EN 2705 – Circuitos Elétricos II Laboratório 1 Laboratório 1: Sistema Trifásico 1. Objetivo: Medição de tensões e correntes de linha e de fase em um sistema trifásico. 2. Introdução: As tensões trifásicas são normalmente produzidas por um gerador trifásico semelhante ao apresentado na figura 1, composto basicamente por um imã rotativo (rotor), envolto por um enrolamento fixo (estator). Como observado, os três enrolamentos (bobinas) são separados fisicamente de 120° em torno do estator e a medida que o rotor gira, seu campo magnético induz tensão nesses enrolamentos. As tensões geradas podem ser observadas na figura 2. Figura 1- Gerador trifásico Figura 2- Tensões geradas defasadas de 120° entre si Cada bobina pode ser considerada como um gerador monofásico, portanto as três “fontes” monofásicas podem ser conectadas em triângulo ou estrela, segundo a figura 3, podendo fornecer energia tanto para cargas trifásicas, como para cargas monofásicas. Figura 3- Conexão estrela e conexão triângulo das bobinas do estator Considerando a conexão estrela, as tensões presentes são aquelas entre fase (a, b ou c) e neutro (n), chamadas de tensão de fase e aquelas entre fases (ab, bc e ca), chamadas de tensão de linha. Em um sistema equilibrado ou simétrico as tensões possuem a mesma amplitude e estão defasadas de 120° uma das outras. A figura 4 apresenta o diagrama fasorial do sistema trifásico simétrico para uma sequência de fase positiva (sequência abc). 1 EN 2705 – Circuitos Elétricos II Laboratório 1 Figura 4 – Tensões de fase na sequência positiva A relação entre as tensões de linha (VL) e fase (VF) para a sequência de fase positiva é dada pela equação 1. VL = 3 ⋅ VF ∠30° (1) Por exemplo, se o módulo da tensão no sistema apresentado na figura 4 for 100 V, escreve-se: Van = 100∠0° Vbn = 100∠ − 120° Vcn = 100∠120° Vab = 173∠30° Vbc = 173∠ − 90° Vca = 173∠150° Em se tratando da conexão das cargas, estas são normalmente ligadas em estrela ou triângulo e são ditas equilibradas se forem todas iguais por fase. Dessa forma, para uma carga equilibrada conectada em estrela ou triângulo, escreve-se, respectivamente, Z1=Z2=Z3=Zy e Za=Zb=Zc=Z∆. Uma carga equilibrada conectada em estrela ou triângulo pode ser convertida, segundo a equação 2. A figura 5 ilustra a conexão das cargas em estrela e triângulo. ZΔ = 3 ⋅ Z y e Zy = ZΔ 3 (2) Figura 5 - Conexão das cargas em estrela e triângulo 2 EN 2705 – Circuitos Elétricos II Laboratório 1 Conexão Estrela-Estrela Equilibrada Neste caso, apresentado na figura 6, as correntes podem ser determinadas por simetria, a partir da equação 3, proveniente do equivalente monofásico do sistema elétrico. Ressalta-se que a soma das correntes é zero e, portanto, não faz diferença se os neutros encontram-se ou não conectados. Figura 6 – Ligação estrela-estrela e equivalente monofásico Ia = Van Zy (3) I b = I a ∠ − 120° I c = I a ∠120° Conexão Estrela-Triângulo Equilibrada Esta conexão, ilustrada na figura 7, é muito encontrada, pois normalmente as fontes são conectadas em estrela e as cargas em triângulo. As correntes na carga podem ser determinas segundo a equação 4, enquanto as demais correntes são encontradas por simetria. 3 EN 2705 – Circuitos Elétricos II Laboratório 1 Figura 7 – Ligação estrela-triângulo e equivalente monofásico I AB = VAB ZΔ I BC = VBC ZΔ I CA = VCA ZΔ ( 4) ou Ia = Van ZΔ 3 I a = 3 ⋅ I AB ∠ − 30° I b = 3 ⋅ I BC ∠ − 30° I c = 3 ⋅ I CA∠ − 30° Conexão Triângulo-Triângulo Equilibrada Esta conexão é mostrada na figura 8 e as equações para a determinação das correntes de fase e linha são apresentadas na sequência. A solução deste circuito é bastante direta, aplicando a tensão de linha do gerador sobre as cargas para determinar as correntes de fase e, posteriormente, determinando as correntes de linha por simetria, segundo a equação (5). Figura 8 - Ligação triângulo-triângulo I AB = VAB ZΔ I BC = VBC ZΔ I CA = VCA ZΔ (5) I a = 3 ⋅ I AB ∠ − 30° I b = 3 ⋅ I BC ∠ − 30° I c = 3 ⋅ I CA∠ − 30° 4 EN 2705 – Circuitos Elétricos II Laboratório 1 Conexão Triângulo-Estrela Equilibrada O circuito em questão e o seu equivalente monofásico são apresentados na figura 9. Por meio do circuito monofásico e das relações de simetria, entre tensões e correntes de linha e de fase, o circuito é resolvido, segundo a equação (6). VAB Figura 9 - Ligação triângulo-estrela e equivalente monofásico Van = Ia = VAB ∠ − 30° 3 Vbn = VBC ∠ − 30° 3 Vcn = VCA ∠ − 30° 3 (6) Van Zy I b = I a ∠ − 120° I c = I a ∠120° 5 EN 2705 – Circuitos Elétricos II Laboratório 1 A tabela a seguir apresenta um resumo das equações usadas em circuitos trifásicos equilibrados. 6 EN 2705 – Circuitos Elétricos II Laboratório 1 3. Parte Prática 3.1 Carga em Triângulo (Δ) 3.1.1 Montar o circuito mostrado esquematicamente na Figura 1, com Z = 100 Ω, 5 W e preencher as Tabelas 1 e 2. A VAB VCA IA ICA Z Z IB I AB B VBC Z IC IBC C Figura 1 Tabela 1 | VBC | [V] | VAB | [V] | VCA | [V] Osciloscópio (Vm) Multímetro (Vrms) Verifique a relação √2 entre as medidas Vm e Vrms Tabela 2 | IA | [A] | IB | [A] | IC | [A] | I AB | [A] | IBC | [A] | ICA | [A] Multímetro (Irms) Verifique a relação √3 entre as medidas das correntes de linha e fase. 3.1.2 Conectar um resistor de 100 Ω, 5 W em paralelo no ramo AB da carga trifásica e preencher a Tabela 3. Tabela 3 | IA | [A] | IB | [A] | IC | [A] | I AB | [A] | IBC | [A] | ICA | [A] Multímetro (Irms) 7 EN 2705 – Circuitos Elétricos II 3.2 Laboratório 1 Carga em Estrela (Y) 3.2.1 Montar o circuito mostrado esquematicamente na Figura 2, com Z = 100 Ω, 5 W e preencher as Tabelas 4, 5 e 6. Figura 2 Tabela 4 | VAN | [V] | VBN | [V] | VCN | [V] | VAB | [V] | VBC | [V] | VCA | [V] Osciloscópio (Vm) Multímetro (Vrms) Tabela 5 Osciloscópio (Vm) Multímetro (Vrms) Verifique a relação √3 entre as medidas das tesões de fase e linha. Tabela 6 | IA | [A] | IB | [A] | IC | [A] | IN | [A] Multímetro (Irms) 3.2.2 Conectar um resistor de 100 Ω, 5 W em paralelo com um dos ramos da carga e preencher as Tabelas 7 e 8. Tabela 7 | IA | [A] | IB | [A] | IC | [A] | IN | [A] Multímetro (Irms) Verifique a ocorrência de corrente no neutro. 8 EN 2705 – Circuitos Elétricos II Laboratório 1 3.2.3 Manter a carga desequilibrada, desconectar o fio neutro e preencher as Tabelas 8 e 9. Tabela 8 | VAn | [V] | VBn | [V] | VCn | [V] | IA | [A] | IB | [A] | IC | [A] | VNn | [V] Osciloscópio (Vm) Multímetro (Vrms) Tabela 9 Multímetro (Irms) 4. Questionário (entregar junto com o relatório final) 4.1 Comparar os valores obtidos nas Tabelas 3 e 4 com os valores teóricos calculados para o circuito da Figura 1. 4.2 Comparar os valores obtidos nas Tabelas 6 e 7 com os valores teóricos calculados para o circuito da Figura 2. 4.3 Comparar os valores obtidos nas Tabelas 8 e 9 com os valores teóricos calculados para o circuito da Figura 2 com a carga desequilibrada e o fio neutro desconectado. 9