Seu filho recebeu diagnóstico de Diabetes

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Seu filho recebeu diagnóstico
de Diabetes
Índice
Página
1. Seu filho recebeu diagnóstico de diabetes
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2. O que é diabetes?
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3. Controlando o diabetes
4
4. Como ficarei sabendo quanto meu filho/filha precisa comer?
5
5. Há alimentos que afetam o nível de glicemia, mais do que outros
5
6. Alimentação saudável diariamente
6
7. Meu filho tem permissão para comer doces
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8. Atividades físicas e esportivas
7
9. Verificação da glicemia
7
10. Como e quando deve ser monitorada a glicemia?
8
11. Por que os níveis glicêmicos da criança podem variar?
8
12. Hipoglicemia ou nível baixo de glicemia
9
13. Hiperglicemia ou nível elevado de glicemia
10
14. Cetoacidose diabética
10
15. Problemas de saúde relacionados
11
16. Insulina
11-12
17. Convivendo com o diabetes
13
18. Observações finais
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1. Seu filho recebeu diagnóstico de diabetes
Quando seu filho ou sua filha recebeu o diagnóstico de
diabetes, provavelmente você sentiu-se confuso e
assustado, com muitas dúvidas passando pela sua
cabeça.
Como é que isso foi acontecer? O que eu fiz, para que
meu filho/filha tivesse diabetes? A resposta mais
simples e clara é: Ninguém tem culpa Nem você, nem a
criança, nem ninguém poderia ter feito nada para evitar.
O diabetes iria desenvolver-se, de qualquer maneira. Na
verdade, foi até bom que o médico tenha descoberto
que seu filho/filha tem diabetes, porque agora você vai
saber como controlar e poderá ajudar seu filho/filha a
crescer saudável.
Quando acontece uma coisa dessas, você acaba
descobrindo que a vida continua. E, de uma coisa você
pode ter certeza: você irá lidar com a situação, da
mesma forma que outros pais de crianças com diabetes
já vêm fazendo, porque o diabetes vai se tornar mais
fácil de controlar do que é para você, agora, no começo.
Evidentemente, você está diante de um grande desafio.
Você irá enfrentar uma série de novas tarefas, para as
quais você terá que arranjar tempo. Você terá que
trabalhar direto, junto com a criança, para desenvolver
um estilo de vida equilibrado, com refeições saudáveis,
e seguindo o tratamento recomendado. Agora a criança
está precisando de sua ajuda e suporte, mas logo ela
saberá como fazer o diabetes encaixar-se em sua vida.
Aceite todo o suporte disponível em seu dia a dia. Uma
equipe de profissionais sua equipe de diabetes estará
sempre à sua disposição, mesmo nas situações difíceis.
Além disso, existe uma ampla variedade de fontes de
informações e de organizações de apoio. Não há
nenhum motivo para que você tenha que estar sozinho
para lidar com essa situação.
2. O que é Diabetes?
Diabetes é uma condição que torna o organismo
incapaz de processar a glicose, um açúcar presente na
maioria dos alimentos que comemos, e a principal fonte
de energia do organismo. O hormônio chamado
insulina, produzido pelo pâncreas, converte a glicose em
energia vital. Pessoas com diabetes ou não produzem
insulina, ou produzem muito pouco, em quantidade
insuficiente para que o organismo realize a conversão
de glicose em energia. Se a glicose não for devidamente
processada, ela vai-se acumulando no sangue,
ocasionando inúmeros sintomas que afetam a saúde e o
bem-estar das pessoas com diabetes.
Existem dois tipos de diabetes: Diabetes Tipo 1, na
qual o pâncreas não produz insulina; e Tipo 2, na qual o
pâncreas não produz insulina suficiente, e a quantidade
produzida é ineficaz. Normalmente, o diabetes Tipo 2
ocorre mais tarde, na vida. Em geral, crianças com
diabetes têm o Tipo 1 e dependem de tratamento diário
com insulina, para que seus organismos assimilem os
alimentos que elas ingerem.
O diabetes ainda não tem cura. Porém, com controle
adequado, com um planejamento saudável das
refeições, exercícios físicos, medicamento e
monitoramento frequente da glicemia (taxa de glicose
no sangue), as crianças com diabetes podem aprender
a evitar complicações, tendo uma vida normal e
participando de todas as atividades escolares. Planos
bem-sucedidos de tratamento do diabetes ajudam as
crianças a se desenvolverem normalmente, tanto de
forma física quanto emocionalmente, mantendo o
controle de seus níveis de glicemia.
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3. Controlando o Diabetes
3. Controlando o Diabetes
Embora o diabetes ainda não tenha cura, há muitas
coisas que você e seu filho/filha podem fazer para
mantê-lo sob controle. Esse controle significa,
basicamente, manter os níveis de glicemia da criança
dentro de uma faixa de valores recomendada pelo
médico. A regrinha fundamental é a seguinte: alimentos
e estresse normalmente aumentam o nível de glicose, e
insulina e medicamento oral abaixam o nível de glicose.
Fazer exercícios físicos e verificar regularmente a
glicemia ajudam a manter os níveis de glicemia dentro
da faixa de valores recomendada. Basicamente,
funciona como os pratos de uma balança.
Mas, nem sempre, as coisas são tão simples quanto
parecem. O controle do diabetes exige uma grande
dose de disciplina na vida diária. Você pode ajudar seu
filho/filha incentivando-o(a), dando explicações, mas
também mantendo a calma, quando as coisas não
correm tão bem. Porém, se seu filho/filha ainda for
muito pequeno, a principal responsabilidade é sua.
Crianças um pouco mais velhas vão querer ser
independentes e controlar elas mesmas o diabetes.
Mesmo assim, por mais que seu filho/filha seja
independente, ele/ela irá precisar de seus cuidados.
Uma equipe de especialistas pode ajudar você e seu
filho/filha a controlar o diabetes.
Essa equipe é formada por:
• O médico diabetologista ou endocrinologista da
criança.
• Um nutricionista com especialização para trabalhar
com crianças com diabetes.
• Um educador em diabetes.
• Um oftalmologista (médico especialista em olhos),
porque o diabetes pode causar problemas aos olhos,
se não estiver bem controlado.
• Um assistente social ou psicólogo que irá ajudar a
criança a lidar com suas preocupações e a esclarecer
suas dúvidas.
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Uma alimentação adequada é um dos aspectos mais
importantes do controle do diabetes. Tendo em vista que
o organismo precisa de insulina para conseguir utilizar o
alimento que consome, a criança precisará manter um
equilíbrio correto entre as aplicações de insulina e
ingestão de alimentos. Servir pequenas quantidades de
alimento, distribuídas ao longo do dia, faz com que a
criança receba os nutrientes e vitaminas necessários.
Também é importante evitar alimentos ricos em gorduras,
sal e açúcar.
Um nutricionista especializado em diabetes irá ajudar
você a estabelecer um plano alimentar adequado e
explicará a você e seu filho/filha algumas informações
nutricionais que serão muito úteis.
A melhor dieta para seu filho/filha vai depender do tipo de
tratamento que ele/ela está recebendo. No caso de
tratamentos convencionais com insulina (doses fixas de
insulina), prescritos a crianças com diabetes tipo 1, você e
a criança precisam estar seguros de que ela:
• irá se alimentar no mesmo horário, aproximadamente,
todos os dias.
• não irá “pular” refeições ou lanches.
• comerá a quantidade certa, em cada refeição.
4. Como ficarei sabendo
quanto meu filho/filha
precisa comer?
Quando ingerimos alimentos que contêm carboidratos é
necessário insulina, por isso, os alimentos são divididos
em dois grupos: alimentos com carboidratos e alimentos
com pouquíssimo, ou nenhum carboidrato.
A maneira mais simples de controlar o plano alimentar
de seu filho/filha é fazendo a contagem de carboidratos.
O médico irá estabelecer a quantidade de insulina que é
preciso injetar para cada quantidade de carboidrato
(relação insulina : carboidrato), com base na ingestão
diária de carboidratos. Essa quantidade pode ir-se
alterando ao longo do tempo e, portanto, deve ser
constantemente acompanhada.
5. Há alimentos que afetam o nível de
glicemia, mais do que outros
• A glicemia de seu filho/filha irá aumentar pouco, se ele/ela comer: cereais (trigo, milho, arroz, centeio e outros
grãos de espigas) ou produtos de cereais parcial ou totalmente integrais; verduras e folhas; produtos não
adoçados; sementes oleaginosas (amêndoas, castanhas, amendoins, etc.), leguminosas (feijões, ervilhas,
lentilhas, grão-de-bico e outras vagens).
• A glicemia aumentará mais rapidamente quando a criança com diabetes comer qualquer alimento feito com
farinha de trigo branca, ou que contenha açúcar, bebidas adoçadas com açúcar, pois o açúcar vai, praticamente,
direto para a corrente sanguínea da criança.
• Em geral, pode-se dizer que a glicemia de seu filho/filha irá elevar-se menos:
- se o alimento for mais sólido, ou menos líquido, quanto maior for o teor de proteína ou gordura (o excesso de
qualquer um dos dois, deverá ser evitado),
- quando o alimento for menos processado
- quanto menor for o conteúdo de açúcar ou farinha de trigo da refeição.
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6. Alimentação saudável diariamente
Dependendo do tipo de tratamento, i.e. convencional ou
com sistema de infusão contínua de insulina, poderá ter
um plano alimentar restrito, ou menos restrito. Um(a)
nutricionista pode ajudar você a montar um plano
alimentar saudável e equilibrado, para seu filho/filha.
Para a criança, nem sempre é fácil seguir um plano
alimentar. Um amiguinho pode convidar para uma
festinha de aniversário com todos aqueles doces que as
crianças adoram.... Se isso acontecer de vez em quando,
não se preocupe, desde que seja uma exceção. Tente
explicar a seus filho/filha que você precisa saber dessas
festinhas com antecedência, para que elas possam ser
encaixadas no plano alimentar. Ao mesmo tempo, você
precisa lembrar-se de que seu filho/filha não gostaria de
sentir-se diferente de seus amiguinhos e amiguinhas.
Porém, tenha sempre em mente que manter um plano
alimentar saudável é um dos fatores mais importantes,
quando o assunto é controle do diabetes.
7. Meu filho tem permissão para comer doces?
Toda a criança gosta de doces. Alimentos que contêm
açúcar, como docinhos e sobremesas, podem ser
consumidos com moderação. Mas, tendo em vista que
eles fazem subir os níveis glicêmicos de seu filho/filha, é
bom ter sempre muito cuidado. O melhor é comer o
doce logo depois de uma refeição grande. Também é
melhor que esses itens contenham gorduras ou
proteínas; bolos, confeitos e sobremesas são menos
perigosos se forem feitos com farinha integral.
Porém, podemos recomendar o uso de adoçantes, cuja
contagem de carboidratos é zero. Seu filho/filha pode
ingerir refrigerantes, iogurtes e geleias de frutas
adoçados com adoçantes artificiais. Por outro lado, não
se recomendam substitutos do açúcar, como frutose,
sorbitol e outras substâncias adicionadas normalmente
em “sobremesas especiais para diabéticos”, pois se
ingeridas em grandes quantidades, podem provocar
indigestão. É por isso que tais substâncias não estão
recomendadas nas diretrizes internacionais sobre
diabetes.
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O grande desejo de comer algo doce, por sua vez, pode
ser vencido comendo-se carboidratos na forma de
cereais, frutas e laticínios, e fazendo muito exercício
físico ao ar livre.
8. Atividades Físicas
e Esportivas
Os benefícios dos exercícios físicos no tratamento do
diabetes já foram estabelecidos há tempos. Crianças
com diabetes precisam exercitar-se regularmente pois
isso ajuda a equilibrar sua ingestão de alimentos e
insulina, e pode ajudar a baixar os níveis de glicose no
sangue. Fazer exercícios físicos, por meio de esportes
organizados pode ser especialmente benéfico, pois os
esportes coletivos ajudam as crianças a sentirem-se
integradas com os colegas.
Todavia, crianças com diabetes devem ter atividades
físicas planejadas, incluindo ingestão de alimento
antes, depois e, às vezes, durante os exercícios físicos.
O momento e a quantidade de alimento podem ser
determinados fazendo testes de glicemia antes de
iniciar uma atividade. Os pais precisam ser informados
se algum evento ou atividade especial for afetar os
horários das refeições as crianças não podem fazer
exercícios físicos caso apresentem sintomas de
hipoglicemia.
9. Verificação da glicemia
Os níveis de glicemia de seu filho/filha mostram a efetividade e o sucesso de seu plano de tratamento do diabetes.
Por isso, é importante verificar regularmente seus níveis de glicemia. O tratamento pode ser ajustado para adequarse às necessidades da criança, e pode evitar subidas e descidas desnecessárias de seus níveis de glicemia.
Quais devem ser os níveis de glicemia de seu filho/filha?
Normalmente, é o médico que irá decidir com você qual é a faixa meta ideal.
O padrão é:
Objetivos Glicêmicos e de hemoglobina glicada por idade
IDADE
PRÉ-PRANDIAL
(mg/dL)
PÓS-PRANDIAL
(mg/dL)
HEMOGLOBINA GLICADA
(%)
Menos de 6 anos
100 a 180
110 a 200
Mais de 7,5 e menos de 8,5
De 6 a 12 anos
90 a 180
100 a 180
Menos de 8
De 13 a 19 anos
90 a 130
90 a 150
Menos de 7 a 7,5
Fonte: Diretrizes SBD 2009
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10. Como e quando deve ser
monitorada a glicemia?
Os níveis de glicemia de uma criança com diabetes
devem ser verificados, pelo menos, quatro vezes por dia.
Se seu filho/filha estiver em regime intensivo de insulina,
as medições devem ser mais frequentes. O médico(a)
da criança lhe dará instruções mais detalhadas.
Para verificar o nível de glicemia obtém-se uma
pequena gota de sangue, da ponta de um dos dedos da
mão. Com a ajuda de lancetadores especiais, como o
Accu-Chek Multiclix e Accu-Chek Softclix, que visam
minimizar a dor, é feita uma minúscula picada.
É necessário um kit de teste para verificar a glicemia da
criança. Esse kit pode incluir:
• Monitores de glicemia como o Accu-Chek Active,
Accu-Chek Performa e Accu-Chek Performa Nano.
Escolha o monitor com o qual você e seu filho/filha
sintam-se mais à vontade.
• Um lancetador para obter uma minúscula gota de
sangue (um aparelho praticamente indolor que
comporta 6 lancetas em um tambor é o Accu-Chek
Multiclix)
• Tiras de teste, nas quais o sangue é aplicado, ou que
absorvem automaticamente o sangue
• um diário do diabetes para anotar cada leitura, ou
um diário eletrônico que mantém um registro de
cada leitura.
O médico(a) ou a enfermeira podem ajudar você a
escolher os produtos que melhor atendam suas
necessidades pessoais. A criança não tem necessidade
de desinfetar os dedos, antes de fazer uma medição.
Basta lavar bem as mãos, pelo simples motivo de que
pode ficar algum resíduo de alimento misturado ao
sangue, e isso pode distorcer as medições da glicemia.
Se seu filho/filha ainda for muito pequeno, você é quem
deve fazer o procedimento. Porém, assim que a criança
entrar na escola, ela ja deverá fazer, ela mesma, os
testes. Certifique-se de que a criança saberá anotar os
resultados no diário. Crianças maiores e adolescentes,
geralmente têm preguiça de fazer as medições e
anotações. Porém, isso é importante porque os
resultados cuidadosamente documentados irão garantir
que o médico tenha um quadro completo para poder
ajustar o tratamento com insulina.
11. Por que os níveis glicêmicos da
criança podem variar?
Os níveis de glicemia podem inverter-se facilmente ou quando a criança está crescendo muito depressa, ou por estresse, ou por
alterações hormonais. Isso não tem que ser, necessariamente, um problema pois, muitas vezes, os níveis voltam sozinhos à
normalidade. Apesar disso, é importante saber reconhecer quando a situação é séria para que você e a criança possam reagir
correta e imediatamente. Parentes, amigos, professores ou qualquer pessoa que fique frequentemente com a criança também
devem saber o que fazer. Além do mais, nunca se sabe quando a criança irá precisar subitamente de ajuda. Evidentemente, seu
filho/filha deverá estar sempre carregando uma identificação médica informando que ele/ela tem diabetes.
Sempre que você observar sintomas descritos numa das categorias a seguir, e não tiver certeza do que fazer, entre imediatamente
em contato com o médico da criança. Ele informará exatamente o que fazer.
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12. Hipoglicemia ou nível baixo de glicemia
A hipoglicemia ocorre quando a quantidade de glicose
no sangue cai a níveis abaixo de 60mg/dL. Essa queda
pode ocorrer se a criança tiver feito mais exercícios
físicos do que de costume, se não se alimentou na hora,
se deixou de fazer ou atrasou alguma refeição, ou se
aplicou uma quantidade excessiva de insulina.
Hipoglicemia, o problema mais frequente de crianças
com diabetes, é uma situação de emergência. Pode
acontecer em minutos, numa criança com aparência
saudável e normal, por isso, é importante agir
imediatamente. Crianças em idade escolar podem,
normalmente, identificar seus próprios sintomas e
sabem como avisar um adulto ou um cuidador, quando
sentem que estão com uma queda de glicemia. Contudo,
em crianças muito pequenas que não conseguem
expressar como se sentem, é importante monitorar
cuidadosamente o comportamento, em busca de
sintomas.
Sintomas de hipoglicemia:
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Tremedeira, tremores
Fome excessiva
Fadiga, sonolência
Palidez
Irritabilidade, choro
Tontura
Falta de concentração, dispersão
Desmaio e perda de consciência
Suor excessivo
Falta de coordenação
Fala “pastosa”
Pulso acelerado (Taquicardia)
Visão embaçada
Dor de cabeça
Nervosismo
Ansiedade
O quê você pode fazer...
... se uma criança sob seus cuidados apresentar sintomas de hipoglicemia? É fundamental, no primeiro sinal de
hipoglicemia, dar açúcar imediatamente, para ajudar a controlar o nível de glicemia.
• Dê à criança, uma das seguintes coisas:
• Sachê de glicose (15g)
• 15 mL (3 colheres de chá) ou 3 tabletes de açúcar em ½ copo d'água
• 175 mL (3/4 xícara) de suco de fruta ou refrigerante comum
• 15 mL (1 colher de sopa) de mel
• Espere 10-15 minutos. Se não houver melhora, repita o tratamento.
• Se faltar mais de uma hora para a próxima refeição, ou se a criança for fazer alguma atividade física, dê-lhe
um lanche, como meio sanduíche ou queijo e biscoitos (algum alimento com 15 g de carboidratos e uma fonte
de proteína).
• Não deixe a criança sozinha, até que ela esteja completamente recuperada. É muito importante que a criança
esteja acompanhada por uma pessoa responsável, se tiver que voltar para casa. Não deixe de informar aos
pais sobre a ocorrência da hipoglicemia, para que eles possam resolver o problema com o médico.
• Se a criança perder a consciência, tiver convulsão, ou não conseguir engolir, deite-a de lado e não lhe dê
bebida nem alimento. Se houver uma enfermeira na escola, chame-a imediatamente, e se tiver glucagon
aplique-o imediatamente, na dose de 0,5mg SC, a menores de 5 anos, e 1mg, a maiores de cinco anos e ligue
para os pais da criança e/ou para um médico.
Fonte: Diretrizes SBD 2009
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13. Hiperglicemia ou nível elevado de glicemia
Normalmente, a hiperglicemia é causada por falta de
insulina ou por excesso de alimento. Ela também pode
ocorrer quando o organismo está sob estresse causado
por um resfriado ou gripe. Em geral, não há
necessidade de tratamento de emergência, mas você
precisa conversar com seu médico, para alinharem a
melhor maneira de manter a glicemia dentro do
controle. Se a hiperglicemia não for controlada, ela
pode levar à cetoacidose, uma condição séria, que exige
cuidados médicos imediatos. Os sintomas da
hiperglicemia podem incluir sede excessiva, fadiga,
fraqueza, urinar frequentemente e visão embaçada pela
hiperglicemia, desidratação, vômito e dor abdominal
pela cetoacidose.
O que você e a criança devem fazer?
• verificar mais regularmente a glicemia
• beber mais (água, chá)
• exames de urina de cetonas e glicose para
reconhecimento precoce de descompensação
metabólica
• se a criança recebe insulina: injetar insulina de ação
rápida da maneira indicada pelo médico para que a
glicemia da criança volte aos níveis de sua faixa alvo
• entrar em contato com o médico
14. Cetoacidose Diabética
Casos graves ou mais prolongados de hiperglicemia
(geralmente envolvendo níveis de glicose acima dos 300
mg/dL) podem causar cetoacidose. Essa pode ser uma
condição muito séria. Ocorre quando não há insulina no
organismo para ajudar a fazer a glicose entrar nas
células, de modo que as células começam a decompor
gorduras em busca de energia. Quando as gorduras são
decompostas, o organismo produz cetonas. Cetonas
podem ser perigosas se permanecerem por muito
tempo no corpo. Um exame de urina é a melhor
maneira de detectar cetonas e glicose na criança. Se
seu filho/filha está sem comer por algum tempo, i.e.
após uma noite de sono, muitas vezes podem ser
detectadas cetonas, embora não seja detectada glicose
e os níveis de glicemia estejam normais. Essa é
conhecida como “acetona de fome”, um fenômeno que
não é perigoso e pode ser facilmente controlado
alimentando-se no café da manhã. No entanto, se
cetonas e glicose forem encontrados na urina, este é
sempre um sinal de falta de insulina e indica
descompensação metabólica, ou cetoacidose. Nesse
caso, a criança precisará injeção de insulina e
hidratação.
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Os sintomas ou sinais de alerta, típicos da
cetoacidose são:
•
•
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•
•
•
sensação de náusea
vômito
dor abdominal
sentir-se mal
fraqueza muscular
tontura, e até entrar em coma, que pode ter
consequências críticas
15. Problemas de saúde relacionados
Se todas as pessoas envolvidas no tratamento do diabetes de seu filho/filha diabetes atuarem de forma correta e
consciente, as complicações de longo prazo do diabetes podem ser evitadas ou, pelo menos, adiadas por anos.
Porém, se seu filho/filha não controlar a glicemia regularmente, ou se não tomar os medicamentos conforme
instruções do médico, juntamente com as complicações agudas, já descritas, podem ocorrer complicações de longo
prazo.
Entre essas complicações, citamos:
•
•
•
•
lesão nos vasos sanguíneos da retina
perda da função renal
danos aos nervos, especialmente nos pés
complicações cardiovasculares, doença cardíaca e derrame
Normalmente, essas complicações relacionadas ao diabetes surgem causadas pelos níveis elevados de glicemia e
por pressão alta. Essa dupla causa dano a pequenos vasos sanguíneos e aos vasos capilares dos olhos, dos rins e
também aos vasos maiores, do coração e do cérebro. Em geral, essas complicações só se desenvolvem depois que
uma pessoa já vem tendo diabetes há uns 10 a 12 anos, e muito raramente na infância. Apesar disso, os exames
regulares devem ser iniciados na infância para reduzir o risco das complicações de longo prazo. O médico lhe dará
mais informações sobre esse tema.
Assim que algum sinal de cetoacidose for detectado leve a criança ao médico, ou vá direto ao hospital mais próximo
pois essa é uma condição séria e com ameaça de vida.
16. Insulina
Pessoas com diabetes Tipo 1 e algumas com Tipo 2
tomam insulina. Insulina é um hormônio produzido no
pâncreas. Nas pessoas saudáveis, insulina é a chave
que “abre” as células para a entrada da glicose que foi
extraída dos carboidratos, durante a digestão. Sem
insulina, os níveis de glicose sobem rapidamente no
sangue e, para gerar o combustível de que necessita, o
organismo começa a decompor suas próprias gorduras.
Se o organismo não produz sua própria insulina, ou se
produz em quantidade insuficiente, a insulina precisa
ser obtida de uma fonte externa. No momento, a única
maneira de fazer isso é injetando insulina no tecido
subcutâneo, ou com uma seringa, ou com uma caneta
de insulina, ou usando bomba de insulina. Se a insulina
fosse administrada em forma de comprimidos ou de
xarope, ela seria digerida pelo estômago e perderia todo
o efeito.
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16. Insulina
Opções de tratamento
Basicamente, existem três opções de tratamento com insulina. O médico de seu filho/filha ajudará você a decidir
qual é a melhor opção para a criança.
• O tratamento convencional com insulina envolve a injeção de uma dose específica de insulina 2 a 4 vezes por dia,
em horários determinados, além da ingestão de uma quantidade correspondente de carboidratos.
• O tratamento com basal-bolus de insulina, também conhecido como tratamento intensivo proporciona muito mais
flexibilidade, mas exige muito maior conhecimento e habilidade. Esse tipo de tratamento é feito pela aplicação de
uma insulina de ação lenta que cobrem a necessidade básica de insulina da criança. Além disso, várias vezes por
dia é injetada a chamada dose bolus de insulina, com insulina de ação rápida, para compensar à quantidade de
carboidratos consumidos. Também são administradas doses suplementares para corrigir a glicemia da criança,
quando ela estiver fora da faixa-alvo.
• Tratamentos com sistema de infusão contínuo de insulina fazem com que a insulina vá sendo injetada o tempo
todo, por meio de um cateter (um tubinho fino e uma cânula que vai liberando a insulina da bomba para o tecido
subcutâneo). A bomba de insulina é um aparelho que contém insulina, e pode ser usado preso a um cinto ou
num bolso da calça ou da camisa. O SICI (Sistema de infusão contínua de insulina) é conectado ao corpo por
meio de um conjunto de infusão ou cateter. O médico da criança poderá lhe dizer se essa opção de tratamento
seria a melhor para seu filho/filha. O sistema de infusão contínua de insulina, por exemplo, Accu-Chek Combo,
pode proporcionar o máximo de flexibilidade na vida diária da criança por está permanentemente administrando
exatamente a dose certa de insulina, e compensa, de maneira inteligente, alguma refeição fora do programa ou o
excesso de exercício físico.
No entanto, o sistema de infusão contínua de insulina exige que você e a criança aprendam a programá-lo, e ele
deve ser usado o tempo todo (exceto no banho e na natação). Com o sistema a criança também precisa testar
regularmente a glicemia e seguir um plano alimentar.
Como injetar a Insulina
Normalmente, aplicará a insulina por meio de uma seringa ou uma caneta de insulina. No
começo, você injetará a insulina na criança, mas com o tempo a criança aprenderá a
injetar-se. Uma criança maiorzinha aprende rapidamente a fazer isso.
O médico decidirá com você e com seu filho/filha com qual frequência e quais as doses
de insulina a criança deverá receber e, se for o caso, ensinará como misturar a dose. O
local da injeção precisa ser lavado antes de administrar a injeção. Em geral, a criança não
precisa desinfetar a pele, exceto se não houver condições de lavar o local.
Como guardar a Insulina
O melhor é que a insulina seja guardada na geladeira, entre +2 a +10 graus Célsius.
Frasco de insulina aberto, guardado em temperatura ambiente não deverá ser usado por
mais de 3 a 6 semanas. Nunca deixe a insulina no freezer, em ambientes quentes, ou sob
a luz solar direta, pois qualquer dessas situações prejudicará a efetividade do
medicamento.
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17. Convivendo com o
Diabetes
17. Convivendo com o Diabetes
Na pré-escola e escola
O diabetes de seu filho/filha não impedirá que ele/ela frequente uma pré-escola. Na escola, a criança também
poderá fazer todas as atividades. Muitas das crianças e professoras raramente irão perceber que seu filho/filha tem
diabetes. A melhor maneira de evitar mal-entendidos é informar a todas as pessoas envolvidas não apenas quem
cuida ou os amiguinhos, mas também babás, professores de educação física e outras pessoas que têm contato
regular com a criança. Seria bom se fosse feita uma reunião com todos, no começo do ano letivo.
Seria bom, também, se você lhes passasse algo por escrito, um tipo de carta, explicando o que é diabetes, porque e
o quê a criança precisa alimentar-se regularmente, o quê fazer em caso de hipoglicemia e hiperglicemia, e para
quem ligar, em caso de emergência.
Pensando nisso, criamos um manual com diretrizes para professores de crianças com diabetes.
Em viagens
Viajar, especialmente sair de férias, é sempre uma grande aventura, para as crianças. Não deixe que o diabetes de
seu filho/filha prenda você e a criança em casa! De maneira geral, você pode viajar, sempre que quiser. Se você
seguir algumas recomendações gerais, durante a viagem, quase certamente você terá uma viagem tranquila:
• Antes de sair, verifique se você e a criança sabem tudo o que precisam sobre o diabetes e sobre o tratamento.
• Antes de sair, informe-se ao máximo sobre os costumes e culinária do local para onde vocês vão.
• Converse com o médico da criança, antes de viajar. Pode ser que ele sugira uma opção de tratamento diferente.
Ele também pode fazer uma receita de medicamento inclusive remédios para alguma emergência
• Quando estiver em viagem perceba se a criança está testando a glicemia mais frequentemente do que de
costume, para que você possa reagir mais rapidamente, se os níveis saírem da faixa-alvo.
• Não se preocupe demais, se algum teste estiver anormal: mantenha a calma e curta as férias.
Não deixe de levar os seguintes itens:
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•
insulina mais do que o suficiente, tiras de teste e lancetas
um kit de reserva: monitor de glicemia, baterias, caneta de insulina, seringas ou bomba de insulina
sachês de glicose e bebidas adoçadas
lanche de emergência (para o caso de engarrafamentos de tráfego, greves de transportes, etc.)
uma pulseira ou pendente de identificação médica (com informações em vários idiomas, se for o caso)
informando que a criança tem diabetes
possivelmente uma bolsa térmica para insulina
medicamentos (aconselhe-se com o médico da criança)
se forem passar de fusos horários, converse com o médico da criança
tenha o endereço de um hospital ou de um médico, próximo de onde vocês irão ficar
não despache a insulina em caso de viagem de avião, leve-a sempre com você
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18. Observações finais
18. Observações finais
Esperamos que este guia tenha conseguido lhe dar
alguma ideia do trabalho que você tem pela frente, de
como lidar com situações inesperadas, de onde buscar
ajuda, do que você precisa estar alerta, e de outros
aspectos. Se você apenas deu uma espiada no guia, se
leu apenas algumas partes, ou se leu tudo com atenção:
este guia continuará sendo útil no futuro se quiser
certificar-se de algo, se surgir alguma dúvida específica,
ou mesmo que você queira apenas recapitular seu
conhecimento, de vez em quando. Conviver com
diabetes é um processo de aprendizagem dedique-se,
e aprenda, aos poucos, como cuidar do diabetes de seu
filho/filha, de modo a melhor atender a você e a criança.
Logo, logo, para você e para seu filho/filha, o diabetes
fará parte, naturalmente, do dia-a-dia uma rotina diária
que será tão interessante, tão excitante e, na verdade,
tão normal como era antes do diagnóstico. Cada criança
é única, é uma pessoinha muito especial com ou sem
diabetes. Logo você verá que você e seu filho/filha
estarão vivendo vidas normais mesmo com diabetes.
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