Loja virtual X Loja física As vantagens e desvantagens do varejo online Felipe Csapo, Elisa Cristina Cordeiro e Marta Cristina Rocha Aluna do curso de Administração com Habilitação em Comércio Exterior Unaerp – Universidade de Ribeirão Preto – Campus Guarujá [email protected], [email protected], [email protected] 1. Introdução Nos dias atuais o comércio eletrônico de bens de consumo cresce de forma impetuosa. O número dos chamados e-compradores também só faz crescer no país. E o melhor: não existem restrições geográficas para quem quer conquistar consumidores. O fato da Internet ser uma ferramenta sem fronteiras territoriais, permite que um usuário qualquer, sentado diante da tela do computador, tenha acesso a sites localizados em qualquer lugar do mundo sem sair da sua cadeira. E quando esses sites oferecem produtos e serviços a preços acessíveis então, a Internet passa a ser um poderoso instrumento de compras. Do mesmo modo que a loja real deve treinar toda a equipe de vendas, o site e seu administrador devem estar preparados para fornecer o mais alto nível de satisfação dos visitantes da loja virtual. Os clientes virtuais tendem a serem mais exigentes: bastam alguns cliques para se mudar de loja. Portanto é imprescindível criar motivos para que o visitante retorne sempre, e como o consumidor não está acostumado com um atendimento satisfatório, tanto na loja virtual como na loja real, é possível superar suas expectativas e até mesmo surpreendê-los. O atendimento ao cliente e o entendimento de suas necessidades são fatores determinantes no sucesso de um empreendimento virtual ou real. O presente artigo fará uma abordagem sobre os fatores que impulsionam o crescimento do comércio eletrônico e os problemas que ainda precisam ser solucionados, as vantagens de se utilizar esse sistema, tanto para o consumidor quanto para a empresa, além de fazer um comparativo entre loja virtual e loja física. 2. Objetivos O presente estudo tem como objetivo analisar os fatores que impulsionam o crescimento do varejo online e os atrativos que as lojas virtuais oferecem aos seus clientes, além de comparar suas vantagens e 1 desvantagens em relação a uma loja física. 3. Justificativas Atualmente o comércio eletrônico é um setor em expansão em nosso país. Além das lojas exclusivamente virtuais, observamos grandes lojas do varejo brasileiro investindo nesse segmento, tornando-se multicanais. O número de consumidores on-line vem crescendo a cada dia e fazer compras pela internet está se tornando um hábito, influenciado pelos atrativos e facilidades oferecidos em comparação à loja física. Com a internet se firmando cada vez mais como mais um canal para se atrair clientes, tanto os pequenos como os grandes investidores devem estar atentos às oportunidades de novos negócios na web. Além disso, os consumidores gostam de variedade e comodidade, além de ter fácil acesso às suas marcas preferidas. 4. Definindo comércio eletrônico e loja virtual A definição de comércio eletrônico, segundo a OECD (2000), engloba a realização de negócios por meio da Internet, incluindo a venda não só de serviços físicos, entregues off-line, isto é, por meios tradicionais, mas também de produtos como softwares, que podem ser digitalizados e entregues on-line, por meio da Internet, nos segmentos de mercado consumidor, empresarial e governamental. Segundo Limeira (2003), loja virtual é o modelo de negócios das empresas que realizam vendas pela internet para um segmento de clientes, oferecendo produtos, serviços e informações tanto no mercado business-tobusiness (mercado organizacional) quanto no business-to-consumer (mercado ao consumidor). Loja virtual, segundo Wikipedia (2007), designa uma página na internet com um software de gerenciamento de pedidos (carrinho de compras) na qual empresas oferecem e vendem seus produtos. Os clientes acessam o site, escolhem o produto para aquisição e recebem estes produtos em casa. 4.1. Características de uma loja virtual Segundo Costa e Silva (2006), para que um site seja considerado uma loja virtual é necessário que o comprador consiga navegar pelas categorias de produtos, visualizar as descrições e fotos e adicioná-los a um carrinho de compras, a semelhança do que ocorre em um supermercado. Além disso, o cliente deve poder escolher a forma e a condição de pagamento e ter a garantia de entrega no local informado, por meio de um sistema de acompanhamento do pedido e entrega de produtos. 4.2. Modelo de negócios para uma loja virtual na Internet 2 Segundo Limeira (2003), as alternativas de modelos de negócios para uma loja virtual na Internet podem ser resumidas como abaixo: Loja puramente virtual: esse modelo é o da empresa que realiza vendas pela Internet diretamente para seus clientes, oferecendo produtos, serviços e informações tanto no mercado business-to-business (organizacional) quanto no mercado business-to consumer (consumidor), como o site Submarino (http://submarino.com.br) e o Amazon (http://www.amazon.com). Loja virtual de varejista: esse é modelo de negócios dos sites das empresas de varejo como o Magazine Luiza (http://www.magazineluiza.com.br), as Lojas Americanas (http://www.lojasamericanas.com.br e o Ponto Frio (http://pontofrio.com.br). Loja virtual de fabricante: são os sites de venda pela Internet dos fabricantes de produtos, como a empresa Dell (http://www.dell.com.br) e a General Motors (http://www.celta.com.br). Loja virtual de empresa de venda direta: as empresas que vendem seus produtos apenas de forma direta, sem a intermediação de canais como lojas e distribuidores, também estão realizando vendas pela internet. Esse é o modelo de negócios das empresa Shoptime, Avon e Natura. Loja virtual prestadoras de serviços: a Internet é também um espaço virtual de distribuição, em que se realiza a entrega eletrônica e a customização de produtos que podem ser digitalizados, como livros, jornais, revistas, fotografias, serviços financeiros, de consultoria, aconselhamento, treinamento, ensino, entre outros. Assim, diversas prestadoras de serviços já estão usando a Internet para vender e realizar serviços. As empresas pioneiras que mais oferecem serviços pela Internet são os bancos, com suas soluções de Internet Banking, as empresas desenvolvedoras de softwares, as escolas e universidades, as companhias áreas, os hotéis e as agências de viagem. Loja virtual de atacadista: empresas atacadistas que vendem produtos de fabricantes para redes de varejistas também estão realizando vendas para seus clientes cadastrados pela Internet. Como exemplo, o site da empresa Martins (http://www.martins.com.br). Loja participante de shopping virtual: são os sites de comércio eletrônico que reúnem diversas lojas virtuais em um único endereço na Internet. Existem dois tipos de shopping virtuais: aqueles que se limitam a oferecer o espaço para hospedagem de sites e páginas Web dos lojistas, sem oferecer serviços de garantia das transações realizadas, como o shopping UOL (http://ww.uol.com.br/shopping); e os sites que oferecem serviços aos lojistas e aos consumidores, incluindo algumas garantias de segurança e privacidade nas transações, como é o caso do ShopFácil (http://shopfacil.com.br), do Banco Bradesco. 3 4.3. Meios de pagamento de uma loja virtual De acordo com Ikeda (2007), os meios de pagamento de uma loja virtual são os mesmos disponíveis para as lojas físicas: Boleto bancário: integrado com seu banco permite o pagamento online e offline, e a liberação do pedido mediante a efetivação do pagamento. Transferência eletrônica: interação em ambiente seguro com bancos credenciados. Financiamento: a interação de condições de financiamento junto as financeiras, liberação online. Cartões de crédito: hoje é a forma de pagamento mais comum, e cada vez mais segura, a integração desse sistema de pagamento é feita diretamente com a administradora. Novas formas de pagamento estão sendo estudadas, liberadas pelas administradoras de cartão de crédito, alternativas como cartões pré-pagos devem estar disponíveis em breve. 4.4. Serviços de entrega Após a escolha e pagamento do produto, o lojista precisa entregar. Segundo Costa e Silva (2006), no Brasil o preço do frete é sempre calculado separado e somado ao valor da compra. O princípio básico é que quando mais rápida for a entrega e mais longe o destino, maior será o valor do frete. De acordo com Costa e Silva (2006), além dos serviços de entrega, algumas ferramentas são fundamentais para a gestão de uma loja virtual, são elas: Cálculo automático do frete: mostra aos clientes os preços e prazos das formas de pagamento; Rastreamento de objetos: permite que os consumidores acompanhem onde se encontra o seu produto; Endereçador: encomendas; auxilia o lojista, gerando as etiquetas para as Logística reversa: permite ao lojista solicitar coleta do objeto na casa do consumidor ou emitir uma autorização de postagem reversa para o consumidor trocar ou devolver o produto. 5. O crescimento do comércio eletrônico Segundo Veloso (2007), o comércio eletrônico (ou e-commerce) no Brasil 4 tem apresentado perspectivas animadoras, mostrando um perfil maduro e profissional, visto que a prática de realizar transações comerciais pela internet tem sido cada vez mais utilizada. Segundo a LocaWeb (empresa especializada em hospedagem de sites e que conta com 2,3 mil lojas alocadas em seus servidores), em informação de Dezembro/2006, o comércio eletrônico no Brasil registrou um crescimento de 400% no volume de produtos transacionados nos últimos doze meses. A e-Bit (empresa de pesquisa e marketing online), informou que a expectativa de faturamento no final de 2006 era de R$ 755 milhões no final de 2006, ou seja, um crescimento acima de 60% em relação às vendas no mesmo período de 2005. De acordo com e-Bit (2006), o número de e-compradores também só faz crescer no país. Saltou de 4,8 milhões em 2005 para 6,8 milhões nesse ano e a previsão é que chegue a 10 milhões em 2007. Segundo Veloso (2007), o comércio eletrônico no Brasil tem mostrado maturidade e características próprias do país. Exemplos: um levantamento do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto br (Nic.br), do Comitê Gestor da Internet no Brasil, mostrou que mais de 59% das organizações pesquisadas mantêm websites, 58,88% têm links para venda de produtos e 62% efetivamente fizeram vendas online no ano passado e a fusão de duas das maiores empresas de comércio eletrônico: Americanas.com e o Submarino. Segundo a e-Bit (2006), longe de se acomodar, o mercado de ecommerce no Brasil se solidificará em 2007, trazendo novas oportunidades e movimentando a economia. 5.1. Os fatores que impulsionam o crescimento do comércio eletrônico Segundo Guasti (2006), entre os principais fatores que influenciaram a alta estão o aumento do número de e-compradores (pessoas que fazem compras pela internet), uma maior freqüência de compra daqueles que já eram assíduos do comércio eletrônico e a entrada de grandes empresas que passaram a apostar no canal pra comercializar seus produtos e serviços. De acordo com Guasti (2006), o investimento de empresas como FNAC (que já vendia online, mas não investia pesado no canal) e a entrada das lojas Pernambucanas, que estreou seu site de vendas em junho de 2006, por exemplo, servem para melhorar a confiança nos clientes na Internet e aumentar a penetração das lojas virtuais. Entre os fatores que contribuíram para o aquecimento desse setor, segundo Veloso (2007), destacam-se: Aumento do número de consumidores aderindo às facilidades das compras virtuais; Maior freqüência de compra dos consumidores; 5 Entrada de novas empresas que passam a utilizar a Web para a comercialização de seus produtos e serviços; Deflação do setor (14% em 2006, segundo a e-Bit); Queda de preços no segmento de equipamentos de informática, por causa da isenção de PIS e Cofins nos computadores populares. Segundo o estudo realizado pela Visa® (2006), os fatores que impulsionam o crescimento no comércio eletrônico na América Latina são: Consumidores jovens – Os jovens entre 20 e 30 anos possuem uma mentalidade mais aberta e de mais confiança no momento das compras online. Além disso, possuem um considerável poder de aquisitivo e representam um dos segmentos de maior potencial de crescimento. Massificação da Banda Larga – Os custos de conexões de banda larga estão diminuindo significativamente, permitindo acesso a mais usuários. A América Latina foi a terceira região de maior crescimento em conexões de banda larga em 2005, com 8,2 milhões, com a Argentina, o Brasil e o México liderando o número de conexões. Considerando que 80% dos consumidores da internet são usuários de banda larga, isso implica em um fator importante para o crescimento do comércio eletrônico. Formas de Pagamento – O constante aumento da penetração dos cartões de pagamento é um fator importante, já que possibilitam que os usuários realizem compras on-line. Os cartões são o meio de pagamento preferido da região na internet, concentrando 90% das transações. Maior Oferta – Um dos fatores que impedem que o comércio eletrônico cresça de forma mais acelerada é a alta concentração da atividade em poucos players. Isso indica a preferência por marcar conhecidas neste canal de vendas, mas cada vez mais, a entrada de pequenas e médias empresas está oferecendo uma maior variedade à oferta. Além disso, o estudo revela que grandes estabelecimentos ainda não começaram a operar na rede. Percepção de Segurança no Canal – Apesar do temor de alguns usuários, os baixos índices de fraude em países como o México e o Brasil contribuíram para que mais de um terço dos usuários de internet tenham um bom nível de confiança para realizar transações on-line. A Visa International promove o programa de autenticação “Verified by Visa”, que permite que os bancos emissores autentiquem os portadores de cartão, utilizando uma senha pessoal no momento da compra em comércios participantes. Baseada nesses quatro fatores de crescimento, a Visa estima que no futuro cerca de um quarto de todas as transações serão provenientes desse canal de venda. 5.2. Produtos mais vendidos 6 Segundo Veloso (2007), o ranking dos produtos mais vendidos, como títulos de CDs e DVDs estão perdendo a liderança, abrindo espaço para produtos como DVDs players, televisores, computadores, MP3 players, Pen Drives, Câmeras Digitais, celulares e etc. Outra informação importante, segundo estimativa do Índice de Varejo On Line (VOL) para 2006, divulgado pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (câmara e-net) e pela E-Consulting, revela que poderá acontecer um empate na liderança do ranking dos itens mais vendidos pela Internet no Brasil em 2007. As operações de automóveis, que tradicionalmente lideram o setor no país têm grande chance de serem alcançados pelo volume de vendas de outros bens de consumo, realizados nas lojas virtuais e nos leilões para pessoa física. 6. As vantagens do varejo virtual Segundo Bernard (2007), a compra pela rede representa uma enorme vantagem para o consumidor, pois possibilita a grande oportunidade de encontrar os mais variados tipos de produtos e serviços, muitas vezes por preços e condições de pagamento mais vantajosas do que ele encontraria nos canais tradicionais. O melhor de tudo é que ele não precisa sair de casa para realizar a compra e receber seu produto. Segundo Marknet Web Solutions (2007), resumindo, o comércio online apresenta duas grandes vantagens como: a possibilidade de acesso a produtos antes difíceis de serem encontrados, e a comodidade de adquiri-los sem sair de casa. Outra grande vantagem das lojas virtuais é que elas não necessitam de espaço físico e funcionários, diminuindo custos. Além disso, estão abertas 24 horas por dia e oferecem serviços personalizados de acordo com o perfil do consumidor. Elas também podem existir como serviço complementar de uma rede de lojas ou serviços já existentes ou somente na internet. Segundo SEBRAE (2004), as principais vantagens do varejo virtual para as empresas são: A loja funciona 24 horas por dia, 7 dias da semana. Não importa a hora: feriado ou fim de semana, você não deixa de fazer negócios e oferece comodidade para seus clientes. Seu cliente faz o pedido na hora que quiser, on-line. Capacidade de oferecer um rico conjunto de informações envolvendo a localização e identificação do produto, comentários de outros consumidores, informações sobre preço e frete, e tempo de entrega. Baixo custo operacional: Você não precisa arcar com gastos extras comuns em uma loja "real" tais como aluguel, contratação de pessoal, etc. Você mantém a sua estrutura atual e conta com mais um forte canal de vendas. Redução do ciclo de tempo para a entrega de produtos e serviços. 7 Criação de relacionamentos mais próximos com os consumidores. Redução dos custos de comunicação e transação podendo eliminar intermediários do canal de distribuição. Divulgação da marca: A internet amplia o tempo de exposição da sua marca e mostra que a sua empresa está preparada para atender seus clientes na era da informação. 7. As desvantagens do varejo virtual Segundo Veloso (2007), os problemas do comércio eletrônico são crescentes, registros de atrasos, cancelamentos ou entregas incompletas crescerem de 21% no Natal de 2005 para 24% em 2006. Há também o problema da aplicação do código de defesa do consumidor para compras na internet, que tende a aumentar se o fornecedor for do exterior e não tiver filial ou representante estabelecido no país para dar suporte ao usuário. Segundo ADC-GO (2007), as principais desvantagens de se comprar em uma loja virtual são: 1. Confiança: Muitas vezes comprar em uma loja virtual confiável e renomada significa abrir mão do preço mais baixo em troca da confiabilidade. Mesmo com todos os cuidados, ainda existe um certo risco, perfeitamente aceitável. 2. Negociação: Não dá para barganhar pela internet, raramente existem vendedores on-line disponíveis, o que impede os mais habilidosos negociadores de arrancar um desconto. Por outro lado, através da pesquisa, você consegue descobrir facilmente o preço mínimo de um produto e saber se está fazendo um bom negócio. 3. Tempo: O prazo de entrega das compras pode variar de 2 até 15 dias, dependendo da forma de pagamento e do tipo de envio, que pode ser pelos correios ou transportadoras. 4. Frete: É preciso muita atenção no valor do frete que fará parte do preço final da compra. Em muitas lojas o custo para envio é tão alto que compensa comprar no comércio local. Mercadorias volumosas também são um problema, e geralmente devem ser enviadas por empresas transportadoras, encarecendo ainda mais a compra. 5. Garantia: É mais difícil trocar ou reparar um produto que é comprado de uma empresa cuja sede fica em uma cidade distante. Por isso, novamente entra em ação a pesquisa das características do produto, se é bom, se quebra fácil, etc. Lembrando também que as maiorias dos produtos vendidas pela internet têm assistência técnica local, como um produto comprado em qualquer loja, e principalmente, que estão igualmente sujeitos ao código de defesa do consumidor. 8 8. Loja virtual X loja física Segundo Costa e Silva (2007), no varejo tradicional, os pontos comerciais, onde passam o maior fluxo de pessoas, são valiosos e concorridos. De forma semelhante, na Internet precisamos levar os produtos e as ofertas para onde os usuários se encontram. Cerca de 70% das compras envolvem algum processo de busca. Por isso anunciar, utilizar as ferramentas dos sistemas tem sido a melhor alternativa; outro meio de grande resultado é o marketing direto: o envio de mala direta física a novos clientes e aos atuais, o lojista reforça a marca e divulga ofertas diretamente ao cliente, com expressivas taxas de retorno. Segundo Costa e Silva (2007), o atendimento ao cliente começa quando ele entra na loja. Nas lojas de varejo físico temos sempre um vendedor, um consultor de vendas à disposição para demonstrar e detalhar o produto, auxiliar na comparação e incentivar a compra. Na Internet esse trabalho fica por conta da interface da loja, da descrição e das imagens do produto. Eles são os únicos e verdadeiros vendedores virtuais. Segundo Rangel (1999), o atendimento ao cliente e o entendimento de suas necessidades são fatores determinantes no sucesso de um empreendimento virtual ou real. Assim como no mundo real, várias lojas na Internet não conseguem atender bem seus clientes. Do mesmo modo que a loja real deve treinar toda a equipe de vendas, o site e seu administrador devem estar preparados para fornecer o mais alto nível de satisfação dos visitantes da loja virtual. Por não estar acostumado com um atendimento satisfatório, tanto na loja real como na virtual é possível superar as expectativas e mesmo surpreender o visitante, o que acaba sendo um facilitador importante para a concretização da venda. Outros fatores que diferem estes tipos de varejo, segundo Rangel (1999), são o nível de exigência dos clientes virtuais e a facilidade de troca de uma loja. Afinal, bastam alguns cliques para se mudar de bairro, de cidade e até de país. Segundo Torquato (2006), para cada compra feita por meio eletrônico, outros cinco novos negócios são decididos na internet e concretizados fora da web, em lojas físicas, por telefone ou por meio de call centers. Embora o comércio eletrônico represente menos de 2% das vendas de todo o varejo, o impacto da internet na decisão de compra é muito maior que isso. A internet fortaleceu o consumidor, já que a pessoa pode pesquisar preços em um determinado site e comprar em um outro. Ele afirma ainda que mesmo empresas sem site virtual têm buscado sites de comparação de preços para aproveitar o comportamento do consumidor. Segundo Simões Jr. (2005), comprar na Internet ainda é uma realidade muito distante para o brasileiro comum, sem computador em casa e, portanto, sem internet. E sem conexão em casa e sem crédito para aproveitar as vantagens do mundo online, o velho carnê das Casas Bahia acaba sendo a única solução. Algumas lojas online perceberam esse gargalo e disponibilizam outras formas de pagamento além do cartão de crédito, 9 como o cheque pré–datado e o boleto bancário. Segundo Simões (2005), os supermercados já perceberam que vender online é um bom negócio. E as donas de casa também. Nada de fila no caixa, estacionamento lotado, carrinho quebrado e marido reclamando. No conforto do seu lar, ela agora pode ver as ofertas e passear pelos corredores com apenas um clique no mouse. Apesar de todas as vantagens, as compras online ainda têm algumas limitações. Segundo Simões Jr. (2005), comprar roupas pela internet não é tarefa das mais fáceis. Por exemplo: é impossível saber se uma roupa veste bem ou não sem vesti–la. Cada tecido tem seu caimento e as fotografias de catálogo nunca reproduzem as cores fielmente. Só escapam as roupas de ginástica com tamanho único e os acessórios. De acordo com Simões Jr. (2007), estar na internet é abrir mais uma porta de entrada para o seu negócio. Se o seu produto não está na internet, para uma legião de compradores online ele simplesmente não existe. Conclusões: Nos dias atuais fazer compras pela internet vem se tornando um hábito. Vários fatores resultaram no aumento no número de e-compradores, influenciados pelas facilidades de se comprar online, como por exemplo, a comodidade de se comprar sem sair de casa, longe do trânsito e das filas, as várias formas de pagamento e o aumento na confiabilidade em se realizar transações online. As empresas também encontram vários atrativos para se investir em comércio eletrônico, principalmente pelo baixo custo operacional. Várias lojas do varejo vêm se tornando multicanais, conciliando loja física e virtual, onde um canal complementa o outro como o objetivo de atrair cada vez mais clientes. Existem também as lojas puramente virtuais, que estão cada vez mais se especializando para firmarem sua marca no mercado. Apesar de ainda encontramos algumas desvantagens e limitações no varejo virtual, esse é um setor em expansão que tem mostrado cada vez mais maturidade e cada vez mais vem se solidificando. Portanto se tornou imprescindível para as empresas estarem estendendo seus negócios à Internet, uma vez que já não podem ignorar o número de e-consumidores que vêm crescendo a cada dia. 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS OECD. E-Commerce: Impacts and policy challenges. Economics departaments working papers. N. 252. 23 jun. 2000. Disponível em <http://www.oecd.org/eco/> LIMEIRA, Tânia Maria Vidigal. E-marketing - O marketing na Internet com casos brasileiros. São Paulo: Saraiva 2003 WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Loja Virtual. Disponível http://pt.wikipedia.org/wiki/Loja_virtual>.Acesso em 09 jun 2007. em < COSTA E SILVA, Lemuel. Comércio Eletrônico em cinco passos. 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