Sistema Linfático - Aprender no Virtual

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Sistema Linfático
Grupo 10
Anderson Kretschmer, Andre Jeng Huei Lee, Arthur Sevalho Gonçalves, Carlos Augusto
Menegozzo, Daniela Regina Brandão Tavares, Fernando Antônio Monteiro Carvas, Gabriel Taniguti De Oliveira, Laís Uyeda Aivazoglou, Lucas Amorim Vieira De Barros, Paula
Jungmann Brito, Priscila Haga Sonohara, Renata Fiorini Puccini
Anatomia • Escola Paulista de Medicina • Novembro de 2008
Índice de Temas
SISTEMA LINFÁTICO
Conceito………..………………………………… 3
Ductos Linfáticos…..………..…………..…… 4
Práticas Clínica e Cirúrgica……………..….. 5
Drenagem de Órgãos………………..……… 6
Apêndice……………….…….…..…………..… 7
Bibliografia..…………..…………..…..….….. 9
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Conceito
!
O Sistema Linfático é constituído pelos seus vasos e os nódulos linfáticos, ele é re-
sponsável por três funções principais: é parte importante do sistema imunológico do corpo,
absorve os quilomicrons no tubo digestório e é o canal mais importante de
reabsorção do líquido intersticial. Nesse
trabalho, vamos focalizar as correlações
anátomo-clínicas desse importante
sistema do corpo humano, essencial
para a manutenção da homeostasia de
nosso organismo.
!
O volume sangüíneo que
adentra as arteríolas não é o mesmo presente nas vênulas, pois boa parte do
plasma se extravasou pelos capilares
sangüíneos, situando-se assim entre as células, daí o supracitado líquido intersticial que nada
mais é do que um mediador entre o sangue e nossas tecidos. O sistema linfático inicia-se
paralelamente aos capilares (não está presente em todo o corpo como, por exemplo, no
Sistema Nervoso), na forma de vasos com fundo cego, valvulados e de parede fina que absorvem esse líquido intersticial que, dentro de seus condutos, passa a se chamar linfa (do latim,
água clara). A constituição da linfa é praticamente a mesma do plasma, entretanto, há uma
menor concentração de células e proteínas, pois muitas das proteínas plasmáticas são impermeantes às paredes dos capilares, fato importante para a manutenção da pressão osmótica
sangüínea. A linfa, ao contrário do sangue, não coagula da mesma forma. Esse fato traz uma
importante repercussão clínica pois lesões dos vasos linfáticos de maior calibre podem causar
choque hipovolêmico.
!
Espalhadas ao longo dos vasos linfáticos em diversos lugares, tanto superficialmente
quanto profundamente, há corpúsculos compactos semelhantes a grãos de feijão nos quais
penetram vários linfáticos e dos quais emerge um maior. São os nódulos linfáticos, sede da
formação dos leucócitos agranulares e, portanto, parte constitutiva da função imunológica
desse sistema. Cabe citar aqui também órgãos como o Timo, que involui durante o desenvolvimento normal, e o Baço, único órgão linfático entremeado no sistema circulatório. Cada
conjunto de linfonodos é responsável pela drenagem de partes específicas do corpo (explicitadas no apêndice). Para dar término a essa explanação introdutória, é importante ressaltar
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que a confluência dos vasos linfáticos termina junto ao sistema venoso, restituindo, assim, a
plenitude da volemia.
Ductos Linfáticos
!
A linfa chega ao sistema venoso, primordialmente, através do Ducto Torácico, que
drena os membros inferiores, o abdômen, a parte esquerda do tórax e da cabeça e o membro
superior esquerdo e do Ducto
Linfático Direito, que drena a parte
direita do tórax e da cabeça, além do
membro superior direito. Para compreendermos essas regiões de
drenagem, basta entendermos as origens desses dois ductos.
!
O Ducto Torácico tem sua
origem na Cisterna do Quilo, uma
saculação na altura de L1/L2, presente em aproximadamente 54% dos
indivíduos. Situa-se posteriormente a
origem da Artéria Renal Direita, entre os pilares do diafragma ou junto ao pilar direito do diafragma. A Cisterna do Quilo é formada pelos Troncos Lombares Direito e Esquerdo que, por
sua vez, provêm dos Troncos Coletores dos membros inferiores. O Tronco Intestinal, que
traz a maior parte da linfa do Sistema Digestório, completa a formação dessa estrutura (ele
também pode ser múltiplo ou terminar no Tronc
o Lombar Esquerdo). O Ducto Torácico, assim
formado, emerge da Cisterna do Quilo, ascende
pelo tórax (daí seu nome) e termina junto ao ângulo entre as veias Jugular Interna e Subclávia
Esquerda (ou nas próprias veias Jugular Interna
Esquerda ou Subclávia Esquerda). Na raiz do
pescoço, ele recebe contribuições do Tronco
Broncomediastinal Esquerdo, Tronco Subclávio
Esquerdo e Tronco Jugular Esquerdo, configurando, assim, a área de drenagem do maior vaso
linfático do corpo, tanto em calibre como em
extensão.
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!
Já o Ducto Linfático Direito tem apenas, aproximadamente, 1cm de comprimento. É
um estrutura inconstante anatomicamente, sujeita a variações. Pode desaguar nas mesmas
estruturas do Ducto Torácico, só que do lado contralateral: ângulo júgulo-subclávio direito,
veia Jugular Interna Direita ou na Veia Subclávia Direita. Sua formação é dada pelo Tronco
Broncomediastinal Direito, Tronco Jugular Direito e Tronco Subclávio.
Práticas Clínica e Cirúrgica
!
O exame correto das cadeias linfáticas superficiais, tendo em mente a correta semio-
técnica e as diferentes características que os linfonodos podem adquirir em uma gama de
processos patológicos chave, pode agregar um alto valor semiológico para a elucidação do
processo de base. Além disso, a extirpação cirúrgica do linfonodos satélites em neoplasias,
aqui temos o clássico exemplo do carcinoma mamário, é essencial para o bom prognóstico do
doente, prevenindo uma disseminação metastática linfogênica. Tendo em vista o apresentado,
torna-se explícita a extrema importância do conhecimento anatômico para a correta prática
médica no que diz respeito ao
Sistema Linfático.
!
Os linfonodos superficiais
que devem ser obrigatoriamente
pesquisados ao exame são os seguintes: submandibulares, mentonianos,
nas bordas anterior e posterior do M.
Esternocleiodomastóideo, nucais,
retro-auriculares, supra e infraclaviculares, axilares, peitorais, epitrocleanos, inguinais, crurais e poplíteos. As cadeias pré-aórtica e ilíaca, profundas, podem
ser palpadas na linha mediana do abdomên, caso seus tamanhos estejam bastante aumentados,
tendo como base a pulsação da aorta abdominal. Os outros linfonodos profundos são de difícil
pesquisa, alvos da propedêutica armada, devendo-se suspeitar quando defronte a possíveis
repercussões clínicas de seus aumentos (por exemplo, síndromes mediastinais causadas pelos
linfonodos dessa região).
!
À inspeção devem ser observadas as seguintes características: o aumento de volume, é
claro, simetria ou assimetria do processo, sinais inflamatórios e o estado da pele (atrofia,
alopecia, fístula). À inspeção é importante descrever a consistência, coalescência, limites,
mobilidade a planos profundos ou superficiais e a dor. Também é importante observar a preEscola Paulista de Medicina • Disciplina de Anatomia Topográfica • Grupo 10
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sença de edema. Para ilustrar a importância dessas características convém citar alguns exemplos: freqüentemente em adultos, mas principalmente em crianças, a inspeção e palpação
demonstram linfonodos simétricos, de pequeno volume, não coalescentes e, portanto, possivelmente decorrentes de reações pregressas e sem significado atual, todavia, em um quadro
de assimetria evidente, com coalescência, consistência endurecida, mobilidade reduzida a
planos superficiais e profundos e ausência de dor já pode indicar um quadro neoplásico subjacente, ao passo que linfonodos doloridos e com outros sinais inflamatórios falam mais a favor de processos infecciosos.
Drenagem de Órgãos
MAMA
!
A linfa é drenada da papila, aréola e lóbulos glandulares até chegar ao plexo linfático
subaureolar e, a partir dele para as seguintes cadeias: os quadrantes laterais são drenados pelos linfonodos axilares que, por sua vez, drenam para o tronco subclávio. Já os quadrantes mediais da mama são drenados pelos linfonodos paraesternais, tributários do tronco broncomediastinal, para a mama contralateral, ao passo que o quadrante ínfero-medial é drenado para
linfonodos profundos abdominais (linfonodos frênicos inferiores, subdiafragmáticos).
PULMÕES
!
Toda a linfa drenada dos pulmões passa pelos linfonodos hilares, que recebem a linfa
do plexo linfático superficial (situado profundamente à pleura visceral, drenando o parênquima pulmonar e a própria pleura visceral) e do plexo linfático profundo, situado na submucosa dos brônquios e no tecido conjuntivo peribrônquico, cujos vasos seguem os brônquios e
vasos pulmonares, intercalados por linfonodos intrapulmonares.
!
Os lobos inferiores de ambos os pulmões drenam para os linfonodos carinais inferi-
ores centrais, que drenam, por sua vez, para o lado direito. Os outros lobos de cada pulmão
drenam principalmente para os linfonodos carinais superiores ipsilaterais, lembrando que a
linfa sempre passa pelo hilo. Os linfodos carinais, por fim, drenam para os troncos broncomediastinais direito e esquerdo.
CORAÇÃO!
!
O coração é drenado pelo plexo linfático subepicárdico. Os vasos desse plexo con-
fluem pelo sulco coronário, seguindo as artérias coronárias. Dessa forma, um único vaso
linfático, ascende entre o tronco pulmonar e o átrio esquerdo até atingir os linfonodos carinais inferiores, principalmente do lado direito.
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Apêndice
CABEÇA E PESCOÇO
Cadeia Linfonodal
Localização
Região Drenada
lateral às fibras superiores do músculo
trapézio
couro cabeludo, ouvido
interno, pavilhão auditivo e
crânio
retroauriculares
lateral ao processo
mastóide
couro cabeludo, ouvido
interno , pavilhão auditivo,
orelha e pele da região
temporal
pré-auriculares
fáscia parotídea e internamente à glândula parótida
parte lateral da face, incluindo pálpebras
occipitais
submandibulares
submentuais
cervical anterior
cervical posterior
supraclaviculares
entre a glândula
submandibular e a
face medial da
mandíbula
no trígono submentual, entre os ventres
anteriores dos músculos digástricos
trígono anterior ao
longo da borda anterior do m. esternocleidomastóideo
trígono posteior ao
longo da borda posterior do m. esternocleidomastóideo
no triângulo posterior
do pescoço, superior
à clavícula e inferior
ao m. omo-hióideo
orofaringe, cavidade oral e
glândulas salivares
orofaringe, cavidade oral,
glândulas salivares e
mento
tecidos superficiais do
pescoço
tecidos superficiais do
pescoço
parte cervical do esôfago
e glândula tireóide, mama
TÓRAX
Cadeia Linfonodal
Localização
Região Drenada
infraclaviculares
inferiormente à
clavícula
membro superior e pele da
mama
axilares
sobre a parede
torácica, entre os pilares axilares anterior
e posterior
membro superior, mama,
pele da mama e parede
abdominal ântero-lateral
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ABDÔMEN
Cadeia Linfonodal
Localização
Região Drenada
celíacos
ao longo da artéria
celíaca
diafragma, esôfago abdominal, estômago, duodeno, pâncreas, baço,
fígado, vesícula biliar, rins
e supra-renais
mesentéricos: superior e inferior
ao longo das artérias
mesentéricas superior e inferior
estômago, intestino delgado, colo descendente,
pâncreas, baço e pelve
ambos os lados da
aorta e veia cava inferior
parede abdominal posterior, diafragma, suprarenais, rins, ureteres,
testículos ou ovários,
útero, tubas uterinas, colo
descendente, pelve e
membros inferiores
aórticos / lombares
PELVE E PERÍNEO
Cadeia Linfonodal
Localização
ilíacos: comuns, internos e externos
ao longo das artérias
ilíacas comum, interna e externa
inguinais superficiais
ao longo da terminação da veia safena
magna
inguinais profundos
sob a fáscia na face
medial da veia femoral
Região Drenada
membros inferiores, trato
genito-urinário e suprarenais, colo descendente,
pelve
membros inferiores, vagina, vulva, útero, bolsa
testicular, pênis, canal
anal, parede abdominal
ântero-lateral
membros inferiores, parte
esponjosa da uretra
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Bibliografia
Ramos J Jr. Semiotécnica da observação clínica. 8ª ed. São Paulo (SP):
Sarvier;1998.
MARCONDES, SUSTOVICH e RAMOS. Clínica Médica Propedêutica e
Fisiopatologia. Guanabara Koogan, 1988.
Moore, K. L. & Dalley, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 4a ed. Rio de
Janeiro, Guanabara-Koogan, 2001.
Drake, R. L.; Vogl, W. & Mitchell, A. W. M. Gray's Anatomia para estudantes. Ia ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2005. pp. 905-7.
Sousa-Rodrigues CF. Anatomia aplicada do sistema linfático. In: Pitta GBB,
Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado.
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponivel em URL:
http://www.lava.med.br/livro
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