«E DEUS DISSE: “QUE A TERRA SE ENCHA DE SERES VIVOS.”» (Gn 1,24)» Brigas, Daniela Maria1;Hilário, Cláudia2; Martins, Ana Rita3; Silva, Andreia Filipa4; [email protected];[email protected]; [email protected];[email protected] Escola Secundária com 3º CEB da Sé - Guarda 15.000 M.a. Big Bang – A Grande Explosão Introdução O aparecimento da vida na Terra apaixona cientistas, eminentes pensadores do início da nossa era, escritores dos tempos actuais e constitui uma incógnita para o cidadão comum. Englobada num Universo muito vasto, ainda que semelhante aos restantes planetas nas suas origens, a Terra adquiriu características especiais. A presença de grande quantidade de água no estado líquido, a temperatura compatível com a vida e uma atmosfera de certa forma protectora, foram condições necessárias ao aparecimento e desenvolvimento das primeiras formas de vida. Sendo um planeta dinâmico, quer interna quer externamente, facilita a evolução, umas vezes traduzida no aumento da diversidade, outras no desaparecimento de espécies mais vulneráveis às mudanças sofridas. Os fósseis constituem a evidência primária de evolução verificada ao longo da sua história. O Universo nasce de um “ovo primordial” (bola mais pequena que um átomo a altas temperaturas e superdensa) que, após a explosão, se desagrega e expande, dando origem a diversos corpos celestes. Estes agrupam-se, originando galáxias, das quais a Via Láctea é um exemplo. Muito depois do Big Bang, formam-se muitos sistemas solares, entre eles o nosso. “Deus disse: faça-se luz!” Gn:1,3 15.000 M.a. 4.600 M.a. Formação do Sistema Solar Uma nébula primitiva terá dado origem ao nosso Sistema Solar. O arrefecimento, a contracção e um movimento de rotação muito acelerado das partículas constituintes da nébula primitiva conduzem à formação de um disco achatado acompanhado da formação de planetesimais. Por acreção continuada, formam-se os protoplanetas e, mais tarde, os planetas que giram em volta do Sol. As temperaturas muito elevadas, originadas pela colisão de planetesimais e pela decomposição radioactiva de elementos, provocam a fusão de ferro e níquel que, por serem muito densos, afundam, formando o núcleo. Os materiais menos densos formam a superfície dos planetas. “Deus disse: haja um firmamento entre as águas” Gn:1,6 4.600 M.a. 4.000 M.a. A Terra está já formada, mas continua a evoluir. A crosta terrestre é rocha sólida coberta por crateras de meteoritos e vulcões. A atmosfera primitiva, consequência da intensa actividade vulcânica verificada até então, desencadeia, após um acentuado arrefecimento, a formação de grandes massas de água. 4.000 M.a. “Deus disse: reúnam-se as águas (…) num único lugar, a fim de aparecer a terra seca” Gn: 1,7 3.800 M.a. A vida tem condições para aparecer: água líquida, temperatura adequada e uma atmosfera propícia. Os compostos orgânicos da “sopa primitiva” (água do oceano primitivo rica em matéria orgânica) servem de alimento às primeiras células heterotróficas e anaeróbias. Uma evolução geológica lenta, mas fundamental da atmosfera, conduz a uma evolução dos primeiros seres vivos. A diversidade começa a registar-se. Aos seres heterotróficos e anaeróbios, sucedem outros mais complexos, autotróficos e aeróbios , que vão permitir o crescente aumento da diversidade. Contudo, condições adversas, resultantes do dinamismo natural do planeta, conduzem às primeiras extinções e, em consequência, formam-se os primeiros fósseis. “Deus disse: que a terra produza verdura” Gn: 1,11 3.800 M.a. “Deus disse: que as águas sejam povoadas de inúmeros seres vivos” Gn: 1,20 Século XVIII “Choveu torrencialmente durante quarenta dias sobre a terra” Gn:7,17 A diversificação e extinção cíclicas no mundo orgânico, até ao momento actual, podem ser confirmadas a partir do trabalho pioneiro de William Smith, que incide no estudo dos fósseis. A história da Terra passa, então, a ser documentada por estes “marcadores do tempo”. “Os fósseis constituem a evidência primária da extraordinária evolução que a vida tem dado desde a pobreza da sua aurora até à riqueza dos actuais seres vivos.” I.G.Gass in “Vamos compreender a Terra” Conclusão Com este trabalho concluímos que, apesar de a Terra ser o corpo de maiores dimensões entre os planetas telúricos do Sistema Solar, a sua ordem de grandeza é inferior à dos gigantes jovianos e infinitamente pequena, se comparada com a extensão da nossa galáxia e do próprio Universo. Embora a acreção e diferenciação tenham sido etapas comuns à formação dos oito planetas do Sistema Solar, a Terra terá sofrido uma evolução particular que a tornou única. O seu dinamismo interno e externo constituíram, deste modo, a alavanca que possibilitou o aparecimento, a diversificação e extinção cíclicas no mundo orgânico. A partir dos finais do século XVIII e , em particular, depois do trabalho pioneiro de William Smith, os fósseis passaram a ser usados como “marcadores do tempo”, permitindo, assim, a reconstituição da história da vida na Terra. Os processos que levaram à transformação da Terra “informe e vazia” num planeta vivo, foram muito longos e diversos. O seu entendimento mostranos a complexidade da evolução do nosso planeta, até serem atingidas as condições necessárias à existência da vida. Século XVIII “Todas as criaturas que se moviam na terra pereceram “ Gn: 7,21 Agradecimentos: • Doutora Cristina Maria Castro Bibiliografia - Brandão, José (1991) Geologia-12º ano, Texto Editora, Lisboa,368 pp - Gass, I.G. & outros, Vamos compreender a Terra, Editora Almedina, Coimbra,450 pp - Santos, José Rodrigues dos (2006), A Fórmula de Deus, Gradiva Publicaçãoes L.da, Lisboa, 574 pp - Farndon, John (1994), Dicionário Escolar da Terra,Editora Civilização, Londres, 192 pp - Kindersley, Dorling (1993), Enciclopédia Visual-Fósseis, Verbo Editora, Singapura, 63 pp - Kindersley, Dorling (1953), Dicionário Visual dos Dinossauros, Verbo, Itália,63 pp - Gramaxo, Fernanda & outros (2006), Terra, Universo de Vida-Biologia e Geologia,10º ou 11º ano, Porto Editora, Porto,255 pp - Bíblia Sagrada (1966), Difusora Bíblica- Missionários Capuchinhos, Lisboa-Fátima •Doutora Maria Cristina Vicente •Doutora Elsa Gomes •Doutor Pedro Miguel Callapez e Tonipher