Câncer de mama e Quimioterapia

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CENTRO DE ESTUDOS FIRVAL
EDNA INÊS FERNANDES
PATRÍCIA MAURA FAGÁ
ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA NÁUSEA E VÔMITO PÓS
QUIMIOTERAPIA NO CÂNCER DE MAMA
São José dos Campos
2010
2
CENTRO DE ESTUDOS FIRVAL
EDNA INÊS FERNANDES
PATRÍCIA MAURA FAGÁ
ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA NÁUSEA E VÔMITO PÓS
QUIMIOTERAPIA NO CÂNCER DE MAMA
Monografia apresentada à Faculdade de
Educação, Ciência e Tecnologia –
UNISAUDE/CENTRO DE ESTUDOS
FIRVAL – como requisito a conclusão do
Curso de Formação de Especialista em
Acupuntura.
Orientada pela Profª. Dra. Rosilene
Fernandes da Rocha
São José dos Campos
2010
3
Fernandes, Edna Inês; Fagá, Patrícia Maura
Acupuntura no Tratamento da Náusea e Vômito Pós Quimioterapia no Câncer de
Mama
São José dos Campos 2010
39p.
Registro no..............
Orientador: Profa. Dra. Rosilene Fernandes da Rocha
Monografia (graduação) Faculdade de Educação, Ciência e Tecnologia –
UNISAÚDE/CENTRO DE ESTUDOS FIRVAL de São José dos Campos – Curso
de Formação de Especialista em Acupuntura
1- Acupuntura. 2- Câncer de Mama. 3- Quimioterapia. 4- Náusea e Vômito
4
FOLHA DE APROVAÇÃO
A Monografia
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
..........
Elaborada
por..................................................................................................................................
Orientada
por
.......................................................................................................................
(
) aprovada
(
por
) reprovada
pelos membros da Banca Examinadora da Faculdade de Educação, Ciência e
Tecnologia – Unisaúde/CEFirval, com conceito............................................................
São José dos Campos ................de ..................... de 20.....
Nome:.............................................................................................................................
Titulação:........................................................................................................................
Assinatura:......................................................................................................................
Nome:.............................................................................................................................
Titulação:........................................................................................................................
Assinatura:......................................................................................................................
5
EPÍGRAFE
“A nossa missão não é julgar o que é justo ou injusto: é apenas
ajudar”.
Madre Tereza de Calcutá
6
SUMÁRIO
1.
Introdução....................................................................................................... 01
2.
Justificativa.....................................................................................................
05
3.
Objetivo..........................................................................................................
06
4.
Revisão de Literatura.....................................................................................
07
4.1
Acupuntura.....................................................................................................
07
4.2
Mecanismo de Ação da Acupuntura............................................................... 09
4.3
Local de Ação da Acupuntura e seus Pontos................................................. 10
4.4
Tipos de Fibras...............................................................................................
4.5
Câncer de Mama e Quimioterapia.................................................................. 13
4.6
Câncer na Visão da Medicina Tradicional Chinesa (MTC)............................. 18
4.7
Tratamento dos Sintomas Pós Quimioterapia no Câncer de Mama com 21
12
Acupuntura.....................................................................................................
4.8
Fisiopatologia da Náusea e Vômito................................................................
21
4.9
Acupuntura na Prevenção e Tratamento de Náuseas e Vômitos..................
23
4.10
Pontos Situados sobre Nervos Periféricos.....................................................
25
4.10.1 Pontos Situados na Parede Abdominal..........................................................
28
4.10.2 Pontos Shu dorsais........................................................................................
31
5.
Discussão.......................................................................................................
37
6.
Conclusão....................................................................................................... 39
7.
Referências
7
RESUMO
A Acupuntura é utilizada como tratamento coadjuvante em várias patologias
trazendo benefícios ao paciente. No tratamento do câncer de mama com
rádioterapia e quimioterapia é comum os efeitos colaterais de náuseas e vômitos.
Nesta revisão de literatura, os pontos CS6, E36, IG4, VC12, E21, E25, B17, B18,
B19. B20, B21 mostraram-se efetivos nos efeitos colaterais citados. Concluí-se que
a acupuntura é efetiva no tratamento da náusea e do vômito e que outros trabalhos
precisam ser realizados para a utilização de outros pontos para que os pacientes
com câncer de mama tenham uma melhor qualidade de vida e esperança de menor
sofrimento durante e após este processo.
Palavras chave: Acupuntura, Câncer de Mama, Quimioterapia, Náusea e Vômito
8
ABSTRACT
The Acupuncture is used as a coadjuvant treatment in several pathologies
offering benefits to the pacients. Nauseas and Vomits are commom side-effects for
radiotherapy and chemotherapy during the breast cancer treatment. In this literature
review, the points CS6, E36, IG4, VC12, E21, E25, B17, B18, B19. B20, B21 were
effective for the side-effects cited. We conclude that the Acupuncture is effective for
the treatment of nausea and vomit and that other studies need to be carried out for
the usage of other points in order to other pacients with breast cancer are able to
have quality of life and hope of less suffering througout ad after the treatment
process.
Key-words: Acupuncture, Breast Cancer, Chemotherapy, Nausea and Vomit
9
1. Introdução
O câncer é um conjunto de células que apresentam crescimentos
desordenados, que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se por outras
regiões do organismo originando as metástases. Esta doença altera o sistema de
regulação da proliferação e da diferenciação celular, que normalmente na maioria dos
tecidos ocorre de forma controlada, mas no câncer esse mecanismo de controle está
perdido, ocorrendo assim a proliferação celular acima das necessidades do tecido
(FERNANDES; GRAZIANI; 2006; INCA, 2008).
Entre os vários tipos de neoplasias, nas últimas décadas, a incidência do
câncer de mama tem aumentado e isto é resultado de um conjunto de fatores
(BARROS et al., 2001).
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2008), o câncer de
mama no Brasil é o que mais causa mortes entre as mulheres, com uma expectativa
de aumento de 49400 casos novos para o próximo ano.
As neoplasias são diagnosticadas em vários estágios. Nos estágios iniciais
( I e II) é tido como precoce podendo ser conservada a mama e tendo sua cura em
75% dos casos, caso ocorra metástase dos linfonodos axilares. Para se detectar
precocemente o Câncer de Mama são necessários o auto-exame das mamas, o
exame clínico e o rastreamento mamográfico, sendo que todos eles se
complementam, não podendo ser avaliados isoladamente, pois assim, não se
diagnostica Câncer de Mama nas mulheres. Apesar de ser desprezível a incidência
do Câncer de Mama nas duas primeiras décadas de vida, recomenda-se o auto
exame das mamas em todas as mulheres a partir dos 20 anos, sendo realizado de 4
10
a 6 dias após a menstruação e nas mulheres amenorréicas existe a necessidade de
se fixar uma data para esta realização (KEMP et al., 2002).
O diagnóstico em pacientes com menos de 35 anos é incomum, em torno
de 4% dos casos. Acima dessa faixa etária a incidência aumenta atingindo seu pico
entre 45 e 55 anos. Sendo assim conclui-se que a faixa etária mais acometida está
entre 40 e 49 anos, seguida pela faixa entre 50 e 59 anos (BRITO et al., 2007).
Para o tratamento das neoplasias de mama, existem tratamentos que
incluem Cirurgia, Radioterapia, Quimioterapia e Hormonioterapia (BARROS et al.,
2001).
A radioterapia é um tratamento utilizado após cirurgia conservadora,
irradiando toda a mama das pacientes, independente do tipo histológico, idade, uso
de
quimioterapia
e/ou
hormonioterapia e
mesmo
com
cirurgias
livres
de
comprometimento neoplásico, sendo que este tipo de tratamento pós mastectomia
ainda é controverso.
Segundo Barros et al. (2001), foram definidos fatores para
indicação de radioterapia, bastando apresentar: tumores maiores ou iguais a 5cm
(somar com biopsia prévia); pele comprometida; Grau III; dissecção axilar inadequada
(menor do que 10 linfonodos); invasão extra-capsular linfonodal (mesmo em um único
linfonodo); margem comprometida (menos de 1cm); quatro ou mais linfonodos
comprometidos.
A quimioterapia é um tratamento que tem como objetivo reduzir o volume
tumoral fazendo com que estes fiquem ressecáveis e/ou permitindo a cirurgia
conservadora (BARROS et al., 2001). As substâncias quimioterápicas atuam de
forma indiscriminada no organismo, isto é, agem tanto nas células sadias como nas
células neoplásicas, sendo, portanto bastante lesivas para o organismo, causando
infecções, leucemias secundárias, cardiopatias e outros (BEENS; BERKOW, 1999).
11
Os efeitos colaterais comuns da quimioterapia são náuseas e vômitos, perda de
apetite, alopecias, irritação da pele, escurecimento das unhas e dores nas palmas e
pés, além de ulcerações nas mucosas e aumento da pigmentação na pele, cansaço,
hemorragias císticas e fibrose pulmonar intersticial (CHABNER et al., 1996; WU,
2007). O local de atuação dessas substâncias quanto aos efeitos náuseas e vômitos
no organismo ocorrem na área postrema, no assoalho do 4º ventrículo (CARNEIRO,
2007).
A hormonioterapia é utilizada nas pacientes com receptor hormonal
positivo, observando benefícios nas pacientes na pré ou pós-menopausa, com ou
sem utilização de quimioterapia (BARROS et al., 2001).
Além da terapia farmacológica tradicional que ocasiona muitos efeitos
colaterais, existem as terapias alternativas e uma delas é a Medicina Tradicional
Chinesa na qual a homeostase do organismo pode ser restaurada dentro da
acupuntura, ativando os mecanismos que estão em hipofunção e diminuindo os
mecanismos em hiperfunção (SCOGNAMILLO – SZÁBO; BECHARA, 2001).
A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é uma técnica milenar de 5 mil anos,
e
tem a concepção de que o Universo e o Ser Humano sofrem as mesmas
influências, porque são partes integrantes do universo. Também tem como pilar três
conceitos básicos: a teoria do Yang/Yin, dos Cinco Movimentos e dos Zang Fu
(órgãos e vísceras) e principalmente se baseiam nos fatores causadores das
doenças, como tratá-las e como prevení-las. Dentro da MTC temos a Acupuntura,
técnica essencial de ajuda nos efeitos colaterais do tratamento do Câncer de Mama,
como alimentação adequada, o Tai Chi Chuan, as Ervas Medicinais, o Tao Yin
(treinamento interior), além da fisiologia e fisiopatologia Energética dos Zang Fu
(YAMAMURA, 2004).
12
A Acupuntura refere-se à aplicação de agulhas em pontos específicos do
corpo. Esses pontos podem ser definidos anatomicamente, os que se localizam
próximos de nervos ou em regiões com densa inervação, facilitando a geração de
impulsos
nervosos
como
resposta
à
estimulação
elétrica
ou
mecânica
(SCOGNAMILLO – SZABÓ; BECHARA, 2001).
De acordo com Carneiro (2007, pg. 4), os avanços nos acometimentos em
neurofisiologia permitiram definir a acupuntura como um método de
estimulação neural periférica, cujo objetivo é promover mudanças nas
funções sensoriais, motoras e autonômicas, viscerais, hormonais,
imunitárias e cerebrais com resultados terapêuticos. Os mecanismos de
ação da acupuntura estão consolidados a partir do paradigma da resposta
fisiológica da estimulação neural.
A acupuntura que vem sendo cada vez mais utilizada, reduz os efeitos
adversos causados por medicamentos, diminui a necessidade de opióides
(substâncias do grupo da morfina) e outros analgésicos, reduzindo assim, a
ansiedade e as dores.
Segundo Carneiro (2007) a inclusão da acupuntura em
seguros de saúde representa um grande passo para a adoção desse procedimento
nos tratamentos. Segundo o autor foram realizados estudos científicos para
comprovação de pontos de acupuntura utilizados para controle da náusea e vômito,
situados sobre nervos periféricos (CS6, E36, IG4); na parede abdominal (VC12, E21,
E 25) e na região lateral da coluna vertebral (B17 a B21), mostrando que foram
eficazes no controle desses sintomas.
13
2. Justificativa
A acupuntura é o conjunto de conhecimentos da Medicina Tradicional
Chinesa que visa a cura de doenças, por meio da aplicação de agulhas estimulando
os pontos reflexos, restabelecendo assim, o equilíbrio, além de alterar a circulação
sanguínea na região promovendo o relaxamento muscular, diminuindo o espasmo, a
inflamação e a dor, além de promover melhora da auto-estima.
O objetivo desse trabalho é verificar se a acupuntura é efetiva no alívio dos
sintomas de emese e náusea nos pacientes submetidos a quimioterapia do câncer de
mama.
14
3. Objetivo
Verificar se a estimulação dos pontos de acupuntura trabalhados durante o
período de tratamento da quimioterapia do câncer de mama, melhoram os efeitos
colaterais decorrentes do procedimento, como náuseas e vômitos.
15
4. Revisão de Literatura
4.1 Acupuntura
A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é uma técnica milenar de 5 mil anos, e
tem a concepção de que o universo e o ser humano sofrem as mesmas influências
porque são partes integrantes do universo. Também tem como pilar 3 conceitos
básicos: a Teoria do Yin/Yang, dos Cinco Movimentos e dos Zang Fu (órgãos e
vísceras) que se baseiam nos fatores causadores das doenças, como tratá-las e
como prevení-las (YAMAMURA, 2004).
Na Medicina Tradicional Chinesa a origem das doenças se deve a padrões de
desarmonia que são mudanças patológicas internas e externas, associadas a
desequilíbrios na interação entre o corpo e o meio ambiente (ROSS, 1994).
Segundo Auteroche, Navailh (1992), os conceitos básicos acima citados são
assim explicados: o Yin/Yang é a reunião de duas partes opostas que estão
presentes em todos os fenômenos e objetos com relação recíproca no meio
ambiente. Yang é tudo que tem movimento ascendente, luminoso, exterior, quente,
funcional e cujas capacidades se desenvolvem, portanto é ação. O Yin é tudo que
está em repouso, tranquilo, interior, frio, escuro, descendente, cujas funções
correpondem à matéria.
Os cinco movimentos ou teoria dos cinco elementos são representados por:
Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água. Desde as origens, considera-se que estes cinco
movimentos têm relações constantes entre si, se originam reciprocamente e são
condicionados uns pelos outros. Seus movimentos e alterações constantes e
contínuas realizam ciclos, daí sua denominação (AUTEROCHE, NAVAILH, 1992).
16
Zang Fu é o conjunto das vísceras do corpo humano e abrange 3 categorias
de vísceras bem distintas: Zang que chamamos “órgãos”, as Fu que podem se dividir
em “vísceras” e “vísceras” de comportamento particular. Os cinco Zang são: o
Coração, o Fígado, o Baço, o Rim, o Pulmão e são assim chamados porque
armazenam a essência e não tem eliminação. Os cinco Zang tem como função
produzir, transformar e armazenar a energia (Qi), o sangue (Xue), os líquidos
orgânicos (Jin Ye), a essência adquirida e a essência inata (Jing) e o espírito vital
(Shen) (AUTEROCHE, NAVAILH, 1992).
Os seis Fu são: o Intestino Delgado, o Estômago, o Intestino Grosso, a
Bexiga, a Vesícula Biliar, o Triplo Aquecedor e são chamados “receptáculos de
trânsito e de elaboração, e tem como função transitar, transformar e não armazenar.
A ação dos seis Fu é receber, digerir os alimentos, transformá-los e excretar os
resíduos” (AUTEROCHE, NAVAILH, 1992).
Os fatores de doença relacionam-se com desarmonias e estão divididos em
três grupos respectivamente: fatores externos que surgem do ambiente, internos que
aparecem dentro do corpo e mistos onde participam o clima, emoções e estilo de
vida (ROSS, 1994).
Os fatores externos estão relacionados ao clima que é composto de seis
fenômenos básicos como: Vento, Frio, Calor, Umidade, Secura e Calor de Verão e
se tornam importantes quando estão em excesso. Já os fatores internos, se referem
às sete Emoções que são: a Alegria, Raiva, Preocupação, Mágoa, Medo, Temor e
Aflição e estas, quando em desequilíbrio afetam as funções dos Zang Fu, a
formação das substâncias e o transporte das mesmas (ROSS, 1994).
Os fatores mistos que não são internos e nem externos incluem: a Nutrição,
Ocupação, Trabalho em Excesso, Exercício, Relacionamentos, Sexo, Trauma e
17
Parasitas. Eles podem surgir da desarmonia interna devido a comportamento
desregrado, assim como o trauma e os parasitas que envolvem fatores do ambiente
externo (ROSS, 1994).
Acupuntura é um método de estimulação neural periférica e promove
mudanças nas funções sensoriais, motoras, autonômicas, viscerais, hormonais,
imunitárias e cerebrais com excelentes resultados terapêuticos através de resposta
fisiológica pela estimulação neural (CARNEIRO, 2007).
Os resultados terapêuticos aparecem através da estimulação neuromodular
que incluem os nervos, os receptores, as vias de diferentes modalidades sensoriais
como propriocepção, sentidos do tato, temperatura e dor, inervação motora dos
músculos e fibras autonômicas aferentes e eferentes levando a efeitos locais,
segmentares (periféricos e axilares) e supraspinais como no tronco cerebral,
diencéfalo e cerebrais (CARNEIRO, 2007).
4.2 Mecanismo de Ação da Acupuntura
O mecanismo de ação da acupuntura diz respeito aos canais de energia e
aos Zang Fu. O mecanismo energético diz respeito aos canais de energia
(meridianos) que fazem a ligação entre interior e exterior transmitindo diversas
formas de energia entre eles. Dependendo da energia que por eles transita, das
funções que exercem no corpo são classificados como principais e secundários,
onde estão localizados os pontos de acupuntura ou acupontos (YAMAMURA, 2004).
A inserção de agulhas nos pontos de acupuntura atua sobre os receptores
nociceptivos gerando um potencial de ação elétrico e um pequeno processo
inflamatório local (BRANCO et al.; 2005).
18
O
mecanismo
humoral
refere-se
à
produção
dos
neurohormônios,
neurotransmissores e hormônios produzidos pela ação da acupuntura no sangue.
Esta depende do sistema nervoso central que induz a liberação no nível endócrino
dessas substâncias provocando uma melhora do quadro (YAMAMURA, 2004).
O mecanismo neural tem relação com a eletrofisiologia que em algumas
áreas da pele apresentam melhor condutividade elétrica por diminuição da
resistência, tendo como exemplo os pontos de acupuntura. Esses pontos
estimulados com a agulha de acupuntura promovem nos diferentes receptores
múltiplos efeitos que variam, amplamente, de acordo com a manipulação, que pode
ser tonificar ou sedar, ao se inserir as agulhas. Essa manipulação é que determina a
liberação de neurotransmissores específicos nas sinapses, como substância P,
prostaglandinas, histamina, bradicinina, serotonina, íons potássio, excitando-as ou
inibindo-as, ocasionando diferentes respostas (YAMAMURA, 2004).
4.3 Local de ação da Acupuntura e seus Pontos
A ação da acupuntura acontece nos pontos de acupuntura que estão na
superfície da pele, onde circulam o Qi dos Canais de Energia e dos Zang Fu. Sua
localização está em pontos anatômicos permanentes, em posições ortostáticas ou
na medida individual de cada paciente (cun), que coincidem com depressão
interóssea, saliências ósseas, articulações ou nódulo tipo fibroso (YAMAMURA,
2004)
Acuponto ou pontos de acupuntura dos meridianos é uma região da pele com
grande concentração de terminações nervosas sensoriais e tem íntima relação com
nervos, vasos sanguíneos, tendões e cápsulas articulares (ONETTA, 2005).
19
Os acupontos têm propriedades elétricas de sua área adjacente com
condutância elevada, menor resistência, diferenças de potencial elétrico e por isso
são conhecidos como pontos de baixa resistência elétrica da pele (ONETTA, 2005).
Na acupuntura temos:
Pontos Shu Dorsais (Bei Shu Xue) – ou de Transporte e tem relação com
cada um dos doze órgãos na MTC e localizam-se nas costas;
Pontos Mu Xue (ou reunião) ou pontos de Alarme – localizam-se no tórax ou
abdômen e também relacionam-se com cada um dos órgãos;
Pontos Qi Fonte (Yuan Xue) – ou fonte – todos os doze meridianos principais
possuem o ponto Fonte e distribuem a energia Qi ao longo dos meridianos;
Pontos de Conexão (Luo Xue) – ou de passagem ou Lo – destes pontos
saem vasos que ligam os meridianos acoplados entre si;
Pontos de Confluência (Ba Mai Jiao Hui Xue) – desenvolvem seu efeito em
relação aos oito Vasos Extraordinários (são reservatórios de energia);
Pontos Shu Antigos (Wu Shu Xue) – são em número de cinco pontos
importantes comparados na MTC como cursos de água na natureza. São
eles: Pontos Jing (Poço), Pontos Xing (Nascente), Pontos Shu (Corrente),
Pontos King (Rio) e Pontos He (Mar);
Pontos Fenda (Xi Xue) ou pontos limite ou Xi - são frequentemente usados
na prática clínica;
Pontos de encontro (Ba Hui Xue) ou pontos Mestre ou de Influência –
desenvolvem sua influência em regiões específicas do corpo ou com funções
específicas;
Pontos extraordinários (Ex) – localizam-se fora dos meridianos (KOLSTER, et
al., 2005).
20
4.4 Tipos de Fibras
As fibras A-Delta são fibras de pequeno diâmetro levemente mielinizadas, de
condução rápida e que tem potencial de ação de 5 a 30m/s de velocidade. As fibras
C não são mielinizadas, tem diâmetro pequeno, a condução é lenta e a informação é
transmitida à medula espinhal na velocidade de aproximadamente 1m/s de
velocidade (ONETTA, 2005).
Esses dois tipos de fibras A-Delta e C transmitem a dor e a temperatura à
medula espinhal. São classificadas de acordo com a velocidade de condução do
potencial de ação ao longo da fibra até o sistema nervoso central; aspectos de
estímulos como intensidade, duração, qualidade e as características das respostas
do nociceptor aos estímulos naturais (ONETTA, 2005).
O estímulo que a agulha gera está relacionado às fibras A-Delta e as fibras C.
As fibras A-Delta são atingidas pela inserção superficial da agulha que fazem a
mediação para as dores agudas e a termocepção, enquanto as fibras A-Delta e C
são estimuladas através das fibras nervosas do fuso muscular, localizadas mais
profundamente e que são utilizadas em doenças profundas ou de instalação mais
consolidada (YAMAMURA, 2004).
Quando se insere a agulha provocam-se reações sensitivas concomitantes
como dor, queimação ou choque que se constitui o chamado Te Qi ou sensação de
acupuntura, que neurofisiologicamente deve-se ao estímulo de receptores nervosos.
O estímulo das fibras A-Delta superficiais pode promover sensação de dor, das
fibras nervosas de localização mais profunda, no nível dos músculos e dos tendões,
provocar sensação de peso, e o das fibras C provocar, predominantemente, reações
autônomas, como formigamento e parestesia (YAMAMURA, 2004).
21
4.5 Câncer de Mama e Quimioterapia
Nosso corpo é formado por trilhões de células, que se dividem originando
pele, ossos, músculos, cartilagens, unhas e cabelos, dando continuidade de vida e
controle do equilíbrio do organismo. Quando este controle não acontece ou acontece
de forma desordenada, devido a uma lesão do DNA, forma um conjunto de células
chamadas Neoplasia, que podem ser benignas ou malignas. A neoplasia benigna é
aquela que se restringe à sua área de origem e não se dissemina e a maligna pode
se disseminar levando às metástases (ALEM, 2006).
O câncer é um conjunto de doenças que apresenta crescimento celular
desordenado que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se por outras
regiões do organismo originando as metástases. Esta doença ocorre por alteração
do sistema de regulação da proliferação e da diferenciação celular, que
normalmente é de forma controlada, mas no câncer esse mecanismo de controle
está perdido, ocorrendo assim o aumento celular acima das necessidades do tecido
(FERNANDES; GRAZIANI; 2006; INCA, 2008).
As metástases são implantes de células neoplásicas que caracterizam um
tumor maligno. A invasão ou a metástase pode ocorrer por penetração nos vasos
sanguíneos, linfáticos e cavidades corporais possibilitando assim a disseminação da
neoplasia (KUMAR,et al, 2005).
A disseminação nas cavidades corporais acontece sempre que uma neoplasia
maligna penetrar num campo aberto natural. Pode ser uma cavidade peritoneal,
pleural, pericárdica, subaracnóide ou também espaço articular. A disseminação
linfática é a mais comum nos carcinomas, mas os sarcomas também podem usar
esta via. Num carcinoma de mama surgem comumente nos quadrantes superiores
22
externos e se disseminam antes para os linfonodos axilares. Nos quadrantes
internos podem chegar através dos linfáticos, nos linfonodos dentro do tórax, junto
com as artérias mamárias internas. Atualmente o câncer de mama é considerado
uma doença sistêmica, mesmo no momento de sua detecção, sendo então o
tratamento direcionado para o local e também para a erradicação de micro
metástases ocultas sistêmicas (KUMAR et al, 2005).
A seleção de estratégia terapêutica para o câncer de mama tem a ver com a
determinação do comprometimento dos linfonodos axilares e principalmente com a
biópsia do linfonodo sentinela (que é o primeiro linfonodo na bacia linfática regional
que recebe fluxo de linfa do tumor primário). A disseminação dos vasos sanguíneos
ou hematogênicos é típica dos sarcomas ou também nos carcinomas, porque
ocorrem através da disseminação arterial e aí determinam os padrões de distribuição
das metástases. Com uma invasão venosa, as células do sangue seguem o fluxo de
drenagem do local da neoplasia e fluem principalmente para os pulmões e fígado
(KUMAR et al, 2005).
Entre os vários tipos de neoplasia, nas últimas décadas, a incidência do
câncer de mama tem aumentado e isto é resultado de um conjunto de fatores como
estilo de vida, hábitos reprodutivos e meio ambiente sendo que 90-95% dos casos
ocorrem devido a mutações somáticas durante a vida e 5-10% hereditários (Barros
et al., 2001).
O Câncer de Mama no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer
(INCA 2008), é o que mais causa mortes entre as mulheres. De acordo com o
Instituto, as estimativas para o ano de 2008 e válidas também para 2009, apontam
que ocorrerão 49.400 casos novos de câncer, sendo que para as mulheres o câncer
de mama e o de colo do útero são o de maior magnitude (KEMP et al., 2002).
23
As neoplasias são diagnosticadas em vários estágios como de I a IV. O
diagnóstico do câncer de mama nos estágios clínicos I e II segundo a União
Internacional Contra o Câncer (UICC – 2002) é dito como precoce podendo ser
conservada a mama e tendo sua cura em 75% dos casos, caso não ocorra
metástase dos linfonodos axilares. Para se detectar precocemente o câncer de
mama são necessários o auto-exame das mamas, o exame clínico e o rastreamento
mamográfico, sendo que todos eles se complementam não podendo ser avaliados
isoladamente, pois assim não se diagnostica câncer de mama nas mulheres. Apesar
de ser desprezível a incidência nas duas primeiras décadas de vida, recomenda-se
o auto exame das mamas em todas as mulheres a partir do 20 anos, sendo
realizado de 4 a 6 dias após a menstruação e nas mulheres amenorréicas existe a
necessidade de fixar uma data para esta realização (KEMP et al., 2002).
Pacientes com neoplasia de até 1cm apresentam um prognóstico melhor do
que pacientes com tumores maiores de 2cm, o qual apresentam maior risco de
recidivas e metástases (BRITO et al., 2007).
O diagnóstico em pacientes com menos de 35 anos é incomum, em torno de
4% dos casos. Acima desta faixa etária a incidência aumenta atingindo seu pico
entre 45 e 55 anos. Sendo assim, conclui-se que a faixa etária mais acometida está
entre 40 e 49 anos, seguida pela faixa entre 50 e 59 anos (BRITO et al., 2007).
Para o tratamento das neoplasias de mama existe a cirurgia, radioterapia,
quimioterapia, hormonioterapia e outras (BARROS et al., 2001).
Na radioterapia o crescimento das células cancerígenas são bloqueados pela
utilização da radiação que pode ser feita antes da cirurgia (para diminuição do
tumor) ou após para evitar a volta da doença. Este método é conduzido por
radioterapeutas e equipamentos sofisticados para que os raios só atinjam o local do
24
tumor. Para tal utiliza-se no local a marcação com tinta na pele, as aplicações duram
alguns minutos e devem ser feitas todos os dias, variando de 25 a 30 aplicações. A
pele pode ficar com aspecto de queimadura de sol (QUADROS, 2009).
A indicação da radioterapia seria nos casos de tumores maiores ou iguais a
5cm (somar com biópsia prévia); pele comprometida; grau III; dissecção axilar
inadequada (menos do que 10 linfonodos); invasão extracapsular linfonodal (mesmo
em um único linfonodo); margem comprometida (menos de 1cm); 4 ou mais
linfonodos comprometidos (BARROS et al., 2001).
Na quimioterapia usam-se medicamentos que caem na corrente sanguínea
com o objetivo de reduzir o volume tumoral fazendo com que estes fiquem
ressecáveis e/ou permitindo a cirurgia conservadora dependendo do tipo e tamanho
do tumor (BARROS et al., 2001).
A quimioterapia vai durar dependendo do tipo do tumor, estágio da doença,
dos nódulos linfáticos, da idade da mulher e da sensibilidade individual. Ela pode ser
administrada por via oral, intramuscular ou endovenosa, sendo no câncer de mama
a via endovenosa a mais comum. Os cuidados após quimioterapia são evitar
medicamentos sem orientação médica; no caso de aparecimento de dor no braço ou
de queimação e no dia, ingerir dieta leve com bastante líquidos, evitando-se
gorduras e alimentos de difícil digestão (QUADROS, 2009).
A quimioterapia é um tratamento que complementa a cirurgia e pode ser feito
antes ou após a mesma, para diminuir ou evitar a volta do tumor. As células que
estão em divisão são as atingidas pela quimioterapia, mas outras também podem
ser provocando os efeitos colaterais do tratamento. As células mais acometidas são
as células produtoras dos glóbulos sanguíneos vermelhos e brancos levando à
anemia e diminuição da resistência à infecções; células do sistema digestório
25
provocando náuseas, vômitos e diarréia; as células do sistema reprodutor induzindo
a dificuldade para engravidar e bloqueio da menstruação; células do folículo piloso
provocando alopecia; perda de apetite, irritação da pele, escurecimento das unhas e
dores nas palmas e pés, além de ulcerações nas mucosas e aumento da
pigmentação da pele, cansaço, hemorragias císticas e fibrose pulmonar intersticial
(CHABNER et al., 1996; WU, 2007).
O local de atuação dessas substâncias quanto aos efeitos colaterais de
náuseas e vômitos no organismo ocorrem na área póstrema, no assoalho do 4º
ventrículo (CARNEIRO, 2007).
Na hormonioterapia, os hormônios têm relação direta com o câncer de mama
e os tumores podem ou não depender deles, por isso são feitos testes nas células
do tumor, que permitem avaliar a utilidade ou não da hormonioterapia (QUADROS,
2009). Os tumores nos pacientes têm que expressar os receptores hormonais de
estrógeno e /ou progesterona (CANTINELLI et al, 2006), e este tratamento é feito
por via oral com 1 a 2 comprimidos ao dia no mínimo por 2 anos, sendo a substância
mais utilizada, o tamoxifeno.
A cirurgia é de longe o tratamento mais efetivo para o câncer de mama
precoce e todas as mulheres assim diagnosticadas, normalmente
passam por
cirurgia para tratar a doença (COHEN, 2002)
Na cirurgia o tratamento pode ser conservador (quadrantectomia), onde uma
fatia da mama é retirada nos tumores iniciais e em seguida complementada com a
radioterapia. Também há a cirurgia radical que é a mastectomia, onde toda a mama
é retirada com ou sem o músculo peitoral. Ambas são sempre acompanhadas da
retirada de nódulos linfáticos da axila (linfonodos), que são estudados para saber se
estão ou não invadidos pelo tumor (QUADROS, 2009).
26
Para a visão da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a cirurgia é considerada
um dano externo infringido, que resultará em prejuízo do fluxo suave do Qi e do
sangue ocasionando deficiências e estase de sangue com acúmulo deste nos vasos
sanguíneos, e, consequentemente com deficiência do Baço-Pâncreas (BP) em
manter o Qi e o Sangue. Ao se usar anestesia, o paciente sai de seu curso normal
de fluxo de Qi, resultando em perturbação da mente (Shen) e deficiência de Qi,
podendo apresentar sintomas como dor, imobilidade, náuseas e vômitos (COHEN,
2002).
4.6 Câncer na Visão da Medicina Tradicional Chinesa (MTC)
Pela visão da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), nódulos ou tumorações,
benignos ou malignos, surgem pela existência de quatro fatores principais:
estagnação do Qi do Fígado (F), estagnação do Qi do Pulmão (P), estagnação do Qi
do Baço-Pâncreas (BP), estagnação do Qi do Coração (C) e Fleuma (ROSS, 2003).
A estagnação do Qi do Fígado (F) pode ocorrer por dificuldades emocionais
como ressentimento da feminilidade ou por limitações da liberdade e da
independência impostas pela menstruação, gravidez e maternidade. Quando se
resiste às mudanças que a própria vida impõe ao desenvolvimento individual como
puberdade, maternidade e menopausa, podem ser geradas estagnações no fluxo do
Qi e então levar à depressão, frustração e raiva reprimida (ROSS, 2003).
A estagnação do Qi do Pulmão (P) e do Baço-Pâncreas (BP) se relacionam
com mágoa reprimida, necessidade de cuidar dos outros em detrimento e
esquecimento de si mesmo, medo de encarar a verdade e apego aos fatos
passados (ROSS, 2003).
27
A estagnação do Qi do Coração (C) ocorre quando sua expressão maior que
é alegria em dar e receber amor, ser cordial e afetivo ficar bloqueado e reprimido,
pode haver estagnação do Coração (C) e também do tórax e das mamas (ROSS,
2003).
Fleuma tem características de umidade condensada. A umidade que é Yin
que penetra no corpo e torna-se crônica, tende a consumir o Yang e o Qi, se
caracteriza por ser pegajosa, pesada e é difícil de ser eliminada. Por isso ocorrem
desarmonias variadas no corpo e os sintomas aparecerão como lentidão dos
processos orgânicos, estagnação, diminuição e retardo da circulação do Qi e dos
líquidos corporais, sensação de peso em várias partes do corpo. Haverá
comprometimento nas funções de transporte e transformação do Baço-Pâncreas
(BP) que vão causar dores ou sensações que tendem a ser mais surdas e difusas
que as causadas pelo Frio e Calor (MARTINS, 2002).
A umidade que é produzida dentro do corpo é causada pelos transtornos dos
líquidos corporais, levando à estagnação e transbordamento por disfunção do Qi do
Baço-Pâncreas (BP) (MARTINS, 2002).
Segundo (YAMAMURA, 2001), a umidade é considerada um estágio entre o
Calor, Frio, Vento e Secura. Com relação à Terra, o Frio é a Água e o Calor, a
Energia Solar. A associação dessas duas energias forma a Umidade que através da
ação do Calor Solar forma Umidade-Calor, que é responsável pelo processo de
multiplicação celular. Quando acontece o excesso de Calor ou de Frio, altera-se o
estado de Umidade-Calor que é próprio do organismo gerando assim, uma
interrupção ou uma anomalia de multiplicação celular gerando tumor.
A Fleuma (Umidade Condensada) pode se associar a fatores patogênicos,
como Frio, Umidade, Vento, Secura e Fogo e assume outros aspectos formando
28
síndromes, que podem ocorrer por excesso ou deficiência dos sintomas e sinais
gerados pela luta entre o fator patogênico e antipatogênico do organismo
(MARTINS, 2002).
A condição de excesso gera estagnação do Qi e a Estase do sangue. Essa
estagnação em uma área em particular é o Tumor (MARTINS, 2002).
Estudos feitos em mulheres nos Estados Unidos sugerem que pode-se
prevenir câncer de mama com uma alimentação regrada ingerindo-se mais peixe ao
invés de carne vermelha, reduzindo assim o consumo de gordura saturada e de
menor quantidade de conservantes. Deve-se ter cuidado também com fertilizantes e
pesticidas,
procurando
pelo
uso
de
produtos
mais
orgânicos
(www.acupuncture.com).
Os cuidados com alimentação intervêm sobremaneira nos casos de
deficiência ou excesso nos Órgãos e nas Vísceras, devendo-se repor os gastos
energéticos e da matéria, promovendo a vitalidade e a longevidade celular, evitando
os processos degenerativos, o envelhecimento precoce e principalmente, o
aparecimento de processos tumorais (YAMAMURA, 2001).
O stress é um fator de estimulação na secreção hormonal do organismo
podendo levar a um aumento de casos de câncer de mama. A tensão que se cria
com excesso de trabalho e mau humor pode causar a morte de dez milhões de
células no corpo, ou, podem se tornar tóxicas. Deve-se evitar também o uso de
álcool, fumo e café que podem levar a um aumento de casos de câncer de mama
(www.acupuncture.com).
A prática de exercício e medicação contribuem para a redução de stress e
tensão no corpo. Os exercícios como Qi Gong, Tai Chi Chuan e Yoga são benéficos
para reduzir o stress. A meditação relaxa a mente e traz equilíbrio para o corpo.
29
Assim são indicados para mostrar a efetividade no controle do câncer, evitando o
seu crescimento ou até mesmo seu início (www.acupuncture.com).
4.7 Tratamento dos Sintomas Pós-Quimioterapia no Câncer de Mama com
Acupuntura
A emese (ato de vomitar) induzida por medicamentos citostáticos é um dos
principais efeitos colaterais dos tratamentos antineoplásicos. Náuseas e vômitos
podem resultar em sérios distúrbios metabólicos, desnutrição, anorexia, piorando o
estado físico e mental dos pacientes, úlceras esofágicas, deiscências (aberturas) de
feridas e eventualmente a suspensão dos tratamentos antineoplásicos. Nos últimos
25 anos houve um grande progresso no entendimento da fisiopatologia, das
náuseas e vômitos com o surgimento de novas substâncias e modalidades
terapêuticas (LIMA, 2008).
Náuseas costumam ocorrer pouco mais frequentemente do que vômitos, mas
é mais difícil de tratar. Estima-se que 70% dos pacientes submetidos à quimioterapia
apresentarão náuseas e vômitos, 30 a 40% vômitos antecipatórios (LIMA, 2008)
4.8 Fisiopatologia da Náusea e do Vômito
As náuseas são mediadas pelo sistema nervoso autônomo e os vômitos
resultam do estímulo de um reflexo que é coordenado pelo centro do vômito,
possivelmente localizado na formação reticular dorso-lateral próximos aos centros
respiratórios medulares (LIMA, 2008).
30
O centro do vômito recebe estímulos aferentes convergentes de várias vias
do sistema nervoso central; zona gatilho responsável pelos quimioreceptores; córtex
cerebral e sistema límbico em resposta aos estímulos sensoriais, estresse
psicológico e dor e a área do vestibular labiríntico do ouvido interno em resposta a
movimentos corporais. Estímulos periféricos de órgãos viscerais e vasculatura como
resultado de substâncias exógenas ou endógenas se acumulam por inflamação,
isquemia ou irritação (LIMA, 2008).
A emese aguda induzida por quimioterapia é iniciada pela liberação de
neurotransmissores na zona do gatilho quimiorreceptora ou na mucosa intestinal
suscetíveis à presença de substâncias tóxicas no sangue ou líquor. Os
neurotransmissores envolvidos são a dopamina, serotonina, histamina, acetilcolina,
prostaglandinas e substâncias para neurocinina1 (LIMA, 2008).
Classificação das Náuseas e Vômitos por grau de toxicidade (OMS)
A – grau 0: nenhuma náusea e vômito
B – grau 1: náusea
C – grau 2: vômitos transitórios
D – grau 3: vômitos que requerem terapia (medicação)
E – grau 4: vômitos incoercíveis (irreprimíveis)
A Êmese pode também ser classificada pelo tempo de ocorrência em:
A – Êmese aguda: ocorre nas primeiras 24 horas após administração da
quimioterapia sendo que as primeiras 4 horas são mais expressivas.
B – Êmese tardia: inicia após 24 horas da aplicação da quimioterapia descrita após
cisplatina,
ciclofosfamida
e
outras
substâncias
administradas por 2 dias consecutivos ou mais.
(adriamicina,
ifosfamida)
31
C – Êmese antecipatória: descrita como êmese desencadeada essencialmente pela
evocação da necessidade ou plano de quimioterapia (LIMA, 2008).
4.9 Acupuntura na Prevenção e Tratamento de Náuseas e Vômitos
A acupuntura ajuda muito nas dores, ansiedade, efeitos causados pelas
substâncias, diminui o uso de opióides e outros analgésicos, e também reduz os
efeitos das náuseas e vômitos. As náuseas e vômitos são causados principalmente
pelas substâncias que atuam na zona de gatilho da quimioterapia, na área póstrema,
no assoalho do quarto ventrículo. No câncer, o estado nutricional do indivíduo fica
debilitado e piora com os sintomas de náuseas e vômitos causados pelas
substâncias trazendo fadiga, redução da massa muscular e o aumento da
suscetibilidade a infecções podendo ser fatal (CARNEIRO, 2002).
Os principais agentes eméticos desse tipo são os agonistas da dopamina, os
analgésicos opióides, as preparações digitálicas e os quimioterápicos do câncer.
Algumas dessas lesam a mucosa gástrica, como os anti-inflamatórios não hormonais
induzindo náusea e vomito por ativação de reflexos ascendentes para o centro do
vomito a partir do tubo digestivo (CARNEIRO, 2002).
O álcool atua dessa forma, e também sobre a zona de gatilho da
quimioterapia. Alguns agentes quimioterápicos também estimulam uma grande
liberação de serotonina no intestino, ativando o centro do vômito também pela via
vagal aferente. A náusea e vômito induzidos por substâncias ocorrem com maior
frequência em pacientes com história de náusea e vômito de viagem (CARNEIRO,
2002).
32
Há dois mil anos já se usava a acupuntura para tratamento de náuseas e
vômitos e tem mostrado sua eficácia através de vários estudos clínicos (CARNEIRO,
2002).
Dentro do tratamento da acupuntura existem vários métodos de estimulação
neural periférica como a acupuntura manual, eletroacupuntura, acupressão e
eletroestimulação transcutânea (TENS). Numa pesquisa realizada de acupuntura no
tratamento de náuseas e vômitos foi comprovada a eficácia do ponto CS6 para
melhora desses sintomas. Também foi comprovada a eficácia da eletroestimulação
nos pacientes submetidos a quimioterapia para o câncer de mama com sintomas de
náuseas e vômitos (CARNEIRO, 2002).
Segundo Carneiro 2002, foram utilizados vários pontos dentro da Medicina
Tradicional Chinesa (MTC) com estimulação mecânica ou elétrica para tratar de
náuseas e vômitos.
33
4.10 Pontos Situados Sobre Nervos Periféricos
CS6 ou Pe6 - NEIGUAN – (Barreira Interna)
Localização: Situam-se sobre o nervo mediano, na região situada entre os
tendões dos músculos: flexor radial do carpo e palmar longo, a um sexto da
distância entre a prega distal transversa do punho e a prega cubital
(CARNEIRO, 2002), à 2cun acima da prega de flexão do punho (Figura 1)
(FOCKS, 2005; LIAN, YU LIN 2005/2007)
Inserção: Perpendicular (FOCKS, 2005);
Profundidade: 0,5 – 1 cun (FOCKS, 2005);
Ponto Luo (conexão): ligam os meridianos acoplados entre si (LIAN,
2005/2007)
Função Energética: harmoniza e tonifica o Qi do Fígado e do Coração;
harmoniza o Qi do Estômago, desobstrui o Qi estagnado do Fígado, regula o
fluxo do Qi, dispersa a mucosidade, transforma a fleuma e regula a passagem
do líquido corporal, acalma a ansiedade (MARTINS, 2002).
Figura 1 – Fotografia do Ponto de Acupunura CS6 ou Pe6 (LIAN et al, 2005/2007)
34
E36 – ZUSANLI – Três distâncias no pé
Localização: Situam-se sobre o músculo tibial anterior, nervo tibial abaixo do
joelho (antero-lateral) (CARNEIRO, 2002), à 3 cun abaixo do E35 (olho lateral
do joelho) (Figura 2) (FOCKS, 2005; LIAN, YU LIN 2005/2007);
Inserção: Perpendicular (FOCKS, 2005);
Profundidade: 0,5 – 1,2 cun (FOCKS, 2005);
Ponto Ho (ponto Shu Antigo): ponto principal para o fortalecimento do sague e
do Qi nos estados de debilidade (FOCKS, 2005)
Função Energética: harmoniza, regula, fortalece o Qi do Baço-Pâncreas (BP)
e Estômago (E), fortalece as condições deficientes e as fraquesas, é um
ponto geral de tonificação, harmoniza e tonifica o Qi do Pulmão (P),
redireciona o Qi do Estômago (MARTINS, 2002).
Figura 2 – Fotografia do Ponto E36 (LIAN et al, 2005/2007)
35
IG4 – HEGU – União do vale
Localização: situado na mão, lateralmente ao osso metacarpiano do dedo
indicador, região que recebe inervação proveniente dos nervos mediano,
radial e ulnar (CARNEIRO, 2002), entre o primeiro e segundo ossos
metacarpianos, no ponto mais saliente da proeminência muscular, quando se
faz a adução do polegar (Figura 3) (MARTINS, 2002; LIAN, YU LIN
2005/2007);
Inserção: Perpendicular ou ligeiramente oblíqua em direção à palma da mão
(FOCKS, 2005);
Profundidade: 0,5 – 1 cun (FOCKS, 2005);
Ponto Yuan (Fonte): distribuem a energia Qi ao longo dos meridianos (LIAN,
2005/2007);
Função Energética: libera calor perverso interno para a superfície do corpo,
dispersa o excesso do Qi do Coração (C), estimula a função dispersora do
Pulmão (P), transforma a Mucosidade, a Umidade-Calor (MARTINS, 2002).
Figura 3 – Fotografia do Ponto IG4 (LIAN et al, 2005/2007)
36
4.10.1 Pontos Situados na Parede Abdominal
VC12 – ZHONGWAN – Centro do estômago
Localização: situado na linha média ventral, a meia distância entre o processo
xifóide e o umbigo, sobre a linha Alba do músculo reto do abdômen
(CARNEIRO, 2002), a 4 cun acima do umbigo (Figura 4) (FOCKS, 2005;
LIAN, YU LIN 2005/2007);
Inserção: Perpendicular ou Oblíqua (FOCKS, 2005);
Profundidade: 0,5 – 1,5 cun (FOCKS, 2005);
Ponto Mo do E (Alarme): ponto principal para todas as afecções gástricas
(FOCKS, 2005);
Função Energética: harmoniza o Qi do Estômago (E) e do Aquecedor Médio,
dispersa a umidade, a umidade-calor e a mucosidade, tonifica o Estômago
(E), regulariza o Qi do Estômago (E), harmoniza, tonifica, fortalece o Qi do
Baço-Pâncreas (BP) (MARTINS, 2002);
Figura 4 – Fotografia do Ponto VC12 (LIAN et al, 2005/2007)
37
E21 – LIANGMEN – Porta saliente
Localização: situado marginalmente a região de inserção do músculo reto do
abdômen no rebordo costal, aproximadamente na mesma altura do ponto
VC12 (CARNEIRO, 2002), a 4 cun acima do umbigo e a 2 cun laterais à linha
médias anterior (Figura 5) (FOCKS, 2005; LIAN, YU LIN 2005/2007);
Inserção: Perpendicular (FOCKS, 2005);
Profundidade: 0,5 – 1 cun (FOCKS, 2005);
Ponto Local: para os problemas gástricos, sobretudo em casos de estados de
plenitude (FOCKS, 2005);
Função Energética: harmoniza, fortalece o Qi mediano do Baço-Pâncreas
(BP) e Estômago (E), harmoniza o Qi do Estômago (E), faz limpeza de calor
perverso do Aquecedor Médio, alivia a dor (MARTINS, 2002);
Figura 5 – Fotografia do Ponto E21 (LIAN et al, 2005/2007)
38
E25 – TIANSHU – Pólo celeste
Localização: situado na margem do músculo reto do abdômen, a altura do
umbigo (CARNEIRO, 2002), a 2 cun laterais ao umbigo (Figura 6) (FOCKS,
2005; LIAN, YU LIN 2005/2007);
Inserção: Perpendicular ou Oblíqua (FOCKS, 2005);
Profundidade: 0,5 – 1,2 cun (FOCKS, 2005);
Ponto Mo do Intestino Grosso (IG) (Alarme): ponto principal para detectar
afecção desse órgão (LIAN, 2005/2007);
Função Energética: desobstrui e regula a circulação de Qi, fortalece o BaçoPâncreas (BP) e o Estômago (E), drena a umidade, umidade-calor e umidadefrio (MARTINS, 2002);
Figura 6 – Fotografia do Ponto E25 (LIAN et al, 2005/2007)
39
4.10.2 Pontos Shu Dorsais (localizados na região dorsal)
B17 – GESHU – Ponto Shu do diafragma
Localização: à 1,5 cun lateral à coluna vertebral, na altura do processo
espinhoso da 7ª vértebra torácica (Figura 7) (FOCKS, 2005; LIAN, YU LIN
2005/2007);
Inserção: Oblíqua em direção à 7ª vértebra torácica (FOCKS, 2005);
Profundidade: 0,5 – 0,8 cun (FOCKS, 2005);
Ponto Shu dorsal do Diafragma (D) (Influência): ponto de transporte (LIAN,
2005/2007);
Função Energética: fortalece o diafragma, harmoniza o Qi do Estômago (E) e
do Baço-Pâncreas (BP), harmoniza o Qi do Tórax (T);
Figura 7 – Fotografia do Ponto B17 (LIAN et al, 2005/2007)
40
B18 – GANSHU – Ponto Shu dorsal do Fígado
Localização: à 1,5 cun lateral à coluna vertebral, na altura do processo
espinhoso da 9ª vértebra torácica (Figura 8) (FOCKS, 2005; LIAN, YU LIN
2005/2007);
Inserção: Oblíqua em direção à 9ª vértebra torácica (FOCKS, 2005);
Profundidade: 0,5 – 0,8 cun (FOCKS, 2005);
Ponto Shu dorsal do Fígado (F) (Influência): ponto de transporte (LIAN,
2005/2007);
Função Energética: harmoniza e tonifica o Qi do Fígado (F) e da Vesícula
Biliar (VB), elimina a estase do Qi do Fígado (F), pacifica o Estômago (E),
acalma a mente (MARTINS, 2002);
Figura 8 – Fotografia do Ponto B18 (LIAN et al, 2005/2007)
41
B19 – DANSHU – Ponto Shu dorsal da Vesícula Biliar
Localização: à 1,5 cun lateral à coluna vertebral, na altura do processo
espinhoso da 10ª vértebra torácica (Figura 9) (FOCKS, 2005; LIAN, YU LIN
2005/2007);
Inserção: Oblíqua em direção à 10ª vértebra torácica (FOCKS, 2005);
Profundidade: 0,5 – 0,8 cun (FOCKS, 2005);
Ponto Shu dorsal da Vesícula Biliar (VB) (Influência): ponto de transporte
(LIAN, 2005/2007);
Função Energética: harmoniza o Qi do Fígado (F) e da Vesícula Biliar (VB),
regula a função do Aquecedor Médio, relaxa o diafragma, harmoniza o Qi e
pacifica o Estômago (E) (MARTINS, 2002);
Figura 9 – Fotografia do Ponto B19 (LIAN et al, 2005/2007)
42
B20 – PISHU – Ponto Shu dorsal do Baço
Localização: à 1,5 cun lateral à coluna vertebral, na altura do processo
espinhoso da 11ª vértebra torácica (Figura 10) (FOCKS, 2005; LIAN, YU LIN
2005/2007);
Inserção: Oblíqua em direção à 11ª vértebra torácica (FOCKS, 2005);
Profundidade: 0,5 – 0,8 cun (FOCKS, 2005);
Ponto Shu dorsal do Baço-Pâncreas (BP) (Influência): ponto principal para o
fortalecimento do centro Baço e Estômago, sobretudo nos casos de síndrome
de deficiência do Baço-Pâncreas (BP) (LIAN, 2005/2007);
Função Energética: harmoniza o Qi do Baço-Pâncreas (BP) e Fígado, drena a
umidade e a água em excesso, harmoniza o Qi do Estômago (E) e do
Aquecedor Médio (MARTINS, 2002);
Figura 10 – Fotografia do Ponto B20 (LIAN et al, 2005/2007)
43
B21 – WEISHU – Ponto Shu dorsal do Estômago
Localização: à 1,5 cun lateral à coluna vertebral, na altura do processo
espinhoso da 12ª vértebra torácica (Figura 11) (FOCKS, 2005; LIAN, YU LIN
2005/2007);
Inserção: Oblíqua em direção à 12ª vértebra torácica (FOCKS, 2005);
Profundidade: 0,5 – 0,8 cun (FOCKS, 2005);
Ponto Shu dorsal do Estômago (E) (Influência): ponto de transporte (LIAN,
2005/2007);
Função Energética: harmoniza e fortalece o Qi do Estômago (E) e do
Aquecedor Médio, drena a umidade e a mucosidade, redireciona o Qi do
Estômago (E) para baixo (MARTINS, 2002);
Figura 11 – Fotografia do Ponto B21 (LIAN et al, 2005/2007)
Dentre os pontos citados os que causaram melhores resultados foram nos
pontos aplicados na região paravertebral, mais do que os aplicados no nervo
mediano, mas os pontos mais utilizados são nos nervos periféricos.
44
A acupuntura tem melhores resultados no tratamento de náuseas e
vômitos quando aplicados preventivamente, ou seja, antes da quimioterapia.
45
5. Discussão
A emese e vômito são os principais efeitos colaterais apresentados pelas
pessoas que são submetidas à quimioterapia e à terapia farmacológica,
apresentando bons resultados, mas também muitos efeitos colaterais.
Neste trabalho verificamos a importância de alternativas para os pacientes
submetidos à tratamentos medicamentosos necessários.
O câncer é uma patologia que acomete não só as células, como também o
emocional do paciente, onde, o conjunto pode prejudicar ainda mais a vida do
indivíduo. Quando necessário, o uso de medicações da quimioterapia outras
complicações podem aparecer no organismo como os sintomas de náuseas e
vômitos.
Assim, notamos que a Medicina Ocidental cuidará de retirar do organismo
o tumor que são as células modificadas, e quando necessário entrar com o
tratamento de quimioterapia, a acupuntura aliviará os sintomas provocados como a
náusea e o vômito que é o Qi invertido e também deixar o Shen (mente) mais
tranquilo para terminar o tratamento com menos desconforto.
Pelos trabalhos levantados no desenvolvimento desta monografia os
pontos específicos; CS6, E36, IG4, VC12, E21, E25, B17, B18, B19, B20, B21,
utilizados trazem benefícios e alívio aos pacientes. Esses pontos escolhidos
harmonizam
o
Qi
dos
órgãos
afetados
pela
estagnação
que
leva
ao
desenvolvimento do tumor. A estagnação gerada pela umidade condensada e o
calor tóxico terá seu fluxo de energia (Qi) restabelecido com a acupuntura nos
pontos acima citados.
46
Sabemos que o Qi invertido do estômago (E) ocasiona o vômito por isso
os pontos utilizados harmonizam e direcionam o fluxo correto do Qi diminuindo
esses sintomas.
Sugerimos pesquisa em trabalhos futuros com a utilização do ponto VC6
(QIHAI – Mar de Energia) que trabalha toda debilidade física e psíquica do indivíduo
assim como falta de força de vontade ocasionada pela depressão, fadiga crônica e o
estado de ansiedade.
Podemos pensar que o ponto EX-CP-3 (YINTANG – Salão Decorado)
pode ser estimulado para evitar a náusea e vômito, uma vez que este trabalha a
diminuição da ansiedade e por consequência estes efeitos colaterais.
Sugerimos a associação dos pontos CS6 (NEIGUAN – Barreira Interna),
E40 (FENGLONG – Saliência Abundante), VC17 (DANZHONG – Meio do Tórax) que
poderá ajudar no fluir da energia estagnada e da fleuma que causa problemas
psicológicos como confusão mental, depressão e preocupação pela descoberta do
diagnóstico do câncer.
47
6. Conclusão
De acordo com os dados relatados anteriormente, podemos concluir que a
utilização da acupuntura nos pontos trabalhados para náusea e vômito no
tratamento dos sintomas provocados pela quimioterapia no câncer de mama, são
efetivos e eficazes para diminuir o desconforto provocado pelos medicamentos.
Outros pontos devem ser pesquisados para a melhoria dos sintomas
náuseas e vômitos dos pacientes com câncer de mama.
48
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