UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E MELHORAMENTO DE PLANTAS DANILO DE LIMA GONÇALVES Divergência genética de germoplasma tradicional de feijoeiro comum na região de Cáceres-MT CÁCERES MATO GROSSO-BRASIL FEVEREIRO - 2014 DANILO DE LIMA GONÇALVES Divergência genética de germoplasma tradicional de feijoeiro comum na região de Cáceres-MT Dissertação apresentada à UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO, como parte das exigências do Programa de Pós- Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas, para obtenção do título de Mestre. Prof°. Dr. MARCO ANTONIO APARECIDO BARELLI CÁCERES MATO GROSSO-BRASIL FEVEREIRO – 2014 Gonçalves, Danilo de Lima. Divergência genética de germoplasma tradicional de feijoeiro comum na região de Cáceres-MT./Danilo de Lima Gonçalves. – Cáceres/MT: UNEMAT, 2014. 83 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade do Estado de Mato Grosso. Programa de PósGraduação em Genética e Melhoramento de Plantas, 2014. Orientador: Marco Antonio Aparecido Barelli 1. Phaseolus vulgaris L.. 2. Germoplasma tradicional de feijoeiro. 3. Variáveis canônicas - feijoeiro. 4. Feijoeiro – análise multivariada. I. Título. CDU: 635.652(817.2) Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Regional de Cáceres À Deus pela vida, força e fé concedida. À minha família pelo apoio em toda minha jornada. Aos meus amigos pelo apoio e compreensão. Ao meu orientador pela paciência e todo auxilio necessário. Dedico. ii AGRADECIMENTOS À Deus, por ter me dado forças para buscar meus objetivos, ajudando-me a superar os desafios com perseverança e determinação, direcionando-me sempre a seguir o melhor caminho. À Universidade do Estado do Mato Grosso-UNEMAT pela oportunidade conferida. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES pela bolsa oferecida. Ao meu orientador, Prof° Dr. Marco Antônio Aparecido Barelli, pela amizade, paciência e incentivo que tornaram possível a conclusão deste trabalho. À Claudete Rosa da Silva pela amizade, apoio e dedicação, sem medir esforços nos momentos que precisei. À Profª. Drª Juliana Parisotto Politine pela disposição e grande contribuição fornecida. Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas, que me ajudaram amadurecer pessoalmente e profissionalmente, em especial à Profª. Drª. Leonarda Grillo Neves e Prof°. Dr. Petterson Baptista da Luz. À Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural, pelo apoio técnico e estrutural. Aos meus pais, Aparecido José Gonçalves e Marli de Lima Gonçalves, e aos meus irmãos Douglas de Lima Gonçalves, Danielle de Lima Gonçalves e Dayane de Lima Gonçalves e todos familiares, que além da presença, nunca mediram esforços para me ajudar a alcançar mais esse objetivo. À Wustania dos Santos da Silva pelo companheirismo, amor, incentivo e paciência, compartilhando todos os momentos alegres e difíceis. Em especial a Taniele Carvalho de Oliveira, Paulo Ricardo Junges dos Santos e Valdete Campos Ambrozio pela amizade, companheirismo e grande contribuição na realização deste trabalho. Às amizades fortalecidas e alcançadas no decorrer do Curso de PósGraduação, à Thalita Neves Marostega, Alessandro Aparecido Brito dos Santos, Nadsley Seraglio Souza, Sandra da Costa Preisigke, Adryellison Lemes de Campos, iii Marcelo Pereira de Assunção, Gizelly Mendes da Silva, Simone Santos de Oliveira, Aline Vidor Melão, Thiago Alexandre Santana Gilio, Felipe Sakamoto Vieira e Luana Della Giustina por estarem sempre juntos, ajudando nos momentos mais difíceis. Aos amigos Anderson Pereira Pacheco, Lourismar Martins de Araujo, André Luiz de Souza, Edson Bento de Assis, Huan Hernandez Ramos, José Américo Aiub, Kleber Garcia Barbara, Mauricio Daniel Kolling, Marilene Silva Castro, Laiza Caroline da Silva Paesano, Leticia Gonçalves de Matos, Ana Paula Sandoval Rodrigues e Leticia Helena Campos de Souza, pela amizade, companheirismo e dedicação em todos os momentos. À todos que contribuíram, direta ou indiretamente, para a realização e conclusão deste trabalho. iv BIOGRAFIA DANILO DE LIMA GONÇALVES, filho de Marli de Lima Gonçalves e Aparecido José Gonçalves, ambos proprietários rurais, nasceu em 27 de fevereiro de 1989, em Cáceres, no estado de Mato Grosso. Concluiu o curso Técnico em Agropecuária com Habilitação em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio, em dezembro de 2007, pela Escola Agrotécnica Federal de Cáceres – MT, EAFC, em Cáceres, MT. Diplomou-se em Engenharia Agronômica, em março de 2012, pela Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus de Cáceres, MT. Iniciou o curso de Mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas, em março de 2012, na linha de pesquisa Melhoramento Genético Vegetal, na Universidade do Estado de Mato Grosso, UNEMAT, em Cáceres, MT. v SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 1 2. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................... 3 2.1 O Feijoeiro: Aspectos Gerais e Importância Econômica ...................... 3 2.2 Variabilidade Genética em Acessos Tradicionais do Feijoeiro ............ 5 2.3 Divergência Genética nos Programas de Melhoramento ..................... 5 2.4 Análise Multivariada ................................................................................. 7 2.4.1 Análise de Agrupamentos ....................................................................... 9 2.5 Variáveis Canônicas............................................................................... 12 2.6 Correlações Genéticas ........................................................................... 13 3. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................ 15 3.1 Instalação e Condução do Experimento .............................................. 15 3.2 Características Avaliadas ...................................................................... 18 3.3 Análises Estatísticas .............................................................................. 19 3.3.1 Análise de Variância Univariada ........................................................... 19 3.3.2 Estimadores das variâncias fenotípicas, genotípica e de ambiente, do coeficiente de determinação genotípica, dos coeficientes de variação genotípica e experimental e do índice de variação .............................................. 20 3.3.1 Estimadores de Correlação Simples .................................................... 21 3.3.1.1 Análise de Trilha ..................................................................................... 23 3.3.2 Análise Multivariada ............................................................................... 26 3.3.2.1 Distância Generalizada de Mahalanobis .............................................. 26 vi 3.3.2.2 Análise de Agrupamento ....................................................................... 27 3.3.2.2.1 Método de Otimização de Tocher ......................................................... 27 3.3.2.2.2 Método Hierárquico de UPGMA ............................................................ 28 3.3.3 Variáveis Canônicas............................................................................... 29 3.3.4 Importância Relativa dos Caracteres .................................................... 31 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................. 33 4.1 Análise de Variância Univariada ........................................................... 33 4.2 Parâmetros Genéticos ........................................................................... 39 4.3 Correlação Simples ................................................................................ 41 4.4 Análise Multivariada ............................................................................... 47 4.4.1 Distância Generalizada de Mahalanobis .............................................. 47 4.4.2 Análise de Agrupamento Pelo Método Tocher e UPGMA ................... 52 4.5 Variáveis Canônicas............................................................................... 57 4.6 Importância Relativa dos Caracteres .................................................... 60 5. CONCLUSÕES ........................................................................................ 64 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................ 65 vii RESUMO GONÇALVES, Danilo de Lima, M. Sc., UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO, Fevereiro de 2014. Divergência genética de germoplasma tradicional de feijoeiro comum na região de Cáceres-MT. Professor Orientador: Marco Antônio Aparecido Barelli. Professores Conselheiros: Leonarda Grillo Neves e Petterson Baptista da Luz. O presente trabalho tem como objetivo determinar a divergência genética existente no germoplasma de cultivares tradicionais de Phaseolus vulgaris L. da região de Cáceres-MT. Quarenta acessos de feijoeiro comum foram avaliados, utilizando o delineamento de blocos ao acaso, com três repetições e densidade de 10 plantas por metro, conduzidos na unidade experimental da Empresa Matogrossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (EMPAER), no município de Cáceres-MT. As características avaliadas foram: número de dias para o florescimento, altura média da inserção da primeira vagem, altura média final das plantas, comprimento médio longitudinal das vagens, número médio de vagens por planta, número médio de sementes por vagem, número médio de sementes por planta, peso médio de grãos, ciclo, produtividade de grãos e peso hectolitro. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, foi estimada a divergência genética entre os acessos empregando-se análise multivariada com base na distância generalizada de Mahalanobis, realizando análises de agrupamento e de Variáveis Canônicas. Houve diferenças significativas a 1% de probabilidade para todas as características avaliadas. As maiores distâncias foram estimadas entres os acessos 13 e 20 ( Dii2' = 364,99%), e a menor distância foi estimada entre os acessos 13 e 26 ( Dii2' = 2,23%). Os métodos de agrupamento de Tocher e UPGMA formaram quatro grupos distintos, ordenando os acessos mais divergentes em grupos distintos e as três primeiras variáveis canônicas explicam 83,44% da variação total encontrada. Estas análises evidenciam que existe variabilidade entre os acessos estudados o que possibilita a inclusão destes em programa de melhoramento com enfoque regional. Palavras-Chave: Phaseolus vulgaris L.; Análise multivariada; Variáveis canônicas. viii ABSTRACT GONÇALVES, Danilo de Lima, M. Sc., UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO, February, 2014. Genetic divergence of traditional germplasm of common bean in Cáceres region. Adviser: Marco Antonio Aparecido Barelli. Committee Member: Leonarda Grillo Neves and Petterson Baptista da Luz. The present work aimed to determine genetic divergence presented in traditional germplasm of Phaseolus vulgaris L. in Caceres region, Mato Grosso State. Forty accessions of common bean were evaluated, by using randomized complete blocks design, with three repetitions and density of 10 plants per meter, conducted at experimental unity of Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (EMPAER), in Cáceres County. Characteristics evaluated were: number of days for flowering, height of the first pod insertion, final plants height, length of longitudinal pods, number of pods per plant, number of seeds per pod, mean number of seeds per plant, grains weight, cycle, grains yield and hectoliter weight. Data were submitted to variance analysis and it was estimated the genetic divergence among accessions by using multivariate analysis based on Mahalanobis generalized distance, performing analysis and grouping of Canonical Variables. There were significant differences at 1% probability level for all characteristics evaluated. The largest distances were estimated among 13 and 20 accessions ( Dii2' = 364.99%), and the shortest distance was estimated between 13 and 26 accessions ( Dii2' = 2.23%). Tocher and UPGMA grouping methods formed four distinct groups, ordering the most divergent accessions into distinct groups and the first three canonical variables explain 83.44% of total variation found. These analyses evidenced that there is variability among studied accessions that allows the inclusion of these in breeding program with regional focus. Key Words: Phaseolus vulgaris L.; multivariate analysis; canonical variables. ix 1. INTRODUÇÃO O feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) é uma leguminosa de grande importância alimentar, por constituir uma importante fonte de proteína, normalmente combinado com outra fonte alimentar, tem elevada expressão social e econômica, além de ser uma alternativa agrícola aos pequenos produtores, e amplamente distribuída em todo o território brasileiro (Carneiro e Parré, 2005). É cultivado em muitos países e em uma enorme diversidade de ambientes constituindo uma espécie com grande variabilidade de caracteres agronômicos (Freire et al., 1999), sendo cultivado por diversas categorias de agricultores, cujo cultivo varia desde o baixo uso de insumos, até mesmo com a utilização de modernas tecnologias de produção (Silva, 2007). Dentre os maiores produtores de feijão Mianmar tem se destacado com a maior produção, seguido por Índia, Brasil e China (FAO, 2012). O Brasil apresenta produtividade superior à média mundial (758 kg ha -1), com pouco mais de 1.000 kg ha-1. Os principais estados produtores são Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, São Paulo e Goiás. Alguns estados da federação brasileira, apesar de apresentarem baixa produção, destacam-se por alcançar produtividades superiores, se comparado à média nacional, como por exemplo, o estado de Goiás, com rendimentos de 2.184 kg ha-1, o estado de São Paulo com 1.900 kg ha-1 e o estado de Mato Grosso apresentando rendimento de pouco mais de 1.390 kg ha -1 (CONAB, 2013). A variabilidade genética presente no germoplasma de feijoeiro é essencial na estratégia de sobrevivência não apenas dos pequenos agricultores, mas por servir como fontes de genes (Rodrigues et al., 2002) que poderão ser utilizados em programas de melhoramento na obtenção de cultivar, mais produtivas e resistentes a estresses bióticos e abióticos, devido à adaptação local que estes materiais possuem. Estudos de divergência genética são importantes para o conhecimento da variabilidade genética das populações e possibilitam o monitoramento de bancos de germoplasmas (Sudré et al., 2005; Cruz e Carneiro, 2006), disponíveis para serem utilizados em programas de melhoramento de plantas. Esses estudos auxiliam na identificação de possíveis duplicatas, e fornecem parâmetros para escolha de progenitores, que ao serem cruzados, possibilitam maior efeito heterótico na 1 progênie, aumentando assim, as chances de obtenção de genótipos superiores em gerações segregantes (Sudré et al., 2005). Em vista do exposto este trabalho objetivou caracterizar a divergência genética existente no germoplasma de acessos tradicionais de feijoeiros da região de Cáceres-MT, por meio de características morfoagronômicas. 2 2. 2.1 REVISÃO DE LITERATURA O Feijoeiro: Aspectos Gerais e Importância Econômica O feijoeiro comum pertence à classe Dicotyledoneae, família Leguminosae possuindo mais de 600 gêneros, reunido em mais de 13.000 espécies. O gênero Phaseolus possui aproximadamente 55 espécies, todas originarias das Américas, das quais apenas cinco são cultivadas, sendo P. vulgaris L., P. lunatus L., P. coccineus L., P. acutifolius A. Gray e P. polyanthus Greeman (Joly, 2002). Entre elas, o feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.), espécie predominantemente autógama, é uma das mais importantes espécies cultivadas do gênero. Estudos visando efetuar comparações entre populações domesticadas e silvestres do feijoeiro comum e toda sua área de distribuição indicaram que esta cultura apresenta dois centros de domesticação localizados nos Andes e na Mesomérica (Zizumbo-Villarreal et al., 2005). Os genótipos provenientes do centro denominados de Mesoamericanos compreendem a região do México e a América Central, e os genótipos denominados de Andinos, compreendem a região do Peru (Kwak e Gepts, 2009). Várias são as hipóteses de ocorrência da domesticação do gênero Phaseolus, envolvendo as várias espécies (das cinco espécies domesticadas), com diferentes conjuntos gênicos dentro das espécies, apresentando pools gênicos divididos em Andina e a Mesoamericano (Kwak et al., 2012). O feijoeiro é uma leguminosa de interesse nutricional, por ser uma das mais utilizadas no hábito alimentar, além de servir como fonte de proteína mais acessível, e de menor custo se comparado com fontes proteicas de origem animal (Quintana et al., 2000), e de acordo com Araújo (1996), os grãos de feijão são ricos em nutrientes minerais, principalmente, potássio, fósforo, ferro, cálcio, zinco e magnésio. Apresenta conteúdo relativamente elevado de proteína, em média entre 22% e 26%, e as principais frações solúveis (globulinas e albuminas) representam em torno de 75% do total, além de apresentar lisina em abundância e vitaminas do complexo B. Esta leguminosa é cultivada tradicionalmente em pequenas propriedades, mas vem passando por grandes transformações (Carvalho et al., 2008), sendo cultivada em três safras ao longo dos anos, na maioria dos estados brasileiros, o 3 que proporciona oferta constante do produto no mercado (CONAB, 2013). A cultura é de grande representatividade social, já que requer mão-de-obra durante todo o ciclo de produção. São grandes os avanços alcançados nas ultimas décadas no que diz respeito a investimentos utilizados para melhorar a produção de alimento. Considerando a produção de feijão de acordo com dados estatísticos da FAO (2012), a produção mundial aproximou-se de 23.598.102 toneladas em uma área de 29.290.861 ha. O Brasil foi considerado o principal produtor de feijão no período de 2004 a 2009. Em 2010, a Índia assumiu a liderança com produção de 4.890.000, e em 2012, assumindo a liderança mundial, Mianmar apresentou uma produção de aproximadamente 3.900.000 t, seguida por Índia com 3.630.000 t, Brasil com 2.794.854 t e a Estados Unidos com 1.448.090 t. (FAO, 2012). Para o período entre 2004 e 2008 área cultivada com feijoeiro apresentou redução 4,95% na área colhida, mantendo aumento de mais de 16% da produção, devido ao aumento da produtividade nacional, passando de 745 kg ha -1 em 2004 para 915 kg ha-1 (FAO, 2004, 2008). O aumento da produtividade permitiu atender uma maior demanda interna, e ainda possibilitaram a liberação de uma área de aproximadamente 1.211.652 hectares, podendo ser destinado a outras atividades agrícolas. Na safra de 2012, a área cultivada no País foi de 2.726.932 ha, com uma produção de 2.821.405 t e rendimento médio de 1.034,64 kg ha -1. Quando comparado com a safra de 2010, observa-se uma redução de 20,36% em termos de área colhida e um aumento de 11,69% na produção (FAO, 2012). Este valor é considerado baixo se comparado com o potencial produtivo médio de outros países, como China, Estados Unidos ou Canada, que varia em média de 1.622 kg ha -1, 1.864 kg ha-1 e 1.996 kg ha-1 respectivamente. Na safra de 2012/13, dentre os estados produtores, o Paraná destacou-se com produção de 658.400 t, seguido por Minas Gerais com 564.800 t. O estado do Mato Grosso passou da sétima posição em 2010, para a terceira em 2013 com 285.900 t, seguido por São Paulo com 244.400 t, e Goiás produzindo 236.100 t de feijão (CONAB, 2013). 4 2.2 Variabilidade Genética em Acessos Tradicionais do Feijoeiro A variabilidade genética existente no germoplasma tradicional de feijão tem sido plenamente reconhecida. Esta variabilidade é de fundamental importância nas estratégias econômica e social do desenvolvimento sustentável da cultura (Oliveira et al., 2013), e é essencial para os programas de melhoramento, pois sem ela não seria possível à obtenção de progressos na melhoria de novas cultivarem, viabilizando também o emprego de técnicas que possibilitam a identificação de genótipos superiores. Genótipos com base genética estreita restringem e até mesmo inviabilizam o desenvolvimento de novas cultivarem, além de favorecer a erosão genética, em virtude do uso de um pequeno número de genótipos distintos utilizados nas hibridações artificiais (Coimbra et al., 2004). A preservação da variabilidade genética na cultura do feijoeiro comum propicia ganhos genéticos expressivos para a cultura e para a agricultura brasileira, pois o conhecimento e exploração desta permitem o desenvolvimento de pesquisas, garantindo a sustentabilidade da cultura, deixando-a mais produtiva e competitiva no sistema agrícola (Fonseca e Silva, 2005). As cultivares tradicionais de feijoeiro comum utilizadas por várias gerações, apresentam ampla variabilidade genética em relação à características, como adaptabilidade à condições ecológicas; tolerância ou resistência à pragas e doenças e estresses ambientais; porte de planta; hábito de crescimento; ciclo cultural; cor, brilho e tamanho das sementes. Sendo que estas constituem excelente repositório de genes de grande interesse para a pesquisa, em particular para a utilização e gerenciamento dessa variabilidade (Fonseca et al., 2007). Esses fatores são de grande importância para a pesquisa, necessitando de caracterização detalhada dos acessos tradicionais. 2.3 Divergência Genética nos Programas de Melhoramento Os estudos de divergência genética apresentam grande relevância no melhoramento de plantas, por fornecerem parâmetros para identificação de progenitores que, quando cruzados, possibilitam o aparecimento de genótipos 5 superiores, além de facilitarem o conhecimento da base genética da população (Ferrão et al., 2002). O melhoramento do feijoeiro no Brasil se baseia, principalmente, na hibridação para gerar populações segregantes, nas quais se procede à seleção de linhagens superiores. Nesse contexto, os estudos sobre divergência genética podem ser de grande importância por fornecerem estimativas para a identificação de genitores que, quando cruzados, aumentam as chances de seleção de genótipos superiores nas gerações segregantes (Cruz et al., 1994). A caracterização morfológica e agronômica das plantas cultivadas é importante, pois através destas, é possível conhecer a divergência genética do conjunto de germoplasma disponível para utilização em programa de melhoramento genético (Elias et al., 2007), sendo que a divergência genética tem sido avaliada por meio de técnicas biométricas, baseadas na quantificação de heterose, ou por processos preditivos. Em se tratando da natureza preditiva, vários métodos podem ser utilizados, dentre estes, os componentes principais, variáveis canônicas e os métodos aglomerativos, tendo por base as diferenças morfológicas, quantificadas em medidas de dissimilaridade, expressando o grau de diversidade entre os genótipos (Cruz e Carneiro, 2006). A determinação da divergência genética, com o uso da análise multivariada, apresenta-se bastante vantajosa, já que possibilita a identificação de fontes de variabilidade genética, a importância de cada caráter avaliado em relação à divergência genética e, ainda, conhecimento das combinações com maiores chances de sucesso, antes de se realizarem os cruzamentos (Moura et al., 1999). Chiorato et al. (2006) empregaram a análise multivariada na avaliação da divergência genética de 116 acessos de feijão, pertencente ao banco ativo de germoplasma de feijoeiro do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). De acordo com os autores, foram identificados grupos de acessos com dissimilaridade igual à zero, o que possibilitou a identificação das possíveis duplicatas no banco de germoplasma. Segundo Bonett et al. (2006) avaliando a diversidade genética em germoplasma de feijoeiro no estado do Paraná, por meio de características morfoagronômicas, submetidos à análises multivariadas, foi possível identificar a 6 dissimilaridade entre os grupos, evidenciando a existência de divergência genética para estes genótipos. Por meio da avaliação da diversidade genética utilizando-se de técnicas multivariadas baseadas em 11 caracteres morfoagronômicos e nutricionais, Elias et al. (2007) detectaram divergência genética entre as cultivares tradicionais e as testemunhas comerciais de feijão. De acordo com Barelli et al. (2009) caracterizando a divergência genética entre 35 cultivares tradicionais de feijoeiro em Mato Grosso do Sul, com base em características morfoagronômicas, encontrou-se expressiva diversidade genética entre as cultivares tradicionais. Segundo os autores, a grande diversidade genética dos acessos tradicionais serve para maximizar a base genética do feijão, por meio da introdução de acessos tradicionais em programas de melhoramento. Cabral et al. (2011) avaliaram a divergência genética em 57 acessos de feijoeiro comum, sendo 20 acessos fornecidos pela EMBRAPA, 31 genótipos locais fornecidos de região de Muqui (ES) e seis cultivares comerciais. Os dados obtidos pelos respectivos autores demonstraram baixa similaridade genética entre as cultivares comerciais e entre os acessos provenientes da EMBRAPA, pois os acessos locais demostraram diversidade genética significativa. 2.4 Análise Multivariada Informações quanto à diversidade genética dentro de uma espécie é essencial para o uso racional dos recursos genéticos (Loarce et al., 1996), além de ser fundamental para o sucesso de programas de melhoramento de praticamente todas as características de importância econômica (Ramalho et al., 1993). Como forma de evitar trabalhos indesejáveis com cruzamentos ou qualquer seguimento na no melhoramento, as técnicas multivariadas tem se tornado opções vantajosas na otimização do uso ou da avaliação de coleções de germoplasma (Dias, 1994). Na predição da divergência genética, vários métodos multivariados podem ser aplicados, entre os quais, citam-se a análise por componentes principais, por variáveis canônicas e os métodos aglomerativos (Cruz et al., 2012). Critérios como, o conjunto de dados, a análise a ser realizada e qual a precisão requerida são 7 fundamentais para a escolha do método multivariado a ser utilizado (Cruz e Regazzi, 2001). As técnicas multivariadas para estudos de diversidade genética são aplicadas a partir de medidas de dissimilaridade entre os genótipos, como exemplo a distância generalizada de Mahalanobis ( Dii2' ), que considera simultaneamente um conjunto de variáveis aleatórias entre si, onde cada uma possui o mesmo grau de importância (Chiorato et al., 2006). A utilização de técnicas multivariadas para estimar a divergência genética tem se tornado comum, sendo empregada em vários trabalhos e em diversas culturas. Quando diversos caracteres de diferentes genótipos são medidos simultaneamente, aos pares, a distância de Mahalanobis ( Dii2' ) pode ser tomada como estimativa da diversidade genética entre eles. Essa diversidade é obtida segundo diferenças fisiológicas, morfológicas e agronômicas, avaliadas a partir de um grupo de genótipos (Elias et al., 2007). Técnicas de análise multivariada têm sido empregadas para características expressas por variáveis quantitativas e qualitativas, em estudo de divergência genética, sendo normalmente utilizadas em trabalhos em bancos germoplasma (Cruz e Regazzi, 2001). Rodrigues et al. (2002) avaliaram a divergência genética entre 37 cultivares locais e 14 cultivares melhoradas de feijão por meio de análise multivariada, utilizando 40 descritores morfológicos qualitativos e quantitativos. O uso da análise multivariada possibilitou a identificação de descritores ineficientes ou redundantes no estudo da variabilidade genética. Neste estudo, as cultivares locais apresentou variabilidade genética com maior amplitude se comparada às cultivares melhorada. Segundo Sudré et al. (2005), avaliaram a divergência genética entre acessos de pimenta e pimentão por meio de métodos hierárquicos, de otimização e projeção da distância no plano, apresentando diferença significativa para todos os descritores avaliados, concluindo que houve concordância entre as técnicas multivariadas adotadas, evidenciando divergências entre os genótipos avaliados. De acordo com Coelho et al. (2007) caracterizaram a diversidade genética em 20 acessos de feijoeiro em Santa Catarina por meio de técnicas de análise multivariada. Neste estudo empregou-se a distância generalizada de Mahalanobis para gerar a matriz de dissimilaridade entre cada acesso. Diante dos resultados, os 8 autores detectaram dois grandes grupos com a distinção dos acessos mais promissores. Por meio da análise também foi possível determinar os caracteres de maior relevância na separação dos acessos. Barelli et al. (2009) avaliaram a divergência genética em 35 acessos tradicionais de feijoeiro, por meio de análises multivariadas para nove caracteres morfoagrômicos e os métodos de agrupamento Tocher e vizinho mais próximo. De acordo com os autores, além de separar os acessos em grupos Andinos e Mesoamericanos, as metodologias estatísticas empregadas alocaram as cultivares crioulas em grupos diferentes, com base na similaridade entre cada acesso e dentro dos grupos, revelando ampla diversidade genética entre as cultivares tradicionais avaliados provenientes do estado do Mato Grosso do Sul. 2.4.1 Análise de Agrupamentos A análise de agrupamentos consiste em um grupo de técnicas provenientes da Análise Multivariada, cuja finalidade principal de reunir os acessos com base nas características que estes possuem (Hair et al., 2005), de forma a reunir os genótipos em vários grupos, sendo que os genótipos constituintes do mesmo grupo apresentam maior similaridade e os genótipos entre grupos apresentam maior dissimilaridade. Segundo Martins (2008), a análise de agrupamento é um conjunto de técnicas que contribui para a formação de grupos homogêneos, sendo considerado por muitos autores, como o conjunto de técnicas capaz de dividir os dados, que normalmente apresentam componentes com observações multivariadas, em grupos naturais. Entre os métodos utilizados para determinação de análises multivariadas, citam-se os métodos de agrupamento por otimização e os hierárquicos, que realizam o agrupamento de sub-amostras utilizando alguns critérios distintos, mas mantém o princípio de estabelecer maior homogeneidade dentro do grupo que entre os grupos (Cruz et al., 2012). No método de agrupamento por otimização, o mais empregado é o método proposto por Tocher (Rao, 1952), onde os grupos são formados pela adequação de alguns critérios de agrupamento, realizando uma partição do conjunto de indivíduos 9 por meio da maximização ou minimização de algumas medidas predefinidas (Cruz et al., 2012). Este método de agrupamento identifica, a partir de uma matriz de dissimilaridade, o par de indivíduos mais similares que formarão o primeiro grupo. A partir daí será avaliada a possibilidade de inclusão de novos indivíduos, adotando-se como critério de que a distância média intragrupo deve ser menor que a distância média intergrupo (Cruz e Carneiro, 2006). Uma variação do método de Tocher, o método de Tocher modificado, por sua vez, adota o critério de agrupamento inverso, passando a ser simultâneo e não sequencial, favorecendo o agrupamento de indivíduos com menor similaridade com maior eficiência, diferindo por não haver a influência do genótipo já agrupado (Vasconcelos et al., 2007), tendo como principal característica o agrupamento de mais acessos em um mesmo grupo, reduzindo o número de grupos formados, não corrompendo a eficiência no agrupamento, de forma a manter acessos mais distantes geneticamente em grupos separados. Em se tratando das técnicas de agrupamento por métodos hierárquicos, os genótipos são agrupados por um processo que se repete em vários níveis até que seja estabelecido o dendrograma, sendo que, as delimitações podem ser estabelecidas por um exame visual deste dendrograma, em que se avaliam pontos de alta mudança de nível, tomando-os em geral, delimitadores do número de genótipos para determinar-se um grupo (Cruz e Regazzi, 2001). Dentre os métodos de agrupamento hierárquicos, tem-se o Unweighted PairGroup Method with Arithmetic Means (UPGMA), que é utilizado em grande escala no melhoramento vegetal na representação das distâncias em estudos multivariados, sendo o mesmo superior quando comparado aos demais métodos hierárquicos, em estudos filogenéticos (Bertan et al., 2006). O método de Agrupamento UPGMA, por se tratar de um método não ponderado, agrupa aos pares por média aritmética, atribuindo pesos iguais a cada indivíduo do grupo, calculando a similaridade média de um indivíduo que se pretende agrupar ao grupo já existente (Mingoti, 2005). A diferença básica entre os métodos de agrupamento Tocher e UPGMA refere-se ao fato de que o método de otimização de Tocher permite a formação de grupos mutuamente exclusivos, enquanto que os métodos hierárquicos apresentam uma grande possibilidade de números de grupos, cabendo ao pesquisador adotar 10 aquele que melhor represente o agrupamento, com base no seu conjunto de dados (Bertan et al., 2006), sendo utilizados em conjunto por revelar correspondência na alocação dos genótipos avaliados nos grupos correspondentes, de forma que o UPGMA complementa o método de Tocher (Arriel et al., 2006). Uma das formas de se verificar a concordância entre os valores originais de dissimilaridade e os representados pelo dendrograma é por meio do coeficiente de correlação cofenética (CCC), o qual varia entre 0,0 e 1,0. Neste caso, quanto maior for o CCC, menor será a distorção do agrupamento, apresentando bom ajuste entre a matriz e o dendrograma formado (Cruz e Carneiro, 2006). Segundo Arriel et al. (2006) o CCC obtido pelo método de agrupamento UPGMA apresenta melhor ajuste entre as matrizes de dissimilaridade observada e a matriz resultante do agrupamento (dendrograma), se comparado aos demais métodos hierárquicos. Cargnelutti Filho et al. (2008), comparando métodos de agrupamento para determinação da divergência genética em cultivares de feijoeiro, observaram dissimilaridade entre as cultivares analisados, apresentando concordância na forma de agrupar as cultivares entre o método de otimização, pelo método de Tocher, e hierárquico, diferindo apenas no número de grupos formados, onde um método complementou o outro. De acordo com os autores, o método de agrupamento UPGMA entre grupos apresentou maior coeficiente de correlação cofenética, evidenciando maior consistência no agrupamento, obtido entre a matriz de Mahalanobis ( Dii2' ) e a matriz de distância cofenética gerada pelo dendrograma. Benitez et al. (2010) ao avaliarem dez genótipos de arroz, agrupando-os por meio de carácteres morfológicos de resistência à salinidade, observaram dissimilaridade em relação aos genótipos estudados, verificada pela formação de diferentes grupos para o método hierárquico de UPGMA e Tocher, sendo o método de UPGMA o que melhor agrupa os genótipos. O método Tocher por preconizar sempre as maiores distâncias entre grupos em relação à distância dentro dos grupos e o UPGMA por apresentar formação mais complexa, referindo as menores distâncias, permitindo a visualização dos genótipos mais similares dentro dos grupos e das distâncias entre eles dentro de um determinado grupo, oferecendo uma apresentação mais detalhada. A associação de métodos de agrupamento fornece um suporte mais eficiente para a determinação da 11 divergência, pois o Tocher discrimina cada grupo e o UPGMA discrimina cada genótipo, podendo inferir com maior segurança no emprego de genitores em programas de melhoramento (Bertan et al., 2006). 2.5 Variáveis Canônicas A análise de variáveis canônicas é uma técnica multivariada relatada por Rao (1952) e consiste em processo alternativo para determinar o grau de similaridade genética entre os acessos, considerando tanto a matriz de covariância residual quanto a de covariância entre médias fenotípicas dos caracteres avaliados (Cruz e Regazzi, 2001). Esta técnica possibilita a identificação de genótipos similares em gráficos bi ou tridimensionais para determinar a divergência genética. Apresenta a vantagem de manter o princípio do processo de agrupamento com base na distância de Mahalanobis ( Dii2' ), levando-se em conta as correlações residuais existentes entre as médias dos genótipos avaliados (Cruz et al., 2012). As informações extraídas da análise de Variáveis Canônicas podem ser utilizadas para a caracterização de coleções de germoplasma e na exploração do vigor híbrido, em programas de melhoramento (Pereira e Cruz, 2003). Quando as primeiras variáveis canônicas explicam acima de 80% da variação total, sua utilização é satisfatória no estudo da divergência genética por meio da avaliação da dispersão gráfica bidimensional dos escores em relação às variáveis canônicas (Cruz e Regazzi, 2001). Machado et al. (2002) avaliaram a diversidade genética entre genótipos de feijão por meio de variáveis canônicas e observaram que as três primeiras variáveis explicaram 99% da variação total. Com o objetivo de avaliar a divergência genética entre 32 clones de café conilon (Coffea canephora Pierre ex Frohener) por meio de técnicas multivariadas, empregando-se a técnica de variáveis canônicas, Fonseca et al. (2006) relataram que a técnica de variáveis canônicas foi eficaz na identificação dos genótipos, ou grupos de genótipos mais divergentes. Segundo Vogt et al. (2010), estimando a divergência genética entre 17 cultivares de girassol, e constataram que apenas as duas primeiras variáveis canônicas (VC1 e VC2) foram suficientes para apresentar mais de 83% da variação genética das cultivares. 12 Tendo por objetivo avaliar a divergência genética entre 57 acessos de feijão comum, Cabral et al. (2011) verificaram que a dispersão gráfica das variáveis canônicas demonstrou com maior clareza a alta similaridade genética entre as cultivares comerciais, entre os acessos provenientes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e entre ambos e também a maior diversidade genética dos acessos locais distribuídas nos dois grupos formados. 2.6 Correlações Genéticas Em programas de melhoramento, ao longo do processo de seleção, objetivase melhorar um caráter principal, manter ou aprimorando a expressão de outros simultaneamente. Conhecer as relações existentes entre caracteres, tais como os estimados pelas correlações, tem sido de grande relevância no melhoramento vegetal, pois auxiliam no processo seletivo (Nogueira et al., 2012). Com base nas estimativas de correlação, é possível praticar a seleção indireta para um caráter principal, principalmente se a seleção de um deles apresenta dificuldade, por baixa herdabilidade ou por problemas de medição e identificação, ou seja, se dois caracteres apresentam correlações genéticas favoráveis, é possível obter ganhos para um deles por meio da seleção indireta, onde, em alguns casos, com base na resposta correlacionada, pode levar a progressos mais rápidos, se comparado com a seleção direta para o caráter desejado (Cruz et al., 2012). Cruz e Carneiro (2006) destacam que a quantificação e a interpretação da magnitude do coeficiente de correlação, entre dois caracteres, pode levar à equívocos de seleção, pois a elevada correlação pode ser resultante do efeito de um terceiro ou de um grupo de caracteres. A correlação é apenas uma medida de associação, portanto não permite conclusões sobre a causa e o efeito, não possibilitando inferências sobre o tipo de associação que governa o par de caracteres Y/X (Coimbra et al., 2005). As estimativas não determinam a importância relativa das influências diretas e indiretas dos outros caracteres com a produção, pois a correlação entre duas características mede a associação entre ambas, já a relação de causa e efeito entre elas, pode ser determinada por meio da análise de trilha (Furtado et al., 2002). 13 Assim, para superar esta limitação, estudos sobre o desdobramento do coeficiente de correlação, por meio de análise de trilha, desenvolvida por Wright (1921) e padronizado por Li (1975), permite uma partição dos coeficientes de correlações tanto em efeitos diretos quanto indiretos (Cruz et al., 2012). A análise de trilha, considerando um único modelo causal, é uma análise de regressão parcial padronizada. Entretanto, essa análise constitui-se numa expressão da regressão múltipla, como é comumente encontrado em estudos de melhoramento envolvendo a produção de grão, os componentes primários da produção e também os caracteres secundários (Cruz et al., 2012). A produtividade de grãos é uma característica complexa, resultante da expressão e da associação de diferentes componentes, que são considerados pelo melhorista no processo de seleção de novos genótipos (Amorim et al., 2008). Para fins de melhoramento de plantas, é importante identificar, dentre as características de alta correlação com a variável básica, aqueles de maior efeito direto em sentido favorável à seleção, de tal forma que a resposta correlacionada por meio da seleção indireta seja eficiente (Severino et al., 2002). 14 3. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado na área experimental pertencente à Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (EMPAER), no município de Cáceres – MT, situada na latitude 16°43’42” Sul e longitude 57°40’51” Oeste com altitude de 118 metros, na BR 070, a 12 km de Cáceres. O clima característico da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo tropical, quente, úmido e inverno seco (Awa), com período de regime de chuvas variando de outubro a março, e de seca de abril a setembro (Neves et al., 2011). O solo é classificado como Argissolo Vermelho Amarelo Eutrófico chernossólico, de textura média argilosa (Arantes et al., 2012). Neste experimento foram utilizados 40 acessos tradicionais de feijoeiro comum, oriundos do Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de Phaseolus (Tabela 1) da Universidade do Estado de Mato Grosso-UNEMAT, Campus de Cáceres. 3.1 Instalação e Condução do Experimento A instalação e avaliações em condições de campo foram realizadas na área experimental pertencente à Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (EMPAER), no município de Cáceres – MT. Antes da implantação do experimento realizou-se a coleta de amostras de solos para determinação da análise química do solo, tomadas à profundidade de 0 – 10 e 10-20 cm, conforme mostra a Tabela 2. Foi realizada a adubação, de acordo com a recomendação da análise de solos e a necessidade da cultura. Foram aplicados 40 kg de Ureia por hectare e por apresentar baixo teor de fosforo, foi aplicando 350 kg ha-1 de Super Fosfato Triplo para semeadura. A semeadura foi realizada no dia 12 de abril de 2013, empregando-se densidade de semeadura de 10 sementes por metro, com espaçamento entre plantas de 0,1 m. Para o plantio das sementes foi realizado a abertura de sulcos com um sulcador de cinco hastes, acoplado ao trator, de acordo com o espaçamento exigido para a cultura (0,5 m entre linhas). Adotou-se o delineamento de blocos ao acaso, com três repetições, sendo 15 Tabela 1. Acessos tradicionais de feijoeiros do Banco Ativo de Germoplasma de Phaseolus da UNEMAT (Cáceres-MT, 2013). N° 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 Acessos BG-UNEMAT – 18 BG-UNEMAT – 28 BG-UNEMAT – 11 BG-UNEMAT – 27 BG-UNEMAT – 22 BG-UNEMAT – 40 BG-UNEMAT – 17 BG-UNEMAT – 32 BG-UNEMAT – 4 BG-UNEMAT – 30 BG-UNEMAT – 3 BG-UNEMAT – 6 BG-UNEMAT – 29 BG-UNEMAT – 35 BG-UNEMAT – 42 BG-UNEMAT – 23 BG-UNEMAT – 26 BG-UNEMAT – 31 BG-UNEMAT – 37 BG-UNEMAT – 38 BG-UNEMAT – 75 BG-UNEMAT – 1 BG-UNEMAT – 56 BG-UNEMAT – 50 BG-UNEMAT – 49 BG-UNEMAT – 45 BG-UNEMAT – 46 BG-UNEMAT – 72 BG-UNEMAT – 55 BG-UNEMAT – 16 BG-UNEMAT – 60 BG-UNEMAT – 58 BG-UNEMAT – 5 BG-UNEMAT – 68 BG-UNEMAT – 7 BG-UNEMAT – 47 BG-UNEMAT – 12 BG-UNEMAT – 13 BG-UNEMAT – 20 BG-UNEMAT – 21 Grupo Comercial Manteigão Manteigão Bolinha Mulatinho Carioca Carioca Preto Manteigão Mulatinho Roxo Manteigão Carioca Mulatinho Manteigão Carioca Carioca Mulatinho Mulatinho Roxo Manteigão Carioca Carioca Mulatinho Carioca Carioca Manteigão Carioca Manteigão Carioca Manteigão Manteigão Manteigão Carioca Bolinha Manteigão Roxo Carioca Carioca Carioca Carioca Cor da Flor Branca Branca Branca Branca Branca Branca Roxa Branca Branca Branca Branca Branca Branca Branca Branca Branca Branca Branca Branca Roxa Branca Branca Branca Branca Branca Branca Branca Branca Branca Branca Branca Branca Roxa Branca Branca Branca Branca Branca Branca Branca Cor da Cor do Habito de Brilho Grupo Semente Halo Crescimento Semente Gênico 1 2 Tipo III 1 Mesoamerica 1 2 Tipo IV 3 Mesoamerica 1 2 Tipo III 1 Andino 1 2 Tipo III 1 Mesoamerica 2 2 Tipo II 3 Mesoamerica 2 2 Tipo IV 1 Mesoamerica 1 2 Tipo IV 3 Mesoamerica 1 2 Tipo II 1 Mesoamerica 1 2 Tipo II 3 Mesoamerica 1 1 Tipo IV 3 Mesoamerica 1 2 Tipo IV 1 Mesoamerica 2 2 Tipo IV 1 Mesoamerica 1 2 Tipo IV 1 Mesoamerica 1 1 Tipo I 1 Mesoamerica 2 2 Tipo IV 5 Mesoamerica 2 2 Tipo IV 3 Mesoamerica 2 2 Tipo IV 1 Mesoamerica 1 2 Tipo III 3 Mesoamerica 1 2 Tipo II 3 Mesoamerica 2 2 Tipo IV 3 Andino 2 2 Tipo IV 1 Mesoamerica 1 2 Tipo II 1 Mesoamerica 1 2 Tipo IV 3 Mesoamerica 2 1 Tipo I 1 Mesoamerica 2 1 Tipo IV 1 Mesoamerica 1 2 Tipo II 3 Mesoamerica 2 1 Tipo IV 1 Mesoamerica 1 2 Tipo IV 1 Mesoamerica 2 1 Tipo IV 3 Mesoamerica 1 2 Tipo IV 5 Mesoamerica 1 2 Tipo III 1 Mesoamerica 1 2 Tipo IV 1 Mesoamerica 2 1 Tipo IV 1 Mesoamerica 2 2 Tipo III 1 Andino 2 1 Tipo IV 1 Andino 1 2 Tipo II 1 Mesoamerica 2 1 Tipo II 1 Mesoamerica 2 2 Tipo III 1 Mesoamerica 2 2 Tipo IV 1 Mesoamerica 2 2 Tipo I 3 Mesoamerica Cor do Halo: 1 mesma cor da semente e 2 cor diferente da semente; cor da semente: 1 uniforme e 2 desuniforme; habito de crescimento: Tipo I = determinado ereto, Tipo II = indeterminado ereto, tipo III = indeterminado prostrado, Tipo IV = indeterminado semitrepador; brilho semente: 1 = opaco, 3 = intermediário e 5 = brilhoso. 16 Tabela 2. Análise química e textural do solo de amostra retiradas nas profundidades de 0 – 10 cm e 10 – 20 cm da área experimental1/. Análise Química Perfil pH pH P H2O CaCl2 mg dm K Análise Física Ca+Mg Ca Mg Al -3 Cmolc dm H+Al -3 M.O g dm Areia Silte Argila -3 -1 g kg 0 - 10 5,8 5,1 9,6 0,35 6,7 6,0 0,7 0,0 3,4 30 760 60 180 10 - 20 5,8 5,0 1,7 0,18 5,9 4,9 1,0 0,0 3,3 24 700 100 200 1/ Análise realizada no Núcleo de Laboratório da Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural S/A, Cuiabá-MT. que a unidade experimental foi composta de quatro fileiras de 4,0 metros de comprimento por 2,0 metros de largura, espaçadas de 0,5 metros entre linhas, totalizando 8 m2 por parcela, analisando-se apenas as linhas centrais de cada parcela na avaliação dos tratamento (área útil). Foram adotadas medidas básicas de manejo, tais como a capina manual, de forma a não prejudicar o desenvolvimento da cultura. A irrigação foi realizada por aspersão sempre que necessário, com o objetivo de manter as condições de umidade ideais para o desenvolvimento da cultura. Realizou-se a aplicação dos inseticidas sistêmicos do grupo químico Neonicotinóides na dosagem de 200 g p.c. ha -1 (produto comercial por hectar), para o controle de Diabrotica speciosa, Empoasca kraemeri e Bemisia tabaciI, e do grupo químico neonicotinóide e Piretróide na dosagem de 800 ml p.c. ha-1, para o controle de Bemisia tabaciI e Diabrotica speciosa, e o inseticida de contato e ingestão do grupo químico Organofosforado, na dosagem de 1,0 l p.c. ha -1 para controle de Etiella zinckenella e Empoasca kraemeri, sendo realizado sempre que necessário, de acordo com o nível de infestação das mesmas, normalmente aplicado no intervalo de quatro a oito dias, variando de acordo com o tipo de inseto praga presente e o ciclo de desenvolvimento da cultura. A colheita foi realizada após a maturação fisiológica de acordo com o período reprodutivo de cada acesso, sendo colhido quando mais de 90% das vagens estavam secas, terminando de secar ao sol. 17 3.2 Características Avaliadas Foram avaliadas onze características morfoagronômicas: a) Número de dias para o florescimento (FLORESC): obtido pela contagem do número de dias desde a semeadura até a abertura completa da primeira flor, em 50% das plantas em cada parcela; b) Altura média da inserção primeira vagem (ALTIN): em cm, medida com uma régua graduada, obtida pela medida da base do solo até a inserção da primeira vagem, avaliando-se dez plantas por parcela; c) Altura média final das plantas (ALTPL): expressa em cm, obtida pela mensuração, do nível do solo até a extremidade da planta, utilizando-se uma trena graduada, medindo-se dez plantas de cada parcela; d) Comprimento médio longitudinal das vagens (CLMV): expresso em cm, obtido pela medição, com uma régua graduada, de uma extremidade longitudinal a outra da vagem, em uma amostra ao acaso de dez vagens das dez plantas avaliadas por parcela; e) Número total médio de vagens por planta (NTVP): obtido pela média da contagem de vagens por planta, das dez plantas avaliadas em cada parcela; f) Número médio de sementes por vagem (NMSV): obtido pela média da contagem de uma amostra ao acaso de dez vagens das dez plantas avaliadas por parcela; g) Número médio de sementes por planta (NMSP): obtido pela média entre o número de sementes produzidas por planta, em cada uma das dez plantas avaliadas por parcela; h) Peso médio de Grãos (PMG): em gramas (g), obtido pela média da pesagem de quatro amostras de 100 sementes de cada parcela, com teor de umidade de 12%; i) Ciclo (CICLO): obtido pela razão entre o número de dias da emergência até a época de colheita, das plantas em cada tratamento; j) Produtividade de grãos (PROD): expressa em kg ha-1, obtida pela relação entre o peso total dos grãos de cada parcela e o respectivo número de plantas, convertidos para hectares. 18 k) Peso Hectolitro (PHEC): em kg hl-1, analisado pelo determinador de umidade, o aparelho da Agrologic (Portátil AL – 101) utilizado para determinar o teor de Umidades e o Peso Hectolitro em cada parcela. 3.3 Análises Estatísticas 3.3.1 Análise de Variância Univariada Os dados obtidos para cada característica foram submetidos à análise de variância univariada, considerando o delineamento experimental em blocos casualizado, com três repetições, sendo o valor de cada observação fornecido pelo modelo estatístico, considerando o efeito de acesso como fixo. Yij = m + gi + bj + Eij Em que: Yi = observação do tratamento i no bloco j (i = 1, 2..., g = 6; j = 1, 2..., b = 10); m = média geral; gi = efeito do acesso i; bj = efeito do bloco j; Eij = erro experimental. O esquema da análise de variância e as esperanças de quadrados médios para a fonte de variação do modelo estatístico encontram-se na Tabela 3: Tabela 3 - Análise de variância das características avaliadas. FV GL SQ QM E (QM) Blocos b-1 SQB QMB e2 + g 2 b Acessos g-1 SBG SQG e2 + bg2 Resíduo (b-1)(g-1) SQR SQR e2 Total ij-1 SQT 19 F QMg QMr onde: 1 g SQB SQG b Y. j2 j 1 Y ..2 gb 1 g Y ..2 Yi.2 b i 1 gb g b SQT Yij 2 i 1 j 1 Y ..2 gb SQR SQg SQb SQg 3.3.2 Estimadores das variâncias fenotípicas, genotípica e de ambiente, do coeficiente de determinação genotípica, dos coeficientes de variação genotípica e experimental e do índice de variação Foram estimadas também as Variâncias: a) Variância fenotípica: razão entre o quadrado médio de genótipos e o número de repetições (r): ^ 2 f QMG r ^ b) Variância genotípica: Obtida pelo componente quadrático g , que expressa à variabilidade genotípica entre as médias dos genótipos: ^ g QMG QMR r c) Variância de ambiente: Refere-se ao quadrado médio do resíduo, ou seja, ^ 2 QMR . d) Coeficiente de determinação genotípica: razão entre o componente ^ 2 ^ quadrático genotípico ( g ) e a variância fenotípica ( f ) entre médias de genótipos. 20 ^ g H QMR r 2 Além dos coeficientes de variação genotípica e experimental e o índice de variação: e) Coeficiente de variação genotípica ^ ^ CV g 100 g ^ , m ^ Em que m é o estimador da média geral do caráter avaliado. f) Coeficiente de variação experimental: ^ CV e 100 QMR ^ m g) Índice de variação: pela relação entre o coeficiente de variação genotípica ^ ^ ( C V g ) e o coeficiente de variação experimental ( C V e ), dada por: ^ Iv C Vg ^ ^ C Ve g QMR 3.3.1 Estimadores de Correlação Simples A associação da correlação entre caracteres pode ser mensurada a partir de medidas entre caracteres, podendo ser avaliada a correlação genética. Para estimar os coeficientes de correlação genotípica, fenotípica e de ambiente entre os dois caracteres (X e Y), recomendando as análises individuais e a soma dos valores de X e Y, de tal forma que os produtos médios (covariância), possam ser associados a cada fonte de variação (Cruz et al., 2012). Determinado por: Cov( X , Y ) V ( X Y ) V ( X ) V (Y ) 2 21 Em que as covariâncias são dadas por: a) Covariância Fenotípica: PMG ( X , Y ) r CôVF ( X , Y ) b) Covariância Genotípica: ^ CôVG ( X , Y ) g ( X , Y ) PMG ( X , Y ) PMR ( X , Y ) r c) Covariância de Ambiente: CoVA ( X , Y ) PMR( X , Y ) Após determinar a esperança do produto médio das fontes de variação, através da formula: PMg ( X , Y ) QMg ( X Y ) QMg( X ) QMg (Y ) 2 e PMr ( X , Y ) QMr( X Y ) QMr( X ) QMr(Y ) 2 Correlação Fenotípica: PMG XY rF QMRX .QMRY Correlação de Ambiente: rA PMR XY QMRX .QMRY Correlação Genotípica: rG ( PMG XY PMR XY ) / r ^ ^ g X . gY ^ g ( X ,Y ) ^ ^ g X . gY 22 Foi empregado o método de Estimadores de Correlação Simples, realizado pelo teste t, para determinar a correlação fenotípica, e o método de bootstrap com 1000 simulações para determinação do coeficiente de correlação genética e ambiental. Para classificação da magnitude das correlações, adotou-se a classificação proposta por Shimakura e Ribeiro Junior (2012) de acordo com a magnitude das correlações, dividindo nas seguintes classes: de 0,0 a 0,19 – muito fraca; de 0,20 a 0,39 – fraca; de 0,40 a 0,69 – moderada; de 0,70 a 0,89 – forte; e de 0,90 a 1,00 – muito forte. 3.3.1.1 Análise de Trilha Para a análise dos efeitos diretos e indiretos sobre a produtividade de grãos, foram realizadas as análises de trilha entre as variáveis, cujas estimativas são obtidas por meio de equações de regressão, em que as variáveis são previamente padronizadas, utilizando o programa Computacional Genes (Cruz, 2013). Padronização de variáveis: A padronização de uma variável é obtida dividindo-se o desvio de cada observação em relação à média pelo desvio padrão da amostra: -̅ ̂ As seguintes propriedades são verificadas, em relação às variáveis padronizadas: a) Uma variável padronizada tem média igual à zero e variância iguala 1, ou seja: u̅ ∑ ui n , pois ∑ ui e ̂u ∑ ui n 1 23 b) A covariância entre duas variáveis padronizadas é igual à correlação entre estas variáveis (padronizadas ou não), ou seja: Se vi ̅ i ̂ Côv (u,v) = ruv = rxy ∑ - c) O coeficiente de regressão linear entre duas variáveis padronizadas é dado por: ̂ vuv ruv r Assim, o coeficiente de regressão linear de u em função de v é idêntico ao de v em função de u. O coeficiente de regressão padronizado mantém a seguinte relação com o coeficiente de regressão entre variáveis originais: ̂v u ̂ ̂ ̂ Estimação dos coeficientes de trilha – efeito direto e indireto: Onde será considerada uma variável básica Y e três variáveis explicativas (X1, X2 e X3), dado pelo modelo: ̅ ̅ ̅ De maneira análoga, tem-se: ̅ ̅ ̅ da qual se obtém: em que: ; 24 ̅ ; ; ; . Neste modelo é verificado que: v r v r vu Tendo a seguinte relação: ̂ ̂ p ̂ p ̂ p ̂ p ̂ p ̂ p ̂ p ̂ p Estimando o coeficiente de determinação do modelo causal (R20.123), medindo o efeito das três variáveis explicativas (x1, x1 e x3) sobre y, ou seja: ̂ ̂ p ̂ p ̂ p ̂ p Também estima-se o efeito da variável residual sobre a variável principal, dado por: ̂ p √ Decomposição da correlação roi em efeitos diretos de xi sobre a variável ̂ r . básica, expressa por poi, e os efeitos indiretos de xi via xj, expresso por p v r p̂ p̂ p̂ v r p̂ p̂ v r p̂ p̂ p̂ p̂ 25 Onde, a estimação dos efeitos diretos e indiretos é obtida pela solução do sistema da equação descrito por: p̂ p̂ p̂ 3.3.2 Análise Multivariada Para avaliar a divergência genética entre os acessos, empregou-se a Análise de Variáveis Canônicas, posteriormente, realizando as análises pelos métodos de agrupamento de otimização via Tocher (Rao, 1952) e o método hierárquico de Agrupamento Médio Entre Grupos (UPGMA), com base na Distância Generalizada de Mahalanobis ( Dii2' ). 3.3.2.1 Distância Generalizada de Mahalanobis As estimativas da distância generalizada de Mahalanobis Dii2' são obtidas através da expressão: Dii2' ' 1 , em que: Dii2' : é à distância de Mahalanobis entre os genótipos i e i’; : matriz da variância e covariâncias residuais; : [d1, d2, ... dv], sendo dj = Yij-Yi’j; Yij: é a média do i-ésimo genótipo em relação a j-ésima variável. Através da distância de Mahalanobis Dii2' tem-se a possibilidade de estimação da diversidade genética, além da quantificação da contribuição relativa dos caracteres para a divergência genética utilizando-se o critério proposto por Singh (1981), baseado na estatística S.j. Considerando-se que: n n D ' jj ' d j d j ' , 2 ii ' 1 j i j ' i 26 em que jj ' é o elemento da j-ésima linha e j’-ésima coluna da inversa da matriz de variâncias e covariâncias residuais. 3.3.2.2 Análise de Agrupamento Para o agrupamento dos acessos foram empregados dois métodos para análise dos dados, o de Otimização de Tocher, utilizando-se o programa computacional Genes (Cruz, 2013) e o método Hierárquico de Agrupamento Médio Entre Grupos (UPGMA), através do programa computacional R (R Development Core Team 2012), determinando o coeficiente de correlação cofenética para certificar o ajustamento entre a matriz de dissimilaridade e o dendrograma gerado pelo método UPGMA. 3.3.2.2.1 Método de Otimização de Tocher O método de otimização de Tocher requer a obtenção da matriz de dissimilaridade, na qual é identificado o par de indivíduos mais similares, formando assim o grupo inicial. A partir daí é avaliada a possibilidade de inclusão de novos indivíduos, adotando-se o critério de que a distância média intragrupo deve ser menor que a distância média intergrupo, ou seja, as distâncias médias das mediadas de dissimilaridades dentro de cada grupo deve ser menor que a distância média entre grupos (Cruz et al., 2012). Ainda de acordo com Cruz et al. (2012) a entrada de um indivíduo em um grupo sempre aumenta o valor médio da distância dentro do grupo. Por meio da comparação entre o acréscimo no valor médio da distância dentro do grupo e um nível máximo permitido, possibilita-se decidir sobre a inclusão de um genótipo em um determinado grupo. O valor máximo pode ser estabelecido adotando-se o valor máximo de Dii2' , obtido da medida de dissimilaridade encontrado no conjunto das menores distâncias envolvendo cada indivíduo, sendo esta a medida utilizada no presente trabalho. Para o estabelecimento dos grupos, sendo a distância entre o indivíduo k e o grupo formado pelos indivíduos ij é dado por: 27 d dij d jk (ij)k Para a inclusão, ou não, do indivíduo k no grupo é considerado: - se d - se d (grupo)k n (grupo)k n , inclui-se o indivíduo k no grupo; , o indivíduo k não é incluído no grupo; sendo n o número de indivíduos que constitui o grupo original. Para determinar a distância média intragrupo tem-se: n d i 2 j n d jj' j' n(n - 1) E para determinar a distância média intergrupo temos: n1 n 2 d ii' d j1 j'1 nn 1 jj' 2 Em que n1 e n2 são o número de genótipos dentro dos grupos i e i’ respectivamente. 3.3.2.2.2 Método Hierárquico de UPGMA Este método permite representar os agrupamentos em estruturas de dendrograma. Para determinar a confiabilidade no ajuste entre a matriz de dissimilaridade e a representação gráfica, é determinado, pelo teste t, o coeficiente da correlação cofenética (CCC). O método de Agrupamento Médio Entre Grupos (UPGMA), por ser um método não ponderado, e agrupar aos pares por média aritmética, consiste em atribuir pesos iguais a cada indivíduo do grupo, calculando-se a similaridade média de um indivíduo que pretende ser juntado ao grupo já existente. 28 Segundo Cruz (2006), neste método identifica-se a distância de um grupo em relação aos demais indivíduos, onde a distância entre um indivíduo k e um grupo formado pelos indivíduos i e j é dada por: d (ij)k d d ik jk 2 com, d(ij)k dado pela média das distâncias dos pares de indivíduos (i e k) e (j e k), gerando uma nova matriz com esses valores reduzindo a dimensionalidade passo a passo. Com a construção do dendrograma, novas distâncias serão estimadas, de forma que, se um genótipo k for incorporado a um grupo (ij), a distância deste novo grupo (ij.k) em relação ao genótipo (l) ou a outro grupo (lm), dado por: d(ij.k)l d d d il jl kl 3 e d 3.3.3 (ij)lm d d il im d jl d jm dkl dkm 6 Variáveis Canônicas As técnicas de variáveis canônicas permitem uma simplificação no conjunto dos dados, resumindo as informações de um conjunto de variáveis, em poucas variáveis. Esta técnica baseia em informações entre e dentro de genótipos, havendo a necessidade de repetições (Cruz, 2006). Para determinar o número de Variáveis Canônicas, transformando as médias originais dos caracteres, por um processo de condensação pivotal dando origem a novas variáveis, caracterizando por apresentar covariâncias residuais nulas e variâncias residuais igual a um, determinado por: a) Se Yij é uma Variável Canônica, definida pela combinação linear: Yij = a1Xi1 + a2Xi2 + ... +anXin b) Se Yij’ é uma Variável Canônica, tem-se uma nova combinação linear então: Yij’ = b1Xi1 + b2Xi2 + ... +bnXin 29 e a a j j j' jj ' j' j a b j j b j b j ' jj ' 1 j' jj ' j' 0 j' em que jj ' é a covariância residual entre os caracteres j e j’. c) Entre todas as variáveis canônicas, Yi1 apresenta a maior variância, Yi2 apresenta a segunda maior e assim sucessivamente. Admitindo que a matriz T seja a matriz de covariância entre as médias dos genótipos, a matriz E, seja a matriz da covariância residual, verifica-se que, após a condensação pivotal, as variáveis transformadas apresentam matriz de covariância entre médias dada por T* e a matriz de covariâncias residuais igual à identidade (E*=l) (Cruz e Carneiro, 2006). A transformação é obtida por meio de Z’=VX, em que: Z: matriz g x n de médias transformadas de g genótipos em relação aos v caracteres; X: matriz g x n de médias originais; e V: matriz n x n de transformação, obtida pelo processo de condensação pivotal. As estimativas dos autovalores, que medem a variância de cada variável canônica, são obtidas através de: det(T*-l)=0 que equivalem aos autovalores obtidos de: det(E-1T- l)=0. As estimativas dos autovetores associados às variáveis transformadas por condensação pivotal são obtidas por: (T*-l)= onde representa o autovetor cujos elementos são coeficientes de ponderação das variáveis obtidas por condensação pivotal. 30 As estimativas dos coeficientes de ponderação associados às variáveis originais permitem avaliar a contribuição de cada característica para uma determinada Variável Canônica. Estes coeficientes constituem o autovetor a, que pode ser obtido de ou a partir do sistema: (E-1T-l)a= A análise gráfica, em estudos de comparação da similaridade entre genótipos, deve ser considerada quando for possível resumir em poucas variáveis (até três) mais de 80% da variação total disponível. Assim, considera-se que: C1 = 11Z1 + 12Z2 + ... + 1nZn = a11X1 + a12X2 + ... + a1nXn ... Cn = n1Z1 + n2Z2 + ... + nnZn = an1X1 + an2X2 + ... + annXn Em C1, C2, ... , Cn, tem-se: 1 , para cada j’ 2 jj ' 1 2 ... n; j e jj '' 0 para qualquer par j’ e j” de ariáveis an nicas estimadas. jj ' j Estimados os coeficientes jj’, podem ser calculados os coeficientes ajj’, associados as variáveis originais, por meio de: [aj1 aj2 ... ajn] = [j1 j2 ... jn] V. Com a determinação do número de Variáveis Canônicas, envolvendo no mínimo 80% da variação, podem-se estimar os escores relativos às primeiras Variáveis Canônicas, utilizando a dispersão gráfica dos genótipos, permitindo uma análise visual das divergências entre eles. 3.3.4 Importância Relativa dos Caracteres A Importância Relativa dos Caracteres, avaliados no estudo da diversidade dos genótipos, pode ser quantificada por intermédio das Variáveis Canônicas. Dessa 31 forma, os coeficientes a’js devem ser multiplicados pelo desvio padrão do erro experimental, de modo que: ^ ^ j x j a j j X j j onde: ^ j aj j Portanto, os valores j medem a importância relativa de uma característica em cada Variável Canônica (Cruz e Carneiro, 2006). Segundo Amaral Junior (1996), com base no princípio de que a importância relativa das Variáveis Canônicas decresce da primeira para a última, a variável com maior coeficiente de ponderação no componente de menor autovalor por ser descartada, por apresentar relevância para uma Variável Canônica de participação pequena, na variação total. Para o descarte de novas variáveis, procede-se da seguinte forma: na penúltima Variável Canônica, identifica-se o maior elemento e, caso este esteja associado à característica já descartada, passa-se imediatamente para a antepenúltima Variável Canônica, sem identificar na Variável Canônica anterior uma segunda característica de menor importância. Caso contrário, identifica-se o maior elemento na penúltima Variável Canônica, e, consequentemente, a segunda característica menos importante tornase definida. Segundo Amaral Junior, (1996) o procedimento, assim, continua até alcançar-se a primeira Variável Canônica, classificando-se as características originais quanto aos graus relativos de participação na dispersão geral dos genótipos avaliados. 32 4. 4.1 RESULTADOS E DISCUSSÕES Análise de Variância Univariada Os resultados das análises de variância para as onze características de interesse são apresentados na Tabela 4, onde foram detectadas diferenças significativas a 1% de probabilidade pelo teste F, para todas as características morfoagronômicas avaliadas, indicando a existência de variabilidade. O coeficiente de variação – CV (%) da análise de variância indicou uma precisão experimental adequada para a maioria das características, somente para ALTIN, NTVP, NMSP e PROD tais medidas aproximou-se ou foi superior a 20%, apresentando maior coeficiente de variação por se tratar de acessos tradicionais, abrangendo diversos grupos comerciais e até mesmo grupos gênicos distintos. Os demais coeficientes de variação apresentaram variação abaixo de 9,0%, sendo estes classificados como baixo coeficiente de variação, segundo Pimentel Gomes (1985). Tais variações podem ser consideradas baixas e estão de acordo com estudos anteriores. Ribeiro et al. (2001) avaliando a correlação genética de caracteres agromorfológicos entre 90 genótipos de feijoeiro do tipo carioca, observaram CV (%) superior para os caracteres produtividade (30,09%), altura de inserção da primeira vagem (25,20%), número de vagens por planta (28,17%), número de grão por planta (30,45%) e número de grão por vagem (15,49%). Resultados semelhantes avaliando genótipos de feijoeiros foram obtidos também por (Coelho et al. 2007), Barelli et al. (2009) e Stähelin et al. (2010), demostrando precisão experimental. Os CV estão adequados e dentro dos padrões utilizados para a cultura. Pois quanto menor os valores para o coeficiente de variação, mais precisos são os parâmetros analisados, favorecendo o desenvolvimento de programas de melhoramento, com decisões mais precisas na seleção de acessos (Krause et al., 2012). Na Tabela 5 são apresentados os resultados obtidos pelo teste do método de agrupamento de Scott-Knott entre os acessos para cada característica analisada. Para a característica número de dias para florescimento das plantas, os acessos 33 Tabela 4. Significâncias dos Quadrados Médios (QM) e coeficientes percentuais da variação experimental para as onze características avaliadas, em 40 acessos tradicionais de feijoeiro (Cáceres, 2013). FV Quadrado Médio1/ GL FLORESC ALTIN 0,13 Bloco 2 0,23 Acesso 39 10,73** Resíduo 78 Média C.V. (%) ALTPL CLMV NTVP NMSV 93,98 46,62 0,84 0,65 22,38** 64,47** 1,43** 13,93 NMSP PMG CICLO 1433,32 3,62 21,01 PROD PHEC 1288560,03 10,36 30,49** 0,79** 659,22** 70,48** 102,35** 509168,63** 19,22** 0,27 11,74 0,23 291,66 2,07 15,54 231962,47 2,50 0,74 8,88 36,78 19,79 50,60 10,44 17,91 5,38 70,57 24,01 79,31 2545,96 79,71 2,33 15,06 7,38 19,13 8,94 24,20 6,0 4,97 18,92 1,98 4,97 1/ FLORESC = número de dias para o florescimento; ALTIN = altura média de inserção da primeira vagem; ALTPL = altura média final de planta; CLMV = comprimento longitudinal médio das vagens; NTVP = número total médio de vagens por planta; NMSV = número médio de sementes por vagem; NMSP = número médio de sementes por planta; PMG = peso médio de grãos; CICLO = ciclo; PROD = produtividade de grão; PHEC = peso de hectolitro. (**) significativo ao nível de 1% de significância de probabilidade, pelo teste de F. 34 Tabela 5. Agrupamento das médias dos 40 acessos de feijoeiro pelo método de Scott-Knott, estimado a partir de onze características morfoagronômicas (Cáceres – MT, 2013). Ac 1/ FLORESC 1 36,33 b 2 35,00 b 3 31,00 d 4 37,00 b 5 39,00 a 6 39,00 a 7 38,67 a 8 36,67 b 9 36,67 b 10 39,00 a 11 35,33 b 12 36,00 b 13 35,33 b 14 36,33 b 15 40,00 a 16 33,33 c 17 39,00 a 18 36,00 b 19 38,67 a 20 34,00 c 21 38,00 a ALTIN 16,53 b 16,77 b 17,36 b 22,83 a 22,40 a 23,27 a 23,17 a 18,06 b 18,16 b 20,97 a 16,70 b 20,67 a 16,97 b 17,33 b 20,17 a 21,37 a 29,07 a 18,03 b 20,70 a 17,93 b 23,30 a ALTPL 56,83 a 53,80 a 42,13 c 48,47 b 47,03 b 53,60 a 61,70 a 50,53 a 51,07 a 41,37 c 52,43 a 57,47 a 50,30 a 51,90 a 49,60 a 54,60 a 50,50 a 52,47 a 40,53 c 52,47 a 56,13 a CMLV 11,74 a 9,92 b 10,25 b 10,63 b 10,04 b 10,37 b 9,67 b 11,83 a 10,78 a 9,72 b 9,31 b 9,97 b 10,20 b 11,94 a 9,82 b 10,81 a 9,33 b 10,65 b 11,31 a 10,73 a 10,84 a NTVP 20,23 a 19,93 a 16,00 b 19,57 a 15,13 b 15,60 b 17,17 b 20,77 a 22,07 a 17,00 b 24,30 a 14,87 b 19,60 a 24,07 a 17,83 b 19,60 a 14,23 b 22,17 a 18,67 a 16,73 b 16,37 b NMSV NMSP 5,70 a 77,80 a 5,03 b 79,90 a 4,07 b 44,90 a 5,53 a 75,21 a 5,83 a 66,19 a 5,20 b 53,30 a 5,53 a 75,93 a 5,27 b 68,53 a 5,73 a 91,03 a 5,60 a 73,50 a 5,17 b 94,83 a 4,90 b 57,97 a 5,30 b 70,10 a 5,07 b 81,83 a 5,17 b 75,67 a 4,77 b 73,20 a 5,03 b 51,20 a 6,13 a 104,70 a 5,93 a 72,27 a 4,43 b 41,90 a 5,13 b 64,40 a PMG 25,91 d 19,76 f 32,86 c 17,21 f 24,72 d 26,76 d 23,89 d 24,05 d 18,14 f 19,51 f 18,59 f 25,76 d 19,78 f 24,61 d 24,47 d 24,77 d 24,52 d 20,46 e 21,28 e 43,07 a 25,36 d CICLO 78,00 c 74,33 c 73,00 c 73,00 c 87,67 a 87,67 a 87,67 a 73,00 c 73,00 c 87,67 a 73,00 c 79,33 c 73,00 c 73,00 c 85,00 b 73,00 c 84,33 b 74,33 c 90,33 a 85,33 b 82,67 b PROD 2972,50 a 2339,54 b 2524,29 a 1802,22 b 2708,54 a 2211,49 b 2845,84 a 2874,98 a 2505,90 a 2350,85 b 2775,80 a 2103,36 b 2139,53 b 2874,49 a 2346,03 b 3067,62 a 2006,32 b 2590,12 a 2553,48 a 2723,88 a 2636,82 a PHEC 76,03 c 82,57 a 81,30 a 80,63 b 79,83 b 78,90 b 79,90 b 75,03 c 81,90 a 75,50 c 83,83 a 80,30 b 78,93 b 75,47 c 79,57 b 82,90 a 77,97 c 81,57 a 76,40 c 74,00 c 80,83 b Continua... 35 Tabela 5, Continuação. Ac 1/ FLORESC 22 39,00 a 23 36,33 b 24 39,00 a 25 37,00 b 26 35,67 b 27 34,33 c 28 36,33 b 29 38,00 a 30 35,67 b 31 35,67 b 32 35,33 b 33 36,67 b 34 35,67 b 35 35,33 b 36 38,00 a 37 38,00 a 38 37,33 a 39 38,67 a 40 39,00 a ALTIN 22,77 a 22,33 a 18,03 b 19,60 b 17,13 b 19,83 b 16,60 b 20,33 a 16,40 b 20,37 a 23,67 a 17,43 b 18,06 b 19,23 b 22,00 a 18,53 b 20,26 a 17,03 b 20,20 a ALTPL 52,33 a 57,53 a 48,97 b 51,43 a 46,73 b 50,97 a 42,80 c 49,77 a 47,56 b 55,60 a 50,80 a 49,83 a 49,67 a 55,47 a 43,17 c 48,23 b 51,83 a 46,90 b 48,70 b CMLV 10,44 b 11,28 a 10,41 b 10,55 b 10,00 b 10,41 b 9,80 b 11,68 a 9,75 b 10,55 b 10,04 b 10,59 b 10,00 b 11,24 a 9,63 b 9,57 b 10,04 b 11,27 a 10,33 b NTVP 16,37 b 15,43 b 18,03 b 19,57 a 22,03 a 17,90 b 20,70 a 12,23 b 19,00 a 23,33 a 17,63 b 16,70 b 19,63 a 17,00 b 9,56 b 14,03 b 12,80 b 17,43 b 16,17 b NMSV 4,93 b 6,10 a 5,67 a 5,60 a 5,17 b 5,33 b 5,10 b 5,50 a 4,63 b 5,50 a 5,17 b 5,60 a 5,83 a 4,73 b 5,23 b 5,90 a 5,73 a 6,53 a 6,40 a 1/ NMSP 63,53 a 70,95 a 80,63 a 84,37 a 70,87 a 72,97 a 69,67 a 52,00 a 61,13 a 96,30 a 64,67 a 66,70 a 90,40 a 55,30 a 37,20 a 61,97 a 64,57 a 86,33 a 78,93 a PMG 24,86 d 22,99 d 25,85 d 25,56 d 19,91 f 25,41 d 20,58 e 23,72 d 21,66 e 20,74 e 20,67 e 25,09 d 22,02 e 37,88 b 22,02 e 23,43 d 22,91 d 25,39 d 24,13 d CICLO 82,00 b 75,67 c 87,67 a 75,67 c 74,33 c 73,00 c 74,33 c 82,00 b 75,67 c 78,00 c 73,00 c 75,67 c 80,33 b 79,33 c 92,00 a 82,67 b 81,67 b 79,33 c 81,67 b PROD 2398,31 b 2325,09 b 3178,76 a 2978,99 a 2109,68 b 2862,57 a 2040,55 b 2711,83 a 1964,78 b 2897,84 a 2098,43 b 2716,85 a 3112,54 a 3101,86 a 1473,47 b 2828,83 a 2336,76 b 3231,34 a 2516,29 a PHEC 80,17 b 79,57 b 81,37 a 82,37 a 79,50 b 78,90 b 80,77 b 78,50 b 77,50 c 79,30 b 79,03 b 81,97 a 85,23 a 76,03 c 78,97 b 81,63 a 81,17 a 82,37 a 80,63 b FLORESC = número de dias para o florescimento; ALTIN = altura média de inserção da primeira vagem; ALTPL = altura média final de planta; CLMV = comprimento longitudinal médio das vagens; NTVP = número total médio de vagens por planta; NMSV = número médio de sementes por vagem; NMSP = número médio de sementes por planta; PMG = peso médio de grãos; CICLO = ciclo; PROD = produtividade de grão; PHEC = peso de hectolitro. 36 analisados floresceram em média com 36,78 dias após semeadura, o que possibilitou a divisão dos acessos em quatro grupos, variando em média de 31 a 40 dias de diferença para o número de dias para florescimento entre os acessos avaliados. Tal característica proporciona melhor manejo dos acessos, escalonando a semeadura para obtenção de florescimento uniforme entre as parcelas, favorecendo possíveis cruzamentos. A altura de inserção da primeira vagem, na média geral apresentou 19,79 cm de altura, mesmo dividindo os acessos em dois grupos, ambos apresentam média superior a 15 cm de altura de inserção, favorecendo o processo de colheita mecanizada, pois quanto mais alto estiverem inseridos as primeiras vagens menor serão as perdas causadas, além de estarem menos susceptíveis a ocorrências de doenças fúngicas. Para a característica altura de planta, observou-se a divisão dos acessos em três grupos, com média geral de 50,58 cm de altura, variando de 40,53 cm para os de menor porte, à 61,7 cm para os acessos de porte mais elevados, servindo de base para futuros trabalhos de melhoramento buscando diferentes alturas de plantas, obtendo genótipos de menor altura para evitar o acamamento de planta, facilitando a colheita mecanizada da cultura. Para comprimento médio longitudinal de vagens, número total médio de vagens por planta, número médio de sementes por vagens e produtividade de grão, os acessos foram divididos apenas em dois grupos, com médias gerais de 10,44 cm, 17,94 vagens, 5,38 sementes e 2.545,96 kg ha-1, respectivamente. Já para número médio de sementes por planta, o teste de agrupamento não separou os acessos em mais de um grupo. Em relação à produtividade de grãos, 24 acessos apresentaram rendimentos superiores aos demais acessos analisados, com média de produtividade de 2824,66 kg ha-1. A média geral de todos os acessos analisados foi de 2540,82 kg ha-1, com destaque para os acessos 39, 24, 34, 35 e 16 que apresentaram média de produtividade superior a 3.000 kg ha-1. O agrupamento distribuíram os acessos avaliados em dois grupos, para ciclo e peso de hectolitro, com média geral de 79,31 dias e 79,70 kg hl -1. Constatou-se variação média de até 19 dias de diferença no ciclo da cultura para o acesso 36 e 19, com média de mais de 90 dias de ciclo, sendo estes os acessos mais tardios. Já 37 os mais precoces foram os acessos 32, 27, 16, 14, 13, 11, 9, 8, 4 e 3, colhido em média com 73 dias após semeadura. Os acessos mais precoces e de boa produtividade foram os 39, 35 e16. O acesso 34 se destaca por apresentar ciclo intermediário e de boa produtividade. Já o acesso 24 é produtivo e de ciclo tardio. Ambos podem ser utilizados em cruzamentos focando diferentes números de dias para colheita, e de produtividade elevada. Para peso de hectolitro a variação ficou entre 74 e 85,23 kg hl -1, sendo que os acessos com maior valor para peso de hectolitro apresentaram maior qualidade de grão. Segundo Vieira et al. (1998) para grãos de boa qualidade o valor do peso de hectolitro varia em torno de 78 kg hl-1, onde estes dados além serem utilizados como um parâmetro para determinação da qualidade da amostra de grão para a comercialização, podem também ser utilizados para dimensionamento de construções destinadas à secagem, de deposito ou até mesmo transporte dos mesmo. Para peso médio de grãos, a média geral entre os acessos avaliados foi de 24,01 g, dividindo os mesmos em seis grupos, com destaque para o acesso 20 (com valor médio de 43,01 g), acesso 35 (37,88 g) e o acesso 3 (32,86 g), com sementes de maior tamanho, agrupados nos grupos a, b e c, respectivamente. Os demais acessos, com valor médio no peso médio de grãos variando de 24,73 g, 21,18 g e 18,98 g para os grupos d, e f, respectivamente, caracterizando por apresentarem sementes de menor porte. Os acessos discriminados no presente trabalho forneceram indicativos da presença de genótipos de diferentes centros de origem. Segundo Gepts e Bliss (1986) e Coelho et al., (2007) genótipos com peso de 100 sementes inferior a 25 g pertencem possivelmente ao centro Mesoamericano e com peso superior a 33 g ao Andino. Oliveira et al. (2012), avaliando 11 cultivares de feijão comum obtiveram resultados semelhantes quanto ao agrupamento para as características analisadas. Para produção de grão apresentou maior número de grupos formados para a alocação das cultivares de feijoeiro avaliado, já para massa de grão o número de grupos formados foi inferior, apresentando a formação de apenas três grupos para alocação das médias das cultivares. 38 Resultados semelhantes também foram observados por Bonett et al. (2006), avaliando a divergência genética entre 63 cultivares crioulas de feijoeiro, analisando onze características por meio do método de agrupamento médias de Scott-Knott, apresentando semelhança na formação dos agrupamento das cultivares para as características avaliadas. 4.2 Parâmetros Genéticos Os valores do coeficiente de determinação genotípico (H2), oscilou de 54,44% para produtividade de grão a 97,06% para peso médio de grãos (Tabela 6), indicando que todos os caracteres podem ser utilizados como critério para melhoramento por meio de seleção, sugerindo que tais características encontradas podem ser transmitidas para gerações posteriores, evidenciando grande ^ variabilidade genotípica ( g ) entre os acessos avaliados. Quanto às características FLORESC, CLMV, PMG, CICLO e PHEC, por apresentem valores superiores a 80,00% no valor do coeficiente de determinação genotípico, indicam possibilidade de ganhos genéticos por meio de seleção fenotípica de acessos que apresentam características desejáveis. Para as demais características, os valores variaram de 54,44% para PROD a 78,39% para NTVP no valor do coeficiente de determinação. Por ser tratar de características quantitativas, o valor do coeficiente de determinação genotípico para produtividade de grãos, mesmo sendo o menor entre os caracteres avaliados, pode ser considerada satisfatório. Sendo mais promissor, para as características com estimativas elevadas de H2 (acima de 75%), o uso dos genótipos para a seleção do caráter em estudo (Santos et al., 2012). Segundo Silva et al. (2008), citam que tais características são muito influenciadas pelo ambiente, além de serem controlada por vários genes de pequeno efeito no ganho genético em seleções para obtenção de cultivares superiores. Resultados semelhantes foram detectados por Ribeiro et al. (2009), avaliando 185 linhagens endogâmicas recombinantes e quatro testemunhas por meio de cinco características avaliadas. Segundo os autores, valores semelhantes do coeficiente de determinação genotípica foram encontrados para os caracteres 39 ^ 2 ^ 2 Tabela 6. Estimativas das variâncias fenotípica ( F ) e de ambiente ( e ), da ^ variabilidade genotípica ( g ), do coeficiente de determinação genotípica (H2), e do índice de variação (IV) para as nove características avaliadas nos 40 acessos tradicionais de feijoeiro (Cáceres, 2013). Características ^ 2 ^ 2 ^ g e F H2 IV FLORESC 3,58 0,74 3,33 93,12 2,12 ALTIN 7,46 8,88 4,50 60,30 0,71 ALTPL 21,49 13,93 16,85 78,39 1,10 CLMV 0,48 0,27 0,39 81,21 1,20 NTVP 10,16 11,74 6,25 61,49 0,73 NMSV 0,26 0,23 0,18 70,63 0,90 NMSP 219,74 291,66 122,52 55,76 0,65 PMG 23,49 2,07 22,80 97,06 3,32 CICLO 34,12 15,54 28,94 84,82 1,36 PROD 169722,88 231962,50 92402,10 54,44 0,63 PHEC 6,41 2,50 5,57 87,01 1,49 1/ FLORESC = número de dias para o florescimento; ALTIN = altura média de inserção da primeira vagem; ALTPL = altura média final de planta; CLMV = comprimento longitudinal médio das vagens; NTVP = número total médio de vagens por planta; NMSV = número médio de sementes por vagem; NMSP = número médio de sementes por planta; PMG = peso médio de grãos; CICLO = ciclo; PROD = produtividade de grão; PHEC = peso de hectolitro. dias para florescimento, altura de inserção da primeira vagem, peso médio de grão e rendimento de grão, variando de 77,54% a 90,59%. Para a estimativa do índice de variação (IV), obtido pela relação entre o ^ ^ coeficiente de variação genética ( C V g ) e o coeficiente de variação ambiental ( C V e ), houve variação de 0,63 para produtividade de grão a 3,32 para peso médio grãos, indicando variabilidade genética. Para os caracteres florescimento (IV = 2,12), altura de planta (IV = 1,1), peso médio de grãos (IV = 3,32), ciclo (IV = 1,36) e peso 40 hectolitro (IV = 1,49), além de ser favorável para a seleção, apresentam alta variabilidade genética entre os acessos avaliados, por alcançarem variação acima de 1,0, sendo favoráveis para a seleção das características que apesentam maior valor de herdabilidade. De acordo com Bonett et al. (2006), ao avaliar a diversidade genética em 63 genótipos crioulos de feijoeiro comum por meio de parâmetros genéticos obtiveram valores muitos próximos para os coeficientes de herdabilidade, com estimativas acima de 75% para sete dos 11 caracteres avaliados, exceto para número de sementes por vagem (50,42%), altura de inserção da primeira vagem (20,54%), número de dias para maturação (66,29%) e período reprodutivo (53,86%), apresentando valores bem abaixo dos encontrados neste trabalho. Para as características AP, NDF, NVP, NSP, M100, PGP e PG, por apresentarem valores acima de 1,0 para a relação de CVg/VCe, indicando maior importância do componente genético se comparado ao ambiental, mostrando condições favoráveis ao melhoramento para essas características. Ribeiro et al. (2009) estimando parâmetros genéticos em linhagem endogâmicas de feijoeiro comum, observaram índice de variação, oscilando de 0,91 a 1,85 para as características avaliadas. Sendo estimados valores acima de 1,0 apenas para a peso de mil grãos e produtividade de grãos que podem ser considerados os caracteres resultantes em maior sucesso na seleção para esses as linhagens em estudo, pois os mesmos também apresentaram valores elevados para o coeficiente de determinação genotípico (H2). 4.3 Correlação Simples As estimativas dos coeficientes de correlações fenotípicas, genotípicas e ambientais, representados na Tabela 7, apresentaram variação de -0,61 a 0,75; 0,87 a 0,79; e -0,33 a 0,83, respectivamente, com diferença no sinal, na direção, na significância e na magnitude das correlações para a maioria dos caracteres avaliados. As magnitudes dos coeficientes de correlações genotípicas tenderam a superar as ambientais e fenotípicas, para a maioria dos caracteres analisados (em 41 Tabela 7. Estimativas de coeficientes de correlação fenotípica (r F), genotípica (r G) e de ambiente (r E) entre os onze caracteres avaliados em 40 acessos tradicionais de feijoeiros (Cáceres-MT, 2013). CARACT /1 R ALTIN ALTPL CLMV NTVP rF NMSV NMSP PMG CICLO PROD PHEC 0,43** -0,10 -0,08 -0,33* 0,54** 0,04 -0,25 0,68** -0,09 -0,07 FLORESC r G 0,61 -0,11 -0,10 -0,48 0,63 0,02 -0,25 0,78 -0,14 -0,08 rE -0,16 -0,11 0,08 0,16 0,20 0,15 -0,18 -0,16 0,06 0,00 rF 0,17 -0,19 -0,49** 0,01 -0,33* -0,03 0,44** -0,31* -0,10 rG 0,19 -0,24 -0,66 -0,06 -0,38 -0,07 0,61 -0,40 -0,10 rE 0,14 -0,09 -0,23 0,13 -0,25 0,22 0,03 -0,21 -0,12 rF 0,19 0,13 -0,05 0,17 0,20 -0,15 0,29 0,04 rG 0,19 0,23 -0,10 0,25 0,22 -0,16 0,50 0,05 rE 0,18 -0,10 0,07 0,02 0,06 -0,12 -0,10 -0,01 rF 0,20 0,17 0,10 0,26 -0,20 0,46** -0,38* rG 0,24 0,13 0,00 0,31 -0,22 0,61 -0,51 ALTIN ALTPL CLMV rE NTVP NMSV 0,36 -0,20 -0,13 0,16 0,32 rF -0,01 0,75** -0,30 -0,61** 0,30 0,07 rG 0,02 0,70 -0,37 -0,87 0,11 0,08 -0,06 CICLO PROD ++ -0,08 0,09 0,56 0,07 rF 0,55** -0,43** 0,17 0,24 0,26 rG 0,79 -0,48 0,20 0,38 0,28 0,13 + 0,09 0,01 0,20 -0,33 rF -0,52** -0,37* 0,42** 0,42** rG -0,67 -0,54 0,22 rE PMG ++ 0,83 rE NMSP + 0,29 rE 0,10 + -0,23 + 0,49 + -0,01 0,66 0,32 rF 0,22 0,35* -0,37* rG 0,24 0,51 -0,38 rE 0,03 -0,13 -0,27 rF -0,07 -0,23 rG -0,10 -0,24 rE 0,00 -0,21 rF 0,12 rG 0,02 ++ rE 0,46 1/ FLORESC = número de dias para o florescimento; ALTIN = altura média de inserção da primeira vagem; ALTPL = altura média final de planta; CLMV = comprimento longitudinal médio das vagens; NTVP = número total médio de vagens por planta; NMSV = número médio de sementes por vagem; NMSP = número médio de sementes por planta; PMG = peso médio de grãos; CICLO = ciclo; PROD = produtividade de grão; PHEC = peso de hectolitro. ** *: significativo a 1 e 5% de probabilidade pelo teste t. ++ +: significativo a 1 e 5% de probabilidade pelo método de Bootstrap. 42 75% das correlações), demonstrando que os fatores genéticos têm maior influência na determinação das correlações que os fatores ambientais para a expressão desses caracteres. Para determinar a magnitude das correlações, foi adotada a classificação proposta por Shimakura e Ribeiro Junior (2012). Do total de 55 correlações fenotípicas, apenas 36,36% foram significativas pelo teste t, independe da significância estatística (1 ou 5%). Sendo apenas 1,82% consideradas fortes; 21,82% moderadas; 34,55% fracas; e 41,81% muito fracas. Na porcentagem acumulada das correlações, apenas 23,64% enquadraram-se entre moderada e forte. Para (Coimbra et al. 2000) tais correlações determinam a associação entre caracteres provenientes dos efeitos ambientais e genéticos, sendo esta a responsável pela fração a ser herdável pelas progênies. A correlação genotípica apresentou grande relação entre a fenotípica, pelo método de Bootstrap com 1000 simulações. Entre as correlações genéticas e ambientais ocorreram diferença nos sinais para 32,73% das combinações, neste caso indicando que as causas de variação genética e ambiental influenciaram os caracteres por meio de diferentes mecanismos fisiológicos (Falconer, 1981). Na classificação genotípica 9,09% foram consideradas fortes; 25,45% moderadas; 30,91% fracas; e 34,55% muito fracas, e na porcentagem acumulada, 34,54% enquadraram-se entre moderada e forte. O caráter florescimento apresentou correlação forte com CICLO (0,78), moderada negativa para NTVP (-0,48) e correlação moderada positiva com ALTIN (0,61) e NMSV (0,63), variando entre muito fraca e fraca para os demais caracteres avaliados. Os caracteres com correlação de forte à moderada são os de maior importância na seleção desses acessos de feijoeiros mais precoces, servindo de base na seleção desses acessos por meio de seleção indireta. Segundo Ribeiro et al. (2001) é possível alcançar ganhos por meio da seleção indireta, se um ou mais caracteres apresentarem correlação genética favorável. Para altura de planta (ALTPL) a correlação com produtividade foi classificada em moderada, e apresentou correlação positiva para a maioria dos caracteres avaliados, exceto para NMSV e CICLO, tendo este correlação muito fraca e negativa. Os caracteres CLMV, NMSV, CICLO e PHEC foram as variáveis que apresentaram menor correlação com ALTPL. Segundo Montardo et al. (2003) a 43 razão para baixa correlação entre variáveis é a ocorrência de pouca variabilidade em uma das mesmas, uma vez que esse tipo de análise procura identificar uma eventual associação na variação das características em estudo. As combinações formadas foram classificadas em forte, com correlações positivas para número total de vagens por planta com NMSP (0,70), número médio de sementes por vagens com NMSP (0,79). Correlação forte e negativa foi encontrada apena entre número total de vagens por planta e CICLO (-0,87). As maiorias das correlações genotípicas foram mais elevadas do que as correlações fenotípicas e de mesmo sinal, indicando menor influência do ambiente na expressão dos caracteres. Esses resultados são concordantes com os obtidos em outras pesquisas (Almeida et al., 2010; Nogueira et al., 2012). As correlações formadas pela combinação entre FLORESC e NMSP, número médio de vagem por planta com NMSP e PROD, comprimento longitudinal médio de vagens com NMSV e NMSP, número médio de sementes por planta e PROD, e PROD e PHEC apresentam magnitude de coeficientes de correlação genotípica menor que as correlações fenotípicas. Valores das correlações fenotípicas maiores, indica que a expressão fenotípica é reduzida devido às influências do ambiente. Desta forma, as correlações fenotípicas podem ser úteis na ausência das estimativas das correlações genotípicas (Zoz, 2012). Das 55 correlações correlação ambiental formadas, apenas 14,56% foram significativas a 1 ou 5% de significância pelo método de Bootstrap com 1000 simulações. Em vários caracteres, as correlações ambientais apresentaram diferença de magnitude e de sinal, em relação às correlações fenotípicas e genotípicas, onde a diferença de sinal e magnitude indica que o ambiente pode interferir na seleção direta (Falconer, 1981). Apesar de apresentar grande utilidade na quantificação da magnitude e direção da influência de componentes na determinação dos caracteres principais, os coeficientes de correlação não forneceram a importância relativa dos efeitos diretos e indiretos de tais componentes (Silva et al., 2009). Estes podem ser determinados por meio da análise de trilha, com o desdobramento do coeficiente de correlação para os caracteres analisados, em efeito direto e indireto, proporcionando maior confiabilidade nas interpretações de causa e efeito entre as características estudadas. 44 O coeficiente de determinação (R2) da análise de trilha (Tabela 8) foi equivalente a 71,6% indicando que a produtividade de grãos pode ser explicada por meio dos efeitos dos caracteres analisados. Os efeitos diretos e indiretos dos caracteres FLORESC, ALTIN, ALTPL, NTVP, CMLV, NMSV, NMSP, PMG, CICLO e PHEC sobre a variável básica PROD variaram em magnitude e sinal. As estimativas dos efeitos diretos dos caracteres sobre a produtividade de grão mostraram que os caracteres NMSP (0,8014) e PMG (0,6414) apresentaram maiores estimativas dos efeitos diretos, com valores de alta magnitude e positivos, demonstrando existência de uma forte associação entre os caracteres. Efeitos diretos positivos são observados para as variáveis primárias ALTPL, CICLO, PHEC e CMLV, variando de 0,0080 à 0,3435, compensando os efeitos diretos das variáveis NMSP, ALTIN, NMSV e FLORESC por serem de baixa magnitude e negativos, evidenciando a baixa contribuição dessas variáveis para a variável PROD. Barili et al. (2011), estudando os efeitos diretos dos componentes sobre o rendimento de grãos na cultura do feijoeiro, também obtiveram valores semelhantes, evidenciando assim que os efeitos diretos para a cultura são bons preditores da correlação genética, possibilitando a seleção para rendimento de grãos por meio de seus componentes primários. Os caracteres NMSP e PMG apresentaram valores mais elevados tanto no efeito indireto de (0,4212 e 0,3541 respectivamente), como na correlação (0,8014 e 0,6414 respectivamente). Esse resultado permite inferir que genótipos com maior produtividade de grãos podem ser obtidos a partir da seleção para maior número médio de sementes por planta e maior peso médio de grãos. Os caráteres FLORESC (-0,0897), ALTIN (-0,3151) e CICLO (-0,0685) apresentaram efeito indireto de correlação negativa e de baixa magnitude com a produtividade de grãos. Correlações positivas foram encontradas para os demais caracteres analisados, com destaque para CLMV e NMSP por apresentar correlação moderado, acima de 0,4. O carácter NTVP (-0,1277) apresentou baixa e negativa correlação com a produtividade de grãos, entretanto o mesmo teve efeito indireto de alta magnitude via NMSP sobre a produtividade de grãos (0,6025). Assim, a seleção baseada 45 Tabela 8. Efeitos diretos e indiretos das variáveis primárias (FLORESC, ALTIN, ALTPL, NTVP, CMLV, NMSV, CMLV, NMSV, NMSP, PMG, CICLO e PHEC) sobre a variável básica (PROD) em 40 acessos tradicionais de feijoeiros (Cáceres-MT, 2013). Caracteres Efeito Direto Efeito Indireto FLORESC ALTIN ALTPL CLMV NTVP NMSV NMSP PMG CICLO PHEC ------------------------------------------------------------------------- Produção de grão ------------------------------------------------------------------------FLORESC -0,0400 ALTIN -0,0850 -0,0171 ALTPL 0,0080 0,0042 -0,0149 CLMV 0,3435 0,0032 0,0163 0,0015 NTVP -0,1277 0,0133 0,0417 0,0010 0,0681 NMSV -0,0510 -0,0215 -0,0006 -0,0004 0,0573 0,0011 NMSP 0,8014 -0,0016 0,0277 0,0014 0,0360 -0,0960 -0,0278 PMG 0,6414 0,0098 0,0026 0,0015 0,0883 0,0373 0,0218 -0,4154 CICLO 0,2068 -0,0272 -0,0378 -0,0012 -0,0703 0,0778 -0,0088 -0,2972 0,1396 PHEC 0,2140 0,0030 0,0085 0,0003 -0,1293 -0,0095 -0,0133 0,3347 -0,2353 -0,0485 -0,0897 -0,3151 0,2925 0,4569 0,3020 0,3020 0,4212 0,3541 -0,0685 Efeito Total Determinação (R 2 0,123) Efeito residual (ρˆ є -0,0364 -0,0008 -0,0279 0,0013 0,0427 -0,0274 0,0332 -0,1577 0,1409 -0,0162 -0,0662 0,0627 -0,0004 -0,2611 -0,0197 0,0919 -0,0210 0,0652 -0,0163 0,0028 0,1378 0,1278 -0,0314 -0,0253 -0,0085 0,0840 0,1649 -0,0423 -0,0810 0,0004 0,6025 -0,1876 -0,1259 0,0160 0,4380 -0,2743 0,0357 0,0560 -0,3324 -0,0767 0,0893 0,0092 0,0450 -0,0790 -0,0500 0,1243 0,716 0,533 1/ FLORESC = número de dias para o florescimento; ALTIN = altura média de inserção da primeira vagem; ALTPL = altura média final de planta; CLMV = comprimento longitudinal médio das vagens; NTVP = número total médio de vagens por planta; NMSV = número médio de sementes por vagem; NMSP = número médio de sementes por planta; PMG = peso médio de grãos; CICLO = ciclo; PROD = produtividade de grão; PHEC = peso de hectolitro. 46 apenas no NTVP não será eficaz, sendo interessante fazer seleção simultânea para NTVP e NMSP. Cruz e Regazzi (2001) ressaltam que para fins de melhoramento é importante verificar entre as características que possuem alta correlação com a variável principal, aqueles de maior efeito direto em sentido favorável à seleção, de tal forma que a resposta correlacionada por meio da seleção indireta seja eficiente. 4.4 Análise Multivariada 4.4.1 Distância Generalizada de Mahalanobis Com as medidas de dissimilaridade genética com base distância generalizada de Mahalanobis ( Dii2' ) em relação às onze características morfoagronômicas avaliadas (Tabela 9), pôde-se verificar que a combinação mais divergente ocorreu entre os acessos 4 e 20, que apresentaram valor de dissimilaridade de Dii2' =422,79%, pois o acesso 4 faz parte do grupo gênico Mesoamericano e o 20 do grupo gênico Andino. Já a combinação com menor magnitude no valor de dissimilaridade ( Dii2' =2,23%) foi entre os acessos 13 e 26, sendo estes os mais similares entre os demais analisados. A grande amplitude do valor de Dii2' revelam a grande variabilidade genética existente neste grupo de acessos estudados, o que torna possível a identificação de genitores para a formação de uma população com ampla base genética, aumentando deste modo, a probabilidade de obtenção de acessos superiores nas gerações segregantes (Oliveira et al., 2003). Para as distâncias apresentadas entre as combinações formadas pelos demais acessos avaliados, resultados elevados de dissimilaridade foram alcançados para as combinações entre o acesso 20 e os acessos 2, 9, 10, 11, 13, 18, 26, 28, 32 e 36, com valores de dissimilaridade de 347,64%, 364,15%, 400,57%, 324,71%, 302,84%, 330,55%, 326,03%, 326,57% e 324,64%, respectivamente, indicando maior divergência genética entre esses acessos. 47 Tabela 9. Dissimilaridade entre 40 acessos de feijoeiro, em relação a 11 caracteres, com base na Distância Generalizada de Mahalanobis ( Dii2' ), (Cáceres-MT, 2013). Ac 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 1 0,00 2 88,48 0,00 3 4 5 6 7 8 9 115,89 102,24 70,91 67,10 83,15 12,48 72,53 131,55 23,75 82,30 91,74 74,75 93,25 10,34 0,00 195,15 170,57 171,87 217,67 133,47 159,05 0,00 82,42 94,97 90,45 83,64 7,74 0,00 11,76 21,14 91,41 71,44 0,00 19,50 90,80 83,81 0,00 115,26 74,61 0,00 66,12 0,00 10 94,17 86,26 241,35 57,57 35,03 63,26 60,19 88,46 63,16 0,00 11 121,62 5,97 160,08 32,10 103,40 118,12 90,31 124,74 17,74 105,28 0,00 Continua... 48 Tabela 9, Continuação. Ac 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 12 50,61 30,02 101,99 58,58 31,38 27,69 27,98 74,09 40,70 72,67 50,57 0,00 13 57,89 11,78 127,51 18,69 82,10 95,16 88,45 50,38 8,30 65,82 23,54 39,72 0,00 14 12,02 84,92 120,81 80,96 96,08 90,41 115,65 2,58 61,48 98,15 114,77 68,57 47,00 0,00 15 89,42 78,56 197,01 78,12 8,65 12,28 18,61 109,45 70,71 40,11 96,73 31,57 85,91 109,30 0,00 16 55,02 28,56 61,55 61,69 88,94 87,76 92,51 62,18 38,64 126,26 44,95 29,98 32,52 53,23 102,51 0,00 17 98,39 80,38 205,56 66,48 14,96 19,26 21,53 107,55 71,07 34,90 97,89 35,71 82,84 111,10 12,26 97,73 0,00 18 59,54 13,77 127,83 26,11 60,02 78,38 65,89 69,02 10,01 64,35 23,58 28,99 13,34 62,60 63,65 34,43 69,69 0,00 19 57,46 97,89 198,24 65,74 33,11 46,59 71,87 51,14 65,06 21,21 126,84 71,17 69,52 58,43 48,53 103,92 49,31 69,53 0,00 20 159,60 347,64 125,61 422,79 236,39 209,23 278,48 217,16 364,99 364,15 400,57 208,97 324,71 207,31 268,25 229,16 295,10 302,84 289,20 0,00 21 50,96 61,34 146,52 68,04 16,60 7,00 18,43 69,17 54,83 64,02 85,38 14,90 66,73 67,48 18,84 52,42 22,04 52,87 46,82 219,98 0,00 Continua... 49 Tabela 9, Continuação. Ac 22 66,45 23 24,87 24 62,81 25 43,36 26 68,67 27 28,01 28 82,71 29 30,75 30 54,28 31 42,06 65,02 165,54 36,57 122,29 84,24 151,21 39,11 90,21 10,66 125,41 41,07 63,39 13,34 119,57 86,59 153,99 16,65 114,91 17,53 139,29 62,82 41,47 99,97 61,19 14,81 66,46 17,73 76,26 25,02 25,71 11,19 6,22 40,20 45,22 5,80 11,45 26,65 32,68 77,35 90,11 65,85 79,84 67,01 81,44 27,76 30,42 65,43 75,20 58,95 67,65 19,18 79,60 45,67 36,24 23,72 91,48 40,56 62,93 89,04 59,02 83,50 36,49 87,35 74,78 53,32 34,36 76,89 47,94 53,10 45,58 55,94 26,05 77,86 38,21 7,17 42,80 11,30 64,67 16,50 11,65 10 11 48,30 87,02 59,94 60,78 58,84 105,66 74,91 55,09 63,64 19,48 84,60 61,98 63,26 20,40 47,40 122,22 51,99 31,67 55,25 29,82 12 20,17 69,65 18,16 26,13 28,59 89,31 11,01 43,25 40,06 2,23 28,94 26,14 37,95 10,90 42,75 66,19 30,26 4,87 27,50 10,76 79,14 7,49 35,69 51,85 92,18 12,43 58,12 33,64 54,34 78,77 34,11 84,58 69,47 65,54 42,10 44,31 44,66 65,58 41,01 64,33 69,77 31,05 81,78 28,80 34,33 18,67 40,05 69,86 35,71 28,07 11,60 56,05 50,16 17,57 31,36 62,94 44,31 23,73 76,88 14,74 82,38 25,13 68,69 17,63 46,67 65,64 64,52 19,80 59,80 10,68 41,62 246,06 46,90 235,45 47,12 200,53 62,80 195,30 66,69 330,55 74,07 190,55 67,45 326,03 19,67 223,51 57,58 289,50 55,60 295,45 4,10 24,57 14,69 17,95 64,71 54,29 60,70 21,84 54,88 41,75 0,00 33,58 0,00 13,52 43,37 22,85 17,33 64,55 32,47 65,03 18,28 56,05 39,65 25,70 25,33 53,43 28,53 48,71 14,04 0,00 19,91 0,00 84,77 41,29 64,77 22,62 73,06 35,10 31,20 38,57 72,24 37,38 64,02 30,33 0,00 32,17 0,00 4,00 39,32 69,69 50,01 4,57 24,82 14,62 23,11 0,00 72,20 9,15 25,46 0,00 55,58 0,00 50,23 14,95 1 2 3 4 5 6 7 8 9 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 0,00 32 33 34 35 36 37 38 39 40 Continua... 50 Tabela 9. Continuação. Ac 1 32 65,31 33 37,25 34 86,02 35 78,07 36 113,20 37 68,80 38 64,46 39 46,31 40 62,62 2 15,18 36,24 19,25 235,02 73,97 50,39 37,77 84,34 66,99 3 131,93 80,12 110,95 93,43 198,16 143,42 142,51 122,95 155,59 4 12,92 59,27 51,16 287,65 64,56 68,58 50,89 96,37 71,03 5 67,99 31,15 45,46 144,06 20,55 10,13 13,05 19,98 7,03 6 81,15 37,43 62,34 123,83 33,68 27,99 27,24 33,94 23,04 7 73,78 50,27 52,46 175,73 44,99 24,53 22,24 53,14 28,48 8 56,01 53,36 107,46 120,01 123,06 90,81 84,99 70,15 85,69 9 10,67 35,61 29,19 239,70 69,38 50,02 38,05 69,83 55,74 10 55,27 75,27 82,74 246,83 27,38 45,06 39,14 72,90 42,24 11 27,33 55,19 25,46 281,32 97,93 64,62 56,75 107,56 85,57 12 33,10 12,51 21,96 122,71 44,95 20,40 12,07 37,67 26,54 13 6,64 35,68 38,43 213,02 77,81 55,93 44,38 78,57 66,24 14 54,16 50,70 101,33 114,35 128,23 94,73 86,57 71,85 87,68 15 72,83 41,46 53,13 170,72 22,63 19,40 18,13 35,96 13,65 16 30,10 25,70 31,92 138,36 107,17 64,48 55,14 70,54 79,20 17 57,20 53,39 63,05 189,88 22,81 29,00 23,72 57,55 26,49 18 15,40 24,69 18,49 194,92 69,58 38,44 26,62 50,26 38,28 19 63,67 58,67 85,04 184,41 37,58 52,03 47,84 49,54 42,51 20 326,57 193,20 283,87 19,17 324,64 248,95 261,05 185,59 234,95 21 53,48 22,10 41,65 123,66 39,25 23,51 18,68 28,97 22,84 22 54,73 28,03 46,54 145,81 26,98 21,07 16,82 31,69 18,20 23 21,64 16,08 35,25 133,08 60,73 32,23 20,29 32,30 28,51 24 81,71 24,31 42,19 116,35 37,26 12,15 18,15 12,23 9,91 25 38,36 2,99 16,85 107,66 57,93 16,36 15,71 14,53 16,27 26 7,74 34,58 33,76 220,29 69,64 53,10 43,68 77,11 63,43 27 25,95 18,78 39,38 106,98 91,76 46,56 40,49 46,41 51,94 28 14,73 29,62 26,75 219,56 58,14 44,27 38,04 67,25 53,39 29 59,29 32,91 71,69 122,67 47,04 37,99 33,41 29,68 34,94 30 9,39 30,38 39,16 187,78 58,78 45,97 36,24 70,30 56,04 31 9,78 30,92 31,22 184,26 69,96 44,04 32,19 61,99 49,42 32 0,00 36,04 36,43 211,16 63,93 50,07 35,74 76,50 58,03 0,00 18,28 106,93 56,44 16,64 17,12 15,09 20,59 0,00 186,40 55,92 21,07 19,24 41,90 34,17 0,00 224,05 153,96 161,40 101,13 141,84 0,00 28,45 21,29 60,80 32,00 0,00 5,44 19,50 8,38 0,00 25,42 9,15 0,00 10,94 33 34 35 36 37 38 39 0,00 40 51 Menores valores de dissimilaridade também foram encontrados para as combinações geradas entre o acesso 5 com o acesso 24 (5,80%), o acesso 26, combinado com os 28 (4,00%) e 30 (4,57%), o acesso 30 com o acesso 13 (4,87%), e o acesso 22 combinado com o acesso 21 (4,10%). Menor dissimilaridade também foi observado entre o acesso 37 e acesso 38 (5,44%), acesso 2 com o 11 (5,97%), o cesso 8 com o 14 (2,58%) e o acesso 25 com o 33 (2,99%). O emprego das análises multivariadas, a partir das medidas de dissimilaridade, aumenta a probabilidade de se obter genótipos superiores nas gerações segregantes (Carvalho et al., 2003). Sobretudo quando se realiza o cruzamento entre indivíduos de grupos mais afastados, gerados por estas análises (Karasawa et al., 2005). 4.4.2 Análise de Agrupamento Pelo Método Tocher e UPGMA Na análise de agrupamento com a utilização do método de otimização de Tocher, fundamentado na matriz de dissimilaridade, com base em onze características morfoagrômicas, possibilitou as distribuições dos acessos avaliados em quatro grupos distintos (Tabela 10). Sendo o grupo I composto pelo maior número de acessos, alocando 85,0% dos acessos neste grupo (representando 33 dos 40 acessos avaliados), o grupo II foi composto pelos acessos 8, 14 e 1, sendo estes do grupo gênico Mesoamericano, do grupo comercial Manteigão. Já o grupo III formado pelo acesso 20 e 35 e o grupo IV por apenas o acesso 3 alocaram apenas acessos do grupo gênico Andino, de forma a alocar os acessos mais divergentes nos grupos diferentes. No grupo I foram alocados os acessos pertencentes ao grupo comercial Carioca, Mulatinho, Outro e Roxo. A maior dissimilaridade neste grupo (21,20%) foi representada entre os acessos 13 e 10, já os acessos menos dissimilares (2,22%) agrupados neste grupo foram os acessos 13 e 26. O grupo II apresentou maior dissimilaridade para os acessos 1 e 14 com 12,02% de dissimilaridade e a menor dissimilaridade entre os acessos 8 e 14 (2,57%). Já o grupo III formado pelos acessos 20 e 35 apresentou dissimilaridade de 19,16%, e o acesso 3 foi o único constituinte do grupo IV. 52 O método de otimização de Tocher alocou os acessos mais divergentes de forma isolada em grupo distinto. Resultado semelhante foram verificado por Barelli et al. (2009) e Coelho et al. (2010) avaliando genótipos feijoeiros crioulos, separando os mesmo em grupos com números de representantes diferenciados, com grande maioria ordenados em um único grupo e a ocorrência de alguns genótipos isolados em grupos distintos. Tabela 10. Representação do agrupamento gerado pelo método de otimização de Tocher com base na dissimilaridade entre os 40 acessos de feijoeiro (Cáceres-MT, 2013). Grupos Acessos % de acessos I 13, 26, 30, 32, 28, 9, 2, 18, 31, 4, 11, 23, 34, 33, 12, 85,0 25, 38, 27, 16, 37, 21, 40, 22, 5, 39, 24, 15, 29, 17, 6, 7, 36, 19 e 10 II 8, 14 e 1 7,5 III 20 e 35 5,0 IV 3 2,5 Total 40 100,0 Com o método de otimização de Tocher também foi estimada a dissimilaridade intra e intergrupos (Tabela 11). Onde a maior distância média intragrupo foi observada no grupo I (dI = 44,83), enquanto que a menor distância intragrupo foi verificada no grupo II (dII = 9,02). A distância intergrupo de menor proporção foi observada entre os grupos I e II (dI;II = 72,55). Por outro lado a distância intergrupos mais elevada foi verificada entre os grupos I e III (dI;III = 224,37), apresentando valores mais elevados de divergência genética. Resultados referentes à distância intergrupos são úteis para escolha de progenitores para cruzamentos, sugerindo que a descendência do cruzamento entre os acessos dos grupos I e III (grupo mais divergente) possuiria base genética mais ampla, proporcionando ganhos superiores a cruzamentos resultantes entre os acessos descendentes dos grupos I e II (grupo menos divergentes), ou seja, os 53 cruzamentos desses acessos pertencentes a esses grupos, ou até mesmo cruzamento entre acessos de um mesmo grupo reduz a possibilidade de obtenção de genótipos superiores. Resultados semelhantes foram encontrados por Campos et al. (2010) caracterizando e quantificando a divergência genética em acessos de mandioca aplicando a dois métodos de agrupamento, obtiveram resultados semelhante, alocando acessos previamente definidos como mais divergentes de forma isolada em grupos distintos, além de separar, intergrupos e intragrupo, os grupos mais divergentes e os mais similares. Tabela 11. Distâncias médias intra e intergrupos estimadas pelo método de otimização de Tocher com base na dissimilaridade entre os 40 acessos de feijoeiro (Cáceres – MT, 2013). I I II 44,83 II III IV 72,55 224,37 145,44 9,02 149,41 123,39 19,17 109,52 III IV - Com a análise realizada pelo método Hierárquico UPGMA (Figura 1), observou-se a distinção entre os acessos avaliados, possibilitando a formação de três grupos distintos, sendo o grupo I subdividido em a e b, apresentando semelhança aos agrupamentos gerados pelo método de Tocher, onde dentro de cada agrupamento tem-se acessos com características similares e entre os agrupamentos verifica características distintas para os acessos analisados. Dentre os acessos analisados, a maior distância genética foi obtida entre os acessos 4 e 20 (417,93) e a menor distância entre os acessos 13 e 26 (1,52). Com a distância identificada entre um grupo formado e os demais acessos analisados, calculando a similaridade entre os acessos para formação dos grupos, gerando uma divisão de quatro grupos distintos, distribuindo os acessos similares em mesmo grupo. 54 Figura 1. Dendrograma representativo do agrupamento de 40 acessos de feijoeiro, pelo Método UPGMA, com base na dissimilaridade estimada a partir de onze características morfoagronômicas (Cáceres-MT, 2013). 55 Dos grupos formados com o dendrograma, o grupo I, constituído por 21 dos acessos analisados, foi subdividido, alocando os acessos 34, 18, 31,4, 9, 2, 11, 32, 13, 26, 28 e 30 no subgrupo I.a, tendo como principal característica o maior número de vagens por planta, maior de sementes por planta e maior peso de hectolitro, combinado com menor comprimento longitudinal de vagens, menor peso médio de grãos, menor ciclo e menor produtividade de grão se comparado com os demais grupos. No subgrupo I.b foram alocados os acessos 1, 8, 14, 16, 27, 23, 12, 25, e 33, por apresentar maiores altura de planta e comprimento longitudinal médio de vagem. O grupo II formado por 16 acessos, representado pelos 10, 36, 7, 37, 38, 15, 40, 5, 24, 17, 6, 21, 22, 39, 19, e 29, tendo como principal característica para formação do grupo por apresentarem maior número de dias para florescimento, maior altura de inserção da primeira vagem, maior número de sementes por vagens e maior ciclo da cultura. Combinado com menor altura final de planta e menor número de vagens por planta. O grupo III formado apenas por três dos 40 acessos avaliados (3, 20 e 35) teve como característica principal para a alocação desses acessos neste grupo maior peso médio de grãos e maior produtividade, por caracterizarem com materiais pertencentes ao grupo gênico Andino, aliado a um menor número de dias para florescimento, altura de inserção da primeira vagem, número de sementes por vagens, número de sementes por planta e peso de hectolitro se comparado com os demais acessos avaliados. Desta forma, recomenda-se o cruzamento de acessos com comportamento superior dos diferentes grupos formados, com a finalidade de obtenção de ganhos genéticos. Silva et al. (2007) ressalva que o cruzamento de indivíduos que apresentam elevada distância genética possibilita selecionar genitores, formando populações de interesse para o melhoramento, assumindo que genótipos superiores e geneticamente dissimilares têm grande probabilidade de originarem populações com ampla variabilidade genética. Com base no coeficiente de correlação cofenética (CCC), aplicado aos métodos de agrupamento pelo teste t, observou-se valores significativos para o método de agrupamento médio entre grupos (UPGMA), com r=0,84 (a 1% de 56 probabilidade – P<0,01) com ajuste satisfatório, demostrando confiabilidade na relação entre a matriz de dissimilaridade e o dendrograma gerado pelo UPGMA. Rohlf (2000) obteve valor de coeficiente de correlação cofenética do dendrograma de r=0,80. Segundo os autores, este valor é considerado satisfatório ao correlacionar a representação gráfica das distâncias e a sua matriz original, possibilitando a realização de inferências por meio da avaliação visual. Coelho et al. (2007) avaliando 20 acessos de feijoeiro, fazendo uso da matriz de dissimilaridade para obtenção da representação gráfica, obtiveram confiabilidade no ajuste, por alcançarem valores semelhantes do coeficiente de correlação cofenética (r=0,83). 4.5 Variáveis Canônicas As estimativas dos autovalores (i) correspondentes à cada Variáveis Canônicas (VCi), a variâncias percentuais e acumuladas e os coeficientes de ponderação (Autovetores) associados as variáveis originais são apresentados no Tabela 12. Após a avaliação de 11 variáveis canônicas, observou-se que as três primeiras variáveis foram suficientes para explicarem mais de 83% da variação total, de modo que a divergência genética pode ser avaliada num espaço tridimensional (influenciada por um conjunto n-dimensional, sendo n=11 caracteres estudados) facilitando a interpretação geométrica. Para a análise da divergência genética entre os acessos de feijoeiro, as três primeiras variáveis canônicas, foram suficientes para explicar 83,44% da variação total analisada, sendo 42,57% para a primeira, 27,88% para a segunda e 12,98% para a terceira, as quais foram utilizadas para indicar os caracteres de maior importância, e as de menor importância para as três ultimas variáveis canônicas com menos de 1% de importância, apresentando 0,92%, 0,84% e 0,35%, respectivamente. Bonett et al. (2006) avaliando a divergência genética em acessos de feijoeiros comum através de variáveis canônicas observaram que as três primeiras variáveis explicaram 82,88% da variação total, indicando que a diversidade genética pode ser demonstrada no espaço bidimensional, possibilitando a utilização de 57 Tabela 12. Estimativas dos autovalores (i) correspondentes às percentagens de variação, explicada pelas variáveis canônicas (VCi), e coeficiente de ponderação (autovetores) de 11 características, avaliadas em 40 acessos de feijoeiro tradicionais (Cáceres, 2013). Autovalores VCi Autovetores associados i Acum. (%) VC1 42,57 42,57 -0,039 0,000 VC 2 27,88 70,45 1,053 VC 3 12,98 83,44 VC 4 4,99 VC 5 FLORESC ALTIN ALTPL CMLV NTVP NMSV NMSP PMG -0,089 -0,029 0,660 0,498 -0,013 0,015 0,087 -0,252 -0,317 -0,454 -0,145 0,032 -0,037 -0,031 -1,387 0,068 88,43 0,215 0,259 0,035 0,147 0,120 0,026 3,76 92,19 -0,002 -0,045 -0,138 -0,116 -0,097 1,662 VC 6 2,57 94,76 0,243 -0,056 0,065 0,201 1,509 -0,568 -0,063 -0,023 VC 7 1,81 96,57 -0,509 0,005 0,128 -0,327 0,224 -0,075 0,028 -0,145 VC 8 1,31 97,88 0,163 -0,069 0,218 -0,095 -0,171 0,303 VC 9 0,92 98,80 -0,020 -0,063 0,155 0,137 -0,361 -0,174 VC 10 0,84 99,65 -0,302 -0,011 0,079 0,112 0,538 0,287 0,032 0,067 VC 11 0,35 100,00 0,070 -0,030 -0,040 -0,318 0,272 -1,588 0,092 0,011 -0,013 1/ CICLO PROD PHEC 0,691 0,010 0,001 -0,126 0,038 0,082 0,166 0,000 0,059 0,026 0,285 0,027 -0,001 0,643 -0,027 -0,052 -0,019 0,024 0,048 0,001 0,074 0,001 -0,013 0,013 -0,000 0,468 0,063 -0,051 0,042 0,001 -0,101 0,170 -0,156 -0,001 -0,056 0,002 -0,023 0,134 -0,001 0,090 -0,018 -0,040 0,005 -0,000 -0,069 FLORESC = número de dias para o florescimento; ALTIN = altura média de inserção da primeira vagem; ALTPL = altura média final de planta; CLMV = comprimento longitudinal médio das vagens; NTVP = número total médio de vagens por planta; NMSV = número médio de sementes por vagem; NMSP = número médio de sementes por planta; PMG = peso médio de grãos; CICLO = ciclo; PROD = produtividade de grão; PHEC = peso de hectolitro. 58 métodos de dispersão gráfica para a visualização da distância genética entre os tratamentos. Resultados semelhantes foram alcançados também por (Coelho et al. 2007) e (Cabral et al. 2011) também avaliando a divergência genética em feijão comum, obtiveram porcentagens superiores a 80% para as três primeiras variáveis canônicas analisadas. Já Barelli et al. (2009) avaliando a divergência genética entre 35 cultivares tradicionais de feijoeiro obtiveram 81,90% de variação total com apenas as duas primeiras variáveis canônicas avaliadas, demostrando a existência de ampla divergência genética entre as cultivares avaliadas no estudo, possibilitando a utilização dos mesmos em futuros trabalhos de melhoramento genético envolvendo cruzamentos. A variável canônica VC1, que explicou 42,57% da variância total, está associado a um contraste entre grupos de variáveis, com maior peso neste componente os caracteres NTVP e PMG, contribuindo significativamente para a variabilidade das populações com 0,660 e 0,691, respectivamente, sendo as variáveis mais significativas à seleção. As características menos discriminantes para o VC1, foram PHECT, FLORESC, ALTPL, CMLV e NMSP, para VC2 foram NMSP, NTVP e CLMV. Para VC3, os caracteres menos descriminantes foram NMSV, FLORESC, ALTPL, CMLV e PROD, sendo os mesmos menos significativos para seleção. Com base na dispersão gráfica relacionada às três primeiras variáveis canônicas, dispostas no espaço tridimensional (Figura 2), possibilitando a formação de 9 grupos para divisão dos acessos analisados. Ordenando os acessos similares em grupos semelhantes identificando e isolando os acessos mais divergentes em grupos distintos, indicando grande divergência genética entre os 40 acessos de feijoeiro. Cruz et al. (2012) ressaltam que a análise por variáveis canônicas se torna viável para estudos de divergência genética por meio de projeções em gráficos de dispersão apenas quando as duas ou três primeiras variáveis canônicas concentram grande proporção da variância total acima de 80%. 59 Figura 2. Dispersão gráfica em 3D dos 40 acessos de feijoeiros em relação às três primeiras variáveis canônicas estabelecidas pela combinação de onze características morfoagronômicas avaliadas em 40 acessos (Cáceres-MT, 2013). 4.6 Importância Relativa dos Caracteres A análise de contribuição relativa de cada um dos 11 caracteres entre os 40 acessos de feijoeiro (Tabela 13) possibilitou a avaliação da divergência genética entre os acessos analisados, identificando os caracteres de maior importância. Pôde-se observar que o caráter com maior contribuição para a determinação da dissimilaridade genética entre os acessos avaliados foi peso médio de grãos com contribuição relativa de 37,62%, seguido pelos caracteres florescimento (17,42%), 60 peso hectolitro (10,01%), ciclo (8,73%), comprimento médio longitudinal de vagem (7,66%) e número médio de vagens por planta (6,35%) tendo maior peso na avaliação da diversidade genética entre os 40 acessos de feijoeiro avaliados, somando 87,79% de toda a contribuição. Tais características apresentaram uma estimativa da contribuição relativa para a divergência relativamente elevada podendo ser priorizado nos estudos de divergência genética do feijão comum (Coimbra et al., 1999). Tabela 13. Contribuição relativa de 11 caracteres morfoagronômicos avaliadas para a divergência genética entre os 40 acessos de feijoeiro (Cáceres, 2013). Caracteres Avaliados S. j Contribuição (%) FLORESC 9457,77 17,42 ALTIN 2478,34 3,17 ALTPL 1720,52 4,57 CMLV 3448,51 7,66 NTVP 4155,87 6,35 NMSV 407,30 0,75 NMSP 207,30 0,38 PMG 20420,91 37,62 CICLO 4738,69 8,73 PROD 1812,68 3,34 PHEC 5434,23 10,01 1/ FLORESC = número de dias para o florescimento; ALTIN = altura média de inserção da primeira vagem; ALTPL = altura média final de planta; CLMV = comprimento longitudinal médio das vagens; NTVP = número total médio de vagens por planta; NMSV = número médio de sementes por vagem; NMSP = número médio de sementes por planta; PMG = peso médio de grãos; CICLO = ciclo; PROD = produtividade de grão; PHEC = peso de hectolitro. 61 Segundo Coelho et al. (2010), avaliando diversidade de genótipos crioulos de feijão em dois anos de cultivo, entre 12 características avaliadas, o peso de 100 sementes foi o caractere que apresentou elevado poder discriminador e, portanto é altamente importante nos estudos de divergência genética. Para Ramalho et al. (1993) possivelmente por ser um caráter de herança qualitativa, pouco influenciado pelo ambiente e controlado por poucos genes. Segundo Coelho et al. (2007), em trabalhos desenvolvidos com subamostras de feijão, caracteres relacionados à produtividade são mais discriminantes em populações mais uniformes, contudo, entre genótipos crioulos, devido à alta heterogeneidade na produção, apresentam uma baixa discriminação. Segundo Benin et al. (2002) que avaliaram a diversidade genética entre genótipos de feijoeiro carioca, concluíu que as variáveis de maior importância foram o peso de sementes, rendimento de grãos e ciclo também contribuíram para a dissimilaridade genética. Cabral et al. (2011), avaliando a divergência genética em acessos de feijoeiro comum, avaliando a importância relativa de 18 caracteres agronômicos, encontraram resultados semelhante, apresentando maior contribuição relativa para o variável peso de 100 sementes (24,01%). Segundo Cruz e Carneiro (2006) as características que apresentam menor variabilidade são as de menor importância para estimar a diversidade entre indivíduos. Para melhor visualização da contribuição de todos os caracteres avaliados, as importâncias dos mesmos estão ilustradas na representação gráfica (Figura 3). Os caracteres número médio de sementes por vagem e número médio se sementes por planta juntos representaram menos de 1,2% de contribuição na determinação da dissimilaridade entre os acessos. Para NMSP por apresentar baixa contribuição na determinação da divergência genética, possibilitando o descarte da mesma, reduzindo, dessa forma, mão-de-obra, tempo e custo despendidos na experimentação. Cruz e Carneiro (2006) relataram que as características de menor importância para estimar a diversidade entre indivíduos são as que apresentam menor variabilidade ou que estão representadas por outras. Os resultados obtidos permitem a utilização dos acessos em futuros trabalhos de melhoramento genético, nos quais se pode explorar a variabilidade encontrada entre os acessos de feijoeiro comum analisados. 62 Segundo Abreu et al. (2004) os cruzamentos sugeridos podem ser realizados por meio de dialelo, de forma a confirmar os resultados empregando os métodos de análise multivariada, por estes serem de natureza preditiva, além de proporcionarem a avaliação de parâmetros como a heterose e capacidade de combinação geral e específica, com o cruzamento entre os genótipos. 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Figura 3. Visualização gráfica da contribuição relativa dos 11 caracteres morfoagronômicos avaliadas para a divergência genética entre os 40 acessos de feijoeiro (Cáceres, 2013). 63 5. CONCLUSÕES Os acessos tradicionais de feijoeiro avaliados do Banco Ativo de Germoplasma da UNEMAT-MT apresentam variabilidade genética quanto as características morfoagronômicas avaliadas, constituindo como potenciais fontes de interesse para o uso em cruzamentos, sendo promissores em programas de melhoramento com foco regional. 64 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, F. B.; LEAL, N. R.; RODRIGUES, R.; AMARAL JÚNIOR, A. T.; SILVA, D. J. H. Divergência genética entre acessos de feijão-de-vagem de hábito de crescimento indeterminado. Horticultura Brasileira. 22: 547 - 552, 2004. ALMEIDA, R. D. de; PELÚZIO, J. M.; AFERRI, F. S. Correlações fenotípicas, genotípicas e ambientais em soja cultivada em condições várze a irrigada, sul do Tocantins. Bioscience Journal. 26: 95 - 99, 2010. AMARAL JUNIOR, A. T. Análise dialélica de betacaroteno, vitamina C, sólidos solúveis e produção e variabilidade em cultivares de tomateiro (Licopersicon esculentum Mill.) via marcadores RAPD. 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