nuvens altas ou sem nuvens, o que facilita o resfriamento do solo por irradiação. A presença de ventos fracos pode ampliar a espessura da camada resfriada e conseqüentemente, dos nevoeiros. Em áreas com grande poluição atmosférica é comum a antecipação da formação de nevoeiros e o retardamento da dissipação, devido à presença dos resíduos sólidos que aumentam a quantidade de substâncias dissolvidas nas gotas que se concentram na camada atmosférica rente ao solo. Em regiões de encostas o ar se resfria em contato com o solo e tende a escoar e acumular nos vales, aumentando a probabilidade de ocorrência de nevoeiro de radiação. Sonnemaker (1994, p.68) complementa a explicação do processo de formação dos nevoeiros de radiação ou de superfície escrevendo 16 que as condições mais favoráveis para a sua formação são: “céu claro, ventos fracos, radiação terrestre, umidade relativa elevada. Não se formam sobre o mar; às vezes formam–se em porções isoladas (bancos de nevoeiros)”. (SONNEMAKER, 1994, p. 68) A outra explicação para a origem dos nevoeiros de massa de ar, também conhecidos como os de “advecção - é o deslocamento do ar quente e úmido sobre uma superfície de terra ou água mais fria”. (SONNEMAKER, 1994, p. 68) Este tipo de nevoeiro surge quando o ar frio escoa sobre uma superfície fria (solo ou água). Por condução o ar vai perdendo calor para a superfície que se arrefece de baixo para cima propiciando a formação de uma camada estável justaposta à superfície. Em condições de vento fraco a diferença entre a temperatura do ar e da superfície tende a diminuir e o resfriamento atinge apenas uma camada atmosférica pouco espessa. Havendo vento mais forte a mistura turbulenta do ar impossibilita o equilíbrio térmico, mas aumenta a espessura da camada resfriada. Assim que a temperatura dessa camada torna-se inferior a do ponto de orvalho inicial o fenômeno ocorrerá. (VAREJÃO-SILVA, 2006) Tipos de nevoeiros de advecção: 1- “Nevoeiro de vapor – o ar frio ao se deslocar sobre uma superfície líquida mais aquecida. Formam-se sobre o mar, rios, pântanos. Parece fumaça, elevando-se da superfície líquida” (SONNEMAKER, 1994, p. 68). O nevoeiro de vapor é resultado do movimento do ar muito frio sobre uma superfície de águas mais quentes (de temperatura superior à do ar). Formamse quando a evaporação da superfície líquida aquecida produz vapor d’água 17 que se junta ao ar frio, o qual se torna saturado e provoca a condensação. O nevoeiro de vapor eleva-se sobre a superfície do mar, sendo, por isso, também denominado de fumaça do mar (“sea smoke”). Como sabemos, a água tem um grau de calor específico maior que o do ar. Por isso, é freqüente a ocorrência do nevoeiro de vapor no inverno, quando o ar extremamente frio vindo da região dos pólos escoa sobre mares mais quentes. E pelo fato das águas do mar estar mais quentes que o ar, a evaporação é tão intensa que o vapor desprende-se da água, saturando o ar frio e formando o nevoeiro. 2Nevoeiros marítimos – ar quente que se move do continente para o mar frio; é de grande espessura devido à umidade do ar marítimo. 3Nevoeiros orográficos (ou de encostas) - movimento do ar úmido que se resfria por expansão quando se move para cima de uma superfície terrestre em declive. Este resfriamento é dinâmico (adiabático). (SONNEMAKER, 1994, p. 68) Os nevoeiros orográficos podem surgir quando o ar úmido e estável se desloca ao longo de uma encosta e, adiabaticamente, expande-se e conseqüentemente, resfria-se. Se o aclive for suficientemente extenso, o ar ascendente se tornará saturado em determinada altura, deste ponto até o topo da elevação haverá a formação do nevoeiro. (VAREJÃO-SILVA, 2006) 4Nevoeiros de brisa marítima – ar mais aquecido do mar desloca-se sobre o litoral mais frio: somente ocorre em altas altitudes. 5Nevoeiro glacial – ocorre nas regiões árticas, com temperaturas abaixo de -30°C; formado pela sublimação do vapor d’água. (SONNEMAKER, 1994, p. 68) E por fim, os nevoeiros frontais associados ao desenvolvimento de uma onda frontal, lembrando que uma frente é a superfície de contato entre duas massas de ar, freqüentemente uma massa quente e outra fria. O ar 18 quente, sendo mais leve, subirá, resfriando-se adiabaticamente e provocando condensação do vapor d’água nele existente e a precipitação. As gotas de chuva, provenientes do ar quente superior, estão mais aquecidas que a camada de ar frio superficial sob a frente; assim, a precipitação do ar quente invasor se evapora quando desce através do ar frio e o satura, formando o nevoeiro. Os nevoeiros frontais ocorrem freqüentemente, no inverno e, em geral, estão associados com frentes quentes, ocasionalmente formam-se em frentes frias ou estacionárias. Formam-se rapidamente e muitas vezes, cobrem extensas áreas. Estes só se formam quando a temperatura da água, que se precipita do ar quente, é maior do que a do ar frio sob a frente. Isso significa que este tipo de nevoeiro ocorre apenas em conexão com frentes bastante intensas. Os nevoeiros frontais podem ser: a) Nevoeiro pré-frontal – ocorre com as frentes quentes, cobre extensas áreas. Forma-se na massa de ar frio sob a superfície frontal quente, pela evaporação da chuva que cai através do ar frio; b) Nevoeiro post-frontal – ocorre após a passagem frente fria lenta. (SONNEMAKER, 1994, p. 68) E a dissipação dos nevoeiros ocorre em função da [...] radiação solar, que aquecendo a superfície, aquece o ar, promovendo a evaporação das gotículas de água. Enquanto este processo ocorre, o nevoeiro eleva-se da superfície dando origem a uma nuvem stratus baixa. O tempo necessário para a dissipação depende da espessura dos nevoeiros e da altura da camada de inversão. Para todos os nevoeiros formados, o aumento da velocidade do vento provoca o seu espessamento até o ponto de promover o seu transporte vertical, elevando-o do solo e formando uma nuvem stratus. (TUBELIS; NASCIMENTO, 1984, p.185) 19 Existem muitas preocupações por parte dos órgãos gerenciadores dos meios de transportes aéreos, marítimos e rodoviários com a ocorrência, freqüência e intensidade dos nevoeiros, pois muitas vezes eles provocam a paralisação dessas atividades e acidentes graves ou, até mesmo, fatais. Por outro lado, a correta exploração do conteúdo de água líquida de um nevoeiro pode trazer benefícios às atividades humanas, como por exemplo, “no Chile, que se coleta cerca de 7000 litros de água por dia através de 50 coletores de 48 m² de área de base”. (KENSKI, 2005, p. 45) 1.1 Metodologia Para a quantificação e classificação genética dos nevoeiros foram utilizados dados diários de umidade relativa do ar, radiação, temperatura, ventos, precipitação, pressão atmosférica, visibilidade e o registro da ocorrência de nevoeiros produzidos e fornecidos pela estação agrometeorológica do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), que vem registrando a ocorrência e intensidade dos nevoeiros em Londrina-Pr nos últimos 20 anos, ou seja, desde 1986. Como nosso trabalho foi iniciado no ano de 2006 não foi possível acrescentar esse ano na análise, pois não teríamos os dados do ano inteiro, portanto nossas análises abordam dados até o ano de 2005. 20 A metodologia para a quantificação das ocorrências e freqüências dos nevoeiros em Londrina constitui uma adaptação da metodologia desenvolvida por Lacativa (1983), considerando que a dinâmica dos nevoeiros varia “com a estação do ano e com as características do relevo do local”. (TUBELIS; NASCIMENTO, 1984, p.183) Lacativa (1983) teve como um dos seus objetivos determinar os setores regionais de ocorrência de geadas e sua gênese numa tentativa de vincular a ocorrência desse fenômeno meteorológico com a geomorfologia no estado de São Paulo, bem como a análise das massas de ar associadas à formação das mesmas. A referida autora concluiu que as áreas com maior ocorrência do fenômeno estão relacionadas à altitude, além dos fatores meteorológicos condicionantes do mesmo. A relação entre as mudanças do uso do solo no município de Londrina com os dados meteorológicos foi estabelecida a partir da leitura do trabalho de Ladeia (1992), cujo objetivo foi agrupar e sistematizar os dados meteorológicos/ climáticos e traçar o padrão das características climáticas de Londrina, procurando contrapor a relação do homem com a natureza por meio da história e da apropriação do espaço realizada desde os pioneiros, propiciando a análise da evolução das tendências do clima local. A autora concluiu que o clima de Londrina apresenta um aumento gradativo das temperaturas médias mínimas, gerando uma diminuição da freqüência de ocorrências de geadas e a intensidade das precipitações e dos vendavais. Segundo Ribeiro (1993), as técnicas estatísticas empregadas na geografia também são comumente aplicadas à climatologia, que visa à análise da variabilidade ou regularidade e irregularidade dos fenômenos 21 climáticos e são apresentados em tabelas ou representações cartográficas. Para a elaboração das tabelas do presente trabalho foi necessário a organização dos dados meteorológicos brutos obtidos no IAPAR de forma a agrupá-los por mês e ano, posteriormente foi feita a tabulação das ocorrências anuais dos nevoeiros e, em seguida, as mensais, visando à obtenção da freqüência absoluta do fenômeno analisado, que constitui “o número de vezes que determinado evento ocorre”. (GALVANI, 2005, p. 180) Em seguida, foi calculada, conforme Galvani (2005, p.180), a freqüência percentual (fp), entendida como o percentual de ocorrências dos nevoeiros em cada mês (fa) em relação ao número total de ocorrências (NT), calculada pela seguinte fórmula: fp = fa . 100 NT Para a elaboração do painel temporo-espacial foram utilizados os dados mensais e diários de temperatura média e o total da precipitação. O painel temporo-espacial nos permitiu analisar a variabilidade sazonal da temperatura média e do total pluviométrico, alem de identificar os seus padrões predominantes numa escala anual e mensal para o período de 1976 a 2005. Sant’anna Neto (1990) destaca que a grande vantagem do painel temporoespacial é de representar concomitantemente a variação temporal dos fenômenos climáticos num eixo espacial, tornando possível a visualização de diferentes feições, dos elementos climáticos representados para uma determinada série histórica, o que contribui para a análise sistemática do espaço geográfico. 22 Para a manipulação dos dados meteorológicos brutos obtidos no IAPAR foi utilizada a planilha eletrônica Excel a partir da qual foi feito o cálculo das médias diárias da temperatura, após a transferência destes dados para outra planilha, foi elaborada uma tabela para a construção do painel temporo-espacial da temperatura média mensal de Londrina. Para confecção do painel temporo-espacial da pluviosidade foram calculados os totais mensais. A identificação e classificação genética dos nevoeiros ocorridos em Londrina somente foi possível para o período de 1986 a 2005, visto que o IAPAR de Londrina possui banco de dados desse fenômeno somente a partir do ano de 1986 e, para esta análise, foi utilizada a metodologia da análise rítmica proposta por Monteiro (1971). Esse autor esclarece que o ritmo climático pode ser mapeado pela “representação dos elementos fundamentais do clima em unidades de tempo cronológicas pelo menos diárias, compatíveis com a representação da circulação atmosférica que se sucedem e constituem o fundamento do ritmo”. (MONTEIRO, 1971, p. 9) A elaboração do gráfico de análise rítmica consiste na montagem de um gráfico de representação simultânea dos elementos climáticos numa escala diária e a representação gráfica dos diferentes sistemas atmosféricos atuantes por meio da análise das cartas sinóticas1 obtidas junto ao “site” do ministério da Marinha e disponível no laboratório de arranjos territoriais e climatologia geográfica (LATEC). 1 As cartas sinóticas constituem a representação das isóbaras e a localização de sistemas atmosféricos específicos sobre um determinado lugar e horário, possibilitando a identificação das massas de ar atuantes. Optou-se pela apresentação em anexo, de algumas cartas sinóticas para o conhecimento do leitor, pois foram analisadas 254 cartas para a elaboração do presente trabalho. As cartas sinóticas dos anos anteriores a 2000 foram mais difíceis de serem analisadas devido a sua qualidade (anexo 1), já as de anos mais recentes apresentavam uma qualidade melhor (anexo 2). 23 Segundo Flores (1995), o gráfico de análise rítmica permite uma visão de conjunto dos elementos atmosféricos geradores dos tipos de tempo, dando uma idéia do ritmo climático, que auxilia no entendimento da seqüência dos estados do tempo. Sua utilização está relacionada com o caráter dinâmico necessário para a representação da idéia de ritmo climático. Assim, os elementos do clima de Londrina, para o período em questão, foram representados nos gráficos de análise rítmica em unidades diárias de tempo, apresentando a circulação atmosférica regional, a variação da pluviosidade, os dados diários de pressão atmosférica, umidade relativa do ar, temperaturas máximas, médias e mínimas, direção e velocidade dos ventos, nebulosidade, e a intensidade dos nevoeiros. Para a análise da circulação atmosférica predominante em Londrina foram utilizadas as cartas sinóticas de superfície de 12h00 TMG, disponibilizadas no “site” do ministério da Marinha, bem como os trabalhos de Monteiro (1963) Nimer (1989) e Baldo (2006) que apresentam a síntese dos tipos de tempo associados aos centros de ação e as massas de ar na América do sul e conseqüentemente no Brasil, no norte do Paraná e em Londrina. Identificou-se que a maior ocorrência e freqüência dos nevoeiros em Londrina aconteceram nas estações do outono e do inverno e devido a essa concentração, esse período sazonal foi escolhido para o detalhamento de nossa análise. Assim, foi feita a seleção dos dias a serem analisados. Os critérios utilizados para a escolha foram o dia de ocorrência de nevoeiro forte e o dia anterior, pois a análise seqüencial das cartas sinóticas anteriores facilitou o reconhecimento do sistema atmosférico atuante; quando uma seqüência de nevoeiros acontecia e entre eles era verificada a ocorrência 24 de um nevoeiro moderado ou forte, estes também constituíram parte da análise. Por meio desta análise seqüencial das cartas sinóticas foi possível estabelecer a atuação dos principais sistemas atmosféricos em Londrina e a sua participação na gênese dos nevoeiros, posteriormente estas informações sinóticas foram plotadas no gráfico de análise rítmica que, segundo Monteiro (1971), detalhado ao nível do tempo revela a gênese dos fenômenos climáticos pela interação dos elementos e fatores de uma realidade climática regional, capaz de oferecer condições válidas para a consideração dos variados e diferentes problemas geográficos. A leitura dos gráficos de análise rítmica foi feita observando-os no sentido vertical, iniciando de baixo para cima, ou seja, primeiro eram analisados os dados acerca dos nevoeiros, em seguida os sistemas atmosféricos, a nebulosidade, a direção e a velocidade dos ventos, a precipitação, temperaturas, umidade relativa do ar, e por fim, a pressão atmosférica, sendo analisados todos os dias em que foi registrada a ocorrência de nevoeiros. 25 2. A ÁREA DE ESTUDO O município de Londrina (figura 1), que incorpora a área estudada, está localizado no norte do Paraná, no terceiro planalto com altitudes que variam de 610 a 450 metros acima do nível do mar, tendo como latitude 23º 20’ 10’’ sul e longitude 51º 09’ 15’’ oeste de Greenwich. (LADEIA, 1992, p.11) Localizado na porção meridional brasileira, o estado do Paraná, segundo Machado (2005), possui uma pequena faixa, ao norte do estado, que está acima do Trópico de Capricórnio e a faixa litorânea pertencendo ao clima tropical, mas possui grande parte do seu território sob a influência do clima subtropical. 26 Figura 1 – A área hachurada destaca a localização da área urbana do município de Londrina – PR (ELY; CHAVES, 2002, p. 4). De acordo com a classificação climática proposta por Köppen, cuja sistemática é fundamentada nos regimes térmicos, pluviométricos e na distribuição das associações vegetais, o tipo climático predominante na região norte do Paraná é o “Cfa – mesotérmico úmido”, ou seja, “clima subtropical úmido, com chuvas em todas as estações, podendo ocorrer seca no período de inverno.” (CORRÊA, 1982, p. 12) 27 Enquanto que a classificação de Thornthwaite, que define o clima segundo índices de umidade, eficiência térmica e variações estacionais dos mesmos, insere Londrina num clima úmido mesotérmico com pequena amplitude térmica anual, não chegando a apresentar deficiência hídrica no período do inverno (CORRÊA, 1982, p. 12). Este tipo climático propicia a formação de nevoeiros devido às estações úmidas que mantém a umidade relativa do ar alta e a gradativa diminuição das temperaturas no decorrer do outono e do inverno, condicionantes para que o fenômeno aconteça. Sobre a caracterização climática do norte do Paraná, Maack (1981) destaca que “[...] até a década de trinta, quando a mata pluvial e subtropical ainda se apresentavam exuberantes, a região possuía um clima com temperaturas amenas e distribuição uniforme das chuvas ao longo do ano.” Após o processo de desmatamento para a introdução da cafeicultura passaram a ser registrados episódios mais intensos de ocorrência de geadas, o decréscimo dos totais pluviométricos e a concentração maior de chuvas. (SAMPAIO, 1996) Segundo Sampaio (1996) a média pluviométrica anual de Londrina está em torno de 1600 mm, sendo que os meses mais chuvosos são os de janeiro, seguido do mês de dezembro, enquanto o mês de agosto é o mais seco. A precipitação contribui para a elevação da umidade relativa do ar que, ao se deslocar para uma superfície mais aquecida, contribui para a formação do fenômeno estudado associado à perda radioativa e o resfriamento da superfície. 28 Segundo as observações de temperatura efetivadas junto à estação agrometeorológica do IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná), o mês de janeiro é o mais quente do ano em Londrina e o mês de julho é o mês mais frio. Destaca-se que a ocorrência de nevoeiros pode ser observada tanto no mês mais quente quanto no mais frio, pois o referido fenômeno tem condições favoráveis para a sua formação desde que a superfície terrestre esteja com temperatura diferente da atmosfera logo acima, ou seja, enquanto a superfície terrestre está fria a temperatura do ar deve estar quente, ou ao contrário, para que ocorra a inversão térmica e a formação de nevoeiros. Devido ao fato de Londrina ter um verão chuvoso com altas taxas de umidade relativa do ar, o referido fenômeno pode acontecer nas manhãs de verão quando as temperaturas são mais amenas. Entretanto, as condições mais favoráveis para a sua formação em Londrina são propiciadas pelo outono e pelo inverno, se as taxas de umidade relativa do ar se mantiverem altas. A partir da leitura de bibliografias que abordam o processo de ocupação do norte do Paraná, destaca-se que um dos principais condicionantes para a organização territorial dessa região foi o relevo de planalto e a disposição dos cursos hídricos, pois as cidades foram construídas nos espigões e seus lotes partiam das estradas, que se localizavam nos topos em direção ao fundo de vale, obedecendo ao sistema longitudinal, permitindo que os lotes disponibilizassem de estradas e de fontes de água. Segundo Machado (2005, p. 70), “devido ao contexto geológico e geomorfológico, os rios paranaenses são predominantemente de planalto, apresentando grande potencial hídrico”. 29 Os cursos d’água contribuem para a formação de nevoeiros em suas proximidades, desde que haja um deslocamento de ar frio sobre suas superfícies líquidas mais quentes. Ou, então, pela liberação de uma massa de ar úmido e frio que, entrando em contato com uma superfície terrestre mais quente forma uma inversão térmica propiciando a formação de nevoeiros, principalmente no período noturno. O município de Londrina localiza-se no Terceiro Planalto ou Planalto de Guarapuava onde “os derrames de lavas basálticas atingem até 1.750 m de espessura e as altitudes declinam da Serra do Cadeado em direção ao rio Paraná”. (MACHADO, 2005, p 72) Segundo Stipp (2000), a região é constituída por rochas ígneas básicas da formação Serra Geral, pertencentes ao grupo São Bento e possui dois grandes grupos de solos, os latossolos nos espigões e o nitossolo nas encostas. A cidade de Londrina teve sua ocupação ordenada sobre o tipo de relevo mencionado [...] denominado por Maack (1981) como terceiro Planalto ou Planalto de “trapp” do Paraná ou de Guarapuava, o qual compreende uma paisagem de espigões e chapadas dos derrames basálticos. Segundo o autor, os vales dos rios Tibagi, Ivaí, Piquirí e Iguaçu dividem o Terceiro Planalto em quatro regiões geográficas naturais. Londrina pertence ao bloco norte, denominado Planalto de Apucarana... É sobre as rochas da Formação Serra Geral, ou seja, na área central da Bacia Sedimentar do Paraná e sobre os latossolos e a terra roxa que a área urbana do município de Londrina está assentada e, devido às características de sua colonização, ocuparam primeiro os espigões suavemente arredondados estendendose, hoje, até as margens dos fundos de vales. (ELY; CHAVES, 2002, p.11) Segundo Maack (1981), o norte do Paraná era ocupado pela mata pluvial tropical dos planaltos, mas com o rápido desenvolvimento das 30 atividades agrícolas e a urbanização, do início do século XX, propiciaram a redução dos espaços da mata natural. A vegetação original da área em estudo foi classificada por Maack (1981) como regiões das matas de Araucária. Originalmente as matas cobriam mais de ¾ da superfície do estado, ou seja, 168.482 km² dos 201.203 km² totais, conforme Machado (2005, p. 76). Com a intensificação da ocupação a partir de 1930, grandes matas cederam lugar à agricultura e a pastagem. O desmatamento pode gerar impactos diretos e indiretos ao ambiente. Entre os impactos diretos está a perda da biodiversidade, a invasão por espécies exóticas e a fragmentação da biota. Já os indiretos provocam a diminuição da capacidade de armazenamento hídrico no subsolo e as raízes auxiliam na infiltração e na retenção de águas no solo, pois sem elas o assoreamento dos corpos hídricos e os processos erosivos são acelerados Machado (2005, p.75). Além da diminuição da evapotranspiração e, conseqüentemente, da manutenção por um período maior das taxas de umidade relativa do ar na atmosfera. 2.1 O Processo de Ocupação e a Formação de Londrina. As missões jesuítas tiveram importante papel na conquista e ocupação no norte do Paraná, pois os padres chegaram até o rio Tibagi, onde nas suas margens implantaram suas missões. O grande desenvolvimento das missões no rio da Prata, no séc. XVII despertou ente os religiosos o interesse 31 de fundar um estado independente, o que gerou conflitos entre os espanhóis e portugueses (MAACK, 1981, p.37). Com os bandeirantes vindos de São Paulo a coroa portuguesa estabeleceu os limites claros de domínio das coroas espanhola e portuguesa e dizimou o movimento jesuíta. O que deixou a área num estado de esquecimento por quase dois séculos, sendo as aldeias abandonadas ocupadas por índios do grupo Gê. (MENDONÇA, 1994, p. 73) Em meadas do séc. XVII a população do estado estava toda fixada no litoral em função da mineração e do tropeirismo e alguns núcleos ao sul, devido à extração de erva-mate. A fundação da colônia militar de Jataí, em 1855, no norte do estado constituiu num importante fato para a ocupação das terras a margem do rio Tibagi. No século XX, o ciclo econômico que deu origem a formação acumulativa do capital nacional foi à cafeicultura, que já estava se desenvolvendo no estado de São Paulo e, em 1917, ultrapassou o rio Paranapanema. Com a primeira guerra Mundial, que foi uma conseqüência das lutas de diferentes potências para a dominação do mercado, as nações vitoriosas (Inglaterra) tentaram expandir as áreas do seu domínio. A convite do então presidente Arthur Bernardes, um grupo de ingleses veio ao Brasil estudar a situação financeira, econômica e comercial para a reformulação do sistema e consolidação da dívida brasileira para com a Inglaterra. O referido grupo de ingleses chegou ao Brasil em 1923 e em 1924, fundaram a Brazil Plantations Syndicate Limited responsável pela produção de algodão nas terras obtidas no norte do Paraná. (COMPANHIA MELHORAMENTOS NORTE DO PARANÁ- 32 CMNP, 1975, p. 42) Nessa época o norte do Paraná era praticamente uma floresta, salvo as cidades de Cambará, Jacarezinho e Sertanópolis. Com o insucesso do algodão devido aos baixos preços obtidos no mercado mundial, os ingleses redirecionaram os seus planos e fundaram a Paraná Plantations Limited, sendo no Brasil conhecida como a Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP) de colonização e loteamento de terras e de produção de café, considerando que São Paulo orientava sua economia para o desenvolvimento da indústria. A área adquirida pela companhia correspondia a 1/16 do estado do Paraná ou 1.318.941 hectares. (MENDONÇA, 1994, p.74) A Companhia de Terras Norte do Paraná, com o intuito de colonização do norte do estado, implantou uma estrutura fundiária baseada em pequenas propriedades (entre 10 e 50 hectares) e realizou um planejamento para a formação de cidades que obedeceriam a funções diferenciadas de acordo com a sua localização. A implantação das cidades seguiu uma lógica em que, a cada intervalo de 20 km de distância, foram fundadas cidades menores, intercaladas a cada 100 km por cidades de funções centralizadoras que, posteriormente, se tornaram grandes centros econômicos e populacionais. (CMNP, 1975, p.75) O plano de colonização também garantiu um eficiente sistema urbano viário que teve na ferrovia um dos seus agentes mais importantes para a colonização regional, pois se constituiu na base do escoamento da produção cafeeira. Londrina foi fundada no ano de 1929, sendo elevada à condição de município no ano de 1934 e foi, inicialmente, projetada para comportar 20.000 habitantes, mas este número foi rapidamente superado, 33 ainda nos seus primeiros 20 anos de existência, pois teve um crescimento populacional rápido, atingindo, atualmente 447.065 habitantes segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) do ano de 2000 e conforme a tabela 1. Hoje, Londrina é considerada uma das maiores cidades do sul do Brasil em importância econômica e em população. Este crescimento populacional teve sua origem vinculada, basicamente, pela ampla produção agrícola, principalmente da economia cafeeira que gerou uma atração de capitais para a região de Londrina e que serviu de base econômica até os anos de 1970. . Tabela 1 - Situação Demográfica de Londrina Anos Rural 1936 Urbano - - Total 16.351 1940 56.196 19.100 75.296 1950 37.182 34.230 71.412 1960 57.439 77.382 134.821 1970 64.573 163.528 288.101 1980 34.771 266.940 301.711 - 360.378 - 447.065 1991 2000 - Fonte: Censo Demográfico do Paraná. (1936 – 2000). 34 Na década de quarenta, os ingleses, forçados pelas inúmeras dificuldades criadas pelo governo de Getúlio Vargas e pela segunda Guerra Mundial, venderam a empresa de colonização a um grupo de capitalistas brasileiros que passaram a denominá-la de Companhia de Melhoramentos do Norte do Paraná (CMNP). Após a década de 50, quando a estrutura econômica brasileira, passava por mudanças e que nos anos posteriores a 1955, foram ampliados propiciando uma mudança nos planos de investimentos do Estado na economia urbano-industrial, em detrimento da economia agrário-exportadora. Isto se deu pela demanda do mercado mundial, que requeria a implantação de indústrias multinacionais, e que foram instaladas no Brasil após o período do Governo de Juscelino Kubitschek (1955-1960), quando foi realizada a internacionalização da economia brasileira que facilitou a entrada de capital estrangeiro no país. O Estado brasileiro, pressionado pelas empresas multinacionais que necessitavam de mercado consumidor, redirecionou seus investimentos, empréstimos e financiamentos para o setor agrícola de forma que privilegiasse as culturas de fácil mecanização em detrimento das culturas que não apresentavam uma mecanização facilitada, a exemplo do café. Com isso, a cultura do café foi drasticamente reduzida em todas as áreas onde era cultivado, assim como no norte do estado Paraná onde a erradicação foi impulsionada pela ocorrência de fortes geadas, principalmente a que ficou conhecida como "grande geada de 1974". Após os anos de 1970, o percentual de população rural decaiu rapidamente em decorrência do acelerado crescimento da população urbana. 35 Isto ocorreu em função de vários fatores, dentre eles, a passagem do cultivo de café (com baixa mecanização e grande quantidade de mão-de-obra) para culturas como a soja, o trigo, o milho e o algodão (que exigem uma intensa mecanização em todo o período de desenvolvimento dos cultivos e, conseqüentemente, dispensam o emprego de mão-de-obra abundante). Aliado a forte concentração de terras, que foi ampliada nesta época, devido aos intensos custos para mecanização do campo e que levou ao endividamento dos produtores junto ao capital financeiro, provocando a perda de suas terras e, ainda, principalmente pela necessidade de mão-de-obra no crescente setor terciário e na nascente indústria londrinense. Houve, então, uma intensa migração rural-urbana que culminou com o crescimento acelerado e a complexificação do espaço urbano de Londrina. Na década de 40, em Londrina, as estradas eram precárias, os veículos precisavam ser acorrentados para conseguir transitar pelas principais avenidas, tamanha era a quantidade de barro. Com o crescimento da cidade, a expansão do cultivo do algodão, do café e da agropecuária, Londrina logo ganhou a fama de Capital Mundial do Café e, com isso, o fluxo de pessoas e negócios na cidade também se intensificou. A rede Hoteleira de Londrina foi iniciada com o primeiro hotel Planejado dentro da planta da futura cidade, o Hotel Luxemburgo, inaugurado em maio de 1932, no mesmo dia da chegada dos trilhos. Assim como a primeira estação rodoviária de Londrina foi construída em 1934. Depois, em 1935, ela foi mudada de lugar, em 1952, foi construído o terminal rodoviário projetado pelo arquiteto Vilanova Artigas, considerado de arquitetura moderna. Com o desenvolvimento da cidade e a maior concentração de pessoas, em 25 36 de Junho de 1988, foi inaugurado o Terminal Rodoviário “José Garcia Villar”, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Londrina desde 1943 dispõe de aeroporto, mas nessa época restringia-se a um campo de pouso. A primeira linha comercial regular teve início em 1947. Na época, os aviões que operavam de pequeno porte e transportavam os interessados na compra de terras. Entre o final da década de 50 e início da década de 60, a região Norte do Paraná se desenvolveu aceleradamente, devido ao avanço do cultivo do café para o interior do país. Isso trouxe à Londrina, muitos empresários de São Paulo que dispunham apenas do transporte aéreo para chegar à cidade, pois as rodovias existentes que partiam da cidade eram precárias. Em 1958, o aeródromo alcançou a terceira posição em volume de pessoas, superado apenas por Congonhas, em São Paulo, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Com a crise do café o movimento do tráfego de passageiros caiu consideravelmente. Desde o início Londrina se destacava no setor comercial, com uma área central que congrega compras e serviços em que muitas pessoas se dirigiam para o centro principalmente em busca de lazer. No início dos anos 50, a Avenida Paraná passou a ter calçamento em paralelepípedo, além de ser o local onde a verticalização da cidade se iniciou. (FRESCA, 2000) A partir dos anos 50, uma nova configuração urbana passou a se orientar em Londrina com o desenvolvimento de um processo de extensão e verticalização da cidade. Um dos fatos que motivou a verticalização na cidade foi a busca da concretização de uma imagem de modernidade e de metrópole, 37 a “capital do interior” e também da necessidade de satisfazer os consumidores deste tipo de moradia. Desse modo, a confiança dos investidores, era afirmada, quando a cidade não parou mais de crescer, ocupando suas áreas periféricas. Este crescimento provocou a modernização de sua arquitetura, desenvolvida a partir de uma base nacionalista moderna advinda das correntes arquitetônicas de São Paulo. O processo de verticalização teve inicio primeiramente, no centro da cidade voltada a servir a classe social de maior poder aquisitivo, já que este tipo de moradia era considerado uma forma de status. Nos anos 60 a partir da consolidação das praticas fordistas de consumo em massa, essa situação mudou e a classe social que, anteriormente vivia nos residenciais verticais do centro, mudou-se para áreas mais afastadas, dotadas de áreas de lazer, segurança e estacionamento. Os primeiros conjuntos habitacionais de Londrina, situados a distâncias de 6 a 7 km do centro da cidade são da década de 60. Estes núcleos habitacionais foram construídos pela Companhia de Habitação de Londrina (COHAB), órgão criado em agosto de 1965 pelo então prefeito José Hosken de Novaes voltados às camadas mais necessitadas da população. Futuramente, esses conjuntos habitacionais transformaram-se em quase outra cidade, dentro de Londrina. Os conjuntos habitacionais foram dispostos estrategicamente em áreas distantes, do centro da cidade, visando à especulação imobiliária já que havia no interior da área urbana cerca de 60% de lotes vazios. Além de criar problemas de infra-estrutura, possibilitou-se a valorização imobiliária de "vazios urbanos". 38 Durante os anos de 1970 Londrina foi administrada a partir de políticas de caráter populistas apoiadas numa política habitacional do governo federal que motivou a formação de conjuntos habitacionais populares que serviriam para habitação das camadas da população de rendimentos mais modestos. Isto gerou uma atração maior de população para a cidade de Londrina, atraídas pela "oportunidade" de conquistar o "sonho da casa própria”. Processo que motivou a formação de áreas residenciais de padrões muito baixos, em situações precárias, que abrigaram esta população excedente, constituídas principalmente por favelas e assentamentos urbanos. O norte da cidade é uma das regiões com grande crescimento que e conforme Silva (2002, p. 123) “Possui uma variedade grande de equipamentos urbanos, comércio, serviços, linhas de ônibus, entre outros”. Lentamente nessa região foram sendo implantando meios de consumo coletivo motivados pelas reivindicações da população local. Para o abastecimento da população residente na zona norte de Londrina vários estabelecimentos comercias e prestadores de serviços foram ali instalados e que hoje são considerados subcentros. Primeiramente, esses estabelecimentos eram de propriedade dos moradores locais, mas com o melhoramento da implantação de infra-estrutura, a região foi sendo valorizada e estabelecimentos que já existiam no Centro Principal instalaram ali suas filiais. A Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, ao colonizar esta região e nela implantar a cidade de Londrina, preservou algumas áreas florestais. Entre elas, a que margeia o Ribeirão Cambé, onde a Companhia de Terras, através da Empresa Elétrica de Londrina, sua subsidiária, aproveitou o potencial hidráulico do Ribeirão e instalou a primeira usina hidrelétrica para a 39 produção de energia elétrica para abastecer a cidade. Depois de 28 anos de funcionamento ela foi desativada. Em 1975, o então prefeito José Richa, gestionou junto a Companhia e a obteve a como doação para o município. A área originalmente doada, acrescida de outras provindas dos processos de loteamentos vizinhos e de desapropriações feitas pelo município, resulta hoje num total de 85,47 hectares e constitui o Parque Arthur Thomas, cuja área está destinada ao plantio de árvores frutíferas, recreação, horto florestal, mini-zoológico e manutenção da área de floresta como reserva ecológica. Outro Parque Ecológico de Londrina é o Dr. Daisaku Ikeda, criado em 24 de novembro de 1999 e inaugurado em 14 de setembro de 2000, localizado a aproximadamente 12 quilômetros do centro da cidade com uma área total de 51,28 alqueires preserva um pouco da história de Londrina, pois abriga a Usina Três Bocas, segunda hidrelétrica do município atualmente desativada. O município ainda abriga uma das últimas reservas naturais de mata nativa do norte do Paraná, a mata dos Godoy. Pertenceu à Família Godoy até 1989, quando foi transformada em Parque Estadual. Possui, atualmente, 790 hectares e localiza-se no Patrimônio Regina, a 15 km do centro de Londrina. Na região central da cidade encontra-se o Bosque Municipal, ocupando duas quadras com algumas espécies remanescentes da cobertura vegetal primitiva. Essa área foi doada pela Companhia de Terras Melhoramentos Norte do Paraná e passou por varias reformas nos últimos anos, mas ainda mantém as arvores de grande porte. 40 Uma das mais belas áreas de lazer de Londrina é o Lago Igapó, cujo nome, na língua tupí, significa transvazamento de rios. O Lago foi projetado em 1957, na gestão de Antonio F. Sobrinho, como uma solução para o problema da drenagem do ribeirão Cambezinho, dificultada por uma barragem natural de pedra. O lago Igapó foi inaugurado em 10 de dezembro de 1959, juntamente com a estação de saneamento da cidade. Após um período de certo abandono, foi elaborado um projeto de revitalização do Lago, quando foram construídos o Zerão (Área de Lazer Luigi Borguesi) e Centro Social Urbano. Em 1996, o lago foi esvaziado, limpo e teve suas margens revitalizadas, ganhando a ciclovia, o Teatro do Lago e Jardins. 41 3. O CLIMA DE LONDRINA E A OCORRÊNCIA DE NEVOEIROS. Para Mendonça (1994, p.5) a revolução industrial trouxe novos estudos relativos à qualidade de vida urbana, mas que só constituiu uma discussão marcante na sociedade a partir da segunda guerra mundial, no século XX. Somente em meados dos anos de 1960 e 1970 que vários estudiosos se voltaram para a importância deste debate. O fato é que ao longo de cinco milênios de organização urbana na face da Terra, nunca foram assumidas as proporções de expressão espacial e dinâmica funcional que caracterizam a organização urbana a partir de meadas do século XX. Seja pela implosão demográfica, seja pela explosão das atividades, os espaços urbanos passaram a assumir a responsabilidade do impacto máximo da atuação humana sobre a organização na superfície terrestre e na deterioração do meio ambiente. (MONTEIRO, 1976, p. 54) No Brasil a urbanização se desenvolveu de forma rápida e desordenada, se intensificando com o processo do êxodo rural após os anos cinqüenta, o que gerou novas cidades ou a expansão da área de outras, resultando em vários problemas no âmbito ambiental, político, social, estrutural, entre outros. No final do século XX os gestores de cidades dos países em desenvolvimento passaram a ser cobrados, em função da aplicação de leis ambientais em vigor, para a elaboração de estudos do ambiente urbano, principalmente as cidades de médio e pequeno porte, que ainda estão em franco processo de desenvolvimento e com áreas de expansão passiveis de serem melhor planejadas; considerando que a cidade de Londrina no presente 42 estudo é entendido como de porte médio, mesmo se muitas características a habilite a ser considerada como uma cidade grande. Do ponto de vista regional ela pode ser considerada como grande uma vez que, “de 25ª mais habitada do sul do Brasil, passou para a 3ª posição a partir de 1970 atrás apenas de Porto Alegre e Curitiba” (LONDRINA, 1989, p. 9). Porém, do ponto de vista da nação brasileira onde as áreas metropolitanas têm aproximadamente um milhão de habitantes, Londrina, com seu quase meio milhão de habitantes, pode ser considerada de porte mediano, pois “hoje para ser cidade média uma aglomeração deve possuir população em torno de 100.000 habitantes” (SANTOS, 1993 p.70) e a cidade a ser estudada, Londrina, se encaixa nessa categoria. Segundo Ribeiro (1993), o estudo do comportamento atmosférico tem como orientação a compreensão de sua extensão, ou o seu espaço, e de sua duração, ou seu tempo, em que o clima representa a união de vários fenômenos que se fundem tanto no tempo quanto no espaço, com diferentes tipos de tamanho e duração. Vários são os fatores geográficos que influenciam no clima e estes elementos tem relação com a escala em que os mesmos atuam. Segundo Mendonça (1994) a escala do clima urbano, dentro das grandezas climáticas, constitui-se em um aspecto polêmico entre climatologistas, pois existe discordância das abrangências espaciais do fenômeno. Ressalta ainda que a definição para a escala do clima urbano dependerá dos fatores que os definem como a extensão da cidade (megalópole, metrópole, grande, porte médio ou pequeno) e sua posição no 43 relevo, nestes casos o termo clima regional, local, meso e topoclima podem ser relacionados ao ambiente urbano. Em mesoclimatologia a configuração do terreno, o tipo de solo e sua cobertura vegetal são consideradas como feições da localidade, apenas as pequenas mudanças no tempo, determinando o clima que predomina em determinado lugar, da ordem de centenas de quilômetros quadrados e pode ser chamado de clima local. (OLIVER & FAIRBRIDGE, 1987 apud RIBEIRO, 1993, p. 290). As variações do clima regional podem ser caracterizadas pelas feições fisiográficas ou as antrópicas: Das características fisiográficas responsáveis pela modificação da circulação regional, destaca-se o papel do relevo, que cria situações de barlavento e sotavento, o que influencia o fluxo da circulação de superfície (...). Por outro lado, as diferenciações altimétricas apresentam, em mesoescala, papel destacado na distribuição da radiação líquida, na retenção de vapor de água e armazenamento de calor sensível. A atuação conjunta desses parâmetros é suficiente para provocar variações no clima regional, gerando as feições dos climas locais. (RIBEIRO, 1993, p. 290) No tocante a escala de ocorrência dos nevoeiros, destaca-se que esses fenômenos podem ser do âmbito do clima local, ou mesoclima, até a escala do microclima. E para o entendimento de sua gênese, faz-se necessário o conhecimento da dinâmica atmosférica. Assim, o clima da América do sul é comandado por várias zonas de pressão que originam diversas massas de ar e que definem os tipos de tempo na escala local. Pela posição latitudinal, a América do Sul é atravessada pelas principais "zonas” de pressões do globo, desde o sistema equatorial da linha de convergência dos alísios (ou frente intertropical-FIT) com os enclaves de doldrums, passando pelas altas subtropicais, bem individualizadas em duas amplas células semifixas e permanentes sobre o oceano, até a das baixas subpolares. Graças a suas formas estreitas, 44 circundadas por grandes oceanos, os processos de esfriamento e aquecimento, que se produzem sazonariamente, não geram células de pressão de origem térmica destacadas. O Brasil meridional estaria particularmente afeto às células anticiclonais oceânicas, entretanto graças à particularidade de forma e disposição das linhas de relevo, que fomentam as trocas meridianas entre aquelas células, os demais centros de ação do continente direta ou indiretamente em maior ou em menor escala interferem na circulação atmosférica da região. (MONTEIRO, 1963, p. 117) As principais características da circulação e dinâmica atmosférica do continente sul-americano são os sete centros de ações que dão origem e controlam a movimentação das massas de ar, ou sistemas atmosféricos, definidores de diferentes tipos climáticos. Os centros de ação que influenciam na América do sul segundo Monteiro (1963, p. 118) são: Anticiclone do atlântico: de ação direta sobre a costa leste do Brasil; Anticiclone do Pacífico: de pouca influência no interior do continente; o Anticiclone dos Açores: de influência remota, interfere apenas quando impelido pela Frente polar do hemisfério boreal, no nordeste do continente; o Anticiclone migratório polar: atraído pelo gradiente térmico dirigido para o Equador, com propagação facilitada para o norte através do litoral e do corredor formado pelas planícies de interior e sobre o planalto brasileiro, migra constantemente, e quando se depara com a cordilheira dos Andes, bifurca-se em duas vertentes uma atlântica e outra pacífica. Este último anticiclone tem grande ação no clima do continente, principalmente no sul. Depressão do Chaco: notável centro de ação negativa, diretamente ligado à dinâmica ondulatória da Frente Polar Atlântica, é fundamental na atração dos sistemas intertropicais do sul. Depressão do mar de Weddel: de pouca influência, só quando reforçada pelo eixo da frente polar. 45 E os Centros Equatoriais: formados pela convergência das frentes intertropicais, especialmente sobre os oceanos, entre os anticiclones oceânicos dos dois hemisférios e o cinto de doldrums, localizados no interior da planície amazônica, pela divergência de alísios. Segundo Monteiro (1963), a região sul do Brasil é o campo de atuação das massas de ar da vertente atlântica da América do Sul guiada pelos sistemas de circulação do hemisfério Sul, orientada pelo relevo, resultando em três grandes perturbações que atravessam a região conforme a figura 2. 46 Figura 2: Massas de ar que atingem a América do Sul. Fonte: BOIN. 2000. Com base em Monteiro (1963), Nimer (1989) e Baldo(2006), os sistemas atmosféricos atuantes no sul do Brasil e no norte do Paraná são os descritos a seguir: 47 RFPA – Repercussão da frente polar atlântica: é um “prenúncio” da entrada de uma frente polar antártica. O céu fica parcial ou totalmente encoberto, há um aumento na umidade relativa do ar e um leve declínio na temperatura quando se registra pluviosidade, seu valor, é relativamente baixo. FPA – Frente polar atlântica: é um dos sistemas frontais mais importantes que se deslocam sobre o Brasil, pois é responsável pela geração de pluviosidade e mudança de temperatura no Centro-Sul e, principalmente, na região sul. Sua atuação sempre resulta numa queda significativa da temperatura do ar, aumentando a nebulosidade e a umidade relativa do ar e, conseqüentemente, na geração de precipitação pluviométrica. O desenvolvimento da FPA está associado à Frente polar. Essa ultima, no continente-sul americano, compreende dois ramos (Atlântico e Pacifico), dotada de grande mobilidade, flutua latitudinalmente com intensidade diferente no decorrer do ano, mas interferindo, indubitavelmente, na circulação intertropical. A FPA, graças às condições geográficas da vertente atlântica da América do Sul, é caracteristicamente móvel. Seu eixo principal pode ser localizado, medianamente, pela latitude do Rio da Prata. Sua potencialidade de avanço na zona intertropical é dada pelas suas condições de frontogênese, intimamente relacionada à Frente Polar Pacífica. Quando a frontogênese na Frente polar pacífica é acentuada (graças à oposição que a massa Pp encontra no seu avanço para o norte pela posição mais próxima da fonte da massa Tropical Pacífica (TP)) o desenvolvimento ciclogenético que daí decorre contribui para reforçar o 48 acumulo de ar frio na vertente do Atlântico. Isto se dá através de sucessivas oclusões, que extravasam o ar polar sobre os Andes Meridionais para a Patagônia. Este reforço acentua as condições de frontogênese da FPA. Ao se iniciarem as primeiras ondulações no eixo desta frente (começo da ciclogênese), há uma definição dinâmica da depressão do Chaco que desencadeia uma onda de calor do NW, reforçando as condições de frontogênese na FPA. Assim dinamizada, a FPA inicia seu avanço para o norte, podendo continuar, ao mesmo tempo, a evolução do seu sistema de ciclones. Nesta evolução, o contraste térmico (continente - oceano) do litoral, bem como o sistema orográfico, tem decidida influência. Como a canalização do ar frio é mais facilitada no corredor de planícies interiores do que na borda litorânea do Planalto Brasileiro, a disposição do eixo da FPA é geralmente, orientada WNWESSE. Durante o inverno os avanços da FPA são mais vigorosos. No verão a energia frontal é, geralmente, fraca. Dificilmente se aproxima do Trópico de Capricórnio, avançando, em geral, até o Rio Grande do Sul. No outono, as condições de frontogênese ainda são fracas, mas, devido ao forte gradiente térmico, desenvolve acentuada ciclogênese (ondas frontais), quando os sistemas intertropicais, sendo bastante ativos, fazem-na regredir. FPAE - Frente Polar Atlântica Estacionária: como o próprio nome diz, este sistema estaciona por três ou mais dias na região sul do Brasil ou no norte do Paraná, provocando chuva leve e contínua, o céu fica totalmente nublado, registra-se queda na temperatura, mas a umidade relativa do ar fica elevada. 49 A FPA pode se desdobrar em dois eixos complementares (eixo principal e Reflexo) na latitude do Trópico de Capricórnio: FPR (Rec.FPA) - Frente Polar Reflexa ou Recuo da Frente Polar Atlântica: denota a separação entre o ar polar já modificado sobre a parte subtropical da vertente atlântica, proveniente de um avanço anterior (polar Velha) e o ar tropical marítimo. Este ramo induzido se mantém sempre mais ligado ao litoral (onde a mudança de direção da linha da costa e o sistema orográfico fomentam a frontogênese mais ativas do que no interior). Sendo um reflexo do eixo principal da FPA (esse passou e agora o tempo é controlado por um eixo secundário da FPA, que nem sempre está representado nas cartas sinóticas, mas é identificado pelas condições do tempo atmosférico registradas na área estudada) sua existência acusa um marcado contraste com as condições daquele. Quando o eixo principal entra em frontogênese, o eixo reflexo (secundário) entra em frontólise, recua em sua direção ou mesmo se apaga (dissipa) no inverno. Quando, ao contrário, o eixo principal está em frontólise, o eixo reflexo (secundário) entra em frontogênese acentuada e adquire maior dinamismo, oscilando entre sua posição normal na latitude do Trópico até o Espírito Santo - verão. FPAD - Frente Polar Atlântica em dissipação: é uma sombra da FPA, depois de sua passagem sobre a área de estudo. O céu se mantém quase todo encoberto, a umidade relativa do ar se mantém elevada, a temperatura começa a elevar gradativamente e são registrados baixos valores pluviométricos. PA - Polar Atlântica: possui maior atividade no outono e inverno e tem sua origem associada ao anticiclone Polar atlântico. As 50 características do tempo sob a atuação desse sistema são: rápido declínio da temperatura e, conseqüentemente, maiores amplitudes térmicas, umidade relativa do ar muito baixa, céu limpo e claro, pressão atmosférica em elevação, tempo ensolarado e, dependendo das condições atmosféricas, pode-se registrar a ocorrência de geadas. PT - Polar Atlântica Topicalizada ou polar velha: a atuação desta na área em estudo é percebida quando um sistema Polar, depois de deslocar-se pelo continente, vai perdendo suas características originais, ou seja, é uma PA modificada, alterada profundamente devido à permanência em latitudes mais baixas. A temperatura e a umidade começam a elevar-se gradativamente. Geralmente a PT encontra-se entre uma frente em frontólise nas latitudes baixas e uma frontogênese nas proximidades do rio da Prata. TA - Tropical Atlântica: é originária do anticiclone semifixo do Atlântico Sul que atua constantemente nas regiões Leste, Sul e Centro-Oeste do Brasil. Devido ao seu sentido de circulação anti-horário, penetra para o interior. Sua propriedade de origem é a de uma massa quente e úmida com tendência à estabilidade, promovendo temperaturas que variam entre 20 e 30° C, ventos fracos a moderados de direção leste e sudoeste, céu claro ou parcialmente encoberto. TAC - Tropical Atlântica Continentalizada: é a TA, porém modificada. Durante transformando e seu perdendo deslocamento suas pelo continente características originais. ela Os vai se ventos predominantes nesta situação sinótica são de direção norte e nordeste, há queda significativa nos valores de umidade relativa do ar, a temperatura se eleva e o tempo sempre fica estável e com céu claro. 51 TC - Tropical Continental: tem sua origem vinculada à depressão do Chaco ou resultante de anticiclone que precede a FPA, com atuação bem definida no verão. Constituída de uma circulação ciclônica na superfície, de forte convergência. Entretanto, a baixa umidade relativa do ar associada à forte subsidência da alta superior, dificultando a formação de nuvens de convecção e trovoadas, sendo responsável, portanto, por tempo quente e seco. Os ventos predominantes são de oeste e noroeste. O tempo fica quente e abafado, a pressão permanece baixa, não ocorrem chuvas e a temperatura fica acima de 30°C. Sua atuação contínua é responsável pelos veranicos, ou seja, 15 dias consecutivos ou mais sem chuva, muito comuns na primavera e no verão na área de estudo. EC - Equatorial Continental: tem sua fonte de origem na planície amazônica, tende a avançar para o interior do continente sulamericano nos sentidos NW, SE e para ESSE, de acordo com a posição da FPA. Esse sistema se forma sobre o continente aquecido, onde dominam os ventos fracos, sobretudo no verão. Sua repercussão na área de estudo gera alta umidade relativa do ar, temperatura do ar acima de 30° C, queda na pressão atmosférica, ventos de direção norte, noroeste e oeste e instabilidade atmosférica. IT - Instabilidade Tropical, Linhas de Instabilidade ou Calhas Induzidas: geralmente esse sistema atmosférico antecede a entrada de uma FPA. Este sistema é responsável pela formação de tempo instável, aumento na nebulosidade e na umidade relativa do ar, gerando um curto período de chuvas fortes, concentradas no tempo e no espaço. 52 ZCAS - Zona de Convergência do Atlântico Sul: é um importante fenômeno na escala intrazonal que ocorre, principalmente, durante o verão na América do Sul. Esse sistema atmosférico pode ser identificado na interpretação de composições de imagens de satélite com o uma larga e extensa banda de nebulosidade de orientação noroeste/sudeste, estendendose desde o sul da região Amazônica até a região central do oceano Atlântico Sul. Geralmente estaciona sobre a região Sudeste, sobre o Brasil Central, o Norte do Paraná e sobre o Sul da Bahia, permanecendo sobre essas regiões por mais de quatro dias. Zavatini (1983), em seu estudo sobre ritmo o pluvial do eixo Araçatuba – Presidente - Prudente – Londrina, identificou a forte influência da frente polar atlântica na região sul do Brasil. O referido autor destaca que o norte do estado do Paraná, onde localiza-se Londrina, no período de dezembro a janeiro é influenciado pelo ângulo de incidência da radiação solar que alcança a latitude máxima de 22° 30’ sul, ou seja, incide perpendicularmente sobre o norte do Paraná. Segundo Maack (1981, p.90) essa variação no ângulo de incidência das radiações tem influência direta na pressão atmosférica do estado, com afastamento do sol do Trópico de Capricórnio rumo ao Equador, as pressões baixas das massas de ar tropicais se localizarão sobre o estado. De abril a setembro o anticiclone do Atlântico sul desloca-se com orientação para o norte, provocando a infiltração de massas de ar frio e da frente polar. Mendonça (1994, p. 102) destaca que o estado possui uma distribuição pluvial anual com chuvas concentradas de setembro a abril com tendência ao regime tropical na porção norte e noroeste, sendo que “o período 53 de maior aquecimento do estado vai de dezembro a janeiro e fevereiro (com temperaturas máximas atingindo os 40°C), coincidindo com o solstício de verão, enquanto o mais frio vai de junho (solstício de inverno, com temperaturas mínimas negativas) a agosto”. A direção predominante dos ventos retrata a influência do direcionamento dos sistemas atmosféricos de origem atlântica na formação dos tipos climáticos do norte do Paraná. Entre os meses de abril e setembro a orientação dos ventos é de sudeste para oeste mostrando importante participação do sistema polar atlântico, do equatorial continental e do tropical continental, conforme Mendonça (1994). Para Zavatini (1983) a região norte do Paraná se configura numa localidade que apresenta consideráveis dificuldades quando se quer precisar a classificação de seu tipo climático, o que o levou a classificá-la como uma área de transição climática em que, ao seu norte e oeste, atuam principalmente os sistemas intertropicais (clima Cwa) e os extratropicais ao sul (clima Cfa). E, como Londrina está localizada exatamente neste limite sul da faixa transicional, também foi considerada por Monteiro (1968) como pertencendo ao grupo dos climas controlados por massas tropicais e polares (figura 3). 54 Figura 3: Trajetos das massas de ar que atingem os estados do Paraná e São Paulo. Fonte: BOIM. 2000. A região norte do Paraná, conforme relatado no capítulo anterior passou por um rápido processo de ocupação e de transformação das atividades econômicas que promoveu a retirada da vegetação natural. Mas, como é sabido, a vegetação exerce influência fundamental na caracterização climática de um local e o desmatamento causa profundas alterações. [...] em tais circunstâncias a alteração no balanço de radiação gera maiores amplitudes térmicas e também redução da umidade do ar, já que o ciclo hidrológico sofre bruscas transformações. A elevação da velocidade dos ventos é outra conseqüência direta do desmatamento no aspecto climático, pois, sem as barreiras naturais formadas pelos conjuntos de árvores o ar movimenta-se quase que livremente, restando somente ao relevo e as cidades a ação freadora. (MENDONÇA, 1994, p.104) 55 Maack (1981) observou as alterações climáticas no norte do Paraná baseado no acelerado e intenso desmatamento regional ocorrido nas décadas de 50 e 60. Verificou também que, com o desmatamento, ocorre uma elevação no índice de precipitação, ou seja, o regime pluvial tende a ser mais concentrado e intenso, tendendo a aridificação climática. Conforme os dados da tabela 2 verificam-se uma redução de mais de 60% da cobertura natural do estado nos anos de colonização e ocupação regional. Tabela 2 - Redução da cobertura florestal no estado do Paraná 1895-1980. ANO 1895 1930 1937 1950 1955 1960 1965 1980 ÁREAS COM MATAS NATIVAS Absoluto (ha) % S/ Estado 16.782.400 84,1 12.902.400 64,7 11.802.200 59,1 7.983.400 39,7 6.913.600 34,4 5.563.600 27,7 4.813.600 23,5 1.015.206 5,1 Fonte: MENDONÇA, 1994, p. 104. 56 3.1 Detalhamento das Características Climáticas de Londrina/Pr. O sítio urbano de Londrina localiza-se num relevo de altitudes moderadas que influencia na sua formação climática. As modestas cotas altimétricas da área (média de 600 m) minimizam a ocorrência de temperaturas muito baixas, fato comum na porção leste-sudeste-sul do estado; e o efeito da continentalidade se faz sentir na redução pluvio-higrométrica da estação de inverno e acentua as amplitudes térmicas diárias e sazonais, enquanto o efeito da maritimidade (a cidade se localiza a aproximadamente 300 km – em linha reta - do oceano Atlântico) impede que os extremos climáticos atinjam níveis muito elevados. (MENDONÇA, 1994, p. 105) Outro fator determinante na caracterização climática londrinense, abordada por Mendonça (1994), são as atividades agrícolas, que têm em seu calendário agrícola regional duas safras anuais principais , ou seja, o solo da área rural encontra-se pelo menos duas vezes ao ano desnudo para a preparação da terra e para o plantio das culturas de inverno, entre março e julho (ex. trigo) e dos cultivos de verão, entre agosto e setembro (ex. soja). Londrina, que tem como principal tipo de solo a terra roxa estruturada, que nos períodos de entressafra permanece com os solos desprotegidos de cobertura vegetal e demonstram uma elevada inércia termal em relação à cidade, quando se encontra seca ou úmida. Nas entressafras, o processo de calor sensível que se desenvolve sobre eles intensifica o aquecimento atmosférico que, posteriormente, é transportado pelos ventos para a cidade, que já estoca seu calor devido às diferentes propriedades dos materiais que a constituem. Mendonça (2000) ainda destaca que a topografia e a exposição das vertentes interferem na configuração do clima local, concluindo que os 57 locais mais aquecidos coincidem com os mais elevados e que possuem orientação predominante das vertentes de leste a norte e oeste e as áreas ao sul, menos elevadas, são menos aquecidas. O referido autor constatou também que, a partir da análise de imagens de satélite, a temperatura dos solos na área rural de Londrina, na estação do verão e em condições de tempo com céu limpo, encontra-se mais aquecida e com baixa inércia termal, resultando em uma diferença térmica entre estas superfícies de 15°C. Ladeia (1992), ao elaborar uma análise da evolução do clima de Londrina no século XX, complementou o estudo desenvolvido por Maack (1981) providenciando uma análise climática até 1991 e chegou à conclusão de que a média térmica do período apresentou elevação de 0,3°C, atingindo 21°C; a média das máximas caiu para 27°C e a média das mínimas subiu 0,1°C, portanto para 15,5°C, sendo que a média pluviométrica no período de 1962 a 1991 foi de 1609,5mm. O período analisado pela autora apresentou uma grande irregularidade na distribuição das chuvas, com períodos de anos com muita umidade alternada com períodos de anos secos, com tendências claras de umidificação e aquecimento. Como exemplo dos anos de maior índice pluviométrico, Ladeia identificou os anos de 1972 com 2.229,8 mm anuais e 1980 com 2.223,2 mm anuais. Ocorreram grandes precipitações mensais e diárias em 1972, bem como grandes precipitações fora do período de chuvas, como no outono e inverno, demonstrando que as referidas estações vêm se umidificando. Os períodos em que ocorreu redução pluviométrica constituem os anos de 1967 (1090,8 mm), 1979 (1.213,7 mm), 1984 (1.204,5 mm) e 1985, 58 com 1.177,7mm anuais e que confirmam as idéias de Maack que, com o desmatamento, o regime pluviométrico tende a ter um período mais concentrado e intenso de chuvas e outra fase de queda da precipitação. Outro fator que é bastante expressivo na determinação do clima local é aquele ligado às atividades urbanas, pois os processos de urbanização de Londrina reduziram os espaços verdes, aumentaram a concentração de edificações, asfaltos, associados à posição elevada no relevo regional, intensa circulação de pessoas e veículos e a exposição norte das vertentes passando a atestar as mais diferentes e expressivas temperaturas e umidade relativa do ar. (MENDONÇA, 2000) A figura 4 apresenta a variação das temperaturas médias mensais registradas em Londrina no período de 1976 a 2005 e podemos observar que o período do ano relacionado às estações de verão (janeiro, fevereiro, março) e primavera (outubro, novembro, dezembro) apresenta temperaturas quentes, com uma média variando de 20° C a 26° C; nestas estações são encontradas elevadas médias de temperatura variando de 25° C a 26° C, como em janeiro e fevereiro de 1984, dezembro de 1985, janeiro de 1998 e em março de 2002. A análise da referida figura também permite a observação de outro período do ano relacionado às estações de outono (abril, maio, junho) e inverno (julho, agosto, setembro) com temperaturas mais baixas, com médias variando de 14°C a 20°C, sendo que as temperaturas entre 14°C e 15°C foram registradas em julho de 1990 e julho de 2000, confirmando as análises 59 apresentadas pelo IAPAR, citadas anteriormente, que o mês de janeiro é o mais quente do ano e julho é o mais frio. Figura 4: Painel temporo-espacial da temperatura média mensal em Londrina no período de 19762005 Dez Nov Out Set Ago Jul Jun Mai Abr Mar Fev 14-15 15-16 16-17 17-18 18-19 19-20 20-21 21-22 22-23 23-24 24-25 25-26 2004 2002 2000 1998 1996 1994 1992 1990 1988 1986 1984 1982 1980 1978 1976 Jan 61 O painel temporo-espacial de pluviosidade total mensal de Londrina do período de 1976 a 2005 (figura 5) permite observar que no período de abril a setembro há uma diminuição da pluviosidade, entretanto existem períodos secos em outros meses considerados chuvosos como, por exemplo, em fevereiro de 1990, março de 1997, novembro de 1998, outubro de 2002. No referido período foram registradas chuvas, (maio de 1983) com um total pluviométrico ultrapassando os 300 mm e em junho de1997 a pluviosidade chegou a 424,5mm, em maio de 1992 foi de 286,6 mm, em setembro de 1998 de 316,6 mm, em maio de 2002 registrou-se 315,7mm e em maio de 2004 chegando a 245,9mm. A partir destas análises pode-se confirmar o que Ladeia, anteriormente, já apontou, ou seja, que Londrina convive com grande irregularidade nas distribuições das chuvas, com períodos de anos com elevadas precipitações, alterados com anos de grandes períodos de seca. A análise da figura 5 permite a verificação de que o mês de agosto é o mês mais seco do ano e os meses mais chuvosos são os de janeiro e dezembro, corroborando com o que foi exposto anteriormente por Sampaio (1996). Figura 5: Painel temporo-espacial do total pluviométrico mensal em Londrina no período de 1974-2005 Dez Nov Out Set Ago Jul Jun Mai Abr Mar Fev 0-50 50-100 100-150 150-200 200-250 250-300 300-350 350-400 400-450 2004 2002 2000 1998 1996 1994 1992 1990 1988 1986 1984 1982 1980 1978 1976 1974 Jan 63 3.2 Freqüência e Ocorrências dos Nevoeiros em Londrina/PR no Período de 1986 a 2005. Os dados meteorológicos analisados no presente trabalho foram coletados na estação agrometeorológica do IAPAR que desenvolve suas observações em três horários 12h00, 18h00 e 24h00 TMG (tempo médio de Greenwich) e que correspondem às 09h00, 15h00 e 21h00 hora local, seguindo recomendações da Organização Meteorológica Mundial (OMM). A estação está a 575 m de altitude localizada a partir das seguintes coordenadas geográficas latitude 23° 21’S e longitude 51°10’W. O período de 1986 a 2005 foi escolhido para o estudo da ocorrência de nevoeiros em Londrina pelo fato do IAPAR possuir banco de dados digitalizados apenas deste período e como nosso trabalho foi iniciado no ano de 2006 não seria possível acrescentar o ano, pois não teríamos os dados do ano inteiro. A tabela 3 apresenta a freqüência mensal e sazonal da ocorrência de nevoeiros em Londrina-Pr, no período de estudado e possibilita observar que o mês com maior ocorrência desse fenômeno é o de junho, com 98 episódios. Depois vem o mês de maio, registrando 15,72% da ocorrência de nevoeiros, ou seja, 64 dias em que o fenômeno foi registrado no mês. O mês de julho é o terceiro com 57 episódios, totalizando 14%, ou seja, em Londrina a maior ocorrência do fenômeno se concentra no outono e inverno. Totalizando uma freqüência absoluta de 305 episódios dos 407 nevoeiros ocorridos em Londrina no período. 64 Tabela 3 - Freqüência da ocorrência de nevoeiros em Londrina/PR no período de 1986 - 2005. Primav. Inverno Outono Verão E MESES Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro NT FA 22 24 29 23 64 98 57 30 33 11 2 14 407 FP (%) 5,41 5,90 7,13 5,65 15,72 24,08 14,00 7,37 8,11 2,70 0,49 3,44 100,00 Fonte: Dados climáticos da estação Agrometeorológica do Iapar – Londrina. FA: Freqüência Absoluta FP: Freqüência Percentual Tabela 4 - Intensidades dos nevoeiros ocorridos em cada mês em Londrina/PR, no período de 1986-2005. MESES FORTE MODERADO FRACO NNM Janeiro 12 5 5 22 Fevereiro 17 2 5 24 Março 15 6 8 29 Abril 19 1 3 23 Maio 47 9 8 64 Junho 73 10 15 98 Julho 47 7 3 57 Agosto 19 7 4 30 Setembro 25 3 5 33 Outubro 10 0 1 11 Novembro 1 0 1 2 Dezembro 10 2 2 14 NT 296 52 60 407 Fonte: Dados climáticos da estação meteorológica do Iapar Londrina. NNM: número total de nevoeiros por mês NT: número total de dias com nevoeiro por intensidade. 65 Na tabela 4 são visualizadas as intensidades dos nevoeiros ocorridos em Londrina, no período em questão. Observa-se que o fenômeno ocorre em todos os meses do ano tanto nos meses mais quentes e frios como nos úmidos e secos, pois existem condições atmosféricas para que eles aconteçam, como foi discutido no primeiro capítulo. Verifica-se também que, em Londrina, ocorrem nevoeiros de intensidades fracas, moderadas e fortes, ou seja, são considerados nevoeiros de fraca intensidade quando a visibilidade é de 500 à 1000m; nevoeiros de média intensidade ou moderados são aqueles em que a visibilidade cai para 200 a 500m e os nevoeiros de forte intensidade são aqueles em que a visibilidade cai para abaixo de 200m. Em todo o período estudado a intensidade forte ocorre em maior quantidade, mesmo na soma de cada mês ou na anual, enquanto que o moderado soma 52 episódios e o fraco 60. A figura 6 apresenta um detalhamento da ocorrência e intensidade dos nevoeiros ocorridos nas estações de outono e inverno em Londrina - PR, no período de 1986 a 2005 e pode-se observar os dias em que o fenômeno ocorreu e sua intensidade, conforme as cores do preenchimento. Nota-se que existem meses em que o fenômeno acontece isolado e com freqüências variadas, como por exemplo, no dia 20 de maio de 1986 quando o fenômeno ocorreu uma única vez, esse foi o único nevoeiro registrado no outono desse ano com intensidade forte. Também pode-se notar um episódio isolado de fraca intensidade em 17 de abril de 1990 e outro único episódio de média intensidade em 09 de maio de 1991. 66 Há meses em que acontece uma freqüência maior do fenômeno, variando de forte a moderada intensidade, como em agosto de 1986 nos dias 1, 21, 22, 23, 24; em maio de 1992 nos dias 2, 5, 7, 8, 15, 16, 21, 22, 24, 30, 31 e em agosto de 2004 quando a freqüência do fenômeno se deu nos dias 2, 3, 5, 6, 7, 9, 10, 11, 12, 14, 15. 67 Inverno Outono Meses Abr Mai Jun Jul Ago Set Inverno Outono Inverno Outono Meses Abr Mai Jun Jul Ago Set Inverno Outono Figura 6: ocorrência e intensidade dos nevoeiros ocorridos nas estações de outono e inverno em Londrina/PR, no período de 1986 a 2005. Meses Abr Mai Jun Jul Ago Set Meses Abr Mai Jun Jul Ago Set Legenda Ano Dias 1986 1987 1988 1989 2 20 13 19 20 29 30 3 4 20 22 4 3 4 13 20 22 29 9 8 9 10 11 13 30 1 21 22 23 24 21 6 6 Ano Dias 1993 23 30 2 2 5 7 8 15 16 21 22 24 30 31 6 7 19 3 28 29 30 6 7 8 1 5 16 17 28 29 30 8 9 10 23 6 16 20 1 2 12 19 9 10 14 1996 16 1 16 19 22 23 16 5 6 11 22 24 3 27 2 1998 10 Ano Dias 2001 2002 1994 8 5 8 1 1 5 1999 20 9 11 12 29 17 20 2000 17 13 16 6 12 27 16 22 23 30 2 7 19 26 27 28 20 23 24 8 2 22 6 10 11 12 13 14 20 29 17 31 6 7 9 20 21 2003 2004 2005 4 10 23 29 1 16 29 31 4 23 24 27 6 8 9 10 14 15 30 5 18 4 5 6 7 28 1 2 3 11 17 26 28 9 13 15 24 2 3 10 18 2 3 5 6 7 9 10 11 12 14 15 24 25 27 29 25 13 9 12 13 17 Nevoeiros de fraca intensidade 1995 10 20 28 12 14 16 24 25 29 6 16 19 20 21 22 23 24 26 2 9 11 22 23 24 9 11 9 23 24 25 15 20 1997 3 4 21 25 4 11 12 13 14 21 28 30 17 22 1991 3 28 30 17 14 25 25 15 16 9 10 24 29 9 14 17 19 25 26 27 7 19 22 25 26 15 16 18 19 2 3 14 31 20 10 8 1992 Ano Dias 1990 Nevoeiros de média intensidade 29 1 1 18 19 26 27 29 30 2 9 11 Nevoeiros de forte intensidade 68 3.3 Caracterização da Gênese dos Nevoeiros Ocorridos em Londrina/PR no Período de 1994 a 2005. O entendimento da gênese dos nevoeiros ocorridos em Londrina/PR no período de 1994 a 2005 foi efetivada por meio da interpretação dos gráficos de analise rítmica, confeccionados para os episódios de nevoeiros na estação de outono e inverno para cada ano. Episódios de nevoeiros registrados em Londrina-Pr no outono e inverno de 1994 (figura 7). - MAIO: Sob a influência da massa equatorial continental foi registrada a ocorrência de um nevoeiro moderado em Londrina no dia 12. Neste dia predominavam ventos de noroeste com velocidade de 2,2 m/s, o céu estava totalmente encoberto com precipitações de 3,2 mm e umidade relativa do ar em 92,5%, com temperaturas médias de 18°C. Devido a essas condições atmosféricas e conforme as referências de Sonnemaker (1994) e Varejão-Silva (2006) esse nevoeiro tem sua origem ligada à advecção, pois se constata que há o deslocamento do ar quente oriundo da massa de ar quente sobre a superfície fria. Figura nº 7 - Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros registrados em Londrina - PR no outono e inverno de 1994. 740 Maio Junho Set 735 Pressão (mb) 730 725 720 715 710 Legenda 705 700 Umidade Relativa (%) Vento Velocidade (m/s) 0 0,1 a 2 2,1 a 3 3,1 a 4 Nebulosidade (Décimos) 0-2 100 95 90 85 80 75 70 65 60 55 3-4 11 12 13 14 15 16 23 24 25 26 27 28 29 1 11 12 13 14 15 16 23 24 25 26 27 28 29 2 1 8 8 2 9 10 11 21 22 23 24 9 10 11 21 22 23 24 14 15 14 15 35 5-6 7-8 30 Sistemas Atmosféricos Sistemas Tropicais Tropical Atlântica Equatorial Continental Temperatura (°C) 9 - 10 25 20 15 10 Sistemas Polares 5 Polar Atlântica (PA) Polar Tropicalizada 0 11 12 13 14 15 16 23 24 25 26 27 28 29 1 2 8 9 10 11 21 22 23 24 14 15 11 12 13 14 15 16 23 24 25 26 27 28 29 1 2 8 9 10 11 21 22 23 24 14 15 E NWSW W W SE NE NE W NE NE NE W 11 12 13 14 15 16 23 24 25 26 27 28 29 NE SW S SE SE SE NE NW W NE 1 2 8 9 10 11 21 22 23 24 SW NE 14 15 90 Sistemas Frontais 80 Repercussão da Frente PA Recuo da Frente PA Frente PA em Dissipação Frente PA Estacionária Sistemas Individualizados Linha de Instabilidade tropical Precipitação (mm) Frente Polar Atlântica 70 60 50 40 30 20 10 0 Vento Velocidade Nevoeiros Direção Sem ocorrência de nevoeiros Nevoeiro fraco Nevoeiro moderado Nebulosidade Nevoeiro forte 11 12 13 14 15 16 23 24 25 26 27 28 29 1 2 8 9 10 11 21 22 23 24 14 15 11 12 13 14 15 16 23 24 25 26 27 28 29 1 2 8 9 10 11 21 22 23 24 14 15 11 12 13 14 15 16 23 24 25 26 27 28 29 1 2 8 9 10 11 21 22 23 24 14 15 Sistemas Atmosféricos NW Direção N NE E W SW S SE Nevoeiros Fonte: Dados climáticos da estação agrometeorológica do IAPAR 70 No dia 14 foi registrado um nevoeiro moderado correlacionado com a influência do recuo da frente polar atlântica e o predomínio dos ventos de oeste com velocidade de 1,9 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, com umidade relativa de 70,3% e temperatura média em 15,9°C. Segundo os autores citados esse nevoeiro é de origem post-frontal, considerado como aqueles nevoeiros que ocorrem após a passagem de uma frente fria lenta. No dia 16 ocorreu um nevoeiro de forte intensidade sob a influência de uma instabilidade tropical, quando predominavam ventos de sudeste com velocidade de 1,9 m/s, o céu estava encoberto, com precipitação de 5,5 mm, a umidade relativa do ar era de 80,5% e a temperatura média do ar de 15,7°C. Conforme estas características esse nevoeiro é de gênese préfrontal, pois se formou na massa de ar fria sobre uma superfície frontal quente. No dia 24 foi registrado um nevoeiro de forte intensidade correlacionado com a repercussão da frente polar atlântica. Esse dia Londrina estava sob o predomínio de ventos de nordeste com velocidade de 2,1 m/s, houve registro de 5,5 mm de precipitação, a umidade relativa foi de 94,1% e temperatura média com 17,2 °C; Portanto esse nevoeiro é de origem préfrontal, pois se formam devido ao deslocamento da frente polar atlântica que aciona a energia do ar tropical, quente e úmido, proporcionando a formação dos nevoeiros. No dia seguinte (25) deflagrou-se em Londrina outro nevoeiro forte associado à influência da aproximação da frente polar atlântica, com ventos predominantes de oeste e velocidade de 1,9 m/s, com altas precipitações (84 mm) e umidade relativa de 79,9% e temperatura média do ar de 20,7 °C. Sendo a origem do nevoeiro registrado frontal identificada como, 71 pois o ar quente, sendo mais leve, foi elevado e resfriou-se adiabaticamente e provocou a condensação do vapor d’água nele existente e a precipitação. As gotas de chuva, provenientes do ar quente superior, estão mais aquecidas que a camada de ar frio superficial sob a frente; assim, a precipitação do ar quente invasor se evapora quando desce através do ar frio e o satura, formando o nevoeiro. No dia 29 ocorreu um nevoeiro de forte intensidade devido à influência da massa de ar polar atlântica. Neste dia ocorreram ventos predominantes de oeste com velocidade de 1,5 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, a umidade relativa do ar era 78,4% e a temperatura média de 19,5°C. Segundo os autores esse nevoeiro é caracterizado como de origem de radiação. - JUNHO: Um nevoeiro de forte intensidade foi registrado em Londrina no dia 2 correlacionado com o recuo da frente polar atlântica. Nesse dia os ventos tinham direção predominante de sudoeste e velocidade de 1,3 m/s, o céu estava limpo, a umidade relativa do ar era de 83,2% e a temperatura média de 19,8°C. Estas características permitem dizer que esse nevoeiro é de gênese post-frontal. No dia 9 também foi registrado a ocorrência de um nevoeiro forte também sob a influência do recuo da frente polar atlântica quando a direção predominante dos ventos era de sudeste com velocidade de 1,6m/s, o céu estava parcialmente encoberto, a com umidade relativa do ar em 80,6% e a temperatura média de 15,8 °C. Diante desta situação sinótica e segundo os autores citados esse nevoeiro é de origem post-frontal. 72 No dia 11 ocorreu um nevoeiro fraco, também sob a influência do recuo da frente polar atlântica, com o predomínio dos ventos de sudeste com velocidade de 2,6 m/s, o céu estava limpo, a umidade relativa era de 78,1% e a temperatura média do ar de 16,8°C. Portanto, mais um nevoeiro de origem post-frontal. Sob a influência da frente polar atlântica, foi registrada a ocorrência de um nevoeiro forte em Londrina no dia 22. Neste dia predominavam ventos de noroeste com velocidade de 1,9 m/s, o céu estava totalmente encoberto, a umidade relativa do ar era de 88,9% e as temperaturas médias de 17,2°C. Devido a essas condições atmosféricas e a revisão bibliográfica esse nevoeiro é reconhecido como frontal. No dia 23 foi registrado um nevoeiro de forte intensidade correlacionado com o recuo da frente polar atlântica que deflagrou ventos de direção predominante de oeste e velocidade de 1,5m/s, o céu estava encoberto, com umidade relativa de 88,4% e a temperatura média de 14,9 °C, caracterizando um nevoeiro post-frontal. Outro nevoeiro de forte intensidade foi verificado no dia 24, quando Londrina estava sob a atuação da repercussão da frente polar atlântica, com ventos de direção de nordeste e velocidade de 1,5 m/s, umidade relativa do ar de 88% e a temperatura média de 17,1°C. Permitindo afirmar que esse nevoeiro é de origem pré-frontal. - SETEMBRO: No dia 15 Londrina esteve sob a influência da frente polar atlântica que propiciou a formação de um nevoeiro de forte intensidade. Nesse dia os ventos eram de direção nordeste com velocidade de 2,2 m/s, o céu 73 estava limpo, a umidade relativa do ar era de 94% e a temperatura média de 18,2°C, caracterizando um nevoeiro de origem frontal. Episódios de nevoeiros ocorridos em Londrina-Pr no outono e inverno de 1995 (figura 8). - ABRIL: Sob a influência da massa de ar tropical atlântica, no dia 10 foi registrada a ocorrência de um nevoeiro de forte intensidade em Londrina. Nesse dia predominavam ventos de nordeste com velocidade de 2,0 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, com a umidade relativa do ar em 72,3% e as temperaturas médias de 23°C; devido a essas condições atmosféricas e conforme os dados bibliográficos esse nevoeiro é de advecção. O nevoeiro ocorrido neste dia teve relação com a introdução de umidade do ar do dia anterior , quando foi registrado o prenúncio da frente polar atlântica, mas no dia 10 essa estava se deslocando para o litoral do Rio Grande do Sul, não atingindo Londrina. Desse modo, para que a FPA se deslocasse ela demandou o ar tropical originário da depressão do Chaco e do anticiclone tropical atlântico que foram os responsáveis pela introdução de umidade do ar em Londrina, mantendo a temperatura média em 23° C e a formação do nevoeiro. Figura nº 8 - Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros registrados em Londrina - PR no outono e inverno de1995. 740,0 Julho Abril 735,0 Pressão (mb) 730,0 725,0 720,0 715,0 710,0 705,0 Legenda Vento Velocidade (m/s) 0 0,1 a 2 2,1 a 3 3,1 a 4 Nebulosidade (Décimos) 0-2 Umidade Relativa (%) 700,0 100,0 95,0 90,0 85,0 80,0 75,0 70,0 65,0 60,0 55,0 9 10 8 9 19 20 9 10 8 9 19 20 9 10 8 9 19 20 9 10 8 9 19 20 3-4 35 5-6 7-8 30 Sistemas Atmosféricos Sistemas Tropicais Tropical Atlântica Equatorial Continental Temperatura (°C) 9 - 10 25 20 15 10 Sistemas Polares 5 Polar Atlântica (PA) Polar Tropicalizada 0 Sistemas Frontais 90 Repercussão da Frente PA 80 Recuo da Frente PA 70 Frente PA em Dissipação Frente PA Estacionária Sistemas Individualizados Linha de Instabilidade tropical Precipitação (mm) Frente Polar Atlântica 60 50 40 30 20 10 0 Nevoeiros Sem ocorrência de nevoeiros Nevoeiro fraco Vento Velocidade Direção Nevoeiro moderado Nevoeiro forte NE NE 9 10 NW E NE NE 8 9 19 20 Nebulosidade 9 10 8 9 19 20 9 10 8 9 19 20 9 10 8 9 19 20 Sistemas Atmosféricos NW Direção N NE E W SW S Nevoeiros SE Fonte: Dados climáticos da estação agrometeorológica do IAPAR 75 O mês de junho de 1995 foi desconsiderado para a análise, pela falta de cartas sinóticas do período. - JULHO: No dia 9 foi registrado um nevoeiro de forte intensidade sob a influência da massa polar atlântica, quando a direção predominante dos ventos era de leste a velocidade de 3,2 m/s, o céu estava encoberto, houve registro de precipitação de 2,7 mm, a umidade relativa do ar era de 96,1% e a temperatura média de 14,1°C. Devido à atuação da massa polar atlântica em Londrina e pelo fato do céu estar coberto gerou um nevoeiro de advecção. Este tipo de nevoeiro surge quando o ar frio escoa sobre uma superfície fria (solo ou água). Por condução o ar vai perdendo calor para a superfície que se arrefece de baixo para cima, propiciando a formação de uma camada estável justaposta à superfície. No dia 20 ocorreu um nevoeiro de forte intensidade sob a influência da frente polar atlântica, com o predomínio de ventos de nordeste e velocidade de 2,3 m/s, foram registradas precipitações de 4,1 mm, umidade relativa de 84,1% e temperatura média do ar de 15,4 °C, caracterizando um nevoeiro frontal. 76 Leitura da figura 9, gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros registrados em Londrina/PR no ano de 1996. - ABRIL: Sob a atuação da frente polar atlântica, no dia 16 foi registrado um nevoeiro de forte intensidade em Londrina. O tempo meteorológico apresentava ventos de nordeste com velocidade de 1,5m/s, precipitações de 7,4mm, umidade relativa do ar de 97,1% e temperatura média de 20,4°C, gerando um nevoeiro frontal. - MAIO: No dia 16 ocorreu um nevoeiro de forte intensidade sob a influência de uma instabilidade tropical, com predomínio de ventos de noroeste e velocidade de 1,0 m/s, o céu estava encoberto, as precipitações foram de 4,2mm, a umidade relativa do ar de 81,6% e a temperatura média de 18,3°C, gerando um nevoeiro pré-frontal. Sob a influência da frente polar atlântica, no dia 19 foi registrado a ocorrência de um nevoeiro forte em Londrina. Neste dia predominavam ventos de noroeste com velocidade de 0,9 m/s, o céu estava totalmente encoberto, a umidade relativa do ar era de 80,2% e as temperaturas médias de 17,7°C; devido a essas condições atmosféricas e conforme os dados bibliográficos sua gênese é frontal. Figura nº 9 - Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros registrados em Londrina - Pr no outono e inverno de1996. Junho Maio Abril 740,0 Julho Pressão (mb) 735,0 730,0 725,0 720,0 715,0 710,0 705,0 Legenda Vento Velocidade (m/s) 0 0,1 a 2 2,1 a 3 3,1 a 4 Nebulosidade (Décimos) 0-2 Umidade Relativa (%) 700,0 100,0 95,0 90,0 85,0 80,0 75,0 70,0 65,0 60,0 55,0 15 16 15 16 17 18 19 4 5 6 10 11 21 22 23 24 26 27 15 16 15 16 17 18 19 4 5 6 10 11 21 22 23 24 26 27 15 16 15 16 17 18 19 4 5 6 10 11 21 22 23 24 3-4 35 5-6 7-8 30 Sistemas Atmosféricos Sistemas Tropicais Tropical Atlântica Equatorial Continental Temperatura (°C) 9 - 10 25 20 15 10 Sistemas Polares 5 Polar Atlântica (PA) Polar Tropicalizada 0 26 27 Sistemas Frontais 90 Repercussão da Frente PA 80 Recuo da Frente PA 70 Frente PA em Dissipação Frente PA Estacionária Sistemas Individualizados Linha de Instabilidade tropical Precipitação (mm) Frente Polar Atlântica 60 50 40 30 20 10 0 Nevoeiros 15 16 15 16 17 18 19 NE NE W NW E E NW 15 16 15 16 17 18 19 4 5 15 16 15 16 17 18 19 4 5 4 5 6 10 11 21 22 23 24 26 27 Sem ocorrência de nevoeiros Nevoeiro fraco Nevoeiro moderado Nevoeiro forte Vento Velocidade Direção SE SE W SE NE E SW NE W NE SW 6 10 11 21 22 23 24 26 27 6 10 11 21 22 23 24 26 27 Nebulosidade NW Direção N NE E W SW S Sistemas Atmosféricos SE 15 16 15 16 17 18 19 4 5 6 10 11 21 22 23 24 26 27 15 16 15 16 17 18 19 4 5 6 10 11 21 22 23 24 26 27 Nevoeiros Fonte: Dados climáticos da estação agrometeorológica do IAPAR 78 - JUNHO: No dia 5 foi registrado um nevoeiro de fraca intensidade em Londrina, quando o tempo meteorológico estava sob a influência da repercussão da frente polar atlântica, com ventos predominantes de sudeste com velocidade de 1,3 m/s, o céu estava totalmente encoberto, com precipitações de 5,3mm, a umidade relativa do ar era de 87,7% e temperatura média de 16,6 °C, propiciando a formação de um nevoeiro pré-frontal. No dia 6 aconteceu um nevoeiro de forte intensidade quando Londrina estava sob a influência da repercussão da frente polar atlântica, com ventos de direção predominante de oeste e velocidade de 1,1 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, a umidade relativa do ar era de 69,2%, as temperaturas médias eram de 16,5 °C, configurando um nevoeiro pré-frontal. Sob a influência da massa de ar tropical atlântica, no dia 11 foi registrada a ocorrência de um nevoeiro de forte intensidade em Londrina. Neste dia predominavam ventos de nordeste com velocidade de 1,7 m/s, a umidade relativa do ar estava em 63,3% e as temperaturas médias em 16,1°C, gerando um nevoeiro de advecção. Este tipo de nevoeiro surge quando o ar frio escoa sobre uma superfície fria (solo ou água) e, por condução, o ar vai perdendo calor para a superfície que se arrefece de baixo para cima propiciando a formação de uma camada estável justaposta à superfície. No dia 22 ocorreu um nevoeiro de forte intensidade sob a influência da massa polar atlântica, os ventos eram de sudoeste com velocidade de 1,8 m/s, o céu estava encoberto, a umidade relativa do ar de 86,6% e a temperatura média em 15°C, formando um nevoeiro de radiação. 79 No dia 24 também ocorreu um nevoeiro de forte intensidade, mas agora Londrina estava sob a influência da massa polar atlântica, com predomínio de ventos de oeste e velocidade de 1,4 m/s, o céu estava totalmente encoberto, a umidade relativa do ar em 89,3% e a temperatura média em 16,2°C, o que propiciou a formação de um nevoeiro de radiação. - JULHO: A atuação da frente polar atlântica em Londrina, no dia 27, propiciou a formação de um nevoeiro de forte intensidade associado com ventos de sudoeste e velocidade de 2,3m/s, com precipitações de 2,8 mm, umidade relativa do ar de 89,6% e temperatura média de 16,8°C, ocasionando um nevoeiro frontal. Episódios de nevoeiros registrados no outono e inverno de Londrina-Pr, no ano de 1997 (figura 10). - ABRIL: No dia 1 ocorreu nevoeiro de forte intensidade em Londrina sob a influência de uma instabilidade tropical, com predomínio de ventos de oeste e velocidade de 1,7 m/s, o céu estava encoberto, as precipitações foram de 28 mm, a umidade relativa do ar de 79,9% e a temperatura média de 20,5°C, gerando um nevoeiro pré-frontal. No dia 3 Londrina esteve sob a influência da frente polar atlântica que propiciou a formação de um nevoeiro de forte intensidade. Nesse dia os ventos eram de direção noroeste com velocidade de 1,9 m/s, o céu estava encoberto, a umidade relativa do ar era de 71,6%, as precipitações de 1,4mm e a temperatura média de 22,5°C, caracterizando um nevoeiro frontal. Figura nº10 - Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros registrados em Londrina - PR no outono e inverno de 1997. Abril Março Maio Junho Julho 740,0 735,0 Pressão (mb) 730,0 725,0 720,0 715,0 710,0 Legenda 705,0 700,0 Umidade Relativa (%) Vento Velocidade (m/s) 0 0,1 a 2 2,1 a 3 3,1 a 4 Nebulosidade (Décimos) 0-2 3-4 100,0 95,0 90,0 85,0 80,0 75,0 70,0 65,0 60,0 55,0 5-6 31 1 2 3 4 20 21 24 25 2 3 4 10 11 12 13 14 20 21 27 28 29 30 1 2 21 22 31 1 2 3 4 20 21 24 25 2 3 4 10 11 12 13 14 20 21 27 28 29 30 1 2 21 22 31 1 2 3 4 20 21 24 25 2 3 4 10 11 12 13 14 20 21 27 28 29 30 1 2 21 22 31 1 2 3 4 20 21 24 25 2 3 4 10 11 12 13 14 20 21 27 28 29 30 1 2 21 22 SE 31 W 1 E NW SW N W 2 3 4 20 21 SE SE 24 25 E 2 E NE NE NE NE SE NE N NE NW N SW NE 3 4 10 11 12 13 14 20 21 27 28 29 30 SE E NW W 2 21 22 1 31 1 2 3 4 20 21 24 25 2 3 4 10 11 12 13 14 20 21 27 28 29 30 1 2 21 22 31 1 2 3 4 20 21 24 25 2 3 4 10 11 12 13 14 20 21 27 28 29 30 1 2 21 22 31 1 2 3 4 20 21 24 25 2 3 4 10 11 12 13 14 20 21 27 28 29 30 1 2 21 22 35 7-8 9 - 10 Sistemas Atmosféricos Sistemas Tropicais Tropical Atlântica Equatorial Continental Temperatura (°C) 30 Sistemas Polares 25 20 15 10 Polar Atlântica (PA) 5 Polar Tropicalizada 0 Sistemas Frontais Frente Polar Atlântica 90 Recuo da Frente PA 80 Frente PA em Dissipação 70 Frente PA Estacionária Sistemas Individualizados Linha de Instabilidade tropical Precipitação (mm) Repercussão da Frente PA 60 50 40 30 20 10 Nevoeiros 0 Sem ocorrência de nevoeiros Nevoeiro fraco Nevoeiro moderado Nevoeiro forte Vento Velocidade Direção Nebulosidade NW Direção N NE E W SW S SE Sistemas Atmosféricos Nevoeiros Fonte: Dados climáticos da estação agrometeorológica do IAPAR 81 Um nevoeiro de fraca intensidade foi registrado em Londrina no dia 4 correlacionando com o recuo da frente polar atlântica. Nesse dia os ventos tinham direção predominante de sudoeste e velocidade de 1,3 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, a umidade relativa do ar era de 78,1% e a temperatura média de 22,1°C. Estas características permitem dizer que esse nevoeiro é de gênese post-frontal. No dia 21 ocorreu um nevoeiro forte, também sob a influência do recuo da frente polar atlântica, com o predomínio dos ventos de oeste com velocidade de 1,6 m/s, o céu estava encoberto, a umidade relativa do ar era de 76,6% e temperatura média do ar de 20,2°C. Portanto, também é um nevoeiro de origem post-frontal. - MAIO: No dia 25 foi registrada a ocorrência de um nevoeiro forte, também sob a influência do recuo da frente polar atlântica, quando a direção predominante dos ventos era de sudeste com velocidade de 2,5m/s, o céu estava encoberto, com umidade relativa do ar em 78%, as precipitações de 28,1mm e a temperatura média de 15,7 °C. Diante desta situação sinótica esse nevoeiro é de origem post-frontal. - JUNHO: No dia 3 ocorreu nevoeiro de fraca intensidade sob a influência de uma instabilidade tropical, com predomínio de ventos de leste e velocidade de 1,5 m/s, o céu estava encoberto, as precipitações foram de 10,5mm, a umidade relativa do ar era de 93,8% e a temperatura média de 13,9°C, gerando um nevoeiro pré-frontal. 82 No dia seguinte (04/06) ocorreu um nevoeiro de forte intensidade, também sob a influência de uma instabilidade tropical, quando predominava ventos de nordeste com velocidade de 2 m/s, o céu estava encoberto, com precipitação de 21,3 mm, a umidade relativa do ar era de 98,8% e a temperatura média do ar de 13,9°C. Conforme estas características esse nevoeiro é de gênese pré-frontal. Sob a influência de uma nova instabilidade tropical, no dia 11 foi registrada a ocorrência de um nevoeiro forte em Londrina. Neste dia predominavam ventos de nordeste com velocidade de 1,6 m/s, o céu estava totalmente encoberto a umidade relativa do ar era de 93,2% e as temperaturas médias de 11,4°C, devido a essas condições atmosféricas esse nevoeiro é préfrontal. No dia seguinte 12 deflagrou-se em Londrina outro nevoeiro forte associado à aproximação da frente polar atlântica, com ventos predominantes de nordeste e velocidade de 2,2 m/s, com precipitações de 34,8 mm, umidade relativa de 96,2% e temperatura média do ar de 15,2 °C. Tendo a mesma origem do nevoeiro registrado no dia anterior, ou seja, frontal. Sob a influência da frente polar atlântica em dissipação, no dia 13 foi registrada a ocorrência de um nevoeiro forte em Londrina. Neste dia predominavam ventos de sudeste com velocidade de 1,3 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, a umidade relativa do ar era de 84,5% e as temperaturas médias de 19,1°C; originando um nevoeiro de post-frontal. Outro nevoeiro de forte intensidade foi verificado no dia 14, quando Londrina estava sob a atuação da frente polar atlântica, com ventos de direção nordeste e velocidade de 3,1 m/s, com precipitações de 53 mm, 83 umidade relativa do ar de 96,2% e a temperatura média de 16,2°C, permitindo afirmar que esse nevoeiro é de origem frontal. No dia 21 também foi registrada a ocorrência de um nevoeiro forte sob a influência do recuo da frente polar atlântica quando a direção predominante dos ventos era de nordeste com velocidade de 1,8m/s, o céu estava encoberto, com precipitações de 14,3 mm, a umidade relativa do ar estava em 72,1% e a temperatura média de 21,9 °C. Diante desta situação sinótica esse nevoeiro é de origem post-frontal. No dia 28 ocorreu um nevoeiro forte, também sob a influência do recuo da frente polar atlântica, com o predomínio dos ventos de norte com velocidade de 2,5 m/s, o céu estava encoberto, com precipitações de 25 mm, a umidade relativa era de 99,4% e a temperatura média do ar de 15,2°C, caracterizando outro nevoeiro de origem post-frontal. Um nevoeiro de forte intensidade foi registrado em Londrina no dia 30 também correlacionando com o recuo da frente polar atlântica. Nesse dia os ventos tinham direção predominante de nordeste e velocidade de 1,1 m/s, o céu estava encoberto, precipitações de 15,5 mm, a umidade relativa do ar era de 96,6% e a temperatura média de 14,1°C. Estas características também permitem dizer que esse nevoeiro é de gênese post-frontal. - JULHO: Outro nevoeiro de forte intensidade foi verificado no dia 2, quando Londrina estava sob a atuação da instabilidade tropical, com ventos de direção de leste e velocidade de 1,6 m/s, umidade relativa do ar de 77,6% e a temperatura média de 17,3°C, permitindo afirmar que esse nevoeiro é de origem pré-frontal. 84 No dia 22 Londrina esteve sob a influência da frente polar atlântica que propiciou a formação de um nevoeiro de forte intensidade. Nesse dia os ventos eram de direção oeste com velocidade de 2,1 m/s céu estava encoberto, a umidade relativa do ar era de 83,7% e a temperatura média de 14,6°C, caracterizando um nevoeiro de origem frontal. Análise rítmica dos episódios dos nevoeiros registrados em Londrina-Pr no outono e inverno de 1998 (figura 11). - ABRIL: No dia 8 ocorreu um nevoeiro de forte intensidade em Londrina, sob a influência da frente polar atlântica, com o predomínio de ventos de nordeste e velocidade de 1,2 m/s, foram registradas precipitações de 1,8 mm, a umidade relativa era de 85,4% e a temperatura média do ar de 19,7 °C, caracterizando um nevoeiro frontal. No dia 17 também ocorreu um nevoeiro forte mas agora havia o sob a influência do recuo da frente polar atlântica, com o predomínio dos ventos de noroeste com velocidade de 2,9 m/s, altas precipitações (47,9mm), o céu estava encoberto, a umidade relativa era de 90% e a temperatura média do ar de 20,7°C. Portanto esse nevoeiro é de origem post-frontal. - MAIO: No dia 5 foi registrado um nevoeiro forte correlacionado com a influência do recuo da frente polar atlântica e o predomínio dos ventos de sudoeste com velocidade de 1,4 m/s, precipitações de 0,7mm, o céu estava encoberto, a umidade relativa era de 83,5 % e a temperatura média do ar de 16,9°C, propiciando a ocorrência de um nevoeiro post-frontal. Figura nº 11 - Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiro registrados em Londrina - PR no outono e inverno de 1998. Abril Junho Maio Agosto Julho Setembro 740,0 735,0 Pressão (mb) 730,0 725,0 720,0 715,0 Legenda 710,0 705,0 Vento Velocidade (m/s) Umidade Relativa (%) 0 700,0 0,1 a 2 2,1 a 3 3,1 a 4 Nebulosidade (Décimos) 0-2 3-4 100,0 95,0 90,0 85,0 80,0 75,0 70,0 65,0 60,0 55,0 5-6 7-8 7 8 16 17 4 5 7 8 30 1 20 21 22 23 24 31 1 9 10 11 12 19 20 4 5 6 7 8 9 19 20 21 7 8 16 17 4 5 7 8 30 1 20 21 22 23 24 31 1 9 10 11 12 19 20 4 5 6 7 8 9 19 20 21 7 8 16 17 4 5 7 8 30 1 20 21 22 23 24 31 1 9 10 11 12 19 20 4 5 6 7 8 9 19 20 21 7 8 16 17 4 5 7 8 30 1 20 21 22 23 24 31 1 9 10 11 12 19 20 4 5 6 7 8 9 19 20 21 E NE SE 7 8 30 E E E W NE SE E 1 20 21 22 23 24 31 35 9 - 10 30 Sistemas Tropicais Tropical Atlântica Equatorial Continental Sistemas Polares Temperatura (°C) Sistemas Atmosféricos 25 20 15 10 Polar Atlântica (PA) Polar Tropicalizada 5 0 Sistemas Frontais Frente Polar Atlântica Repercussão da Frente PA 90 Recuo da Frente PA 80 Frente PA Estacionária Sistemas Individualizados Linha de Instabilidade tropical Nevoeiros Precipitação (mm) Frente PA em Dissipação 70 60 50 40 30 20 10 Sem ocorrência de nevoeiros 0 Nevoeiro fraco Nevoeiro moderado Nevoeiro forte Vento Velocidade Direção NE NE SE E NE NE W SE NE 1 9 10 11 12 19 20 N NE SE E NE SE SE NE E 4 5 6 7 8 9 19 20 21 N NW 7 8 16 17 E SW 4 5 7 8 16 17 4 5 7 8 30 1 20 21 22 23 24 31 1 9 10 11 12 19 20 4 5 6 7 8 9 19 20 21 7 8 16 17 4 5 7 8 30 1 20 21 22 23 24 31 1 9 10 11 12 19 20 4 5 6 7 8 9 19 20 21 7 8 16 17 4 5 7 8 30 1 20 21 22 23 24 31 1 9 10 11 12 19 20 4 5 6 7 8 9 19 20 21 Nebulosidade NW Direção N NE Sistemas Atmosféricos E W SW S SE Nevoeiros Fonte: Dados climáticos da estação agrometeorológica do IAPAR 86 - JUNHO: No dia 8 ocorreu um nevoeiro de forte intensidade em Londrina sob a influência de uma instabilidade tropical, com predomínio de ventos de nordeste e velocidade de 1,5 m/s, o céu estava encoberto, a umidade relativa do ar era baixa de 67% e a temperatura média do ar 16,8 °C, gerando um nevoeiro pré-frontal. - JULHO: No dia 1 foi registrado um nevoeiro de forte intensidade em Londrina, quando estava sob a influência da repercussão da frente polar atlântica, com ventos predominantes de leste com velocidade de 1,6 m/s, o céu estava totalmente encoberto, a umidade relativa do ar era de 77,7% e a temperatura média de 18,9 °C, propiciando a formação de um nevoeiro préfrontal. No dia 20 foi registrada a ocorrência de um nevoeiro forte sob a influência do recuo da frente polar atlântica, quando a direção predominante dos ventos era de leste com velocidade de 1,7m/s, o céu estava parcialmente encoberto, a umidade relativa do ar era de 81,3% e a temperatura média de 17,7 °C. Diante desta situação sinótica identifica-se mais um nevoeiro de origem post-frontal. A atuação da instabilidade tropical, em Londrina, no dia 23 propiciou a formação de um nevoeiro de forte intensidade associado com ventos de nordeste e velocidade de 2,1 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, com umidade relativa do ar de 78,2 % e temperatura média de 18,6°C, ocasionando um nevoeiro pré-frontal. 87 No dia 24 ocorreu nevoeiro de forte intensidade, também sob a influência de uma instabilidade tropical, com predomínio de ventos de sudeste e velocidade de 2,2 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, a umidade relativa do ar era de 79,8% e a temperatura média de 18,6°C, gerando um nevoeiro pré-frontal. - AGOSTO: No dia 1 aconteceu um nevoeiro de forte intensidade, quando Londrina estava sob a influência da repercussão da frente polar atlântica, com ventos de direção predominante de sudeste e velocidade de 2,1 m/s, o céu estava parcialmente limpo, a umidade relativa do ar era de 74,4 %, as temperaturas médias eram de 18 °C, configurando um nevoeiro pré-frontal. Sob a atuação da instabilidade tropical, no dia 10, foi registrado um nevoeiro de forte intensidade em Londrina, que apresentava ventos de nordeste com velocidade de 2 m/s, precipitações de 2,1mm, a umidade relativa do ar em 90,8% e temperatura média de 17,7°C, ocasionando um nevoeiro préfrontal. No dia 11 ocorreu um nevoeiro de forte intensidade sob a influência da frente polar atlântica, com o predomínio de ventos de nordeste e velocidade de 0,8 m/s, foi registrada precipitações de 1,1 mm, umidade relativa em 94,6% e temperatura média do ar de 18,7 °C, caracterizando um nevoeiro frontal. No dia 12 também foi registrada a ocorrência de um nevoeiro forte, sob a influência do recuo da frente polar atlântica quando a direção predominante dos ventos era de oeste com velocidade de 1,1m/s, o céu estava 88 encoberto, precipitações de 6,5 mm, com umidade relativa do ar em 82,1% e a temperatura média de 20,4 °C. Portanto tal nevoeiro possui origem post-frontal. No dia 20 ocorreu um nevoeiro de forte intensidade sob a influência de uma instabilidade tropical, quando predominavam ventos de nordeste em Londrina com velocidade de 0,9 m/s, o céu estava encoberto, a umidade relativa do ar era de 79,9% e a temperatura média do ar de 21°C. Conforme estas características esse nevoeiro é de gênese pré-frontal. - SETEMBRO: No dia 05 em Londrina foi registrada a ocorrência de um nevoeiro de forte intensidade sob a atuação do recuo da frente polar atlântica, quando os ventos tinham direção de nordeste e velocidade de 1,5 m/s, o céu estava encoberto, houve precipitações de 9,1 mm, a umidade relativa do ar era de 87,2% e a temperatura média de 18,4°C, caracterizando esse nevoeiro como post-frontal. No dia 6 foi registrado um nevoeiro de forte intensidade também correlacionado com o recuo da frente polar atlântica que deflagrou ventos de direção predominante de sudeste com velocidade de 0,9 m/s, o céu estava encoberto, com precipitações de 0,8 mm, a umidade relativa de 87,2% e a temperatura média de 18,4 °C, caracterizando mais um nevoeiro post-frontal. Outro nevoeiro de forte intensidade foi verificado no dia 7, quando Londrina estava sob a atuação da instabilidade tropical , com ventos de direção de leste e velocidade de 3,1 m/s, com precipitações de 15 mm, a umidade relativa do ar de 97,4% e a temperatura média de 17,1°C. Permitindo afirmar que esse nevoeiro é de origem pré-frontal. 89 No dia 9 foi registrada a ocorrência de um nevoeiro forte sob a influência do recuo da frente polar atlântica com a direção predominante dos ventos era de sudeste com velocidade de 1,4 m/s, o céu estava encoberto, com precipitações de 24 mm, a umidade relativa do ar era de 80,9 % e a temperatura média de 18 °C, a partir desta situação sinótica identifica-se o nevoeiro como post-frontal. A atuação da instabilidade tropical em Londrina, no dia 20, propiciou a formação de um nevoeiro de forte intensidade quando os ventos eram de nordeste com velocidade de 1,8 m/s, o céu estava encoberto, foram registradas precipitações de 49 mm, a umidade relativa do ar era de 95,7 % e a temperatura média de 16,3°C, ocasionando um nevoeiro pré-frontal. No dia 21 ocorreu nevoeiro de forte intensidade, também sob a influência de uma instabilidade tropical, os ventos eram de leste com velocidade de 1,5 m/s, o céu estava encoberto, houve 3,8 mm de precipitação, a umidade relativa do ar estava em 75,3 % e a temperatura média em 17,7°C, gerando um nevoeiro pré-frontal. 90 Análise rítmica dos episódios dos nevoeiros registrados em Londrina-Pr outono e inverno de 1999 (figura 12). - ABRIL: No dia 13 foi registrado um nevoeiro de forte intensidade correlacionado com a repercussão da frente polar atlântica. Esse dia Londrina estava sob o predomínio de ventos de sudeste com velocidade de 1,1 m/s, houve registro de 82 mm de precipitações, o céu estava encoberto, a umidade relativa foi de 82,9 % e a temperatura média do ar de 21,4 °C. Portanto, reconhece-se tal nevoeiro como de origem pré-frontal. No dia 16 outro nevoeiro forte foi registrado em Londrina, associado à influência da aproximação da frente polar atlântica, com ventos predominantes de nordeste e velocidade de 2,7 m/s, com altas precipitações (87 mm), o céu estava encoberto, a umidade relativa do ar era de 79,9% e a temperatura média de 20,7 °C, observando que a origem do nevoeiro é frontal. - MAIO: No dia 6 Londrina esteve sob a influência da frente polar atlântica, que propiciou a formação de um nevoeiro de forte intensidade. Nesse dia os ventos eram de direção nordeste com velocidade de 1,6 m/s, o céu estava encoberto, as precipitações foram de 11,5 mm, a umidade relativa do ar era de 97,4% e a temperatura média de 18°C, caracterizando um nevoeiro de origem frontal. Figura nº 12 - Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros registrados em Londrina - Pr no outono e inverno de1999. 740,0 Junho Maio Abril Julho 735,0 Pressão (mb) 730,0 725,0 720,0 715,0 Legenda 710,0 705,0 Vento Velocidade (m/s) Umidade Relativa (%) 0 700,0 0,1 a 2 2,1 a 3 3,1 a 4 Nebulosidade (Décimos) 0-2 3-4 100,0 95,0 90,0 85,0 80,0 75,0 70,0 65,0 60,0 55,0 5-6 7-8 12 13 14 15 16 5 6 11 12 15 16 21 22 23 29 30 7 8 12 13 14 15 16 5 6 11 12 15 16 21 22 23 29 30 7 8 12 13 14 15 16 5 6 11 12 15 16 21 22 23 29 30 7 8 12 13 14 15 16 5 6 11 12 15 16 21 22 23 29 30 7 8 E SE NW SE NE 12 13 14 15 16 W NE E NE 5 6 11 12 E SE NW W SE NE SW 15 16 21 22 23 29 30 SE W 7 8 35 9 - 10 30 Sistemas Tropicais Tropical Atlântica Equatorial Continental Sistemas Polares Temperatura (°C) Sistemas Atmosféricos 25 20 15 10 Polar Atlântica (PA) Polar Tropicalizada 5 0 Sistemas Frontais Frente Polar Atlântica Repercussão da Frente PA 90 Recuo da Frente PA 80 Frente PA Estacionária Sistemas Individualizados Linha de Instabilidade tropical Nevoeiros Precipitação (mm) Frente PA em Dissipação 70 60 50 40 30 20 10 Sem ocorrência de nevoeiros 0 Nevoeiro fraco Nevoeiro moderado Vento Velocidade Direção Nevoeiro forte Nebulosidade NW Direção N NE SW S SE 5 6 11 12 15 16 21 22 23 29 30 7 8 12 13 14 15 16 5 6 11 12 15 16 21 22 23 29 30 7 8 12 13 14 15 16 5 6 11 12 15 16 21 22 23 29 30 7 8 Sistemas Atmosféricos E W 12 13 14 15 16 Nevoeiros Fonte: Dados climáticos da estação agrometeorológica do IAPAR 92 Sob a influência da massa de ar tropical atlântica, no dia 12 foi registrada a ocorrência de um nevoeiro de forte intensidade em Londrina. Nesse dia predominavam ventos de nordeste com velocidade de 1,4 m/s, o céu estava encoberto, com a umidade relativa do ar em 78,8% e as temperaturas médias de 17,9°C; devido a essas condições atmosféricas esse nevoeiro é de advecção. Este tipo de nevoeiro surge quando o ar frio escoa sobre uma superfície fria (solo ou água). Por condução o ar vai perdendo calor para a superfície que se arrefece de baixo para cima, propiciando a formação de uma camada estável justaposta à superfície. - JUNHO: Foi registrado um nevoeiro de forte intensidade no dia 16, quando Londrina estava sob a atuação da repercussão da frente polar atlântica, com ventos de direção de sudeste e velocidade de 1,6 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, a umidade relativa do ar em 87,7%, a temperatura média de 14,5°C, situação sinótica que permite afirmar a origem do nevoeiro é pré-frontal. No dia 22 foi registrado um nevoeiro de forte intensidade em Londrina, que estava sob a influência da massa polar atlântica, gerando ventos de direção predominante de oeste com velocidade de 1,1 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, a umidade relativa do ar era de 82,9% e a temperatura média de 14,2°C; propiciando a geração do nevoeiro de radiação pois o ar em contato com o solo perde por condução calor tornando-se, assim, mais frio que a camada da atmosfera que está próxima a superfície, ou seja, a temperatura do ar aumenta conforme a distância do solo, causando uma inversão térmica e a formação do nevoeiro. 93 No dia seguinte 23 ocorreu um nevoeiro de forte intensidade, sob a influência da massa polar atlântica que continuava atuando no tempo atmosférico londrinense, os ventos eram de sudeste com velocidade de 1,2 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, a umidade relativa do ar era de 63% e a temperatura média de 15,7°C, formando, novamente, um nevoeiro de radiação. A atuação do recuo da frente polar atlântica em Londrina no dia 30 propiciou a formação de um nevoeiro de forte intensidade associado com ventos de sudoeste e velocidade de 1,8m/s, o céu estava limpo, com precipitações de 6,5 mm, umidade relativa do ar de 71,4% e temperatura média de 14,4°C, ocasionando um nevoeiro post-frontal. - JULHO: Sob a influência da frente polar atlântica, no dia 8 foi registrada a ocorrência de um nevoeiro forte em Londrina. Nesse dia predominavam ventos de oeste com velocidade de 1,0 m/s, o céu estava totalmente encoberto, a umidade relativa do ar era de 71,1% e as temperaturas médias de 16,3°C; devido a essas condições atmosféricas sua gênese é identificada como sendo um nevoeiro frontal. 94 Episódios dos nevoeiros registrados no outono e inverno em Londrina-Pr no ano de 2000 (figura 13). - JUNHO: Sob a ocorrência massa de ar tropical atlântica, no dia 07 foi registrado um nevoeiro forte em Londrina quando os ventos eram de nordeste com velocidade de 1,7 m/s, o céu estava parcialmente encoberto e umidade relativa do ar em 67,9%, com temperaturas médias de 18,8°C. Devido a essas condições atmosféricas esse nevoeiro tem sua origem ligada à advecção, pois o deslocamento do ar quente e úmido sobre uma superfície de terra ou água mais fria onde, por condução o ar vai perdendo calor para a superfície que se arrefece de baixo para cima propiciando a formação de uma camada estável justaposta à superfície, assim que a temperatura dessa camada torna-se inferior a do ponto de orvalho inicial o fenômeno acontece. Um nevoeiro de forte intensidade foi registrado em Londrina no dia 19 correlacionado com o recuo da frente polar atlântica. Nesse dia os ventos tinham direção predominante de leste e velocidade de 1,9 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, a umidade relativa do ar era de 82,9% e a temperatura média de 16,6°C. Estas características permitem dizer que esse nevoeiro é de gênese post-frontal. Figura nº 13 - Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros registrados em Londrina - PR no outono e inverno de 2000. Junho Agosto 740,0 735,0 Pressão (mb) 730,0 725,0 720,0 715,0 Legenda 710,0 705,0 Vento Velocidade (m/s) Umidade Relativa (%) 0 700,0 0,1 a 2 2,1 a 3 3,1 a 4 Nebulosidade (Décimos) 0-2 3-4 100,0 95,0 90,0 85,0 80,0 75,0 70,0 65,0 60,0 55,0 5-6 7-8 6 7 18 19 25 26 27 28 16 17 30 31 6 7 18 19 25 26 27 28 16 17 30 31 6 7 18 19 25 26 27 28 16 17 30 31 6 7 18 19 25 26 27 28 16 17 30 31 E NE N E N W N NE 6 7 18 19 25 26 27 28 SE E NE NE 16 17 30 31 6 7 18 19 25 26 27 28 16 17 30 31 6 7 18 19 25 26 27 28 16 17 30 31 6 7 18 19 25 26 27 28 16 17 30 31 35 9 - 10 30 Sistemas Tropicais Tropical Atlântica Equatorial Continental Sistemas Polares Temperatura (°C) Sistemas Atmosféricos 25 20 15 10 Polar Atlântica (PA) Polar Tropicalizada 5 0 Sistemas Frontais Frente Polar Atlântica Repercussão da Frente PA 90 Recuo da Frente PA 80 Frente PA Estacionária Sistemas Individualizados Linha de Instabilidade tropical Nevoeiros Precipitação (mm) Frente PA em Dissipação 70 60 50 40 30 20 10 Sem ocorrência de nevoeiros 0 Nevoeiro fraco Nevoeiro moderado Nevoeiro forte NW NE E SW S Direção Nebulosidade Direção N W Vento Velocidade Sistemas Atmosféricos SE Nevoeiros Fonte: Dados climáticos da estação agrometeorológica do IAPAR 96 No dia 26 foi registrada a ocorrência de um nevoeiro moderado sob a influência de uma instabilidade tropical, a direção predominante dos ventos era de oeste com velocidade de 1,2 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, a umidade relativa do ar era de 86,8% e a temperatura média de 18,9 °C. Diante desta situação sinótica esse nevoeiro é de origem pré-frontal, pois a instabilidade tropical ocorre associada a uma frente, introduzindo umidade no ar, provocando a condensação do vapor d’água nele existente e a precipitação. As gotas de chuva, provenientes do ar quente superior, estão mais aquecidas que a camada de ar frio superficial sob a frente; assim, a precipitação do ar quente invasor se evapora quando desce através do ar frio e o satura, formando o nevoeiro. Já no dia 27 foi registrado um nevoeiro forte ainda correlacionado com o domínio meteorológico da instabilidade tropical, com ventos de direção norte e de velocidade de 2,0 m/s, o céu estava encoberto, com precipitação de 20,8 mm, com umidade relativa do ar em 80,2% e a temperatura média de 19,9°C, conforme os dados apresentados e a confrontação com a bibliografia consultada esse nevoeiro é de origem préfrontal. No dia 28 ocorreu outro nevoeiro de forte intensidade, mas agora Londrina estava, sob a influência da massa tropical atlântica, com o predomínio de ventos de nordeste com velocidade de 1,6 m/s, o céu estava limpo, a umidade relativa do ar era de 56,2% e a temperatura média do ar de 20,7°C, caracterizando um nevoeiro de advecção. 97 - AGOSTO: No dia 17 Londrina esteve sob a influência de uma instabilidade tropical que propiciou a formação de um nevoeiro de forte intensidade. Nesse dia os ventos eram de direção leste com velocidade de 3,6 m/s, o céu estava encoberto, a umidade relativa do ar era de 92% e a temperatura média de 15,7°C, caracterizando um nevoeiro pré-frontal. Um nevoeiro de forte intensidade foi registrado em Londrina no dia 31 correlacionado com a repercussão da frente polar atlântica. Nesse dia os ventos tinham direção predominante de nordeste e velocidade de 3,3 m/s, o céu estava encoberto, a umidade relativa do ar era de 96,8%, as precipitações foram de 7mm e a temperatura média de 16,7°C, permitindo identificar esse nevoeiro como pré-frontal. Figura 14, gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros registrados em Londrina-Pr durante o outono e inverno de 2001. - MAIO: No dia 10 ocorreu nevoeiro de forte intensidade em Londrina sob a influência da repercussão da frente polar atlântica, com predomínio de ventos de oeste e velocidade de 0,9 m/s, o céu estava encoberto, a umidade relativa do ar em 79,7% e a temperatura média em 21,1°C, gerando um nevoeiro pré-frontal. Figura nº 14 - Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros registrados em Londrina - PR no outono e inverno de 2001. Junho Maio Agosto Set 740,0 735,0 Pressão (mb) 730,0 725,0 720,0 715,0 Legenda 710,0 705,0 Vento Velocidade (m/s) Umidade Relativa (%) 0 700,0 0,1 a 2 2,1 a 3 3,1 a 4 Nebulosidade (Décimos) 0-2 3-4 9 10 22 23 28 29 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 29 30 23 24 25 26 27 24 25 9 10 22 23 28 29 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 29 30 23 24 25 26 27 24 25 9 10 22 23 28 29 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 29 30 23 24 25 26 27 24 25 9 10 22 23 28 29 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 29 30 23 24 25 26 27 24 25 W NE E N W 9 10 22 23 28 29 NE W N E 5 6 7 8 E E SE E E W W E E 9 10 11 12 13 14 15 29 30 E NE E NE E 23 24 25 26 27 E NE 24 25 9 10 22 23 28 29 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 29 30 23 24 25 26 27 24 25 9 10 22 23 28 29 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 29 30 23 24 25 26 27 24 25 9 10 22 23 28 29 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 29 30 23 24 25 26 27 24 25 100,0 95,0 90,0 85,0 80,0 75,0 70,0 65,0 60,0 55,0 5-6 7-8 35 9 - 10 30 Sistemas Tropicais Tropical Atlântica Equatorial Continental Sistemas Polares Temperatura (°C) Sistemas Atmosféricos 25 20 15 10 Polar Atlântica (PA) Polar Tropicalizada 5 0 Sistemas Frontais Frente Polar Atlântica Repercussão da Frente PA 90 Recuo da Frente PA 80 Frente PA Estacionária Sistemas Individualizados Linha de Instabilidade tropical Nevoeiros Precipitação (mm) Frente PA em Dissipação 70 60 50 40 30 20 10 Sem ocorrência de nevoeiros 0 Nevoeiro fraco Nevoeiro moderado Nevoeiro forte Vento Velocidade Direção SW Nebulosidade NW Direção N NE Sistemas Atmosféricos E W SW S SE Nevoeiros Fonte: Dados climáticos da estação agrometeorológica do IAPAR 99 No dia 23 Londrina também esteve sob a influência da repercussão da frente polar atlântica que propiciou a formação de um nevoeiro de forte intensidade. Nesse dia os ventos eram de direção leste com velocidade de 1,4 m/s, o céu estava encoberto, as precipitações foram de 9,0 mm, a umidade relativa do ar era de 86,4% e a temperatura média do ar era de 17,3°C, caracterizando mais um nevoeiro pré-frontal. Um nevoeiro de forte intensidade foi registrado em Londrina no dia 29 correlacionado com a ocorrência de uma instabilidade tropical. Nesse dia os ventos tinham direção predominante de oeste e velocidade de 1,3 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, a umidade relativa do ar era de 83,3% e a temperatura média de 19,8°C, permitindo identificar esse nevoeiro também como pré-frontal. - JUNHO: No dia 6 ocorreu um nevoeiro forte sob a influência da massa tropical atlântica com predomínio dos ventos de oeste e velocidade de 1,4 m/s, o céu estava limpo, a umidade relativa do ar era de 80,8% e a temperatura média do ar de 22,2°C, que gerou um nevoeiro de advecção. No dia 8 foi registrada a ocorrência de um nevoeiro moderado sob influência de uma instabilidade tropical, a direção predominante dos ventos era de leste com velocidade de 1,6 m/s, o céu estava encoberto, a umidade relativa do ar em 84,8% e a temperatura média de 19,1 °C, pelo fato das instabilidades tropicais estarem associadas à aproximação de uma frente fria identifica-se que esse nevoeiro é de origem pré-frontal pois a frente vem introduzindo umidade no ar, provocando a condensação do vapor d’água nele existente e a precipitação. As gotas de chuva, provenientes do ar quente 100 superior, estão mais aquecidas que a camada de ar frio superficial sob a frente; assim, a precipitação do ar quente invasor se evapora quando desce através do ar frio e o satura, formando o nevoeiro. No dia 9 ocorreu um nevoeiro de forte intensidade, também sob a influência de mais uma instabilidade tropical, com o predomínio de ventos de leste e velocidade de 1,8 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, a umidade relativa do ar era de 84,1% e a temperatura média de 19°C, propiciando a formação de outro nevoeiro pré-frontal. No dia seguinte (10/06) ocorreu um nevoeiro de forte intensidade também sob a influência da instabilidade tropical, quando predominavam ventos de leste com velocidade de 1,4 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, a umidade relativa do ar era de 73,1% e a temperatura média do ar de 18,4°C, propiciando a formação de outro nevoeiro pré-frontal. Sob a influência da massa tropical atlântica, no dia 14 foi registrada a ocorrência de um nevoeiro moderado em Londrina. Neste dia predominavam ventos de oeste com velocidade de 1,3 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, a umidade relativa do ar era de 74,7% e as temperaturas médias de 18,8°C, que propiciaram a formação de um nevoeiro de advecção. No dia seguinte (15/06) deflagrou-se em Londrina outro nevoeiro, mas dessa vez foi identificado como forte pelo Iapar e associado à influência da repercussão da frente polar atlântica, quando os ventos eram de oeste com velocidade de 1,1 m/s, a umidade relativa do ar era de 69,1% e a temperatura média do ar de 19,7 °C, caracterizando um nevoeiro pré-frontal. 101 Sob a influência da massa polar atlântica, no dia 30 foi registrada a ocorrência de um nevoeiro forte em Londrina. Neste dia predominavam ventos de leste com velocidade de 1,8 m/s, o céu estava limpo, a umidade relativa do ar era de 76,6% e as temperaturas médias de 15,3°C; caracterizando um nevoeiro de radiação, pois o deslocamento do ar quente e úmido sobre uma superfície de terra ou água mais fria onde, por condução o ar vai perdendo calor para a superfície que se arrefece de baixo para cima propiciando a formação de uma camada estável justaposta à superfície, assim que a temperatura dessa camada torna-se inferior a do ponto de orvalho inicial o fenômeno acontece. - AGOSTO: No dia 24 foi registrado um nevoeiro forte correlacionado com o recuo da frente polar atlântica, quando predominava ventos de nordeste com velocidade de 2,3 m/s, o céu estava encoberto, as precipitações registradas foram de 3,0 mm, com umidade relativa do ar de 94,5% e temperatura média de 16,4°C, identificando o nevoeiro como post-frontal. No dia 25 também ocorreu um nevoeiro de forte intensidade em Londrina, que estava sob a influência de uma instabilidade tropical, quando predominava ventos de leste com velocidade de 1,7 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, com precipitação de 9,6 mm, a umidade relativa do ar era de 88% e a temperatura média do ar de 17,6°C, propiciando a formação de um nevoeiro pré-frontal. No dia 27 foi registrado um nevoeiro de moderada intensidade correlacionado com a repercussão da frente polar atlântica. Nesse dia Londrina estava sob o predomínio de ventos de leste com velocidade de 1,5 m/s, a 102 umidade relativa do ar era de 85,5% e a temperatura média de 18,4 °C, caracterizando mais um nevoeiro de origem pré-frontal. - SETEMBRO: No dia 25 deflagrou-se em Londrina outro nevoeiro forte associado atuação da uma instabilidade tropical, com ventos predominantes de nordeste e velocidade de 2,4 m/s, com precipitações de 1,0 mm, umidade relativa do ar de 95,4% e temperatura média do ar de 19,7 °C, gerando outro nevoeiro pré-frontal. Episódios de nevoeiros registrados em Londrina-Pr no outono e inverno de 2002. (figura 15) - MAIO: Um nevoeiro de forte intensidade foi registrado no dia 1, quando Londrina estava sob a atuação do recuo da frente polar atlântica, com ventos de direção oeste e velocidade de 1,3 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, a umidade relativa do ar era de 66,2 % e a temperatura média de 21,9°C, possibilitando a formação do nevoeiro post-frontal. No dia 16 Londrina esteve sob a influência de uma instabilidade tropical que propiciou a formação de um nevoeiro de forte intensidade. Nesse dia os ventos eram de direção norte com velocidade de 2,4 m/s, o céu estava encoberto e foram registrados 5,0 mm de precipitações, a umidade relativa do ar era de 97,2% e a temperatura média de 18,9°C, caracterizando um nevoeiro de origem pré-frontal. Figura nº 15 - Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros registrados em Londrina - PR no outono e inverno de 2002. Abril Maio Junho Julho 740,0 735,0 Pressão (mb) 730,0 725,0 720,0 715,0 Legenda 710,0 705,0 Vento Velocidade (m/s) Umidade Relativa (%) 0 0,1 a 2 2,1 a 3 3,1 a 4 Nebulosidade (Décimos) 0-2 3-4 700,0 30 1 15 16 28 29 17 18 8 9 10 11 12 13 14 15 23 24 100,0 95,0 90,0 85,0 80,0 75,0 70,0 65,0 60,0 55,0 30 1 15 16 28 29 17 18 8 9 10 11 12 13 14 15 23 24 0 30 1 15 16 28 29 17 18 8 9 10 11 12 13 14 15 23 24 1 15 16 28 29 17 18 8 9 10 11 12 13 14 15 23 24 30 W N N NE W 1 15 16 28 29 SE W 17 18 W SW NE W E W SW S N SE 8 9 10 11 12 13 14 15 23 24 30 1 15 16 28 29 17 18 8 9 10 11 12 13 14 15 23 24 30 1 15 16 28 29 17 18 8 9 10 11 12 13 14 15 23 24 30 1 15 16 28 29 17 18 8 9 10 11 12 13 14 15 23 24 5-6 7-8 35 9 - 10 30 Sistemas Tropicais Tropical Atlântica Equatorial Continental Sistemas Polares Temperatura (°C) Sistemas Atmosféricos 25 20 15 10 Polar Atlântica (PA) Polar Tropicalizada 5 Sistemas Frontais Frente Polar Atlântica Repercussão da Frente PA 90 Recuo da Frente PA 80 Frente PA Estacionária Sistemas Individualizados Linha de Instabilidade tropical Nevoeiros Precipitação (mm) Frente PA em Dissipação 70 60 50 40 30 20 10 Sem ocorrência de nevoeiros Nevoeiro fraco Nevoeiro moderado 0 30 Vento Velocidade Direção NW Nevoeiro forte Nebulosidade NW Direção N NE Sistemas Atmosféricos E W SW S SE Nevoeiros Fonte: Dados climáticos da estação agrometeorológica do IAPAR 104 Sob a influência da repercussão da frente polar atlântica, no dia 29 foi registrada a ocorrência de um nevoeiro de forte intensidade em Londrina. Quando predominavam ventos de oeste com velocidade de 1,7 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, com a umidade relativa do ar em 71,7% e as temperaturas médias em 17,5°C, devido a essas condições atmosféricas e conforme os dados bibliográficos consultados, esse nevoeiro é de origem préfrontal. - JUNHO: No dia 18 foi registrado um nevoeiro de forte intensidade sob a influência da frente polar atlântica, quando a direção predominante dos ventos era de oeste com velocidades de 1,9 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, a umidade relativa do ar era de 68,4% e a temperatura média de 19,8°C, propiciando a formação de um nevoeiro frontal. - JULHO: No dia 9 ocorreu um nevoeiro de forte intensidade sob a influência da massa polar atlântica, com o predomínio de ventos de sudoeste e velocidade de 1,1 m/s, a umidade relativa do ar era de 65,7% e a temperatura média de 11,6 °C, caracterizando um nevoeiro de radiação. Sob a atuação do recuo da frente polar atlântica, no dia 13 foi registrado um nevoeiro de forte intensidade em Londrina que apresentava ventos de oeste com velocidade de 1,7m/s, o céu estava limpo, a umidade relativa do ar era de 76,4% e a temperatura média de 13,5°C, gerando um nevoeiro post-frontal. No dia 15 ocorreu um nevoeiro de forte intensidade sob a influência da massa polar atlântica, com predomínio de ventos de direção sul 105 com velocidade de 1,1 m/s, o céu estava limpo, a umidade relativa do ar era de 63,6% e a temperatura média de 15,3°C, formando um nevoeiro de radiação. Sob a influência da massa polar atlântica, no dia 24, também foi registrada a ocorrência de um nevoeiro forte em Londrina. Neste dia predominavam ventos de sudeste com velocidade de 1,6 m/s, o céu estava limpo, a umidade relativa do ar era de 69,5% e as temperaturas médias de 18,9°C; devido a essas condições atmosféricas esse nevoeiro também é caracterizado como de radiação. Análise genética dos episódios de nevoeiros registrados em Londrina-Pr no outono e inverno do ano de 2003. (figura 16) - JUNHO: No dia 4 Londrina esteve sob a influência da frente polar atlântica que propiciou a formação de um nevoeiro de forte intensidade. Nesse dia os ventos eram de direção sudoeste com velocidade de 1,8 m/s, o céu estava encoberto, houve registro de precipitação de 12,5 mm, a umidade relativa do ar era de 94,8% e a temperatura média de 18,2°C, caracterizando um nevoeiro de origem frontal. Figura nº 16 - Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros registrados em Londrina - PR no outono e inverno de 2003. Junho 740,0 Julho Set 735,0 Pressão (mb) 730,0 725,0 720,0 715,0 Legenda 710,0 705,0 Vento Velocidade (m/s) Umidade Relativa (%) 0 700,0 0,1 a 2 2,1 a 3 3,1 a 4 Nebulosidade (Décimos) 0-2 3-4 100,0 95,0 90,0 85,0 80,0 75,0 70,0 65,0 60,0 55,0 5-6 7-8 3 4 5 6 7 1 2 3 9 10 17 18 8 9 3 4 5 6 7 1 2 3 9 10 17 18 8 9 3 4 5 6 7 1 2 3 9 10 17 18 8 9 3 4 5 6 7 1 2 3 9 10 17 18 8 9 35 9 - 10 30 Sistemas Tropicais Tropical Atlântica Equatorial Continental Sistemas Polares Temperatura (°C) Sistemas Atmosféricos 25 20 15 10 Polar Atlântica (PA) Polar Tropicalizada 5 0 Sistemas Frontais Frente Polar Atlântica Repercussão da Frente PA 90 Recuo da Frente PA 80 Frente PA Estacionária Sistemas Individualizados Linha de Instabilidade tropical Nevoeiros Precipitação (mm) Frente PA em Dissipação 70 60 50 40 30 20 10 Sem ocorrência de nevoeiros 0 Nevoeiro fraco Nevoeiro moderado Nevoeiro forte Vento Velocidade Direção NESW NE NE NE 3 4 5 6 7 E NWNE N SW SE E 1 2 3 9 10 17 18 3 4 5 6 7 1 2 3 9 10 17 18 8 9 3 4 5 6 7 1 2 3 9 10 17 18 8 9 3 4 5 6 7 1 2 3 9 10 17 18 8 9 NE NE 8 9 Nebulosidade NW Direção N NE Sistemas Atmosféricos E W SW S SE Nevoeiros Fonte: Dados climáticos da estação agrometeorológica do IAPAR 107 Sob a influência da massa de ar polar atlântica, no dia 5 foi registrada a ocorrência de um nevoeiro de moderada intensidade em Londrina, quando predominavam ventos de nordeste com velocidade de 1,5 m/s, o céu estava encoberto, com as precipitações de 13,4 mm, a umidade relativa do ar de 98,4% e as temperaturas médias de 17,3°C, devido a essas condições atmosféricas e conforme os dados bibliográficos esse nevoeiro é de advecção, pois o céu estava encoberto e este tipo de nevoeiro surge quando o ar frio escoa sobre uma superfície fria (solo ou água). Por condução o ar vai perdendo calor para a superfície que se arrefece de baixo para cima, propiciando a formação de uma camada estável justaposta à superfície. No dia 6 foi registrado um nevoeiro de forte intensidade sob a influência do recuo da frente polar atlântica, quando a direção predominante dos ventos era de nordeste, a velocidade dos ventos de 1,4 m/s o céu estava encoberto, houve registro de 3,4 mm de precipitações, a umidade relativa do ar era de 86,7% e a temperatura média de 21,5°C, propiciando a formação de um nevoeiro post-frontal. No dia 7 ocorreu um nevoeiro de forte intensidade sob a influência de uma instabilidade tropical, os ventos predominantes em Londrina eram de direção nordeste e velocidade de 1,0 m/s, a umidade relativa do ar era de 81,3% e a temperatura média 21,3 °C, caracterizando um nevoeiro préfrontal. - JULHO: Sob a atuação da massa tropical atlântica, no dia 2 foi registrado um nevoeiro de forte intensidade em Londrina, que apresentava 108 ventos de noroeste com velocidade de 1,5m/s, umidade relativa do ar de 66,6% e temperatura média de 17,3°C, gerando um nevoeiro de advecção. No dia seguinte (03/07) ocorreu nevoeiro de forte intensidade também sob a influência da massa tropical atlântica, com predomínio de ventos de nordeste e velocidade de 1,4 m/s, o céu estava limpo, a umidade relativa do ar de 70,9 % e a temperatura média de 16,7°C, portanto outro nevoeiro de advecção. Um nevoeiro de forte intensidade foi registrado em Londrina no dia 10 correlacionado com a atuação da frente polar atlântica, que propiciou ventos de direção sudoeste, com velocidade de 1,5 m/s, o céu estava encoberto, precipitações de 14,8 mm, a umidade relativa do ar era de 97% e a temperatura média de 16°C, gerando um nevoeiro frontal. Outro nevoeiro de forte intensidade foi registrado no dia 18, quando Londrina estava sob a atuação da massa polar atlântica, com ventos de direção de sudeste e velocidade de 1,8 m/s, umidade relativa do ar de 83,8% e a temperatura média de 17°C, propiciando a formação do nevoeiro de radiação. - SETEMBRO: No dia 9 Londrina esteve sob a influência da frente polar atlântica que propiciou a formação de um nevoeiro de forte intensidade. Nesse dia os ventos eram de direção nordeste, com velocidade de 1,5 m/s, o céu estava encoberto, precipitações de 15,8mm, a umidade relativa do ar era de 91,4% e a temperatura média de 19,3°C, caracterizando um nevoeiro de origem frontal. 109 Análise rítmica dos episódios de nevoeiros registrados em Londrina-Pr no outono e inverno do ano de 2004 (figura 17). - ABRIL: No dia 4 foi registrado um nevoeiro forte correlacionado com a influência da massa tropical atlântica e o predomínio dos ventos de sudoeste, com velocidade de 1,3 m/s, o céu estava encoberto, com umidade relativa do ar de 70,6 % e temperatura média de 23,3°C, gerando o nevoeiro de advecção. - MAIO: No dia 4 ocorreu um nevoeiro de forte intensidade em Londrina sob a influência da frente polar atlântica, com predomínio de ventos de direção norte e velocidade de 2,2 m/s, o céu estava encoberto, com precipitações de 7,8 mm, com a umidade relativa do ar de 83,6% e a temperatura média de 20,5 °C, ocasionando um nevoeiro frontal. No dia 23 foi registrado outro nevoeiro de forte intensidade em Londrina, que estava sob a influência de uma instabilidade tropical, com ventos predominantes de sudeste e velocidade de 1,5 m/s, o céu estava totalmente encoberto, as precipitações foram de 1,2 mm, a umidade relativa do ar era de 97,9% e a temperatura média de 16 °C, propiciando a formação de um nevoeiro pré-frontal. No dia seguinte (24/05) foi registrada a ocorrência de um nevoeiro forte ainda sob a influência da instabilidade tropical, quando a direção predominante dos ventos era de leste com velocidade de 1,5m/s, o céu mantinha-se encoberto, com as precipitações de 13,6 mm, umidade relativa do ar de 96,9% e a temperatura média de 16 °C, contribuindo para a formação de mais um nevoeiro pré-frontal. Figura nº 17 - Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros registrados em Londrina - PR no outono e inverno de 2004. 740,0 Abril Julho Junho Maio 735,0 Pressão (mb) 730,0 725,0 720,0 715,0 Legenda 710,0 705,0 Vento Velocidade (m/s) Umidade Relativa (%) 0 700,0 0,1 a 2 2,1 a 3 3,1 a 4 Nebulosidade (Décimos) 0-2 3-4 100,0 95,0 90,0 85,0 80,0 75,0 70,0 65,0 60,0 55,0 5-6 7-8 3 4 3 4 22 23 24 25 26 27 31 1 2 3 10 11 16 17 27 28 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 3 4 3 4 22 23 24 25 26 27 31 1 2 3 10 11 16 17 27 28 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 3 4 3 4 22 23 24 25 26 27 31 1 2 3 10 11 16 17 27 28 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 3 4 3 4 22 23 24 25 26 27 31 1 2 3 10 11 16 17 27 28 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 35 9 - 10 30 Sistemas Tropicais Tropical Atlântica Equatorial Continental Sistemas Polares Temperatura (°C) Sistemas Atmosféricos 25 20 15 10 Polar Atlântica (PA) Polar Tropicalizada 5 0 Sistemas Frontais Frente Polar Atlântica Repercussão da Frente PA 90 Recuo da Frente PA 80 Frente PA Estacionária Sistemas Individualizados Linha de Instabilidade tropical Nevoeiros Precipitação (mm) Frente PA em Dissipação 70 60 50 40 30 20 10 Sem ocorrência de nevoeiros Nevoeiro fraco Nevoeiro moderado 0 Vento Velocidade Direção Nevoeiro forte N SE 3 4 SW N SE SE E SE SWSWSW 3 4 22 23 24 25 26 27 31 E SE SE E NE NE NE E SW 1 2 3 10 11 16 17 27 28 NESW NENW W SE E N NENWSW E SE NE NE 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Nebulosidade NW Direção N NE SW S SE 4 3 4 22 23 24 25 26 27 31 1 2 3 10 11 16 17 27 28 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 3 4 3 4 22 23 24 25 26 27 31 1 2 3 10 11 16 17 27 28 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 3 4 3 4 22 23 24 25 26 27 31 1 2 3 10 11 16 17 27 28 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Sistemas Atmosféricos E W 3 Nevoeiros Fonte: Dados climáticos da estação agrometeorológica do IAPAR 111 No dia 27 ocorreu um nevoeiro de forte intensidade sob a influência da massa polar atlântica, com ventos predominantes de sudoeste e velocidade de 2,8 m/s, a umidade relativa do ar era de 74,1% e a temperatura média do ar de 11,9 °C, caracterizando um nevoeiro de radiação. - JUNHO: A atuação do recuo da frente polar atlântica em Londrina no dia primeiro propiciou a formação de um nevoeiro de forte intensidade associado sob ventos de leste e velocidade de 1,7 m/s, o céu estava encoberto, com precipitações de 16,8mm, a umidade relativa do ar era de 88,4 % e a temperatura média de 16,2°C, essa situação sinótica propiciou a formação de um nevoeiro post-frontal. No dia 2 ocorreu outro nevoeiro de forte intensidade, mas agora Londrina estava sob a influência da frente polar atlântica, com ventos de sudeste e velocidade de 0,9 m/s, o céu estava encoberto, houve precipitações de 2,2mm, a umidade relativa do ar era de 96,5% e a temperatura média de 14,6°C, gerando um nevoeiro frontal. No dia 3 aconteceu mais um nevoeiro de forte intensidade quando, Londrina ainda estava sob a influência da frente polar atlântica, com ventos de direção predominante de sudeste e velocidade de 0,8 m/s, o céu estava encoberto, as precipitações foram de 14,4 mm, a umidade relativa do ar era de 83,4 %, as temperaturas médias de 15,2 °C, configurando mais um nevoeiro frontal. Sob a atuação de uma nova frente polar atlântica no dia 11, em Londrina, foi registrado um nevoeiro de forte intensidade, os ventos eram de nordeste com velocidade de 2,1 m/s, precipitações de 14,8 mm, a umidade 112 relativa do ar de 96,7% e a temperatura média de 18,9 °C, gerando um nevoeiro frontal. No dia 17 ocorreu um nevoeiro de forte intensidade sob a influência da repercussão da frente polar atlântica em Londrina, quando a direção predominante dos ventos era de nordeste, com velocidade de 1,7 m/s, a umidade relativa do ar era de 71,9% e a temperatura média do ar de 17,8 °C, caracterizando um nevoeiro pré-frontal. No dia 28 também foi registrada a ocorrência de um nevoeiro forte sob a influência da repercussão da frente polar atlântica em Londrina, quando a direção predominante dos ventos era de sudoeste, com velocidade de 1,0m/s, o céu estava encoberto, precipitações de 1,2 mm, a umidade relativa do ar em 95,1% e a temperatura média em 17,1 °C. Portanto, um nevoeiro de origem pré-frontal. - JULHO: No dia 2 ocorreu um nevoeiro de forte intensidade em Londrina, sob a influência da repercussão da frente polar atlântica, com ventos de sudoeste e velocidade de 1,4 m/s, o céu estava encoberto, a umidade relativa do ar era de 75,8% e a temperatura média do ar de 19,5°C. Conforme estas características esse nevoeiro é identificado como pré-frontal. No dia seguinte (03/07) foi registrada a ocorrência de outro nevoeiro de forte intensidade em Londrina, que estava sob a atuação da massa tropical atlântica, com predomínio de ventos de nordeste e velocidade de 1,4 m/s, o céu estava limpo, a umidade relativa do ar era de 76,6% e a temperatura média de 19°C, podendo identificá-lo como um nevoeiro de advecção. 113 Um nevoeiro de forte intensidade foi registrado em Londrina no dia 5 correlacionado com a repercussão da frente polar atlântica. Nesse dia os ventos tinham direção predominante de oeste e velocidade de 1,2 m/s, o céu estava encoberto, a umidade relativa do ar era de 91,4% e a temperatura média de 18,8°C. Estas características permitem dizer que esse nevoeiro é de gênese pré-frontal. No dia 6 ocorreu um nevoeiro forte sob a influência da frente polar atlântica, com o predomínio dos ventos de sudeste e velocidade de 1,5 m/s, o céu estava encoberto, foram registradas precipitações de 17,5 mm a umidade relativa do ar era de 88,6% e a temperatura média do ar de 18,2°C. Portanto, esse também é um nevoeiro de origem frontal. No dia 7 também foi registrado um nevoeiro forte sob a influência da massa polar atlântica quando a direção predominante dos ventos em Londrina era de leste, com velocidade de 1,1m/s, o céu estava parcialmente encoberto, a umidade relativa do ar em 85,4% e a temperatura média em 19,2 °C, gerando um nevoeiro de radiação. No dia 9 ocorreu outro nevoeiro de forte intensidade em Londrina, que estava sob a influência da frente polar atlântica, com ventos predominantes de nordeste e velocidade de 1,7 m/s, o céu estava encoberto, as precipitações foram de 4,9 mm, a umidade relativa do ar de 85,6% e a temperatura média de 17,5°C, gerando um nevoeiro frontal. No dia seguinte (10/07) ocorreu mais um nevoeiro de forte intensidade, também sob a influência da frente polar atlântica, quando predominavam ventos de noroeste com velocidade de 1,6 m/s, o céu estava encoberto, foram registradas precipitações de 17,5 mm, a umidade relativa do 114 ar era de 93,8% e a temperatura média de 15,9°C, caracterizando mais um nevoeiro frontal. Sob a influência de uma nova frente polar atlântica, foi registrada a ocorrência de um nevoeiro forte em Londrina no dia 11. Neste dia predominavam ventos de sudoeste com velocidade de 2,2 m/s, o céu estava limpo, mas foram registradas precipitações de 6,5 mm, a umidade relativa do ar era de 77,3% e as temperaturas médias de 12,1°C, propiciando outro nevoeiro frontal. No dia seguinte (12/07) deflagrou-se em Londrina outro nevoeiro forte, associado à influência da massa polar atlântica, com ventos predominantes de leste e velocidade de 3,0 m/s, com umidade relativa do ar de 76,6% e temperatura média de 14,9 °C, propiciando a formação de um nevoeiro de radiação. Sob a influência da repercussão da frente polar atlântica foi registrada a ocorrência de um nevoeiro forte em Londrina no dia 14. Neste dia predominavam ventos de nordeste, com velocidade de 1,9 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, as precipitações foram de 7,4mm, a umidade relativa do ar era de 83,4% e as temperaturas médias de 19,8°C, ocasionando um nevoeiro pré-frontal. Outro nevoeiro de forte intensidade foi verificado no dia 15, quando Londrina estava sob a atuação de uma instabilidade tropical, com ventos de direção nordeste e velocidade de 1,5 m/s, umidade relativa do ar de 73,9% e a temperatura média de 19,8°C, característica sinótica que permite afirmar a origem pré-frontal do respectivo nevoeiro. 115 Caracterização genética dos episódios de nevoeiros registrados em Londrina/PR no outono e inverno de 2005 (figura 18). - ABRIL: Em Londrina, no dia 29, foi registrado um nevoeiro de forte intensidade devido à atuação da massa tropical atlântica, com ventos predominantes de leste e velocidade de 1,6 m/s, o céu estava encoberto, houve precipitações de 4,8 mm, a umidade relativa do ar era de 90,7% e a temperatura média de 16,7°C, gerando um nevoeiro de advecção. - MAIO: No dia 1 foi registrado um nevoeiro de forte intensidade correlacionado com o recuo da frente polar atlântica, que deflagrou ventos de direção predominante de sudeste e velocidade de 2,3 m/s, o céu estava limpo, a umidade relativa do ar era de 63,5% e a temperatura média de 17,7 °C, possibilitando a formação de um nevoeiro post-frontal. - JUNHO: Um nevoeiro de forte intensidade foi verificado no dia 1, quando Londrina estava sob a atuação da massa de ar tropical atlântica, com ventos de direção de leste e velocidade de 2,4 m/s, a umidade relativa do ar era de 79,8% e a temperatura média de 19,7°C, ocasionando um nevoeiro de advecção. Figura nº18 - Gráfico de análise rítmica dos episódios dos nevoeiros registrados em Londrina - PR no outono e inverno de 2005. 740,0 Abril Maio Junho Julho 735,0 Pressão (mb) 730,0 725,0 720,0 715,0 Legenda 710,0 705,0 Vento Velocidade (m/s) 0,1 a 2 2,1 a 3 3,1 a 4 Acima de 4 Nebulosidade (Décimos) 0-2 3-4 Umidade Relativa (%) 0 700,0 28 29 30 1 31 1 17 18 19 25 26 27 28 29 30 1 2 8 9 10 11 28 29 30 1 31 1 17 18 19 25 26 27 28 29 30 1 2 8 9 10 11 28 29 30 1 31 1 17 18 19 25 26 27 28 29 30 1 2 8 9 10 11 28 29 30 1 31 1 17 18 19 25 26 27 28 29 30 1 2 8 9 10 11 E E SW 28 29 30 SE SE 1 31 E W NW NESW NE NE NE NESW 1 17 18 19 25 26 27 28 29 30 E W E E E E 1 2 8 9 10 11 28 29 30 1 31 1 17 18 19 25 26 27 28 29 30 1 2 8 9 10 11 28 29 30 1 31 1 17 18 19 25 26 27 28 29 30 1 2 8 9 10 11 28 29 30 1 31 1 17 18 19 25 26 27 28 29 30 1 2 8 9 10 11 100,0 95,0 90,0 85,0 80,0 75,0 70,0 65,0 60,0 55,0 5-6 7-8 35 9 - 10 30 Sistemas Tropicais Tropical Atlântica Equatorial Continental Sistemas Polares Temperatura (°C) Sistemas Atmosféricos 25 20 15 10 Polar Atlântica (PA) Polar Tropicalizada 5 0 Sistemas Frontais Frente Polar Atlântica Repercussão da Frente PA 90 Recuo da Frente PA 80 Frente PA Estacionária Sistemas Individualizados Linha de Instabilidade tropical Nevoeiros Precipitação (mm) Frente PA em Dissipação 70 60 50 40 30 20 10 Sem ocorrência de nevoeiros Nevoeiro fraco Nevoeiro moderado 0 Vento Velocidade Direção Nevoeiro forte Nebulosidade NW Direção N Sistemas NE Atmosféricos E W SW S SE Nevoeiros Fonte: Dados climáticos da estação agrometeorológica do IAPAR 117 No dia 18 foi registrada a ocorrência de um nevoeiro forte sob a influência da repercussão da frente polar atlântica, quando os ventos apresentavam direção predominante de noroeste, com velocidade de 2,1 m/s, o céu estava encoberto, com precipitações de 14,8 mm, umidade relativa do ar de 94,7 % e a temperatura média de 17,1 °C, originando um nevoeiro préfrontal. A atuação da frente polar atlântica em Londrina no dia 19 propiciou a formação de outro nevoeiro de forte intensidade, com ventos de nordeste e velocidade de 0,7 m/s, o céu estava encoberto, a umidade relativa do ar era de 89,2 %, as precipitações de 1,0mm e a temperatura média de 19,1°C, ocasionando um nevoeiro frontal. No dia 26, ocorreu em Londrina um nevoeiro de forte intensidade sob a influência da repercussão da frente polar atlântica, com predomínio de ventos de nordeste e velocidade de 1,2 m/s, o céu estava limpo, a umidade relativa do ar de 75,3% e a temperatura média de 17,2°C, permitindo a geração de um nevoeiro pré-frontal. No dia seguinte (27/06) foi registrado outro nevoeiro de forte intensidade correlacionado com a atuação da massa tropical atlântica. Nesse dia, Londrina estava sob o predomínio de ventos de nordeste, com velocidade de 1,5 m/s, o céu estava encoberto, a umidade relativa do ar era de 68,2% e a temperatura média de 17,9 °C, formando um nevoeiro de advecção. No dia 29 foi deflagrado em Londrina outro nevoeiro forte associado à influência da repercussão da frente polar atlântica, com ventos predominantes de nordeste e velocidade de 1,7 m/s, com precipitações de 118 9,8mm, o céu estava encoberto, a umidade relativa em 97,9% e a temperatura média do ar em 18 °C, originando um do nevoeiro pré-frontal. No dia 30 Londrina esteve sob a influência do recuo da frente polar atlântica que propiciou a formação de um nevoeiro de forte intensidade. Nesse dia os ventos eram de direção sudoeste com velocidade de 1,0 m/s, o céu estava parcialmente encoberto, as precipitações foram de 3,5 mm, a umidade relativa do ar de 88% e a temperatura média de 20,3°C, caracterizando um nevoeiro de origem post-frontal. - JULHO: Sob a influência da massa de ar polar atlântica, no dia 2 ocorreu um nevoeiro de forte intensidade em Londrina, quando predominavam ventos de oeste, com velocidade de 1,9 m/s, céu limpo, com a umidade relativa do ar em 78,9% e as temperaturas médias de 20,7°C, geraram um nevoeiro de radiação. Foi registrado outro nevoeiro de forte intensidade no dia 9, quando Londrina estava sob a atuação da massa polar atlântica, com ventos de direção leste e velocidade de 5 m/s, o céu estava limpo, a umidade relativa do ar em 62,8 % e a temperatura média de 14,9°C, permitindo a formação de mais um nevoeiro de radiação. Já no dia 11 foi registrado outro nevoeiro de forte intensidade em Londrina, que estava sob a influência da massa polar atlântica, com a direção predominante dos ventos de leste com velocidade de 2,4 m/s, com céu limpo, a umidade relativa do ar era de 70,2% e a temperatura média de 17°C, gerando novamente um nevoeiro de radiação. 119 CONSIDERAÇÕES FINAIS A aplicação da referida metodologia ao estudo dos nevoeiros ocorridos na cidade de Londrina, no período de 1986 a 2005, revelou-se satisfatória para a análise da ocorrência e freqüência do fenômeno, bem como para a identificação dos tipos de nevoeiros gerados no outono e inverno no período de 1994 a 2005. As análises da variabilidade pluviométrica em Londrina indicam que a distribuição das chuvas é irregular, com períodos de altas precipitações alternados com períodos secos, corroborando com as conclusões que Ladeia havia chegado em 1992, também foram constatadas precipitações elevadas em períodos historicamente mais secos, ou seja, no outono e inverno, demonstrando a ocorrência da umidificação nessas estações, confirmando as idéias de Maack de que o regime pluviométrico tende a ter um período mais concentrado e intenso de chuvas e outro de queda da precipitação, efeitos correlacionados ao processo de desmatamento pelo qual passou a região de Londrina. A partir do período e dos dados analisados identificou-se que os nevoeiros ocorrem com maior freqüência no mês de junho, com 24,08% dos episódios e o mês de novembro, quando a ocorrência dos nevoeiros é menor, com 0,49% do total dos episódios. Foi verificado que os nevoeiros ocorreram em todos os meses do ano, mas foi observada sua maior freqüência nos meses que compreendem o outono e o inverno, relacionada às estações mais 120 frias, não excluindo as outras desde que as condições atmosféricas sejam favoráveis à sua formação. Constatou-se que em Londrina ocorrem nevoeiros de intensidade forte, moderada e fraca, mas em todo o período estudado os de forte intensidade ocorreram em maior quantidade, ou seja, foram registradas 296 ocorrências de nevoeiros de forte intensidade durante o período de 1986 a 2005; sendo que os moderados constituíram 52 episódios e os fracos 60. A síntese dos dados atmosféricos correspondentes aos episódios dos nevoeiros ocorridos em Londrina permitiu a verificação de que a ocorrência desses episódios na cidade está ligada, primeiramente, à influência da repercussão da frente polar Atlântica, associada, em geral, às temperaturas médias variando de 14,5°C a 21,4°C, com umidade relativa do ar entre 69,1% e 97,7%, quando os ventos tinham direção predominante de nordeste e noroeste e a velocidade dos ventos variando entre 0,9m/s e 3,3m/s. Já os nevoeiros ligados à atuação da massa polar Atlântica foram estabelecidos em Londrina quando a temperatura média do ar variava entre 11,6°C e 20,7°C, com os percentuais de umidade relativa do ar entre 62,8% a 98,4%, sendo que a direção dos ventos oscilava predominantemente de sudeste e sudoeste e com velocidades variando entre 1,1m/s a 5m/s. Os dados demonstraram que os nevoeiros instalados em londrina, ligados à ocorrência da frente polar Atlântica, tiveram as temperaturas médias variando entre 12,1°C e 22,5°C, a umidade relativa do ar entre 71,1% e 97,4%, com ventos de velocidade que oscilou entre 0,7m/s a 3,1 m/s. A síntese dos dados atmosféricos associados à ocorrência dos nevoeiros sob a influência da instabilidade tropical no período estudado esteve 121 associada às temperaturas médias que variaram de 11,4°C a 21,3°C, com umidade relativa do ar entre 67% e 98,8% e velocidade dos ventos entre 0,9m/s e 3,6m/s. Os nevoeiros ligados à atuação da massa tropical Atlântica foram registrados quando as temperaturas médias variaram de 16,1°C a 23,3°C em Londrina, com umidade relativa do ar oscilando de 56,2% a 90,7%, com ventos de direções variadas (norte, nordeste, noroeste, oeste, sudoeste e leste) e a velocidade dos ventos entre 1,3m/s a 2,4m/s. Também foram registrados nevoeiros sob a influência do recuo da frente polar Atlântica em Londrina, quando as temperaturas médias estavam entre 13,5°C e 22,1°C, a umidade relativa do ar entre 63,5% e 99,4%, sob ventos de direções variadas, entretanto os nevoeiros ligados a essa gênese não ocorreram quando os ventos tinham direção predominante de sul, mas com velocidades entre 0,9m/s e 2,9m/s. A partir da análise dos gráficos de análise rítmica observou-se que a ocorrência do fenômeno esteve relacionada em maior número sob a influência da frente polar Atlântica (21,42%), seguida da instabilidade tropical (20%), da atuação do recuo da frente polar Atlântica (19,21%), da repercussão da frente polar Atlântica, responsável pela formação de 15% dos nevoeiros registrados em Londrina no período de 1994 a 2005, seguida da massa polar Atlântica (12,85%), da massa tropical Atlântica (10%), da massa equatorial continental e da frente polar Atlântica em dissipação, cada uma delas sendo responsável por 0,71% dos nevoeiros registrados no respectivo período. A análise da gênese meteorológica dos nevoeiros permitiu a identificação de os nevoeiros que têm origem pré-frontal configuram 35% dos 122 episódios registrados em Londrina, no período estudado, estando associados à influência da repercussão da frente polar Atlântica e da instabilidade tropical. Os nevoeiros de origem frontal, sob a atuação da frente polar Atlântica e os post-frontais, relacionados ao recuo da frente polar Atlântica e da frente polar Atlântica em dissipação, congregam cada um 20% do total analisado. Já os nevoeiros de advecção, que ocorrem associados à atuação das massas de ar tropical Atlântica, polar Atlântica e a equatorial continental, constituem 12,14% dos fenômenos analisados. Por último, os nevoeiros de radiação, que se instalam ligados à massa polar Atlântica, representam 11,42% dos episódios. Diante do exposto confirma-se que grande parte dos episódios de nevoeiros registrados em Londrina /PR possui gênese ligada a atuação da frente polar Atlântica e da instabilidade tropical. 123 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALDO, Maria Cleide. Análise da Dinâmica Climática da Bacia Hidrográfica do Rio Ivaí - Pr. 2006. Tese de Doutorado – Faculdade de Ciência e Tecnologia Universidade Estadual Paulista. Presidente Prudente. BOIN, Marcos Norberto. 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Esta é de 09 de julho de 2002 às 12h00min (HMG) horário no meridiano de Greenwich.