I Encontro Internacional TIC e Educação O que há para além do rio da minha aldeia… N. COSTA1, F.M. FERREIRA2, R.A.C. GARCIA1, H. MAGRO3, P. MORGADO1, S.C. OLIVEIRA1,J. ROCHA1 1 - CEG - Centro de Estudos Geográficos, Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, Universidade de Lisboa, 2 - Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho, 3 - APG - Associação de Professores de Geografia; Escola Secundária de Ferreira Dias [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected] RESUMO: As Tecnologias de Informação e Comunicação criaram um conjunto de novas ferramentas de localização e de representação espacial que tornaram acessíveis a qualquer pessoa possibilidades antes reservadas a especialistas. Expressões como Cartografia na web, Mapas digitais ou mesmo Neogeografia, são cada vez mais frequentes para caracterizar essas alterações. Por outro lado, o volume de informação com referência geográfica disponibilizada na Internet não pára de aumentar. A escola não pode passar ao lado destas mudanças devendo, pelo contrário, integrar estas novas ferramentas nas práticas educativas. Apresenta-se um novo sítio web de recursos educativos digitais para Geografia que utiliza este tipo de ferramentas e propõe uma visão integrada da sua utilização. NOVAS TECNOLOGIAS E INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA Tecnologias como o GPS (Global Positioning System) simplificaram grandemente o processo de localização e o registo de percursos. Anteriormente, o mesmo processo exigia, entre outros, conhecimentos relativos à leitura de coordenadas geográficas, interpretação de mapas, determinação de rumos. O facto de um receptor de GPS com o respectivo software, nos apresentar a localização em que nos encontramos com uma grande aproximação não impede que os mesmos conhecimentos sejam necessários para uma verdadeira integração dessa informação, para lá dos conhecimentos técnicos sobre o funcionamento do dispositivo. Palavras-chave: Cartografia na web, mapas digitais, Neogeografia, Por outro lado, os SIG (Sistemas de Informação Geográfica) tornaram-se ferramentas indispensáveis na georreferenciação, tratamento e análise espacial da informação geográfica. ABSTRACT: Information and Communication Technology has developed a set of new tools for tracking and spatial representation that have given everyone opportunities which were previously available only to experts. Expressions such as web mapping, digital maps or even Neogeography are becoming more and more common when characterising these changes. Moreover, the volume of geo-referenced information available on the Internet is constantly increasing. Schools cannot ignore these changes and they should integrate these new tools into their educational practices. A new website containing digital learning resources for geography teaching is presented. It uses these kinds of tools and offers an integrated view of their use. Mas é com a disseminação de ferramentas de software livre e de código aberto, e a vulgarização de sistemas de visualização e consulta na web, incluindo também ferramentas de pesquisa, manipulação e a possibilidade de adicionar novos dados, que o acesso à informação geográfica sofre uma verdadeira revolução. Keywords: Web mapping, digital maps, Neogeography UMA REVOLUÇÃO GEOESPACIAL O Geospatial Revolution (http://geospatialrevolution.psu.edu/) 503 Project é um I Encontro Internacional TIC e Educação projecto do Penn State Public Broadcasting, canal público de televisão dos Estados Unidos, que tem como objectivo a produção de materiais educativos sobre “o mundo dos mapas digitais e a forma como está a mudar a maneira como pensamos, nos comportamos e interagimos”. O subtítulo do projecto – “The location of anything is becoming everything” revela, curiosamente, uma nova importância da localização, após um período em que, com a pressão do conceito de globalização e uma leitura apressada do impacto espacial das tecnologias de informação, alguns autores anunciaram o fim da Geografia. (Graham, 1998). informação muito diversificada mas com uma base espacial. Apenas como exemplo de que estas funcionalidades podem ultrapassar o simples uso pessoal sugere-se a consulta do website do Millennium Development Goals (MDGs) Monitor, iniciativa das Nações Unidas para acompanhar os resultados da campanha Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Para além de um visualizador disponível no site do projecto (http://www.mdgmonitor.org) basta transferir um ficheiro no formato kmz para poder visualizar no Google Earth uma nova camada com informação relativa à situação dos Objectivos do Milénio em cada país. Uma das razões do sucesso do Google Earth/maps reside precisamente na facilidade e interoperabilidade deste tipo de ficheiros. Baseados numa variante da linguagem XML, o KML e os ficheiros KMZ são ficheiros comprimidos que contêm informação que está a tornar-se um standard em termos de browsers geográficos. Para Jeremy Crampton (Crampton, 2010), não há ainda unanimidade quanto ao nome a atribuir ao conjunto de ferramentas e serviços online actualmente existente, precisamente pelo facto de serem muito recentes. O mesmo autor propõe uma sequência de acontecimentos que nos ajuda a compreender melhor essa mudança. O Google Maps foi colocado online em Fevereiro de 2005. Quase de imediato surgiram os primeiros desvios feitos por programadores de forma a permitirem acrescentar informação pessoal sobre as bases cartográficas do Google Maps. É a partir daqui que se começa a divulgar a expressão map mashups1. Importada da música pop, a expressão designa a processo de junção/sobreposição de duas músicas que se tornou prática habitual dos DJ. Aplicado à cartografia online o conceito refere a possibilidade de adicionar informação a um serviço de mapas na web. Figura I. Monitor dos Objectivos do Milénio – mashup no Google Earth Em Junho de 2005 é a vez do Google Earth ser disponibilizado utilizando um conjunto de dados semelhante mas sobre um interface que inclui um globo com uma série de funcionalidades interactivas de navegação e que corre a partir de um programa instalado localmente. No mesmo mês o Google disponibiliza o código da interface de programação (API) e posteriormente passa a incluir no seu serviço as próprias funcionalidades que permitem acrescentar informação criando mashups. Ainda segundo Jeremy Crampton, “a verdadeira democratização da cartografia só chegaria com o advento de novos avanços na tecnologia Web, muitas vezes designados por funcionalidades Web 2.0, como as grandes bases de dados distribuídas e hiperligadas, mashups, e ferramentas personalizadas de código aberto. Estas ferramentas são profundamente diferentes, das suas precursoras porque permitem cartografias colaborativas”. (Crampton, 2010 – tradução dos autores). Desde então o Google tornou-se um dos sites de mapas mais consultados em todo o mundo, por um lado por ter vindo a lançar novos serviços e funcionalidades, mas também pela possibilidade dos utilizadores adicionarem É nas alterações provocadas por estas ferramentas no próprio processo de recolha, produção e disponibilização de informação geográfica que se baseiam conceitos como o de Neogeografia. 2 1 2 Para uma boa síntese consultar EDUCAUSE Learning Para um cronologia sintética da utilização do termo ver RANA e JOLIVEAU, 2009. Initiative, 2006. 504 I Encontro Internacional TIC e Educação Não sendo este o local para uma análise detalhada das vantagens e inconvenientes duma cartografia distribuída, chama-se apenas a atenção para a abundante bibliografia actualmente existente sobre o tema. constituir um factor de aproximação com experiências espaciais que ultrapassam frequentemente a experiência directa do “rio da minha aldeia”. O EXEMPLO DO GEORED PORQUE É QUE A ESCOLA NÃO PODE O GEORED, Recursos Educativos Digitais no ensino da Geografia resultou dum protocolo entre a Direcção Geral da Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC) do Ministério da Educação e a Secretaria de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, por iniciativa do então Secretário de Estado, o geógrafo João Ferrão. A parceria envolveu o Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa (IGOT), a Associação de Professores de Geografia (APG) e o Instituto Geográfico Português (IGP) e iniciou-se em 2008 com a realização de acções de formação para professores com o título “Mapas digitais e ordenamento do território – a utilização de ferramentas interactivas no desenvolvimento de competências geográficas”. As acções de formação tiveram um sucesso significativo tendo envolvido cerca de 80 professores oriundos de vários locais no país. A colaboração entre professores dos Ensinos Básico, Secundário e Superior e técnicos de uma instituição como o IGP, garantiu o equilíbrio entre rigor pedagógico e científico e inovação tecnológica, que contribuiu decisivamente para esse sucesso. IGNORAR A escola não pode passar ao lado destas mudanças devendo, pelo contrário, integrar estas novas ferramentas nas práticas educativas. Essencialmente por duas ordens de razões: a) A informação geográfica disponível na Internet é cada vez mais abundante e diversificada. Para além da diversidade de temas há também uma cada vez maior diversidade de escalas. Apenas como exemplo para reflexão, refiram-se sites como o do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento3, onde se encontram dados socioeconómicos à escala mundial, do Eurostat4, com informação muito diversificada sobre a União Europeia, ou do Instituto Nacional de Estatística5, com informação às escalas nacional e regional. É também cada vez mais frequente encontrar informação geográfica nos websites de Câmaras Municipais Uma parte significativa desta informação é disponibilizada por instituições públicas que utilizam este meio para manterem a informação actualizada. Há também uma dimensão de cidadania na utilização da informação disponível nesses websites num contexto educativo. Não há outro contexto em que se possa dar alguma orientação sobre a sua utilização e um enquadramento sobre como a usar para compreender fenómenos espaciais. Como resultado dessas acções os professores em formação produziram um conjunto muito interessante de materiais baseados na utilização educativa de websites com informação geográfica. Foram esses materiais iniciais que vieram a resultar no projecto de criação de um website de recursos educativos para o ensino da Geografia. b) As ferramentas de software disponíveis na Web, em particular na Web 2.0, são cada vez mais dinâmicas e interactivas adequando-se particularmente a situações de pesquisa e aprendizagem. Mesmo quando não concebidas especificamente para uma utilização educativa o seu potencial educativo é enorme. O GEORED, disponível no endereço http://geored.dgidc.min-edu.pt contém já um número significativo de recursos, muitos dos quais testados em sala de aula, elaborados por uma equipa de professores que inclui muitos dos que frequentaram inicialmente as acções de formação sobre este tema. No centro do website está uma base de dados que pode ser aumentada com os contributos dos utilizadores. Algumas dessas ferramentas passaram a fazer parte do que podemos designar por práticas geográficas de muitos jovens, relacionadas, por exemplo com a pesquisa de locais ou a georreferenciação de fotografias. As possibilidades abertas pela sua integração em actividades pedagógicas significativas pode Pretende-se que seja um site dinâmico pelo que inclui algumas funcionalidades especialmente adequadas a uma forte interacção com os professores. Os utilizadores registados 3 http://www.undp.org http://epp.eurostat.ec.europa.eu 5 http://www.ine.pt 4 505 I Encontro Internacional TIC e Educação podem adicionar comentários pessoais e propor novos recursos. A partilha de experiências, a possibilidade de desenvolver novas ideias e de colocar perguntas a especialistas são oportunidades a explorar através de um fórum. Um módulo de novidades divulgará iniciativas nesta área a nível nacional e internacional. Figura II. Tipologia de Recursos Educativos Digitais no GEORED O GEORED pode assim vir a constituir um ponto de encontro indispensável para todos os professores de Geografia que pretendam enriquecer as suas estratégias de ensino com as potencialidades de novas ferramentas tecnológicas. UM CONCEITO RECURSOS EDUCATIVOS INTEGRADO Estes 4 elementos, apesar de poderem ser consultados separadamente, constituem uma teia de ligações que permanentemente aponta para a sua possível interacção. DE Nos últimos anos tem-se assistido a um interesse crescente sobre a utilização de Recursos Educativos Abertos (REA - Open Educational Resources/OER), não apenas no sentido de recursos gratuitos sobre os quais não recaem direitos, mas também no sentido de serem reutilizáveis em contextos concretos e proporcionando a utilização de práticas abertas. A informação geográfica constitui uma espécie de matéria-prima para a elaboração de recursos. O software é aqui entendido como a ferramenta que permite tratar essa informação. A bibliografia, por seu lado, deve constituir um horizonte permanente de procura de inovação, de novos sentidos pedagógicos e de partilha de investigação e conhecimento. Por último (mas não menos importante…), a abordagem pedagógica presente nos guiões de recursos deve demonstrar que, neste contexto, o primado é das ideias educativas, que se pretendem eficazes na aprendizagem de conteúdos geográficos. No caso específico da informação geográfica também autores como Jeremy Crampton salientam a importância do movimento Free and Open Source Software (FOSS – Software Livre e de Código Aberto) na expansão de novos serviços. "Um conceito chave do movimento de software livre é que ele pode criar e compartilhar informações mais facilmente do que uma fonte fechada, como os SIG tradicionais." (Crampton, 2010 – tradução dos autores) Numa analogia mais artesanal, este conceito de recurso educativo aberto e reutilizável inclui as matérias-primas, os teares, o processo de tecelagem e o próprio pano enquanto resultado final … A opção do GEORED foi a de dar a conhecer a informação pública, privilegiar SIG na web de acesso livre ou SIG desktop open source, assim como outras ferramentas de cartografia na web. NOVAS FORMAS DE APRENDER Numa fase inicial da utilização educativa das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) o debate entre “aprender com as TIC” e “aprender TIC” parecia fazer sentido. O mesmo se passou com as TIG, Tecnologias de Informação Geográfica… Na fase actual a resposta pode ser… que ambas as preocupações são importantes. Num contexto de aprendizagem profissional faz sentido, por exemplo, aprender SIG ou outras ferramentas TIG. Pelo contrário, num contexto de aprendizagem de Geografia como forma de compreensão de fenómenos espaciais é claramente de valorizar a perspectiva de aprender com as TIC/TIG. Uma das ideias de base da concepção do site, talvez a mais original, é a da articulação entre 4 áreas: informação geográfica, software, guiões pedagógicos (recursos) e bibliografia. Num artigo com o sugestivo título “Aprender com a geoinformação nas escolas 506 I Encontro Internacional TIC e Educação alemãs”, Schubert & Uphues partem duma análise conhecida nas escolas portuguesas…: os resultados das escolas alemãs no estudo PISA (Programme for International Student Assessment) não é positivo, quando comparado com o dos outros países da OCDE. Os autores partem desta constatação para concluírem da necessidade de instituir um modelo que combine o controle curricular com padrões de competências. (Schubert & Uphues, 2009). das muitas dúvidas que por vezes são colocadas quanto à imprecisão do conceito de competência, esse parece ser um programa a propor a todos os alunos e professores de Geografia. No referido artigo os autores apresentam o seguinte modelo de etapas, proposto por Y. Schleicher relativamente ao uso de Geoinformação e SIG nas aulas. BEDNARZ, Sarah Witham (2004). “Geographic information systems: A tool to support geography and environmental education?”. In GeoJournal, 60 (October 2005), pp. 191-199. Aprender a pensar sobre o rio da minha aldeia… e sobre o que há para além dele. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Ensino sobre SIG (centrado no professor). O professor apresenta explicações sobre o que é um SIG, como funciona e em que é usado (a partir do 5º ano). CAEIRO, Alberto/PESSOA, Fernando (19251ªed.) ; “O Tejo é mais belo” in O guardador de Rebanhos. Lisboa : Contexto, 1997. 2. Ensino com SIG (centrado no professor). Aulas centradas no professor em que os SIG, por exemplo com o uso de um projector, são usados como ferramentas para discutir um conteúdo geográfico (a partir do 6º/7º anos). CERI, OCDE (2007) Giving Knowledge for Free: the emergence of open educational resources. Paris: OECD. [Online]; disponível em http://www.oecd.org/dataoecd/35/7/38654 317.pdf 3. Aprendizagem com SIG (centrada no aluno). Os SIG são usados pelos alunos que exploram um conteúdo geográfico com a ajuda do professor, utilizando conjuntos de dados prédefinidos (a partir do 8º/9º anos). CRAMPTON, Jeremy W.; (2009). “Cartography: maps 2.0” in Progress in Human Geography 33(1) (2009) pp. 91– 100. CRAMPTON, Jeremy W.; (2010). Mapping, A Critical Introduction to Cartography and GIS. Singapore: Wiley-Blackwell. 4. Investigação com SIG (centrada no aluno). Os alunos criam os seus próprios conjuntos de dados e trabalham com eles (a partir do 10º/11º anos). (Schubert & Uphues, 2009 – tradução dos autores). DODGE, Martin; Kitchin, Rob & Perkins, Chris; (2009). Rethinking Maps. New York: Routledege. Este modelo pode ser claramente transposto para outras situações de ensino/aprendizagem utilizando ferramentas de cartografia na Web e outras TIG. EDUCAUSE Learning Initiative (2006); 7 things you should know about... Mapping Mashups. [Online]; disponível em http://net.educause.edu/ir/library/pdf/ELI7 016.pdf e acedido em 15.Julho.2010. Numa tentativa de síntese das competências geográficas os autores afirmam: “É fundamental que os estudantes aprendam a usar a tecnologia e a raciocinar espacialmente, para que estejam preparados para compreender e enfrentar questões económicas, políticas e ambientais à escala local, nacional e global.” (Schubert & Uphues, 2009 – tradução dos autores). FIELD, Kenneth (2008); Editorial „Maps, mashups and smashups‟. In The Cartographic Journal, Vol. 45 No. 4, Novembro 2008, pp. 241–245. GARTNER, Georg (2009); “Web mapping 2.0” in DODGE, Martin; KITCHIN, Rob & PERKINS, Chris (ed.); Rethinking Maps. New York: Routledge. Em termos de aprendizagem geográfica o conceito chave das competências a desenvolver é bem traduzido pelo título do relatório da National Academy of Sciences dos Estados Unidos: Learning to Think Spatially. Apesar GRAHAM, Stephen (1998); The end of geography or the explosion of place? Conceptualizing space, place and information technology. In Progress in 507 I Encontro Internacional TIC e Educação Human Geography, 22,2 (1998), pp. 165185. MCCLURG, Patricia A.; BUSS, Alan (2007). “Professional Development: Teachers Use of GIS to Enhance Student Learning”. In Journal of Geography, 76:2, pp. 79-85. NATIONAL ACADEMY OF SCIENCES (2006). Learning to Think Spatially : GIS as a Support System in the K-12 Curriculum. Washington: The National Academies Press. OLCOS (2007). Open Educational Practices and Resources - OLCOS Roadmap 2012. European Commission. [Online]; disponível em http://www.olcos.org/english/roadmap/. Acedido em 15/07/2010. RANA, Sanjay e JOLIVEAU, Thierry (2009) 'NeoGeography: an extension of mainstream geography for everyone made by everyone?', Journal of Location Based Services, 3: 2, pp. 75-81. SCHUBERT, Jan Christoph and UPHUES, Rainer (2009) 'Learning with geoinformation in German schools: systematic integration with a GIS competency model', International Research in Geographical and Environmental Education, 18: 4, pp. 275 286. 508