ESVERDEAMENTO DA ECONOMIA E SUSTENTABILIDADE: PER

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VI Encontro Nacional da Anppas
18 a 21 de setembro de 2012
Belém – PA – Brasil
ESVERDEAMENTO DA ECONOMIA E SUSTENTABILIDADE: PER
ASPERA AD ASTRA
VALERIA GENTIL ALMEIDA(UnB)
Economista, doutoranda do Centro de Desenvolvimento Sustentável - CDS/UnB e Phd Visiting
Student at Johns Hopkins University, Mestre em Desenvolvimento Sustentável - CDS/UnB.
[email protected]
SAULO RODRIGUES PEREIRA FILHO(UnB)
Doutor em Ciências Ambientais Universitat Heidelberg, Alemanha (1999), Professor Adjunto do
Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) da Universidade de Brasília (UnB). Possui
graduação em Geologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1986)
[email protected]
IZABEL CRISTINA BRUNO BACELLAR ZANETI(UnB)
Doutorado em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília, Brasil (2003).
Pesquisador colaborador pleno CDS-UNB, professora adjunta do curso de saúde coletiva UnB.
[email protected]
INTRODUÇÃO
O argumento central do presente projeto consiste em elaborar uma ampla visão cientifica da economia
verde no mundo contemporâneo. Sua relevância provém de três fontes interligadas – acadêmica,
econômica e política –, sendo cada uma delas igualmente indispensável tanto para o desenvolvimento
sustentável, quanto para a modernização de suas políticas ambientais de forma que elas correspondam
aos interesses de toda a sociedade. Como têm observado autores como Constanza (1989) e Daly &
Farley (2008), os estudos econômicos não podem ser vistos de maneira isolada, e as novas estratégias
devem abordar a transdisciplinaridade.
Defende-se que um sinal positivo da economia verde seja o de que cada vez mais as atividades
empresariais incorporam tecnologias para produção limpa. O custo econômico de degradação dos
recursos naturais e as políticas ambientais de diversos países, Cairncross (1992) põe em relevo três
questões principais: O que os governos devem fazer? / O que os consumidores precisam saber? / Como
as empresas podem lucrar? O ponto de vista da autora é meramente econômico: todos os problemas
ambientais são por ela analisados sob a ótica das categorias de mercado. Starvins (2005) diz que
estabelecer preco aos recursos naturais é uma boa medida para que governos e empresas reduzam as
emissoes de carbono e promovam sustentabilidade. Contudo, desenhar uma nova economia e
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promover a sustentabilidade seria tambem reavaliar os problemas estruturais e conjunturais no qual o
capitalismo moderno foi construído.
OBJETIVO GERAL
Sistematizar e interpretar as perspectivas da economia verde, a partir do levantamento do estado-daarte dos conhecimentos relativos ao tema no mundo contemporâneo.
METODOLOGIA E INFORMAÇÕES UTILIZADAS
A definição de novos paradigmas foi feita por Thomas Kuhn no livro The Structure of Scientific
Revolutions (1962) que os caracterizou como descobertas científicas universalmente reconhecidas, as
quais, durante um certo tempo, apresentam um modelo para problemas e soluções, acentuando o papel
crucial da investigação científica na busca por tais paradigmas.
Nesse trabalho, o uso da metodologia da investigação científica envolveu o estudo dos vários métodos
aplicáveis, ou seja, dos processos de conduzir cada projeto de investigação específico. Dependendo das
tradições predominantes em cada área do conhecimento, a investigação científica pode ser tanto
Tradicional (quantitativa e descritiva) quanto Interpretativa (qualitativa e crítica). A Investigação
Científica Tradicional baseia-se no pensamento racional positivista: das observações constroem-se
Teorias que tentam explicar o que é observado; as teorias são expressas, na forma dedutiva, por
axiomas e postulados operados pela lógica; o resultado de testar as hipóteses realimenta a Teoria,
verificando-a ou detectando eventuais anomalias. Na ausência das teorias afirmativas, faz-se a
investigação exploratória em que os estudos são abertos, não guiados pela teoria, e fornecem um
conhecimento empírico que pode postular teorias. O problema, que a torna necessária, é definido como
uma questão que mostra uma situação necessitada de discussão, investigação, decisão ou solução, isto
é, uma questão que não tem soluções evidentes.
No contexto específico deste estudo sobre economia verde, duas técnicas principais foram utilizadas
para alcançar os objetivos propostos. Uma delas, a pesquisa bibliográfica, posta em prática com base em
várias fontes de informação, como documentos dos órgãos competentes (Relatórios do Banco Mundial,
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior – MDIC, o Ministério da Fazenda – MF, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada –
IPEA, dentre outros. Foram usados ainda trabalhos acadêmicos editados no Brasil e no exterior, tendo
por objetivo a compreensão do estado atual do problema a ser analisado no nível macroeconômico. A
aplicação circunstanciada das referidas técnicas permitiu uma visão teórica da economia verde, ampla o
suficiente para se propor políticas públicas e soluções viáveis.
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RESULTADOS
Os resultados da pesquisa mostram que cada vez mais as empresas investem no uso racional de
recursos, controle das emissões atmosféricas e redução da geração de resíduos líquidos e sólidos,
reduzindo os impactos negativos do processo produtivo sobre o meio ambiente. No intuito de estimular
a responsabilidade socioambiental das empresas, uma série de instrumentos de certificação foi criada
nos últimos anos. Entretanto, mudar estruturalmente a economia, reduzindo a incidência sobre a renda
e aumentando os relacionados às atividades destrutivas da natureza, representa um passo importante,
mas não pode ser visto como solução única. Apenas “dizer a verdade ambiental”, isto é, fazer com que
os preços de produtos reflitam rigorosamente os impactos ambientais (internalizacão das
externalidades) tem que ser repensado.
CONCLUSOES, REFLEXOES SOBRE OS RESULTADOS E PROPOSTAS AO DEBATE
Para reflexão, foi delineada a seguinte questão: como as questões ambientais afetam a
macroeconomia? Cinco temas são relevantes neste contexto: 1) os desafios, limites e oportunidades de
cada setor frente à economia verde; 2) a análise econômica de cada setor e as suas implicações
macroeconômicas para a criação de emprego e luta contra a pobreza; 3) projeção de crescimento de
cada setor durante os próximos 20-40 anos; 4) financiamento a longo prazo em cada setor econômico; e
5) reforma das políticas, inclusive das políticas fiscais, instituições e condições de mercado, com a
finalidade de fomentar os setores da economia.
Conter os limites do crescimento, segundo Meadows et. al (1972), ou tratar os recursos naturais como
bens livres e abundantes conforme Adam Smith em 1776 não retrata a realidade atual. Mais do que isso,
qualquer que seja o cenário futuro simulado, a situação encontrada será sempre a de catástrofe se
mantidas as atuais tendências de crescimento. O resultado mais provável será um declínio súbito e
incontrolável tanto na população quanto na capacidade industrial.
PRINCIPAIS REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAIRNCROSS, FRANCES. Meio ambiente: custos e benefícios / Tradução de Cid Knipel Moreira. – São
Paulo: Nobel, 1992; 270 p.
COSTANZA, Robert. What is ecological economics? Ecological Economics, 1 (1989) 1-7.
DALY, H. & FARLEY, J. Economia ecológica: princípios e aplicações. Lisboa: Instituto Piaget, 2008.
MEADOWS, D. H; MEADOWS, D. L; RANDERS, J. BEHRENS, W. W. Limites do Crescimento. Ed.
Perspectiva, 1972.
STAVINS, Robert. Economics of the Environment: Selected Readings W. W. Norton & Company, 2005.
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