desvendando o plano de estudos da cadeira de gramática

Propaganda
DESVENDANDO O PLANO DE ESTUDOS DA CADEIRA DE GRAMÁTICA
LATINA DE CAICÓ (1803)
Marta Maria de Araújo/UFRN
O amor a terra é assim mesmo.
Gera a curiosidade histórica
(Dom Adelino Dantas, 1961)
Buscando reviver o “Plano de Estudos” preconizado pelo Padre Francisco de
Brito Guerra para a Cadeira de Gramática Latina, criada possivelmente no ano de 1803, na
Vila Nova do Príncipe (hoje Caicó, RN), no interior da Capitania do Rio Grande,
admitimos a hipótese de que a inspiração desse sacerdote resultou em grande parte do
Plano de Estudos do Seminário Episcopal de Nossa Senhora da Graça de Olinda
(estruturado de conformidade com a Lei de 6 de novembro de 1772), fundado pelo Bispo
diocesano de Olinda, Dom José Joaquim da Cunha Azeredo de Coutinho, em 1798, e
instalado solenemente a 16 de fevereiro de 1800. Aluno-seminarista da primeira turma
desse estabelecimento católico de ensino, Francisco de Brito Guerra ali estudou Retórica,
de 1800 a 1802, e talvez tenha sido o noviço predileto do Bispo Azeredo Coutinho, como
veremos depois.
Este trabalho tem o objetivo de examinar, com base no procedimento de uma
história comparada da educação, os elos de similitudes e de distanciamentos entre o Plano
de Estudos do Seminário Episcopal de Nossa Senhora da Graça de Olinda, especialmente
para o ensino de Gramática Latina e de Retórica, o Plano de Estudos preconizado pelo
Padre Francisco de Brito Guerra para a Gramática Latina em Caicó. Segundo Saviani
(2001, p. 6), “o ato de comparar implica, preliminarmente, a reunião dos elementos
suscetíveis de comparação, o qual não deixa de ser, também, o ato de contrapor esses
elementos uns aos outros, fazendo-os lutar entre si”.
O principal propósito aqui será o de cotejar, pelo procedimento históricocomparativo, as similitudes e as distinções entre o Plano de Estudos destinado ao ensino de
Gramática Latina e Retórica, à luz dos Estatutos do Seminário de Olinda, e o Plano de
Estudos da Cadeira de Gramática Latina de Caicó, de conformidade com os manuais
adotados, considerado por Choppin (1997, p. 16) objeto privilegiado “que se presta
particularmente aos estudos comparados [...]. Assim, os manuais transcendem,
paradoxalmente, as fronteiras nacionais: mesmo a afirmação de uma identidade nacional.”
Assim sendo, a presente exposição será organizada em duas partes: alguns pressupostos e
materializações das reformas dos Estudos Menores de 1759 e 1772, autorizadas pelo
Marquês de Pombal; Planos de Estudos do Seminário de Olinda e da Cadeira de Gramática
Latina de Caicó.
1 Alguns Pressupostos e materializações das Reformas dos Estudos Menores de 1759
e 1772
O pensamento ilustrado dos lusitanos Antonio Nunes Ribeiro Sanches (Cartas
Sobre a Educação da Mocidade, 1760) e principalmente o de Luiz Antonio Verney
(Verdadeiro Método de Estudar, 1746) são reiteradamente apresentados pela historiografia
luso-brasileira como matrizes intelectuais das reformas dos Estudos Menores de 1759
(aulas régias de Primeiras Letras de ler, escrever e contar e de Humanidades de Gramática
Latina, Retórica e Grego) e dos Estudos Maiores de 1772 (ensino universitário), decretadas
pelo Ministro de Dom José I, Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal,
imperativo que passou pela atualização da literatura educacional e a simplificação do
processo de ensino e aprendizagem.
Uma pergunta logo se interpõe: a partir de quais pressupostos se reformularam as
aulas de Gramática Latina no reino e domínios lusitanos? Em o Verdadeiro Método de
Estudar, Antonio Verney preconizava que os ensinamentos de Latim ou Gramática Latina
fossem ministrados por intermédio da língua portuguesa, seguindo a mesma direção
adotada nos estudos das línguas modernas, o que
Viria simplificar e abreviar a natureza e a duração dos trabalhos
escolares. [...] Até então, o estudo do latim obrigava os estudantes a
grandes canseiras. [...] A língua portuguesa seria desta forma um
instrumento propedêutico destinado a diminuir os cansaços e conduzir
rapidamente os estudantes à compreensão da latinidade (CARVALHO,
1978, p. 66 e 78).
Segundo Laerte de Carvalho (1978, p. 66), por estarem as reformas pombalinas,
sem sombra de dúvidas, respaldadas nas prescrições doutrinárias e metodológicas de
Verney, a Gramática Latina ergueu-se condizente com um programa de estudos da cultura
latina “na sua autêntica expressão histórica”, para assim afastar-se das “abstrusas
complicações gramaticais” (levando o estudante a grandes canseiras), intencionalmente
prescritas pelos padres da Companhia de Jesus. A renovação pretendida devia vir
acompanhada de disciplinas auxiliares e indispensáveis ao conhecimento da cultura latina:
a história, a cronologia, a geografia e a fábula à luz de autores modernos.
Sem dúvida, o Alvará de 28 de junho de 1759, expedido treze anos depois da
divulgação do Verdadeiro Método de Estudar, de Antonio Verney, ao mesmo tempo em
que privava o ensino jesuítico no reino e em seus domínios lusitanos, ordenava uma
reforma geral visando a uma constante uniformidade de doutrinas, de escolas públicas e de
métodos de ensino atualizados. Nas Instruções específicas para os professores de
Gramática Latina, acompanhadas do Alvará de 28 junho de 1759, transparecem princípios
que nortearam a reforma, dentre os quais:
Todos os homens sábios uniformemente confessam que deve ser vulgar o
método para aprender os preceitos da Gramática, pois não há maior
absurdo que intentar aprender uma língua, no mesmo idioma que se
ignora. Também assentam que o método deve ser breve, claro e fácil,
para não atormentar aos estudantes, com uma multidão de preceitos que,
ainda em idades maiores, causam confusão (INSTRUÇÕES PARA
PROFESSORES DE GRAMÁTICA LATINA, 1759, p. 300).
Acerca do Alvará Régio de 1759 e das Instruções que o acompanharam, é
possível estabelecer a seguinte correspondência: se, por um lado, a conjuntura política do
reino português impôs a estrita necessidade de reformar a educação escolar na intenção
secularizante ou laicizante “de fazer das artes, das ciências, da instrução, da cultura, enfim,
um instrumento a serviço da felicidade e do progresso da humanidade” (CARVALHO,
1978, p. 85), por outro lado, a educação escolar laica ajustada a uma racionalidade
pragmática, em consonância com padrões da modernidade, despontava como o principal
veículo de acesso à cultura das artes, das ciências, enfim de uma cultura humanista
moderna.
De todo modo, não há dúvidas de que as reformas pombalinas, materializadas no
contexto das idéias iluministas, especialmente as dos Estudos Menores (1759 e 1772),
acarretaram uma paulatina sistematização de uma infra-estrutura educacional pública
patrocinada pelo Estado português, perdurando no Brasil até mais ou menos 1827 ou 1834,
e em Portugal até 1860, segundo parâmetros modernos da época.
Contudo, se a renovação cultural do programa de estudos das humanidades,
consubstanciado nas reformas de 1759 e 1772, sobressaiu-se pela importância conferida ao
primado da formação acadêmica e intelectual distinta do programa educativo da
Companhia de Jesus, é preciso indagar sobre o ideal educacional desse programa.
No parecer de André Chervel e Marie-Madeleine Compère (1999, p. 3 e 2), as
humanidades clássicas nascidas no berço da Renascença, na sua essência, coincidem com a
idéia de estudos clássicos. Em grandes linhas, a literatura latina, ou melhor, “os autores
latinos e os exercícios de composição em latim constituíam o seu eixo principal”. No
ensino tradicional, “as humanidades clássicas definem-se antes e principalmente, por uma
educação, uma educação estética, retórica, mas também igualmente moral e cívica.”
No contexto das reformas pombalinas, mais precisamente da reforma de 1772, o
ensino das humanidades apresentava-se essencialmente como um programa de educação
voltado ao aperfeiçoamento do indivíduo para a vida civil e religiosa, segundo imperativos
pragmáticos do Estado moderno português. Antonio Nóvoa, com o domínio de quem
conhece as reformas pombalinas, revela-nos:
A mesma lógica que conduziu os reformados pombalinos a privilegiarem
as regiões desenvolvidas os conduzirá a investir mais no ensino
secundário do que na difusão do ensino de leitura e escrita. Pombal
necessitava formar, o mais rapidamente possível, uma elite culta capaz de
substituir o clero, nomeadamente os jesuítas; para esse fim, urgia
sobretudo melhorar o ensino da filosofia, da retórica, do grego e da
gramática latina (NÓVOA apud BOTO, 1996, p. 185).
As reformas pombalinas, de fato, contribuíram para a abertura de escolas para o
ensino de Retórica, Filosofia e Gramática Latina, para além de lugares desenvolvidos.
Afinal, em todos os lugares não havia elites dominantes sedentas de conhecimentos
clássicos para seus filhos, futuras elites dominantes.
2 Planos de Estudos do Seminário de Olinda e da Cadeira de Gramática Latina de
Caicó
Dois educadores, por caminhos distintos, estão associados à história da educação
das humanidades do início do século XIX, no quadro histórico do Brasil Colônia: Dom
José Joaquim da Cunha Azeredo de Coutinho e o Padre Francisco de Brito Guerra.
Dom José Joaquim da Cunha Azeredo de Coutinho, descendente de família
abastada, nasceu em Campos, a 8 de setembro de 1742, e faleceu em Lisboa, a 12 de
setembro de 1821. Na cidade do Rio de Janeiro, estudou Gramática Latina e Retórica e
freqüentou aulas de Filosofia e Teologia. Na Universidade de Coimbra, licenciou-se em
Letras, Filosofia e bacharelou-se em Direito Canônico. Tornou-se sacerdote e, em 1794,
sagrou-se Bispo. Em 1798, chegou ao Brasil como Bispo de Olinda e concomitantemente
foi Diretor do Seminário Episcopal de Nossa Senhora da Graça, Diretor Geral de Estudos e
Governador interino da Capitania de Pernambuco. Em 1802, retornou para Portugal, onde
foi Bispo de Bragança, Miranda e Elvas.
O Padre Francisco de Brito Guerra, proveniente de família pobre, nasceu no dia
18 de abril de 1777, na Fazenda Jatobá, da Povoação de Campo Grande (hoje Augusto
Severo). Inicia-se na escola de primeiras letras de ler, escrever e contar, na então Vila
Nova da Princesa (hoje Assu), por meio dos ensinamentos do Padre Luís Pimenta de
Santana. Em Pasmado (hoje Abreu e Lima), Povoação da Capitania de Pernambuco,
estudou Latim com o professor Manoel Antonio. Por volta de 17 ou 18 anos de idade,
aceitou o convite do seu tio-avô, o Padre Manoel Luiz de França, vigário da então Vila
Real de Monte-mór -o -Novo (hoje Baturité), pertencente à Província do Ceará, para reger
uma cadeira de Latim.
Em 1800, o jovem Francisco Guerra ingressou, aos 23 anos de idade, juntamente
com mais 32 seminaristas e 100 “alunos de fora,” na primeira turma do Seminário-Colégio
de Olinda. Na condição de aluno-seminarista da primeira turma de Retórica, foi
contemporâneo de Joaquim do Amor Divino Caneca (Frei Caneca), principal líder
revolucionário da “Confederação do Equador”.
Certamente, devido aos dotes intelectuais do seminarista Brito Guerra, no
encerramento do ano letivo de 1800, foi o orador escolhido para proferir, em latim, uma
saudação que seria dirigida ao Bispo Azeredo Coutinho, intitulada “Elogio de Colegial”.
Um ano depois, a 05 de dezembro de 1801, pronunciou a “Oratio Academica”, também na
presença do Bispo Azeredo Coutinho, professores e alguns intelectuais pernambucanos.
Nesse mesmo ano de 1801, declamou o “Carmem Epidicticum,” composto, segundo Dom
Adelino Dantas (1961), em quatro versos de estilo virgiliano e ovidiano e, da mesma
maneira, dedicado ao Bispo Azeredo Coutinho.
No início do ano de 1802, foi ordenado eclesiástico e celebrou a sua primeira
missa como sacerdote, a 2 de fevereiro, na capela de Sant’Ana, da Povoação de Campo
Grande, na qual se batizou e morou com os pais por nove meses. Nesse mesmo ano de
1802, foi nomeado vigário da Freguesia da Gloriosa Senhora Sant’Ana do Seridó,1 da Vila
do Príncipe, cargo que assumiu no primeiro domingo do Advento, abrindo com ele,
conforme Dom José Adelino (1961, p. 39), “um capítulo novo na história religiosa, cultural
e política do Seridó.”
1
A Freguesia era uma circunscrição territorial com inspiração eclesiástica (MACÊDO, 1998).
Além de Vigário da Freguesia da Gloriosa Senhora Sant’Ana do Seridó, Padre
Francisco de Brito Guerra foi Visitador Apostólico e Delegado do Crisma, nas Províncias
do Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraíba e, ainda, Deputado Geral na Câmara
Federal do Império (1831-1833 e 1834-1837), Deputado Provincial (1835) e Senador
Imperial pela Província do Rio Grande do Norte (1837-1845). Faleceu em 1845, no Rio de
Janeiro, no exercício do mandato de Senador Imperial.
A partir da hipótese da existência de elos de similitudes e de distanciamentos
entre o Plano de Estudos do Seminário de Olinda para Gramática Latina e Retórica e o
Plano de Estudos preconizado pelo Padre Francisco de Brito Guerra para a Cadeira de
Gramática Latina de Caicó, recorreremos, como já frisado, ao procedimento comparativo,
com base no Estatuto do Seminário de Olinda e nos livros adotados na Cadeira de
Gramática Latina. Não obstante, uma outra hipótese a ser verificada é o ensino simultâneo
de Gramática Latina e de Retórica na Escola do Padre Francisco Guerra.
Nas ampliações das reformas pombalinas de 1772, a Igreja Católica ilustrada e
governo português erigiam, em 1798, o Seminário Episcopal de Nossa Senhora da Graça
de Olinda, instalado solenemente a 16 de fevereiro de 1800, pelo seu Diretor, o Bispo José
Joaquim da Cunha Azeredo. Destinava-se sobremaneira a
[...] instruir a Mocidade da nossa Diocese no conhecimento das verdades
da Religião, na prática dos bons costumes, e nos estudos das artes, e
ciências, que são necessárias para polir o homem, e fazer ministros
dignos de servirem à Igreja, e ao Estado (ESTATUTOS DO
SEMINÁRIO EPISCOPAL DE N. SENHORA DA GRAÇA..., 1798, p.
317-318 ).
A observância do cumprimento dessa finalidade educativa fazia com que os
ensinamentos das humanidades fossem abordados por um “verdadeiro método, que não
[implicasse] no entendimento com matérias e questões inúteis; mas sim [adiantasse] os
conhecimentos, e [ensinasse] a procurar a verdade nas suas fontes.” (ESTATUTOS DO
SEMINÁRIO EPISCOPAL DE N. SENHORA DA GRAÇA..., 1798, p. 345, grifo nosso).
Embasados, sobremaneira, os Estatutos do Seminário de Olinda no pensamento ilustrado
de Verney, competia ao seminário-colégio olindense oferecer o curso superior de Teologia
e os cursos de nível médio de Gramática Latina, Retórica, Filosofia e Geometria, dirigidos
à preparação de uma elite eclesiástica e leiga ilustrada.
No seminário-colégio de Olinda, o ensino de Gramática Latina com duração de
três anos distribuía-se em Primeira, Segunda e Terceira Classes, as quais correspondiam a
seis horas de aulas diárias, sendo três de manhã (8h às 11h) e três no horário da tarde (14h
às 17h). Calcadas sobre o domínio da Língua Nacional, cabia, didaticamente, ao professor,
com o apoio da lição dos livros,
[...] principiar pelos temas mais fáceis, passando depois, a proporção,
para os mais difíceis: e os assuntos sempre deverão ter algumas histórias
breves, ou máximas úteis aos bons costumes: algumas agradáveis
pinturas das virtudes, e ações nobres, e outros deste gênero em que haja
gosto e proveito: os assuntos se podem tirar de alguns autores latinos,
mas sem lhes declarar quais são eles, para depois à vista deles lhes fazer
ver a diferença das composições que eles fizeram, e conheceram
sensivelmente o gênio de uma e outra língua (ESTATUTOS DO
SEMINÁRIO EPISCOPAL DE N. SENHORA DA GRAÇA..., 1798, p.
352).
Na Primeira Classe de Gramática Latina, os professores procurariam transmitir
noções de Gramática Portuguesa, para que os discípulos percebessem mais facilmente
princípios e tudo aquilo em que as duas assemelhavam-se, notadamente em termos
gramaticais e lingüísticos. Nessa Primeira Classe, procurava-se desenvolver nos alunos a
capacidade de memorização, a competência do falar e do escrever corretamente, o senso de
juízo e de razão das coisas em geral.
Na Segunda Classe, os professores esforçavam-se para que os colegiais
identificassem as figuras de linguagem comuns nas línguas portuguesa e latina, para, em
seguida, traduzirem textos de romanos, como Martini Di Sulpício Severo, Caio Júlio César
e Marco Túlio Cícero.
Por fim, na Terceira Classe de Gramática Latina, os ensinamentos concentravamse na tradução de obras de historiadores, escritores e poetas romanos, a exemplo de Tito
Lívio, Crispo Salústio e Publio Terêncio, devendo os professores explorar nesses autores,
essencialmente,
[...] a fábula, a história, a beleza e o mais que pertencer para a boa
inteligência da latinidade; [...] e quando os alunos mostrarem ter
adquirido bastante luz da língua latina na tradução da prosa, passarão a
tradução dos poetas de melhor nota, mas com muita sobriedade [...] e lhes
farão ver as diferenças entre o estilo poético e a prosa: as qualidades dos
verbos, a sua mediação, o uso das figuras poéticas e tudo quanto pertence
a sua forma material (ESTATUTOS DO SEMINÁRIO EPISCOPAL DE
N. SENHORA DA GRAÇA..., 1798, p. 352).
A formação intelectual, moral e religiosa dos alunos seminaristas e não
seminaristas derivaria acima de tudo do conhecimento compreensível da língua latina (por
meio dos textos de pensadores clássicos grego-latinos), assentado sobre a base da língua
nacional. Por essa dimensão pedagógica, a formação intelectual, moral e religiosa daqueles
jovens vinha alicerçada no método de ensino e aprendizagem renovado que, didaticamente,
combinava o “domínio da língua nacional sobre o aprofundamento da língua latina, sua
matriz original” (ALVES, 2001, p. 156). Em outras palavras, a aplicação de princípios do
método pensado por Antonio Verney viabilizaria a transmissão de conhecimentos
necessariamente úteis ao progresso da vida em sociedade.
A formação intelectual, moral e religiosa daquela juventude brasileira, outrossim,
era efetivada pela proeminência dos conhecimentos da Retórica, como “a ciência que
ordena os pensamentos, a distribuição e o ornato; e com isto ensina todos os meios e
artifícios para persuadir os ânimos e atrair as vontades” (ESTATUTOS DO SEMINÁRIO
EPISCOPAL DE N. SENHORA DA GRAÇA..., 1798, p. 353).
Matéria fundamental para a ordenação do pensamento racional e a persuasão de
grandes públicos, a Retórica, com a duração de dois anos que, inicialmente, no SeminárioColégio de Olinda, esteve a cargo de Miguel Joaquim de Almeida Castro, o Frei
Miguelinho, compreendia uma carga horária de seis horas de aulas diárias, sendo três no
turno da manhã (8h às 11h) e três horas no turno da tarde (14h às 17h). Alicerçada pela
gramática portuguesa, caberia ao professor de Retórica utilizar obras literárias de Marcus
Fabius Quintiliano, Marco Túlio Cícero, Quintus Flaccus Horácio e de Luís de Camões,
procedimento metodológico que obrigaria o aluno a procurar a verdade nas fontes
clássicas.
Pelo efeito irradiador do projeto iluminista, a aquisição do conhecimento de
Retórica abrangeria a História Universal, Geografia, Cronologia, Literatura Universal,
além de fatos célebres do mundo civil e de impérios famosos, especialmente o português.
Os exercícios dialógicos deveriam vir acompanhados por um dado conjunto de atividades
escritas, a exemplo de composições em prosa e verso. Pari e passu com o aprendizado da
oratória e da escrita literária, ensinavam-se regras de cortesia e de civilidade como próprias
do homem cristão bem educado.
Para o conhecimento do Plano de Estudos da Cadeira de Gramática Latina de
Caicó, foi imprescindível a difusão de autores e títulos dos livros adotados nessa Escola de
nível médio, pelo escritor norte-rio-grandense Jaime Santa Rosa em A Linguagem do
seridoense ņ a influência do português arcaico e clássico (1976). As obras relacionadas
pertenceram ao seu pai, o fazendeiro Cipriano Bezerra Galvão Santa Rosa, ex-aluno dessa
Escola, por volta de 1870, quando estava sob a direção e docência do professor Manoel
Pinheiro. Concebe-se que estes foram adotados pelo próprio Padre Guerra, quando esteve à
frente da Escola de Gramática Latina, entre 1803 e 1831. A nossa suposição é corroborada
pelo próprio Santa Rosa:
Alguns destes livros pertenciam antes a outros estudantes, o que se
compreende, pois na primeira metade do século XIX um volume custava
em torno de 3$000 (três mil reis), quase o preço de um boi. A seguir vão
os nomes de alguns possuidores, escritos no próprio livro: Manoel
Tertulliano de Figueiredo; Francisco Jorge de Souza, em 1835; Manoel
de Souza Monteiro; Idalino S. Rafael; Thomaz Epaminondas Pereira de
Araújo; Cícero Antonio Pereira de Araújo e seus irmãos; Horácio
Antonio Eduardo de Araújo e Cipriano Bezerra Galvão Santa Rosa
(SANTA ROSA, 1979, p. 123-124).
Na Escola de Gramática Latina de Caicó foi invocada a autoridade dos autores
clássicos latinos usados no Seminário de Olinda, conforme títulos transcritos abaixo em
latim e português2.
Marco Túlio Cícero
Marco Tullii Ciceronis. “Orationes selectae ad usum scholarum lusitanarum”. Lisboa:
Typographia Regia, 1827, 424p.
Marco Túlio Cícero. “Orações selecionadas para uso das escolas lusitanas”. Lisboa: Typographia
Regia, 1827, 424p.
Virgilio de Marão
Virgilli Maronis. Opera ņ “Bucólica, Georgica, Appendix.” Pararisis: J. P. Aillaud, Guillard et
Sem, 1871, 447p. (Tomus primus).
Virgilio de Marão. Obras ņ “Bucólicas, Geórgicas, Apêndice”. Paris: J. P. Aillaud, Guillard e Sem,
1871, 447p. (Tomo I).
Virgilli Maronis. Opera ņ “Aeneidos”. Pararisis: J. P. Aillaud, Guillard et Sem, 1871, 467p.
(Tomus secundus).
Virgilio de Marão. Obras ņ “Eneida”. Paris: J. P. Aillaud, Guillard e Sem, 1871, 467p. (Tomo II).
Virgilli Maronis. Opera ņ “Aeneidos”. Pararisis: J. P. Aillaud, Monlon et Cos, Brasiliensis
Imperatoris, Lusitanique Regis Bibliopolas, 1860, 404p. (Tomus tertius).
Virgilio de Marão. Obras ņ “Eneida”. Paris: J. P. Aillaud, Guillard e Cós; Bibioteca do Imperador
do Brasil e do Rei de Portugal, 1860, 404p. (Tomo III).
2
A tradução dos títulos dos livros do latim para o português foi feita gentilmente pelo Monsenhor João
Agripino Dantas, vigário da Paróquia de São João do Sabugi (Rn), por solicitação do Monsenhor Antenor
Salustino de Araújo, pároco da Matriz de Sant’Ana de Caicó.
Quinctus Horatius Flaccus
Quinctus Horatius Flaccus. Carmina expurgata ņ “Ode, Ars Poetica.” Pararisis: J. P. Aillaud,
Guillard et Sem, 1869, 363p. (Tomus primus).
Quinctus Horatius Flaccus. Carmina expurgata ņ “Ode, Arte Poética.” Pararisis: J. P. Aillaud,
Guillard et Sem, 1869, 363p. (Tomo I).
Quinctus Horatius Flaccus. Carmina expurgata ņ “Satyra Epistola” Pararisis: J. P. Aillaud, Guillard
et Sem, 1869, 364p. (Tomus secundus).
Quineto Horacio Flacco. Poemas expurgados ņ “Carta Satyra.” Pararisis: J. P. Aillaud, Guillard et
Sem, 1869, 364p. (Tomo II).
Tito Lívio Patavium
Tito Livii Patavini. “Historiarum ab urbe condita”. Olyssipone: Typographia Nationali, Olyssipone,
1854, 478p.
Tito Lívio de Pádua. História da fundação de Roma. Lisboa: Tipografia Nacional, 1854, 478p.
Fedro Augusto Liberto
Phaedri Avhvsti Liberti. “Fabulae Aesopiae” Olyssipone: Typographia Rollandiana, 1819,
260p.
Fedro Augusto Liberto. “Fábulas de Esopo” Lisboa: Tipografia Rolandiana, 1819, 260p.
Phaedri Fabularam (cum fabellis novis, accedit appendix de Diis et Heroibus Poeticis). 9
ed. Paris: J. P. Aillaud, Guillard; Monlon e Ca; Livreiros de Sua Majestade Imperador do
Brasil e El-Rei de Portugal, 1856, 205p. (Libri quinque e publicado com várias notas em
português).
“Fábulas de Fedro”. 5 livros (com fábulas novas e um apêndice sobre os deuses e heróis da
poesia). 9 ed. Paris: J. P. Aillaud, Guillard; Monlon e Ca; Livreiros de Sua Majestade
Imperador do Brasil e El-Rei de Portugal, 1856, 205p. (5 livros publicados com várias
notas em português).
Sulpicii Severi
Martini Di Sulpicii Severi. “Sacrae historiae.” Pernambuco: Extipsis Vulgo de Santos &
Cia, 1840, 382p. (Pars prima).
Martini di Sulpício Severo. Modelos selecionados da língua latina. Pernambuco:
Typographia Vulgo de Santos & Cia, 1840, 382p. (Primeira parte).
Pierre Chompré
Pierre Chompré. Selecta latina: Sermonis exemplaria. Nyon: Editio Novissima/ Lutetiae
Parisiorum, 1779 (7 volumes).
Pierre Chompré. Modelos selecionados de língua latina. Nyon: Editora Novíssima/Lutetiae
Paris, 1779 (7 volumes).
Em linhas gerais, pode-se dizer que o Plano de Estudos do Seminário de Olinda
de Gramática Latina Retórica tem similitudes e distinções em relação ao Plano de Estudo
da Cadeira de Gramática Latina de Caicó. Analisando as semelhanças de um e outro Plano
de Estudos, constata-se, pois, que, no Seminário de Olinda, as obras de referência para
aprendizagem das figuras de linguagens e lingüísticas eram Martini Di Sulpício Severo,
Caio Júlio César e Marco Túlio Cícero. Por sua vez, as traduções, leitura de fábulas, da
história, de poesias e prosas cultas concentravam-se nas obras de historiadores, escritores e
poetas romanos e de um português, a exemplo de Tito Lívio, Crispo Salústio e Publio
Terêncio e de Luís de Camões.
O Plano de Estudos da Cadeira de Gramática Latina de Caicó, preconizado pelo
Padre Francisco Guerra, contempla a formação intelectual e eclesiástica de seus alunos, de
conformidade com os manuais citados por Santa Rosa, autores clássicos como Marco Túlio
Cícero, Martini Di Sulpício Severo e Tito Lívio.
Por sua vez, no curso de Retórica do Seminário de Olinda, utilizavam-se obras de
Marco Túlio Cícero, Tito Lívio e Quineto Horácio Flaccus, visando à ordenação do
pensamento, o aprendizado da oratória e da escrita literária e as regras de cortesia e de
civilidade modernas.
No entanto, os autores clássicos estudados no Curso de Retórica do Seminário de
Olinda, como Marco Túlio Cícero e Tito Lívio, foram, outrossim, adotados na chamada
Escola do Padre Guerra. À luz da indicação das mesmas obras adotadas no Seminário de
Olinda, no curso de Retórica (curso freqüentado pelo Padre Guerra) e na Cadeira de
Gramática Latina de Caicó, depreende-se que os conhecimentos de Retórica foram matéria
de estudo e aprendizagem na Escola de Caicó. A anotação do sobrinho do Padre Guerra já
evidencia de alguma forma essa possibilidade. No ano de 1805, o Capitão Alexandre de
Araújo Guerra registra que o vigário da Matriz de Sant’Ana:
Ai chegando procurou angariar esmolas para construir a Igreja da Matriz
que se achava em completo estado de ruínas, vendo em pouco tempo,
satisfeito o seu desejo; fundou uma aula de doutrinas, de latim e de
outras línguas, onde beberam instruções, todos os moços que
procuraram aquela fonte de educação; tratou de harmonizar todos os
serviços, quer civis, quer religiosos, vendo sempre coroados os intentos
(GUERRA apud MEDEIROS FILHO, p. 155-156, grifos nossos).
Uma outra evidência que permite admitir algum ensino de Retórica na Escola de
Gramática Latina do Padre Guerra é a vinculação da disciplina História aos conhecimentos
da retórica, conforme o Plano de Estudos do Seminário de Olinda. Na Cadeira de
Gramática Latina de Caicó, tem-se a indicação do manual de Tito Lívio de Pádua ņ
História da Fundação de Roma (Historiarum ab urbe cindita).
As distinções que existem, mesmo mais difíceis de visualização, devem
transparecer pelos vestígios de um e outro Planos de Estudos. Um exemplo ilustrativo é o
fato de o colégio-seminário de Olinda comportar um curso superior de Teologia (o único
do Seminário) estruturado sobre as bases da “história eclesiástica” (ALVES, 2001, p. 186),
destinado à formação profissional do sacerdote. Já a Cadeira de Gramática Latina de
Caicó, indiscutivelmente comprometida com a formação introdutória intelectual de
quadros civis e futuros ministros da Igreja Católica, não incluía nos seus estudos (segundo
a relação de títulos acima) nenhuma obra de história sagrada ou algum tratado eclesiástico,
salvo a leitura da Bíblia Sagrada, que devia acontecer.
Dotado de especificidades e singularidades, o Seminário de Olinda distingue-se
da Escola do Padre Guerra em termos de estrutura pedagógica (concebido à luz de um
Estatuto), física (funcionou num antigo colégio dos jesuítas e a Escola do Padre Guerra
funcionou no seu sobrado) e educacional (a instituição concebida por Azeredo Coutinho
era um colégio-seminário). Eram instituições voltadas para proporcionar uma educação
clássica, orientar preceitos morais, religiosos e culturais seletivamente escolhidos, de
acordo com a destinação social dos seus discípulos, daí o caráter de distinção pedagógica.
Mas, numa espécie de comunhão de ideais pedagógicos, educativos e éticoreligiosos, uma e outra instituição no Ensino de Gramática Latina investiam na leitura de
fábulas: o Seminário de Olinda, de conformidade com as obras de Tito Lívio, Crispo
Salústio e Publio Terêncio. Na Escola de Gramática Latina de Caicó, estas eram refletidas,
apreciadas e assimiladas, segundo Fedro Augusto Liberto, por meio das fábulas de Esopo
(Fabulae Aesopiae) e das do próprio Fedro Liberto. As fábulas de Esopo ou esópicas
primavam por veicularem normas de condutas geralmente em anologia aos “atos” de
deuses, animais ou seres inanimados. As fábulas de Fedro Augusto eram indiscutivelmente
inspiradas nas de Esopo.
No tocante à aprendizagem de valores morais, a Escola do Padre Guerra (o que
aparentemente não aconteceu no Seminário de Olinda) fez uso em larga medida do manual
didático de Pierre Chompré:3 Modelos selecionados de língua latina (Selecta latina:
sermonis exemplaria). Acerca desse manual tão utilizado em fins do século XVIII e início
do século XX, no Brasil, Márcia Abreu presta o seguinte esclarecimento:
Se o objetivo central é a formação de um gosto clássico, erudito, baseado
na antiguidade latina, uma dupla preocupação orienta a composição da
obra: a moralidade e desejo de cativar os jovens alunos ņ ‘atiçar sua
curiosidade, ’ ‘ocupar agradavelmente’os primeiros anos escolares. Essa
dupla preocupação parece legitimar aos olhos do autor, interferências
radicais nas obras compendiadas. Os casos de Pluto e Terêncio parecem
exemplares. Embora Chompré os considere ‘modelos de latinidade,’
sente-se no dever de expurgar cenas picantes em nome da moral
(ABREU, 2004, p. 388).
Um e outro curso de humanidades de Gramática Latina e Retórica estavam
envoltos com a finalidade de uma formação culta e renovada da mocidade brasileira de
alguma maneira em contraste com a educação escolar jesuítica que se esmerava na
formação religiosa do indivíduo para o exercício sacerdotal. De todo modo, cabe ainda
averiguar se o Seminário de Olinda e a Cadeira de Gramática Latina de Caicó respaldados
pelas Reformas pombalinas dos Estudos Menores e Maiores têm alguma aproximação com
o ensino jesuítico.
O Seminário de Olinda (e da mesma forma a Cadeira de Gramática Latina) não
chega a romper radicalmente com algumas tradições do ensino jesuítico. No Seminário de
Olinda, por exemplo, as classes de Gramática Latina e Retórica, primando pela
versatilidade de preceitos, de estilos, de erudição e de alguma memorização, não deixavam
de ter uma certa continuidade em relação à educação escolar jesuítica. Acerca do ensino
jesuítico, indica Adolfo Hansen:
Todos os cursos são orientados pelo estudo de preceitos, estilos e
erudição, ou seja, prescrições e regras das línguas, da retórica [...];
exercícios com os vários gêneros retórico-poéticos de representação das
matérias de humanidades; [...] memorização de técnicas de falar e de
escrever, além dos esquemas da própria arte da memória (HANSEN,
2001, p. 18).
3
Encabeçando a lista do livro mais solicitado pelos livreiros do Brasil no início do século XIX, o livro de
Pierre Chompré foi publicado pela primeira vez em 1752 na cidade de Paris. Segundo Abreu (2004, p. 387),
“trata-se de uma antologia, composta por trechos escolhidos ņ e algumas vezes re-escritos ņ de autores
latinos, endereçada aos estudantes, principalmente para os mais jovens principiantes.
Não acatando mera memorização mecânica e erudição passiva, os curso de
humanidades de Gramática Latina e de Retórica dos colégios jesuíticos, segundo esse
estudioso do Ratio Studiorum, exigiam dos seus alunos a leitura das obras dos romanos
Cícero, Virgílio, Ovídio, Titio Lívio, e dos gregos Platão, Isócrates, Gregório Nazianzeno,
Esopo, dentre outros pensadores necessários aos exercícios de composição escrita e falada
da prosa e da poesia. Nos termos de Carvalho (1978), nas escolas jesuíticas das classes de
Gramática Latina e Retórica, a história, a poesia e a fábula eram aprendidas sob a
mediação da língua latina. Sob as bases da língua portuguesa, praticamente as mesmas
matérias estavam presentes em uma ou outra instituição dirigidas por eclesiásticos. A
descontinuidade e distinção entre as escolas jesuíticas e as classes de Gramática Latina do
Seminário de Olinda e a Cadeira de Gramática Latina de Caicó são muito mais de método
de ensino e bem menos dos conhecimentos culturais ensinados. Há semelhanças, há
distinções e avanços educativos. Enfim, os tempos modernos eram absolutamente outros....
REFERENCIAS
Livros e Dissertações
ABREU, Márcia. Presença de clássicos no Rio de Janeiro colonial. In: Escolas, culturas e
identidades. FERREIRA, António Gomes (Org.). Coimbra: Ediliber, 2004 (Trabalho apresentado
no III Congresso Luso-Brasileiro de História da Educação).
ALVES, Gilberto Luiz. O pensamento burguês no Seminário de Olinda (1800 – 1836). 2.ed.
Revista. Campo Grande, MS: Editora UFMS; Campinas, SP: Autores Associados, 2001.
CARDOSO, Tereza Maria Rolo Fachada Levy. As luzes da educação: fundamentos, raízes
históricas e prática das aulas régias no Rio de Janeiro (1759-1834). Bragança Paulista: Editora da
Universidade São Francisco, 2002.
CARVALHO, Laerte Ramos de. As reformas pombalinas da instrução pública. São Paulo:
Editora Saraiva e da Universidade de São Paulo, 1978.
DANTAS, Dom José Adelino. Homens e fatos do Seridó antigo. Garanhuns: Gráfica do “O
Monitor”, 1961.
FERNANDES, Rogério. Os caminhos do ABC: sociedade portuguesa e ensino de primeiras letras
– do pombalismo a 1820. Porto: Porto Editora, 1994.
HANSEN, João Adolfo. Ratio Studiorum e política ibérica no século XVII. In: Brasil 500 anos:
tópicas em história da educação.VIDAL, Diana Gonçalves; HILSDORF, Maria Lúcia Spedo
(Orgs.). São Paulo: EDUSP, 2001.
MACÊDO, Muirakytan Kennedy de. A penúltima versão do Seridó – espaço e história no
regionalismo seridoense. 1998. 195f. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Programa de
Pós-Graduação em Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 1998.
MEDEIROS Filho. Olavo de. Cronologia seridoense. Mossoró (RN): Fundação Guimarães
Duque/Fundação Vingt-um-Rosado, 2002 (Coleção Mossoroense).
MELQUÍADAS, José. Padre Francisco de Brito Guerra, um Senador do Império. 2.ed. Natal:
Fundação José Augusto, 1968.
Documentos oficiais
ESTATUTOS DO SEMINÁRIO EPISCOPAL DE N. SENHORA DA GRAÇA DA CIDADE DE
OLINDA DE PERNAMBUCO. Lisboa: Typografia da Academia Real das Ciências, 1798.
PORTUGAL. Alvará de 28 de junho de 1759. Pelo qual Sua Majestade julga necessário tirar os
estudos de língua latina, grega e hebraica e a arte de retórica da ruína a que estão reduzidas e darlhes o antigo lustre que tornou os portugueses tão notáveis na República das Letras. In:
CARDOSO, Tereza Maria Rolo Fachada Levy. As luzes da educação: fundamentos, raízes
históricas e prática das aulas régias no Rio de Janeiro (1759-1834). Bragança Paulista: Editora da
Universidade São Francisco, 2002.
PORTUGAL. Instruções para os professores de Gramática Latina, Grego, Hebraico e de Retórica,
ordenadas e mandadas publicar por El Rei Nosso Senhor, para uso das escolas novamente fundadas
nestes Reinos, e seus Domínios. In: CARDOSO, Tereza Maria Rolo Fachada Levy. As luzes da
educação: fundamentos, raízes históricas e prática das aulas régias no Rio de Janeiro (1759-1834).
Bragança Paulista: Editora da Universidade São Francisco, 2002.
PORTUGAL. Lei de 6 de novembro de 1772. In: CARDOSO, Tereza Maria Rolo Fachada Levy.
As luzes da educação: fundamentos, raízes históricas e prática das aulas régias no Rio de Janeiro
(1759-1834). Bragança Paulista: Editora da Universidade São Francisco, 2002.
Periódicos
BOTO, Carlota. Iluminismo e educação em Portugal: o legado do século XVIII ao XIX. Revista da
Faculdade de Educação, São Paulo, v. 22, n. 1, p. 169-192, jan./jun. 1995.
CHERVEL, André; COMPÈRE, Marie-Madeleine. As humanidades no ensino. Educação e
Pesquisa, São Paulo, v. 25, n. 2, p. 1-22, jul./dez. 1999 (versão impressa).
CHOPPIN, Alain. O historiador e o livro escolar. História da Educação, Pelotas, n. 11, p. 5-24,
abr. 2002.
FERNANDES, Rogério. Roturas e permanências da educação portuguesa no século XIX. História
da Educação, Pelotas, n. 15, p. 7-27, abr. 2004.
SANTA ROSA, Jayme da Nóbrega. A linguagem do seridoense ņ a influência do português
arcaico e clássico. Tempo Universitário, Natal, v. 2, n. 1, p. 111-127, jan./jun. 1979.
SAVIANI, Dermeval. História comparada da educação: algumas aproximações. História da
Educação, Pelotas, v. 5, n. 10, p. 5-16, set. 2001.
Download