Fernanda Penteado Alimentos funcionais, nutracêuticos, fitoquímicos. Afinal, o que é isso? Utilizados na composição de alimentos, cosméticos e produtos farmacêuticos, os nutracêuticos são uma das principais apostas para o futuro da indústria química, pois atendem à crescente demanda internacional por produtos que ajudem a sociedade na busca por uma vida com mais saúde e qualidade.4 Há muito tempo sabe-se que uma alimentação balanceada pode prevenir e tratar muitas doenças. A comunidade científica atenta para este fato descobriu que alguns alimentos apresentam além do aspecto nutricional comum, nutrientes que agem na melhora e redução de doenças. O efeito terapêutico inclui alteração na composição de gorduras corporais, redução na absorção do colesterol, regulação da coagulação do sangue, influência nas atividades digestivas entre outras. 2 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) visando regulamentar esta nova prática no Brasil publicou a portaria nº 398 que estabelece as diretrizes básicas para a análise e comprovação de propriedades funcionais e/ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos. Esta atitude visa proteger o consumidor, e estimular os investimentos em pesquisas científicas. 2 DEFINIÇÃO Os nutracêuticos já têm mais de uma década de idade. A expressão "nutracêutico" foi cunhada pela Fundation for Innovation in Medicine dos EE.UU. em 1990, para nominar uma nova área de pesquisas biomédicas e, desde então, se tornou parte do léxico padrão da comunidade médico-científica e das indústrias de alimentos e drogas. 1 É definida como NUTRACÊUTICO não uma droga ou um alimento, mas “uma substância de ocorrência natural com evidente efeito benéfico à saúde que faça parte, como ingrediente, de alimentos específicos, alimentos funcionais ou suplementos alimentares”. 1 HISTÓRIA A sociedade, cada vez mais, vem demonstrando preocupação pelas possíveis relações entre os nutrientes que recebe e sua saúde. Embora exacerbada recentemente, essa preocupação data já de tempos imemoriais, certificando que sua história pode se reportar a cerca de 400 a.C., quando Hipócrates postulou o seguinte mandamento "Que teu alimento seja teu remédio". Hoje, aproximadamente 2400 anos transcorridos, essa filosofia é atual e serve de paradigma para a nova modalidade de produtos conhecidos como promotores da saúde, com espaço em todo o mundo. 1 HIPÓCRATES Atestando esta preocupação atual, na 32 a Conferência Anual da European Association for Business Reserch Planning and Development in the Chemical Industry em Paris a 11 de outubro de 1999, foi constatado o seguinte “O público está reconhecendo e aceitando que há uma forte conexão entre saúde e nutrição”. Idéias semelhantes foram veiculadas no Primeiro Workshop Internacinal de Alimentos Funcionais e Nutracêuticos realizado em Curitiba em Maio de 2002. 1 Está havendo, hoje em dia, um grande aumento da expectativa de vida para a população global de seis bilhões de pessoas que está, por sua vez, conduzindo a um grande aumento de pessoas idosas, aumentando assim os níveis da necessidade por dietas relacionadas a doenças. A par disso, as pessoas estão, desde tenra idade, se preocupando com a alimentação funcional, isto é, alimentos que auxiliem na prevenção de doenças ou deficiências. A chamada sabedoria popular fixou em provérbios algumas dessas convicções, atribuindo, por exemplo, à modesta maçã autênticas propriedades profilácticas: an apple a day keeps the doctor away. 1 CLASSES DE NUTRACÊUTICOS FITOESTRÓGENOS ANTIATEROSCLERÓTICOS FITOSTERÓIS ESTIMULANTES ANTIOXIDANTES TERMOGÊNICOS ANTITUMORAIS EMAGRECEDORES IMUNOLÓGICOS ERGOGÊNICOS OSTEOLÓGICOS FITOESTRÓGENOS Os fitoestrógenos são moléculas não esteroidais encontradas nos vegetais cujas estruturas diferem dos hormônios gonodais, porém, com uma atividade tipo estrogênica que é capaz de interagir com os receptores de estrógenos mostrando um método de ação ao mesmo tempo agonista e antagonista. Os efeitos benéficos desta ação têm sido extensivamente estudados e são hoje bem conhecidos. 1 SOJA Existem evidências de que os fitoestrógenos podem oferecer proteção contra uma ampla faixa de condições humanas de saúde, incluindo o câncer de seio, câncer de próstata, doenças cardiovasculares, disfunções cerebrais, osteoporose e sintomas da menopausa. Para esta última, como exemplo, alimentos e suplementos alimentares contendo fitoestrógenos estão sendo freqüentemente advogados como uma alternativa à Terapia de Reposição Hormonal (TRH) em mulheres com contra indicações ao uso da reposição estrogênica convencional ou simplesmente desejando uma alternativa mais natural de TRH. 1 ISOFLAVONAS DE SOJA FITOSTERÓIS Os fitosteróis (esteróis e esterolinas contidos em muitas plantas como o campesterol, stigmasterol e beta-sitosterol) são componentes lipídicos das plantas, têm estrutura molecular muito semelhante à do colesterol. Os fitosteróis são facilmente e freqüentemente removidos da dieta durante o processamento dos alimentos que, de outra forma, poderiam dar suporte à saúde humana de diversas maneiras quando adequadamente ingeridos na alimentação. Portanto em muitos casos há deficiência deste ingrediente na dieta. 1 Tem sido demonstrado que diversas combinações de esteróis e esterolinas (formas glicosídicas dos esteróis) melhoram os sintomas da hipertrofia prostática benigna (BPH), melhora alguns distúrbios autoimunes e diminui os níveis de colesterol quando ingeridos em alimentos. Ainda relativo aos efeitos dos fitosteróis sobre a hipercolesterolemia muitos estudos foram feitos, sendo talvez o maior foco de interesse sobre a ação dos fitosteróis. E, também, os fitosteróis ajudam a melhorar o diabetes do tipo I e tipo II. 1 FITOSTERÓIS E MOLÉCULAS CORRELATAS Mulheres que têm um teor maior de fitosteróis na sua dieta são menos prováveis de desenvolverem câncer de mama e ainda, os fitosteróis mostraram induzir a diminuição da expansão tanto do câncer de mama já instalado como o de próstata e do cólon em modelos animais e em testes "in vitro". Eles têm ainda poder anti-inflamatório e antipirétco e são poderosos imunomoduladores. 1 ANTIOXIDANTES Nos níveis moleculares ou celulares, os antioxidantes servem para desativar certas partículas chamadas de radicais livres. No organismo humano, os radicais livres usualmente vêm na forma de oxigênio atômico ( O•), eletricamente desequilibrado. O átomo de oxigênio precisa ser oxidado (isto é receber um elétron) e este processo de oxidação pode ser muitas vezes nocivo (cancerígeno, por exemplo). Os radicais livres são subprodutos naturais de muitos processos dentro das células e entre elas. Esses radicais podem ser também gerados pela exposição a vários fatores ambientais como o tabagismo, a radiação, a poluição e o stress. 1 EXEMPLOS DE RADICAIS LIVRES Espécie Fórmula Molecular Íon superóxido O• Hidroxila HO• Óxido Nítrico NO• Ion Ferril FenO• Lipidico Lipid-OO• Se forem deixados à vontade, esses radicais livres podem causar danos tanto às paredes celulares como a outras estruturas das células e ao material genético dentro delas e, como conseqüência final, a morte das células (stress oxidativo). No pior cenário e por longos períodos, esses danos podem tornar-se irreversíveis e levar a doenças como, por exemplo, ao câncer. 1 É aqui, então, que os antioxidantes começam a atuar. Os antioxidantes exercem a função de "limpar a casa" removendo os radicais livres antes que eles tenham a chance de causar algum dano ao corpo mantendo a saúde celular e a do organismo. 1 EXEMPLOS DE ANTIOXIDANTES Fatores dietéticos de metabolismo primário Nutriente Exemplos de papéis úteis no corpo humano Fe (Iron) Catalase, corrige o funcionamento das mitocôndrias, hemoglobina Mn (Manganes) Mn-SOD na mitocôndria Cu (Cobre) Cu,Zn-SOD, ceruloplasmina Zn (Zinco) Cu,Zn-SOD: Propriedades antioxidantes gerais Proteínas Aminoácidos contendo enxôfre para GSH. SOD, catalase, glutationa redutase e peroxidases, transporte de metais, e proteínas de armazenagem. Albumina. Se (Selênio) Glutation peroxidase; função da tiróide Vitamina E (tocoferóis liposolúveis) Proteção contra peroxidação lipídica e estabilizador da estrutura das membranas. Vitamina C (ácido ascórbico) Enzimas Hidoxilases, recicla a vitamina E Riboflavina Glutation redutase, corrige o funcionamento das mitocôndrias, necessária para produzir FMN e FAD. Fatores dietéticos de metabolismo secundário Composto Possível ação Fontes alimentares Sulfetos Orgânicos Estimulação de enzimas de detoxificação de carcinogênicos Alho, cebola Catequinas Antioxidantes. Agem diretamente nas células cancerígenas. Chá verde, chá preto, morangos Flavanoides Antioxidantes. Agem diretamente nas células cancerígenas. Muitas frutas e verduras Ácido Fítico Liga metais, diminui a absorção de ferro Diversos grãos Genisteina Pode bloquear o crescimento de novos vasos sanguíneos em tumores em crescimento. Soja Limonoides Induzem enzimas antioxidantes protetoras Frutas cítricas Fibras Aumenta a velocidade do fluxo fecal através do cólon, dilui compostos carcinogênicos e impede a formação de tumores. Grãos e verduras Isotiocianatos Induz enzimas antioxidantes protetoras Mostarda e rabanete ANTITUMORAIS O primeiro impulso da corrente medicina é detectar o câncer nos seus primeiros estágios e, então, combater a doença através de uma intervenção médica radical como a quimioterapia ou a cirurgia, ou ambos. Isto tem melhorado as estatísticas de sobrevivência daqueles que foram diagnosticados com câncer nos anos recentes, mas isto não contribuiu em nada para reduzir a atual velocidade com que as pessoas desenvolvem a doença. 1 Isto é desafortunado porque muitos cânceres podem ser prevenidos. Não se deseja meramente detectar cedo o câncer, é muito mais desejável, contudo, evitar-se que ele se desenvolva ou se inicie. Hoje em dia já é aceito que a dieta e a nutrição podem ter um papel significativo na redução do início da maioria dos cânceres. Infelizmente esta conexão dieta/nutrição/câncer tem sido aceita muito recentemente pelo sistema de saúde e a câncer terapia tradicional ainda não utiliza efetivamente a dieta e a nutrição. 1 Dieta e nutrição exercem o principal papel na prevenção do início do câncer. Um plano dietético que forneça um balanceamento de proteínas, carboidratos e gorduras, assim como de vitaminas, minerais e fito nutrientes (nutracêuticos) de verduras, frutas e outros alimentos promotores de saúde, pode, drasticamente, reduzir o risco de câncer. 1 É importante obter esses nutrientes de alimentos reais ou de suplementos feitos a partir de alimentos verdadeiros uma vez que neles, esses itens, estão combinados, ao invés de utilizar vitaminas ou minerais simples, puros ou sintéticos. Assim é possível desenvolver-se produtos que mantenham sistematicamente essa combinação realçada. 1 IMUNOLÓGICOS Imunomodulação significa regular ou balancear o sistema imune. Um sistema imune normal tem a capacidade para se auto estimular em resposta a uma substância estranha, assim como, se auto inibir para manter a função imune apropriadamente. É importante estabelecer a distinção entre estimulação e modulação. A estimulação não é, necessariamente, um processo natural e pode ser o resultado do uso, pelo sistema imune, de fontes críticas necessárias provenientes de algum ponto desse sistema, para defender o corpo de uma outra substância estranha. A modulação, por outro lado, é um processo natural que espelha a função normal. 1 Os imunomoduladores oferecem uma poderosa ferramenta para controlar as doenças infecciosas. Esses compostos modulam (estimulam ou suprimem) o sistema imune de uma maneira não específica. A estimulação da imunidade é também importante para a defesa do hospedeiro contra o câncer. Este último ocorre, por exemplo, pela ativação dos macrófagos tumoricidas em resposta a imunomoduladores. Estes, também, podem ser usados no tratamento de doenças causadas pelo desarranjo do sistema imune como é o caso da artrite. 1 NUTRACÊUTICOS IMUNOMODULADORES FITOSTERÓIS Os fitonutrientes conhecidos como fitosteróis estão, muito brevemente, por revolucionar o campo da medicina preventiva. A pesquisa científica indica que estas substâncias têm a propriedade única de estimular as capacidades do sistema imune. Nunca antes se testemunhou nutrientes com tanta versatilidade de propriedades, as quais permitem não apenas anular os efeitos de viroses e bactérias como também tem o potencial de lidar com doenças autoimunes tais como a artrite reumatóide e a esclerose múltipla. 1 Os fitosteróis são essencialmente gorduras das plantas que incluem o beta-sitosterol e seus glucosídeos, as beta esterolinas. Esses dois fitolipídeos foram isolados em 1922. Entre 1966 e o presente, acima de 5.000 trabalhos de pesquisa científica foram publicadas, todos demonstrando os efeitos positivos do beta-sitosterol e das beta-sitoesterolinas (esteróis e esterolinas). 1 Os esteróis e as esterolinas são encontrados juntos na natureza e trabalham sinérgicamente para modular o sistema imune. Todas as plantas contém esteróis e esterolinas incluindo as frutas, verduras, castanhas e sementes. Estas duas últimas não processadas e seus óleos contém a mais rica fonte de esteróis e esterolinas, especialmente as sementes de soja. 1 PROTEÍNAS DO SORO DO LEITE As proteínas do soro do leite bovino são ricas em certos aminoácidos. Os aminoácidos de cadeias ramificadas (leucina, valina e isoleucina), que são os aminoácidos chave, podem ajudar a diminuir a fadiga durante exercícios pesados. Outro aminoácido importante, a cisteína, pode ser encontrado nas proteínas do soro do leite em quantidade grandes quando comparadas com outras proteínas como a soja e a gelatina onde a cisteína praticamente não existe. Várias proteínas do soro, em função desses aminoácidos têm sido citadas como "imunoestimuladoras".1 CATEQUINAS Este grupo de flavonóides têm recebido muita atenção numa variedade de estudos clínicos como importantes agentes no tratamento de hepatites agudas e crônicas pela diminuição da bilirrubina, alivio dos sintomas e melhora dos testes clínicos. Tem sido demonstrado que a atividade das catequinas sobre a reabilitação do fígado é devida às suas funções antioxidantes e imunoestimulantes. 1 ÁCIDOS GRAXOS POLI INSATURADOS que, sob condições dietéticas e de laboratório bem controladas, a ingestão de ácidos graxos pode ter profundos efeitos sobre as doenças auto imunes. O impacto dos ácidos graxos da dieta em modelos animais de doenças autoimunes parece depender do tipo de animal e do tipo e quantidade do ácido graxo no alimento. Existem evidências muitas mostrando 1 Dietas baixas em gorduras, com deficiência nos ácidos graxos essenciais ou elevadas em ácidos graxos Ω-3 de óleo de peixe, ou óleo de linhaça, aumentam a sobrevivência e reduzem a severidade da doença espontânea mediada por auto-anticorpos e, dietas ricas em ácido lonolêico parece que aumentam a severidade da doença. Em doenças auto-imunes mediadas por células-T induzidas, as dietas deficientes em ácidos graxos essenciais ou dietas suplementadas com ácidos graxos Ω-3 parecem aumentar a doença, enquanto ácidos graxos Ω-6 previnem ou reduzem a severidade. Em contraste, relativo a doenças auto imune mediadas por anticorpos ou células-T, os metabólitos dessaturados e alongados do ácido linolêico são protetores. 1 A supressão dos auto-anticorpos e da proliferação dos linfócitos-T, a apoptose dos linfócitos autoreativos e a redução pró-inflamatória da produção de citoquinas demonstrados para altas doses de óleo de peixe ou de linhaça são todos prováveis mecanismos pelos quais os ácidos graxos Ω-3 melhoram as doenças auto imunes. Os mecanismos protetores dos ácidos graxos Ω-6 nas doenças auto imunes mediadas por células-T são menos claros, porém, pode incluir circuitos auto imune sensíveis ao ácido diono-gama-linolenico e ao ácido araquidônico como efeitos mediados por respostas Th1, TGF beta 1 e Th3. É freqüentemente reivindicado que os ácidos graxos n-6 promovem doenças auto-imunes e inflamatórias baseados em resultados observados com o ácido linolêico somente. Em adição aos efeitos dos ácidos graxos dietéticos sobre a imunoregulação, a inflamação, como uma conseqüência da ativação imune numa doença auto imune, pode ser também um mecanismo importante da ação pelo qual os ácidos graxos dietéticos modulam a atividade da doença. 1 Em conclusão, a regulação da expressão gênica, as rotas de sinais de transdução, a produção de eucosanoides e citoquinas e a ação de enzimas antioxidantes são todos mecanismos pelos quais o ácidos graxos Ω-3 e Ω-6 podem exercer efeitos sobre o sistema imune e sobre as doenças auto imunes. 1 OSTEOLÓGICOS OSTEOPOROSE A osteoporose é uma doença que afeta principalmente mulheres na pós-menopausa caracterizada por uma fragilidade nos ossos. Na menopausa a ausência do hormônio feminino faz com que os ossos percam cálcio e fiquem porosos como uma esponja. Esta fraqueza dos ossos expõe a mulher a riscos maiores de fraturas tanto por quedas como espontâneas. Os locais mais comuns são a coluna, o colo do fêmur, e o pulso. Destas fraturas a mais perigosa é a do colo do fêmur. É também por causa da osteoporose que as mulheres perdem altura com a idade. A osteoporose é, pois, a diminuição da massa óssea. Apesar do osso ser um tecido vivo que se renova permanentemente durante toda a vida, se a pessoa tiver pouca atividade física ou ingerir pouco cálcio durante as primeiras décadas de sua vida, tem o risco aumentado de desenvolver osteoporose. 1 OSTEOARTRITE O termo artrite se refere à inflamação nas articulações ou juntas do corpo humano. As juntas são superfícies onde há o contato entre dois ou mais ossos possibilitando, assim, a mobilidade do esqueleto humano. São estruturas muito complexas devido aos seus diversos componentes e à sua interação entre os mesmos. Existem vários tipos de artrites, que são causadas por diversos fatores e doenças. Costuma-se diferenciar, a princípio, as artrites relacionadas com sintomas sistêmicos (como febre, sinais inflamatórios, anemia, etc) daquelas cujas manifestações se restringem às articulações envolvidas. Dentre essas últimas está a osteoartrite, também chamada de osteoartrose ou artrose. É o tipo de artrite mais comum, afetando milhões de pessoas. 1 A osteoartrite corresponde a um conjunto de problemas que resulta em alterações anatômicas, com conseqüentes repercussões nas juntas (articulações), principalmente nos joelhos, quadris, mãos e coluna vertebral. 1 Algumas vezes, apenas uma única articulação (junta) é comprometida, mas em outras situações, muitas delas podem ser afetadas ao mesmo tempo e com intensidades diferentes. Além de provocar dores, sensações de rigidez e edema (inchaço), a osteoartrite pode ocasionar limitações funcionais, tais como: perda de movimentos, deformidades e até incapacidade total do membro, de acordo com a articulação atingida. 1 É uma doença muito freqüente, tanto que, segundo a experiência médica, a maioria das pessoas acima de 65 anos e cerca de 80% daquelas que já passaram dos 75 anos acabam sofrendo dessa enfermidade. 1 A osteoartrite tem sido confundida com a Artrite Reumatóide (AR), e pensa-se que hajam vários estímulos diferentes, especialmente quando relacionada com indivíduos que têm defeitos de origem genética no sistema imune que desencadeiam resposta inflamatória. A persistência dos estímulos ou a incapacidade do sistema imune em controlar a inflamação levam a cronicidade da doença. A membrana sinovial prolifera e libera enzimas produzidas por células do local. Tanto a invasão da membrana sinovial como a ação das enzimas, provocam destruição das estruturas articulares (cartilagem e ossos vizinhos) e juxta-articulares (tendões e ligamentos). São, pois, diversas as condições que têm sido relacionadas como agentes causais de osteoartrite secundária, particularmente as doenças metabólicas, distúrbios anatômicos, traumas, artrites e infecções. 1 ÎFATORES QUE AFETAM A OSTEOARTRITE Hormônios e Densidade Óssea Considera-se atualmente que os estrógenos tenham algum papel na proteção para a osteoartrite, pois alguns estudos perceberam uma menor incidência naquelas mulheres pós-menopausa que usaram reposição hormonal. Isso ainda não é certo, pois pode haver outros fatores que não o estrógeno em si, que estejam protegendo tal população. O estrógeno, por sua vez, pode retardar a evolução das alterações ósseas na doença já presente. 1 Tem sido observada uma relação inversa entre osteoporose e osteoartrite. Aquelas mulheres com osteoartrite têm uma densidade mineral óssea mais elevada. Entretanto, uma vez instalada a doença, aquelas mulheres com uma densidade mineral óssea menor têm uma evolução mais rápida da doença. 1 Fatores Nutricionais A exposição a várias substâncias oxidantes contribui para o desenvolvimento de muitas anormalidades da terceira idade, incluindo a osteoartrite. O uso de vitamina C mostrou uma melhora na evolução da doença, enquanto a vitamina E não se mostrou importante. Outra vitamina que se mostrou importante tanto na evolução da doença quanto no seu surgimento, foi a vitamina D, substância essa, muito importante para o remodelamento ósseo. 1 FITOESTROGÊNIOS ANTIOSTEOPOROSE Nestes últimos anos diversos pesquisadores tem demonstrado que as isoflavonas (fitostrogênios da soja e os lignanos da linhaça) são bastante efetivas na prevenção da osteoporose. Por exemplo, foi verificado que a daidizina (o glicosídeo da daidzeina), quando administrada por via oral, imediatamente após a remoção cirúrgica dos ovários, retarda a perda do osso femural numa relação linear dose resposta. A genistina (a forma glicosídica da genisteina) tem um efeito similar da daidzina e ambas são quase tão efetivas quanto a estrona. Resultados similares têm sido obtidos com os fitoestrogênios do trevo vermelho. 1 GLUCOSAMINA SULFATO E CONDROITINA SULFATO COMO NUTRACÊUTICOS ANTIARTRÍTICOS Afora as vitaminas, o uso combinado de Glucosamina sulfato (GS) e Condroitina sulfato (CS) no tratamento das doenças degenerativas das juntas se tornou um protocolo de suplementação extremamente popular especialmente na Europa. As GS e CS estão já, por muitos anos, disponíveis como suplementos e parecem agir muito positivamente sobre os sintomas da osteoartrite; as suas habilidades para trabalhar como uma combinação sinérgica, tem sido muito estudada e já apresenta dados muito positivos. 1 ANTIATEROSCLERÓTICOS A aterosclerose é uma doença crônico-degenerativa que leva à obstrução das artérias (vasos que levam o sangue para os tecidos) pelo acúmulo de lipídeos (principalmente colesterol) em suas paredes, que podem ser fabricados pelo próprio organismo ou adquiridos através dos alimentos A aterosclerose pode causar danos a órgãos importantes ou até mesmo levar à morte. Tem início nos primeiros anos de vida, mas sua manifestação clínica geralmente ocorre no adulto. 1 Esta doença começa quando monócitos (um tipo de leucócito mononuclear) migram da corrente sangüínea e se depositam nas paredes arteriais e passam a acumular gorduras, principalmente colesterol, formando as placas ateroscleróticas ou ateromas. 1 A formação de trombos arteriais geralmente é iniciada por um dano às células endoteliais alinhadas no vaso sangüíneo. Um dos primeiros eventos depois de um dano é a formação de trombina. Isto conduz a uma cascata de eventos incluindo a ativação das plaquetas, resultando na formação de trombos. A patogênese da formação de placas ateroscleróticas também envolve, em adição à acumulação de lipídeos, especialmente o colesterol, a infiltração de monócitos e linfócitos-T na parede das artérias contribuindo para o espessamento da parede e oclusão do vaso. Monócitos e linfócitos são permitidos aderir à superfície das células endoteliais pela expressão de certas “moléculas de adesão". A infiltração e a proliferação parece que são controladas através de fatores peptídicos de crescimento dessas placas. Estão também envolvidos nesse processo: o colesterol, as lipoproteínas (HDL, LDL, VLDL, quilomícrons), ácidos graxos saturados e insaturados e os processos de oxidação destes. 1 AGENTES NUTRACÊUTICOS ANTIATEROSCLERÓTICOS Isoflavonas da Soja O aumento do nível de isoflavonóides, em particular da genisteina, a qual está associada com o consumo de dietas baseadas na soja, inibe a adesão celular, altera a atividade do fator de crescimento e inibe a proliferação de células envolvidas na formação da lesão aterosclerótica. A genisteína tem também se demonstrado inibidora da formação de trombina e da ativação das plaquetas in vitro. Possivelmente ela tem atuação similar in vivo. Estes compostos tem, pois, o potencial de afetar a progressão das doenças ateroscleróticas. 1 Óleo de Alho O óleo de alho (especialmente o óleos de alho envelhecido) afeta a aterosclerose indiretamente pela redução da hiperlipemia, da hipertensão e provavelmente do diabetes e, mais diretamente, pela prevenção da formação de trombos. Em adição, em modelos com animais de laboratório, o óleo de alho produz efeito antiaterogênico direto (preventivo) e antiaterosclerótico (causando regressão) ao nível de paredes de artérias. Este efeito direto do óleo de alho sobre a aterosclerose pode ser explicado pela sua capacidade de reduzir o teor lipídico nas células arteriais prevenindo o acúmulo intracelular de lipídeos. Este efeito, por outro lado, é acompanhado por outras manifestações antiateroscleróticas como a estimulação da proliferação de células e da síntese da matriz extracelular. 1 Fitosteróis e fitoesterolinas Os fitosteróis (esteróis e esterolinas contidos em plantas como o campesterol, stigmasterol e betasitosterol) são componentes lipídicos das plantas, os quais são removidos da dieta pelo processamento dos alimentos e que poderiam dar suporte à saúde humana de diversas maneiras quando adequadamente ingeridos na alimentação. Uma das propriedades saudáveis dos fitosteróis, especialmente do betasitosterol, quando este é componente da dieta, é a diminuição do colesterol sanguíneo. Esta redução é conseqüência da diminuição da absorção de colesterol no intestino delgado, embora a indução do aumento do fluxo biliar também tem sido sugerido. Hoje, ésteres derivados do beta sitostrol (sitostanóis) têm sido utilizados como nutracêuticos em margarinas com fins anticolesterolêmicos diminuindo o risco de aterosclerose. 1 Antioxidantes As vitaminas (A, E, C e carotenos), os polifenóis do chá verde, os isoflavonóides entre outros são nutracêuticos com capacidade antioxidante, especialmente contra a oxidação do colesterol e dos ácidos graxos poliinsaturados contidos em particulas lipoprotéicas protegendo-as contra a adesão às paredes dos vasos sanguíneos evitando a iniciação ou proliferação da aterosclerose. 1 ESTIMULANTES Não existe uma definição concordante para produtos ou substâncias energéticas ou estimulantes energéticos. Para os nossos propósitos, estimulante é uma substância que modula de alguma forma o metabolismo favorecendo uma melhor performance do homem, seja ela física ou mental. 1 Algumas substâncias, que podemos chamar também de nutracêuticos se encaixam nessa definição. São elas a cafeína, a taurina, o inositol, a glucuronolactona e as vitaminas hidrossolúveis do complexo B. Estas substâncias para serem chamadas energéticas têm que se compor com fontes nutricionais de energia (ex. carboidratos) ou simplesmente funcionarem como estimulantes inibindo o sono e o cansaço. 1 TERMOGÊNICOS Três fenômenos podem acontecer às calorias derivadas dos alimentos ingeridos: 1) elas podem ser usadas para satisfazer as necessidades de energia do corpo; 2) elas podem ser armazenadas como gordura branca; 3) elas podem ser queimadas por células especiais do corpo conhecidas como Tecido Gorduroso Marrom, ou BAT (Brown Adipose Tissue). Este último processo é chamado termogênese e significa geração de calor. A termogênese é um processo fisiológico normal, como a digestão. O propósito do BAT é queimar as calorias que o corpo não precisa. 1 Tornar-se hiperlipêmico ou obeso, acontece principalmente quando o BAT não está trabalhando adequadamente e o corpo tem que armazenar o excesso de calorias como gordura. 1 Diz a teoria que ganho de peso súbito experimentado por muitos homens entre as idades dos 30-40 pode ser o resultado da interrupção do mecanismo termogênico do BAT sob a influência de alguma indução genética. Quando isso acontece, é necessário encontrar um modo para reativar o BAT e inverter o gatilho genético. Sem isso, o organismo continuará sofrendo de excesso de gordura, não importa qual dieta seja experimentada. Afortunadamente, estudos demonstraram que, definitivamente, é possível inverter a falha genética responsável pela obesidade em muitas pessoas. Embora ainda não seja possível saber-se quantas ou quem são estas pessoas, o conceito de termogênese é a notícia mais recente e mais estimulante da pesquisa sobre administração da obesidade nos últimos cinqüenta anos. 1 Sob a influência certa, o corpo converte de volta a gordura branca em calorias que podem ser disponibilizadas para conversão térmica. O estoque das gorduras brancas (tecido adiposo) é mobilizado e é levado pelo sangue para as áreas de gordura marrom onde é "incinerado" rapidamente em "fornos de BAT".1 Em resumo,a termogênese no BAT serve a duas funções críticas: • previne o excessivo armazenamento das gorduras consumidas com os alimentos como gordura branca; • queima as calorias armazenadas nos estoques de gordura branca. Durante vários anos, os cientistas têm tentado descobrir o que sai errado com o processo termogênico, por que algumas pessoas ficam magras queimando as calorias em excesso, e por que outras pessoas parecem não ter esta capacidade, e conseqüentemente aumentam seus quilos e centímetros de cintura. 1 Um dos feitos mais importantes na pesquisa da termogênese foi a descoberta de pequenas moléculas nas células de BAT conhecidas como proteínas desacopladoras (UCP). As UCP "desacoplam" a cadeia de eventos bioquímicos que, em outras células, são usados para transformar as calorias em energia para satisfazer as suas necessidades. Enquanto a quantidade de energia que uma célula normal pode usar é limitada, em grande extensão, pela energia atual que ela precisa, as células de BAT, devido à presença das proteínas desacopladoras, continuam convertendo calorias em calor na medida em que elas continuam sendo estimuladas, e na medida em que o corpo tenha gordura branca para alimentar o sistema. 1 O aquecimento proveniente do metabolismo do BAT é simplesmente perdido; conforme o calor é gerado, irradia-se para fora do BAT, para os tecidos circunvizinhos. Como o fluxo de sangue pelo BAT é muito extenso, o calor é recolhido pelo sangue e rapidamente é levado para fora e dissipado em locais distantes do BAT. 1 A Pesquisa também demonstrou que, com o passar do tempo e sob o estímulo certo, aumenta a capacidade de queimar calorias. A estimulação do BAT aumenta a quantidade de proteínas desacopladoras e aumenta também o número de células de BAT; isto resulta em um aumento dramático na quantidade de calorias em excesso que podem ser queimadas e postas fora como calor pela termogênese. O aumento da termogênese estimula a produção de mais BAT e UCP, e o ciclo continua. 1 O processo é, pois, um mecanismo genético que ajuda o organismo a permanecer magro que, não obstante, freqüentemente apresenta mau funcionamento, não deixando assim nenhuma outra alternativa para as calorias em excesso de serem excluídas do armazenamento como gordura branca. Porém, quando a capacidade termogênica é restabelecida, pode continuar aumentando. 1 Dado que o mau funcionamento genético da termogênese é a base para a obesidade, o que sabemos sobre esse mecanismo de ação? O pesquisador pioneiro da termogênese e das causas genéticas da obesidade, Arne Astrup da Universidade de Copenhague na Dinamarca,escreveu: "Em várias síndromes de obesidade em roedores a mediação simpatomimética (da termogênese) está defeituosa, e isto conduz a sensibilidade extrema ao frio e à obesidade ... da mesma forma, a hipótese avançada de que uma termogênese diminuída no BAT pode ser a causa de alguns tipos de obesidade humana”. (Acta of Endocrinology, Suppl., 278, 1-32, 1986) 1 A hipótese de Astrup da termogênese diminuída repousa na idéia de um defeito de funcionamento da divisão simpática do sistema nervoso. Muitas pesquisas, especialmente na Universidade de Harvard, foram, então, dirigidas no sentido de reativar a atividade neural simpática do BAT pela administração de certos medicamentos sintéticos ou nutrientes que estimulam esta parte do sistema nervoso. O que eles encontraram pode ser descrito de maneira muito simples: "A TERMOGÊNESE REATIVADA PREVINE O ACÚMULO DE GORDURA E REDUZ OS DEPÓSITOS LIPÍDICOS EM HUMANOS" A termogênese pode ser reativada administrando-se substâncias especiais por manipulação dietética. Embora os cientistas estejam utilizando substâncias sintéticas, existem alternativas mais naturais. As plantas podem substituir materiais sintéticos, sem qualquer perda de efetividade. 1 De fato, o uso de materiais naturais pode trazer consigo benefícios que derivam de miríades de nutrientes existentes nas plantas que modulam e modificam, desta forma, as ações dos componentes termogênicos. 1 COMPOSTOS NATURAIS ESTIMULADORES DA TERMOGÊNESE Xantinas Catequinas Ácido linolêico conjugado (CLA) Ácido hidroxicitrico Salicilatos vegetais Efedrina (ma huang) Sinefrina (laranjas amargas, etc.). EMAGRECEDORES A obesidade é uma condição de excesso de tecido adiposo (gordura) em relação à massa corpórea magra (ossos, órgãos e músculos). Ela reflete um desequilíbrio em longo prazo entre a ingestão de alimentos e o gasto energético. 1 A primeira lei da termodinâmica se aplica integralmente ao organismo animal e humano. Em termos simples, ela pode ser descrita como: "...a variação da energia acumulada é igual à energia ingerida menos a energia utilizada...". Energia Ingerida significa a energia metabolizável, isto é, energia total ingerida menos a energia fecal e urinária. A energia metabolizável representa de 90 a 95 % da energia ingerida, dependendo da composição da dieta, da quantidade de fibras não digeríveis e do grau de cozimento dos alimentos. Em indivíduos sem doenças gastrointestinais, a eficiência de absorção de macronutrientes varia pouco e, portanto, a obesidade não é devido a um nível particular de absorção de nutrientes. Uma alteração positiva no acúmulo de energia pode resultar de dois fatores que podem ser simultâneos: o excesso de ingestão de energia e ou uma reduzida utilização de energia.. Se a obesidade é resultado de uma ingestão crônica de excesso de energia ou de uma reduzida necessidade dessa energia têm sido o foco das discussões na última década. Muitos investigadores têm demonstrado a baixa utilização de energia na obesidade genética. 1 Estudos Recentes Em todo o mundo, um bilhão de pessoas estão atualmente acima do peso ou obesas, incluindo 22 milhões de crianças com menos de 5 anos. A obesidade e males vinculados a ela, incluindo doença cardíaca e pressão alta, entraram para a lista dos 10 maiores riscos para a saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS). As taxas de obesidade estão aumentando em países em desenvolvimento tanto quanto nos industrializados, com os maiores aumentos ocorrendo nos últimos 10 anos. 1 Os Cientistas esperam decifrar os sinais que percorrem o sistema digestivo, os depósitos de gordura do corpo e os centros cerebrais que controlam o comer e o metabolismo, especialmente na região do hipotálamo. Então, dizem os pesquisadores, poderá ser possível desenvolver medicamentos que modifiquem estes sinais para fornecer aquilo que buscam as pessoas que fazem dieta: a sensação de estarem satisfeitas. 1 Efeito "sanfona" Cientistas da Universidade de Washington (Estados Unidos) acabaram de descobrir a causa do terrível "efeito sanfona". Eles comprovaram que manter o peso é mais difícil do que perder alguns quilos. A resposta para essa questão chama-se ghrelin, um hormônio fabricado pelo aparelho digestivo. Os pesquisadores chegaram a conclusão de que o ghrelin influi diretamente na tendência de recuperar o peso depois de um regime de sucesso. Além de abrir o apetite, o hormônio ainda torna o metabolismo mais lento e preguiçoso, o que acaba comprometendo a habilidade do corpo de queimar e matabolizar as gorduras. O hormônio havia sido identificado por cientistas japoneses em 1999 e tinha uma função conhecida: inundar a corrente sanguínea antes das refeições para causar a sensação de fome. Agora, os pesquisadores americanos descobriram níveis elevados do hormônio em indivíduos que acabaram de perder peso, levando-os a comer mais que outras pessoas. "Isso acontece porque nosso corpo interpreta o emagrecimento como se estivéssemos passando fome e libera o hormônio para que o peso seja mantido". É antiga a idéia de que algum mecanismo genético estimule o corpo a recuperar a gordura perdida. Esses genes foram moldados num tempo em que o problema dos homens era a fome e não a obesidade. O ghrelin provavelmente é produto desse registro genético. 1 De acordo com especialistas, depois de um regime, é preciso manter vigilância cerrada por, no mínimo, cinco anos. Nesse tempo, o organismo perde a "memória" do peso anterior e se acostuma à nova realidade. Os cientistas acreditam que o controle do hormônio pode ser uma forma eficaz de evitar a obesidade, problema que afeta cada vez mais a humanidade. 1 Os mesmos cientistas da Universidade de Washington fizeram outras descobertas sobre os poderes do ghrelin. Avaliaram pessoas que haviam se submetido a cirurgia de redução de estômago (gastroplastia), técnica cada vez mais freqüente para combater a obesidade mórbida. Notaram, então, que os níveis de ghrelin no sangue dessas pessoas é muito baixo. É fácil entender o por quê. O hormônio é produzido por uma categoria de células que só existe no estômago e na porção superior do intestino delgado. Boa parte dessas regiões, do aparelho digestivo, é disfuncionalizada com a cirurgia, o que derruba a produção do ghrelin. Além de que, o estômago reduzido obriga o indivíduo a refeições diminutas e assim ele emagrece. Para o médico cirurgião do Hospital Jayme da Fonte, Walter França, a descoberta do ghrelin comprova a importância da gastroplastia. "Isso significa qualidade de vida para os pacientes operados, que se sentem satisfeitos e saciados com a pequena quantidade ingerida", completa França. 1 A pesquisa sobre os efeitos do hormônio está apenas no começo. O desafio agora é desenvolver medicamentos que estimulem sua produção, fazendo com que os anoréxicos engordem, ou bloqueiem sua ação, o que pode ajudar os gordos a emagrecer. "Seria interessante ver se bloqueamos o crescimento dessa substância", comenta D. J. Cummings, endocrinologista da Universidade de Washington e coordenador do novo estudo. "Resta saber se ela leva à perda de peso ou facilita o emagrecimento por meio de dieta e exercício", diz. O ghrelin é produzido no aparelho digestivo, região mais acessível para medicamentos que o cérebro, alvo dos moderadores de apetite disponíveis nas farmácias. 1 OUTROS FATORES Cientistas Londrinos, recentemente identificaram um hormônio que causa a sensação mais desejada por todas as pessoas que estão de dieta: a de um estômago cheio. O hormônio, Petide YY3-36, ou PYY, é produzido por células do intestino em resposta ao alimento, e então circula para o cérebro, onde desliga a vontade de comer."Ele impede que você sinta fome", constataram pesquisadores de Endocrinologia no Hammersmith Hospital, parte da Escola de Medicina do Imperial College, em Londres, que conduziram um estudo desse hormônio que foi publicado pela revista científica Nature. "Ele nos controla, tanto a você quanto a mim, depois de cada refeição que comemos".1 O PYY é conhecido desde os anos 80, mas sua capacidade para suprimir o apetite só foi constada no último ano ou pouco mais. 1 Nesses estudos, as pessoas que recebiam uma pequena dose do hormônio e um almoço duas horas mais tarde consumiam 33% menos calorias. Elas relataram que se sentiam satisfeitas, mas não excessivamente alimentadas ou enjoadas. O efeito do hormônio dura cerca de 12 horas e quando ele se esgota as pessoas tendem a comer em excesso para compensar as calorias que deixaram de consumir quando sob o efeito do produto. 1 Dietas com alto conteúdo de fibras parecem estimular a produção natural de PYY. O PYY em estado puro teria de ser injetado. Não pode ser consumido por via oral porque seria decomposto no estômago. 1 Outras moléculas também estão sendo estudadas como possíveis agentes de perda de peso. Elas incluem substâncias químicas que são secretadas dentro do cérebro, em uma parte do hipotálamo chamada de núcleo arqueado. Algumas delas formam elos importantes na cadeia de eventos que são causados, e fazem as pessoas começar ou parar de comer quando hormônios como a leptina, ghrelin, insulina e PYY chegam ao cérebro. 1 Um dos fatores de grande importância na obesidade leva o título de TERMOGÊNESE. ERGOGÊNICOS Os atletas, por sua própria natureza, constantemente procuram melhorar a sua performance. Eles sabem que o treinamento é a melhor via para chegar a excelência, porém, eles também sabem que esta é a via mais árdua. A busca por uma margem extra de força ou energia conduz à utilização de meios para amplificar esta performance. Surgem então as substâncias ergogênicas as quais prometem melhorar a energia e a força físicas tanto para atletas competitivos como atletas de fim de semana. As substâncias ergogênicas , através de uma variedade de mecanismos, melhoram a força e a resistência atléticas. 1 O termo ergogênico é derivado de duas palavras gregas: ergon (trabalho) e gennan (produzir). Portanto, um ergogênico normalmente se refere a alguma coisa que produz ou intensifica o trabalho. O propósito da maioria dos ergogênicos é aumentar a performance através da intensificação da potência física (produção de energia), da força mental (controle da energia) ou do limite mecânico (eficiência energética); e, desta forma, prevenir ou retardar o início da fadiga. 1 CLASSIFICAÇÃO As substâncias ergogênicas podem ser classificados em 4 categorias : Nutricionais; Farmacológicas; Fisiológicas; Psicológicas. ERGOGÊNICOS NUTRICIONAIS Os ergogênicos nutricionais servem principalmente para aumentar o tecido muscular, a oferta de energia para o músculo, e a taxa de produção de energia no músculo. 1 Os nutrientes estão envolvidos com os processos geradores de energia através de três funções básicas: - alguns deles são utilizados como fonte de energia; - outros regulam os processos através dos quais a energia é produzida no corpo; - alguns outros promovem o crescimento, desenvolvimento do tecido corporal que transduz a energia. Assim sendo, uma alimentação adequada é fundamental para que consigamos atingir a performance esportiva ótima. 1 Os nutrientes podem ser agrupados em 6 diferentes classes: carboidratos, gorduras, proteínas, vitaminas, minerais, e água. A administração de ergogênicos nutricionais não é considerado doping pelo Comitê Olímpico Internacional – COI. 1 Veja a seguir a relação de nutrientes que tem sido estudados em relação à performance esportiva: Carboidratos, Suplementos de carboidrato, Gorduras, Suplementação de gordura, Ácidos graxos Ómega-3, Triglicerídeos de cadeia média (TCM), Proteína/Aminoácidos, Suplementos de proteína, Aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA- Arginina, lisina, ornitina), Triptofano, Aspartatos, Vitaminas Antioxidantes, Ácido pantotênico, Tiamina (vit B1), Ácido fólico, Riboflavina (vit B2), Niacina, Ácido ascórbico (vit C), Piridoxina (vit B6), Vitamina E, Minerais (Cálcio, Fosfatos, Cromo, Selênio, Ferro, Zinco, Magnésio), Água, Suplementos líquidos, Extratos de plantas (Fitosteróis anabólicos, Ginseng), Suplementos industrialmente formulados (HBM - beta-hidroxi-beta-metilbutirato). 1 ERGOGÊNICOS FARMACOLÓGICOS Ergogênicos farmacológicos são drogas destinadas a funcionar como hormônios ou neurotransmissores que são encontrados naturalmente no nosso corpo. Como alguns ergogênicos nutricionais, os ergogênicos farmacológicos, podem intensificar a potência física através de alterações promovidas nos processos metabólicos, levando ao sucesso no esporte. 1 A Comissão Médica do Comitê Olímpico Internacional (COI) considera que o doping viola a ética tanto do esporte quanto da Ciência Médica e, portanto, é proibido. 1 Exemplos das principais substâncias farmacológicas proibidas pelo COI: - Estimulantes (anfetaminas, cocaína, efedrina) - Narcóticos - Anabólicos (esteróides anabólicos, clenbuterol) - Diuréticos - Doping sangüíneo Drogas sujeitas a certas restrições: - Álcool - Cafeína - Marijuana - Anestésicos locais - Corticosteróides - Beta-bloqueadores ERGOGÊNICOS FISIOLÓGICOS - NUTRACÊUTICOS Substâncias ergogênicas fisiológicas são substâncias destinadas a intensificar os processos fisiológicos naturais que geram a potência física. Os compostos ergogênicos fisiológicos não são drogas em si, incluem-se como nutracêuticos, porém alguns têm sido proibidos pelo COI. 1 Exemplos de ergogênicos fisiológicos que têm sido estudados e utilizados em relação à sua influência especialmente sobre a performance esportiva. 1 A seguir, alguns ergogênicos fisiológicos mais conhecidos: - Carnitina - Gonadotropina corionica humana - Coenzima Q10 - Hormônio do crescimento - Creatina - Testosterona - Bicarbonato de cálcio - Eritropoietina - Hormônios (neurotransmissores) - Glicerol - Colina (fosfolipídeos derivados) - Inosina - DHEA (deidroepiandrosterona) EXEMPLOS DE NUTRACÊUTICOS E SEUS BENEFÍCIOS Prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares, câncer, diabetes, hipertensão arterial, manutenção do equilíbrio do sistema intestinal e outros benefícios podem ser obtidos quando se faz uso dos seguintes alimentos. 3 ALIMENTOS COMPONENTE ATIVO BENEFÍCIOS Soja Isoflavona Prevenção e controle dos sintomas da menopausa, osteoporose e câncer de mama e útero Tomate e goiaba Licopeno Prevenção e controle do câncer de próstata, cólon, pâncreas e pulmão, combate os radicais livres, estimulação do sistema imune Repolho, couve, couve-flor, couve de Bruxelas, brócolis e Glicosinolatos rabanete Prevenção e tratamento do câncer de mama Linhaça Prevenção e controle do câncer de mama e pulmão, estimulação do sistema imune, Lignanas redução do colesterol Alho e cebola Aleína Estimulação do sistema imune, redução do colesterol e triglicerídeos, combate aos radicais livres, anticancerígenos, antihipertensivos Frutas cítricas Limonóides Prevenção e controle do câncer, estimulação do sistema imune Chá verde Polifenóis Prevenção do câncer e doenças cardiovasculares Uvas vermelho-escuras e vinho tinto Resveratrol Antiaterogênicos, anticancerígenos Aveia e farelos de trigo, aveia ß-glucana e arroz Antiaterogênicos Peixes e seus óleos Ômega 3 Antiaterogênicos, estimulação do sistema imune, anti-hipertensivo, anticancerígenos Probióticos (ex: iogurtes, leites fermentados, etc ) Microrganismos vivos Equilíbrio da flora intestinal, prevenção do câncer de cólon Prebióticos (ex: partes não digeríveis de vegetais) Estímulo seletivo ao crescimento de bactérias no cólon Equilíbrio da flora intestinal, prevenção do câncer de cólon LINKS RELACIONADOS 1 http://www.bioativo.com.br/nutraceuticos.htm 2 http://www.saudenainternet.com.br/venhajantarcomigo/venhajantarcomigo_13.shtml 3 http://www.hub.unb.br/assistencia/informacoes/nutraceuticos.htm 4 http://www.resitec.com.br/po/produtos_segmento_nutraceuticos.php