Disco de Benham Pedro Andrade Olá a todos! Este parece à primeira vista um disco preto e branco banal, com uns pequenos anéis pretos na metade branca, igual a tantos outros discos pretos e brancos banais, com pequenos anéis pretos na extremidade branca. Mas quando o ponho a girar acontece algo curioso: se repararem bem, a maioria de vocês deve estar a ver uma série de cores à volta do disco. Que cores estão a ver? Se alguém está a ver a Rita Pereira ou o George Clooney é porque não está concentrado na experiência. Mas se o voltar a parar, vemos que o disco é realmente preto e branco! Eu não sou propriamente um mágico, por isso temos que arranjar uma explicação para este fenómeno. Este chama-se um disco de Benham, foi inventado pelo inglês Charles Benham no fim do século XIX, e demonstra um efeito já era conhecido: as cores subjectivas, que são cores que vemos quando nos mostram um padrão preto e branco a piscar muito depressa. Para perceber como isto funciona, temos que saber como é que a nossa visão funciona. Para vermos um objecto, é preciso que a luz seja reflectida por esse objecto e entre no nosso olho, onde vai ser concentrada num tecido a que chamamos retina. Este é constituído por 2 tipos principais de células: os bastonetes, que nos ajudam a ver na escuridão, e os cones, que são responsáveis pela visão quando temos boa luminosidade, e que são por isso responsáveis por vermos as cores, ao captarem os diferentes comprimentos de onda da luz, e ao enviarem esta informação ao nosso cérebro. Embora ainda não se saiba muito bem explicar o fenómeno do disco de Benham, parece provável que a resposta esteja nos anéis pretos. Ao interromperem a alternância preto-branco do resto do disco, criam um sinal intermitente que é interpretado pelos cones como diferentes comprimentos de onda de luz, e por isso dizem ao cérebro que estamos a ver anéis coloridos. No entanto, outros cientistas demonstraram que a actividade da área do cérebro responsável pela visão também tem uma influência muito grande para vermos estas cores subjectivas. De qualquer forma, o disco de Benham demonstra claramente que a percepção da cor é gerada no nosso cérebro, e o que nós achamos de realidade, pode existir apenas na nossa cabeça! Um bom exemplo disto foi a primeira vez que se mostrou esta ilusão numa TV a preto e branco: as pessoas começaram a ver cores, e pensaram que estavam a alucinar!