Daísa Galvão Um Amor Por Toda a Eternidade

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Daísa Galvão
Um Amor Por
Toda a
Eternidade
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Copyright © 2014 Editora Perse
Capa e Projeto Gráfico Carlos Neves
Um Amor Por Toda a Eternidade Autor:
Daísa Galvão da Silva
EDIÇÃO 2014 OLINDA -PE
Literatura – Romance Publicado pela Editora Perse
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PREFÁCIO
Este é um romance narrado no antigo Egito, que conta a
história de um amor que nasceu no interior de um Templo, aonde
algumas moças eram levadas para se tornarem as virgens vestais.
O sumo sacerdote Hajah, homem atraente e cheio de
virtudes, se apaixonou por Milla, uma das vestais, desde o momento
que a viu pela primeira vez, ainda muito jovem. Foi um amor
arrebatador, cheio de uma paixão, que os fizeram lutar e enfrentar a
todos que tentaram impedir que este sentimento se tornasse uma
realidade.
A autora descreve com propriedade e riqueza de detalhes
uma das épocas gloriosas de prosperidade do antigo Egito, onde
duas almas viveram um amor embriagante e cheio de intensas
paixões.
Somos levados a viajar de volta ao passado, quando ainda
existia no Egito as dinastias dos faraós. A narrativa da autora,
envolta na mais linda magia, nos leva a acompanhar cada etapa da
vida de duas pessoas que se amaram, vivendo cada momento em que
se desenrolou esta linda história.
Os detalhes descritos pela autora Daísa Galvão, enriquece de
forma extremamente verdadeira a época vivida pelos personagens.
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Agradecimentos
Agradeço do fundo do meu coração a Deus, ao Cósmico,
por me permitir mais esta escrita. Agradeço aos meus pais Lenilda e
Maurício, que sempre me incentivaram perante a literatura, desde os
tempos em que eu ainda menina, ansiava por conhecimento. Amo
vocês.
Agradeço ao meu companheiro de inúmeras jornadas Carlos
Neves, pela bela descrição do prefácio e por todo seu apoio no
desenvolvimento desta obra.
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Dedicatória
Dedico este livro a todas as pessoas que buscam o verdadeiro
sentido do amor, que possuem a consciência de que o amor não se
delimita através de fronteiras, nem tipo físico, nem idade, porque
nossas almas são eternas, e através de um olhar, uma alma pode
reconhecer a outra.
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PRÓLOGO
Os egípcios possuíam uma vida muito distinta e complexa,
devido ao grande desenvolvimento cultural, econômico e social.
A alimentação de quem não tinha posses, como os
camponeses e escravos, era basicamente pão e água. Eram raros os
momentos que comiam carnes e frutas. Os mais afortunados como
os faraós, sacerdotes, ricos comerciantes e chefes militares, tinham
uma alimentação com variedades, podendo escolher. Consumiam
pães, carnes de diversos tipos de animais, frutas, queijos, legumes,
além de vinho e cerveja.
As casas dos desprovidos eram modestas e pequenas,
construídas com barro ou pedras. Havia apenas um cômodo, e quase
nada de móveis. Os camponeses dormiam em esteiras ou palhas no
chão, e os utensílios da mesma forma pequenos, de cerâmica.
Já os mais afortunados, possuíam casas enormes e com
bastante espaço, com múltiplos cômodos. Eram construídas de
tijolos de barro, com diversos utensílios, e moveis. Havia muita
decoração e pintura tanto na parte interna como externa.
Os egípcios se divertiam com natação, lutas, e jogos.
Também havia competições no Nilo com embarcações, mas isso era
apenas para os mais ricos. O modo como se vestiam era com roupas
leves e finas, devido ao clima quente e seco. Os camponeses e
artesões usavam apenas pedaços de tecidos amarrados na cintura, e
as mulheres mais humildes usavam vestidos bem simples ou túnicas.
Já as pessoas de posse usavam roupas com muitos adornos.
Mulheres usavam muitas joias e vestidos bordados com contas. Os
homens nobres usavam uma espécie de saiote com pregas. O Nilo
era usado como principal via de transporte de mercadorias, e a
educação era bastante valorizada, possuíam escolas avançadas, com
biblioteca, oficina, arquivo e local para cópia de manuscritos.
Apenas os sacerdotes e escribas tinham acesso a essas instituições.
Os sacerdotes possuíam grande prestígio e poder, tanto no lado
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material, como no espiritual, devido a administrarem as riquezas e
bens dos poderosos e dos ricos templos. Eram grandes sábios, e só
ficavam abaixo do faraó, em termos de poder. Também eram
responsáveis pelos rituais, festas e atividades religiosas do Egito
Antigo. Chefiavam os templos e rituais após a morte do faraó.
Alguns sacerdotes pós morte, foram mumificados e seus corpos
colocados em pirâmides.
Mais da metade da sociedade egípcia era formada por
comerciantes, artesãos, lavradores e pastores. Trabalhavam muito
para ganhar o suficiente para a manutenção da vida. Podiam ser
solicitados pelo faraó para trabalharem, sem receber salários, em
obras públicas como represas, palácios, diques e templos.
Os chefes militares eram os responsáveis pela segurança do
território egípcio. Quando havia guerra ganhavam destaque na
sociedade, tinham que preparar e organizar o exército de forma
eficiente, pois uma derrota ou fracasso podia lhes custar a própria
vida.
E os escravos comumente eram os inimigos apanhados em
guerras de aquisição. Trabalhavam muito e não eram remunerados.
Recebiam somente roupas velhas e alimentos para a sobrevivência.
Eram firmemente castigados como forma de punição. Eram
desamparados pela sociedade e não possuíam direitos. Com o
reinado de Akhenaton muita coisa foi mudada. Era um faraó à frente
de seu tempo, com novas ideias e intelecto de alto grau.
É neste cenário que teve início uma bela história de amor...
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Poema de Abertura
Um amor no Tempo
Mesmo que o tempo pare o universo, Mesmo que
as estrelas se apaguem, Mesmo que a vida volte mil
vezes, Por mil vezes vou te esperar.
Por mil vezes vou te amar.
Mesmo que não te ache em mil vidas, Bastará
te encontrar em uma única vida, Para que todas as
outras sejam esquecidas. Mesmo que um dia
Tarde venha te encontrar,
Mesmo que tu estejas em outros braços, Ao te
encontrar tu saberás,
Que eu sou aquele
Que por tantas vidas fui te buscar.
Mesmo que haja barreiras, Mesmo que tua razão
não queira,
No dia que me encontrar saberás que, Sou o
sonho de todas as tuas vidas.
Assim deixarei registrado nos livros celestiais,
Eternizando nosso amor.
Carlos Neves
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Capítulo – 01
Foi há muitos milênios quando o primeiro encontro
aconteceu na terra dos faraós, na décima oitava dinastia durante o
reinado de Akhenaton, que foi um dos mais bem sucedidos. O Egito
nunca havia passado um período de tanta paz. O faraó veio com uma
linda missão, e a concluiu com êxito, pois conseguiu passar sua
mensagem. Ele estava em perfeita harmonia universal, e muitos o
chamavam de “O faraó iluminado.” Ele pregou o culto a um único
Deus, o Deus sol, Aton. Akhenaton impôs a paz e o amor, e ao lado
de sua majestosa rainha, Nefertiti, transferiu a capital do Egito de
Tebas para Akhetaton, ou Tell el- Amarna. Cidade criada por ele,
após uma visão. Era a cidade do Deus sol. Havia muitos estudos,
havia muita sede de conhecimento. O faraó além de tudo era um
grande místico e vivia na mais completa Paz Profunda. Paz interior.
Isso provocou mais revolta entre os sacerdotes de Amon. Alguns
escondidos, ainda cultuavam Amon como o deus principal do Egito,
mas ainda assim, o Egito respirava harmonia. Havia templos de
Aton em Karnak, bem como em outros lugares do Egito.
Costumavam estudar a astronomia, e também eram muito
habilidosos com a geometria e as artes.
Os templos egípcios eram edifícios arquitetados para cultuar
os deuses e para exaltar os faraós. Tanto em sua região como nos
territórios sob seu comando. Estes templos eram vistos como casas
destes deuses ou reis para os quais haviam sido dedicados, e dentro
destas moradas os egípcios realizavam várias cerimônias, que
incidiam em postos centrais da religião egípcia: Fazer oferendas aos
deuses, reencenar suas interações mitológicas através de festivais, e
desviar as forças do caos. Estes rituais eram tidos como necessários
para que os deuses prosseguissem a amparar a Maat, a ordem
majestosa do universo. Cuidar e abrigar estes deuses eram uma
obrigação dos faraós, que por este motivo aplicavam espantosas
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quantias de seu tesouro para erguer e manter estes templos. A
concretização da maior parte destes rituais era confiada a um grupo
de sacerdotes, e a maior parte da população não participava
inteiramente destes ritos, pois era impedida de acessar boa parte das
áreas sagradas de um templo. Contudo, os templos eram recintos
religiosos respeitáveis e de suma importância para egípcios de todas
as classes, que visitavam estes estabelecimentos para fazer preces,
oferendas e procurar por pareceres oraculares emanados do deus que
residia neles.
O local de mais importância do templo era o santuário, que
costumava conter uma imagem de culto, uma estátua do deus a
quem o templo havia sido dedicado. As salas do lado de fora do
santuário foram ampliadas, sendo mais sofisticadas com o tempo.
Na antiguidade, Karnak era conhecida como Ipet-sut, que
significa "o melhor de todos os lugares". E de fato era. Possuía o
templo principal destinado ao deus Amon-Rá. Existiam várias
avenidas ligadas à ela. Era o principal lugar de culto aos deuses de
Tebas, entre os quais: Amon, Mut e Khonsu. E foi na XVIII dinastia,
após o decreto de Tebas como capital do Egito, que atingiu o seu
ápice. Os majestosos edifícios de Karnak, à margem direita do Nilo,
próximo a Luxor, eram os representantes mais esplêndidos do Egito.
Os sacerdotes possuíam um poder quase equiparado aos faraós.
Com o reinado de Akhenaton isso mudou, e ele “anulou” do Egito
todos os outros deuses, ordenando que o Deus sol Aton, deveria ser
o único a ser cultuado e respeitado. Os templos onde Amon-Rá era o
Deus principal, Aton virou o grandioso Deus a ser cultuado. E não
apenas as imagens de Amon-Rá foram riscadas, mas a de todos os
outros Deuses. Isso provocou polêmica e revolta, mas todos
acataram, com medo de represálias. Alguns compreenderam o faraó
e se deram conta que tudo que ele dizia fazia sentido. Outros, apenas
fingiam aceitar. Os egípcios eram avançados para seu tempo e se
todos tivessem seguido a mesma linha, certamente a Terra estaria
bem mais avançada, tanto moralmente, como tecnologicamente. Em
volta do templo de Amon em Karnak (Tebas) mandou construir
quatro templos dedicados a Aton.
Época em que existiam as virgens vestais. Elas eram
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meninas que suas famílias confiavam para serem educadas e
resguardadas. Naquela época, corria-se o risco de jovens serem
violentadas, e devido a isto, muitas famílias entregavam suas
meninas em algum templo. Elas eram responsáveis pelo fogo
sagrado. Ninguém poderia tocá-las enquanto não completassem
dezessete anos. Trajavam um manto branco, com fios de ouro. Não
usavam maquiagem, nem jóias. Eram respeitadas e protegidas.
Andavam pelo templo num grupo de três.
Milla era uma menina feliz. Caçula de seis irmãos, vivia
numa boa casa. Seu pai era um rico e requisitado comerciante de
tecidos. Tão requisitado, que o faraó e todo o palácio sempre o
procuravam. Sua mãe cuidava da casa muito bem, adorava fazer
deliciosos pratos. Seus irmãos não davam muita importância à Milla,
pois a achavam insignificante por ser uma mulher. No qual ela
sempre respondia:
- Nunca subestimem minha inteligência!
Eles riam com deboche.
Sua mãe era submissa, mas muito doce e dizia sempre que
gostaria que Milla arrumasse um bom casamento:
- Minha filha, eu só terei sossego quando tiveres um caminho
na tua vida, pois eu e teu pai já temos idade avançada e quero
alguém que cuide bem de ti. Teus irmãos possuem outros planos,
inclusive ir embora de Tebas.
- Não te preocupes minha mãe, tudo dará certo. Não ligo
para eles, acho todos uns perdidos.
Então o pai de Milla certo dia chegou em casa trazendo
novidades:
- Mulher, Milla será uma vestal!
- Como assim?
- Falei pessoalmente com o faraó, que gentilmente sugeriu a
ideia.
Mal sabiam eles, que Akheanton via muito além do que
poderiam imaginar...
Milla foi pega de surpresa, porem o fato de ir morar no
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templo e ser uma das vestais, agradou-lhe bastante, não entendia por
que. Apesar da implicância de seus irmãos, Milla gostava deles e de
seus pais, mas ao saber da novidade, sentiu uma alegria inexplicável.
O irmão mais velho Simut, comentou:
- Será melhor que a menina fique por lá mesmo. Não
concordo com esse novo faraó, mas fazer o que? Ao menos ela
crescerá em meio à nobreza e depois poderá se casar com alguém de
posses.Ao que Milla respondia:
- Abre tua mente para o novo e para o que faz sentido.
Nunca obtivemos respostas desses deuses do passado, mas de Aton,
tenho muito a contar. Um dia perceberás isso. – Todos ignoravam,
riam, pois a achavam ainda uma criança que repetia o que ouvia.
E foi assim que Milla entrou no templo para ser mais uma
das virgens vestais, em uma bela manhã de verão, após uma longa
despedida familiar...
Um pouco tímida, mas curiosa, Milla adentrou o templo e
imediatamente foi recebida por Mirtes, uma mulher simpática,
responsável pelas vestais, e que cumpria com rigor sua função,
zelando pelas virgens:
- Bom dia menina. Tu és bem vinda.
- Bom dia. Grata senhora. - respondeu Milla cabisbaixa.
- Aqui aprenderás muito. Serás feliz, e quando estiveres livre
das vestes, poderás arranjar um bom casamento. - falou Mirtes
levando Milla para conhecer o templo e os aposentos.
Sem que ambas intuíssem, um belo homem estava
observando-as. Seu nome: Hajah. Ele viu quando Milla era entregue
para se tornar uma vestal, e na mesma hora sentiu que aquela menina
seria importante na sua vida. Ele era o sumo sacerdote do templo.
Um belo homem: Estatura mediana, branco de cabelos negros e
corpo atlético. Olhos igualmente escuros, com um olhar profundo e
penetrante. Mantinha um semblante tranquilo e tinha sempre um
sorriso no rosto. Era ágil e andava com passos firmes. Dono de um
magnetismo que enlouquecia as mulheres da época. Tinha trinta e
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dois anos, e era casado há alguns anos com uma das sacerdotisas,
Yunet. Foi um casamento arranjado e Hajah não a amava, apenas
gostava dela. Ela era bonita e ele se entusiasmou. Mas naquela
época do Egito, já era admitido o homem ter mais de uma esposa.
Milla nos seus aposentos conheceu Maya, uma vestal que
havia chegado há uma semana. Logo de cara se deram bem e
tornaram-se amigas. O quarto tinha duas escrivaninhas para estudos,
com dois espelhos na parede emoldurados. Duas camas de solteiro,
uma janela que dava para um belo jardim, e um quartinho para
higiene. Havia uma empolgação natural da idade e ao mesmo tempo,
certo receio, pois tudo ainda era novo e desconhecido:
- Milla, aqui é lindo! Vais gostar muito. Quando cheguei
tive medo, mas agora vejo que aqui será diferente.
Sim, eu já gostei, apenas sentirei saudade da minha
família.
- Eu também, mas isso não será para sempre. Vamos nos
divertir muito.
- Divertir?- perguntou Milla surpresa.
- Sim. Eu soube que temos direito a nos divertir, mas
cautelosamente, e apenas entre nós. - disse Maya empolgada.
As duas ficaram conversando por horas, até que Mirtes
chamou Milla:
- Vamos Milla.
- Onde senhora?
- O sumo sacerdote quer falar contigo.
Milla ficou assustada, pois ainda não conhecia nada. Então
Maya disse: - Vai Milla. Foi assim comigo. - tranquilizando-a.
Milla mais tranquila acompanhou Mirtes, e quando viu
estava diante de Hajah. Ela estremeceu ao vê-lo:
- Como vai Milla? Tu és bem vinda à casa de Aton.
- Grata meu senhor. É uma honra estar aqui. - disse ela
ruborizada.
O olhar de Hajah a deixou sem jeito. Então ele começou a
ensiná-la como proceder dentro do templo, e as regras a serem
respeitadas:
- Todas as vestais estão devidamente protegidas, mas se
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algum homem tentar o que não deve, avisa-me. Preserva-te, pois
deverás permanecer pura até a maioridade. Cuida do fogo sagrado,
te dedica ao templo e não temas nada.
Milla o ouvia atenta, mas não pôde deixar de se impressionar
com ele. Era encantador, e dono de uma inteligência admirável.
Hajah por sua vez, percebeu de perto o quanto era ainda mais bela.
Era uma menina franzina, mas já tinha corpo de mulher. Pele alva,
olhos bem desenhados, brilhantes e claros. Cabelos lisos e da cor de
mel na altura da cintura, lábios levemente carnudos e maçãs do rosto
rosadas. Nariz afilado. Tudo isto acompanhado de um belo sorriso e
um corpo esguio. Tinha apenas treze anos, mas pela sua maturidade,
parecia ter muito mais. Possuía uma elegância de rainha. E como se
não bastasse, era dona de uma meiguice encantadora. Ele ficou
preocupado, pois isso nunca acontecera com nenhuma vestal, e sabia
que não poderiam se envolver. Não por enquanto... Contudo, ambos
nunca mais seriam os mesmos.
Os dias foram transcorrendo, e Milla se adaptou
instantaneamente. Ela e Maya se tornaram grandes amigas, e no dia
do primeiro ritual em que participaram, fizeram tudo o que haviam
aprendido.
As duas amigas estavam cada vez mais entusiasmadas e
entrosadas no templo. Faziam seus trabalhos com zelo e com amor.
Aprendiam, estudavam sobre a vida e a complexidade universal.
Maya logo teve confiança em Milla para contar-lhe sobre sua vida:
- Minha vida até hoje nunca foi fácil, meus pais nunca me
valorizaram, queriam me casar com um homem rabugento que era
nosso vizinho, e tudo porque ele era dono de uma pequena
propriedade, mas aí o homem casou-se, e me trouxeram para cá, a
fim que depois eu me case com um algum sacerdote. Minha mãe
sempre me bateu, nunca conheci o carinho de meus pais, só amam a
minha irmã, que também de mim não gosta. Mas eu sonho que
algum dia serei amada, e me casarei com um lindo homem. Quero
ser mãe, ter uma família, e conhecer a felicidade. – disse ela com
muita emoção.
Milla a abraçou dizendo:
-Serás feliz, tens uma luz linda, e és merecedora.
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- Obrigada minha amiga, desde que a vi soube que seriamos
amigas.
- Podes contar comigo, sempre.
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