Neurofibromatose tipo 1 A Neurofibromatose tipo 1 (NF1) é uma síndrome genética, com prevalência estimada de 1:3.500. As manifestações mais comuns são as manchas café au lait, efélides nas axilas e virilhas, os nódulos de Lisch na íris. Os neurofibromas, que dão nome à doença, são o tumor mais comum, podendo ser cutâneos, sub-­‐cutâneos ou plexiformes, mas podem surgir outros tumores benignos do sistema nervoso periférico e central. O tumor maligno da bainha dos nervos periféricos acontece em cerca de 10% dos doentes. Os doentes com NF1 têm frequentemente problemas específicos de aprendizagem, patologia esquelética (displasia do esfenoide e tíbia, predisposição para osteoporose) e vasculopatia (estenoses vasculares e malformações arterio-­‐venosas). O gene NF1 compreende 60 exões e codifica a proteína neurofibromina 1, com um domínio RasGAP (regulador negativo do proto-­‐oncogene RAS) e vasta expressão nas células humanas. A síndrome tem uma hereditariedade autossómica dominante (cerca de metade dos casos são mutações de novo) e penetrância de 100% aos 8 anos. No entanto, o curso da doença é muito imprevisível e variável mesmo dentro da mesma família. O diagnóstico é clínico ficando o estudo molecular reservado para apresentações atípicas e para o planeamento reprodutivo. O seguimento da doença deve ser multidisciplinar (Neurologia, Neurocirurgia, Oftalmologia, Cirurgia Plástica e Ortopedia) e é então bastante desafiante. O projecto em desenvolvimento visa identificar marcadores epigenéticos, de sub-­‐ diagnóstico e prognóstico da doença, que auxiliem nas difíceis decisões clínicas permitam uma terapêutica personalizada. Marta Zegre Amorim Genética Médica Serviço de Genética do Hospital D. Estefânia Centro Hospitalar Lisboa Central References: Kimberly Jett, Jan Friedman, Clinical and Genetic Aspects of Neurofibromatosis 1, Genetics in Medicine, 2010; Angela C. Hirbe, David H. Gutmann, Neurofibromatosis type 1: a multidisciplinary approach to care, Lancet Neurology, 2014.