Cancro é uma palavra para designar uma doença que pode assumir variadas formas, e iniciar em diferentes partes do corpo. Quando e porque acontece isto? Aquilo a que chamamos cancro é na realidade um grupo de doenças que se caracteriza por uma divisão celular anárquica e desordenada. Existem muitos tipos de cancro, assim como existem muitas causas que o iniciam. A dificuldade em conhecer a causa pela qual uma determinada pessoa desenvolveu um cancro aumenta pelo facto de a indução do cancro requerer normalmente anos ou décadas até ao aparecimento das primeiras alterações celulares e dos primeiros sintomas. Onde posso ir procurar mais informação? http://www.ligacontracancro.pt/ http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/ linhas/contactos+de+apoio/linha+cancro.htm http://www.roche.pt/sites-tematicos/infocancro/ http://www.laco.pt Bibliografia O Corpo humano – A célula, um pequeno prodígio”. 1987. Ediclube. Portugal. Era uma vez o corpo humano – Volume 18 – A origem da vida-II. 1991. Planeta-De Agostini, S.A.. Lisboa. Passarge, E. 2004. Genética – texto e atlas. 2ª edição. Artmed. Como se combate o cancro? Nem alarmista e hipocondríaco nem irresponsável! Independentemente dos avanços na medicina e suas técnicas, o mais importante é estar atento ao nosso corpo e sintomas estranhos que ele possa apresentar. O cuidado com o corpo é fundamental: alimentação equilibrada, não consumir em demasia produtos que apresentem substâncias cancerígenas (por exemplo, evitar fumar, beber álcool em demasia), procurar ambientes saudáveis, em certas profissões utilizar as medidas de segurança necessárias (carpinteiros, construtores de infraestruturas, mineiros, etc.), ir regularmente ao médico, etc. Explica-me o que é o cancro Existem três métodos para tratar o cancro: A cirurgia consiste na remoção da massa tumoral. É muito eficaz na cura de tumores benignos ou malignos descobertos em estágio inicial. A radioterapia é cada vez mais precisa e consiste na aplicação de radiação apenas sobre uma área onde o tumor se encontra presente. Assim destroem-se as células tumorais através da radiação. A quimioterapia consiste na administração de substâncias químicas (como o taxol), que atuam nas células de crescimento rápido em todo o corpo. Destrói assim as células cancerosas, mas também, por exemplo células normais de crescimento rápido (como as dos folículos pilosos). É dos tratamentos que mais efeitos secundários provoca, no entanto pode ser eficaz. Tende a melhorar no sentido de ser cada vez mais dirigido às células cancerosas apenas (sem afetar as restantes). Há muitos núcleos de investigação que tentam descobrir a cura total para os diferentes tipos de cancro. A cada dia fazem-se progressos, tanto na descoberta de novos tratamentos, como nos mecanismos que levam à compreensão da forma de ativação dos tipos de cancro. A verdade é que são inúmeros os testemunhos de cura e esperança. Ter cancro não é uma sentença! A “terapia” complementar a qualquer um destes métodos, essencial para o sucesso, é a atitude: otimismo, força de vencer a doença, motivação para ultrapassar! PESES—Agrupamento de Fajões Como se desenvolve? Esta doença está relacionada com o mal funcionamento de algumas células. As células são unidades individualizadas que funcionam como se fossem uma “fábrica”. Dentro delas decorrem inúmeras reações químicas auxiliadas por enzimas (que são proteínas). A maior parte da atividade celular tem lugar no citoplasma, uma substância gelatinosa que contém os constituintes celulares (ou organitos) e muitas substâncias. O citoplasma, rodeado pela membrana celular, constitui a maior parte da massa celular. No interior do citoplasma encontra-se o núcleo, o coordenador das atividades celulares. O interior do núcleo contém uma rede de fibras chamada cromatina, e esta, por sua vez, é constituída por ADN (ácido desoxirribonucleico). Imagina o ADN como um filamento comprido. O ser humano, em cada célula do seu organismo (com exceção dos óvulos e espermatozoides) tem 46 filamentos diferentes de ADN. Apesar das diferenças serem pequenas, todos os filamentos de ADN são interpretados e da mesma forma. De cada filamento de ADN podem fazer-se muitas cópias de pequenas frases-mensagem ao longo da tua vida. Essas frasemensagem são instruções que fazem a célula funcionar bem. Quando ocorre um erro na elaboração dessas frase-mensagem a célula pode: ou corrigir o erro a tempo; ou ser incapaz de corrigir o erro. Uma das funções da célula é dividir-se. Uma célula de uma parte do corpo a dada altura da sua existência recebe a ordem “divide-te” (há células que são exceções). Esta ordem vem do seu ADN. Imagina que a ordem tem um erro e a mensagem é “divide-te sem parar muitas vezes”. O que acontece é que essa célula vai dar origem a outras iguais, com o mesmo tipo de erro e vai dividir-se sem parar formando uma massa tumoral – este é o início do cancro. O que pode causar um cancro? Fatores genéticos No decorrer da década de 80 estabeleceu-se a relação de, aproximadamente, uma dúzia de genes (porções de ADN) com os cancros da bexiga, pulmão, mama, sangue e cólon encontrados nos seres humanos. O que acontece é que, nestas células, genes normais se convertem em genes causadores de cancro (oncogenes; do grego onkos, que significa massa). A natureza da doença Os cancros nos seres humanos são diversos e são classificados segundo o seu local de origem: - Carcinomas – são originados nos revestimentos dos órgãos e superfícies do corpo - Sarcomas – originam-se no tecido conjuntivo do corpo - Leucemias – desenvolvem-se no sangue e na medula óssea - Linfomas – procedem do sistema linfático. Vírus Os vírus contêm genes idênticos aos genes humanos no seu material genético. Estes oncogenes virais (v-onc) são suscetíveis de ser aceites como parte do ADN original das células humanas que funcionam como hospedeiras do vírus que as infecta. Após esta infeção o oncogene transportado pelo vírus é incorporado no ADN da célula humana e passa a funcionar como “mensagem-erro” que obriga a célula a dividir-se sem parar. Felizmente os tumores induzidos por vírus são raros no Homem. Contam-se como cancros induzidos por vírus no ser Humano: - o cancro do colo do útero, que é induzido pelo VPH – vírus do papiloma humano (ou HPV); - e o carcinoma do fígado que se pode desenvolver após infeção pelo vírus da Hepatite. Os tumores dividem-se em dois tipos: - Benignos – permanecem no local de origem sem se dispersar; - Malignos – têm a capacidade de enviar células invasoras para lugares do corpo afastados da zona de origem. Estas células invasoras (metastáticas ) migram na corrente sanguínea ou linfática até um novo local do corpo, e podem originar um tumor secundário (a metástase). No entanto muitas são destruídas no processo (felizmente). As células tumorais podem libertar substâncias químicas denominadas “fatores de angiogénese tumoral” (FAT), a qual provoca a proliferação dos capilares sanguíneos em volta do tumor, fazendo-o crescer mais rápido. Agentes carcinogénicas existentes no ambiente Certas substâncias funcionam como carcinogénicos, ou seja, podem transformar uma célula normal numa célula cancerosa. O que estas substâncias fazem, no fundo, é interferir com a forma como o ADN é interpretado. Eles interrompem a estrutura ou função de um gene normal, transformando-o em oncogene. Exemplos: substâncias presentes no tabaco, pesticidas, certos componentes de tintas para cabelo, etc. Radiações Uma pessoa exposta a radiação poderá desenvolver cancros de pele ou uma das formas de leucemia. Entre as fontes de radiação figuram os raios X, a chuva radioativa procedente de explosões atómicas, substâncias radioativas, raios UV (proveniente do sol). Também as radiações geram alterações na forma como a célula faz pequenas cópias do ADN. Quem pode desenvolver cancro? O cancro é mais comum em pessoas de idade (as células “velhinhas” podem mais facilmente começar a falhar ao nível do seu funcionamento). No entanto também as pessoas jovens, inclusive crianças, podem desenvolver esta doença. Se uma pessoa que conhecemos tem cancro o que devemos fazer? Qualquer pessoa que esteja doente merece o nosso respeito. Está antes de mais debilitada e a recuperar. Há formas de cancro que debilitam muito, por isso qualquer carinho ou mimo que a pessoa deseje devemos respeitar. Se uma pessoa pedir para estar sossegada e em silêncio devemos acatar esse desejo. O apoio que a pessoa desejar é aquele que devemos dar, nem mais, nem menos!