Alimentos funcionais, nutracêuticos, fitoquímicos. Afinal, o que é isso?

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Fernanda Penteado
Alimentos funcionais, nutracêuticos, fitoquímicos.
Afinal, o que é isso?
Utilizados na composição de alimentos, cosméticos e produtos farmacêuticos, os
nutracêuticos são uma das principais apostas para o futuro da indústria química,
pois atendem à crescente demanda internacional por produtos que ajudem a
sociedade na busca por uma vida com mais saúde e qualidade.4
Há muito tempo sabe-se que uma alimentação balanceada pode
prevenir e tratar muitas doenças. A comunidade científica atenta para este fato
descobriu que alguns alimentos apresentam além do aspecto nutricional
comum, nutrientes que agem na melhora e redução de doenças. O efeito
terapêutico inclui alteração na composição de gorduras corporais, redução na
absorção do colesterol, regulação da coagulação do sangue, influência nas
atividades digestivas entre outras. 2
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) visando regulamentar esta nova prática no
Brasil publicou a portaria nº 398 que estabelece as diretrizes básicas para a análise e comprovação de
propriedades funcionais e/ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos. Esta atitude visa proteger o
consumidor, e estimular os investimentos em pesquisas científicas. 2
DEFINIÇÃO
Os nutracêuticos já têm mais de uma década de idade. A expressão "nutracêutico" foi cunhada pela
Fundation for Innovation in Medicine dos EE.UU. em 1990, para nominar uma nova área de pesquisas
biomédicas e, desde então, se tornou parte do léxico padrão da comunidade médico-científica e das
indústrias de alimentos e drogas. 1
É definida como NUTRACÊUTICO não uma droga ou um alimento, mas “uma substância de
ocorrência natural com evidente efeito benéfico à saúde que faça parte, como ingrediente, de alimentos
específicos, alimentos funcionais ou suplementos alimentares”. 1
HISTÓRIA
A sociedade, cada vez mais, vem demonstrando preocupação pelas possíveis relações entre os
nutrientes que recebe e sua saúde. Embora exacerbada recentemente, essa preocupação data já de
tempos imemoriais, certificando que sua história pode se reportar a cerca de 400 a.C., quando Hipócrates
postulou o seguinte mandamento "Que teu alimento seja teu remédio". Hoje, aproximadamente 2400 anos
transcorridos, essa filosofia é atual e serve de paradigma para a nova modalidade de produtos conhecidos
como promotores da saúde, com espaço em todo o mundo. 1
HIPÓCRATES
Atestando esta preocupação atual, na 32 a Conferência Anual da European Association for
Business Reserch Planning and Development in the Chemical Industry em Paris a 11 de outubro de 1999,
foi constatado o seguinte “O público está reconhecendo e aceitando que há uma forte conexão entre saúde
e nutrição”. Idéias semelhantes foram veiculadas no Primeiro Workshop Internacinal de Alimentos
Funcionais e Nutracêuticos realizado em Curitiba em Maio de 2002. 1
Está havendo, hoje em dia, um grande aumento da expectativa de vida para a população global de
seis bilhões de pessoas que está, por sua vez, conduzindo a um grande aumento de pessoas idosas,
aumentando assim os níveis da necessidade por dietas relacionadas a doenças. A par disso, as pessoas
estão, desde tenra idade, se preocupando com a alimentação funcional, isto é, alimentos que auxiliem na
prevenção de doenças ou deficiências. A chamada sabedoria popular fixou em provérbios algumas dessas
convicções, atribuindo, por exemplo, à modesta maçã autênticas propriedades profilácticas: an apple a day
keeps the doctor away.
1
CLASSES DE NUTRACÊUTICOS
™ FITOESTRÓGENOS
™ ANTIATEROSCLERÓTICOS
™ FITOSTERÓIS
™ ESTIMULANTES
™ ANTIOXIDANTES
™ TERMOGÊNICOS
™ ANTITUMORAIS
™ EMAGRECEDORES
™ IMUNOLÓGICOS
™ ERGOGÊNICOS
™ OSTEOLÓGICOS
FITOESTRÓGENOS
Os fitoestrógenos são moléculas não esteroidais encontradas nos vegetais cujas estruturas diferem dos
hormônios gonodais, porém, com uma atividade tipo estrogênica que é capaz de interagir com os receptores
de estrógenos mostrando um método de ação ao mesmo tempo agonista e antagonista. Os efeitos
benéficos desta ação têm sido extensivamente estudados e são hoje bem conhecidos. 1
SOJA
Existem evidências de que os fitoestrógenos podem oferecer proteção contra uma ampla faixa de
condições humanas de saúde, incluindo o câncer de seio, câncer de próstata, doenças cardiovasculares,
disfunções cerebrais, osteoporose e sintomas da menopausa. Para esta última, como exemplo, alimentos e
suplementos alimentares contendo fitoestrógenos estão sendo freqüentemente advogados como uma
alternativa à Terapia de Reposição Hormonal (TRH) em mulheres com contra indicações ao uso da
reposição estrogênica convencional ou simplesmente desejando uma alternativa mais natural de TRH.
1
ISOFLAVONAS DE SOJA
FITOSTERÓIS
Os fitosteróis (esteróis e esterolinas contidos em muitas plantas como o campesterol, stigmasterol
e beta-sitosterol) são componentes lipídicos das plantas, têm estrutura molecular muito semelhante à do
colesterol. Os fitosteróis são facilmente e freqüentemente removidos da dieta durante o processamento dos
alimentos que, de outra forma, poderiam dar suporte à saúde humana de diversas maneiras quando
adequadamente ingeridos na alimentação. Portanto em muitos casos há deficiência deste ingrediente na
dieta. 1
Tem sido demonstrado que diversas combinações de esteróis e esterolinas (formas glicosídicas dos
esteróis) melhoram os sintomas da hipertrofia prostática benigna (BPH), melhora alguns distúrbios autoimunes e diminui os níveis de colesterol quando ingeridos em alimentos. Ainda relativo aos efeitos dos
fitosteróis sobre a hipercolesterolemia muitos estudos foram feitos, sendo talvez o maior foco de interesse
sobre a ação dos fitosteróis. E, também, os fitosteróis ajudam a melhorar o diabetes do tipo I e tipo II.
1
FITOSTERÓIS E MOLÉCULAS CORRELATAS
Mulheres que têm um teor maior de fitosteróis na sua dieta são menos prováveis de desenvolverem
câncer de mama e ainda, os fitosteróis mostraram induzir a diminuição da expansão tanto do câncer de
mama já instalado como o de próstata e do cólon em modelos animais e em testes "in vitro". Eles têm
ainda poder anti-inflamatório e antipirétco e são poderosos imunomoduladores.
1
ANTIOXIDANTES
Nos níveis moleculares ou celulares, os antioxidantes servem para desativar certas partículas
chamadas de radicais livres. No organismo humano, os radicais livres usualmente vêm na forma de oxigênio
atômico ( O•), eletricamente desequilibrado. O átomo de oxigênio precisa ser oxidado (isto é receber um
elétron) e este processo de oxidação pode ser muitas vezes nocivo (cancerígeno, por exemplo). Os radicais
livres são subprodutos naturais de muitos processos dentro das células e entre elas. Esses radicais podem
ser também gerados pela exposição a vários fatores ambientais como o tabagismo, a radiação, a poluição e
o stress.
1
EXEMPLOS DE RADICAIS LIVRES
Espécie
Fórmula Molecular
Íon superóxido
O•
Hidroxila
HO•
Óxido Nítrico
NO•
Ion Ferril
FenO•
Lipidico
Lipid-OO•
Se forem deixados à vontade, esses radicais livres podem causar danos tanto às paredes celulares
como a outras estruturas das células e ao material genético dentro delas e, como conseqüência final, a
morte das células (stress oxidativo). No pior cenário e por longos períodos, esses danos podem tornar-se
irreversíveis e levar a doenças como, por exemplo, ao câncer.
1
É aqui, então, que os antioxidantes começam a atuar. Os antioxidantes exercem a função de "limpar
a casa" removendo os radicais livres antes que eles tenham a chance de causar algum dano ao corpo
mantendo a saúde celular e a do organismo.
1
EXEMPLOS DE ANTIOXIDANTES
Fatores dietéticos de metabolismo primário
Nutriente
Exemplos de papéis úteis no corpo humano
Fe (Iron)
Catalase, corrige o funcionamento das mitocôndrias, hemoglobina
Mn (Manganes)
Mn-SOD na mitocôndria
Cu (Cobre)
Cu,Zn-SOD, ceruloplasmina
Zn (Zinco)
Cu,Zn-SOD: Propriedades antioxidantes gerais
Proteínas
Aminoácidos contendo enxôfre para GSH. SOD, catalase,
glutationa redutase e peroxidases, transporte de metais, e
proteínas de armazenagem. Albumina.
Se (Selênio)
Glutation peroxidase; função da tiróide
Vitamina E
(tocoferóis
liposolúveis)
Proteção contra peroxidação lipídica e estabilizador da estrutura
das membranas.
Vitamina C (ácido
ascórbico)
Enzimas Hidoxilases, recicla a vitamina E
Riboflavina
Glutation redutase, corrige o funcionamento das mitocôndrias,
necessária para produzir FMN e FAD.
Fatores dietéticos de metabolismo secundário
Composto
Possível ação
Fontes alimentares
Sulfetos Orgânicos
Estimulação de enzimas de detoxificação de
carcinogênicos
Alho, cebola
Catequinas
Antioxidantes. Agem diretamente nas células
cancerígenas.
Chá verde, chá preto,
morangos
Flavanoides
Antioxidantes. Agem diretamente nas células
cancerígenas.
Muitas frutas e verduras
Ácido Fítico
Liga metais, diminui a absorção de ferro
Diversos grãos
Genisteina
Pode bloquear o crescimento de novos vasos
sanguíneos em tumores em crescimento.
Soja
Limonoides
Induzem enzimas antioxidantes protetoras
Frutas cítricas
Fibras
Aumenta a velocidade do fluxo fecal através do
cólon, dilui compostos carcinogênicos e impede a
formação de tumores.
Grãos e verduras
Isotiocianatos
Induz enzimas antioxidantes protetoras
Mostarda e rabanete
ANTITUMORAIS
O primeiro impulso da corrente medicina é detectar o câncer nos seus primeiros estágios e, então,
combater a doença através de uma intervenção médica radical como a quimioterapia ou a cirurgia, ou
ambos. Isto tem melhorado as estatísticas de sobrevivência daqueles que foram diagnosticados com câncer
nos anos recentes, mas isto não contribuiu em nada para reduzir a atual velocidade com que as pessoas
desenvolvem a doença.
1
Isto é desafortunado porque muitos cânceres podem ser prevenidos. Não se deseja meramente
detectar cedo o câncer, é muito mais desejável, contudo, evitar-se que ele se desenvolva ou se inicie.
Hoje em dia já é aceito que a dieta e a nutrição podem ter um papel significativo na redução do
início da maioria dos cânceres. Infelizmente esta conexão dieta/nutrição/câncer tem sido aceita muito
recentemente pelo sistema de saúde e a câncer terapia tradicional ainda não utiliza efetivamente a dieta e a
nutrição.
1
Dieta e nutrição exercem o principal papel na prevenção do início do câncer. Um plano dietético que
forneça um balanceamento de proteínas, carboidratos e gorduras, assim como de vitaminas, minerais e fito
nutrientes (nutracêuticos) de verduras, frutas e outros alimentos promotores de saúde, pode, drasticamente,
reduzir o risco de câncer.
1
É importante obter esses nutrientes de alimentos reais ou de suplementos feitos a partir de
alimentos verdadeiros uma vez que neles, esses itens, estão combinados, ao invés de utilizar vitaminas ou
minerais simples, puros ou sintéticos. Assim é possível desenvolver-se produtos que mantenham
sistematicamente essa combinação realçada.
1
IMUNOLÓGICOS
Imunomodulação significa regular ou balancear o sistema imune. Um sistema imune normal tem a
capacidade para se auto estimular em resposta a uma substância estranha, assim como, se auto inibir para
manter a função imune apropriadamente. É importante estabelecer a distinção entre estimulação e
modulação. A estimulação não é, necessariamente, um processo natural e pode ser o resultado do uso,
pelo sistema imune, de fontes críticas necessárias provenientes de algum ponto desse sistema, para
defender o corpo de uma outra substância estranha. A modulação, por outro lado, é um processo natural
que espelha a função normal.
1
Os imunomoduladores oferecem uma poderosa ferramenta para controlar as doenças infecciosas.
Esses compostos modulam (estimulam ou suprimem) o sistema imune de uma maneira não específica. A
estimulação da imunidade é também importante para a defesa do hospedeiro contra o câncer. Este último
ocorre, por exemplo, pela ativação dos macrófagos tumoricidas em resposta a imunomoduladores. Estes,
também, podem ser usados no tratamento de doenças causadas pelo desarranjo do sistema imune como é
o caso da artrite.
1
NUTRACÊUTICOS IMUNOMODULADORES
FITOSTERÓIS
Os fitonutrientes conhecidos como fitosteróis estão, muito brevemente, por revolucionar o campo
da medicina preventiva. A pesquisa científica indica que estas substâncias têm a propriedade única de
estimular as capacidades do sistema imune. Nunca antes se testemunhou nutrientes com tanta versatilidade
de propriedades, as quais permitem não apenas anular os efeitos de viroses e bactérias como também tem
o potencial de lidar com doenças autoimunes tais como a artrite reumatóide e a esclerose múltipla.
1
Os fitosteróis são essencialmente gorduras das plantas que incluem o beta-sitosterol e seus
glucosídeos, as beta esterolinas. Esses dois fitolipídeos foram isolados em 1922. Entre 1966 e o presente,
acima de 5.000 trabalhos de pesquisa científica foram publicadas, todos demonstrando os efeitos positivos
do beta-sitosterol e das beta-sitoesterolinas (esteróis e esterolinas).
1
Os esteróis e as esterolinas são encontrados juntos na natureza e trabalham sinérgicamente para
modular o sistema imune. Todas as plantas contém esteróis e esterolinas incluindo as frutas, verduras,
castanhas e sementes. Estas duas últimas não processadas e seus óleos contém a mais rica fonte de
esteróis e esterolinas, especialmente as sementes de soja.
1
PROTEÍNAS DO SORO DO LEITE
As proteínas do soro do leite bovino são ricas em certos aminoácidos. Os aminoácidos de cadeias
ramificadas (leucina, valina e isoleucina), que são os aminoácidos chave, podem ajudar a diminuir a fadiga
durante exercícios pesados. Outro aminoácido importante, a cisteína, pode ser encontrado nas proteínas do
soro do leite em quantidade grandes quando comparadas com outras proteínas como a soja e a gelatina
onde a cisteína praticamente não existe. Várias proteínas do soro, em função desses aminoácidos têm sido
citadas como "imunoestimuladoras".1
CATEQUINAS
Este grupo de flavonóides têm recebido muita atenção numa variedade de estudos clínicos como
importantes agentes no tratamento de hepatites agudas e crônicas pela diminuição da bilirrubina, alivio dos
sintomas e melhora dos testes clínicos. Tem sido demonstrado que a atividade das catequinas sobre a
reabilitação do fígado é devida às suas funções antioxidantes e imunoestimulantes.
1
ÁCIDOS GRAXOS POLI INSATURADOS
que, sob condições dietéticas e de laboratório bem controladas, a ingestão de
ácidos graxos pode ter profundos efeitos sobre as doenças auto imunes. O
impacto dos ácidos graxos da dieta em modelos animais de doenças autoimunes parece depender do tipo de animal e do tipo e quantidade do ácido graxo
no alimento.
Existem
evidências
muitas
mostrando
1
Dietas baixas em gorduras, com deficiência nos ácidos graxos essenciais ou elevadas em ácidos graxos
Ω-3 de óleo de peixe, ou óleo de linhaça, aumentam a sobrevivência e reduzem a severidade da doença
espontânea mediada por auto-anticorpos e, dietas ricas em ácido lonolêico parece que aumentam a
severidade da doença. Em doenças auto-imunes mediadas por células-T induzidas, as dietas deficientes em
ácidos graxos essenciais ou dietas suplementadas com ácidos graxos Ω-3 parecem aumentar a doença,
enquanto ácidos graxos Ω-6 previnem ou reduzem a severidade. Em contraste, relativo a doenças auto
imune mediadas por anticorpos ou células-T, os metabólitos dessaturados e alongados do ácido linolêico
são protetores.
1
A supressão dos auto-anticorpos e da proliferação dos linfócitos-T, a apoptose dos linfócitos autoreativos e a redução pró-inflamatória da produção de citoquinas demonstrados para altas doses de óleo de
peixe ou de linhaça são todos prováveis mecanismos pelos quais os ácidos graxos Ω-3 melhoram as
doenças auto imunes. Os mecanismos protetores dos ácidos graxos Ω-6 nas doenças auto imunes
mediadas por células-T são menos claros, porém, pode incluir circuitos auto imune sensíveis ao ácido
diono-gama-linolenico e ao ácido araquidônico como efeitos mediados por respostas Th1, TGF beta 1 e
Th3. É freqüentemente reivindicado que os ácidos graxos n-6 promovem doenças auto-imunes e
inflamatórias baseados em resultados observados com o ácido linolêico somente. Em adição aos efeitos
dos ácidos graxos dietéticos sobre a imunoregulação, a inflamação, como uma conseqüência da ativação
imune numa doença auto imune, pode ser também um mecanismo importante da ação pelo qual os ácidos
graxos dietéticos modulam a atividade da doença. 1
Em conclusão, a regulação da expressão gênica, as rotas de sinais de transdução, a produção de
eucosanoides e citoquinas e a ação de enzimas antioxidantes são todos mecanismos pelos quais o ácidos
graxos Ω-3 e Ω-6 podem exercer efeitos sobre o sistema imune e sobre as doenças auto imunes.
1
OSTEOLÓGICOS
OSTEOPOROSE
A osteoporose é uma doença que afeta principalmente mulheres na pós-menopausa caracterizada
por uma fragilidade nos ossos. Na menopausa a ausência do hormônio feminino faz com que os ossos
percam cálcio e fiquem porosos como uma esponja. Esta fraqueza dos ossos expõe a mulher a riscos
maiores de fraturas tanto por quedas como espontâneas.
Os locais mais comuns são a coluna, o colo do fêmur, e o pulso. Destas fraturas a mais perigosa é a
do colo do fêmur. É também por causa da osteoporose que as mulheres perdem altura com a idade.
A osteoporose é, pois, a diminuição da massa óssea. Apesar do osso ser um tecido vivo que se
renova permanentemente durante toda a vida, se a pessoa tiver pouca atividade física ou ingerir pouco
cálcio durante as primeiras décadas de sua vida, tem o risco aumentado de desenvolver osteoporose.
1
OSTEOARTRITE
O termo artrite se refere à inflamação nas articulações ou juntas do corpo humano. As juntas são
superfícies onde há o contato entre dois ou mais ossos possibilitando, assim, a mobilidade do esqueleto
humano. São estruturas muito complexas devido aos seus diversos componentes e à sua interação entre os
mesmos. Existem vários tipos de artrites, que são causadas por diversos fatores e doenças. Costuma-se
diferenciar, a princípio, as artrites relacionadas com sintomas sistêmicos (como febre, sinais inflamatórios,
anemia, etc) daquelas cujas manifestações se restringem às articulações envolvidas. Dentre essas últimas
está a osteoartrite, também chamada de osteoartrose ou artrose. É o tipo de artrite mais comum, afetando
milhões de pessoas. 1
A osteoartrite corresponde a um conjunto de problemas que resulta em alterações anatômicas, com
conseqüentes repercussões nas juntas (articulações), principalmente nos joelhos, quadris, mãos e coluna
vertebral.
1
Algumas vezes, apenas uma única articulação (junta) é comprometida, mas em outras situações,
muitas delas podem ser afetadas ao mesmo tempo e com intensidades diferentes. Além de provocar dores,
sensações de rigidez e edema (inchaço), a osteoartrite pode ocasionar limitações funcionais, tais como:
perda de movimentos, deformidades e até incapacidade total do membro, de acordo com a articulação
atingida.
1
É uma doença muito freqüente, tanto que, segundo a experiência médica, a maioria das pessoas
acima de 65 anos e cerca de 80% daquelas que já passaram dos 75 anos acabam sofrendo dessa
enfermidade.
1
A osteoartrite tem sido confundida com a Artrite Reumatóide (AR), e pensa-se que hajam vários
estímulos diferentes, especialmente quando relacionada com indivíduos que têm defeitos de origem
genética no sistema imune que desencadeiam resposta inflamatória. A persistência dos estímulos ou a
incapacidade do sistema imune em controlar a inflamação levam a cronicidade da doença. A membrana
sinovial prolifera e libera enzimas produzidas por células do local. Tanto a invasão da membrana sinovial
como a ação das enzimas, provocam destruição das estruturas articulares (cartilagem e ossos vizinhos) e
juxta-articulares (tendões e ligamentos). São, pois, diversas as condições que têm sido relacionadas como
agentes causais de osteoartrite secundária, particularmente as doenças metabólicas, distúrbios anatômicos,
traumas, artrites e infecções.
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ÎFATORES QUE AFETAM A OSTEOARTRITE
Hormônios e Densidade Óssea
Considera-se atualmente que os estrógenos tenham algum papel na proteção para a osteoartrite,
pois alguns estudos perceberam uma menor incidência naquelas mulheres pós-menopausa que usaram
reposição hormonal. Isso ainda não é certo, pois pode haver outros fatores que não o estrógeno em si, que
estejam protegendo tal população. O estrógeno, por sua vez, pode retardar a evolução das alterações
ósseas na doença já presente.
1
Tem sido observada uma relação inversa entre osteoporose e osteoartrite. Aquelas mulheres com
osteoartrite têm uma densidade mineral óssea mais elevada. Entretanto, uma vez instalada a doença,
aquelas mulheres com uma densidade mineral óssea menor têm uma evolução mais rápida da doença.
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Fatores Nutricionais
A exposição a várias substâncias oxidantes contribui para
o desenvolvimento de muitas
anormalidades da terceira idade, incluindo a osteoartrite. O uso de vitamina C mostrou uma melhora na
evolução da doença, enquanto a vitamina E não se mostrou importante. Outra vitamina que se mostrou
importante tanto na evolução da doença quanto no seu surgimento, foi a vitamina D, substância essa, muito
importante para o remodelamento ósseo.
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FITOESTROGÊNIOS ANTIOSTEOPOROSE
Nestes últimos anos diversos pesquisadores tem demonstrado que as isoflavonas (fitostrogênios da
soja e os lignanos da linhaça) são bastante efetivas na prevenção da osteoporose. Por exemplo, foi
verificado que a daidizina (o glicosídeo da daidzeina), quando administrada por via oral, imediatamente
após a remoção cirúrgica dos ovários, retarda a perda do osso femural numa relação linear dose resposta.
A genistina (a forma glicosídica da genisteina) tem um efeito similar da daidzina e ambas são quase tão
efetivas quanto a estrona. Resultados similares têm sido obtidos com os fitoestrogênios do trevo vermelho.
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GLUCOSAMINA SULFATO E CONDROITINA SULFATO COMO NUTRACÊUTICOS ANTIARTRÍTICOS
Afora as vitaminas, o uso combinado de Glucosamina sulfato (GS) e Condroitina sulfato (CS) no
tratamento das doenças degenerativas das juntas se tornou um protocolo de suplementação extremamente
popular especialmente na Europa. As GS e CS estão já, por muitos anos, disponíveis como suplementos e
parecem agir muito positivamente sobre os sintomas da osteoartrite; as suas habilidades para trabalhar
como uma combinação sinérgica, tem sido muito estudada e já apresenta dados muito positivos.
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ANTIATEROSCLERÓTICOS
A aterosclerose é uma doença crônico-degenerativa que leva à obstrução das artérias (vasos que
levam o sangue para os tecidos) pelo acúmulo de lipídeos (principalmente colesterol) em suas paredes, que
podem ser fabricados pelo próprio organismo ou adquiridos através dos alimentos A aterosclerose pode
causar danos a órgãos importantes ou até mesmo levar à morte. Tem início nos primeiros anos de vida,
mas sua manifestação clínica geralmente ocorre no adulto.
1
Esta doença começa quando monócitos (um tipo de leucócito mononuclear) migram da corrente
sangüínea e se depositam nas paredes arteriais e passam a acumular gorduras, principalmente colesterol,
formando as placas ateroscleróticas ou ateromas.
1
A formação de trombos arteriais geralmente é iniciada por um dano às células endoteliais alinhadas
no vaso sangüíneo. Um dos primeiros eventos depois de um dano é a formação de trombina. Isto conduz a
uma cascata de eventos incluindo a ativação das plaquetas, resultando na formação de trombos. A
patogênese da formação de placas ateroscleróticas também envolve, em adição à acumulação de lipídeos,
especialmente o colesterol, a infiltração de monócitos e linfócitos-T na parede das artérias contribuindo para
o espessamento da parede e oclusão do vaso. Monócitos e linfócitos são permitidos aderir à superfície das
células endoteliais pela expressão de certas “moléculas de adesão". A infiltração e a proliferação parece
que são controladas através de fatores peptídicos de crescimento dessas placas. Estão também envolvidos
nesse processo: o colesterol, as lipoproteínas (HDL, LDL, VLDL, quilomícrons), ácidos graxos saturados e
insaturados e os processos de oxidação destes.
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AGENTES NUTRACÊUTICOS ANTIATEROSCLERÓTICOS
Isoflavonas da Soja
O aumento do nível de isoflavonóides, em particular da genisteina, a qual está associada com o
consumo de dietas baseadas na soja, inibe a adesão celular, altera a atividade do fator de crescimento e
inibe a proliferação de células envolvidas na formação da lesão aterosclerótica. A genisteína tem também
se demonstrado inibidora da formação de trombina e da ativação das plaquetas in vitro. Possivelmente ela
tem atuação similar in vivo. Estes compostos tem, pois, o potencial de afetar a progressão das doenças
ateroscleróticas. 1
Óleo de Alho
O óleo de alho (especialmente o óleos de alho envelhecido) afeta a aterosclerose indiretamente
pela redução da hiperlipemia, da hipertensão e provavelmente do diabetes e, mais diretamente, pela
prevenção da formação de trombos. Em adição, em modelos com animais de laboratório, o óleo de alho
produz efeito antiaterogênico direto (preventivo) e antiaterosclerótico (causando regressão) ao nível de
paredes de artérias. Este efeito direto do óleo de alho sobre a aterosclerose pode ser explicado pela sua
capacidade de reduzir o teor lipídico nas células arteriais prevenindo o acúmulo intracelular de lipídeos. Este
efeito, por outro lado, é acompanhado por outras manifestações antiateroscleróticas como a estimulação da
proliferação de células e da síntese da matriz extracelular.
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Fitosteróis e fitoesterolinas
Os fitosteróis (esteróis e esterolinas contidos em plantas como o campesterol, stigmasterol e betasitosterol) são componentes lipídicos das plantas, os quais são removidos da dieta pelo processamento dos
alimentos e que poderiam dar suporte à saúde humana de diversas maneiras quando adequadamente
ingeridos na alimentação. Uma das propriedades saudáveis dos fitosteróis, especialmente do betasitosterol, quando este é componente da dieta, é a diminuição do colesterol sanguíneo. Esta redução é
conseqüência da diminuição da absorção de colesterol no intestino delgado, embora a indução do aumento
do fluxo biliar também tem sido sugerido. Hoje, ésteres derivados do beta sitostrol (sitostanóis) têm sido
utilizados como nutracêuticos em margarinas com fins anticolesterolêmicos diminuindo o risco de
aterosclerose.
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Antioxidantes
As vitaminas (A, E, C e carotenos), os polifenóis do chá verde, os isoflavonóides entre outros são
nutracêuticos com capacidade antioxidante, especialmente contra a oxidação do colesterol e dos ácidos
graxos poliinsaturados contidos em particulas lipoprotéicas protegendo-as contra a adesão às paredes dos
vasos sanguíneos evitando a iniciação ou proliferação da aterosclerose.
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ESTIMULANTES
Não existe uma definição concordante para produtos ou substâncias energéticas ou estimulantes
energéticos. Para os nossos propósitos, estimulante é uma substância que modula de alguma forma o
metabolismo favorecendo uma melhor performance do homem, seja ela física ou mental.
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Algumas substâncias, que podemos chamar também de nutracêuticos se encaixam nessa definição.
São elas a cafeína, a taurina, o inositol, a glucuronolactona e as vitaminas hidrossolúveis do complexo B.
Estas substâncias para serem chamadas energéticas têm que se compor com fontes nutricionais de
energia (ex. carboidratos) ou simplesmente funcionarem como estimulantes inibindo o sono e o cansaço.
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TERMOGÊNICOS
Três fenômenos podem acontecer às calorias derivadas dos alimentos ingeridos:
1) elas podem ser usadas para satisfazer as necessidades de energia do corpo;
2) elas podem ser armazenadas como gordura branca;
3) elas podem ser queimadas por células especiais do corpo conhecidas como Tecido Gorduroso Marrom,
ou BAT (Brown Adipose Tissue). Este último processo é chamado termogênese e significa geração de calor.
A termogênese é um processo fisiológico normal, como a digestão. O propósito do BAT é queimar
as calorias que o corpo não precisa.
1
Tornar-se hiperlipêmico ou obeso, acontece principalmente quando o BAT não está trabalhando
adequadamente e o corpo tem que armazenar o excesso de calorias como gordura.
1
Diz a teoria que ganho de peso súbito experimentado por muitos homens entre as idades dos 30-40
pode ser o resultado da interrupção do mecanismo termogênico do BAT sob a influência de alguma indução
genética. Quando isso acontece, é necessário encontrar um modo para reativar o BAT e inverter o gatilho
genético. Sem isso, o organismo continuará sofrendo de excesso de gordura, não importa qual dieta seja
experimentada. Afortunadamente, estudos demonstraram que, definitivamente, é possível inverter a falha
genética responsável pela obesidade em muitas pessoas. Embora ainda não seja possível saber-se
quantas ou quem são estas pessoas, o conceito de termogênese é a notícia mais recente e mais
estimulante da pesquisa sobre administração da obesidade nos últimos cinqüenta anos.
1
Sob a influência certa, o corpo converte de volta a gordura branca em calorias que podem ser
disponibilizadas para conversão térmica. O estoque das gorduras brancas (tecido adiposo) é mobilizado e é
levado pelo sangue para as áreas de gordura marrom onde é "incinerado" rapidamente em "fornos de
BAT".1
Em resumo,a termogênese no BAT serve a duas funções críticas:
• previne o excessivo armazenamento das gorduras consumidas com os alimentos como gordura branca;
• queima as calorias armazenadas nos estoques de gordura branca.
Durante vários anos, os cientistas têm tentado descobrir o que sai errado com o processo
termogênico, por que algumas pessoas ficam magras queimando as calorias em excesso, e por que outras
pessoas parecem não ter esta capacidade, e conseqüentemente aumentam seus quilos e centímetros de
cintura.
1
Um dos feitos mais importantes na pesquisa da termogênese foi a descoberta de pequenas
moléculas nas células de BAT conhecidas como proteínas desacopladoras (UCP). As UCP "desacoplam" a
cadeia de eventos bioquímicos que, em outras células, são usados para transformar as calorias em energia
para satisfazer as suas necessidades. Enquanto a quantidade de energia que uma célula normal pode usar
é limitada, em grande extensão, pela energia atual que ela precisa, as células de BAT, devido à presença
das proteínas desacopladoras, continuam convertendo calorias em calor na medida em que elas continuam
sendo estimuladas, e na medida em que o corpo tenha gordura branca para alimentar o sistema.
1
O aquecimento proveniente do metabolismo do BAT é simplesmente perdido; conforme o calor é
gerado, irradia-se para fora do BAT, para os tecidos circunvizinhos. Como o fluxo de sangue pelo BAT é
muito extenso, o calor é recolhido pelo sangue e rapidamente é levado para fora e dissipado em locais
distantes do BAT.
1
A Pesquisa também demonstrou que, com o passar do tempo e sob o estímulo certo, aumenta a
capacidade de queimar calorias. A estimulação do BAT aumenta a quantidade de proteínas desacopladoras
e aumenta também o número de células de BAT; isto resulta em um aumento dramático na quantidade de
calorias em excesso que podem ser queimadas e postas fora como calor pela termogênese. O aumento da
termogênese estimula a produção de mais BAT e UCP, e o ciclo continua.
1
O processo é, pois, um mecanismo genético que ajuda o organismo a permanecer magro que, não
obstante, freqüentemente apresenta mau funcionamento, não deixando assim nenhuma outra alternativa
para as calorias em excesso de serem excluídas do armazenamento como gordura branca. Porém, quando
a capacidade termogênica é restabelecida, pode continuar aumentando.
1
Dado que o mau funcionamento genético da termogênese é a base para a obesidade, o que
sabemos sobre esse mecanismo de ação?
O pesquisador pioneiro da termogênese e das causas genéticas da obesidade, Arne Astrup da
Universidade de Copenhague na Dinamarca,escreveu:
"Em várias síndromes de obesidade em roedores a mediação simpatomimética (da termogênese)
está defeituosa, e isto conduz a sensibilidade extrema ao frio e à obesidade ... da mesma forma, a hipótese
avançada de que uma termogênese diminuída no BAT pode ser a causa de alguns tipos de obesidade
humana”. (Acta of Endocrinology, Suppl., 278, 1-32, 1986)
1
A hipótese de Astrup da termogênese diminuída repousa na idéia de um defeito de funcionamento
da divisão simpática do sistema nervoso. Muitas pesquisas, especialmente na Universidade de Harvard,
foram, então, dirigidas no sentido de reativar a atividade neural simpática do BAT pela administração de
certos medicamentos sintéticos ou nutrientes que estimulam esta parte do sistema nervoso. O que eles
encontraram pode ser descrito de maneira muito simples:
"A TERMOGÊNESE REATIVADA PREVINE O ACÚMULO DE GORDURA E
REDUZ OS DEPÓSITOS LIPÍDICOS EM HUMANOS"
A termogênese pode ser reativada administrando-se substâncias especiais por manipulação
dietética. Embora os cientistas estejam utilizando substâncias sintéticas, existem alternativas mais naturais.
As plantas podem substituir materiais sintéticos, sem qualquer perda de efetividade. 1
De fato, o uso de materiais naturais pode trazer consigo benefícios que derivam de miríades de
nutrientes existentes nas plantas que modulam e modificam, desta forma, as ações dos componentes
termogênicos.
1
COMPOSTOS NATURAIS ESTIMULADORES DA TERMOGÊNESE
Xantinas
Catequinas
Ácido linolêico conjugado (CLA)
Ácido hidroxicitrico
Salicilatos vegetais
Efedrina (ma huang)
Sinefrina (laranjas amargas, etc.).
EMAGRECEDORES
A obesidade é uma condição de excesso de tecido adiposo (gordura) em relação à massa corpórea
magra (ossos, órgãos e músculos). Ela reflete um desequilíbrio em longo prazo entre a ingestão de alimentos
e o gasto energético. 1
A primeira lei da termodinâmica se aplica integralmente ao organismo animal e humano. Em termos
simples, ela pode ser descrita como: "...a variação da energia acumulada é igual à energia ingerida menos a
energia utilizada...". Energia Ingerida significa a energia metabolizável, isto é, energia total ingerida menos a
energia fecal e urinária. A energia metabolizável representa de 90 a 95 % da energia ingerida, dependendo
da composição da dieta, da quantidade de fibras não digeríveis e do grau de cozimento dos alimentos. Em
indivíduos sem doenças gastrointestinais, a eficiência de absorção de macronutrientes varia pouco e,
portanto, a obesidade não é devido a um nível particular de absorção de nutrientes. Uma alteração positiva
no acúmulo de energia pode resultar de dois fatores que podem ser simultâneos: o excesso de ingestão de
energia e ou uma reduzida utilização de energia.. Se a obesidade é resultado de uma ingestão crônica de
excesso de energia ou de uma reduzida necessidade dessa energia têm sido o foco das discussões na
última década. Muitos investigadores têm demonstrado a baixa utilização de energia na obesidade genética.
1
Estudos Recentes
Em todo o mundo, um bilhão de pessoas estão atualmente acima do peso ou obesas, incluindo 22
milhões de crianças com menos de 5 anos. A obesidade e males vinculados a ela, incluindo doença
cardíaca e pressão alta, entraram para a lista dos 10 maiores riscos para a saúde da Organização Mundial
de Saúde (OMS). As taxas de obesidade estão aumentando em países em desenvolvimento tanto quanto
nos industrializados, com os maiores aumentos ocorrendo nos últimos 10 anos.
1
Os Cientistas esperam decifrar os sinais que percorrem o sistema digestivo, os depósitos de
gordura do corpo e os centros cerebrais que controlam o comer e o metabolismo, especialmente na região
do hipotálamo. Então, dizem os pesquisadores, poderá ser possível desenvolver medicamentos que
modifiquem estes sinais para fornecer aquilo que buscam as pessoas que fazem dieta: a sensação de
estarem satisfeitas.
1
Efeito "sanfona"
Cientistas da Universidade de Washington (Estados Unidos) acabaram de descobrir a causa do
terrível "efeito sanfona". Eles comprovaram que manter o peso é mais difícil do que perder alguns quilos. A
resposta para essa questão chama-se ghrelin, um hormônio fabricado pelo aparelho digestivo. Os
pesquisadores chegaram a conclusão de que o ghrelin influi diretamente na tendência de recuperar o peso
depois de um regime de sucesso. Além de abrir o apetite, o hormônio ainda torna o metabolismo mais lento
e preguiçoso, o que acaba comprometendo a habilidade do corpo de queimar e matabolizar as gorduras.
O hormônio havia sido identificado por cientistas japoneses em 1999 e tinha uma função conhecida:
inundar a corrente sanguínea antes das refeições para causar a sensação de fome. Agora, os
pesquisadores americanos descobriram níveis elevados do hormônio em indivíduos que acabaram de
perder peso, levando-os a comer mais que outras pessoas. "Isso acontece porque nosso corpo interpreta o
emagrecimento como se estivéssemos passando fome e libera o hormônio para que o peso seja mantido".
É antiga a idéia de que algum mecanismo genético estimule o corpo a recuperar a gordura perdida. Esses
genes foram moldados num tempo em que o problema dos homens era a fome e não a obesidade. O
ghrelin provavelmente é produto desse registro genético.
1
De acordo com especialistas, depois de um regime, é preciso manter vigilância cerrada por, no
mínimo, cinco anos. Nesse tempo, o organismo perde a "memória" do peso anterior e se acostuma à nova
realidade. Os cientistas acreditam que o controle do hormônio pode ser uma forma eficaz de evitar a
obesidade, problema que afeta cada vez mais a humanidade.
1
Os mesmos cientistas da Universidade de Washington fizeram outras descobertas sobre os poderes
do ghrelin. Avaliaram pessoas que haviam se submetido a cirurgia de redução de estômago (gastroplastia),
técnica cada vez mais freqüente para combater a obesidade mórbida. Notaram, então, que os níveis de
ghrelin no sangue dessas pessoas é muito baixo. É fácil entender o por quê. O hormônio é produzido por
uma categoria de células que só existe no estômago e na porção superior do intestino delgado. Boa parte
dessas regiões, do aparelho digestivo, é disfuncionalizada com a cirurgia, o que derruba a produção do
ghrelin. Além de que, o estômago reduzido obriga o indivíduo a refeições diminutas e assim ele emagrece.
Para o médico cirurgião do Hospital Jayme da Fonte, Walter França, a descoberta do ghrelin comprova a
importância da gastroplastia. "Isso significa qualidade de vida para os pacientes operados, que se sentem
satisfeitos e saciados com a pequena quantidade ingerida", completa França.
1
A pesquisa sobre os efeitos do hormônio está apenas no começo. O desafio agora é desenvolver
medicamentos que estimulem sua produção, fazendo com que os anoréxicos engordem, ou bloqueiem sua
ação, o que pode ajudar os gordos a emagrecer. "Seria interessante ver se bloqueamos o crescimento
dessa substância", comenta D. J. Cummings, endocrinologista da Universidade de Washington e
coordenador do novo estudo. "Resta saber se ela leva à perda de peso ou facilita o emagrecimento por
meio de dieta e exercício", diz. O ghrelin é produzido no aparelho digestivo, região mais acessível para
medicamentos que o cérebro, alvo dos moderadores de apetite disponíveis nas farmácias.
1
OUTROS FATORES
Cientistas Londrinos, recentemente identificaram um hormônio que causa a sensação mais
desejada por todas as pessoas que estão de dieta: a de um estômago cheio. O hormônio, Petide YY3-36,
ou PYY, é produzido por células do intestino em resposta ao alimento, e então circula para o cérebro, onde
desliga a vontade de comer."Ele impede que você sinta fome", constataram pesquisadores de
Endocrinologia no Hammersmith Hospital, parte da Escola de Medicina do Imperial College, em Londres,
que conduziram um estudo desse hormônio que foi publicado pela revista científica Nature. "Ele nos
controla, tanto a você quanto a mim, depois de cada refeição que comemos".1
O PYY é conhecido desde os anos 80, mas sua capacidade para suprimir o apetite só foi constada
no último ano ou pouco mais.
1
Nesses estudos, as pessoas que recebiam uma pequena dose do hormônio e um almoço duas
horas mais tarde consumiam 33% menos calorias. Elas relataram que se sentiam satisfeitas, mas não
excessivamente alimentadas ou enjoadas. O efeito do hormônio dura cerca de 12 horas e quando ele se
esgota as pessoas tendem a comer em excesso para compensar as calorias que deixaram de consumir
quando sob o efeito do produto.
1
Dietas com alto conteúdo de fibras parecem estimular a produção natural de PYY. O PYY em
estado puro teria de ser injetado. Não pode ser consumido por via oral porque seria decomposto no
estômago.
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Outras moléculas também estão sendo estudadas como possíveis agentes de perda de peso. Elas
incluem substâncias químicas que são secretadas dentro do cérebro, em uma parte do hipotálamo chamada
de núcleo arqueado. Algumas delas formam elos importantes na cadeia de eventos que são causados, e
fazem as pessoas começar ou parar de comer quando hormônios como a leptina, ghrelin, insulina e PYY
chegam ao cérebro.
1
Um dos fatores de grande importância na obesidade leva o título de TERMOGÊNESE.
ERGOGÊNICOS
Os atletas, por sua própria natureza, constantemente procuram melhorar a sua performance. Eles
sabem que o treinamento é a melhor via para chegar a excelência, porém, eles também sabem que esta é a
via mais árdua. A busca por uma margem extra de força ou energia conduz à utilização de meios para
amplificar esta performance. Surgem então as substâncias ergogênicas as quais prometem melhorar a
energia e a força físicas tanto para atletas competitivos como atletas de fim de semana. As substâncias
ergogênicas , através de uma variedade de mecanismos, melhoram a força e a resistência atléticas.
1
O termo ergogênico é derivado de duas palavras gregas: ergon (trabalho) e gennan (produzir).
Portanto, um ergogênico normalmente se refere a alguma coisa que produz ou intensifica o trabalho. O
propósito da maioria dos ergogênicos é aumentar a performance através da intensificação da potência física
(produção de energia), da força mental (controle da energia) ou do limite mecânico (eficiência energética); e,
desta forma, prevenir ou retardar o início da fadiga.
1
CLASSIFICAÇÃO
As substâncias ergogênicas podem ser classificados em 4 categorias :
ƒ Nutricionais;
ƒ Farmacológicas;
ƒ Fisiológicas;
ƒ Psicológicas.
ERGOGÊNICOS NUTRICIONAIS
Os ergogênicos nutricionais servem principalmente para aumentar o tecido muscular, a oferta de
energia para o músculo, e a taxa de produção de energia no músculo.
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Os nutrientes estão envolvidos com os processos geradores de energia através de três funções
básicas:
- alguns deles são utilizados como fonte de energia;
- outros regulam os processos através dos quais a energia é produzida no corpo;
- alguns outros promovem o crescimento, desenvolvimento do tecido corporal que transduz a energia.
Assim sendo, uma alimentação adequada é fundamental para que consigamos atingir a
performance esportiva ótima.
1
Os nutrientes podem ser agrupados em 6 diferentes classes: carboidratos, gorduras, proteínas,
vitaminas, minerais, e água. A administração de ergogênicos nutricionais não é considerado doping pelo
Comitê Olímpico Internacional – COI.
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Veja a seguir a relação de nutrientes que tem sido estudados em relação à performance esportiva:
Carboidratos, Suplementos de carboidrato, Gorduras, Suplementação de gordura, Ácidos graxos Ómega-3,
Triglicerídeos de cadeia média (TCM), Proteína/Aminoácidos, Suplementos de proteína, Aminoácidos de
cadeia ramificada (BCAA- Arginina, lisina, ornitina), Triptofano, Aspartatos, Vitaminas Antioxidantes, Ácido
pantotênico, Tiamina (vit B1), Ácido fólico, Riboflavina (vit B2), Niacina, Ácido ascórbico (vit C), Piridoxina
(vit B6), Vitamina E, Minerais (Cálcio, Fosfatos, Cromo, Selênio, Ferro, Zinco, Magnésio), Água,
Suplementos líquidos, Extratos de plantas (Fitosteróis anabólicos, Ginseng), Suplementos industrialmente
formulados (HBM - beta-hidroxi-beta-metilbutirato).
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ERGOGÊNICOS FARMACOLÓGICOS
Ergogênicos
farmacológicos
são
drogas
destinadas
a
funcionar
como
hormônios
ou
neurotransmissores que são encontrados naturalmente no nosso corpo. Como alguns ergogênicos
nutricionais, os ergogênicos farmacológicos, podem intensificar a potência física através de alterações
promovidas nos processos metabólicos, levando ao sucesso no esporte. 1
A Comissão Médica do Comitê Olímpico Internacional (COI) considera que o doping viola a ética
tanto do esporte quanto da Ciência Médica e, portanto, é proibido.
1
Exemplos das principais substâncias farmacológicas proibidas pelo COI:
-
Estimulantes (anfetaminas, cocaína, efedrina)
-
Narcóticos
-
Anabólicos (esteróides anabólicos, clenbuterol)
-
Diuréticos
-
Doping sangüíneo
Drogas sujeitas a certas restrições:
-
Álcool
-
Cafeína
-
Marijuana
-
Anestésicos locais
-
Corticosteróides
-
Beta-bloqueadores
ERGOGÊNICOS FISIOLÓGICOS - NUTRACÊUTICOS
Substâncias ergogênicas fisiológicas são substâncias destinadas a intensificar os processos
fisiológicos naturais que geram a potência física. Os compostos ergogênicos fisiológicos não são drogas em
si, incluem-se como nutracêuticos, porém alguns têm sido proibidos pelo COI. 1
Exemplos de ergogênicos fisiológicos que têm sido estudados e utilizados em relação à sua
influência especialmente sobre a performance esportiva.
1
A seguir, alguns ergogênicos fisiológicos mais conhecidos:
-
Carnitina
-
Gonadotropina corionica humana
-
Coenzima Q10
-
Hormônio do crescimento
-
Creatina
-
Testosterona
-
Bicarbonato de cálcio
-
Eritropoietina
-
Hormônios (neurotransmissores)
-
Glicerol
-
Colina (fosfolipídeos derivados)
-
Inosina
-
DHEA (deidroepiandrosterona)
EXEMPLOS DE NUTRACÊUTICOS E SEUS BENEFÍCIOS
Prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares, câncer, diabetes, hipertensão arterial,
manutenção do equilíbrio do sistema intestinal e outros benefícios podem ser obtidos quando se faz uso dos
seguintes alimentos.
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ALIMENTOS
COMPONENTE ATIVO
BENEFÍCIOS
Soja
Isoflavona
Prevenção e controle dos sintomas da
menopausa, osteoporose e câncer de mama e
útero
Tomate e goiaba
Licopeno
Prevenção e controle do câncer de próstata,
cólon, pâncreas e pulmão, combate os radicais
livres, estimulação do sistema imune
Repolho, couve, couve-flor,
couve de Bruxelas, brócolis e Glicosinolatos
rabanete
Prevenção e tratamento do câncer de mama
Linhaça
Prevenção e controle do câncer de mama e
pulmão, estimulação do sistema imune,
Lignanas
redução do colesterol
Alho e cebola
Aleína
Estimulação do sistema imune, redução do
colesterol e triglicerídeos, combate aos
radicais livres, anticancerígenos, antihipertensivos
Frutas cítricas
Limonóides
Prevenção e controle do câncer, estimulação
do sistema imune
Chá verde
Polifenóis
Prevenção do câncer e doenças
cardiovasculares
Uvas vermelho-escuras e
vinho tinto
Resveratrol
Antiaterogênicos, anticancerígenos
Aveia e farelos de trigo, aveia
ß-glucana
e arroz
Antiaterogênicos
Peixes e seus óleos
Ômega 3
Antiaterogênicos, estimulação do sistema
imune, anti-hipertensivo, anticancerígenos
Probióticos (ex: iogurtes,
leites fermentados, etc )
Microrganismos vivos
Equilíbrio da flora intestinal, prevenção do
câncer de cólon
Prebióticos (ex: partes não
digeríveis de vegetais)
Estímulo seletivo ao
crescimento de bactérias no
cólon
Equilíbrio da flora intestinal, prevenção do
câncer de cólon
LINKS RELACIONADOS
1 http://www.bioativo.com.br/nutraceuticos.htm
2 http://www.saudenainternet.com.br/venhajantarcomigo/venhajantarcomigo_13.shtml
3 http://www.hub.unb.br/assistencia/informacoes/nutraceuticos.htm
4 http://www.resitec.com.br/po/produtos_segmento_nutraceuticos.php
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