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Efeitos da utilização da técnica de crochetagem mio-aponeurótica no
tratamento da fascite plantar – revisão bibliográfica
Paulo Ricardo de Mello1
[email protected]
Dayana Priscila Maia Meija²
Pós-graduação em ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA COM ÊNFASE EM TERAPIA MANUAL –
Faculdade Ávila
Resumo
As forças de tração associando a longos períodos na posição ortostática desencadeiam o
processo inflamatório, resultando em fibrose e degeneração. A fáscia retém músculos e
tendões na planta do pé e dedos, reduz a compressão das artérias e nervos plantares e
digitais e auxilia no retorno venoso. A técnica de Crochetagem Mio-Aponeurótica ou
diafibrólise percutânea age na quebra de aderências na fáscia liberando a mesma e
diminuindo o quadro álgico e os sintomas de desconforto. O tema desta pesquisa fere-se aos
efeitos da técnica de Crochetagem no tratamento da Fascite Plantar. Este trabalho teve como
objetivo geral descrever os efeitos da utilização da técnica de Crochetagem MioAponeurótica na Fascite plantar. Trata-se de uma revisão bibliográfica realizada no período
de abril a julho de 2013, como critérios de inclusão de artigos publicados entre os anos de
1980 a 2008 e possuir relevância direta com o tema proposto, expondo assim, a técnica e
seus efeitos no tratamento da Fascite Plantar.
Palavras-chave: Fisioterapia; Fascite Plantar; Crochetagem Mio-Aponeurótica.
1. Introdução
Este artigo foi elaborado para demonstrar o emprego da técnica de Crochetagem Mioaponeurótica na Fascite Plantar, estudando os efeitos da técnica e da patologia ortopédica
como um todo, descrevendo seus efeitos no tratamento e detalhando sua aplicabilidade.
Assim, o objetivo principal desta pesquisa é descrever os efeitos da utilização da técnica de
Crochetagem Mio-Aponeurótica na Fascite Plantar.
A fascite plantar (FP) é definida como um processo inflamatório uni ou bilateral, decorrente
de micro traumatismos repetitivos na origem da fáscia plantar sobre a tuberosidade medial do
calcâneo. Se não tratada a tempo pode gerar deformidades ósseas e musculares progressivas,
que limitam o movimento e prejudica a deambulação fisiológica.
A Crochetagem Mio-Aponeurótica é uma técnica de terapia manual exclusiva do
Fisioterapeuta sendo que o mesmo possui todo o conhecimento da prática e aplicabilidade da
técnica que é muito bem difundida no Brasil. Consiste em um tratamento indolor, praticado
através de instrumentos semelhantes a uma agulha de crochê, conhecidos como “crochês”,
que estimulam a quebra de aderências e fibroses do sistema músculo esquelético.
A eficiência e a rapidez de resultados recupera não só a saúde física, como também a saúde
psicológica. A importância social fica logo demonstrada quando o paciente, por não sofrer
mas consequências de um tratamento longo ou de uma enfermidade que de alguma forma seja
incapacitante para suas atividades de vida diárias, retorna à sua vida normal.
Apesar da técnica de Crochetagem ser muito eficiente no tratamento da fascite plantar, o
mesmo deve ser associado à outros recursos da fisioterapia convencional para maiores
resultados e proporcionando ao paciente seu retorno às suas atividades normais.
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Pós-graduando em ortopedia e traumatologia com ênfase em terapia manual
² Orientadora: Fisioterapeuta. Especialista em Metodologia do Ensino Superior. Mestranda em Aspectos
Bioéticos e Jurídicos da Saúde.
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O conteúdo deste artigo científico abrange de forma fácil e dinâmica toda à anatomia do
complexo do tornozelo e pé, sua fisiologia, a patologia estudada fascite plantar definindo-a e a
descrevendo de forma completa, o emprego da técnica de crochetagem descrevendo seus
efeitos e aplicabilidade no tratamento da fascite plantar.
Considerando-se a escassez de material de pesquisa referente ao tema em discursão, não é
possível afirmar como uma terapia eficaz, más, está indicada para todo tipo de afecção
ortopédica.
2. Revisão de Literatura
2.1 Anatomia e Biomecânica do Tornozelo e Pé
O Tornozelo e o pé são estruturas anatômicas muito complexas, compostas por 28 ossos
irregulares moldados, 34 articulações, sendo 30 classificadas como sinoviais, mais de 100
ligamentos e 30 músculos que agem nesse segmento (MOREIRA E RUSSO, 2006).
O complexo do tornozelo e pé pode ser dividido da seguinte maneira: ossos do retropé: tálus e
calcâneo; ossos do mediopé: cuboide, navicular e cuneiformes (medial, intermédio, lateral);
ossos do antepé: metatarsos e falanges (distais, intermédias, proximais); além da tíbia e da
fíbula (MOREIRA E RUSSO, 2006).
Moreira e Russo (2006), destacam as seguintes articulações, tibiofibular, talotibial, subtalar
traversa do tarso, tarsometatarsianas, metatarsofalangianas e interfalangianas. A articulação
tibiofibular é classificada como sindesmose possui movimentação limitada más não o bastante
para evitar principalmente os movimentos fibulares que ocorrem na flexão plantar e na
dorsiflexão do tornozelo, a fíbula tem movimento semelhante a de um pistão: na flexão
plantar move-se inferiormente, e na dorsiflexão move-se superiormente.
A articulação talotibial é uma articulação dobradiça uniaxial formada pela tíbia e pela fíbula,
que se articulam com o tálus, a superfície troclear do tálus se articula com a tíbia, que tem
ligações medial e lateral, articulando por sua vez com os maléolos tibial e fibular. Movendose distalmente em relação a articulação talotibial encontra-se a articulação subtalar ou
talocalcânea que se dá entre o tálus e o calcâneo, de modo que a superfície convexa do tálus
se ajuste a superfície côncava do calcâneo, permitindo assim os movimentos de eversão e
inversão.
Entre as articulações restantes do pé, a articulação transversa do tarso é a de maior
significância funcional, e também pode ser chamada de mediotársica, que se integram com a
talonavicular (mediamente) e calcaneiocubóidea (lateralmente) possui intima relação com a
subtalar. A articulação tarsometatarsiana compreende a articulação do cuboide e os três
cuneiformes com as bases dos cinco ossos do metatarso, e finalmente, as articulações
metatarsofalangianas e as interfalangianas que tem grande importância na formação dos arcos
plantares e na capacidade do pé se moldar às várias condições do piso.
Na parte medial do tornozelo encontramos um grupo de ligamentos denominados ligamento
deltoide, a nomenclatura desses feixes se dá conforme suas fixações proximais e distais, tais
como tibiotalar anterior, tibiotalar posterior, tibiocalcaneo e tibionavicular. Esse grupo de
ligamento tem como principal função dar estabilidade a superfície medial do tornozelo. A
parte lateral do tornozelo temos os “ligamentos de entorse”, que podem ser divididos em três
feixes ligamentares: talofibular anterior, talofibular posterior e calcaneofibular, esses possuem
menor espessura e são menos fortes e resistentes, são, portanto, mais suscetíveis à lesão
(MOREIRA E RUSSO, 2006).
Completando todo esse conjunto existem ainda nervos sensitivos e motores, que
proporcionam a resposta de dor, percepção de mudança de temperatura e que dão condição de
realização de movimentos já citados, existe também o retináculo que envolve esse complexo
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e, finalmente, a fáscia plantar, completa a anatomia do pé. Onde todas essas estruturas unidas
dão suporte ao peso de todo o corpo e além de permitir a locomoção e servir de amortecedor
entre o pé e o solo (NETTER, (2004); SILVA, (2003).
A fáscia profunda é fina no dorso do pé, onde é contínua com o retináculo inferior dos
músculos extensores. Sobre as faces lateral e posterior do pé, a fáscia profunda é continua
com a fáscia plantar - fáscia profunda plantar – que possui uma espessa parte central –
aponeurose plantar – e partes medial e lateral mais fracas (AGUR E MOORE, 2004).
A aponeurose plantar tem a função de: manter juntos as partes do pé; ajuda a proteger de
lesões a face plantar do pé; ajuda a sustentar os arcos longitudinais do pé – e especialmente
seu componente a aponeurose plantar. A aponeurose planar origina-se posteriormente do
calcâneo divide-se em cinco faixas, que se separam para evoluir os tendões digitais que se
prendem às margens das bainhas digitais fibrosas e aos ossos sesamóides do hálux. A partir
das margens da aponeurose plantar, septos verticais estende-se profundamente para formar
três compartimentos da planta do pé, que são: compartimento medial – contendo os
músculos abdutor do hálux e nervos e plantares mediais; compartimento central – contendo
os músculos flexor curto dos dedos. Flexor longo dos dedos, quadro plantar, lumbricais, parte
proximal do tendão do músculo flexor longo do hálux e nervo e vãos plantares laterais;
compartimento lateral – contendo os músculos abdutor e flexor curto do dedo mínimo
(AGUR E MOORE, 2004).
2.2 Fascite Plantar
A fascite plantar (FP) é uma inflamação uni ou bilateral, decorrentes de micro traumatismos
repetitivos na origem da fáscia plantar sobre a tuberosidade medial do calcâneo. Bussières
(2004), afirma que a fascite provavelmente seja um processo inflamatório ocasionado por
micro traumas, que vêm a acelerar o processo de envelhecimento (degeneração) normal da
aponeurose plantar.
2.2.1 Fisiopatologia
Segundo Ziszman (1980), a inflamação pode ser definida como a capacidade do ser vivo
unicelular se adaptar ao seu ambiente. É uma resposta que o organismo ao ser agredido por
agentes maléficos, e essa resposta do organismo agredido desencadeia uma série de eventos
conhecidos como reação inflamatória. Assim, a inflamação de forma geral é a defesa do
organismo vivo, essa resposta é necessária para a preservação da função e da estrutura das
partes atingidas que tende a expulsão ou neutralização do agente agressor. Se o agressor é
eliminado, a resposta inflamatória aguda cede e os restos que sobram no campo inflamatório
tendem a ser removidos pelas células que migram para o local de reação, e o tecido alterado
tente a voltar ao normal através de um processo conhecido como cicatrização.
A resposta inflamatória está diretamente interligada ao processo de reparação ou cicatrização.
A inflamação serve para destruir o agente lesivo, mas, por sua vez, põe em movimento uma
série de eventos que, tanto quanto possível, cicatrizam e reconstituem o tecido danificado. A
reparação começa durante as fases iniciais da inflação, mas geralmente se conclui depois da
influência nociva neutralizada. Durante a reparação o tecido lesado é substituído por
regeneração de células parenquimatosas naturais, por preenchimento do defeito com tecido
fibroso elástico (ROBBINS, KUMAR, COLLINS, 2000).
A inflamação divide-se em padrões agudo e crônico. A inflamação aguda tem uma duração
relativamente curta, de minutos, várias horas ou alguns dias, e suas principais características
são exsudato de liquido e proteínas (edema) e a emigração de leucócitos, predominantemente
neutrófilos. A inflamação crônica tem duração mais longa e está associada à presença de
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linfócitos e macrófagos, proliferação de vasos sanguíneos, fibrose e necrose tecidual
(ROBBINS, KUMAR, COLLINS, 2000).
Fascite plantar é uma lesão por esforço e inflamação da aponeurose plantar podem resultar da
pratica de correr e de aeróbica de alto impacto, especialmente quando são usados calçados
inadequados como, por exemplo, sapatos gastos. A fascite plantar causa dor na face plantar do
calcanhar e na face medial do pé. O ponto de sensibilidade está localizado na fixação
proximal da aponeurose até o tubérculo medial do calcâneo e na face medial do osso. A dor
aumenta com a dorsiflexão passiva do hálux (AGUR E MOORE, 2004).
O tendão de Aquiles também se prende no calcâneo. Se o tendão está muito tenso, há uma
redistribuição ao longo da fáscia. Se o pé aplaina ou finca instável durante tempos críticos no
andar, o arco pode dobrar e puxar a fáscia plantar, e com o excesso de tensão pode rasga-la,
isto provavelmente resultará em dor e inchaço. Quando isso acontece próximo ao osso este
pode tentar se curar sozinho produzindo osso novo podendo resultar no desenvolvimento de
um possível esporão de calcâneo (FILHO, 2004).
Segundo Dickson (1944), a fáscia é composta de puro tecido fibroso.
Para Gardner (1988), afirma que a fáscia é uma tela subcutânea na planta do pé que é
grandemente espessada por almofadas fibrogordurosas que são importantes estruturas de
sustentação.
A fáscia é uma lâmina ou membrana de tecido conjuntivo que reveste cada músculo, órgão
com função de proteção (DÂNGELO, 2004). A inflamação da fáscia plantar ocorre por
microtraumas de repetição na origem da tuberosidade medial do calcâneo. Forças de tração
durante o apoio levam ao processo inflamatório que resulta em fibrose e degeneração
(PERRIN, 2008).
2.2.2 Etiologia
A fascite plantar pode ter diferentes causas, como distúrbios anatômicos e ou biomecânicos.
Segundo Prentice (2002), salienta a diferença entre os comprimentos dos membros inferiores,
a pronação excessiva da subtalar, rigidez das musculaturas da panturrilha e a falta de
flexibilidade do arco longitudinal, assim como o uso de calçados inadequados e ou alteração
da marcha fisiológica. Para Cyriax, (2001), a fascite plantar surge como uma inflamação
devido o esforço prolongado da posição ortostática, em paciente com pés cavos e com
encurtamento dos músculos da parte posterior da perna. Huang. et al. (2004), demonstram
uma incidência maior de fascite plantar em indivíduos com pé plano flexível, que em
indivíduos com arco plantar normal. Hebert et. al. (2003), afirma que ambos as alterações de
arco são fatores predisponentes, assim como traumatismos de repetição, frequência de
atividades, dureza do piso. Segundo Snider (2000), fascite plantar ocorre com mais frequência
em indivíduos com sobre peso, exacerbando as manifestações clinicas da doença.
2.2.3 Epidemiologia
Esta síndrome atinge cerca de 10% da população em pelo menos um momento da vida, e sua
causa mais comum são de origem mecânica, envolvendo forças compressivas que ampliam o
arco longitudinal do pé. Pois 60% do peso corporal estão distribuídos sobre o calcanhar, de 31
a 38% na região da cabeça dos metatarsos e somente cerca de 5% na região medial do pé.
(ZANON, 2006).
Porém, Snider (2000), afirma que as mulheres são mais afetadas duas vezes mais do que os
homens; Hebert, Xavier E Pardini Jr (2003), também afirmam que as mulheres são mais
acometidas. Em um estudo realizado por Imamura e Carvalho Jr (1996), o número de
pacientes acometidos pela fascite plantar, foi de 29 pessoas, sendo 26 do sexo feminino (90%)
e 3 do sexo masculino (10%).
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2.3 Crochetagem Mio-Aponeurótica
2.3.1 Histórico
A crochetagem surgiu por volta dos anos 70, proposta por um fisioterapeuta sueco chamado
Kurt Ekman em Londres, teve como o colaborador e precusor da “Massagem Transversa
Profunda” o D.r Cyriax (VANDEWALLE J.Y, 2008).
Ekman insatisfeito por causa do limita palpatório das técnicas convencionais, inclusive a
MTC (Massagem Transversa Profunda) de Cyriax ele contribuiu com a evolução de uma série
de ganchos é uma técnica de trabalho específico para os membros (BAUMGARTH, 2003).
Até antes dos 70 a técnica tinha uma abordagem direta, agressiva e dolorosa, que por
consequência ficou prejudicada por muito tempo. Após esse período, ele ensinou ser método
para vários colegas, como os Doutores Duby e Brunett, que se inspiraram no coneito de
cadeias musculares e da filosofia da osteopatia, para desenvolver uma nova técnica mais
suave e não dolorosa denominada diafibrólise percutânea (BAUMGARTH, 2003).
2.3.2 Conceitos
A Crochetagem Mioaponeurótica, também conhecida como diafibrólise percutânea é uma
técnica de tratamento manipulativo do aparelho locomotor, que visa combater as aderências
do sistema músculo-esquelético (SARAIVA et. al, 2012).
Segundo Moraes (2008), a Crochetagem é uma técnica analgésica, que possibilita ganho de
amplitude de movimento, liberando um ou vários nervos irritados pela aderência fascial,
ativando o relaxamento e efeitos anti-inflamatórios ligamentares e tendinosos.
A técnica tem a finalidade de romper pontos de fibroses entre as fáscias, provocados por
cristais de oxalato de cálcio em pontos nos planos aponeuróticos, que consequentemente evita
o movimento livre entre as capas dos músculos causando irritações ligamentares, tendinosas,
musculares e até nervosas (ROCHA, 2005).
2.3.3 Objetivo
A técnica de Crochetagem Mioaponeurótica quebra as aderências e fibroses entre os
diferentes planos e estruturas como músculos, tendões e etc., devolvendo a mobilidade e
função normal; liberar através de um gancho os diferentes campos musculares para
deslizamento normal; dissolver os cristais de exodato cálcio que pegam em diferentes pontos
estruturas entre si e melhorar os movimentos de deslizamento entre as fáscias (SARAIVA et
al, 2003).
2.3.4 Indicações e Contra Indicações
Para Baumgarth (2003), as principais indicações para o uso da técnica são:







Aderências consecutivas a um traumatismo levando a um derrame tecidual;
Aderências causadas por fibrose cicatriciais cirúrgicas;
Algias inflamatórias ou não inflamatórias do aparelho locomotor;
Ciatalgias;
Nevralgias periféricas; Nevralgias cervicobraquial;
Nevralgia intercostais;
Síndromes tróficas.
Segundo Amorim (2005), as principais contra indicações são elas:
 Pele hipotrófica;
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








Pele com ulceras;
Dermatoses com eczemas e psoríase;
Má circulação com a fragilidade capilar sanguínea;
Reações hiperistaminicas;
Terapeuta agressivo ou não acostumado com a técnica;
Varizes venosas;
Idosos com a pele demasiadamente fina;
Fobia;
Adenomas.
2.3.5 Fisiologia
A Crochetagem é uma técnica inicialmente empírica, percebe-se sua eficácia antes mesmo de
pode explicar a sua ação, as noções sobre a mobilidade e a elasticidade de nossas estruturas
permanecem vagas, falamos muito em fáscias sem, no entanto, descrever sua anatomia e sua
biomecânica (VANDEWALLE J.Y, 2008).
O Dr. Jean-Claude Guimberteau, cirurgião plástico, constatou a existência de uma verdadeira
continuidade histológica, sem separação nítida, assegurando o sistema de deslizamento entre
os diferentes tecidos. Suas descobertas tornaram-se possíveis graças a dissecções cirúrgicas
em vivo, filmadas durante uma endoscopia com uma câmera de alta resolução. Ele descobriu
um tecido composto por filamentos fibrilares que vai em todas as direções e delimita espaços
interfibrilares denominados vacúolos, este sistema permite colagenoso multimicrovacuolar de
absorção dinâmica (VANDEWALLE J.Y, 2008).
2.3.6 Efeitos da Técnica de Crochetagem Mioaponeurótica
Efeitos Mecânicos:
Os primeiros efeitos descritos sobre a eficácia da Crochetagem são a liberação dos
corpúsculos fibrosos e das aderências entre as diferentes aponeuroses fazendo ceder as
aderências que limitam a mobilidade entre os tecidos. Os efeitos da Crochetagem são
essencialmente “desfibrosantes” e induzem a várias indicações terapêuticas (VANDEWALLE
J.Y, 2008).
O efeito mecânico tem como objetivo liberar ou reduzir as aderências que estão entre os
músculos e as fáscias através da fibrolise realizada pelo gancho com movimentos de tração
que são semelhantes a fricção transversa e longitudinal criada por Cyriax (CARNACEA e
CAMPS, 2008).
A Crochetagem tem efeitos mecânicos nas aderências fibrosas que limitam o movimento entre
os planos de deslizamento tissular; nos corpúsculos fibrosos (depósitos úricos ou cálcios)
localizados nos lugres de estases circulatórias entre os planos de deslizamento; nas
proeminências ou deslocamento periósteos (BAUGARTH, 2003).
Efeitos Reflexos:
O Sistema musculoesquelético representa a fonte mais importante de influxos aferentes para o
sistema nervoso central. A retroação vinda de milhares de postos de informação situados no
sistema mioaponeurótico e especialmente, nos fusos neuromusculares, é essencial ao controle
e ao ajustamento da posição e da mobilidade do aparelho locomotor (VANDEWALLE J.Y,
2008).
A Crochetagem, ao restabelecer o deslizamento entre os músculos, libera a ação
proprioceptiva das fibras circundantes. A atividade dos motoneurônios pré-programados para
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a estabilização da articulação vai reencontrar sua eficácia máxima, especialmente, em rapidez
de intervenção, fundamental na proteção da articulação (VANDEWALLE J.Y, 2008).
A ação proprioceptiva da Crochetagem será, entretanto, essencialmente preventiva. Por
exemplo, nos esportistas com sobrecarga de treinamento onde há o aparecimento de lesões
intermusculares importantes, especialmente, nos músculos estabilizadores do joelho. Isto pode
explicar certas rupturas do ligamento cruzado anterior sem causa traumática evidente
(VANDEWALLE J.Y, 2008).
O efeito reflexo obtido graças ao desaparecimento das tensões auto-mantidas, por um
desalinhamento dos fusos neuromusculares, vai permitir numerosas aberturas terapêuticas. A
equilibração das tensões fasciais vai favorecer as trocas liquidas e melhorar o trofismo. Ela
regulariza igualmente a hiperatividade simpática local que leva a uma vasoconstrição e, a uma
diminuição das trocas celulares e da velocidade de cicatrização (VANDEWALLE J.Y, 2008).
Efeitos Circulatórios:
A ação circulatória está relacionada com a observação clínica e histológica dos efeitos da
terapêutica aplicada que demonstra aumento da circulação sanguínea e provavelmente da
circulação linfática. Ainda, a vermelhidão que aparece na pratica da Crochetagem ocorre
devido a uma reação histamínica (NASCIMENTO, 2007).
A MTC (massagem transversa profunda), também causa liberação de histamina ocasionando
uma vasodilatação profunda devido às ações mecânicas retificando uma relação entre os
efeitos mecânicos e circulatórios da Crochetagem (CYRIAX, 2001).
Para Cruz (2005), a aplicação resulta em uma hiperemia profunda que é responsável de liberar
histamina e bradicinina, provocando uma vasodilatação e reduzindo o edema. Em observação
clínica dos efeitos da Crochetagem parece aumentar a circulação linfática, que contribui
significativamente para a redução do linfedema.
2.4 Descrição e Aplicabilidade da Técnica de Crochetagem Mioaponeurótica
Os ganchos (crochets) são formados por 3 partes distintas: o cabo: que permite a preensão
pela mão instrumental; a curvatura do gancho (crochet): adaptada à zona a ser tratada. Essa
dever obrigatoriamente “preenchida” pelo tecido do paciente para repartir a zona de apoio e
assim evitar as sensações álgicas; a espátula: que interpomos sobre a pele entre os planos de
deslizamento a liberar a da qual depende a precisão do gesto terapêutico (VANDEWALLE
JY, 2008).
Cada gancho ou crochet possui uma curvatura diferente, que nos permite o contato com os
múltiplos acidentes anatômicos que se interpõem entre a pele e as estruturas a serem tratadas.
O método de tratamento consiste em utilizar-se o gancho para realizar a fibrólise nas áreas
aderidas, com o objetivo de promover a liberação do tecido em aplicação. A abordagem da
técnica de Crochetagem pode ser dividida em três etapas. A primeira compreenderá quatro
trajetos de aplicação e a segunda e a terceira, dois trajetos (BAUMGARTH, 2003).
Figura 1- O Gancho (BAUMGARTH, 2003).
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O princípio do tratamento se baseia numa abordagem do tipo centrípeta, iniciando de fora
para dentro dos tecidos. Na presença de uma dor em local especifico, o terapeuta inicia sua
busca palpatória manual nas regiões afetadas (proximais e distais) do foco doloroso
(BAUMGARTH, 2003).
Esta busca palpatória segue as cadeias musculares e fáscias lesionadas que estão em relação
anatômica (mecânica, circulatória e neurológica) com a lesão. Esta concepção permite evitar o
aumento da dor, chamado efeito rebote, consequência de um tratamento exclusivamente
sintomático (BAUMGARTH, 2003).
Segundo Baumgarth (2003), A técnica de Crochetagem comporta três fases sucessivas:
palpação digital, palpação instrumental e diafibrólise. Que serão descritas a seguir:
2.4.1 Palpação Digital:
Esta primeira fase consiste em uma espécie de amassamento, realizado com a mão palpatória,
permitindo delimitar grosseiramente as áreas anatômicas a serem tratadas.
2.4.2 Palpação Instrumental:
Esta segunda fase se realiza com a utilização do gancho em função do volume da estrutura
anatômica a tratar. Ela permite localizar com precisão as fibras conjuntivas aderentes e os
corpúsculos fibrosos. Com o gancho em uma das mãos, posiciona-se a espátula, colocando-a
ao lado do dedo indicador localizador da mão palpatória. O conjunto posiciona-se
perpendicular às fibras tissulares a serem tratadas. A mão palpatória cria um efeito em onda
com os tecido moles, o polegar busca esta onda dentro do gancho. A penetração e busca
palpatória são efetuadas através de movimentos lentos ântero-posteriores. Durante esta última
fase, os movimentos de mão palpatória precedem aos movimentos da mão com o gancho, o
que permite reduzir a solicitação dos tecidos controlando melhor a ação do gancho.
A impressão palpatória instrumental traduz por uma lado, uma resistência momentânea,
seguida de um ressalto durante a passagem da espátula do ganho num corpo fibroso, e por
outro lado, uma resistência seguida de uma para brusca quando encontra uma aderência. Estas
últimas impressões só podem ser percebidas quando o gancho está em movimento, pelo
indicador da mão repousando o gancho. Estas sensações se opõem àquelas de fricção e de
superfície lisa, encontradas nos tecidos saudáveis.
2.4.3 A Fibrólise:
A terceira fase, fibrólise corresponde ao tempo terapêutico. Esta fase consiste, no final do
movimento de palpação instrumental, em uma tração complementar da mão que possui o
gancho. Este movimento induz, portanto, um cisalhamento, uma abertura, que se visualiza
como o atraso breve entre o indicador da mão palpatória e a espátula do gancho.
Esta tração complementar é feita para alongar, ou romper as fibras conjuntivas que formam a
aderência, ou mesmo deslocar ou a achatar o corpúsculo fibroso.
2.4.4 A Técnica Perióstea:
Essa técnica é utilizada para um trabalho de deslocamento de áreas de inserções ligamentares
ou tendinosas no periósteo. Ela consiste em uma raspagem superficial da estrutura anatômica,
com a ajuda do gancho, associado a uma mobilização manual do tecido periósteo. Ela é
utilizada para uma abordagem terapêutica articular.
2.5 Utilização da Técnica na Fisioterapia
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Embora esta técnica seja de domínio exclusivo do Fisioterapeuta, por ser um recurso de
manipulação de tecidos corpóreos, entende-se que está no âmbito dela. Por ser recente existe
pouca bibliografia a respeito, sendo na maioria em francês e alemão.
No Brasil a técnica é difundida e utilizada por fisioterapeutas, tendo sido aperfeiçoada em seu
instrumental pelo fisioterapeuta Prof. Mestre Henrique Baumgarth, osteopata, sendo utilizada
com sucesso.
2.6 Tatamento da Fascite Plantar pela Técnica de Crochetagem
O tratamento da fascite plantar não é voltado somente para o pé ou a fáscia plantar em si. É
importante que se atue também na parte posterior da perna (músculos do tríceps sural), pois
estes estão diretamente ligados a fascite plantar.
Conforme BAUGARTH (2004), o tratamento da fascite plantar começa por um alongamento
da musculatura do tríceps sural, seguido de uma raspagem da fáscia plantar com o bordo
menor do gancho, para que haja uma hiperemia do tecido.
Figura 2 – Raspagem da fáscia (BAUMGARTH, 2003).
Em seguida o terapeuta realiza uma drenagem da fáscia plantar com o lado maior do gancho
sempre no sentido distal para proximal, objetivando através da irritação da fáscia plantar,
melhorar a oxigenação da mesma, haja visto, que a fáscia é composta das chamadas fibras
brancas, sendo pro sua natureza pouco oxigenada.
Figura – 3 Drenagem da fáscia plantar (BAUMGARTH, 2003).
O tratamento segue no tendão calcâneo ou tendão de Aquiles, que é ganchado com o bordo
menor do gancho; este procedimento é importante porque o tendão calcâneo sofre um
tensionamento direto da musculatura do tríceps sural.
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Figura 4 – Tendão calcâneo sendo ganchado (BAUMGARTH, 2003).
E por último a musculatura do tríceps sural será ganchada, sendo utilizado o lado maior do
gancho, e em seguida será drenada também com o bordo maior gancho, no sentido distal para
proximal.
Figura 5 – Drenagem de tríceps sural (BAUMGARTH, 2003).
Após este procedimento com o pode ser realizado uma nova sequência de alongamentos da
musculatura do tríceps sural, para uma melhor resposta do corpo ao tratamento.
3. Metodologia
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica realizada entre os meses de setembro de 2011 a
julho de 2013. A pesquisa foi feita em bibliotecas virtuais e bases de dados como Scielo,
Lilacs e Medline, nos acervos da biblioteca da Faculdade Cathedral de Boa Vista, utilizando a
combinação dos seguintes descritores: Fisioterapia Manual, Crochetagem Mioaponeurótica,
Fascite Plantar, Patologias de Membros Inferiores, Fisioterapia Desportiva, Ergonomia.
Como critérios de inclusão, os artigos precisavam ser indexados e encontrar-se nos idiomas
português, inglês, espanhol; estar publicados entre os anos de 1980 a 2008 e possuir
relevância direta com tema proposto, ou seja, expondo a técnica de Crochetagem
Mioaponeurótica e seus efeitos no tratamento da Fascite plantar.
Os artigos encontrados fora do período escolhido (1980 a 2008) foram excluídos do
levantamento bibliográfico.
4. Resultados e Discussão
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O estudo da Crochetagem foi escolhido pelo fato de ser uma técnica nova e que vem obtendo
resultados de maneira rápida, ou seja, em poucas sessões vem reduzindo as dores e liberando
as aderências cicatriciais.
Ramirez (2006), em seu estudo verificou que a Crochetagem recupera a flexibilidade da
articulação do tornozelo através da diminuição do edema e da dor, pois é uma estrutura que
suporta a maior carga por unidade de superfície do corpo e precisa de certo grau de
flexibilidade para absorver as forças a partir do solo e ao mesmo tempo ser firme para
impulsionar o corpo para a marcha.
Para recuperar e manter efetivamente as amplitudes de movimento e flexibilidade é
primordial o conhecimento sobre as estruturas teciduais relacionadas e as várias técnicas
utilizadas para facilitar a extensibilidade dessas estruturas. Condições fisiológicas associadas
às limitações de ADM podem variar, é comum limitação relacionada a mais de uma estrutura,
resultado de um comprometimento causado por um evento traumático como cirurgias ou por
desuso, como por exemplo, a falta de alongamento.
Existem várias estruturas e fatores limitantes da amplitude de movimento (ADM) de uma
articulação (tensão da cápsula articular, aderência ligamentar, espasmos musculares, tensão
muscular, tensão miofascial, dor, edema articular, fragmentos ósseos) sendo o fator mais
comum o estiramento do tecido musculotendíneo (CARREGARO, GIL COURY e SILVA,
2007).
A explicação para os resultados encontrados é de que as superfícies fasciais podem
desenvolver aderências impedindo que os músculos deslizem uns sobre os outros durante o
movimento (CLAY e POUNDS, 2003).
Como a Crochetagem atua nas cicatrizes e hematomas que desenvolvem aderências, nos
corpúsculos fibrosos (depósito úrico e de cálcio) localizados próximos às articulações, ocorre
a liberação dessas aderências e consequentemente a melhora da flexibilidade dessa região.
É importante ressaltar que atenção postural aliada aos exercícios físicos (de força e
flexibilidade) reduz os riscos de lesões na coluna lombar, servindo, portanto, como meios
excelentes de prevenção.
Para Cyriax (2001), a fascite plantar tem início com um esforço prolongado em posição
ortostática, em pacientes com encurtamento dos músculos da panturrilha, poderá estar
relacionada ainda com os traumatismos de repetição, associado à intensidade, duração e
frequência da atividade, e a dureza do piso.
Segundo Carneiro (2004), o componente fisiopatológico pode ter origem em contratura
muscular, restrição dos movimentos, distúrbios articulares, stress biomecânico como as lesões
relacionadas a atividades, ou em processos inflamatórios. O diagnóstico é feito com base em
dados da história clínica e do exame físico, e inclui a identificação do musculo ou músculos
afetados.
Hebert, et al. e Hamer (2003), relataram que pontos dolorosos na região medial da panturrilha
e do tendão calcâneo pode ser encontrados, o que demonstra uma relação entre a fascite
plantar e a rigidez do tendão do calcâneo e musculatura posterior da perna.
De acordo com Sant’anna (2004), o tratamento de fascite plantar com Crochetagem,
verificou-se que: na avaliação inicial, o paciente quantificou sua dor como grau 8 em posição
ortostática e grau 9 à palpação em pé direito; e grau 6 em posição ortostática e grau 6 à
palpação em pé esquerdo. Após dez sessões, quantificou em grau 4 em posição ortostática e
grau 4 à palpação em pé direito; e ausência de dor (grau zero) em posição ortostática e grau 2
à palpação em pé esquerdo. Relatou também melhora considerável em suas atividades da vida
diária, uma vez que as mesmas eram significativamente limitadas pela dor. A ausência total
de dor no pé esquerdo e a importante diminuição no pé direito, quando em ortostatismo,
permitiram ao paciente um melhor rendimento em suas atividades profissionais, uma vez que
necessita passar horas em posição de ortostática.
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Para Cigolini (2003), a Crochetagem demonstra uma eficácia superior aos outros métodos
fisioterapêuticos existentes em relação às aderências pós traumáticas e pós inflamatórias com
sintomatologia dolorosa e limitação funcional.
Baumgarth (2004), em um estudo realizado em ratos de laboratório observaram que a
Crochetagem é uma técnica capaz de produzir melhor aporte sanguíneo à região tratada,
permitindo uma recuperação mais adequada e mais rápida do que a fisiologia natural do
indivíduo.
Segundo Cyriax, as fricções transversas atuam num maior aporte sanguíneo para os tecidos
mal vascularizados, fazendo com que estes tecidos tenham uma maior nutrição. Citam
também que é necessário realizar trações nos ventres musculares para recuperar sua
elasticidade. Seguindo as orientações dos autores, foram feitas fricções no tendão do calcâneo
e fáscia plantar das pacientes do grupo II para aumentar vasodilatação e por consequência
diminuir o processo inflamatório e tração na musculatura de tríceps sural para liberar a
musculatura aderida e/ou fibrosada, onde obteve-se grandes resultados, principalmente em
relação a ADM, pois, as fricções feitas nas estruturas citadas anteriormente nos proporcionou
aumento da mobilidade da fáscia e da articulação do tornozelo nos movimentos de
plantiflexão o qual se restabeleceu quase que totalmente e no movimento de dorsiflexão.
Segundo Jordão (2004) A principal observação da escolha da técnica de Crochetagem, baseiase na importância social do tratamento. O indivíduo que encontra-se prejudicado em sua
saúde física, quando corretamente reabilitado, retornará mais rapidamente as atividades
laborais. Fazendo com que o indivíduo não se afaste ou sinta-se ineficiente e incapaz.
Os resultados observados pela utilização da técnica de Crochetagem estão de acordo com as
idéias dos conceitos anatômicos, funcionais e fisiológicos das citações dos autores
apresentadas no trabalho. Demonstrando que a fascite plantar pode comprometer o
funcionamento global do movimento de deambulação e até mesmo comprometer o
ortostatismo do ser humano.
A técnica de Crochetagem sendo de baixo custo e fácil deslocamento do material a ser
empregado, traz resultados competitivos com as demais existentes, na Fisioterapia.
Cabe ainda ressaltar as vantagens da escolha da técnica de Crochetagem, uma vez que ela é
uma abordagem simples e fácil manuseio, que não implica em riscos aos sujeitos caso
realizada de forma adequada, e que ao mesmo tempo proporciona resultados extremamente
rápidos e eficazes, vantagens essas que foram evidenciadas nesta pesquisa.
5. Considerações Finais
Conclui-se que o método de Crochetagem Mio-Aponeurótica tem efeitos positivos no
tratamento da fascite plantar e que pode ser utilizada em várias outras afecções musculoesqueléticas, este recurso tem se tornado uma medida com indicações pertinentes para os
pacientes com esta patologia. A Crochetagem Mio-Aponeurótica é uma técnica de terapia
manual concebida como um complemento para as diversas terapias utilizadas na Fisioterapia.
Consiste em um tratamento externo e indolor, praticado através de instrumentos semelhantes a
agulhas de crochet.
Observou-se que o uso dos princípios biomecânicos na evolução e no tratamento foi de
fundamental importância para a eficácia desta técnica manual, observa-se a preocupação em
proteger tanto o terapeuta como o paciente ao longo do tratamento.
O método por se classificar como terapia manual teve a sua fundamentação elaborada a partir
de diversos conceitos como o Cyriax, Osteopatia, Mackenzie entre outros métodos que visam
também à reabilitação global da diversas funções do organismo.
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Diante da pesquisa, podem-se encontrar várias literaturas explanando a patologia Fascite
Plantar, no entanto, poucos estudos sobre o tratamento foram encontrados. Tendo em vista o
exposto acima, sugere-se que sejam desenvolvidos mais estudos no que se refere a
tratamentos fisioterapêuticos para a referida patologia.
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