Avaliação da característica estrutural de duas espécies

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Palmas – TO UFT/ABZ
24 a 28 de maio
AVALIAÇÃO DA CARACTERÍSTICA ESTRUTURAL DE DUAS ESPÉCIES DE AVEIA E DE
TRÊS LEGUMINOSAS EM PLANTIO SOLTEIRO E CONSORCIADAS NA REGIÃO OESTE DO
PARANÁ1
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Alex Sérgio Lazzaretti Vogt , Francieli Batista Silva , Deise Dalazen Castagnara , Taimara
Bernardi5, Marcela Abbado Neres6, Paulo Sérgio Rabello de Oliveira6
1
Projeto financiado pelo CNPq
Zootecnista formado pela UNIOESTE, Marechal Cândido Rondon – PR. E - mail: [email protected]
3
Aluna do programa de pós-graduação do curso de Zootecnia – UNIOESTE/CCA, Marechal Cândido Rondon – PR.
4
Aluna do programa de pós-graduação do curso de Agronomia – UNIOESTE/CCA, Marechal Cândido Rondon – PR
5
Acadêmica do curso de Zootecnia, UNIOESTE, Marechal Cândido Rondon - PR
6
Professores do centro de ciências agrárias – UNIOESTE, Marechal Cândido Rondon - PR
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Resumo: A consorciação entre gramíneas e leguminosas proporcionam benefícios para as
pastagens, pois a manutenção da produtividade da gramínea se dá pela liberação do nitrogênio
fixado biologicamente. O experimento foi conduzido em uma área pertencente à Universidade
Estadual do Oeste do Paraná com o objetivo da avaliar as características estruturais da
associação aveia com leguminosas forrageiras tropicais perenes. Os tratamentos foram:
Amendoim forrageiro (Arachis pintoi cv. Amarillo); Amendoim + Aveia branca (Avena sativa cv. IPR
126); Amendoim + Aveia preta (Avena strigosa cv. IAPAR 61); Macrotiloma (Macrotyloma axilare
cv. Java); Java + IPR126; Java + IAPAR 61; Estilosantes (Stylosanthes cv. BRS - Campo Grande);
Estilosantes + IPR126; Estilosantes + IAPAR 61, IAPAR 61 e IPR 126 que foram distribuídos em
delineamento de blocos ao acaso, com onze tratamentos e três repetições, totalizando 33
parcelas. Houve diferença significativa entre os tratamentos, com a aveia preta em consórcio com
a leguminosa apresentando maior altura. Este consórcio pode ser uma estratégia para melhorar a
produtividade das pastagens.
Palavras–chave: altura, forragem, gramíneas
EVALUATION OF STRUCTURAL CHARACTERISTIC OF TWO SPECIES OF OATS AND
THREE LEGUME IN PLANTING AND SINGLE INTERCROPPED WESTERN PARANÁ
Abstract: Intercropping between grasses and legumes provide benefits to pasture, because the
maintenance of the productivity of grass is by release of biologically fixed nitrogen. The experiment
was conducted in an area belonging to the State University of West Paraná with the aim of
assessing the structural characteristics of oats association with perennial tropical forage legumes.
The treatments were: peanut (Arachis pintoi cv. Amarillo); Peanut + Oats (Avena sativa cv. IPR
126); Peanut + oat (Avena strigosa cv. IAPAR 61); Macrotiloma (Macrotyloma axillary cv. Java),
Java IPR126 +, Java + IAPAR 61; Estilosantes (Stylosanthes cv. BRS - Campo Grande);
Estilosantes + IPR126; Estilosantes + IAPAR 61, 61 and IAPAR IPR 126 that were distributed in
randomized block design with eleven treatments and three replications total of 33 plots. There were
significant differences between treatments, with oat intercropping with legumes having greater
height. The consortium may be a strategy to improve the productivity of pastures.
Keywords: height, forage, grasses
Introdução
A pastagem é a principal fonte de alimentos para os bovinos, visto que a grande maioria dos
animais são criados em sistemas baseados na utilização de pastagem, pelo menos em uma das
fases do sistema de criação.
O crescimento das plantas forrageiras e a produção animal a pasto são freqüentemente
limitados pela deficiência de nitrogênio no solo, por outro lado, o custo de adubação nitrogenada é
elevado, o que muitas vezes limita sua utilização, sendo assim o uso de leguminosas como fonte
de nitrogênio para as gramíneas torna-se de suma importância no processo de produção animal a
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pasto, pois normalmente, devido à extensividade das pastagens à aplicação de nitrogênio torna-se
economicamente inviável (MESQUITA, 2001).
Entre os benefícios da consorciação entre gramíneas e leguminosas na pastagem,
destacam-se: maior produção de forragem; melhor valor nutritivo, principalmente com acréscimo
no teor de proteína bruta da forragem ofertada; maior desempenho animal; maior produtividade do
sistema (maior ganho por área) (MOREIRA, 2007).
O principal benefício da inclusão de leguminosas em pastagens de gramíneas de estação
fria é devido ao fato que as leguminosas melhoram o valor da dieta apreendida pelo animal em
pastejo (LESAMA e MOOJEN, 1999).
Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo avaliar a altura do dossel (AD) de duas
espécies de aveia e de três leguminosas em sistema de plantio solteiro ou consorciadas, em dois
cortes.
Material e Métodos
O experimento foi instalado em condições de campo, na Fazenda Experimental Antônio
Carlos dos Santos Pessoa pertencente à Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE, campus de Marechal Cândido Rondon, situada na cidade de Marechal Cândido
Rondon, Paraná. O solo da área experimental é classificado segundo a análise química como
Latossolo Vermelho Eutroférrico.
Os tratamentos instalados foram o Amendoim forrageiro (Arachis pintoi cv. Amarillo);
Amendoim + Aveia branca (Avena sativa cv. IPR 126); Amendoim + Aveia preta (Avena strigosa
cv. IAPAR 61); Macrotiloma (Macrotyloma axilare cv. Java); Java + IPR126; Java + IAPAR 61;
Estilosantes (Stylosanthes cv. BRS - Campo Grande); Estilosantes + IPR126; Estilosantes +
IAPAR 61, IAPAR 61 e IPR 126 que foram distribuídos em delineamento de blocos ao acaso, com
três repetições.
A área experimental foi de 484 m², divididos em 33 parcelas, cada qual com 12 m²,
perfazendo três blocos com 11 tratamentos.
Os blocos foram separados entre si por um corredor de 1 m² de largura, onde também foi
considerado um metro de bordadura, separando o experimento das atividades agrícolas da
fazenda experimental.
As semeaduras das leguminosas foi realizado no dia 24 de janeiro de 2007 onde, por
ocasião de baixa precipitação pluviométrica ocorrida durante o verão, houve atraso no
estabelecimento das leguminosas, tendo assim a necessidade de replantio, sendo, que este
ocorreu nos dias 5 e 6 de março de 2007. No plantio foram semeados aproximadamente 2 kg ha-1
de Stylosanthes, 2,5 kg ha-1 de Macrotyloma, 25 kg ha-1 de Arachis pintoi, por parcela em linhas
-1
espaçadas de 30 cm e com 2 cm de profundidade. Momento este em que aplicou 100 kg ha de
-1
P2O5 e 60 kg ha de K2O nas formas de Superfosfato Simples e Cloreto de Potássio.
A semeadura das aveias IPR 126 E IAPAR 61 foi realizado nos dias 4 e 5 de maio de 2007
onde, foram semeados aproximadamente 40 kg ha-1 em linhas espaçadas de 30 cm e com
profundidade de 2 cm.
Em maio de 2007 foi realizado o corte de uniformização da forrageira experimental a uma
altura de 10 cm. Após este corte foram realizados dois cortes da forrageira a uma altura de 10 cm
da superfície do solo, respectivamente nos dias 28 de junho e 10 de agosto de 2007.
Para a avaliação da altura do dossel utilizou-se uma régua de um metro de comprimento
graduada em centímetros. Foram retiradas três leituras aleatórias em cada parcela, sendo
considerado a curvatura media de última folha. Os dados obtidos foram submetidos à análise
estatística através do programa SISVAR, e os tratamentos foram comparados através do teste
Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Resultados e Discussão
A média encontrada para a característica estrutural de altura do dossel das leguminosas em
cultivo solteiro e consorciadas com aveia, foi superior no 1º corte (13,75 cm) e inferior no 2º corte
(10,12 cm), praticados nos meses de junho e agosto de 2007, respectivamente, como pode ser
observado na tabela 1. A leguminosa macrotiloma em plantio solteiro no 1º corte, apresentou
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altura do dossel superior (23,96 cm) aos cultivos da leguminosa amendoim forrageiro em plantio
solteiro ou consorciado com a aveia branca e preta, porém, não diferindo estatisticamente dos
demais tratamentos avaliados. No 2º corte, a leguminosa macrotiloma em plantio solteiro, também
apresentou altura do dossel superior (18,33 cm) aos cultivos da leguminosa amendoim forrageiro
em plantio solteiro ou consorciado com a aveia branca e preta, diferindo estatisticamente dos
demais tratamentos avaliados.
As aveias branca e preta em sistema de plantio consorciado com as leguminosas,
apresentaram média de altura de dossel superior no segundo corte (42,76 cm) e inferior no
primeiro corte (22,23 cm), como pode ser observado na tabela 2. O sistema de cultivo entre aveia
preta em consórcio com a macrotiloma, obteve valores para a altura do dossel superiores aos
demais tratamentos em ambos os cortes. A aveia branca em consorcio com o amendoim
forrageiro no 1º corte, apresentou o menor valor de altura do dossel (17,80 cm), porém não
diferindo estatisticamente dos cultivos com aveia preta + amendoim, aveia branca + estilosantes e
aveia branca + macrotiloma.
No 2º corte, a aveia preta em consórcio com o estilosantes, apresentou valor inferior para a
altura do dossel (34,23 cm), contudo, diferindo estatisticamente apenas dos tratamentos com
aveia branca e aveia preta em cultivos solteiro e aveia preta em cultivo consorciado com
macrotiloma.
O fato da aveia preta em consórcio com a macrotiloma ter apresentado altura do dossel
superior, pode estar relacionado ao processo de fixação de nitrogênio desta leguminosa ter sido
mais eficiente. De acordo com Cantarutti e Boddey (1997), a fixação de nitrogênio pelas
leguminosas forrageiras contribui para a auto-suficiência de N em consorciações, pois proporciona
uma fonte de N não mineral para ser transferido para a gramínea associada. A transferência de N
da leguminosa para gramínea, pode ser um fato previsto pelo maior vigor e coloração mais verde
da gramínea quando esta se encontra crescendo adjacente a leguminosa quando se compara com
a gramínea crescendo afastada da leguminosa.
No 2º corte, a aveia preta em cultivo solteiro, apresentou maior número de perfilhos (233,38
2
m ) diferindo dos demais tratamentos, enquanto o cultivo de aveia branca consorciada com
2
macrotiloma apresentou o menor número de perfilhos (117,66 m ).
Conclusões
O consórcio da aveia preta com a leguminosa macrotiloma proporcionou maior altura do
dossel em ambos os cortes. Este consórcio pode ser uma estratégia para melhorar a
produtividade das pastagens.
Referências Bibliográficas
CANTARUTTI R. B.; BODDEY R. M. Transferência de nitrogênio das leguminosas para as
gramíneas. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE PRODUÇÃO ANIMAL EM PASTEJO,
1997,Viçosa, MG. Anais... Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 1997. p. 431-446.
MESQUITA, E. E. Fixação simbiótica e processos de transferência de nitrogênio para as
gramíneas associadas, 2001. Disponível em:
<http://www.tdnet.com.br/domicio/TRANSF.htm> Acesso em: 10 jul. 2008.
MOREIRA, F. B. Pastagens para ovinos. PUBVET v. 1, n. 1, set 2, issn 1982-1263, 2007.
LESAMA, M.F.; MOOJEN, E.L. Produção animal em gramíneas de estação fria com fertilização
nitrogenada ou associadas com leguminosa, com ou sem fertilização nitrogenada. Ciência Rural,
Santa Maria, v. 29, n. 1, p. 123-128, 1999.
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Tabela 1. Altura de dossel das espécies de leguminosas cultivadas isoladamente e consorciadas
com gramíneas em junho e agosto, 2007.
Tratamentos
Altura do Dossel
Corte 1
Corte 2
Amendoin + Aveia branca
3,90b
4,76d
Amendoin + Aveia preta
4,00b
4,23d
Amendoin
4,50b
3,20d
Macrotiloma + Aveia branca
15,10a
13,66b
Estilosantes + Aveia branca
15,90a
10,90c
Estilosantes + Aveia preta
17,30a
10,46c
Estilosantes
17,90a
10,53c
Macrotiloma + Aveia preta
21,20a
15,00b
Macrotiloma
23,96a
18,33a
Média Geral
13,75
10,12
CV %
24,51
9,13
* Letras diferentes na mesma coluna, diferem entre si pelo teste de Tukey à 5% de probabilidade (P>0,05)
Tabela 2. Altura de dossel das espécies de gramíneas cultivadas isoladamente e consorciadas
com leguminosas em junho e agosto, 2007.
Tratamentos
Altura do Dossel
Corte 1
Corte 2
Aveia Branca + Amendoim
17,80c
40,46abc
Aveia Preta + Amendoim
21,66bc
45,80bc
Aveia Branca
23,20ab
45,96ab
Aveia Branca + Macrotiloma
20,86bc
41,86abc
Aveia Branca + Estilosantes
21,20abc
39,56bc
Aveia Preta + Estilosantes
23,33ab
34,23c
Aveia Preta
23,96ab
46,13ab
Aveia Preta + Macrotiloma
25,86a
48,10a
Média Geral
22,23
42,76
CV %
7,31
6,75
* Letras diferentes na mesma coluna, diferem entre si pelo teste de Tukey à 5% de probabilidade (P>0,05)
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