Neuroaccounting: aspectos históricos no cenário

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I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015
Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015
UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná
CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas
Neuroaccounting: aspectos históricos no cenário nacional e internacional
Leila Aparecida Scherer Weiss, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE),
[email protected]
Roberto Francisco de Souza, niversidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)
[email protected]
Claudio Antonio Rojo, Ph.D., Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE),
[email protected]
Delci Grapégia Dal Vesco, Dra, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE),
[email protected]
Resumo
Este ensaio, busca explorar as contribuições de estudos já publicados em Neuroaccounting, que
utilizam as contribuições da Psicologia Cognitiva e os avanços de Neurociência para a análise
da tomada de decisão. Dickhaut et al (2010) delimitou uma nova linha de pesquisa intitulada
Neuroaccounting, a qual estuda o comportamento do cérebro durante a tomada de decisões,
embora tenha chamado atenção de vários pesquisadores e tenha despertado a atenção do mundo
dos negócios principalmente das finanças comportamentais, ela ainda carece de maturidade
para firmar-se dentro da contabilidade. Entretanto surge a necessidade de repensar a
contabilidade bem como a sua importância para a tomada de decisão.
Palavras-chave: Neuroaccounting; Neurocontabailidade; Tomada de Decisão
Área Temática: Contabilidade Gerencial e Controle em organizações
1.
Introdução
Dentro da economia e administração correntes teóricas se propuseram a avaliar o
comportamento humano de tomada de decisão, nessa “nova” área de pesquisa, a relação entre
neurociências e contabilidade tem ganhado espaço nas finanças comportamentais o que
cientistas denominaram de “Neurocontabilidade”. Kahneman e Tversky (1979) identificaram
os vieses cognitivos que envolvem a tomada de decisão como: efeito certeza, efeito reflexão,
efeito isolamento, efeito formulação. Assim, baseando-se nos avanços proporcionados pela
metodologia experimental, novos fatores como os de origem psicológica e biológica
(KAHNENAN; TVERSKY, 1979; BARBER; ODEAN, 2001; GLIMCHER, 2002), e também
relacionados às estruturas cognitivas neurais e às emoções (DAMÁSIO; SUTHERLAND,
1994; KENNING; PLASSMANN, 2005; BECHARA; DAMÁSIO, 2005), passaram a ser
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considerados na análise econômica a fim de se melhor compreender o processo de tomada de
decisão. Cada qual com seu escopo dedicaram-se a entender como os indivíduos tomavam suas
decisões.
Segundo Birnberg e Ganguly (2012) a contribuição dos métodos de neurociência para a
contabilidade pode ser esperada por se relacionar com uma compreensão geral (1) como as
pessoas processam as informações e estímulos (ou seja, o domínio cognitivo); (2) como as
pessoas exercem o controle e reagem a experiências favoráveis e desfavoráveis (isto é, o
domínio afetivo); e (3) como as pessoas interagem com os outros em uma organização (ou seja,
o domínio interpessoal).
Pesquisas em neurociência e psicologia começaram a investigar as bases neurais da
decisão associadas a previsão de valor e em parâmetros centrais da teoria econômica da
utilidade esperada. Por sua vez, a economia está sendo, cada vez mais, influenciada por uma
abordagem voltada a discutir a tomada de decisões fortemente enraizada na psicologia e
neurociência (SANFEY, et al. 2006). No contexto contábil a neurociência teve como domínio
teórico estudos advindos da economia com a neuroeconomia. Dickhaut, et al. (2010) iniciam a
discussão envolvendo os aspectos comportamentais e culturais no desenvolvimento da
contabilidade.
Dickhaut (2009) apresenta, de maneira sucinta, as principais características da
“Neurocontabilidade” e como esta pode auxiliar no entendimento do cérebro. O autor descreve
as atividades que lidam com o processamento de informações no cérebro e o surgimento dos
princípios contábeis, tais como conservadorismo, realização de receitas, contabilidade gerencial
e dualidade (partidas dobradas).
De acordo com Dickhaut et al. (2010) a contabilidade evolui a partir da evolução do
comportamento humano e suas necessidades, principalmente da necessidade e do
comportamento do gestor, no uso da informação contábil, durante o processo decisório. Não
obstante e de maneira mais especifica os autores, relatam o surgimento dos modernos princípios
contábeis buscando quantificar formação sobre os benefícios líquidos gerados pela organização,
relacionando-os com a avaliação das ações (presente e passado).
Dentro desses aspectos do entendimento esperado, pode ser o de lançar luz aos gestores
e usuários externos de como as empresas podem melhor estruturar a forma e o conteúdo da
informação financeira para otimizar a sua adequação para o uso pretendido.
Neste sentido, o objetivo do presente ensaio teórico é explorar as contribuições de
estudos já divulgados em Neuroaccounting que utilizam as contribuições da Psicologia
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Cognitiva e os avanços de Neurociência para a análise da tomada de decisão. Para tanto, obtevese informações sobre o arcabouço teórico de Neuroaccounting no cenário nacional e
internacional, seus reflexos sobre a tomada de decisão, investigou-se as razões prováveis para
seu surgimento, bem como os progressos que vem proporcionando as finanças
comportamentais, estimular discussão acerca desta nova fronteira do conhecimento.
Justifica-se por ser uma área da contabilidade que discute sua finalidade, isto é, a de
auxiliar os usuários na tomada de decisão, com o uso de elementos comportamentais. A questão
de como os gestores fazem, como devem fazer, para assegurar suas decisões tem ocupado
pesquisadores por muitos séculos (SANFEY, et al. 2006), diferentes disciplinas abordam o
problema com técnicas e características diferentes. Assim uma abordagem, popularmente
conhecida, a Neuroaccounting, procura integrar ideias dos campos da psicologia, neurociência
e economia em um esforço para auxiliar os gestores em suas escolhas e decisões.
Este estudo contribui por discutir o tema como forma de identificar seus apontamentos
teóricos e a situação atual das discussões em Neuroaccouting. Contudo destaca-se que assim
como nas outras áreas afins (economia e administração) o tema ainda é incerto. Por um lado,
seus defensores mais fortes apresentaram a Neuroaccounting como um novo paradigma que
acabará por substituir as abordagens clássicas. Por outro, os céticos em ambas as comunidades
argumentam que os modelos decisórios e técnicas contábeis de neurociências refletem níveis
diferentes de análise que têm pouco a oferecer um ao outro. Os contadores, historicamente, são
céticos quanto à capacidade da contabilidade (principalmente a com foco no usuário externo)
em contribuir para a compreensão do comportamento econômico e social. Os neurocientistas
comumente observam a tomada de decisão como demasiadamente abstrata e afastada dos
mecanismos de interesse no cérebro (SANFEY, et al. 2006).
2.
Referencial
Nesta seção esta elencada a base teórica do tema, que fundamentam o estudo, a tomada
de decisão e a neuroaccountig.
2.1
Teoria da Decisão
A tomada de decisão é uma característica do ser humano e acontece nas mais variadas
situações do cotidiano, são atos que obrigam a uma escolha a ser feita, baseados nos interesses
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próprios, que acarreta em avaliações que envolvem riscos e incertezas (KLADIS; DE
FREITAS, 1995). Esta tarefa de fazer escolhas nem sempre é simples, saber tomar a decisão de
forma que seja vantajosa nas diversas situações complexas que enfrentamos, exige dos
indivíduos conhecimento, são necessários conhecer as alternativas e opções de escolhas, avaliar
os resultados destas ações e procurar aprender com as escolhas realizadas (FREITAS, 1993).
Figura 01: Elementos clássicos na tomada de decisão
Tomador de
decisão
Resultados
Objetivos
Situações
Preferências
Estratégias
Fonte: Elaborado pelos autores
O processo de tomada de decisão envolve a escolha entre as alternativas que estão
disponíveis, desta forma o tomador de decisão é a o indivíduo que faz a escolha de quais ações
propostas; os objetivos são aqueles aos quais o tomador pretende alcançar com sua escolha; as
preferências os critérios escolhidos para tomar a decisão; a estratégia qual será o curso a ser
adotado para que se atinja os objetivos e a situação é o ambiente externo que envolve e
influência o tomador e que por muitas vezes afeta a escolha do mesmo (SIMON, 1963).
Portanto, de acordo com SANFEY, et al., (2006) a decisão com base na Teoria da
utilidade esperada subjetiva postula duas características fundamentais de uma alternativa que
deve ser combinada antes de chegar a uma decisão, ou seja, o valor da alternativa e a
probabilidade de que esse valor será atingido. A Figura 3 mostra o processo de decisão com
base na utilidade esperada.
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Figura 02: Decisão com base na Teoria da utilidade esperada subjetiva
Fonte - SANFEY, et al., (2006)
A Figura 2 indica que o valor de cada alternativa é ponderado pela sua probabilidade de
atendimento, e a opção com os maiores valores ponderados pela probabilidade (ou utilidade) é
então escolhido SANFEY, et al., (2006).
Contudo nem em toda a decisão o indivíduo consegue utilizar da utilidade esperada,
pois o processo decisório é articulado com interações estratégicas. Os mecanismos neurais
responsáveis pela deliberação e emoção são claramente estreitamente inter-relacionadas. No
entanto, a distinção entre estes poderia ajudar a lançar luz sobre muitos dos padrões mais
básicos descobertos pela contabilidade comportamental, como por exemplo a ponderação não
linear de probabilidade e aversão ao risco, bem como vários outros comportamentos que
desafiam o modelo econômico padrão, incluindo muitos que envolvem o mercado ou não
SANFEY, et al., (2006).
Figura 03: Mecanismos neurais em processo de decisão
Fonte - SANFEY, et al., (2006)
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A Figura 3 indica que a ativação das áreas neurais se correlaciona com o processamento
emocional e deliberativo, respectivamente, e verificou-se que, se a ativação insular foi maior
do que a ativação DLPFC, os participantes tenderam a rejeitar a oferta, ao passo que se a
ativação DLPFC foi maior, os decisores tenderiam a aceitar a oferta. Isto oferece evidência
neural para umaopção de dois sistemas de tomada de decisão SANFEY, et al., (2006). Portanto
é possível concluir que as interações estratégicas entre indivíduos envolvem uma interação entre
emoção e deliberação.
Os estudos sobre a tomada de decisão segundo Cesar, Akamine Jr. e Perez (2011) são
importantes devido ao fato de que os indivíduos decidem a todo o momentos, sejam decisões
simples ou complexas, ou fazendo-as sem refletir ou de forma racional, ou analisando todas as
variáveis presentes na decisão, como os benefícios que decorrem da escolha, a probabilidade
de ocorrência dos mais variados fatos, sua utilidade dentre outras. De acordo com os mesmos
autores, os erros que invariavelmente podem ocorrer e que podem ser prejudiciais para as
pessoas, instituições ou comunidades, devido a isso a sua importância. Divido a suas funções
cognitivas, o processo de tomada de decisão, apresenta um desafio para os pesquisadores, por
ser um fato que somente pode ser conhecido pelos comportamentos onde ocorrem decisões e
as interferências que se realizam com base nestes (CESAR; et al., 2011)
Estudos de Cesar, Jerônimo e Carneiro (2012) já levantados na área de negócios
propõem modelos para simular os comportamento das pessoas quando estas tomam decisões.
Melo Moreria, Almeida Pacheco e Barbato (2011) apontam para a necessidade de criação de
modelos probabilísticos que levassem em conta, não somente os ganhos esperados pela escolha,
mas do mesmo modo os riscos que estão envolvidos em tais escolhas, surgindo portanto, os
primeiros modelos que procuravam demonstrar como as pessoas tomavam decisões, conhecidas
como “teorias clássicas da decisão”.
Segundo Cesar et al. (2011) o primeiro modelo teórico sobre a tomada de decisão é
proposta por von Neumanne Morgensterns em 1944, são considerados um modelos normativos
que utilizam de modelos matemáticos e racionais, uteis em ambientes controlados, os principais
exemplos deste modelo a Teoria da Utilidade Esperada e a Teoria dos jogos. Embora de grande
utilidade para explicar e aproximar a tomada de decisão da realidade, existem muitas críticas a
estes modelos, surgindo portanto, outras vertentes teóricas, como a Teoria da Racionalidade
Limitada e a Teoria do Prospecto, teorias estas que buscam compreender como as pessoas se
comportam ao tomarem uma decisão, englobando aspectos sociais, afetivos e outros tipos de
processos cognitivos.
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Portanto outros estudos foram sendo elaborados levando em conta as teorias clássicas
em pesquisas sobre decisão nas mais variadas áreas de atuação, econômica, administrativa e
mais recentemente na contabilidade.
2.2
Neuroaccounting
Dickhaut et al. (2009), a ideia consiste em entender os processos do cérebro humano e
sua relação com a contabilidade e como as interações na sociedade criam necessidades de
ampliação da memória via registros contábeis dado que a capacidade cerebral tem seus limites.
No cenário nacional a contribuição teórica dos estudos de Cesar et al. (2009), na área da
neurociência e contabilidade, proporcionou a criação de um modelo de aplicação da
Neurociência que deu origem à linha de pesquisa denominada Neuroaccounting. Em 2010, os
autores apresentaram uma pesquisa que demonstrou a utilização de um modelo bidimensional
para estudo do comportamento da Tomada de Decisão em ambientes organizacionais. O mesmo
modelo foi aplicado para o setor siderúrgico proporcionando resultados aderentes às teorias
apresentadas; neste estudo, o entendimento dos padrões comportamentais dos gestores em um
ambiente de alta competitividade e a relação das decisões, na implantação de metas
orçamentárias, garante que os objetivos organizacionais sejam atingidos.
Segundo Cesar et al. (2011) os estudos em NeuroContabilidade, têm buscado
compreender melhor as redes neurais ou as áreas do cérebro que estão envolvidas com
determinados aspectos cognitivos da decisão. Embora seja um avanço em relação às
dificuldades apontadas para os estudos comportamentais, estudos dessa natureza são limitados,
dentre outros aspectos, pelas ferramentas de investigação disponíveis. Os estudos dessa
natureza são limitados, dentre outros aspectos, pelas ferramentas de investigação disponíveis,
as mais comumente usadas até o presente momento em estudos dessa natureza são a ressonância
magnética funcional (fMRI) ou o eletroencefalograma (EEG), (OTTEN; RUGG, 2005, p.5, In
HANDY, 2005); Ressonância Magética Funcional (fMRI) (GAZZANIGA; IVRY; MANGUN,
2006, p. 38); Essas ferramentas permitem localizar espacialmente (fMRI) ou temporalmente
(EEG) uma resposta dada pelo sujeito quando este se vê frente a um estímulo que elicie aquela
resposta.
Todavia, as resoluções espaciais geradas pela fMRI não garantem que um dado
processamento identificado numa região do cérebro tenha sido gerado por um dado estímulo,
pois as imagens que se obtém nos aparelhos são resultado do afluxo de sangue para
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determinadas regiões do cérebro que estão em atividade, e essa movimentação é registrada com
um atraso em relação ao tempo no qual houve o disparo da resposta no cérebro. Por outro lado,
os aparelhos que localizam uma resposta no tempo (como o eletroencefalograma - EEG, por
exemplo) não conseguem precisar o local de origem da resposta que está sendo captada ou quais
são os eventos biofísicos específicos que estão por traz da resposta, ou ainda as consequências
desses eventos para o processamento da informação, pois ele capta os sinais de uma rede neural,
cuja fonte nem sempre se localiza com precisão (LUCK, 2005). Estudos dessa natureza estão
voltados para a identificação de aspectos cognitivos que influenciam a decisão, sendo, de modo
geral, bastante específicos.
Assim, embora tenham sido feitos estudos combinando ferramentas para se obter maior
acuidade na identificação de como ocorre o processo de TD, vê-se que os estudos em
NeuroEconomia bem como da NeuroContabilidade, embora possam ser vistos como um grande
avanço para os estudos da área de negócios, ainda representam possibilidades futuras de
aplicação imediata. Estudos desta natureza têm sofrido várias críticas por parte dos autores da
área de negócios, especialmente da área de Economia (ver BERNHEIM, 2009; GUL;
PSENDORF, 2009; SOBEL, 2009, HERRMAN-PILLATH, 2009; RUSTICHINI, 2008,
BERGMANN, 2009; HUETTEL; PAYNE, 2009; CAPLIN; DEAN, 2007, BROWN, 2006).
3.
Metodologia
Na elaboração do presente estudo metodologia empregada é qualitativa (RAUPP;
BEUREN, 2009), constituiu-se de um ensaio teórico sobre o tema proposto, segundo Severino
(2000) o ensaio teórico consiste na exposição lógico-reflexiva com ênfase na argumentação e
interpretação pessoal com o uso de pesquisa bibliográfica. O universo do estudo consistiu-se
por consulta efetuada em bases de dados do Spell (http://www.spell.org.br/) e Google
Acadêmico (http://scholar.google.com.br/), utilizando as palavras-chave: Neuroaccounting e
Neurocontabilidade.
4.
Discussão
O uso de neurociência em contabilidade pode expandir significativamente
conhecimento dos fundamentos da ciência. Há, por exemplo hipótese, segundo a qual a
emergência e o desenvolvimento de normas contábeis anda de mãos dadas ao desenvolvimento
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biológico do cérebro humano, que funciona sob a progressiva ambiente complicações
(DICKHAUT, et al. 2010).
Diversos estudos foram elaborados no cenário nacional e internacional que apresentam
relevância para o tema, a seguir estão elencados as pesquisas que contribuem com o tema
proposto por este estudo:
Quadro 01: Publicações internacionais e nacionais sobre Neuroaccounting
Ano
2015
2014
2012
2010
2006
Ano
2015
2012
2009
Internacionais
ARTIENWICZ, Nelli. Neurorachunkowość jako potencjalny, ale trudny kierunek rozwoju
rachunkowości. Zeszyty Teoretyczne Rachunkowości, n. 82, p. 9-18, 2015.
MAZUROWSKA, Marta. Paradygmat homo oeconomicus a rachunkowość
behawioralna. Studia Oeconomica Posnaniensia, v. 2, n. 4, p. 88-101, 2014.
ESKENAZI, Philip; RIETDIJK, Wim; HARTMANN, Frank. Why Controllers Compromise
on their Fiduciary Duties: EEG Evidence on the Role of the Human Mirror Neuron System.
Unpublished working paper, 2014.
MIĄZEK, Amadeusz. JAKO NOWOCZESNE PODEJŚCIE W
RACHUNKOWOŚCI. STUDIA, v. 2, n. 5, p. 266, 2014.
BIRNBERG, Jacob G.; GANGULY, Ananda Roop. Is neuroaccounting waiting in the
wings? An essay. Accounting, Organizations and Society, v. 37, n. 1, p. 1-13, 2012.
DICKHAUT, John et al. Neuroaccounting: Consilience between the biologically evolved
brain and culturally evolved accounting principles.Accounting Horizons, v. 24, n. 2, p. 221255, 2010.
SANFEY, Alan G. et al. Neuroeconomics: cross-currents in research on decision-making.
Trends in cognitive sciences, v. 10, n. 3, p. 108-116, 2006.
Nacionais
JUNIOR, PAULO FREDERICO HOMERO. A Constructionist Critique of Experimental
Accounting Researches Published in Brazil.
CESAR, Ana Maria Roux Valentini Coelho et al. Neuroaccounting: um estudo experimental
sobre tomada de decisão em ambientes contábeis. Advances in Scientific and Applied
Accounting, v. 5, n. 1, p. 27-53, 2012.
CESAR, Ana Maria Roux Valentini Coelho; JERÔNIMO, Patricia Ferreira; CARNEIRO,
Ricardo Barros. Neuroaccounting: a contribuição da neurociência para a análise da decisão
relacionada a metas orçamentárias-doi: 10.4025/enfoque. v31i3. 17320. Enfoque: Reflexão
Contábil, v. 31, n. 3, p. 89-107, 2012.
CARVALHO JUNIOR, Cesar Valentim de Oliveira. Neuroaccounting: mapeamento
cognitivo cerebral em julgamentos de continuidade operacional. Tese de Doutorado.
Universidade de São Paulo.
CESAR, Ana Maria Roux Valentini Coelho et al. Neuroaccounting: Um modelo para análise
do processo de tomada de decisão. Contabilidade Vista & Revista, v. 23, n. 2, p. 131-162,
2012.
JERÔNIMO, Patricia Ferreira; CARNEIRO, Ricardo Barros. Neuroaccounting: Análise do
Processo de Tomada de Decisão Relacionado a Metas Orçamentárias, Tomando Como Base
Modelo da Neurociência.
CÉSAR, Ana Maria Roux et al. Neuroaccounting: modelando a tomada de decisão em
ambientes contábeis. In: IAAER-ANPCONT INTERNATIONAL ACCOUNTING
CONGRESS. 2009. p. 1-26.
Fonte: Elaborado pelos autores
A Neuroaccounting tem como principal precursor Dickhaut (2009) ao apresentar
Neuroaccounting: Consilience between the biologically evolved brain and culturally evolved
accounting principles, o autor descreve trabalhos que lidam com o processamento de
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informações no cérebro e o surgimento dos princípios contábeis, contabilidade gerencial e as
partidas dobradas.
Birnberg e Ganguly (2012) discutem as razões que levaram ao surgimento da
neuroeconomia, e suas possíveis contribuições para estudos em contabilidade, sugere que os
pesquisadores da contabilidade comportamental podem aprender com a neuroeconomia e
destacam que levará algum tempo para a Neuroaccounting apresentar avanços devido
principalmente a razões práticas.
Em 2014 vários trabalhos foram apresentados na tentativa de contribuir para os avanços
da Neuroaccounting, Miazek (2014) apresenta a crescente popularidade de investigação sobre
o funcionamento do cérebro às necessidades comportamentais e conceitos metodológicos de
contabilidade no campo da neurociência, destaca vários instrumentos utilizados na medição de
atividade cerebral e suas contribuições para os avanços da Neuroaccounting bem como críticas
ao uso das técnicas da neurociência nas ciências econômicas.
Eskenazi, (2014) fez um experimento com vinte e nove controllers utilizando o EEG
para analisar o comportamento neural durante a tomada de decisão. As alterações foram mais
fortes quando os controllers foram pressionados a agir em função de interesses pessoais do que
na condição de gerente de unidade. Estes resultados sugerem que a pressão social é um
precedente de indução a violação de integridade de informação financeira, e que o cumprimento
dos deveres do controller com tal pressão é previsto pela ativação do sistema de espelhos
neurônio por estímulos emocionais, contudo contribui para a explicação da integridade da
informação financeira e possíveis violações dos mesmos.
Mazurowska, (2014) apresenta a ideia de contabilidade comportamental como uma
tendência a desenvolver resposta a alterações nos pressupostos básicos de ciências econômicas.
Faz uma análise crítica dos desenvolvimentos nacionais e internacionais no campo das ciências
econômicas, incluindo contabilidade e ciência comportamental.
Artienwicz (2015) apresenta uma abordagem de pesquisa interdisciplinar baseada em
neurociências, tendências comportamentais e experimentais de contabilidade, também
apresenta as pequenas e mais recentes conquistas da Neuroaccounting e as perspectivas para o
seu desenvolvimento.
Cesar et al. (2009) apresenta dois modelos teóricos baseados em estudos da área de
Neuroeconomics, um linear e outro dimensional, e a partir dos mesmos propõe um novo modelo
que propicia que se analise o processo de tomada de decisão em relação à estimativa de metas,
os resultados mostram que o modelo proposto se mostra adequado para a compreensão do
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processo de Tomada de Decisão em ambientes contábeis e sugere que pode ser aplicado no
desenvolvimento de Sistemas de Informação Contábil, tendo como objetivo oferecer melhor
suporte ao processo de tomada de decisão. Estudos quantitativo e experimental estão em
andamento, buscando refinar o modelo.
Novamente Cesar et al. (2012) contribui para os avanços da Neurocontabilidade no
cenário nacional, apresenta estudo experimental sobre tomada de decisão tendo como objetivo
geral, identificar mecanismos de aprendizagem implícita e sua relação com congruência da
informação e influência social em decisões sobre metas de investimento. Estudo experimental
junto a 22 (alunos de graduação da área de negócios) tendo como tarefa um jogo de decisão
especialmente desenvolvido para o estudo, durante o qual os sujeitos estavam conectados a um
EEG (Eletroencefalograma) que captava as ondas elétricas do cérebro no momento da decisão.
Os resultados (comportamental e do EEG) comprovam em tempo real a presença do conflito de
interesses (auto-benefício) e a violação sistemática da análise da informação para decisão.
Cesar et al. (2012) propõe um modelo de tomada de decisão em ambientes contábeis, o
estudo tem por objetivo captar o comportamento declarado de seis gestores de empresas de
grande porte que atuam nas áreas de Contabilidade e Finanças quando estes tomam decisões
relacionadas ao nível de metas orçamentárias. Os resultados mostram que os gestores utilizam
métodos tradicionais para decisão, tanto para captar informações quanto para analisá-las,
conforme esperado, também se observou que as decisões são afetadas por aspectos afetivos e
por influência social.
Carvalho Junior (2012) seu estudo contribui para explicar a extensão em que os padrões
de mapeamento cerebral acompanham os padrões comportamentais de julgamentos de
auditores e contadores, quando da avaliação de evidências para decisões de continuidade
operacional, utilizando eletroencefalograma (EEG).
Junior (2015) analisou estudos experimentais publicados em revistas contábeis adotadas
no Brasil 2006-2012, critica as principais características dos projetos de pesquisa experimental,
questiona a dificuldade que esse tipo pesquisa enfrenta para validar os construtos empregados
e a confiança na aplicabilidade dos resultados.
Embora seja recente essa nova linha de pesquisa tem chamado a atenção do mundo dos
negócios, bem como levantado algumas indagações, atualmente as informações geradas pela
contabilidade são relevantes para a tomada de decisão, qual será o impacto da
Neuroaccounting nas organizações uma vez que ela poderá ajudar os CEOs a tomarem decisões
mais assertivas?
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A partir desta nova perspectiva sobre a neuroacconting e sua influência no
comportamento dos contadores, isso faz com que a contabilidade seja repensada, bem como a
tomada de decisão, e seus reflexos realmente modificaria os conceitos enraizados da
contabilidade gerencial e as práticas de contabilidade das organizações?
5.
Conclusão
O objetivo do presente estudo, foi explorar as contribuições de estudos publicados em
Neuroaccounting que utilizam as contribuições da Psicologia Cognitiva e os avanços de
Neuroci~encia para a análise da tomada de decisão.
Nos estudos levantados percebe-se que a neurocontabilidade vem despertando o
interesse dos pesquisadores que estão associados à atividades cognitivas dos indivíduos, todos
as pesquisas derivam de associações entre as bases biológica do cérebro e os princípios
contábeis, interessados nos efeitos da neurociência na área contábil (BIRNBERG; GANGULY,
2012;
ARTIENWICZ, 2015) descrevendo a neuroaccounting como sendo uma nova
abordagem de pesquisa comportamental na contabilidade (CARVALHO JUNIOR, 2012; DA
SILVA ZONATTO, 2013; MIAZEK, 2014), e permitindo o debate entre a pressão exercida
sobre os agentes e seu comportamento e reflexos na tomada de decisão e na emissão dos
relatórios contábeis (CESAR et al., 2012; CESAR; JERÔNIMO; CARNEIRO, 2012;
ESKENAZI; RIETDIJK; HARTMANN, 2014; BUTLER; GHOSH, 2015).
Pode-se concluir, dos estudos levantados que, a pressão social exercida e as influências
afetivas apresentam um fator importante sobre a tomada de decisão, e tem implicações diretas
sobre a compreensão dos comportamentos e do que é preciso para ser um profissional de
contabilidade, que é conhecido como um profissional centrado e calmo, no entanto as pressões
sofridas, podem alterar suas decisões. As conclusões deste estudo poderão servir de base para
futuras pesquisas empiricas.
Embora seja recente e despertar a atenção do mundo dos negócios a neuroaccouting
precisa se estabelecer, uma vez que métodos utilizados ainda precisam ser melhorados. No
Brasil já existem críticas quanto aos métodos e a forma como os experimentos e cenários são
direcionados. Mesmo com o apoio de equipamentos computadorizados os estudos incidam que
ainda é incipiente as pesquisas aplicadas em neuroaccouting e que mais estudos precisam ser
desenvolvidos para avançar o campo de pesquisa, e se estabelecer dentro da ciência contábil.
I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015
Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015
UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná
CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas
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