XVII Encontro de Iniciação Científica XIII Mostra de Pós-graduação VII Seminário de Extensão IV Seminário de Docência Universitária 16 a 20 de outubro de 2012 INCLUSÃO VERDE: Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável EPB0728 METABOLISMO ENERGÉTICO DO GASTRÓPODE NACELLA CONCINNA, ANTÁRTICA MARIANA DE SOUZA SILVA MARIANA FEIJÓ DE OLIVEIRA EDSON RODRIGUES JÚNIOR [email protected] CIÊNCIAS BIOLÓGICAS (BACHARELADO) MATUTINO UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ ORIENTADOR(A) GANNABATHULA SREE VANI UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ RESUMO Devido a interferência humana na Antártica, o estudo com monitoramento ambiental frente a poluição antrópica é um importante foco de pesquisa na região. A zona entre marés é a região mais vulnerável ao impacto de fatores naturais e antrópicos como: temperatura, radiação ultravioleta, salinidade, ação de ondas e impacto do gelo. O gastrópode Nacella concinna é o macro invertebrado que ocorre na zona entre marés e infralitoral na Penísula Antártica e ilhas adjacentes, incluindo a ilha Rei George, e tem sido postulado como organismo sentinela para monitoramento de poluição por óleo diesel e metais pesados. O objetivo do trabalho foi estabelecer uma linha de base da atividade das enzimas do metabolismo energético de Nacella concinna. As enzimas escolhidas como potenciais biomarcadoras foram: hexoquinase (HK), fosfofrutoquinase (PFK), citrato sintase (CS), malato desidrogenase (MDH), lactato desidrogenase (LDH), e glicose-6-fosfato desidrogenase(G-6-PDH). Os exemplares de Nacella concinna foram coletados em fevereiro de 2011 na Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica, em seis locais próximos a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF): Punta Plaza, Ponta Ullman, Henequin Point, Refúgio 2, Botany Point e próximo aos tanques de óleo da Estação Comandante Ferraz. Após a coleta, os animais foram dissecados, as brânquias e pé muscular separados e congelados em nitrogênio liquido. Esses tecidos foram posteriormente transportados para o Laboratório de Bioquímica da UNITAU, onde foram homogeneizados, sonicados e centrifugados para obtenção da fração solúvel. Essa foi utilizada para determinação espectrofotométrica das atividades enzimáticas. A comparação entre as médias foi realizada através da análise de variância (one-way), seguido do pós teste de Tukey. As médias foram consideradas significantemente diferentes para p<0,05. As brânquias dos animais coletados em PU apresentaram menor atividade de LDH, indicando menor capacidade para o metabolismo anaeróbico em relação às brânquias de amostras coletadas nas demais localidades. Quanto à atividade da mesma no pé muscular, não houve diferença significativa entre os pontos de coleta. Nas brânquias, a menor e a maior atividade da enzima MDH, marcadora do metabolismo aeróbio, foi observada nos pontos de coleta PU e PP, respectivamente. Entretanto, a atividade da enzima MDH no pé muscular não apresentou diferença significativa entre os pontos de coleta. A atividade da enzima CS no tecido branquial não apresentou diferença significativa entre os pontos de coleta, porém no pé muscular das amostras coletadas em PU, a atividade de CS foi elevada em relação aos demais pontos, indicando uma maior capacidade aeróbica. As atividades enzimáticas de PFK e G-6-PDH no tecido branquial não foram significativamente diferentes entre os pontos de coleta. Mas, o mesmo não ocorreu no pé muscular, o qual apresentou atividade maior de G-6-PDH em amostras coletados em PU, indicando maior atividade antioxidante. É possível que os espécimes de N. concinna proveniente de PU tenham um metabolismo predominantemente aeróbio nas brânquias e pé muscular, enquanto que nos animais de outras localidades há uma capacidade relativamente elevada para o metabolismo anaeróbio nesses tecidos. PU é um local distante das estações cientificas e da influência antropogênica. Em relação ao monitoramento ambiental e estabelecimento de linha base de biomarcadores de Nacella concinna, as enzimas malato desidrogenase, lactato desidrogenase e hexoquinase no pé muscular e citrato sintase, fosfofrutoquinase e glicose-6-fosfato desidrogenase em brânquias, não apresentaram diferenças significativas entre os pontos de coleta, revelando que os fatores naturais não foram capazes de modular os níveis de atividade dessas enzimas, tornando-as possíveis biomarcadoras bioquímicas para estudos de impactos antrópicos.