PROJETO DE UM REGISTRADOR DE TRANSIENTES DE TENSÃO DA REDE ELÉTRICA Tiago José de Araújo Ribeiro¹ Jener Toscano Lins e Silva² RESUMO: Os problemas com transientes de tensão, também conhecidos por surtos ou picos de tensão, têm aumentando com maior incidência no Brasil, provocando danos aos equipamentos de informática, como discos rígidos e demais equipamentos eletroeletrônicos, instalados nas indústrias, escritórios e residências. Este trabalho trata-se de um projeto de um dispositivo simples e de baixo custo capaz de registrar transientes presentes na rede elétrica que não são perceptíveis pelos instrumentos de medição comuns. Palavras chave: transientes de tensão, surtos de tensão, picos de tensão, registro de tensão, aquisição de picos de tensão. ABSTRACT: The problems with tension transients, also known by tension picks, they have increasing with larger incidence in Brazil, provoking damages to the computer science equipments, as hard disks and too much equipments electroelectronic, installed in the industries, offices and residences. This work is treated of a project of a simple device and of low cost capable to register present transients in the electric net that are not perceptible for the instruments of common measurement. Key-words: tension transients tension picks, tension registration, acquisition of tension picks Introdução O interesse pelo estudo, monitoramento e manutenção da qualidade da energia elétrica tem crescido nos últimos anos. Dentre os vários motivos para isto pode ser citado o paradigma de interligação das redes elétricas, o que aumenta a importância das falhas nas redes interligadas [1]. Outro motivo é o processo de privatização das empresas concessionárias que realizam a distribuição da energia elétrica. Este modelo transferiu para a iniciativa privada a responsabilidade pelo fornecimento de energia elétrica de qualidade, gerando competitividade, exigindo que seu produto atenda a certos requisitos de qualidade. Cabe ao Estado a função de estabelecer regras e padrões de qualidade e fiscalizar a atividade através de seus órgãos responsáveis [2]. ¹ Graduando em Engenharia Eletrônica na Escola Politécnica de Pernambuco. ² Mestre em Engenharia Eletrônica na UFPE. A evolução tecnológica e a difusão de equipamentos cada vez mais sofisticados tanto em residências como em indústrias e estabelecimentos médicos também motivaram a observação da qualidade da energia. Alguns equipamentos, principalmente de eletrônica de potência provocam distorções nas formas de onda de sinais elétricos de tensão e de corrente. Tais equipamentos são utilizados, por exemplo, em conversores de energia elétrica de corrente alternada para corrente contínua e vice-versa, controladores de velocidade de motores, máquinas de solda, fornos de indução, etc. Cargas não lineares também podem ser citadas como responsáveis pela “poluição” do sistema elétrico, como por exemplo, os fornos a arco. Por outro lado, computadores e equipamentos que controlam a automação de processos produtivos são sensíveis a essas imperfeições. A responsabilidade civil por danos causados a aparelhos e equipamentos em decorrência de má qualidade da energia é determinada pela relação de causalidade entre a ação ou omissão da concessionária e o prejuízo que, se comprovada, dá ao consumidor o direito ao ressarcimento previsto por lei. A relação de causalidade é identificada em função das ocorrências no sistema da concessionária que possam ter causado o dano [2]. Os consumidores residenciais estão mais bem informados sobre seus direitos e sobre as falhas na rede, uma vez que utilizam cada vez mais em suas casas aparelhos com maior grau de sofisticação. Alguns destes não foram projetados para suportar variações em sua tensão de alimentação nem possuem dispositivos de proteção, tornando-os sensíveis aos distúrbios na rede e susceptíveis a danos em decorrência disto. Provar ou contestar a causa de danos elétricos, principalmente a queima de aparelhos eletrônicos supostamente submetidos a variações da tensão fornecida pela concessionária, é também um dos motivadores para preocupação com o monitoramento da qualidade da energia elétrica. Pela falta de dados confiáveis sobre as possíveis perturbações causadoras dos danos, ações indenizatórias sobre danos elétricos têm sido de difícil julgamento [2]. Motivação Algumas das perturbações que podem causar danos elétricos são de curta duração e/ou alta intensidade, o que torna difícil a medição e registro dos eventos, requerendo o uso de instrumentos sofisticados e de alto custo. Consumidores de pequeno porte, principalmente residenciais, não possuem à sua disposição equipamentos que monitorem e registrem eventuais distúrbios [2]. Nos últimos anos várias pesquisas e trabalhos sobre monitoramento da qualidade da energia foram realizados buscando soluções confiáveis e economicamente viáveis para amplo monitoramento da rede de distribuição e auxílio na tomada de decisão sobre pedidos de indenização por danos a equipamentos. Algumas das soluções propostas se restringiram a âmbitos mais ou menos específicos quanto aos fenômenos que produzem perturbações na energia fornecida, enquanto outras não se baseavam nos indicadores normatizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Objetivos do Trabalho O presente trabalho propõe a concepção e desenvolvimento, baseado em estudo teórico, de um protótipo de hardware utilizando circuitos analógicos e microcontrolador para monitoramento e registro dos valores de pico da onda de tensão que ultrapassem os valores aceitáveis. Para interagir com o protótipo físico, objetiva-se também a elaboração de um software para comunicação com o hardware e apresentação dos registros obtidos. A Figura 1.1 mostra uma visão geral do sistema composto pela placa de aquisição de picos de tensão recebendo como sinal de entrada a tensão da rede elétrica, o computador no qual o software será executado e o relatório produzido por ele. Placa de aquisição Computador Relatório Figura 1.1 – Esquema geral do sistema proposto Pretende-se que o produto final do trabalho atenda às normas estabelecidas para monitoramento de qualidade de energia, prezando por precisão e confiabilidade, além de possuir baixo custo de produção e ser facilmente operado. Após a implementação do protótipo, serão realizados experimentos para comprovar seu desempenho. Metodologia Utilizada Para atingir os objetivos requeridos, será realizada pesquisa bibliográfica, a partir da qual serão obtidos os conceitos básicos necessários para a compreensão do fenômeno tratado. Em seguida, pretende-se elaborar um modelo computacional do hardware com o objetivo de provar os conceitos, podendo já nesta fase mitigar quaisquer eventuais falhas no processo de elaboração do projeto. Será procedido então ao desenvolvimento do hardware, acompanhado paralelamente do desenvolvimento do software de apoio ao hardware. Testes experimentais serão realizados durante e ao final do projeto, para avaliar o desempenho do conjunto hardware/software proposto. Fundamentos Teóricos Neste capítulo serão apresentados os conceitos necessários para o entendimento do problema tratado no presente trabalho, como qualidade de energia e os fenômenos que causam distúrbios na rede elétrica. Com base nas informações apresentadas, serão delineados os parâmetros e variáveis que serão utilizados no projeto do sistema de registro de surtos de tensão proposto. Qualidade da Energia Elétrica Apesar de ser um termo freqüentemente utilizado na engenharia elétrica, existem hoje diferentes definições para o termo que diferem de acordo com seu ponto de vista. Um fornecedor de energia elétrica poderia argumentar sobre a qualidade da energia base em índices de confiabilidade, enquanto um fabricante de equipamentos poderia basear seu conceito de qualidade de energia em características que tornem a energia apropriada para o funcionamento adequado de seu equipamento. Tais características podem variar de acordo com o critério do equipamento ou fabricante. Como o principal afetado pela qualidade da energia é o usuário final, seu ponto de vista é tomado como referência para o estabelecimento do conceito de qualidade de energia. Existem padrões de tensão e outros critérios técnicos que podem ser medidos, mas a medida final da qualidade da energia é determinada pela performance e produtividade dos equipamentos do usuário final [1]. A qualidade da energia está relacionada com a qualidade da tensão, uma vez que está relacionada com a qualidade da potência fornecida e esta, por sua vez, é definida como o produto entre a tensão e a corrente. Os fornecedores de energia elétrica podem apenas controlar a tensão gerada e não possuem controle sobre a corrente que uma determinada carga pode demandar. Portanto, os padrões e normas na área de qualidade de energia elétrica são voltados para a manutenção do nível de tensão dentro de certos limites. Os sistemas de potência em corrente alternada (AC – Alternating Current) são projetados para operar com uma tensão senoidal com determinados valores de amplitude e freqüência. Quaisquer desvios significantes na forma de onda, freqüência, amplitude ou pureza do sinal senoidal podem indicar potenciais problemas de qualidade de energia. No entanto, mesmo que os geradores possam fornecer sinais de tensão senoidais quase perfeitos, a corrente através de uma determinada carga pode alterar a forma do sinal de tensão. Portanto, a avaliação do sinal de corrente é também de importância para avaliar as causas de vários problemas de qualidade de energia. Segundo DUGAN [1], problema na qualidade da energia elétrica é qualquer problema que se manifeste por meio de desvios na tensão, corrente ou freqüência que resulte em falhas na operação de equipamentos do consumidor. Principais Distúrbios na Qualidade da Energia A qualidade da energia elétrica trata de fenômenos eletromagnéticos que podem ser classificados de acordo com seu conteúdo espectral, duração e amplitude típicos de tensão. Esses fenômenos podem ser distribuídos nas seguintes categorias principais: transitórios, variações de curta duração, variações de longa duração, desbalanceamento de tensão, distorção na forma de onda, flutuações de tensão e variações na freqüência da potência. A tabela 2.1 mostra os principais distúrbios e suas características de conteúdo espectral, duração e magnitude. A magnitude está apresentada em termos percentuais e no sistema pu (por unidade), no qual uma grandeza é representada pela relação entre seu valor absoluto e um valor de referência. O valor tomado como referência é o valor da tensão nominal no ponto do sistema analisado. Multiplicando-se o valor em pu por 100 obtém-se um valor percentual em relação à tensão de referência. De acordo com DUGAN [1], os fenômenos apresentados na tabela 2.1 podem ser melhor descritos por atributos apropriados. Para fenômenos em regime permanente, os seguintes atributos podem ser utilizados: amplitude, freqüência, espectro, modulação, impedância da fonte, profundidade de notch1 e área de notch. Para fenômenos de regime não permanente, outros atributos podem ser requeridos: taxa de subida, amplitude, duração, espectro, freqüência, taxa de ocorrência, energia potencial e impedância da fonte. Utilizando as categorias da tabela em conjunto com os atributos citados podem fornecer uma maneira clara classificar os resultados de medidas e descrever um distúrbio eletromagnético que pode causar problemas na qualidade da energia. 1 A tradução para o termo notch é entalhe, chanfro. Desta forma, pode-se entender que o notch num sinal senoidal de tensão, por exemplo, significa um corte em sua curva representativa. Tabela 2.1 – Categorias e características dos fenômenos eletromagnéticos. Conteúdo Espectral Típico Duração Típica 1.1.1 Nanosegundo aumento em 5 ns < 50 ns 1.1.2 Microsegundo aumento em 1µs 50 ns-1 ms aumento em 0,1 ms > 1 ms 1.2.1 Baixa freqüência < 5 kHz 0,3-50 ms 0-4 pu 1.2.2 Média freqüência 5-500 kHz 20 µs 0-8 pu 1.2.3 Alta freqüência 0,5-5 MHz 5 µs 0-4 pu 2.1.1 Afundamento 0,5-30 ciclos 0,1-0,9 pu 2.1.2 Elevação 0,5-30 ciclos 1,1-1,8 pu 2.2.1 Interrupção 0,5 ciclos-3 s < 0,1 pu 2.2.2 Afundamento 30 ciclos-3 s 0,1-0,9 pu 2.2.3 Elevação 30 ciclos-3 s 1,1-1,4 pu 2.3.1 Interrupção 3 s-1 min < 0,1 pu 2.3.2 Afundamento 3 s-1 min 0,1-0,9 pu 2.3.3 Elevação 3 s-1 min 1,1-1,2 pu 3.1 Interrupção sustentada > 1 min 0,0 pu 3.2 Subtensões > 1 min 0,8-0,9 pu 3.3 Sobretensões > 1 min 1,1-1,2 pu regime permanente 0,5-2% regime permanente 0-0,1% Categorias Magnitude de Tensão Típica 1.0 Transitórios 1.1 Impulsivos 1.1.3 Milisegundo 1.2 Oscilatórios 2.0 Variações de curta duração 2.1 Instantâneas 2.2 Momentâneas 2.3 Temporárias 3.0 Variações de longa duração 4.0 Desbalanceamento de tensão 5.0 Distorção da forma de onda 5.1 Deslocamento DC (offset) 5.2 Harmônicos 0-100º H regime permanente 0-20% 5.3 Interarmônicos 0-6 kHz regime permanente 0-2% 5.4 Notching 5.5 Ruído 6.0 Flutuações de tensão 7.0 Variações na freqüência regime permanente ampla faixa regime permanente 0-1% < 25 Hz intermitente 0,1-7% < 10 s Transitórios Os fenômenos transitórios estão associados a variações que podem ser observadas em decorrência da mudança de um regime permanente para outro. Estão geralmente associados à idéia de circuitos ressonantes RLC. De uma maneira geral, podem ser classificados em duas categorias: impulsivos e oscilatórios. Essas categorias refletem a forma de onda em que os fenômenos transitórios se apresentam. Um transitório impulsivo é uma alteração repentina e unidirecional em polaridade nos valores de regime permanente da tensão, da corrente ou de ambos. São normalmente caracterizados pelo seu tempo de subida e de descida, que podem ser revelados pela avaliação do seu conteúdo espectral. Por causa das altas freqüências envolvidas, sua forma de onda pode ser alterada rapidamente pelos circuitos atingidos e suas características podem ser diferentes dependendo do ponto do sistema de onde é observado. A causa mais comum de transitórios impulsivos são descargas elétricas atmosféricas. Transitórios impulsivos podem excitar circuitos integrantes do sistema em sua freqüência natural e causar transitórios oscilatórios. A figura 2.1 apresenta um exemplo de comportamento típico do sinal de corrente em função do tempo em decorrência de uma descarga atmosférica. Figura 2.2 – Corrente resultante de descarga elétrica atmosférica que pode resultar em distúrbios no sistema elétrico. Transitórios oscilatórios são variações nas duas polaridades dos sinais da tensão, da corrente ou de ambos. Os valores instantâneos mudam de polaridade rapidamente. Esses distúrbios também podem ser caracterizados pelo seu conteúdo espectral através de uma freqüência dominante, duração e magnitude. Podem também ser resultados de operações de manutenção no sistema de potência. Na Figura 2.2 é mostrada a forma de onda de tensão afetada por um transitório oscilatório de baixa freqüência provocado pela energização de um banco de capacitores. Figura 2.3 – Forma de onda de tensão afetada por um transitório oscilatório causado pela energização de um banco de capacitores. Variações de tensão de longa duração Variações de tensão de longa duração são caracterizadas por desvios no valor de raiz média quadrática (RMS – Root Mean Square) da tensão em freqüências próximas à freqüência da rede por mais de um minuto. Os valores de tolerância e o tempo que caracteriza uma variação de longa duração são definidos pelo Instituto Americano Nacional de Padronização (ANSI – American National Standards Institute) no padrão ANSI C84.1. As variações de tensão de longa duração podem ser classificados em sobretensões, subtensões e interrupções sustentadas, sendo as duas primeiras geralmente atribuídas a variações de carga e operações de mudança na rede. São consideradas sobretensões aumentos na tensão acima de 110% da tensão nominal AC RMS, tendo como possibilidade de causa ligamento ou desligamento de grandes cargas ou energização de um banco de capacitores. A diminuição da tensão abaixo de 90% da tensão nominal AC RMS é considerada subtensão. São geralmente causados por eventos opostos aos que causam a sobretensão. Interrupções sustentadas também se encontram na categoria de variações de tensão de longa duração e são caracterizadas pela ausência de tensão por longos períodos [1][2]. Variações de tensão de curta duração As variações de tensão de curta duração são causadas por condições de falha, pela energização de grandes cargas que requerem grandes correntes de partida ou falhas intermitentes nos contatos dos condutores. Dependendo da localização da falha e das condições do sistema, a falha pode levar a quedas, elevações ou interrupções da tensão. As variações são classificadas como instantâneas, momentâneas ou temporárias, dependendo de sua duração, de acordo com a tabela 2.1. Desbalanceamento de tensão Desbalanceamento de tensão é definido como o máximo desvio das correntes e tensões médias trifásicas, divididas pelas tensões ou correntes médias trifásicas, expressas em valores percentuais. Causas para o desbalanceamento de tensão geralmente são: o uso de cargas monofásicas em circuitos trifásicos ou o rompimento de fusíveis de uma única fase de um banco de capacitores. Falhas em uma única fase podem causar desbalanceamentos severos de tensão [1]. Distorção na forma de onda Distorção na forma de onda é definida como desvios do sinal senoidal ideal em regime permanente caracterizado principalmente pelos desvios no seu conteúdo espectral. Segundo DUGAN [1], os cinco principais tipos de distorção de forma de onda são: deslocamento em corrente contínua (DC – Direct Current) ou offset, harmônicos, interarmônicos, notching e ruído. Deslocamento DC O deslocamento DC se dá pela presença de uma componente DC no espectro do sinal afetado, que desloca o eixo de simetria da onda senoidal de 0V para valores maiores ou menores. Pode ocorrer devido a distúrbios geomagnéticos ou pela assimetria de conversores eletrônicos de potência, como por exemplo, retificadores de meia onda. Seus efeitos são observados em transformadores, que saturam em operação normal, causando aquecimento adicional e diminuindo assim seu tempo de vida útil. Também observa-se os efeitos do deslocamento DC pela erosão eletrolítica de eletrodos de aterramento e outros conectores. Distorção por harmônicos e interarmônicos Harmônicos são componentes de freqüência cujo valor é um múltiplo inteiro da freqüência fundamental, isto é, da freqüência da rede. Distorção por harmônicos são descritos pelo conteúdo espectral do sinal analisado, considerando as amplitudes e fases das freqüências que estão presentes no sinal. Utiliza-se o parâmetro de distorção harmônica total (THD – total harmonic distortion) para quantificar o valor efetivo da distorção harmônica. Os interarmônicos são sinais cujos valores de freqüência não são múltiplos inteiros da freqüência da rede e podem aparecer como freqüências discretas ou numa faixa ampla de freqüências. São introduzidos no sistema por conversores de energia e por alguns tipos de carga. Freqüências portadoras de sinal utilizadas para controle e comunicação utilizando a rede elétrica também são consideradas interarmônicas. Notching São denominados notching distúrbios periódicos na tensão causados pela operação normal de dispositivos eletrônicos na comutação da corrente de uma fase para outra. A tradução literal do termo refere-se a entalhe, chanfro, que é aplicado ao sinal de tensão no contexto do estudo da qualidade da energia. Apesar de poder ser caracterizado pelo seu conteúdo espectral, esse tipo de distorção na forma de onda é geralmente tratado como um caso especial, uma vez que os componentes de freqüência associados ao distúrbio possuem altos valores, não podendo ser observados pelos equipamentos normalmente utilizados para análise de harmônicos. A figura 2.3 mostra a forma de onda de tensão com notching provocado por um conversor trifásico. Figura 2.4 – Forma de onda de tensão com notching provocado por um conversor trifásico. Ruído O ruído é definido como sendo um conjunto de sinais indesejados de amplo conteúdo espectral abaixo dos 200kHz, superpostos ao sinal de tensão ou de corrente do sistema elétrico. Podem ser causados por dispositivos eletrônicos, circuitos de controle, conversores de energia elétrica, fontes de potência chaveadas, entre outros. De maneira geral, é classificado como ruído qualquer distúrbio que não possa ser classificado como distorção harmônica ou distúrbios transitórios. O ruído afeta principalmente dispositivos eletrônicos como computadores e controladores programáveis e pode ser eliminado por meio do uso de filtros, transformadores de isolamento e condicionadores de linha [1]. Flutuações de tensão Flutuações de tensão são caracterizadas por variações no envelope do sinal senoidal da tensão ou por séries de alterações aleatórias na tensão. São geralmente chamadas de flicker (tremulação) por causa do impacto causado pelas flutuações em lâmpadas e seu efeito percebido pelos olhos humanos. O sinal de flutuação é definido pelo seu valor RMS expressado como percentual do valor RMS da freqüência fundamental. A Figura 2.4 apresenta um exemplo de flutuação de tensão, que pode ser provocada por fornos a arco que são, por sua vez, a causa mais comum de flutuações de tensão na rede elétrica. Figura 2.5 – Exemplo de forma de onda de tensão com flutuação. Variações na freqüência A freqüência da tensão fornecida está diretamente relacionada com a velocidade de rotação das turbinas do gerador, que por sua vez está relacionada com o balanço entre a energia demandada pela carga e a energia mecânica que faz a turbina girar. Existem pequenas variações quando esse balanço se altera e a variação da freqüência e sua duração dependem do tempo de resposta do sistema de controle do gerador a variações na carga. Regulamentação No Brasil, o principal órgão regulador do setor energético é a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), uma autarquia em regime especial vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME). A ANEEL foi criada no ano de 1996 pela Lei n° 9.427 e regulamentada pelo Decreto n° 2.335 de 06/10/1997, tendo suas atividades iniciadas no dia 02/12/1997. Suas atribuições são: regular e fiscalizar desde a geração à distribuição e comercialização da energia elétrica, atender reclamações dos agentes e consumidores, mediar os conflitos de interesses entre os agentes do setor elétrico e entre estes e os consumidores para manter o equilíbrio entre as partes em benefício da sociedade. Também cabe à ANEEL a concessão, permissão e autorização de instalação e prestação de serviços de energia, garantir tarifas justas, zelar pela qualidade do serviço, exigir investimentos, estimular a competição entre os operadores e assegurar a universalização dos serviços. Indicadores de continuidade Para regular a qualidade da energia elétrica, a ANEEL estabeleceu indicadores para medir o desempenho das concessionárias. Em princípio, foram estabelecidos os indicadores de Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) e o de Freqüência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC), classificados como indicadores de continuidade. O DEC indica o número de horas, em média, que um consumidor fica sem energia elétrica durante um período, geralmente mensal. Já o FEC indica quantas vezes, em média, houve interrupção do fornecimento de energia elétrica na unidade consumidora. Para esses indicadores são considerados conjuntos de unidades consumidoras. No ano 2000 foram implantados mais três indicadores de continuidade: o de Duração de Interrupção por Unidade Consumidora (DIC), o de Freqüência de Interrupção por Unidade Consumidora (FIC) e o de Duração Máxima de Interrupção por Unidade Consumidora (DMIC). O DIC e o FIC indicam por quanto tempo e o número de vezes respectivamente uma unidade consumidora teve seu fornecimento de energia elétrica interrompido durante um período considerado. O DMIC, por sua vez, limita o tempo máximo de cada interrupção, com a intenção de impedir que o consumidor permaneça sem energia elétrica por um período de tempo muito longo [4]. Indicadores de conformidade de tensão Os indicadores de continuidade tratam apenas de uma parte do conjunto de distúrbios na qualidade da energia elétrica fornecida. Em 2001 foram criados outros indicadores para avaliar o desempenho das concessionárias quanto ao nível de tensão fornecido. Os indicadores de conformidade de tensão são: Duração Relativa da Transgressão de Tensão Precária (DRP), Duração Relativa da Transgressão de Tensão Crítica (DRC) e Índice de Unidades Consumidoras com Tensão Crítica (ICC). Esses indicadores são relativos à ocorrência de níveis de tensão fora dos padrões de qualidade estabelecidos pela ANEEL [5]. O entendimento desses indicadores demanda o conhecimento das faixas de tensão adequada, tensão precária e tensão crítica. A faixa de tensão adequada inclui o valor nominal da tensão fornecida e compreende valores de tensão considerados toleráveis. A faixa de tensão precária situa-se entre a faixa de tensão adequada e a faixa de tensão crítica. Os intervalos das faixas de tensão são definidos pela Resolução n° 505 de 2001 da ANEEL e variam de acordo com o a tensão nominal no ponto de entrega e o tipo de ligação do circuito. A Figura 2.5 mostra como estão dispostas as faixas de tensão, tendo seus limites em valores identificados com base na tensão de referência (TR). Para obtenção dos limites, são somados à TR os comprimentos das faixas de tensão adequada (∆ADSUP ou ∆ADINF) e ao resultados destas somas, são adicionados os comprimentos das faixas de tensão precária correspondentes (∆ADSUP ou ∆ADINF) [6]. Faixa de Tensão Crítica Superior TR + ∆ADSUP + ∆PRSUP Faixa de Tensão Precária Superior TR + ∆ADSUP Faixa de Tensão Adequada Superior TR = Tensão de Referência Faixa de Tensão Adequada Inferior Faixa de Tensão Precária Inferior Faixa de Tensão Crítica Inferior TR + ∆ADINF TR - ∆ADINF - ∆PRINF Figura 2.6 – Faixas de tensão determinadas pela ANEEL para avaliação da conformidade da tensão. Por concentrar o interesse em unidades consumidoras residenciais, é importante conhecer as faixas de tensão associadas a este tipo de consumidor. A Tabela 2.2 apresenta como estão dispostas as faixas de tensão para pontos de entrega em tensão nominal (TN) igual ou inferior a 1 kV [5]. Tabela 2.2 – Faixas de tensão para pontos de entrega em Tensão Nominal (TN) igual ou inferior a 1 kV. Tensões Nominais Padronizadas Tensão Nominal (TN) Ligação Volts Faixa de Valores Adequados das Tensões de Leitura (TL) em relação à TN (Volts) Faixa de Valores Precários das Tensões de Leitura (TL) em relação à TN (Volts) Faixa de Valores Críticos das Tensões de Leitura (TL) em relação à TN (Volts) (189 ≤ TL < 201 ou (220)/ (201 ≤ TL ≤ 231)/ (231 < TL ≤ 233)/ (TL<189 ou TL>233)/ (127) (116 ≤ TL ≤ 133) (109 ≤ TL < 116 ou (TL<109 ou TL>140) (133 < TL ≤ 140) Trifásica (327 ≤ TL < 348 ou (380)/ (348 ≤ TL ≤ 396)/ (396 < TL ≤ 403)/ (TL<327 ou TL>403)/ (220) (201 ≤ TL ≤ 231) (189 ≤ TL < 201 ou (TL<189 ou TL>233) (231 < TL ≤ 233) (220 ≤ TL < 232 ou (254)/ (232 ≤ TL ≤ 264)/ (264 < TL ≤ 269)/ (TL<220 ou TL>269)/ (127) (116 ≤ TL ≤ 132) (109 ≤ TL < 116 ou (TL<109 ou TL>140) (132 < TL ≤ 140) Monofásica (380 ≤ TL < 402 ou (440)/ (402 ≤ TL ≤ 458)/ (458 < TL ≤ 466)/ (TL<380 ou TL>466)/ (220) (201 ≤ TL ≤ 229) (189 ≤ TL < 201 ou (TL<189 ou TL>233) (229 < TL ≤ 233) Metodologia O protótipo que se pretende desenvolver como produto do presente trabalho consiste de um hardware, que realizará as medições dos níveis de tensão da rede elétrica e um software para interação com o hardware, interpretação e apresentação dos dados obtidos. Pretende-se que o conjunto desenvolvido possua bom nível de precisão e confiabilidade, e que possa servir como base para melhorias e implementações futuras neste ou em outro trabalho. O sistema proposto deve possibilitar a detecção e registro de eventos em que os picos de tensão da rede elétrica ultrapassem os limites de tensão determinados pela ANEEL. Cabe ao software receber e apresentar os dados registrados, que poderão servir como base para cálculo de indicadores ou subsídio para decisões sobre pedidos de indenização por danos elétricos. O uso do sistema registrador de picos de tensão possui vantagens para as três partes principais envolvidas na cadeia considerada: o consumidor ou usuário final, a concessionária e o órgão fiscalizador. O consumidor beneficia-se por conhecer melhor o serviço que lhe é prestado e possui dados confiáveis para reclamar possíveis deficiências na qualidade do fornecimento de energia; a concessionária pode avaliar e conhecer melhor seu sistema podendo antecipar-se no diagnóstico e resolução de problemas; e o órgão fiscalizador pode avaliar os indicadores com dados obtidos independentemente da concessionária ou comparálos com os dados fornecidos pela mesma. Este trabalho enfoca a avaliação dos parâmetros citados em unidades consumidoras monofásicas de baixa tensão e os testes serão realizados em laboratório e em unidades previamente escolhidas dentro da Região Metropolitana da cidade do Recife, local de realização do trabalho. A região é atendida pela Companhia de Eletricidade de Pernambuco (CELPE). Desta forma, será tomada como parâmetro a tensão de 220 V fornecida pela concessionária no local. Hardware O sistema proposto baseia-se na detecção e registro dos valores absolutos de pico de maior e menor tensão da rede elétrica e deve funcionar como segue. Ao detectar um pico de tensão positivo, seu valor deve ser comparado com um valor máximo pré-estabelecido. Inicialmente, este valor será o limite de tensão considerada adequada para fornecimento. Caso o valor de pico obtido seja maior que o limite, o sinal será quantizado e convertido para um valor digital binário. O valor será registrado em memória, juntamente com o horário de ocorrência do evento, e será convertido para um sinal analógico que servirá como referência para as próximas comparações. Caso seja lido um valor de tensão maior que o anterior, o mesmo processo será realizado, substituindo o valor armazenado anteriormente pelo novo valor. O mesmo procedimento será utilizado para avaliação e registro de picos negativos de tensão. Um diagrama de blocos funcionais contendo as partes essenciais para o processo são apresentadas na Figura 3.1. Transformador de Potencial (TP) Abaixador de Tensão Comparador de Tensão Conversor A/D Memória Conversor D/A Registrador Circuito de proteção Placa de aquisição de picos de tensão Tensão da Rede Elétrica Circuito de comunicação USB PIC18F4553 Relatório Computador Figura 3.7 – Diagrama de blocos funcionais do hardware. Além dos blocos representados na Figura 3.1, o hardware deve contar ainda com um circuito de condicionamento do sinal, uma unidade de processamento (microcontrolador), um relógio de tempo real e o circuito que compõe a fonte de alimentação do sistema. Para alimentação, o sistema contará também com baterias, principalmente para manutenção do relógio em caso de interrupção no fornecimento de energia pela concessionária, podendo manter também o circuito preparado para monitoramento assim que a energia for estabelecida. É tido como hipótese que um circuito analógico para comparação e amostragem em conjunto com um conversor analógico-digital (A/D) possa responder mais rápido a eventos de menor duração que circuitos quase totalmente digitais, como por exemplo, microcontroladores com conversores A/D sendo utilizados para amostrar, converter, comparar e registrar os picos de tensão. Com base nas normas de monitoramento de energia, respeitando o estabelecido nas Resoluções da ANEEL e objetivando performance, precisão e confiabilidade, o protótipo deve obedecer a alguns requisitos. A determinação dos parâmetros do circuito será realizada em função dos parâmetros ótimos para do conversor A/D e do circuito comparador. A seguir serão apresentados os blocos funcionais e as características que permitirão determinar os parâmetros dos circuitos e componentes que compõem cada bloco. Conversor A/D O conversor A/D tem a função de converter o sinal de tensão em um valor digital binário, através dos processos de amostragem, quantização e codificação, para que o mesmo possa ser registrado em memória. O processo de amostragem é realizado pela leitura de um sinal em instantes de tempo que são, geralmente, igualmente espaçados no tempo, possuindo uma freqüência (ou taxa) associada. A quantização é o processo pelo qual a amostra do sinal é aproximada a um nível discreto que é codificado, geralmente em uma representação binária. Circuito comparador O circuito comparador tem a função de detectar se o sinal de tensão na entrada ultrapassou um limite de tensão pré-estabelecido, sinalizando para o conversor A/D que realize a conversão. Esta tensão de referência é a tensão fornecida pelo conversor digitalanalógico (D/A), que é equivalente ao último maior valor de pico registrado ou, inicialmente, ao valor limite de tensão considerada adequada. O circuito é composto por um amplificador operacional e será configurado como comparador inversor. Em sua entrada não inversora é aplicada a tensão de referência e na sua entrada inversora, o sinal da tensão de entrada. Por causa do alto ganho do amplificador operacional, sua tensão de saída é saturada e com sinal oposto à diferença entre as tensões de entrada e de referência. O amplificador operacional utilizado no circuito comparador deve possuir alto valor de taxa de subida (SR – slew rate), que representa a máxima taxa de aumento no valor de tensão que pode ser obtida em sua saída. O SR é expresso em termos tensão por unidade de tempo (geralmente V/µs), permitindo concluir que um alto valor de SR é desejável para o amplificador operacional utilizado para que a transição entre as tensões de saturação máxima e mínima na saída se realizem no menor tempo possível, minimizando o atraso de propagação. Será utilizado o amplificador operacional AD8058, produzido pela Analog Devices®. Esse dispositivo é composto por dois amplificadores operacionais, que serão utilizados para comparação e detecção de picos da tensão de entrada. Um deles irá detectar sobretensões e o outro será responsável pelas subtensões. Define-se slew rate de um amplificador como sendo a máxima taxa de variação da tensão de saída por unidade de tempo. Normalmente o SR é dado em V/us. Em termos gerais, podemos dizer que o valor do SR nos dá a velocidade de resposta do amplificador. Quanto maior o SR, melhor será o amplificador. Costuma-se traduzir o slew-rate como taxa de subida, taxa de resposta, taxa de giro, etc. SR = 2*pi*f*Vp. Comprometimento entre f e Vp. Saturação: quando um amplificador operacional atinge um nível de tensão fixo a partir do qual não se pode mais variar sua amplitude. Tempo de subida (rise-time): tempo gasto pelo sinal de saída para variar de 10 a 90% de seu valor final Overshoot: sobrepassagem, sobredisparo. Valor, dado em porcentagem, que nos informa de quanto o nível de tensão de saída foi ultrapassado durante a resposta transitória do circuito, ou seja, antes da saída atingir o estado permanente. Prejudicial principalmente para sinais de baixo nível. Rise-time e overshoot constituem os parâmetros de estudo da resposta transitória do AOP. Transformador Como transdutor de tensão será utilizado um transformador de potencial (TP) abaixador para reduzir a tensão da rede a valores aceitáveis para manipulação pelo circuito. A tensão na saída do transformador (enrolamento secundário) será proporcional à tensão na entrada do mesmo por um fator determinado pela relação entre o número de espiras do enrolamento primário e o número de espiras do enrolamento secundário. O enrolamento primário será ligado em paralelo nos terminais da rede elétrica, sendo enxergado pelo sistema como uma carga. Circuito de proteção O circuito de proteção será composto por um elo fusível e um varistor ou resistor dependente de tensão (VDR – Voltage Dependent Resistor). O varistor, a ser dimensionado, consiste em um resistor cujo valor de resistência varia com a tensão aplicada em seus terminais. A relação entre a tensão e a resistência do varistor é inversamente proporcional, fornecendo um caminho com maior impedância para sinais de alto valor. Caso sua resistência se torne muito baixa devido a uma tensão muito alta provocada por um surto ou sobretensão, o elo fusível deverá romper e desconectar o circuito da fonte de alimentação. Registrador O bloco registrador representa a parte do circuito responsável por manter disponível para o conversor D/A o valor digital do maior valor de pico da tensão de entrada ou o valor digital do limite para tensão adequada e deve possuir a mesma quantidade de bits que os conversores A/D e D/A. É também responsável transferir o valor retido para a memória. Para essa função será utilizado o microcontrolador PIC18F4553®, da Microchip®. Ele possui 35 pinos de I/O, que é mais que suficiente para a função de registrador, e possui ainda memória interna, conversor A/D de 12 bits e circuito de comunicação pelo Barramento Serial Universal (USB – Universal Serial Bus), acumulando também as funções do bloco conversor A/D, do bloco memória e do bloco circuito de comunicação com o computador. Conversor D/A O conversor D/A tem a função de converter um valor digital binário em um sinal de tensão analógico para que possa ser comparado com o sinal de tensão na entrada do comparador. O valor digital binário a ser convertido representará o limite de tensão acima do qual o valor de pico da tensão de entrada será registrado. Este valor, no início do funcionamento do circuito, será o limite de tensão considerada adequada. Para minimizar o atraso de propagação pelo uso do conversor D/A, o mesmo deve possuir baixo tempo de conversão e para que o valor de referência seja compatível com o registro armazenado, deve possuir a mesma resolução do conversor A/D, isto é, 12 bits. Conclusão Foi apresentado neste trabalho um projeto de um registrador capaz de detectar anomalias na tensão senoidal da rede elétrica. Através desde dispositivo de simples implementação o operador poderá registrar picos de tensão até então não percebidos por equipamentos de medidas comuns, como por exemplo um voltímetro, antes que essa tensão venha causar danos aos equipamentos ligados a esta rede. Referência Bibliografica [1] DUGAN, R. C. et al. Electrical Power Systems Quality. 2. ed., New York: McGraw-Hill, 2004. [2] MARSULO, J. A.; Sensor de surtos de tensão com memória para baixa tensão. In: Anais do Congresso de Inovação Tecnológica em Energia Elétrica, p. 93-96, Salvador, ANEEL, Nov 2003. 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