DIA MUNDIAL DA DOENÇA INFLAMATÓRIA DO INTESTINO 19 de MAIO Doença Inflamatória do Intestino A Doença Inflamatória do Intestino (DII) engloba um conjunto de perturbações crónicas, de origem desconhecida, caracterizadas essencialmente por inflamação do intestino.1 As principais DII são a Doença de Crohn (DC) e a Colite Ulcerosa (CU) que por terem muitas semelhanças, tornam a sua distinção difícil.2 Em aproximadamente 15% dos casos não se consegue classificar a doença num ou em outro tipo, sendo classificada como Colite Indeterminada.6 Apesar das semelhanças, diferem em 2 aspectos fundamentais, na localização anatómica e no grau de envolvimento da parede do intestino.2 Doença de Crohn (DC) Colite Ulcerosa (CU) Inflamação crónica da parede intestinal que pode afectar qualquer porção do aparelho digestivo.1 Doença crónica em que o intestino grosso fica inflamado, provocando surtos de diarreia com sangue, cólicas e febre.1 Pode envolver qualquer segmento do tubo digestivo, desde a boca ao ânus, com zonas normais nos intervalos, sendo que a apresentação clínica depende da zona envolvida.1,2 Ocorre com igual proporção nos dois sexos e surge principalmente antes dos 30 anos, normalmente entre os 14 e os 24 anos.1,6 É uma inflamação que se inicia sempre no recto e se estende proximalmente através do cólon, de forma contínua e confluente, restringindo-se à mucosa do recto e cólon e nunca envolvendo o intestino delgado.2 Pode ter início em qualquer idade, mas normalmente surge entre os 15 e os 30 anos.6 Causas/Factores de Risco A causa é desconhecida, mas pode dever-se a uma reacção exagerada do intestino, a alterações ambientais (ex. tabagismo), a dietas ou a agentes infecciosos, causada por uma disfunção no sistema imunitário ou hereditariedade.1,3 A causa não é conhecida, mas sabe-se que podem contribuir para esta perturbação factores como a hereditariedade e uma resposta imune intestinal hiperactiva, bem como infecções respiratórias ou stress.6 Sintomas Sintomas variados que aparecem em intervalos irregulares ao longo da vida podendo durar dias ou semana. Sintomas intestinais: •Diarreia (por vezes com sangue); •Dores abdominais e ao defecar; •Perda de peso e de apetite; •Febre. Sintomas extraintestinais: •Fraqueza e fadiga; •Artrite (inflamação ao nível das articulações); •Eritema nodoso e Pioderma gangrenoso (afecções da pele); •Episclerite (inflamação ocular); •Estomatite (inflamação na cavidade oral);1,2,3,4 A CU é caracterizada por ataques, que podem ser súbitos e intensos e durar dias ou até mesmo semanas. Os ataques de uma forma geral são caracterizados por vários destes sintomas: •Diarreia; •Sangue e muco visíveis nas fezes; •Febre; •Dor e sons abdominais; •Desejo urgente de evacuar; •Perda de peso; •Tenesmo (dor retal); •Dor nas articulações e lesões da pele.1,4,6 A parceria da APIFARMA com as Associações de Doentes iniciou-se em 1999. Conta actualmente com 42 Associações. Através dela, pretendemos apoiar uma maior intervenção dos doentes na sociedade e o seu contributo na área da Saúde. Para mais informações contactar [email protected] DIA MUNDIAL DA DOENÇA INFLAMATÓRIA DO INTESTINO 19 de MAIO Complicações •Cancro do colo-rectal – Probabilidade superior em pessoas com DII, depende da duração da doença e da extensão afetada. Risco de cancro é até 6 vezes superior do que na população em geral;1,7 •Obstrução Intestinal;1 •Fístulas e abcessos;1 • Cancro do colo-rectal – Igual DC;1,7 • Hemorragia abundante – Frequente (10% dos doentes);1,4 • Megacólon tóxico – Raro. Dilatação abdominal associada a febre e obstipação;4 Tratamento Não Farmacológico Alimentação normal sem restrições dietéticas, com o cuidado de na fase activa da doença, optar por uma dieta com pouca fibra para controlo da diarreia e da dor abdominal.3,4 A redução da ingestão de fibras, particularmente nas fases de agudização pode trazer alívio sintomático. A redução de produtos lácteos só faz sentido em doentes com óbvia intolerância.3,4 Tratamento Farmacológico Apesar de não existir cura, muitos tratamentos ajudam a reduzir a inflamação e aliviam os sintomas. • Anti-inflamatórios intestinais – Reduzir a inflamação.5 • Corticosteroides – Reduzir a febre e a diarreia, aliviar a dor e a sensibilidade intestinal e melhorar o apetite.1 • Imunomoduladores - Quando não existe resposta a outros fármacos e para manter longos períodos de remissão da doença. Melhoram significativamente as condições gerais do doente.1 • Antibióticos – Complicações infecciosas, abcessos e fistulas.1 A cirurgia para remoção do segmento do intestino afectado constitui outra opção, sendo apenas recomendada em caso de obstrução do intestino, sintomatologia persistente apesar da terapêutica médica ou fístula que não cicatriza.5 Em cerca de 50% dos casos, a 1ª cirurgia não é suficiente sendo necessária uma 2ª operação.1 Não tem cura, sendo que o tratamento tem como objetivo, controlar os ataques agudos, prevenir ataques repetidos, minimizar os sintomas e evitar complicações graves.6 • Anticolinérgicos e antidiarreicos – Aliviar a diarreia; • Anti-inflamatorios intestinais - Reduzir a inflamação e prevenir a reactivação dos sintomas; • Corticosteróides – Reduzir a inflamação; • Imunomoduladores – Manter as remissões.1,2 Cerca de 50% dos doentes o tratamento cirúrgico acaba por ser necessário, nomeadamente em situações crónicas sem remissão. Factos e Números na DII • Nas últimas décadas, a incidência de DII aumentou em todo o mundo, sendo mais Figura 1 – Fonte 9 frequente nos países desenvolvidos e em regiões frias e urbanas.1,6 • Em Portugal existem mais de 13.500 casos de DII, e destes cerca de metade sofre de DC e a restante parte de CU. A incidência da patologia é de 7 novos casos em cada 100 mil portugueses, do que se conclui que existem, por ano.6,7,8 • Internacionalmente, a incidência é de aproximadamente 0,5-24,5 casos por 100 mil pessoas-ano para a CU e 0,1-16 casos por 100 mil pessoasano para a DC.6 Bibliografia 1. Mark H. Beers. Manual Merck de Saúde para a Família. s.l. : Merck Sharp & Dohme, 2008. 978-972-8528-93-5. 2. Rocha, C. (Jul/Agst 2004). Doença inflamatória do intestino: Colite Ulcerosa e Doença de Crohn. Boletim do CIM (Centro de Informação do Medicamento), pp. 3,4. 3. Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia (SPG). Doença Inflamatória do Intestino. [Online] [Citação: 11 de Março de 2013.] http://www.spg.pt/ 4. Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino (APDI). APDI. [Online] [Citação: 11 de Março de 2013.] http://www.apdi.org.pt/ 5. Mednet, Uma Iniciativa de Harvard Medical School - Portugal Program. Doença Inflamatória do Intestino. [Online] [Citação: 11 de Março de 2013.] http://harvard.umic.pt/portal/server.pt/community/MedNet 6. William A Rowe. MedScape. Inflammatory Bowel Disease. [Online] 13 de Setembro de 2012. [Citação: 11 de Março de 2013.] http://emedicine.medscape.com/article/179037-overview 7. Lutgens MW et al. (12.03.08). High Frequency of Early Colorectal Cancer in Inflammatory Bowel Disease. GUT, pp. 1194-1196. 8. (2008). A importância de tratar a doença inflamatória intestinal. Saúde Pública, pp. 6,7. 9. Cosnes, J., Gower–Rousseau, C., Seksik, P., & Cortot, A. (Maio de 2011). Epidemiology and Natural History of Inflammatory Bowel Diseases. GASTROENTEROLOGY, Vol. 140, pp. 1785–1794. Av. Rodrigues Vieira, nº 80 - sala A, Leça do Balio, 4465-738 Matosinhos Telefone: 22 208 6350; Telemóvel: 93 208 6350 ; E-mail: [email protected] A APDI é uma associação de doentes para doentes, sem fins lucrativos, que visa apoiar e possibilitar a partilha de experiências aos portadores de uma doença inflamatória do intestino, seus familiares e amigos, bem como melhorar o conhecimento da população em geral sobre esta problemática. A APDI foi fundada em 1994 e reconhecida como Instituição Particular de Solidariedade Social em 2001. A sua missão é formar e informar para a gestão diária de uma patologia que, apesar de crónica, não tem de ser vivida com pessimismo e como uma fatalidade mas sim com qualidade de vida. Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica Portuguese Association of Pharmaceutical Industry R. Pêro da Covilhã, nº 22 PT - 1400-297 Lisboa - Portugal Tel.: (+351) 213 018 264/3 031 780 Fax: (+351) 213 031 797/98 e-mail: [email protected] www.apifarma.pt A parceria da APIFARMA com as Associações de Doentes iniciou-se em 1999. Conta actualmente com 42 Associações. Através dela, pretendemos contribuir para uma crescente intervenção dos doentes na sociedade e sua contribuição na área da Saúde. Para mais informações contactar: [email protected]