PressDisplay.com - Expresso Economia - 1 sept. 2012 - Combater a economia não reg... Page 1 of 1 Classement de l'article 1 sept. 2012 Expresso Economia Diogo Vassalo Advogado Combater a economia não registada É preciso o recurso à titularização Combata-se a economia não registada com uma solução que beneficie contribuintes, agentes económicos e Estado. Contra as expectativas, o RERT III (Regime Excecional de Regularização Tributária), com uma taxa de 7,5%, arrecadou €258,4 milhões, contra os 82,8 e 43,4 milhões e 5% de taxa, respetivamente, dos RERT II e I. O dr. Paulo Núncio, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, de parabéns, referiu em entrevista que o acordo com a Suíça foi determinante para o valor recorde de imposto. Já a pretendida reforma do regime da faturação, prevendo a “universalização” da obrigatoriedade da emissão de fatura, poderá não ter o mesmo êxito. O(único) benefício concedido às famílias de deduzir em IRS 5% do IVA suportado nas faturas de manutenção/reparação de veículos, alojamento, restauração, cabeleireiros e similares, com um máximo de €250, implica uma despesa média mensal de €2200. O RERT III, apesar das justas críticas de ser uma amnistia fiscal aos capitais foragidos, conseguiu combater com êxito a economia não registada no seu campo, enquanto a universalização da emissão de fatura, apesar da bondade do regime, não o faz. A economia não registada aumenta com a sobrecarga fiscal e o desemprego (quanto maiores, maior a tentação e a necessidade) e utiliza o dinheiro vivo como meio de pagamento principal. Para diminuir a economia não registada é fundamental o recurso sistemático à titularização como meio de pagamento, de forma a diminuir o uso do dinheiro. A titularização é o ato de incorporar algo num título, assegurando ao seu portador disponibilidade económico-financeira, sem o uso do dinheiro. Exemplo clássico são os cheques-refeição, mas o mesmo pode e deve ser aplicado na educação, saúde, transporte, etc. Veja-se o sucesso do francês CESU (Cheque Emprego de Serviço Universal), criado em 2005, que criou 150.000 empregos nos sectores de serviços às pessoas, sendo o sucesso do método reconhecido na Europa. No próximo Orçamento de 2013, o Estado pode e deve combater a economia não registada pela titularização. Na alimentação, deve abolir o pagamento do subsídio de refeição em dinheiro. Dessa forma aumenta o rendimento disponível dos trabalhadores (€1,71/dia, equivalente a €413,82/ano), amplia volume de negócio aos agentes económicos (restauração), luta contra a evasão fiscal e injeta massa monetária na economia. Em França, os títulos pré-pagos refeição representavam, em 2006, 16% da restauração. Em Portugal podem movimentar uma massa monetária anual de €3,5 mil milhões. Portugal é o único país da UE que ainda permite pagamentos em dinheiro no subsídio de refeição, estando isento nos restantes países, se pago através de títulos. Na saúde, transportes e educação, o Estado deve igualmente majorar fiscalmente o uso de títulos (cartões de saúde, cheque-dentista, cheque-gasolina, cheque-creche, cheque-estudante), evitando o pagamento em dinheiro. Printed and distributed by NewpaperDirect | www.newspaperdirect.com, US/Can: 1.877.980.4040, Intern: 800.6364.6364 | Copyright and protected by applicable law. http://www.pressdisplay.com/pressdisplay/fr/showarticle.aspx?article=21be9c08-f051... 01-09-2012