FICHAS DE INFORMAÇÃO TÉCNICA METOXALENO Sinónimos: Metoxalen. Metoxsaleno. 8-Metoxipsoraleno. 8-MOP. Oxsolaren. Amoidina. Xantotoxina. Meladinina. Fórmula Molecular: C12H8O4 Peso Molecular: 216,19 Dados Físico-Químicos: Agulhas cristalinas de cor branca-amarelada. Praticamente insolúvel em água, bastante solúvel em vaselina líquida e éter, solúvel em acetona, propilenoglicol e óleos vegetais fixos, e facilmente solúvel em clorofórmio. Ponto de fusão: 143 - 148ºC. Absorção UV máx.: 219, 249, 300 nm. Propriedades e usos: O metoxaleno é um componente dos frutos do Ammi majus (fam. Umbelíferas). Apresenta uma boa absorção por via oral e une-se fortemente a proteínas plasmáticas. Geralmente acumula-se nas células epidérmicas, e difunde-se nas lentes oculares. Metaboliza-se totalmente, e aproximadamente 95% da dose são excretados pela urina nas primeiras 24 h. É um fotossensibilizador potente da pele, sobretudo com a luz UV de onda longa (320 - 400 nm). A fotossensibilização inibe selectivamente a síntese epidérmica de DNA sem inibição proporcional da produção de células epidérmicas. O melhoramento dos danos celulares pode ser seguido de melanização e pigmentação da epiderme por parte dos melanócitos. Depois da ingestão, aparece 1-4 h após a administração, e desaparece decorridas cerca de 8 h. A aplicação tópica é mais eficaz e a maior sensibilidade persiste durante vários dias. A exposição de doentes tratados com metoxaleno à luz UV engrossa o estrato córneo. Provoca reacção inflamatória da pele e aumenta a concentração de melanina na zona exposta. É utilizado conjuntamente com luz UVA para o tratamento do vitiligo idiopático (salvo se for acompanhado de destruição de melanócitos, caso em que seria ineficaz) e das psoríases graves ou generalizadas que não respondem à terapia tópica. Além disso, é usado nas micoses fungóides, nos linfomas de células T, e sob rigoroso controlo médico para aumentar a tolerância da pele hipersensível à luz solar. Incorpora-se nas emulsões O/W no fim, a frio, fazendo uma massa com propilenoglicol, glicerina ou sorbitol, ou então com vaselina líquida se for W/O. Dosagem: -Para o vitiligo: · Por via oral, 20 mg tomado 2-4 h antes da exposição controlada a luz solar ou UVA, 2-3 vezes por semana. Nunca ultrapassar os 0,6 mg/Kg. FICHAS DE INFORMAÇÃO TÉCNICA · Por via tópica, a 0,01 – 1 % em soluções ou emulsões O/W nãoiónicas fluidas, caso a zona a tratar seja menos de 20%, imediatamente antes de ser submetida a fototerapia ou até 2,5 h antes (conforme o técnico), uma ou mais vezes por semana. -Para as psoríases: · Por via oral, 10 - 70 mg conforme peso, tomado 2 h antes da aplicação da fototerapia, 2 ou mais vezes por semana. Nunca ultrapassar os 0,6 mg/Kg. · Por via tópica, a 0,015 – 0,15 %, aplicado 15 min antes da aplicação da fototerapia. Efeitos secundários: Após a sua administração oral podem-se apresentar incómodos gastrointestinais, e com menos frequência toxicidade do SNC. Em terapias prolongadas pode provocar rugas prematuras, envelhecimento prematuro da pele, lesões pré-cancerosas, fototoxicidade, dor dérmica, hipertricose, despigmentação da pele e aumento da probabilidade de cancro da pele. Depois da exposição solar podem aparecer queimaduras graves. Aumenta a probabilidade de aparecimento de cataratas. Contra-indicações: É contra-indicado na insuficiência hepática e em doenças acompanhadas de fotossensibilidade como a porfiria, lúpus eritematoso agudo e erupções polimórficas pela luz. Também é contra-indicado para alergias a psoralenos, afaquia (ausência de cristalino), e no cancro da pele ou historial de cancro cutâneo. A terapia com psoralenos e UVA em crianças não é recomendável. Cuidados: Não deve ser administrado simultaneamente com nenhum medicamento ou outros produtos para uso externo ou interno que causem fotossensibilização. Não tomar alimentos que aumentem a sensibilidade da pele à luz solar (por exemplo: cenouras, aipo, chirivia, salsa, etc.). Não apanhar sol entre 24 h antes e 48 h depois da submissão à fototerapia UV. Deve-se evitar a exposição solar (inclusive através de vidros ou com tempo nublado) pelo menos durante 8 h depois da ingestão de metoxaleno, devendo-se usar roupa e usar óculos absorventes da luz UVA durante as 24 h posteriores à ingestão. A fotossensibilidade é mais prolongada depois da aplicação tópica, e a pele tratada deve ser protegida da luz solar pelo menos durante 12-48 h. Proteger com fotoprotectores durante todo o dia a pele, os lábios e os olhos. É necessário proteger a pele dos órgãos genitais masculinos durante o tratamento. Recomendam-se controlos oftalmológicos, contagem de anticorpos antinucleares, e das funções hepáticas, que devem ser efectuados antes do início da terapia e posteriormente a intervalos periódicos. Devem-se estudar de igual modo os sinais de pré-malignidade ou malignidade das lesões cutâneas. FICHAS DE INFORMAÇÃO TÉCNICA Interacções: É um potente inibidor do metabolismo da cafeína. A fenitoína diminui a sua concentração plasmática, possivelmente por indução das enzimas hepáticas. Incompatibilidades: Álcalis. Observações: É termossensível e fotossensível. Só deve ser utilizado sob supervisão médica estrita. Conservação: Em embalagens bem fechadas. PROTEGER DA LUZ. Exemplos de formulação: Metoxaleno em emulsão Metoxaleno …………………………………………….. 0,25 % Emulsão O/W q.s.p. …………………………………….. 60 g Modus operandi: Pôr o metoxaleno num almofariz e adicionar-lhe um pouco de glicerina para formar uma massa. Incorporar pouco a pouco a emulsão O/W. Metoxaleno em solução alcoólica Metoxaleno ………………………………………………... 1 % Propilenoglicol ……………………………………………. 50 ml Álcool 96% ……………………………………………... 50 ml Modus operandi: Dissolver o metoxaleno na mistura de solventes. Metoxaleno em óleo Metoxaleno …………………………………………….... 0,1 % Azeite q.s.p. ……………………………...……. 30 ml Modus operandi: Interpor o metoxaleno no azeite, agitando constantemente. Metoxaleno em cápsulas Metoxaleno …………………………………………….. 50 mg para 1 cápsula, nº 20. Modus operandi: São utilizadas cápsulas do nº 4 com revestimento entérico. FICHAS DE INFORMAÇÃO TÉCNICA Bibliografia: - Martindale, Guía completa de consulta farmacoterapéutica, 1ª ed. (2003). - The Merck Index, 13ª ed. (2001). - Formulación magistral de medicamentos, COF da Biscaia, 5ª ed. (2004). - Monografías Farmacéuticas, C.O.F. de Alicante (1998). - La Formulación Magistral en la Oficina de Farmacia, Mª. José Llopis Clavijo e Vicent Baixauli Comes (2007). - Formulario Magistral del C.O.F. de Múrcia (1997).