UNIJUÍ UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO

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UNIJUÍ
UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL
DCEEng
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
MINERAÇÃO DE DADOS NA GESTÃO ESCOLAR
PATRIC CECONI SPIES
Santa Rosa, RS - Brasil
Julho, 2015
2
PATRIC CECONI SPIES
MINERAÇÃO DE DADOS NA GESTÃO ESCOLAR
Trabalho
de
Conclusão
de
Curso
apresentado ao curso de Ciência da
Computação, do Departamento de Ciências
Exatas e Engenharias, da Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio
Grande do Sul, como requisito parcial para
obtenção do grau de Bacharel em Ciência da
Computação.
Orientador: Prof. Msc. Leonardo Minelli
Santa Rosa – RS
Julho, 2015
3
Dedico este trabalho
aos meus pais, irmão, a minha namorada e aos meus amigos e familiares
que sempre me apoiaram durante o desenvolvimento deste trabalho!
4
AGRADECIMENTO
Ao Professor Leonardo Minelli orientador deste trabalho, pela sua
dedicação.
Aos Curso de Ciência da Computação através de sua coordenação e
professores.
Aos colegas que ao logo de toda a minha caminhada sempre estavam
dispostos a auxiliar nas dificuldades encontradas.
5
“Comece fazendo o que é necessário,
depois o que é possível, e de repente
você estará fazendo o impossível.”
São Francisco de Assis
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Tabelas responsáveis pelos dados do estudante ...................................... 31
Figura 2: Tabelas responsáveis pela matricula ......................................................... 31
Figura 3: Tabelas responsáveis por gravar o resultado do estudante ....................... 32
Figura 4: Tabelas para o pré-processamento e limpeza ........................................... 33
Figura 5: Pré-processamento dos resultados dos estudantes................................... 33
Figura 6: Table input média final ............................................................................... 34
Figura 7: Database Lookup de resultados finais ....................................................... 35
Figura 8: Database Lookup de matriculas ................................................................. 36
Figura 9: Database Join de endereço do estudante .................................................. 37
Figura 10: Database Join de auxílio e legenda ......................................................... 37
Figura 11: Select Values dos resultados ................................................................... 38
Figura 12: Table Output de resultados ...................................................................... 38
Figura 13: Arquivo “.arff” de resultados ..................................................................... 39
Figura 14: Software WEKA........................................................................................ 40
Figura 15: Tela para carregar o arquivo “.arff”........................................................... 41
Figura 16: Configurações do algoritmo apriori........................................................... 42
Figura 17: Aba de associação ................................................................................... 43
Figura 18: Valores com os resultados dos estudantes .............................................. 44
Figura 19: Associação das evasões .......................................................................... 45
7
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Reprovações dos estudantes ................................................................... 46
Gráfico 2: Evasão dos estudantes............................................................................. 47
8
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Recursos .................................................................................................. 17
9
LISTA DE SIGLAS
ANSI – American National Standards Institute
ARFF - Attribute-Relation File Format
ARO - Army Research Office
BI – Business Intelligence
DARPA - Denfese Advanced Research Projects Agency
DCL - Data Control Language
DDL - Data Definition Language
DML - Data Manipulation Language
DQL - Data Query Language
ER – Entidade-Relacionamento
ETL – Extract Transform Load
GPL - General Public License
HP – Hewlett-Packard
IA – Inteligência Artificial
INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
ISO – International Standards Organization
KDD - Knowledge discovery in database
MEC – Ministério da Educação
MySQL – Gerenciador de Banco de Dados
NSF - National Science Foundation
PDI - Pentaho Data Integration
SGBD - Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados
SQL - Structured Query Language
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso
10
WEKA - Waikato Environment for Knowledge Analysis
11
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13
1.1
OBJETIVOS.................................................................................................... 14
1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 14
1.1.2 Objetivos Específicos................................................................................... 14
1.2
JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 15
1.3
METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS ......................................................... 16
1.4
RECURSOS ................................................................................................... 17
2.
ASPÉCTOS GERAIS DE MINERAÇÃO DE DADOS..................................... 18
2.1
IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO ................................................................ 18
2.2
BANCO DE DADOS ....................................................................................... 19
2.3
WEKA ............................................................................................................. 19
2.4
APRIORI ......................................................................................................... 20
2.5
ARFF .............................................................................................................. 21
2.6
KDD – KNOWLEDGE DISCOVERY IN DATABASE ...................................... 21
2.6.1 Seleção .......................................................................................................... 22
2.6.2 Pré-processamento e Limpeza .................................................................... 22
2.6.3 Transformação dos Dados ........................................................................... 22
2.6.4 Data Mining ................................................................................................... 23
2.6.5 Interpretação e Avaliação ............................................................................ 23
2.7
TÉCNICAS DE MINERAÇÃO DE DADOS ..................................................... 24
2.8
TAREFAS DE MINERAÇÃO DE DADOS ....................................................... 24
2.8.1 Classificação ................................................................................................. 25
2.8.2 Regressão ..................................................................................................... 25
2.8.3 Associação .................................................................................................... 25
12
2.8.4 Clusterização ................................................................................................ 26
2.8.5 Sumarização.................................................................................................. 26
2.9
PENTAHO – DATA INTEGRATION................................................................ 26
2.9.1 ETL ................................................................................................................. 26
2.10 MODELAGEM DE DADOS ............................................................................. 27
2.11 POSTGRESQL ............................................................................................... 27
2.12 SQL................................................................................................................. 28
3.
METODOLOGIA E FERRAMENTAS DE DESENVOLVIMENTO .................. 29
3.1
BANCO DE DADOS EDUCACIONAL............................................................. 30
3.1.1 Modelo ER ..................................................................................................... 30
3.2
SELEÇÃO ....................................................................................................... 32
3.3
PRÉ-PROCESSAMENTO E LIMPEZA ........................................................... 33
3.4
TRANSFORMAÇÃO DOS DADOS ................................................................ 39
3.5
DATA MINING ................................................................................................ 39
4.
ANÁLISE DOS RESULTADOS ...................................................................... 46
5.
CONCLUSÃO ................................................................................................. 49
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 50
13
INTRODUÇÃO
A mineração de dados é uma técnica que permite a retirada de informações
de um banco de dados com muitos registros. Tais informações são disponibilizadas
após serem efetuados processos de tratamento e análises dos dados existentes nesta
base, sendo esta tarefa um processo não facilitado por intermédio de métodos comuns
como: scripts SQL e análise de relatórios ou gráficos impressos por sistemas.
Selecionar os métodos a serem utilizados para localizar padrões nos dados,
seguida da efetiva busca por padrões de interesse numa forma particular de
representação ou conjunto de representações; busca pelo melhor ajuste dos
parâmetros do algoritmo para a tarefa em questão (SILVA, 2004, p. 13).
A mineração de dados está sendo utilizado hoje em diversas áreas. Um
exemplo é na medicina, onde se utiliza dela para analisar bases de dados com
informações referentes a doenças e a história médica dos pacientes. Assim, fazendo
o cruzamento das informações de sintomas apresentados pelas doenças com os que
o paciente está sentindo quando chega para a consulta, é possível conseguir um
diagnóstico prévio e aproximado do que será dado pelo médico, agilizando e
facilitando na hora da consulta. Além desta, a mineração de dados pode auxiliar em
outras áreas importantes da sociedade que estejam passando por problemas, como
a educação no que diz respeito à qualidade de ensino no país e de evasão dos
estudantes das escolas. Com a utilização da mineração de dados pode se encontrar
os motivos para esses problemas e assim tomar decisões que auxiliem na solução
dos problemas.
Na sociedade atual, existe um grande clamor por uma melhora na
educação pública, pois é só através dela que o país conseguirá crescer e se
desenvolver para algum dia ser uma potência mundial, e conseguir produzir todos os
produtos e tecnologias que necessita dentro de seu território não precisando mais
importar de outros países.
Neste trabalho irá se utilizar a técnica de mineração de dados para retirar
informações de um banco de dados com dados fictícios gerados através de problemas
14
existentes na educação no país, o objetivo disto é conseguir informações sobre o
motivo destes problemas estarem acontecendo, para assim analisar a viabilidade de
aplicar esta técnica em um banco de dados com informações reais.
Os problemas que serão analisados são o aproveitamento dos estudantes
levando em conta o local onde moram e o turno em que estudam. No caso do
estudante ser do interior, o deslocamento se dá através do transporte escolar o que
também faz com que os estudantes tenham que acordar mais cedo do que os
estudantes da área urbana. Também será analisado outras questões como
estudantes que recebam auxilio e seu desempenho e ainda a evasão escolar em
relação a estudantes com reprovação em anos anteriores ou localidade onde residem
e o turno em que estudam.
1.1
OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo Geral
Estudar e aplicar técnicas de mineração de dados, em um banco de dados
fictício gerado através de problemas identificados na educação, com o objetivo de
avaliar a viabilidade da utilização em dados reais.
1.1.2 Objetivos Específicos
- Estudar técnicas de mineração de dados.
- Projetar um banco de dados.
- Gerar dados fictícios para análise.
- Identificar ferramentas que aplique técnicas de mineração de dados.
- Definir qual a melhor técnica para as análises a serem realizadas.
- Aplicar a técnica de mineração de dados selecionada.
15
1.2
JUSTIFICATIVA
Na atualidade o tema educação está em alta, principalmente quando se
fala na necessidade de melhorá-la já que ela é a essencial para que o país cresça.
Para que a educação melhore é necessário descobrir onde estão e quais são os
problemas que a afetam.
Com o aumento da informatização em todas as áreas, existe uma grande
quantidade de dados de todos os tipos que estão esquecidos dentro das bases de
dados. Isso acontece também nas escolas que utilizam sistemas para facilitar a sua
gestão, em que boa parte dos dados salvos pelos sistemas não são utilizados com a
finalidade de fornecer todo o conhecimento neles existente.
Com a aplicação de técnicas de mineração de dados, é possível utilizar
toda essa gama de informações de diversas maneiras fazendo com que se descubra
informações de grande importância para as escolas em relação ao aprendizado dos
alunos, professores, conteúdos e demais áreas que apresentem necessidade. Assim
é possível identificar quais são as dificuldades e necessidades das escolas, alunos e
professores, tornando possível que os responsáveis tomem decisões para melhorar a
educação.
16
1.3
METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS
Tendo em vista o objetivo proposto, a estrutura metodológica para o
desenvolvimento do presente trabalho se dividiu em dois grandes eixos: um para os
estudos de caso, buscando os problemas existentes na educação; e outro teórico e
prático, que visa o estudo das técnicas existentes para mineração de dados e
posteriormente a aplicação de uma delas em dados gerados através da análise dos
problemas existentes na educação.
As técnicas de mineração de dados foram aplicadas com a finalidade de
analisar informações. Para que fosse possível aplicar tais técnicas, houve a
necessidade de elaborar um estudo aprofundado sobre as existentes e escolher a
mais adequada entre as mesmas para o desenvolvimento do trabalho. Ao final do
estudo fez-se a escolha de uma das técnicas e de uma ferramenta que fosse
adequada a sustentar os requisitos de mineração de dados, a fim de aplicar a técnica
nos dados gerados.
Após os dados gerados, o próximo passo foi utilizar a ferramenta WEKA
para aplicar a técnica de mineração de dados escolhida, com o objetivo de encontrar
resultados referentes a educação. Tais ferramentas e técnicas possuem a capacidade
de serem utilizadas em dados verídicos, para que assim seja possível auxiliar nos
processos de gestão escolar.
17
1.4
RECURSOS
Para o desenvolvimento do presente trabalho foi necessário utilizar
recursos materiais, que estão elencados abaixo:
Quadro 1: Recursos
Item Descrição
1
Notebook HP
Core 2 Quad
2
Quantidade
Pavilion
Valor
Situação
1
2.500,00
Existente
Impressora
1
380,00
Existente
3
PostgreSQL
1
0,0
Existente
4
Software para Mineração
de Dados
1
0,0
Existente
5
Mouse sem fio
1
54,00
Existente
6
Mesa para Notebook
1
180,00
Existente
7
Cadeira
1
80,00
Existente
9
E-mail
1
0,0
Existente
1
79,90
Existente
10 Conexão de Internet
18
2. ASPÉCTOS GERAIS DE MINERAÇÃO DE DADOS
Este capítulo serve para dar um embasamento sobre o assunto proposto
no trabalho, expondo opiniões de autores sobre o assunto e o explicando mais afundo.
Dentre eles estão: importância da informação, mineração de dados, técnicas de
mineração, entre outros assuntos relacionados.
2.1
IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO
A informação é muito importante na sociedade em que vivemos, pois hoje
praticamente tudo o que fazemos armazenamos alguma informação a respeito.
Conseguindo acesso às mesmas podemos analisá-las e tirar conclusões para ajudar
a corrigir problemas e falhas em processos cruciais para todos, como utilizar as
informações sobre a educação, para identificar e solucionar problemas na mesma.
Carvalho (2001, p. 27) afirma que:
A tecnologia da informação é a ferramenta utilizada pelo executivo, tomador
de decisão para fazer da informação o recurso estratégico. Então devem-se
estudar as três partes – a tecnologia necessária, o perfil do executivo, a
qualidade da informação – para que os objetivos das organizações sejam
alcançados de forma eficaz e eficiente.
Dalfovo (1998, p. 23) destaca que “O mercado não se limita somente ao
conhecimento da informação. De alguma forma a informação é o prolongamento do
produto na prestação de serviço. A informação é tão importante que passa a ser o
centro das atividades nas empresas”.
Para que a informação seja importante é necessário realizar um processo
de extração da mesma, a extração da informação é a parte mais delicada do processo
de análise da informação. Quando realizado corretamente acaba facilitando a análise
dos resultados e se feito de forma errada pode acabar modificando os resultados da
análise e as conclusões.
19
Para Zambedenetti (2002, p. 25-26)
A extração de informações tem muitas aplicações potenciais. Por exemplo, a
informação disponível em textos não-estruturados pode ser armazenada em
bancos de dados tradicionais e usuários podem examiná-las através de
consultas padrão.
Para Barion e Lago (2008, p. 133) “O processo de extração de informação
identifica palavras dentro de conceitos específicos e ainda contém um processo de
transformação que modifica a informação extraída em um formato compatível com um
banco de dados”.
2.2
BANCO DE DADOS
É onde ficam armazenados todos os dados de um programa, todas as
tabelas estão nele, é o cérebro do sistema. Neste trabalho ele contém os dados que
serão selecionados, pré-processados e limpos para a aplicação da mineração de
dados.
Para Lemos (2008, p. 19):
Banco de dados é uma coleção de dados inter-relacionados, representando
informações sobre um domínio específico. Basicamente é uma tabela
composta de várias linhas divididas em colunas que são identificadas por
campos, e cada linha representa um registro de banco de dados. Com esta
organização o Excel poderá oferecer recursos de organização e pesquisa
extremamente fáceis, independente da quantidade de linhas contidas na base
de dados.
Pode ser definido também, como uma coleção de dados organizados de tal
forma que possam ser acessados e utilizados por muitas aplicações
diferentes. Exemplos: lista telefônica, controle do acervo de uma biblioteca,
sistema de controle dos recursos humanos de uma empresa.
Eu uso e recomendo dois tipos de banco de dados: PostgreSQL e MySQL.
2.3
WEKA
A ferramenta WEKA foi desenvolvida e teve seu código fonte liberado para
alterações e contém uma série de algoritmos para mineração de dados. Foi a
ferramenta escolhida para aplicar a mineração de dados neste trabalho.
20
WEKA é uma ferramenta de KDD que contempla uma série de algoritmos de
preparação de dados, de aprendizagem de máquina (mineração) e de
validação de resultados. WEKA foi desenvolvido na Universidade de Waikato
na Nova Zelândia, sendo escrito em Java e possuindo código aberto
disponível na Web (SILVA, 2004, p. 20).
O WEKA nos últimos anos vem sendo muito utilizado para mineração de
dados, a prova disso é que se consolidou como o programa mais utilizado na área.
Ele utiliza arquivos no formato “.arff” para carregar os dados e realizar a mineração de
dados, este arquivo contém um cabeçalho com informações sobre as colunas do
arquivo.
Weka é um software livre do tipo open source para mineração de dados,
desenvolvido em Java, dentro das especificações da GPL (General Public
License) que ao longo dos últimos anos se consolidou como a ferramenta de
mineração de dados mais utilizada em ambiente acadêmico (GONÇALVES,
2013, p. 20).
A suite Weka (Waikato Enviroment for Knowledge Analysis) é formado por
um conjunto de implementações de algoritmos de diversas técnicas de
Mineração de Dados (UNIVERSITY OF WAIKATO, 2010). O Weka está
implementado na linguagem Java, que tem como principal característica a
sua portabilidade, desta forma é possível utilizá-la em diferentes sistemas
operacionais, além de aproveitar os principais benefícios da orientação a
objetos. O WEKA é um software livre, ou seja, está sob domínio da licença
GPL (DAMASCENO, 2013, p. 20).
A ferramenta Weka trabalha com arquivos de entrada no formato ARFF, que
corresponde a um arquivo texto contendo um conjunto de observações,
precedido por um pequeno cabeçalho. O cabeçalho é utilizado para fornecer
informações a respeito dos campos que compõem o conjunto de observações
(GONÇALVES, 2013, p. 20).
2.4
APRIORI
Apriori é um algoritmo utilizado pelo WEKA para realizar a tarefa de
associação na mineração de dados. É um algoritmo comumente utilizado em tarefas
de associação.
“O algoritmo Apriori é considerado um clássico na extração de Regras de
Associação. Este algoritmo faz buscas recursivas no Banco de Dados à procura dos
conjuntos frequentes” (MONTEIRO, SILVA e RODRIGUES, 2012, p. 20).
21
2.5
ARFF
O formato de arquivo “.arff” é o utilizado pela ferramenta WEKA para ler
carregar os dados que serão utilizados na mineração de dados. Este arquivo é dividido
em seções a primeira delas contém o nome do arquivo, a segunda as colunas de
informações existentes com seus tipos de dados que se forem fixos estarão descritos
entre chaves e a terceira é a seção onde estão os dados que serão analisados
contidos no arquivo.
O arquivo ARFF é dividido em duas partes, a primeira contém uma lista de
todos os atributos, onde se deve definir o tipo do atributo e/ou os valores que
ele pode representar. Os valores devem estar entre chaves ({}) separados
por vírgulas. A segunda é composta pelas instâncias presentes nos dados,
os atributos de cada instância devem ser separados por vírgula, e aqueles
que não contêm valor, o valor deve ser representados pelo caractere '?'
(DAMASCENO, 2013, p. 21).
A ferramenta Weka trabalha com arquivos de entrada no formato ARFF, que
corresponde a um arquivo texto contendo um conjunto de observações,
precedido por um pequeno cabeçalho. O cabeçalho é utilizado para fornecer
informações a respeito dos campos que compõem o conjunto de observações
(GONÇALVES, 2013, p. 21).
2.6
KDD – KNOWLEDGE DISCOVERY IN DATABASE
O KDD é o conjunto de passos que se deve seguir para a descoberta de
conhecimento em busca de solucionar problemas. Uma parte deste processo é a
mineração de dados.
Conforme Fayyad (1996, p. 21), “É um processo não trivial de identificar em
grandes conjuntos de dados padrões que sejam válidos, novos, úteis e
compreensíveis, buscando melhorar o entendimento de um problema ou um
procedimento de tomada de decisão”.
22
2.6.1 Seleção
É a primeira fase da mineração de dados, nela se identifica quais dados
que serão analisados através da mineração de dados. Se mal definida a seleção, a
mineração de dados pode não ter um resultado positivo.
Para Prass (2012, p. 22):
A fase de seleção de dados é a primeira no processo de descobrimento de
informação e possui impacto significativo sobre a qualidade do resultado final,
uma vez que nesta fase é escolhido o conjunto de dados contendo todas as
possíveis variáveis e registros que farão parte da análise. Normalmente essa
escolha dos dados fica a critério de um especialista do domínio.
2.6.2 Pré-processamento e Limpeza
No etapa de pré-processamento e limpeza dos dados se executa processos
que farão a eliminação de dados duplicados, incompletos ou que não se enquadrem
nos que se pretende analisar. Se mal feito irá afetar a qualidade dos dados, o que
dificultara a mineração de dados.
Conforme Prass (2012, p. 22):
O Pré-processamento e limpeza dos dados é uma parte crucial no processo
de KDD, pois a qualidade dos dados vai determinar a eficiência dos
algoritmos de mineração. Nesta etapa deverão ser realizadas tarefas que
eliminem dados redundantes e inconsistentes, recuperem dados incompletos
e avaliem possíveis dados discrepantes ao conjunto, chamados de outliers.
2.6.3 Transformação dos Dados
Esta etapa é responsável pela exportação dos registros já pré-processados
e limpos, do banco de dados para um arquivo em um formato aceito pelo sistema de
mineração de dados.
23
Prass (2012, p. 23) define que:
A Transformação do Dados é a fase do KDD que antecede a fase de Data
Mining. Após serem selecionados, limpos e pré-processados, os dados
necessitam ser armazenados e formatados adequadamente para que os
algoritmos possam ser aplicados. Além disto, nesta fase, se necessário, é
possível obter dados faltantes através da transformação ou combinação de
outros, são os chamados “dados derivados”.
2.6.4 Data Mining
É a etapa em que se aplica o algoritmo de uma técnica de mineração de
dados no arquivo com os dados a serem analisados. Após o término da execução do
data mining, o software retorna as combinações que mais estão presentes no arquivo,
assim como o número de vezes que elas se repetem.
Para Shiba (2008, p. 21)
A alta disponibilidade de recursos para armazenamento de dados também
permitiu às organizações um aumento significativo nos investimentos para a
capacitação de seus ambientes no que se refere à captura, transformação e
retenção de informações, dotando-os de softwares funcionalmente capazes
de suportar todo o fluxo das transações de negócio.
Kanashiro (2007, p.21) relata que:
Alguns parâmetros, como o tipo de tarefa de mineração de dados e a forma
como os padrões serão representados, são determinados pelos interesses
do usuário final e consequentemente influenciará na escolha do algoritmo.
2.6.5 Interpretação e Avaliação
Nesta etapa se analisa os resultados apresentados pelo algoritmo de
mineração de dados buscando novas informações sobre os dados analisados.
Conforme Prass (2012, p. 23):
A Mineração de Dados trás consigo uma série de ideias e técnicas para uma
vasta variedade de campos. Estatísticos, pesquisadores de Inteligência
Artificial (IA) e administradores de bancos de dados usam técnicas diferentes
24
para interpretar e avaliar os resultados obtidos com a mineração para, no
final, chegar a um mesmo fim: a informação.
2.7
TÉCNICAS DE MINERAÇÃO DE DADOS
Existem várias técnicas de mineração de dados, mas cada problema tem
suas peculiaridades o que faz com que cada técnica seja para um tipo de problema
diferente.
Para Dias (2001, p. 12) “A familiaridade com as técnicas é necessária para
facilitar a escolha de uma delas de acordo com os problemas apresentados.”.
Chiara (2003, p. 9) destaca que:
Um ponto a ser observado é que algumas técnicas são melhores para
determinados problemas e domínios de conhecimento que outras. Portanto,
não há um método universal de Mineração de Dados. A escolha de um
algoritmo particular para um determinado problema deve ser analisado
empiricamente.
Martinhago (2005, p. 24) ressalta:
Um ponto importante é que cada técnica tipicamente resolve melhor alguns
problemas do que outros, não há um método universal e a escolha é uma
arte. Para as aplicações, grande parte do esforço vai para a formulação do
problema, ou seja, a especificação de que tipo de informações o algoritmo de
mineração deve procurar no conjunto de dados disponíveis.
2.8
TAREFAS DE MINERAÇÃO DE DADOS
Na mineração de dados existem algumas tarefas, elas são chamadas de
classificação, regressão, associação, clusterização e sumarização. Cada uma delas é
pra um tipo de problema específico.
25
2.8.1 Classificação
Para Cardoso e Machado (2008, p. 506) a classificação:
É o processo de criar modelos (funções) que descrevem e distinguem classes
ou conceitos, baseados em dados conhecidos, com o propósito de utilizar
esse modelo para predizer a classe de objetos que ainda não foram
classificados. O modelo construído baseia-se na análise prévia de um
conjunto de dados de amostragem ou de treinamento, contendo objetos
corretamente classificados. Exemplo: grupos de pesquisas já definidos
contendo alguns professores e, a partir da análise de dados das pesquisas
de outros professores que não pertencem a esses grupos, sugerir a sua
entrada.
2.8.2 Regressão
Para Scoss (2006, p. 29) “A estimação ou regressão é similar a tarefa de
classificação, porém restringe-se a atributos numéricos. Ela busca por funções, sejam
lineares ou não, que possam mapear registros de um banco de dados”.
2.8.3 Associação
Barioni (2001, p. 17) define que “A tarefa dessa técnica envolve a
descoberta de regras de associação que indiquem correlações interessantes entre
objetos de um dado banco de dados”.
A técnica de associação gera regras que servem para a descoberta de
padrões de comportamento nos dados. Através da análise destes padrões se
consegue descobrir conhecimentos em relação as informações utilizadas.
A técnica de associação é uma técnica exploratória (AGRAWAL, 1994). A
associação gera regras que descrevem os padrões mais relevantes
presentes nos dados. As regras são compostas por precedentes e
consequentes, ou seja, a regra contém no precedente um subconjunto de
atributos e seus valores e no consequente um subconjunto de atributos que
decorrem do precedente. Por exemplo, quem compra ovos, manteiga, farinha
de trigo e chocolate também compra fermento. As regras servem para
diversas utilidades, dentre elas a descoberta de padrões de comportamento,
aplicações em marketing e desenvolvimento de novos produtos
(DAMASCENO, 2013, p. 25).
26
2.8.4 Clusterização
Para Martinhago (2005, p. 22):
Um cluster pode ser definido como um conjunto de objetos agrupados pela
similaridade ou proximidade e, a segmentação pode ser definida como a
tarefa de segmentar uma população heterogênea em um número de
subgrupos (ou clusters) mais homogêneos possíveis, de acordo com alguma
medida.
2.8.5 Sumarização
Conforme Fayyad (1996, p. 10), “A tarefa de sumarização envolve métodos
para encontrar uma descrição compacta para um subconjunto de dados”.
2.9
PENTAHO – DATA INTEGRATION
É uma das ferramentas da suíte Pentaho, esta é responsável pela parte de
ETL. No trabalho atual o processo de ETL executara a etapa de pré-processamento e
limpeza dos dados.
Para Tecnologia (2015, p. 26):
O Pentaho Data Integration ou Kettle e uma ferramenta de ETL que faz parte
da plataforma Pentaho. O mesmo pode ser instalado separadamente sem a
necessidade de mais nenhum dos softwares da plataforma de BI do Pentaho.
O único pré-requisito e ter um runtime Java ( Maquina Virtual Java ) instalada.
Um Apelido do Pentaho Data Integration usado pela maioria dos
desenvolvedores e usuário do Pentaho é a sigla PDI.
2.9.1 ETL
É um processo que em geral retira dados de uma ou mais bases de dados
e joga para outra, esse processo é muito utilizado para realizar a migração do banco
de dados de um sistema que era utilizado em alguma empresa para outro que
começara a ser utilizado no lugar, ele substitui o processo de programação de uma
aplicação só para fazer essa migração de dados.
27
Para Ribeiro (2011, p. 27):
ETL, vem do inglês Extract Transform Load, ou seja, Extração Transformação
Carga. O ETL visa trabalhar com toda a parte de extração de dados de fontes
externas, transformação para atender às necessidades de negócios e carga
dos dados dentro do Data Warehouse.
Abreu (2008, p. 27) destaca que:
O processo de ETL (Extract, Transform and Load) destina-se à extração,
transformação e carga dos dados de uma ou mais bases de dados de origem
para uma ou mais bases de dados de destino (Data Warehouse). A extração
e carga são obrigatórias para o processo, sendo a transformação/limpeza
opcional.
2.10 MODELAGEM DE DADOS
É a estruturação do banco de dados, ela que define a organização dos
dados e a ligação entre eles. Esse é o processo responsável por gerar o banco de
dados que contém os dados a serem analisados na mineração de dados.
Oliveira (2002, p. 27) destaca que:
A modelagem de dados é a primeira etapa de um projeto que envolva banco
de dados e tem como seu principal objetivo o desenvolvimento de um modelo
que contenha entidades e relacionamentos, e que com isso seja possível
representas as especificações das informações do negócio.
2.11 POSTGRESQL
É um famoso SGBD gratuito, que tem um grande poder de armazenamento
e uma excelente interface de gerenciamento nativo que é o pgadminIII. O PostgreSQL
é o SGBD responsável por gerenciar o banco de dados no presente trabalho.
De acordo com PostgreSQL (2005, p. 27):
O POSTGRES é um sistema gerenciador de banco de dados criado em 1986
em Berkeley na Universidade da Califórnia, como sucessor do INGRES,
banco de dados 10 relacional, desenvolvido na mesma universidade pelo
Prof. Michael Stonebraker e apoiado pelo DARPA (Denfese Advanced
Research Projects Agency), pelo ARO (Army Research Office) e pelo NSF
(National Science Foundation).
28
2.12 SQL
No presente trabalho a linguagem SQL foi utilizada para auxiliar o processo
de ETL. É a linguagem dos bancos de dados relacionais, muito conhecida e com um
grande poder para buscar e filtrar dados do banco.
Segundo Duarte (2006, p. 28):
A linguagem SQL (Structured Query Language) é a base para utilização de
bancos de dados relacionais. Com a utilização dos comandos básicos
(INSERT, DELETE, UPDATE e SELECT) pode-se resolver a maior parte dos
problemas relacionados a manutenção e extração de dados no banco de
dados. Com o SQL é possível criar as estruturas básicas de armazenamento,
como tabelas e índices. Também há comandos específicos da linguagem
para o controle e segurança relacionado a um banco de dados. Em princípio,
os comandos SQL são divididos em: DDL (Data Definition Language) ou
Linguagem de definição de dados DML (Data Manipulation Language) ou
Linguagem de manipulação de dados DQL (Data Query Language) ou
Linguagem de recuperação de dados DCL (Data Control Language) ou
Linguagem de controle de dados
O SQL tem sido aprimorado ao longo do tempo. Duas entidades (ANSI –
American National Standards Institute e ISO – International Standards
Organization) vêm, desde 1986, publicando padrões de especificação da
linguagem SQL.
29
3. METODOLOGIA E FERRAMENTAS DE DESENVOLVIMENTO
O objetivo principal deste trabalho foi estudar e aplicar técnicas de
mineração de dados, em um banco de dados fictício gerado através de problemas
identificados na educação, visando avaliar a viabilidade da utilização em dados reais.
O trabalho foi desenvolvido com o auxílio dos programas Power Designer,
PostgreSQL, Pentaho e WEKA.
A estrutura dos dados escolhidos no presente trabalho para aplicar a
mineração de dados, foram montados através de reportagens que falavam sobre
problemas na educação nacional, existem vários problemas em evidência no cenário
atual da educação. Um deles é o de desempenho inferior dos alunos que estudam no
turno da noite comparado aos outros.
Um terço dos matriculados no ensino médio das escolas estaduais brasileiras
está no ensino noturno. Eles são 2,3 milhões de um universo de 7,2 milhões
alunos e sofrem com enormes disparidades na educação recebida quando
comparados a estudantes de turnos diurnos regulares. Um estudo feito pelo
Instituto Ayrton Senna mostra que esses alunos apresentam desempenho
mais baixo, têm cargas horárias menores e maior taxa de abandono escolar
(GLOBO, 2014, p. 29).
Outro fator que também foi analisado é a questão dos alunos que
necessitam de transporte escolar ou são da área rural terem um desempenho menor
do que alunos da área urbana. Tendo que acordar mais cedo e enfrentar um trajeto
mais longo até a escola.
De acordo com o Censo Escolar da Educação Básica 2012, do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC),
8,68 milhões de alunos utilizam transporte público escolar para chegar aonde
estudam. Isso representa 17,2% do total de 50,54 milhões de alunos
matriculados. A grande maioria - 5,76 milhões de estudantes - é transportada
de ônibus (PEREIRA, 2014, p. 29).
Mais uma situação importante é a taxa de evasão escolar existente no país.
Foi analisado através do local de moradia e dos últimos resultados nas séries
cursadas, para identificar se existe relação entre esses fatores e a evasão escolar.
30
Hoje, no Brasil, de 97% dos estudantes com idade entre 7 e 14 anos se
encontram na escola, no entanto, o restante desse percentual, 3%,
respondem por aproximadamente 1,5 milhão de pessoas com idade escolar
que estão fora da sala de aula.
Para cada 100 alunos que entram na primeira série, somente 47 terminam o
9º ano na idade correspondente, 14 concluem o ensino médio sem
interrupção e apenas 11 chegam à universidade (FREITAS, 2015, p. 30).
3.1
BANCO DE DADOS EDUCACIONAL
Foi projetada um banco de dados voltada para o armazenamento de
informações educacionais sobre o aproveitamento dos alunos e suas informações
pessoais, para que em cima delas sejam aplicadas as técnicas de mineração de
dados.
3.1.1 Modelo ER
Para desenvolver o projeto deste banco de dados foi utilizado o programa
Power Designer, que possibilita a criação do modelo ER responsável pela geração
dos scripts SQL para a criação do banco de dados. As tabelas criadas foram: “pessoa”,
“pessoaendereco”, “pessoaauxilio”, “auxilio”, “mediafinal”, “resultadofinal”, “legenda”,
“componente”, “matricula”, “compcurricularestudante”, “unidade”, “serie”.
A tabela de “pessoa” é responsável por armazenar dados dos estudantes
como nome, data de nascimento entre outras informações. Como complemento desta
tabela existe a “pessoaendereco” que armazena o endereço do estudante com o
logradouro e localização (urbano ou rural) e também a tabela de “pessoaauxilio” que
vincula o estudante com algum auxílio que ele ou a família possa receber do governo,
como mostra a figura 1.
31
Figura 1: Tabelas responsáveis pelos dados do estudante
Já a tabela de “matricula” e “compcurricularestudante”, são responsáveis
por armazenar as informações referentes as matriculas dos estudantes. A primeira
grava a série, o ano da matricula e o turno, na segunda tabela grava os componentes
da matricula, como mostra a figura 2.
Figura 2: Tabelas responsáveis pela matricula
As tabelas “mediafinal”, “resultadofinal” e “legenda” são responsáveis por
gravar as notas do estudante nos componentes. O resultado final na série e as
possíveis legendas, respectivamente como mostra a figura 3.
32
Figura 3: Tabelas responsáveis por gravar o resultado do estudante
3.2
SELEÇÃO
O banco de dados demonstrada acima foi projetada levando em conta as
possíveis áreas a serem analisadas na educação, que seriam o aproveitamento dos
estudantes levando em conta o local onde moram e o turno em que estudam. No caso
do estudante ser do interior, o deslocamento até a escola quando a mesma for na
cidade se dá através do transporte escolar o que também faz com que os estudantes
tenham que na maioria das vezes acordar mais cedo do que os estudantes que moram
na área urbana. Também será analisado outras questões como estudantes que
recebam auxilio e seu desempenho e ainda a evasão escolar em relação a estudantes
com reprovação em anos anteriores ou localidade onde residem e o turno em que
estudam.
O script de criação do banco de dados foi executado no gerenciador de
banco de dados PostgreSQL, onde recebeu uma carga de dados aleatórios, este
banco teve aplicada a técnica de pré-processamento e limpeza de dados, onde se
extraiu as informações que seriam necessárias para a aplicação das técnicas de
mineração de dados. Criou-se uma tabela com as informações referentes a cada item
de análise dos dados, que são o aproveitamento dos estudantes nos componentes e
a evasão dos estudantes.
Foram criadas duas tabelas para salvar os dados após o préprocessamento
e
a
limpeza.
Estas
“evasaoestudante”, como mostra a figura 4.
tabelas
são
“resultadoestudante”
e
33
Figura 4: Tabelas para o pré-processamento e limpeza
3.3
PRÉ-PROCESSAMENTO E LIMPEZA
Após a criação das duas tabelas no banco PostgreSQL, foi executado o
processo de pré-processamento e limpeza, realizado com o programa Pentaho Data
Integration, este possibilita a criação de um processo que faz a leitura dos dados em
um banco de dados e a gravação em outro banco diferente do de origem. Ainda existe
a possibilidade de trabalhar os mesmos durante o processo, podendo transforma-los
de inteiro para texto ou analisar algum conjunto de dados e criar um novo atributo que
não existia antes.
Este processo é auxiliado por comandos SQL que são executados no
banco de origem para buscar todos os dados que se deseja tratar e gravar no banco
de
destino.
Na
figura
5
contém
o
pré-processamento
“resultadoestudante”.
Figura 5: Pré-processamento dos resultados dos estudantes
da
tabela
de
34
O pré-processamento e limpeza presente na figura 5 contém os objetos
descritos abaixo:
Table input: é responsável por ler a tabela principal do banco de origem, no
caso a tabela de “mediafinal”. A figura 6 contém a configuração deste objeto com o
nome, conexão e SQL utilizada para buscar as médias finais.
Figura 6: Table input média final
Database Lookup: é responsável por ler uma segunda tabela através de
uma comparação com os registros que já foram selecionados anteriormente, após
essa comparação ele retorna as colunas que forem configuradas desta segunda
tabela do banco de origem, no caso a tabela de “resultadofinal”. A figura 7 contém a
configuração deste objeto com o nome, conexão, tabela, campos para comparação e
campos para retornar.
35
Figura 7: Database Lookup de resultados finais
A figura 8 contém as configurações do Database Lookup que é responsável
por retornar as matriculas do banco de origem. Dentre as configurações estão o nome
do objeto, a conexão e a tabela utilizada, o campo de filtro da tabela e os que serão
retornados.
36
Figura 8: Database Lookup de matriculas
Database Join: é responsável por ler uma nova tabela através de uma SQL
utilizando no where a comparação com os registros que já foram selecionados
anteriormente, após essa comparação ele retorna as colunas que forem selecionadas
no script SQL que é executado no banco de origem, neste caso a tabela é de
“pessoaendereco”. A figura 9 contém a configuração deste objeto com o nome,
conexão, SQL e campos que serão usados de parâmetro na SQL.
37
Figura 9: Database Join de endereço do estudante
Na figura 10 mostra-se as configurações dos Database Join responsáveis
por retornar as tabelas de “pessoaauxilio” e “legenda”. A segunda está presente na
tabela de “mediafinal” como chave estrangeira e identifica se o aluno foi aprovado ou
reprovado no componente.
Figura 10: Database Join de auxílio e legenda
38
Select Values: é responsável por selecionar apenas os campos que se
deseja retornar para inserir no banco de destino. A figura 11 contém a configuração
deste objeto com o nome e campos que não serão usados no retorno ou os campos
excluídos da seleção.
Figura 11: Select Values dos resultados
Table Output: é responsável por inserir os campos selecionados até aqui
no banco de destino. A figura 12 contém a configuração deste objeto com o nome,
conexão, tabela no banco de destino e a colunas que serão inseridas com as colunas
selecionadas no banco de origem.
Figura 12: Table Output de resultados
39
3.4
TRANSFORMAÇÃO DOS DADOS
A etapa de transformação dos dados se refere a extração dos mesmos já
pré-processados e limpos das tabelas que no caso são “evasaoestudante” e
“resultadoestudante” para um arquivo que esteja em um formato aceito pelo programa
que irá fazer a mineração, o programa escolhido foi o WEKA, então o formato do
arquivo de extração será “.arff”. A figura 13 contém o formato do arquivo.
Figura 13: Arquivo “.arff” de resultados
Na figura 13 pode-se ver que o arquivo é formado por algumas seções. A
seção @Relation contém o nome do arquivo, a segunda é @Attribute onde cada uma
destas seções é uma das colunas que existem nos dados presentes no arquivo, e por
último @Data que marca o início dos dados extraídos para o arquivo e que serão
analisados na mineração de dados.
3.5
DATA MINING
Para a etapa de data mining foi utilizado o programa WEKA, que tem
licença gratuita e contém várias tarefas para mineração de dados, são elas:
40
classificação, regressão, associação, clusterização e sumarização, para a realização
das mesmas o WEKA conta com algoritmos específicos para cada uma. Após o estudo
de todas as técnicas e algoritmos, foi escolhido para o presente trabalho a tarefa de
associação com o algoritmo Apriori, pois as demais tarefas não se enquadram no
problema apresentado.
A figura 14 exibe a tela inicial do Software WEKA. Para executar a
mineração é necessário abrir a aplicação Explorer, e então carregar o arquivo “.arff” e
executar os algoritmos para analisar o mesmo.
Figura 14: Software WEKA
A primeira etapa da mineração é o carregamento do arquivo no WEKA.
Nela quando o arquivo for carregado, o software irá ler todas as colunas que o arquivo
tem e as trará em uma tabela ao clicar nelas ele carregara ao lado quais os diferentes
valores que existem nesta coluna e a quantidade de vezes que eles se repetem, como
mostra a figura 15.
Nesta mesma tela pode-se aplicar filtros no arquivo como, alterar o tipo de
uma coluna que pode ser nominal que tem todos os valores presentes na coluna
especificados no cabeçalho do arquivo ou numeric que pode ter vários valores
diferentes dentro da coluna, o tipo numeric não é recomendado para a tarefa de
associação, então o sistema permite que este tipo seja convertido para nominal, assim
41
como também permite que uma ou mais colunas sejam excluídas antes de aplicar a
tarefa. Estas opções são realizadas na opção filter que está presente na figura 15.
Figura 15: Tela para carregar o arquivo “.arff”
Na aba de associate é realizada a tarefa de associação, que foi a aplicada
neste trabalho para realizar a mineração de dados. Nela existe a opção para
selecionar o algoritmo que se pretende utilizar para realizar a tarefa e após isso pode
se ajustar alguns parâmetros que são considerados pelo algoritmo na hora de realizar
a mineração, estas configurações podem ser vistas na figura 16.
42
Figura 16: Configurações do algoritmo apriori
Após estas configurações deve se iniciar o processo de mineração e
aguardar que ele seja concluído e traga os resultados encontrados. Estes são
retornados em forma de itens ordenados pelas combinações que mais acontecem
dentro do arquivo de dados importado para a aplicação, como mostra a figura 17 que
é referente ao arquivo da figura 13.
43
Figura 17: Aba de associação
Foram realizadas analises em cima dos dados de reprovações dos
estudantes que foram gerados aleatoriamente, para identificar a possível causa
destas reprovações. Segundo os resultados da tarefa de associação que está
presenta na figura 18 onde a legenda ‘R’ é reprovado, chega-se à conclusão de que,
das 8249 reprovações que existiam no arquivo gerado:
- 6900 residem no interior e utilizam transporte escolar;
- 5236 não recebem bolsa família;
- 5081 são do turno noturno;
- 4263 residem no interior e são do turno noturno;
- 3910 são do interior e não recebem bolsa família;
- 2327 são do interior, recebem bolsa família e são do turno noturno;
- 975 reprovaram em matemática;
- 925 reprovaram em português;
44
Figura 18: Valores com os resultados dos estudantes
A tarefa foi realizada em cima de dados relacionados a evasão escolar,
visando encontrar algum motivo para a evasão. Nesta tarefa foi analisado as
possibilidades de reprovação em anos anteriores, local de moradia, se possuía bolsa
família e o turno de ensino. Na análise dos resultados presentes na figura 19 onde a
situação 4 é evadido, pode se concluir que das 1074 evasões que foram analisadas
na tarefa de associação:
- 986 não tem bolsa família;
- 935 reprovarão no ano anterior;
- 856 reprovou no ano anterior e não tem bolsa família;
- 738 residem no interior;
- 680 residem no interior e não tem bolsa família;
- 639 residem no interior e reprovaram no ano anterior;
- 512 estudavam no turno da tarde;
45
Figura 19: Associação das evasões
46
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
Com a análise dos resultados da mineração de dados do software WEKA,
que foi aplicada sobre os dados gerados aleatoriamente, pode se distinguir alguns
problemas existentes nos mesmos. Para isso montou-se dois gráficos, um para a
análise das reprovações dos estudantes e outro para a análise das evasões.
Gráfico 1: Reprovações dos estudantes
Reprovação
Interior
925
2327 975
Não tem BF
6900
3910
Noite
Interior e Noite
5236
4263
5081
Interior e Não tem BF
Interior, tem BF e Noite
Matemática
Português
No gráfico 1 pode-se notar que alunos que residem no interior são os que
mais reprovam, pois precisam enfrentar viagens cansativas no transporte escolar além
de ter que acordar mais sedo. Depois vem os que não recebem bolsa família. E ainda
os que estudam no turno da noite, estes tem seu rendimento comprometido por terem
que trabalhar durante o dia e assim estarem cansados durante a noite.
47
Gráfico 2: Evasão dos estudantes
Evasão
Não tem BF
639
512 986
935
680
Reprovou
Reprovou e Não tem BF
Interior
Interior e Não tem BF
738
856
Interior e Reprovou
Tarde
No gráfico 2 que se refere a evasão de estudantes, o que se vê é que
alunos sem bolsa família são os com mais evasão escolar, pois necessitam abandonar
a escola para buscar um emprego e auxiliar a sua família nas despesas de casa. O
segundo que mais acontece é alunos que reprovaram no ano anterior a evasão, estes
abandonando por não terem mais entusiasmo e motivação para repetir o ano perdido.
Já os que residem no interior acabam largando a escola por decidirem continuar na
agricultura e assim imaginarem que não necessitam de mais estudo do que já tem.
Com essas informações poderia se tomar decisões que fossem combater
esses aspectos citados acima. Tendo o objetivo de diminuir os números apresentados
em ambos os testes, no de evasão e no de resultados dos estudantes.
Com base nisso, se constata que seria viável aplicar estas técnicas de
mineração de dados em um banco de dados com registros reais, para assim encontrar
informações que ajudem a solucionar problemas na educação do pais. Um deles é o
de que estudantes do turno noturno tem desempenho inferior aos outros no país.
Um terço dos matriculados no ensino médio das escolas estaduais brasileiras
está no ensino noturno. Eles são 2,3 milhões de um universo de 7,2 milhões
alunos e sofrem com enormes disparidades na educação recebida quando
comparados a estudantes de turnos diurnos regulares. Um estudo feito pelo
Instituto Ayrton Senna mostra que esses alunos apresentam desempenho
mais baixo, têm cargas horárias menores e maior taxa de abandono escolar
(GLOBO, 2014, p. 47).
48
Com a aplicação destas técnicas de mineração pode se descobrir qual o
problema que faz com que estes alunos tenham desempenho menor que os outros e
assim criar medidas para corrigir estes problemas.
Outros problemas como a evasão escolar que afeta milhões de crianças
em idade escolar, os problemas de compreensão com a língua portuguesa e
matemática que também afeta muitos alunos no país tudo isso pode ser analisado
com a ferramenta.
Para Loes (2013, p. 48), “Metade dos jovens entre 15 e 17 anos não está
matriculada no ensino médio. Pesquisa inédita mostra que a proporção dos que
abandonaram a escola nessa etapa saltou de 7,2% para 16,2% em 12 anos”.
61% dos alunos do 5ºano não conseguem interpretar textos simples. 60% dos
alunos do 9ºano não interpretam textos dissertativos.
65% dos alunos do 5ºano não dominam o cálculo, 60% dos alunos do 9º ano
não sabem realizar cálculos de porcentagem (FREITAS, 2015, p. 48).
49
5. CONCLUSÃO
Este trabalho teve dois objetivos principais. O primeiro de estudar as
técnicas de mineração de dados aprendendo a utilizá-las. Já o segundo de aplicá-las
em um banco de dados com registros gerados aleatoriamente baseado em problemas
na educação do país, resultando em motivos plausíveis para os problemas analisados.
Como se pode ver nos gráficos 1 e 2, foi possível partindo do estudo
proposto encontrar os motivos para os problemas que foram criados nos dados
gerados, que eram, a reprovação de estudantes em componentes e a evasão dos
mesmos das escolas. Os motivos do primeiro problema foram os estudantes residirem
no interior, não receberem bolsa família e estudarem durante a noite. No segundo os
motivos foram não receber bolsa família, terem reprovado no ano anterior e estudar
durante a tarde.
Sendo assim, as técnicas de mineração de dados utilizadas no banco
gerado, se mostram uteis para serem utilizadas em bases de dados com registros
reais. Podendo assim auxiliar a educação no país, encontrando os motivos de
problemas como os apresentados neste trabalho o que facilitará na tomada de
decisões para solucioná-los.
Como trabalhos futuros sugere-se a aplicação das técnicas propostas em
um banco de dados com dados reais podendo assim ter um benefício real na
educação. Pode-se também trabalhar na busca de outros problemas relacionados a
educação.
50
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