Moldávia - Artur Bruno

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Moldávia
1. Aspectos Geográficos
A Moldávia é uma ex-república soviética do Leste Europeu, entre a Ucrânia e a
Romênia, próximo aos montes Cárpatos. Seu território de 34.483 km², sem saída para o mar, é
formado na maior parte por uma planície ondulada, só interrompida por um conjunto de
colinas que não chegam a atingir 500 metros de altitude. A nação tem seus atuais limites
restritos a apenas parte do território histórico da Moldávia, cuja maior extensão está
integrada à Romênia e à Ucrânia, incluindo a costa do mar Negro (sul da Bessarábia).
Os principais rios são o Dniester e o Prut, que, tal como todos os cursos de água do
país, correm para o mar Negro. A vegetação predominante é a estepe. As florestas de faias e
carvalhos chegaram a cobrir um terço da área da nação,mas,atualmente,só se mantêm em
pequenos setores da região central. Boa parte do solo do país se encontra empobrecido
devido à monocultura e à erosão.
O clima moldava é temperado continental, embora receba influências do mar Negro,
localizado a poucas dezenas de quilômetros. Os invernos são rigorosos e os verões, quentes.
As chuvas, moderadas e irregulares são mais abundantes no norte.
Com uma população de 3,5 milhões de habitantes, cerca de 65% da população é de
etnia moldava, que descende da romena. Há minorias de ucranianos (14%), russos (13%),
gagaúzes (4%) e, em menor número, búlgaros e romenos. A religião predominante é o
cristianismo 69,4% (com maioria dos ortodoxos 48,7%), mas também tem 5,5% de islamitas e
1,1% de judeus, os sem religião e ateus estão na casa dos 24%. A língua oficial é o romeno. O
alfabeto latino, substituído pelo cirílico durante o período soviético, foi restaurado em 1989. A
Moldávia é uma República com forma mista de governo. Sua capital é a cidade de Chisinau.
Na região da Transdnístria (leste do rio Dniester), habitada por russos e ucranianos, há
forte movimento separatista. A minoria cristã de língua turca da Gagaúzia (sul) também
reivindica autonomia.
2. Aspectos da Economia
A Moldávia não possui muitas matérias-primas de origem mineral, à exceção de
algumas reservas de gás natural e de petróleo. As usinas hidrelétricas instaladas nos rios
Oniester e Prut são a principal fonte energética. De economia essencialmente agrícola, mais da
metade da população vive no campo, o país é muito dependente do setor primário. A
agricultura produz basicamente cereais, beterraba açucareira, uva, tabaco e óleo essencial de
rosas. Os principais ramos da indústria são o de alimentos, o de bebidas (vinho e aguardente),
o de equipamentos agrícolas, o de material de construção e o têxtil. Sua moeda é o leu
moldávio.
Com Produto Interno Bruto de US$ 7,38 bilhões, a Moldávia é um dos países mais
pobres da Europa, mas abriga vinícolas de renome internacional. É a primeira ex-república da
União Soviética (URSS) a ter, em 2001, um partido comunista de volta ao poder.
3. Aspectos da História
O principado da Moldávia surge no século XIV, separando-se do reino da Hungria
Compreendia a Bessarábia, a Moldávia Ocidental e a Bucovina. A partir do século XV, cai sob o
domínio turco. Em 1775, a Bucovina é anexada ao Império Austríaco. No fim do século XVIII,
com o auxílio dos russos, a região sob domínio turco recobra sua autonomia. Em
contrapartida, cresce a influência da Rússia, que anexa a Bessarábia em 1812. Em 1862, a
Moldávia Ocidental se une ao principado da Valáquia, dando origem à Romênia. Os russos
controlam a Bessarábia até a queda do czar, em 1917, quando a região proclama a
independência. Forma-se a República Popular da Moldávia. Diante das ameaças russa e
ucraniana, o país se une à Romênia em 1918.
Como consequência do Pacto Germano-Soviético, tropas russas ocupam a Bessarábia
em 1940, no inicio da II Guerra Mundial. A Romênia, aliada da Alemanha nazista, retoma a
região em 1941, mas os soviéticos voltam a conquistá-Ia em 1944. Sob o poder soviético, a
Bessarábia é dividida em partes, uma das quais dá origem à República Socialista Soviética da
Moldávia. O regime encoraja a imigração russa e ucraniana para o país, enquanto milhares de
habitantes de etnia romena são deportados para a Ásia Central.
A abertura política do dirigente soviético Mikhail Gorbatchov, nos anos 1980, traz à
tona a oposição ao processo de russificação. Protestos em 1988 exigem o fim da imigração
russa, a restauração do alfabeto latino (que fora substituído pelo cirílico) e a proclamação do
romeno como língua oficial Em 1989 forma-se a Frente Popular da Moldávia (FPM), que
organiza grandes manifestações. O Soviete Supremo Moldávio reconhece o romeno como
idioma oficial. Em 1990, duas regiões de população não-romena, a Gagaúzia e a Transdnistria,
proclamam a independência, decisão que é anulada pelo Parlamento moldávio. A intervenção
do Exército soviético evita a guerra civil
A Moldávia declara a independência em agosto de 1991. Em dezembro explode a
guerra na Transdnístria, região a leste do rio Dnister, de maioria russa. O governo moldávio,
os separatistas e a Federação Russa acertam em 1992 um cessar-fogo, em troca de ampla
autonomia para o território rebelado.
Em 1994, um plebiscito aprova a independência e nova Constituição, que dá
autonomia à Transdnístria. Em 1996, Petru Lucinschi, pró-Rússia, é eleito presidente, e as
relações com a Transdnístria melhoram. Em 1998, a crise da economia russa afeta duramente
a Moldávia.
A crise econômica e a divisão do Parlamento acirram a instabilidade política em 1999.
O país tem quatro primeiros-ministros em apenas oito meses, até que Lucinschi e os
parlamentares entram em acordo para a nomeação de Dumitru Braghis. Em 2000 são
aprovadas emendas que reduzem o poder do presidente, cuja eleição passa a ser feita pelo
Parlamento.
4. Atualidade do Século XXI
Prometendo estreitar laços com a Federação Russa, Vladimir Voronin (PCRM) é eleito
presidente em 2001 e indica Vasile Tarlev, sem partido, para primeiro-ministro.
A Federação Russa não retira suas tropas da Transdnístria em 2003, como estava
previsto, e o presidente Voronin se afasta da influência russa. Em 2004, a Transdnístria fecha
as escolas que usam o alfabeto latino e apoia o ensino do cirílico, empregado na escrita russa.
Em represália, o governo moldávio impõe sanções econômicas ao território, retiradas um ano
depois.
O Partido Comunista (PCRM) vence as eleições de 2005, Voronin é reeleito e adota
política de aproximação com a União Europeia, distanciando-se ainda mais de Moscou.
Em 2006, a Ucrânia passa a exigir que as mercadorias exportadas da Transdnístria
tenham um selo da alfândega da Moldávia. Os dirigentes do território, que é tido como rota
de contrabando, consideram a decisão uma sanção econômica e retiram-se das negociações
internacionais para definição de seu status. Um referendo realizado sem o aval do governo
moldávio indica que a população da Transdnístria apoia a independência e uma possível
união com a Federação Russa. Em abril de 2008, Voronin e o presidente da Transdnístria, Igor
Smirnov, reúnem-se para buscar uma solução de paz. Em agosto, Smirnov diz que o
reconhecimento russo da independência da Abkházia e da Ossétia do Sul, na Geórgia, abre um
precedente para a causa da Transdnístria.
A política nacional entra em crise por causa das fracassadas tentativas do Parlamento
em eleger o presidente. O impasse tem início em abril de 2009, quando a vitória do PCRM nas
eleições parlamentares é contestada pela oposição, liderada pelo Partido Liberal Democrata
da Moldávia (PLDM). Nas novas eleições realizadas em julho, o PLDM vence por pequena
margem e indica Vlad Filat para primeiro-ministro. Porém, com o Parlamento rachado entre o
PCRM e o PLDM, os candidatos a presidente não conseguem atingir o mínimo de 60% dos
votos para se eleger. Desde dezembro de 2010, a Presidência interina está a cargo de Marian
Lupu, do Partido Democrático da Moldávia (PDM); Após frustradas tentativas de alterar o
processo de escolha do presidente, uma nova eleição presidencial é agendada para 16 de
dezembro de 2011. Yevgeny Shevchuk vence as eleições presidenciais na Transdnístria,
prometendo aproximação com a Moldávia sem abrir mão do separatismo.
Novo Presidente
Em março de 2012, após quatro tentativas frustradas, o Parlamento consegue eleger o
juiz Nicolae Timofti para presidente. Seu governo inicia uma política de aproximação com a
União Europeia (UE). Em setembro, o Parlamento aprova acordo de livre-comércio com a
Rússia e outras seis ex-repúblicas soviéticas.
Colapso do Governo
Acusado de corrupção, o governo do premiê Filat cai em março de 2013. Um novo
gabinete, encabeçado por Iurie Leanca, do mesmo partido de Filat (PLDM), é empossado em
maio.
Em novembro de 2013, o governo assina um pré-acordo de associação e livrecomércio com a UE.
COMPILAÇÃO FEITA A PARTIR DE:
 Almanaque Abril 2014, 40ª ed. São Paulo: Ed. Abril, 2014.
 Atlas National Geografic, livros: 04 - Europa II e 07 - Ásia I. São Paulo: Ed. Abril, 2008.
 AQUINO, JACQUES, DENIZE, OSCAR. História das Sociedades: das sociedades modernas
às sociedades atuais, 32ª Ed.Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1995.
 VESENTINI & VLACH. Geografia Crítica, vol 4. São Paulo: Ática, 2005.
 http//www.wikipedia.org
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