EXAMES RADIOGRÁFICOS DE TÓRAX: ABORDAGEM, INCIDÊNCIAS E POSICIONAMENTOS DO USUÁRIO MARINEI DO ROCIO PACHECO DOS SANTOS1 1 Considerações Iniciais Os exames mais realizados em radiologia convencional são as radiografias de tórax. As incidências lateral e PA de tórax são utilizadas para o diagnóstico e avaliação de lesões traumáticas como a ruptura da pleura seguida de derrame pleural, dor e dispneia, enfisemas, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), tromboses e aumento da área cardíaca, entre outros. Para um posicionamento correto, o profissional técnico em radiologia deve centralizar e alinhar o usuário conforme a recomendação fornecida em cada uma das incidências e posicionar o centro geométrico do feixe colimado (ou feixe central) coincidindo com o centro do receptor de imagens (RI). 2 Abordagem ao Usuário Após receber a requisição do exame, o técnico em radiologia deverá organizar a sala e todos os objetos que serão utilizados. Em seguida ele deverá chamar o usuário pelo nome completo e certificar-se de que é realmente a pessoa que irá realizar o procedimento, pois ainda são relativamente comuns as situações de homônimos e trocas de exames. Todos os usuários devem ser tratados de forma cordial e serem informados sobre os procedimentos que serão realizados. A anamnese faz parte do processo inicial. Ela consiste em um conjunto de perguntas pré-definidas, que permitirão ao técnico e ao médico radiologista saber o motivo do exame, se o paciente já sofreu alguma cirurgia na região de interesse, queda recente ou algum trauma, entre outras questões relevantes para o exame e que irão 1 Tecnóloga em Radiologia e Mestre em Engenharia Biomédica, ambos pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Professora e Coordenadora do Curso Técnico em Radiologia do Instituto Federal do Paraná. 1 gerar informações importantes para os profissionais envolvidos na execução e laudo do exame. A próxima etapa é orientar o usuário a retirar quaisquer objetos radiopacos que possam formar artefatos na imagem, como, por exemplo, adornos usados na região torácica, como correntes, piercings, prender os cabelos longos para longe do tórax, retirar roupas espessas e/ou com botões ou sutiã e vestir-se com a vestimenta oferecida pelo técnico em radiologia, que consiste em um avental fornecido pelo serviço de radiologia. É obrigação do profissional técnico em radiologia fornecer ao usuário todos os equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários e que não interfiram na formação da imagem. Usuária ou acompanhante em idade fértil deve obrigatoriamente ser questionada se está grávida, por razões de proteção radiológica. Em caso de acompanhante, a mesma deverá ser substituída por outra pessoa. Em quaisquer casos onde gestantes precisem ser expostas aos Raios X, com anuência do médico, obrigatoriamente deverão fazer uso de todos os EPIs radiológicos possíveis para o bom andamento do exame. 3 Características para a execução do exame As radiografias apresentam informações de objetos tridimensionais em um plano bidimensional; portanto, é comum utilizar no mínimo duas incidências diferentes para o estudo adequado da estrutura. Por exemplo, em posição anteroposterior ou postero-anterior e em lateral. A escolha correta de tais incidências é feita de acordo com as condições do usuário. Para formar imagens de qualidade é fundamental que o técnico em radiologia instrua corretamente o usuário sobre a respiração durante a exposição aos Raios X. Cada posicionamento/incidência descreve o método correto de respiração a ser aplicado para essa finalidade. As incidências básicas de tórax são: Incidência PA e lateral de tórax. As incidências especiais de tórax são: 2 Incidência AP lordótica; Incidências oblíquas anteriores de tórax (direita e esquerda – OAD e OAE); Incidências das vias aéreas superiores: Incidências AP; Incidência lateral de vias aéreas superiores. A caixa torácica também possui uma rotina de exames radiográficos. As incidências para essa região são: Incidência oblíqua anterior direita de esterno; Incidência lateral direita ou esquerda do esterno; Incidências PA das articulações esternoclaviculares; Incidências oblíquas anteriores das articulações esternoclaviculares (OADOAE); Incidência AP para costelas posteriores; Incidência PA para costelas anteriores; Incidências oblíquas posteriores ou anteriores para costelas axilares. 3.1 Exames Radiográficos de Tórax - Incidência PA de tórax Um posicionamento correto para a incidência PA de tórax apresenta uma imagem com ausência de rotação e movimentos do usuário, a visualização do campo pleuropulmonar entre o 10° a 11° costelas posteriores, a visualização dos vasos retrocardíacos e margens de colimação nos quatro lados da imagem. Condução do exame O usuário deve ficar em pé de frente para o receptor de imagens (RI), com os pés paralelos aos ombros, distribuindo seu peso uniformemente entre os pés; elevar o queixo, apoiar o dorso das mãos sobre as asas do ilíaco, fletindo os cotovelos e projetando os ombros anteriormente para afastar escápulas da região pulmonar (Figura 1a e Figura 1b). 3 O plano médio-sagital deve estar alinhado e centralizado, coincidindo com o eixo longitudinal do receptor de imagens vertical. Certificar-se de que o usuário não esteja rotacionado. Posicionar o feixe central na altura de T7, com feixes de Raios X perpendiculares ao receptor de imagens e uma distância foco-receptor de imagens (DFRI) de 1,8 m. A colimação será feita para os quatro lados do receptor de imagens, contemplando a vértebra proeminente (C7) e as margens laterais da pele. O técnico em radiologia deve instruir o usuário em relação à respiração, pois a exposição aos Raios X deve ser realizada ao final da segunda inspiração completa. Obs: Havendo a impossibilidade de o usuário permanecer em pé ele poderá ser posicionado sentado em ortostase, seguindo as mesmas recomendações em relação ao posicionamento e à respiração. Figura 1a: PA de tórax. Figura 1b: PA de tórax observado lateralmente. A radiografia PA de tórax permite observar as seguintes estruturas: pulmões, ápices pulmonares, brônquios, coração, diafragma, grandes vasos, caixa torácica, ângulo costofrênico e traqueia. 4 - Incidência AP de tórax Um posicionamento correto para a incidência AP de tórax apresenta uma imagem com ausência de rotação e movimentos do usuário, a visualização do campo pleuropulmonar entre o 10° a 11° costelas posteriores, a visualização dos vasos retro cardíacos e margens de colimação nos quatro lados da imagem. Condução do exame O usuário deve ficar em pé com o dorso para o receptor de imagens, com os pés paralelos aos ombros, distribuindo seu peso uniformemente entre os pés; elevar o queixo, apoiar o dorso das mãos sobre as asas do ilíaco, fletindo os cotovelos e projetando os ombros anteriormente para afastar escápulas da região pulmonar. O plano mediossagital deve estar alinhado e centralizado, coincidindo com o eixo longitudinal do receptor de imagens vertical. Certificar-se de que o usuário não esteja rotacionado. Posicionar o feixe central 10 cm abaixo da incisura jugular, com feixes de Raios X perpendiculares ao receptor de imagens e uma distância focoreceptor de imagens de 1,8 m. A colimação será feita para os quatro lados do receptor de imagens, contemplando 2 cm acima do músculo trapézio e as margens laterais da pele. O técnico em radiologia deve instruir o usuário em relação à respiração, pois a exposição aos Raios X deve ser realizada ao final da segunda inspiração completa (Figura 2). Obs: Havendo a impossibilidade de o usuário permanecer em ortostase, o procedimento deve ser realizado em decúbito dorsal ou semiortostático seguindo as mesmas recomendações em relação ao posicionamento e à respiração. 5 Figura 2 - Incidência AP de tórax. - Incidência lateral de tórax Um correto posicionamento para a incidência lateral de tórax apresenta uma imagem com ausência de rotação e movimentos do usuário, a visualização do ápice pulmonar, dos seios costofrênico e cardiofrênico com a superposição dos arcos costais posteriores. Condução do exame O usuário deve ficar em pé em ortostase, posicionado com o lado de interesse mais próximo ao receptor de imagens, com os pés paralelos aos ombros. Distribuir seu peso uniformemente entre os pés. Elevar os braços, cruzando-os acima da cabeça. Elevar o queixo. Para garantir uma lateral verdadeira o técnico em radiologia deve certificar-se de que o plano mediossagital esteja paralelo ao receptor de imagens. Ele deve estar alinhado e centralizado lateralmente em relação ao receptor de imagens. Certificar-se de que o usuário não esteja rodado. Posicionar o feixe central na altura de T7 – aproximadamente 10 cm abaixo da incisura jugular - com feixes de Raios X perpendiculares ao receptor de imagens e uma distância foco-receptor de 6 imagens de 1,8 m. A colimação será feita para os quatro lados do receptor de imagens, contemplando a vértebra proeminente (C7) e as margens anterior e posterior da pele (Figura 3). O técnico em radiologia deve instruir o usuário em relação à respiração, pois, a exposição aos Raios X deve ser realizada ao final da segunda inspiração completa. Figura 3: Lateral de tórax. A radiografia em lateral de tórax mostra desde os ápices pulmonares até os ângulos costofrênicos posteriores, que deverão aparecer superpostos. Vértebras torácicas, traqueia, hilos pulmonares, coração, esterno, arcos costais, escápulas e diafragma também podem ser observados nessa incidência. Obs: Havendo a impossibilidade de o usuário permanecer em pé ele poderá ser posicionado sentado em ortostase, seguindo as mesmas recomendações em relação ao posicionamento e à respiração. - Incidência AP lordótica do tórax A incidência AP lordótica de tórax é utilizada para o diagnóstico e avaliação das regiões dos ápices pulmonares, sem a superposição das clavículas. Um correto posicionamento para essa incidência apresenta uma imagem com ausência de 7 rotação e movimentos do usuário, lobos superiores pulmonares inclusos e margens de colimação nos quatro lados da imagem. Condução do exame O usuário deve ficar em ortostase. Pés paralelos e afastados, localizados entre 25 e 30 cm do receptor de imagens, distribuindo seu peso uniformemente entre os pés. Cabeça, pescoço, ombros e dorso devem estar encostados no receptor de imagens. Apoiar o dorso das mãos na região dos flancos, fletindo os cotovelos e projetando os ombros para frente. (Figura 4). Ele deve estar alinhado e centralizado, com o plano mediossagital coincidindo com centro do receptor de imagens. Certificar-se de que o usuário não esteja rodado. Posicionar o feixe central no meio do esterno, a 9 cm abaixo da incisura jugular. Feixes de Raios X devem incidir perpendicularmente ao receptor de imagens a uma distância foco-receptor de imagens de 1,8 m. A colimação será feita contemplando a região pulmonar de interesse. O técnico em radiologia deve instruir o usuário em relação à respiração, pois, a exposição aos Raios X deve ser realizada ao final da segunda inspiração completa. Obs: Havendo a impossibilidade de o usuário permanecer em pé, ele poderá ser posicionado em decúbito dorsal, com ombros inclinados para frente e braços posicionados para a posição lordótica. O ponto central deve ser localizado no centro do esterno, centralizado em relação ao receptor de imagens, com feixes de Raios X angulados entre 15º a 20º cefálico e seguindo as mesmas recomendações em relação ao posicionamento e à respiração. 8 Figura 4: AP lordótica do tórax. A radiografia de uma incidência AP lordótica mostra os ápices pulmonares sem a sobreposição das clavículas, além de derrames interlobares e possíveis patologias sob as clavículas. - Incidências oblíquas anteriores de tórax – direita e esquerda – OAD e OAE As incidências oblíquas anteriores de tórax são usadas para estudo de toda a região pulmonar e estruturas vasculares dos pulmões, para avaliação de doença pulmonar obstrutiva crônica, enfisemas e tromboses, entre outras. Um correto posicionamento para as incidências oblíquas anteriores de tórax apresenta uma imagem com ausência de rotação e movimentos do usuário, traqueia, grandes vasos, coração, toda a região pulmonar inclusa e margens de colimação nos quatro lados da imagem. Condução do exame Usuário deve ficar em ortostase, angulado anteriormente em 45º em relação ao receptor de imagens. Elevar o braço direito, fletir o cotovelo e manter o antebraço 9 sobre a cabeça. O outro braço permanecerá fletido, com o dorso da mão sobre o flanco, afastando-o ao máximo do campo pulmonar. Elevar o queixo do usuário para que permaneça fora do campo de colimação, que deve contemplar toda a região pulmonar (Figura 5). Posicionar o feixe central na altura de T7 – aproximadamente 8 a 10 cm abaixo de C7 e 4 cm para o lado, com feixes de Raios X perpendiculares ao receptor de imagens e uma distância foco-receptor de imagens de 1,8 m. A parte superior do receptor de imagens deve estar localizada a 2,5 cm acima de C7. O técnico em radiologia deve instruir o usuário em relação à respiração, pois, a exposição aos Raios X deve ser realizada ao final da segunda inspiração completa. Obs: O profissional técnico em radiologia deve ficar atento para o fato de as oblíquas anteriores de tórax apresentarem na imagem a região mais afastada do receptor de imagens. Dessa forma uma oblíqua anterior direita irá evidenciar a região esquerda e uma oblíqua anterior esquerda fará aparecer melhor as estruturas do lado torácico direito do usuário. Figura 5: Oblíqua anterior esquerda de tórax. As radiografias oblíquas anteriores de tórax mostram as seguintes estruturas: 10 Oblíqua anterior direita: Pulmão esquerdo, traqueia, coração e aorta, caixa torácica e coluna vertebral, diafragma e ângulo costofrênico direito; Oblíqua anterior esquerda: Pulmão direito, traqueia, coração e aorta, caixa torácica e coluna vertebral, diafragma e ângulo costofrênico esquerdo. 3.2 Exames Radiográficos das Vias Aéreas Superiores As radiografias das vias aéreas superiores auxiliam no estudo de doenças relacionas ao timo, esôfago e a laringe. - Incidência AP de vias aéreas superiores Um correto posicionamento para a incidência AP de vias aéreas superiores deve incluir a laringe, traqueia, vértebras cervicais, porções mediais das clavículas, parte superior do tórax, mandíbula e base do crânio sobreposto e colimação nos quatro lados da imagem. Condução do exame O usuário permanecerá em ortostase, posicionando a cabeça, o pescoço, os ombros e o dorso sobre o receptor de imagens. Alinhar o plano mediossagital com a linha média do receptor de imagens. Elevar o queixo até que a linha acantiomeatal (LAM) esteja perpendicular ao receptor de imagens. A parte superior do receptor de imagens deve estar 3 cm abaixo do meato acústico externo (MAE). O feixe central deve coincidir com a região entre T1 e T2, isto é, a 2,5 cm acima da incisura jugular, com distância foco-receptor de imagens de 1 m, colimando nas laterais da região cervical e contemplando as porções mediais das clavículas na imagem. O técnico em radiologia deve instruir o usuário sobre a técnica respiratória, pois a exposição aos Raios X deve ser executada em inspiração lenta e profunda, com a traqueia e as vias aéreas superiores repletas de ar (Figura 6). A radiografia AP das vias aéreas superiores evidencia a traqueia e a laringe cheias de ar e as regiões do timo e tireoide, além da porção superior do esôfago. 11 Figura 6 - Incidência AP de vias aéreas superiores. - Incidência lateral de vias aéreas superiores Um correto posicionamento para a incidência lateral de vias aéreas superiores deve incluir as mesmas estruturas e condições da incidência AP de vias aéreas superiores. Condução do exame O usuário permanecerá em ortostase, em lateral direita ou esquerda em relação ao receptor de imagens, centralizando as vias aéreas superiores em relação ao receptor de imagens e ao ponto central. O queixo deve ser elevado para sair do campo de colimação e os ombros devem permanecer rodados para trás para evidenciar a região anterior. A parte superior do receptor de imagens será alinhada com o meato acústico externo (MAE). O feixe central deve coincidir com a região entre C6 e C7, entre a incisura jugular e a cartilagem da tireoide, com feixes de Raios X perpendiculares e incidindo a uma distância foco-receptor de imagens de 1,8 m. A exposição aos Raios X deve evidenciar tecidos moles dessa região, isto é, a laringe e a parte superior da traqueia devem aparecer cheias de ar e bem visíveis. A colimação será de forma a contemplar desde o MAE até T4 na porção longitudinal e os contornos da pele na porção transversal do receptor de imagens (Figura 7). 12 O técnico em radiologia deve instruir o usuário sobre a técnica respiratória, pois a exposição aos Raios X deve ser executada em inspiração lenta e profunda, com a traqueia e as vias aéreas superiores repletas de ar. A radiografia AP das vias aéreas superiores evidencia a traqueia e a laringe cheias de ar e as regiões do timo e tireoide, além da porção superior do esôfago. Figura 7 - Incidência lateral de vias aéreas superiores. 3.2 Exames Radiográficos da Caixa Torácica A caixa torácica é responsável pela proteção de órgãos vitais e funciona como uma câmara que se expande para as trocas gasosas pulmonares. As imagens radiográficas dessa região são realizadas para avaliação de lesões ósseas e luxações nas articulações. - Incidência oblíqua anterior direita de esterno Uma imagem adequada da incidência oblíqua anterior direita de esterno deve permitir a visualização de todo o esterno superposto à região cardíaca e não superposto a nenhuma vértebra. 13 Condução do exame O usuário deve estar em ortostase, de frente para o receptor de imagens, angulado, em oblíqua anterior direita, entre 15º a 20º, ou em semidecúbito lateral direito com o braço esquerdo afastado do corpo. O esterno deve estar centralizado em relação ao receptor de imagens de forma que a coluna vertebral não se sobreponha a ele, por isso é realizada a angulação do corpo. O feixe central deve estar lateralizado, para a esquerda da linha média do usuário, com feixes de Raios X perpendiculares ao receptor de imagens. Será posicionado de forma a coincidir com o centro do esterno, entre a incisura jugular e o processo xifoide. A distância foco-receptor de imagens utilizada é de 1 m e a colimação deve contemplar toda a região do esterno (Figura 8). O profissional técnico em radiologia deve instruir o usuário a realizar a técnica respiratória para causar borramento das estruturas pulmonares sobrejacentes; para isso, ele deve respirar de maneira curta e rápida. A radiografia em oblíqua anterior direita do esterno permite a visibilização de todo o esterno – manúbrio, corpo do esterno e processo xifoide - em sobreposição com a região cardíaca. Figura 8 - Incidência oblíqua anterior direita de esterno. 14 - Incidência lateral direita ou esquerda do esterno Uma imagem adequada da incidência lateral de esterno deve permitir a visualização de todo o esterno em perfil, sem superposição de costelas ou tecido mole. Condução do exame O usuário deve estar em ortostase, posicionado com a lateral direita ou esquerda contra o receptor de imagens com ombros e braços para trás. Certificar-se de que não há rotação da caixa torácica para garantir que o esterno esteja em lateral verdadeira. Alinhar o esterno em relação ao centro do receptor de imagens. Este deve estar com a parte superior a 4 cm acima da incisura jugular. O feixe central deve ser posicionado de forma a coincidir com o centro do esterno, entre a incisura jugular e o processo xifoide, com feixes de Raios X perpendiculares ao receptor de imagens. A distância foco-receptor de imagens utilizada é de 1 m e a colimação deve contemplar toda a região do esterno (Figura 9). O profissional técnico em radiologia deve instruir o usuário a interromper a respiração durante a exposição aos Raios X. Radiografias da incidência lateral de esterno permitem estudar as regiões de manúbrio e ângulo do manúbrio, o corpo do esterno e o processo xifoide, todos em posição lateral. Figura 9 - Incidência lateral esquerda do esterno. 15 - Incidência PA das articulações esternoclaviculares Para uma imagem adequada da incidência PA das articulações esternoclaviculares a mesma deve se apresentar com ausência de movimento ou de rotação do usuário e ambas as articulações devem aparecer centralizadas em relação ao receptor de imagens. Condução do exame Para a incidência PA das articulações esternoclaviculares o usuário deve permanecer em ortostase, com a parte anterior do corpo contra o receptor de imagens ou em decúbito ventral, elevar o queixo e afastar para baixo os braços. Centralizar o plano mediossagital em relação ao eixo longitudinal do receptor de imagens. O feixe central deve coincidir com a região das articulações esternoclaviculares, centralizado em relação a elas. Certificar-se de que o usuário esteja em AP verdadeiro, isto é, sem rotação do corpo. Os feixes de Raios X devem incidir perpendicularmente e a uma distância foco-receptor de imagens de 1 m. Colimar de forma precisa incluindo ambas as articulações esternoclaviculares na imagem (Figura 10). A radiografia em AP das articulações esternoclaviculares devem contemplar ambas as articulações, as porções mediais das clavículas e o manúbrio. 16 Figura 10 - Incidência PA das articulações esternoclaviculares. - Incidências oblíquas anteriores das articulações esternoclaviculares (OAD OAE) Um correto posicionamento para as incidências oblíquas anteriores das articulações esternoclaviculares permite a visualização da porção medial da clavícula, do manúbrio e da articulação esternoclavicular sem sobreposição com a coluna. Condução do exame Para as incidências oblíquas anteriores (direita ou esquerda) das articulações esternoclaviculares o usuário deve permanecer em decúbito ventral, em oblíqua anterior (OAD ou OAE) entre 15º e 20º. O braço do lado próximo ao receptor de imagens deve ficar para baixo e o braço oposto deve ser levado para frente da face. As pernas devem ficar cruzadas, caso essa seja uma posição de conforto para o usuário. O feixe central deve coincidir com o centro do receptor de imagens e estar posicionado lateralmente em relação ao plano mediossagital do usuário, de modo que a articulação esternoclavicular de interesse, que é a que está mais próxima ao receptor de imagens, coincida com o feixe central. Os feixes de Raios X devem 17 incidir perpendicularmente e a uma distância foco-receptor de imagens de 1 m. Colimar contemplando somente a região de interesse (Figura 11). O técnico em radiologia deve orientar o usuário para que a exposição seja realizada em apneia e em inspiração. As radiografias em oblíquas anteriores - direita e esquerda - das articulações esternoclaviculares devem contemplar cada uma dessas articulações de cada vez. A angulação do usuário permite o afastamento da coluna para melhor visualização da articulação que está mais próxima ao receptor de imagens, isto é, para a incidência em oblíqua anterior direita, por exemplo, a articulação esternoclavicular estudada será a direita. Figura 11 - Incidência oblíqua anterior das articulações esternoclaviculares. -Incidência AP para costelas posteriores Um correto posicionamento para essa incidência apresenta uma imagem com ausência de rotação e movimentos do usuário e a correta visualização das costelas em ambas as incidências - acima e abaixo do diafragma. 18 Condução do exame O usuário permanecerá em pé, em ortostase, caso a região de interesse seja aquela acima do diafragma ou em decúbito dorsal, se o estudo for o da região abaixo do diafragma. Centralizar o plano mediossagital em relação ao eixo longitudinal do receptor de imagens. O feixe central deve coincidir com a região de T7, com a parte superior do receptor de imagens a 4 cm acima dos ombros para radiografar a região acima do diafragma (Figura 12). Caso o interesse seja a região abaixo do diafragma, então o feixe central deve coincidir com a região de T12 e a margem inferior do receptor de imagens ficará na altura das cristas ilíacas. Certificar-se de que o usuário esteja em AP verdadeiro, isto é, sem rotação do corpo. Elevar o queixo para afastá-lo da área exposta aos Raios X. Os feixes de Raios X devem incidir perpendicularmente e a uma distância foco-receptor de imagens de 1 m. Colimar de forma precisa. O profissional técnico em radiologia deve instruir o usuário a interromper a respiração durante a exposição aos Raios X usando o seguinte critério: Apneia em inspiração se a radiografia for da região acima do diafragma; Apneia em expiração se a radiografia for da região abaixo do diafragma. Radiografias das incidências AP para costelas posteriores mostram as costelas posteriores, abaixo e acima do diafragma, sem evidências de rotação ou de movimentação do usuário. 19 Figura 12 - Incidência AP para costelas posteriores -Incidência PA para costelas anteriores Um correto posicionamento para a incidência PA para costelas anteriores mostra uma imagem com ausência de rotação e movimentos do usuário e a correta visibilização da primeira a oitava ou nona costelas posteriores acima do diafragma. Condução do exame O usuário deve permanecer em pé, em ortostase, com os braços afastados e ao lado do corpo. Centralizar o plano mediossagital do usuário em relação ao eixo longitudinal do receptor de imagens. Remover as escápulas da região pulmonar – projetando os ombros para frente. Certificar-se de que não há rotação do corpo. O feixe central deve coincidir com o centro do receptor de imagens e incidir em T7 com distância foco-receptor de imagens de 1 m. Colimar nas margens torácicas (Figura 13). O técnico em radiologia deve orientar o usuário para que a exposição seja realizada em apneia e em inspiração. 20 Figura 13: PA para costelas anteriores. Radiografias das incidências PA para costelas anteriores mostram as costelas anteriores, abaixo e acima do diafragma, sem evidências de rotação ou de movimentação do usuário. - Incidências oblíquas posteriores ou anteriores para costelas axilares Um correto posicionamento das incidências oblíquas posteriores ou anteriores para costelas axilares mostra uma imagem com ausência de movimentos do usuário e a correta visibilização das costelas. Condução do exame: Para as incidências oblíquas anteriores (direita ou esquerda) das costelas axilares o usuário deve permanecer em ortostase, em oblíquas anterior ou posterior, direita ou esquerda (OAD, OAE, OPD ou OPE) a 45º com o receptor de imagens, obedecendo ao seguinte criterio: Oblíqua anterior direita (OAD) (Figura 14): Região de interesse para a imagem (lado esquerdo) mais afastada do receptor de imagens, com braço mais próximo ao receptor de imagens para baixo e afastado do corpo e o braço oposto elevado; 21 Oblíqua anterior esquerda (OAE) Região de interesse para a imagem (lado direito) mais afastada do receptor de imagens, com braço mais próximo ao receptor de imagens para baixo e afastado do corpo e o braço oposto elevado; Oblíqua posterior direita (OPD): Região de interesse para a imagem (lado direito) mais próxima do receptor de imagens, com os braços para baixo e afastados do corpo; Oblíqua posterior esquerda (OPE): Região de interesse para a imagem (lado esquerdo) mais próxima do receptor de imagens, com os braços para baixo e afastados do corpo. O ponto central deve coincidir com o centro do receptor de imagens e incidir na altura de T7, 5 cm para o lado afetado. O feixe central deve incidir perpendicularmente ao receptor de imagens em todos os posicionamentos, seguindo os critérios a seguir: Região de interesse acima do diafragma: feixe central incide em T7; Região de interesse abaixo do diafragma: o feixe central incide medialmente em um ponto entre a margem costal inferior e o processo xifóide. Colimar seguindo as bordas do receptor de imagens para evitar possíveis perdas de imagens. O profissional técnico em radiologia deve instruir o usuário a interromper a respiração durante a exposição aos Raios X usando o seguinte critério: Apneia em inspiração se a radiografia for da região acima do diafragma; Apneia em expiração se a radiografia for da região abaixo do diafragma. 22 Figuras 14: oblíqua anterior direita (OAD) para costelas axilares. As radiografias para costelas axilares mostram esses ossos sem sobreposições entre eles. 23 REFERÊNCIAS BALLINGER, Philip W., FAERS, Frank. Pocket Guide to Radiography, 5th Ed. Elsevier Health Sciences, 2003. BONTRAGER, Kenneth L Tratado de Técnica Radiológica e Base Anatômica. Guanabara Koogan. 4º Ed. 1999. BONTRAGER, Kenneth L. Tratado de Técnica Radiológica e Base Anatômica. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. NOVELLINE, R. A..Fundamentos de Radiologia de Squire. Artmed. 5º ed. 1999. 24