simpósio Mapeando Cenas da Música Pop

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simpósio
Mapeando Cenas da Música Pop:
Cidades, Mediações, Arquivos
25 e 26 de agosto
labtics - unisinos são leopoldo
Comissão Organizadora
Dra. Adriana Amaral
Me. Caroline Govari Nunes (Doutoranda CAPES)
Dr. Fabrício Silveira
Be. Gabriela Gelain (Mestranda CAPES)
Dr. Gustavo Fischer
Dr. Ivan Bomfim (PDJ CAPES)
Juliana Borgmann (IC/FAPERGS)
Dr. Marcelo Bergamin Conter (PDJ CAPES)
Dr. Michael Goddard
Paola Sartori (IC/CAPES)
PPG Unisinos
Coordenação: Prof. Dr. Gustavo Fischer
CULTPOP
Coordenação: Profa. Dra. Adriana Amaral
Profa. Dra. Rosana Vieira Souza
Quinta- feira
25/08
credenciamento
13h
exibição de
documentário
13h30
Saguão (em frente ao LABTICS).
Bateristas: Vozes do Ritmo
Duração: 33 minutos
Direção: Bibiana de Paula
A História nos conta que a figura feminina sempre esteve presente no mundo da música,
sobretudo utilizando-se de percussão, desde as eras mais remotas. Entretanto, a participação das mulheres nesta antiga trajetória sofreu várias alterações devido a inúmeros fatores
sócio-culturais. É o que se pretende discutir neste documentário. Foram entrevistadas bateristas atuantes no cenário do Rio Grande do Sul, de diferentes gerações e estilos musicais,
tais como rock‘n roll, heavy metal, punk, tradicionalista gaúcho, gospel, funk, eletrônico, que
relatam suas interações com a sociedade em que vivem, chamando a atenção ao estranhamento social que percebem na sua profissão, nos revelam suas ações de lutas relacionadas
às questões de gênero e tudo o que envolve ser mulher e ser baterista. O documentário
também conta com depoimentos de professores pesquisadores nas áreas de musicologia,
comunicação social e estudos de gênero.
Quinta- feira
25/08
MESA 1
Cenas da música pop
no RS
Coordenação: Marcelo Conter
14h às 15h30
As próximas horas serão muito boas: Materialidades e estéticas da Comunicação em duas apresentações ao vivo da banda Cachorro Grande
Caroline Govari NUNES
Nossa proposta visa expor os resultados da dissertação de mestrado As próximas horas serão muito boas. Materialidades e estéticas da Comunicação em duas apresentações ao vivo
da banda Cachorro Grande. Nesta pesquisa, problematizamos duas apresentações ao vivo
da banda gaúcha de rock Cachorro Grande. Nela, adotamos basicamente duas perspectivas:
materialidades e estéticas da Comunicação. Primeiramente, em caráter expositivo, fazemos
a biografia do nosso objeto de pesquisa. Em seguida, apresentamos nossos procedimentos
metodológicos e explicamos o porquê da escolha do método etnográfico. Posteriormente, trabalhamos com a arqueologia do rock gaúcho – onde trazemos à tona também uma
discussão sobre o termo, dando-se outros elementos para pensar a respeito da Cachorro
Grande – e discutimos questões relativas às indústrias criativas, às cenas musicais e aos
enfrentamentos identitários nos quais o conjunto se move. Nesta etapa, pensamos principalmente nos modos como esta cena musical se apresenta para refletir sobre práticas culturais e identitárias neste espaço urbano e para entender a relação da Cachorro Grande com
este cenário. Quando abordamos a teoria das materialidades, o campo não-hermenêutico
e a descentralização do sujeito, falamos de uma experiência estética que envolve diferentes
dispositivos comunicacionais. Tratamos especialmente do show de rock, que é nosso observável principal.
Música e Identidade: Um olhar documental da cena independente no Rio
Grande do Sul
Richard KOLBERG
Débora Dalla POZZA
Flavi Ferreira Lisbôa FILHO
O trabalho tem como objetivo geral representar, através da realização de um documentário,
a identidade das bandas independentes do Rio Grande do Sul como forma de colaborar
para manutenção e ressignificação do cenário musical no estado.Propõe-se, assim, analisar
a relação entre identidade e cenário musical independente, a partir da visão de seis bandas
independentes entrevistadas: Apanhador Só (Porto Alegre), Catavento (Caxias do Sul), Dingo
Bells (Porto Alegre), Dr. Hank (Canela), Frida (Gravataí) e Guantánamo Groove (Santa Maria).
O estudo avalia, também, a relação das bandas no que diz respeito à música, cultura, produção, indústria fonográfica, internet, financiamento coletivo, selos independentes, trabalhos
paralelos e gravadoras, visando trazer uma nova perspectiva sobre a cena independente e o
mercado cultural da música no Rio Grande do Sul. Para fundamentar teoricamente o trabalho,
discorre-se sobre os conceitos de identidade e cultura a partir da perspectiva teórica dos Estudos Culturais, e em seguida, trabalha-se com a temática do cenário musical independente. Percebe-se, assim, pelo decorrer do trabalho, que o cenário independente se configura
comocontra hegemônico, interdependente, cooperativo, indicando para a formação de uma
identidade comum de artistas que colaboram entre si.
Quinta- feira
25/08
MESA 1
Cenas da música pop no RS
Coordenação: Marcelo
Conter
14h às 15h30
Lo-fi e indie rock em Porto Alegre: breve incursão empírica
Felipe Gue MARTINI
O texto aborda uma dimensão específica da pesquisa em andamento: Cenas e materialidades musicais lo-fi entre Porto Alegre e Montevidéu, na qual proponho diálogo entre a cultura
rock e a linguagem lo-fi. Nesse recorte, o lo-fi, termo derivado da expressão low-fidelity
(baixa fidelidade), antítese de high-fidelity (alta fidelidade), é defendido como resíduo anti-tecnológico crítico (WILLIAMS, 2011) e como forma comunicativa presente na música popular,
em especial no gênero indie rock. Através de breve incursão empírica nas obras dos artistas
gaúchos Plato Divorak e Diego Medina, defendo através das noções de inconsciente óptico
e imagem dialética de Walter Benjamin, uma perspectiva estética que permite afirmar a baixa
definição para além de sua força estilística no universo dos gêneros e cenas musicais. O lo-fi
surge como matriz cultural e epistemologia, como linguagem e forma de vida, como resíduo
que nos auxilia a vislumbrar contradições no universo da música popular massiva.
“Amigo punk” e as estruturas de sentimento da cultura gaúcha
Ivan BOMFIM
O presente trabalho tem por objetivo analisar o contexto do rock na cultura gaúcha a partir
do conceito de estruturas de sentimento (WILLIAMS, 1979). Para tanto, empreendemos uma
investigação sobre as dimensões históricas e socioculturais da identidade cultural sul-rio-grandense e sua relação com as indústrias culturais do estado com base em autores como
Jacks (1998), Oliven (2006), Ortiz (1991) e Pesavento (1984). Concomitantemente, mobilizamos estudos de Frith (1996), Janotti Jr. (2003) e Soares (2015), entre outros, para entender as
relações entre rock, cultura pop, territorialidade e identidade, e realizamos uma análise contextual de Amigo punk –música gravada originalmente pela Graforréia Xilarmônica em 1995
e regravada por outros artistas, que se tornou popularmente conhecida como o “hino do rock
gaúcho”.
Coffe Break
15h30 às 16h
Exposição e banca.
Quinta- feira
25/08
MESA 2
Cenas e circulação
da música pop em
redes digitais
Coordenação: ivan bomfim
16h às 17h30
Cultura pop, gênero, performances e ciberacontecimentos: os desdobramentos do caso #FreeKesha
Ronaldo HENN
Vanessa SCOPEL
Christian GONZATTI
Felipe Viero Kolinski MACHADO
Refletir sobre aspectos da cultura pop pressupõe um olhar complexo para diversos aspectos,
como as relações do mercado musical, questões de gênero, performances e sociabilidades.
Partindo desses pressupostos, buscamos compreender, a partir do caso #FreeKesha, singularidades que sinalizem como celebridades da música pop potencializam performances,
ciberacontecimentos e movimentam sentidos em torno de questões de gênero.
O trabalho parte de uma contextualização em torno das especificidades que emergem da
articulação entre celebridades da música pop e redes digitais, partindo para a construção de
perspectivas teóricas com as quais miramos o caso específico. Assim, analisamos os desdobramentos em torno do caso #FreeKesha, que emerge do apoio de fãs e outras celebridadesà cantora, que pedia o fim do contrato com Dr. Luke, acusando-o de abusos.
Tomamos como ferramenta a metodologia experimental denominada como construção de
sentidos em redes digitais e, a partir dela, foram identificados oito núcleos de sentidos em
torno de publicações no Facebook e no Twitter. A partir desses materiais, concluímos que os
sites de redes sociais, em articulação com a cultura pop, ao potencializam performances em
torno de questões gênero e possibilitarem debates sobre o mercado musical, desencadeiam
semioses que se conectam a contextos históricos de dominação e opressão.
Os novos referenciais identitários e a web como instrumento de organização
da cena musical independente de Goiânia
João Henrique Thomé SANTIAGO
Retirada de dissertação de mestrado, ainda em andamento, sobre a cena musical independente de Goiânia e os meios pelos quais se constitui atualmente, a pesquisa aqui proposta à
apresentação está relacionada ao Festival Bananada, realizado em Goiânia entre os dias 09 e
15 de maio de 2016. A partir da observação não participante e etnográfica, optou-se por descrever aspectos do funcionamento e da organização do festival, além do comportamento do
público com relação às atrações apresentadas. Através de pequenas entrevistas por pautas,
traçou-se um panorama identitário que permite encontrar pontos congruentes nos gostos
e preferências musicais de indivíduos do público, além do modo como as redes sociais
tornaram-se primordiais para a realização de um festival independente e para a construção
de uma cena musical alternativa. Essas entrevistas foram norteadas por um questionário
que, por fim, foi aplicado online com o foco em indivíduos que haviam interagido, de alguma forma, em publicações feitas no evento virtual do Facebook criado pela organização do
Festival Bananada para sua divulgação. Portanto, essa apresentação propõe-se a mesclar,
brevemente, os processos metodológicos nos quais a pesquisa se baseou com o referencial
teórico adotado, marcado por Straw (1997), Maffesoli (2014) e Castells (2003).
Quinta- feira
25/08
MESA 2
Cenas e circulação
da música pop em
redes digitais
Coordenação: ivan bomfim
16h às 17h30
A Nova tropicália de Metá Metá: uma desterritorialização da internet algorítmica
Mario ARRUDA
A apresentação consiste em diagramar processos da produção musical independente brasileira que vem sendo chamada de Nova Tropicália. Esse gênero estéticovem se constituindo através da hibridização de referências brasileiras e estrangeiras tanto no campo sonoro
quanto no campo visual e discursivo. Tendo em vista as teorias de Michel Foucault, podemos
dizer que sua estética se constitui através de um processo arqueológico das estratificações
históricas materializadas nos algoritmos de organização do banco de dados da internet.
Buscaremos evidenciar que a banda MetáMetá e sua relação com a Nova Tropicália tem a
potencialidade de reorganização dos algoritmos de dados que são responsáveis pela distribuição de informação na internet. O grupo faz isso por ser uma máquina de sons capaz de
provocar a produção de novos códigos culturais que agenciam deslocamentos nas interações online.
Para provar isso, analisaremos as bolhas algorítmicas em relação às suas codificações específicas através das teorias de Umberto Eco e evidenciaremos, a partir das teorias de Gilles
Deleuze e Félix Guattari, que a Nova Tropicália ressignifica os conteúdos de suas canções e
com isso oferece a possibilidade de transformação de territórios de significação.
Mapeamento, Cenas Digitais, Intersemiótica
Cássio de Borba LUCAS
O trabalho procura se incorporar no diálogo sobre cenas digitais apresentando o viés da intersemiótica da música e propondo uma aproximação com os conceitos de cybersubcultura
e cybercena. No âmbito do PPGCOM da UFRGS e do GPESC, a pesquisa de mestrado “Do
intertexto à intersemiótica da música” realizou uma recuperação teórica da noção de intertextualidade da música, apontando para teses que, embora gestadas originalmente na linguística
e na teoria literária (Bakhtin, Genette, Barthes, Kristeva), são vetores prolíficos para a discussão
sobre o caráter dialógico da música e sua abordagem pela comunicação e pela semiótica.
No contexto do presente simpósio, parece-nos proveitoso 1) apresentar o embasamento teórico da pesquisa, que pretende apontar para campos intersemióticos da música em que esta
não se reduz a uma linguagem puramente musical, tampouco a uma circulação simbólica ou
econômica homogênea, mas atravessa linguagens e semióticas heterogêneas e se atualiza
a cada uma destas traduções; 2) traçar estas conexõestradutórias, no caso singular da banda
australiana The Avalanches e sua música sampleada, de maneira diagramática - o que nos
aproxima, por um lado, das discussões sobre o caráter maquínico da música (Guattari, Conter, Janotti e Soares) e, de outro, das discussões sobre cenas musicais e sua virtualização em
redes sociais (Amaral) em que o digital é elemento intrínseco na maquinação que articula (e
não permite que se dicotomizem) sociedade, técnica e cultura.
Quinta- feira
25/08
Intervalo
17h30 às 18h30
mesa 3
poa/mcr
coordenação: gustavo
fischer
18h30 às 19h30
mesa 4
coordenação: adriana
amaral
19h30 às 20h30
Debate com os coordenadores sobre os resultados do projeto POA Music
Scenes
Fabrício SILVEIRA
Gustavo FISCHER
Adriana AMARAL
Michael GODDARD
Profa. Dra. Simone Pereira de Sá
YouTube, videoclipes e a rede de música brasileira
pop-periférica
sexta- feira
26/08
MESA 5
Coordenação: fabrício
silveira
10h às 11h
MESA 6
Cenas musicais
populares e
experiência urbana
Coordenação: Simone
Pereira de Sá
11h15 às 13h
Palestra com o Prof. Dr. Michael GODDARD
Psychogeography, Urban Music Scenes and Mobile Mapping Methods: Transdisciplinary
Pedagogical Experiments in the Mapping of Scenes in Cidade Baixa 2014-2015
Cena das Bandas de Rua no Rio de Janeiro: experiência sonora urbana no
espaço público
Lucimara RETT
Na cidade do Rio de Janeiro, a ocupação do espaço púbico notadamente se expande, tanto
nos movimentos sociais e manifestações políticas, como nas manifestações culturais, sobretudo no que tange a cena musical. Desde o ano de 2012 observa-se um movimento de
novas Bandas de Rua que vem tomando corpo e identidade. A relação desses músicos com
o espaço público é bem diferente do que se conhecia por música de rua e arte pública até
então. Esta proposta consolida uma pesquisa exploratória que, até o momento, consistiu em
um estudo etnográfico da autora, que atua como produtora de bandas de rua do Rio de Janeiro desde 2013. Além da observação participante no período 2013-2015, foram realizadas,
em 2016, entrevistascom os músicos das bandas mais representativas, a fim de se ter uma
cronologia do movimento na cidade. A partir dessa primeira aproximação, são despertadas
algumas inquietações para a pesquisa, tais como a representação social desses grupos e
a ressignificação da música marginalizada no contexto do mainstream, a comunicação dos
artistas com seu público e a curadoria popular, o consumo e a produção de sentido despertada por tal experiência urbana sonora, a questão das paisagens sonoras urbanas e doplace
branding musical.
Dos sons da Cohab: narrativas sônicas e raps nas experiências urbanas de
uma cena musical popular do sul do Brasil
Luana Zambiazzi dos SANTOS
Neste trabalho busco apresentar uma cena musical urbana através das narrativas sônicas de
uma Cohab, conjunto habitacional popular da cidade de São Leopoldo, Região Metropolitana
de Porto Alegre/RS. A partir de um enquadramento metodológico etnográfico voltado para
o deslocamento na cidade, a etnografia de rua e da escuta, procurei compreender como
seus habitantes interpretavam a dimensão sônica e como ela dinamizava suas experiências
urbanas. Discuto como a multiplicidade e a intensidade sonora vividas localmente estão imbricadas a narrativas globais em favor de uma diversidade cultural, retomando e gerando
constrangimentos e conflitos nesse cenário popular urbano, frequentemente narrado a partir
de seus estigmas. Entidades capazes de afetar territórios sociais urbanos, os sons de ensaios
da escola de samba, de toques das casas de religião, de ensaios da fanfarra da escola local,
entre outras sonoridades vibrantes de espaços de sociabilidade e situações de passagem,
eram captados, interpretados e transformados em narrativas pelos cohabeiros. Entre esses
sons, acompanho políticas de participação musical entre rappers trabalhadores, percebendo
como testemunham o cotidiano da cidade, descortinando conflagrações urbanas. Aponto,
então, certo ethos sônico cohabeiro, ferramenta conceitual que pode ser relevante para refletir
sobre cenas musicais urbanas e populares da contemporaneidade e para os Sound Studies.
sexta- feira
26/08
MESA 6
Cenas musicais
populares e
experiência urbana
Coordenação: Simone
Pereira de Sá
11h15 às 13h
A cena musical dos bailões: um todo à parte em meio a região metropolitana de Porto Alegre
Henrique Ramos REICHELT
O presente trabalho tem o objetivo de apresentar alguns resultados parciais decorrentes de
pesquisa etnográfica realizada junto a rede de bailões populares da periferia de Porto Alegre.
As casas noturnas que promovem os bailões nunca se ativeram a um gênero musical especifico, mas, a partir dos anos 2000, pode-se identificar a prevalência de dois tipos distintos
de bandas: as de “tchê music” (que misturam música gaúcha ao pop nacional e internacional)
e as chamadas “bandinhas” (que misturam música alemã ao pop nacional e internacional).
Embora estejam vinculadas a diferentes tradições e apropriações do musical, é comum que
estes grupos dividam o palco de uma mesma festa, afinal a principal modalidade de dança
de salão praticada pelo público é a igualmente “híbrida” dança do maxixe, em ambos os
casos. O fenômeno descrito acima é interessante para pensar como a experiência musical
é construída em uma dada cena musical. Se esta se caracteriza por uma dinâmica social e
simbólica “fluida”, no caso contemporâneo dos bailões ela não deixa de ser atravessada por
fortes demarcadores relativos à identidade regional e a uma classificação sociocultural periférica.
Mulheres Bateristas: Gênero e Estranhamento na Região Metropolitana
Gaúcha
Bibiana da Silva de PAULA
Bateristas: Vozes do Ritmo se trata de um trabalho de conclusão do curso Jornalismo da
Ufpel defendido em 2015/2. O mesmo contou com a produção de um documentário audiovisual, que teve como tema mulheres bateristas e percussionistas. O trabalho abordou
questões de identidade e gênero relacionadas à vivência das percussionistas no exercício de
sua profissão, tangenciadas por fatores culturais e históricos. Foram discutidos no trabalho
o envolvimento que as bateristas tem com o meio musical, da mesma forma que as ações
de inclusão e incentivo realizadas por elas, na cena musical feminista de Porto Alegre. As
entrevistas aconteceram em Porto Alegre e região metropolitana. Para a proposta do evento
Mapeando Cenas da Música Pop, serão abordados os aspectos em que a pesquisa teve
relação com as cenas musicais e experiência urbana de Porto Alegre.
SO36 – a cena musical em Berlim
Luciana Fagundes HAUSSEN
A cena musical de Berlim é impactante. A cidade alemã foi (e é) local para osurgimento de
novas tendências que revolucionam as sonoridades e as práticas relacionadas ao consumo e
produção musical.O distrito de Kreuzberg– código postal SO36 (SüdOst 36) - é emblemático para o entendimento desses processos. O local já foi habitado pelas grandes massas de
trabalhadores que chegavam a Berlim no século 18, criando as primeiras “favelas” da cidade.
Foi bombardeado durante a Segunda Guerra Mundial e cortado pelo muro que dividiu a
capital durante a Guerra Fria.
Kreuzberg também abrigou as primeiras ocupações de prédios (squatting), na década de
80, e as formas alternativas de vida que aí eram experimentadas. Foi em Kreuzbergque os
movimentos musicais Punk, New Wave, No Wave e NDW (NeueDeutschWelle)produziram
seus primeiros acordes. E, até o final dos anos oitenta, Kreuzberg refletia a atitude outsider de
Berlim. Criatividade, ausência de perspectivas futuras e a mentalidade de destruição, andavam juntas nas ruas e espaços públicos- com a proposta de romper com todas as formas
estéticas convencionais - em uma zona livre, negligenciada e viva, à sombra do muro de
Berlin. O presente estudo propõe a análise da cena musical desta região de Berlim, a partir
do dos registros do clube noturno SO36, que em 2016 completa 37 anos.
sexta- feira
26/08
almoço
13h ás 14h
MESA 7
Arquivos e
arqueologias da
música pop
Coordenação: Michael
Goddard
14h às 16h
Da retromania à arqueologia nostálgica da mídia: retornos do passado tecnocultural na música eletrônica gaúcha
Marcelo Bergamin CONTER
Paola SARTORI
Em texto precedente, efetuamos o mapeamento de artistas de música eletrônica gaúcha
cuja obra apresenta algum tipo de arqueologia da mídia. Isto é, obras contemporâneas que
ressignificam o arquivo sonoro e audiovisual da web que lida com tecnologias obsoletas e
gêneros musicais com estéticas futuristas, mas datados. Para o presente artigo, solicitamos
aos artistas mapeados que respondessem questionários online cujas perguntas estão relacionadas às seguintes temáticas: retromania e nostalgia na música pop; arqueologia da mídia;
produção amadora; e cenas musicais. Com os dados, esperamos reconhecer os modos
particulares através dos quais os artistas ressignificam o passado midiático; as reconfigurações politicas, estéticas, culturais e de linguagem que estão definindo as tendências da
música eletrônica contemporânea gaúcha; se há ou não uma cena local de arqueologia da
música na música eletrônica; e como os artistas relacionam as memórias transnacionais com
suas memórias locais.
Ruínas da Música Pop: Uma Proposta de Arqueologia do Noise Music
Guilherme Malo MASCHKE
Visamos entender como o noise music - compreendido como um estilo musical – utiliza-se
dos meios de produção da música pop (guitarras, pedais, microfones, percussão) de modo
não convencional. Pervertendo suas finalidades e explorando seus recursos até atingir resultados extremos. Nos servimos dos recursos metodológicos da arqueologia da mídia principalmente no que tange as questões levantadas por seus autores em relação as condições
de existências das mídias. A pergunta capital baseada nas reflexões de Jussi Parikka (2012, p.
18) pode ser sintetizada como: Considerando o contexto da música pop, quais as condições
de existência do noise? Quais os recursos técnicos, midiáticos e discursivos possibilitaram
(e possibilitam) sua existência? Ademais, a arqueologia em sua proposta de pensar a história
das mídias á contra pelo, também nos aproxima de um autor muito caro nós, qual seja, Walter
Benjamin (Huhtmano, Erkki; Parikka, Jussi, 2011). Buscamos aproximar este autor tanto em
sua influência ao desenvolvimento da arqueologia da mídia, quanto em seus conceitos e sua
utilização por outros para compreensão das artes de vanguarda.
sexta- feira
26/08
MESA 7
Arquivos e
arqueologias da
música pop
Coordenação: Michael
Goddard
14h às 16h
Back to black: o que há de novo nas velhas prensas
José Cláudio Siqueira CASTANHEIRA
As recentes inaugurações de fábricas de vinil no país, algumas delas aproveitando equipamentos antigos descartados, trazem algumas questões interessantes sobre o modo como o
vinil se reinsere nas atuais dinâmicas de mercado e de consumo de música. Uma das facetas desse retorno que mais chama a atenção é a construção de uma narrativa que opõe as
demandas do mercado mainstream a um consumo “alternativo”, de nicho, preocupado tanto
com a qualidade artística quando sonora do que se ouve.
Alguns artistas e empresários, defendendo modelos alternativos de produção e distribuição
(vide lançamentos patrocinados por crowdfunding, como no caso de Selvática, de Karina
Buhr) e beneficiando-se do desmanche da antiga infraestrutura das majors, se posicionam
criticamente ao modelo industrial dominante e, por tabela, a uma face menos personalista,
mais descentralizada e menos tangível do capitalismo tardio.
Ao retirar do ferro-velho, literalmente falando, os despojos da linha de produção de inspiração
fordista que imperou na indústria fonográfica desde o início do século XX, os novos fabricantes de vinil declaram uma maior identificação com o trabalho artesanal do que propriamente
com a ideia de indústria.
Este trabalho procura localizar, tanto na fala desses novos atores quanto na internacionalização dessa cadeia de produção e consumo, sintomas dessas mudanças. Para tornar o
cenário menos óbvio é necessário atentar, igualmente, para as novas estratégias da produção
mainstream e para apropriação por esta desse mesmo nicho de mercado.
“But Don´t Forget The Songs That Saved Your Life”: The Smiths, You Tube e
a febre do arquivo no pop contemporâneo
Thiago Pereira ALBERTO
Na presente proposta de artigo, analisaremos o YouTube como um espaço “heterotópico”,
como aponta Foucault (2003), um lugar onde se faz possível a ideia de tudo acumular; espécie de arquivo geral, que possibilita a vontade de encerrar em um só espaço todos os tempos, todas as épocas, todas as formas, todos os gostos, atuando assim como um imenso
repositório da experiência subjetiva na contemporaneidade. Essa noção é pensada aqui no
armazenamento digital da memória no YouTube como também um novo território de fronteiras fluidas, que já não se confunde com o aqui (espaço) e agora (tempo) da ação imediata,
indo muito além do seu apelo como inovação tecnológica. No contexto da música pop, tensionaremos esta ideia a partir da leitura de Reynolds (2011) da febre arquivista no ambiente da
cultura pop e em como essa nostalgia é ancorada em um porto infindável como o YouTube.
Como objeto de análise, selecionaremos alguns vídeos da banda britânica The Smiths, um
dos maiores patrimônios musicais da cena de Manchester nos anos 1980 e em como seus
(poucos) registros visuais oficiais permitem estas escavações afetivas.
sexta- feira
26/08
MESA 7
Arquivos e
arqueologias da
música pop
Coordenação: Michael
Goddard
14h às 16h
Coffe Break
“Que linha liga o teu coração ao meu?” – Arqueologia da mídia e o “Acústico-Sucateiro” da Apanhador Só
Belisa GIORGIS
O trabalho apresenta reflexão sobre a criação de experiência musical a partir do elemento fita
cassete no álbum “Acústico-Sucateiro” (2011) da Apanhador Só, banda de rock independente
de Porto Alegre. O álbum, gravado numa sala de estar, trazia releituras da banda, com arranjos em que, junto com instrumentos como o violão e o baixo, foram utilizados objetos como
panela, móbile de chaves etc. Era possível baixar o álbum pelo site, mas foi encontrada uma
forma de mobilização em torno dele, possível e potencializada pelo contexto da cibercultura:
o lançamento em fita cassete. A aquisição acontecia pelo site, nos shows ou ainda por escambo, em que cinco fitas eram trocadas por uma. Busca-se no estudo verificar a importância do contexto contemporâneo para a oportunização do trabalho cultural independente. Ao
mesmo tempo, observa-se a relevância de ações de diferenciação para a visibilização deste
trabalho, neste caso, com o desenvolvimento da relação com o público por meio de objeto
de desejo com rastros de outro tempo. O referencial teórico traz arqueologia da mídia, com
Siegfried Zielinski (2006); e questões da cibercultura, com André Lemos (2005), desdobrando-se na reconfiguração do mercado fonográfico, com Ticiano Paludo (2010).
Exposição e banca.
16h às 16h30
MESA 8
Produtores de rock
e música eletrônica
no Rio Grande do
Sul
Coordenação: Carol
Govari Nunes
16h30 às 18h
Ticiano Paludo
Frank Jorge
Madblush
Liege Milk
sexta- feira
26/08
poa/mcr
21h
PANAMÁ (AFTER) PAPERS
Panamá Studio Pub
Rua José do Patrocínio, 963
Cidade Baixa, Porto Alegre
SHOWS
The Gentrificators
Moldragon
DISCOTECAGEM
Michael Goddard
Simone Pereira de Sá
Adri Amaral
Lola Sartori
Carol Nunes
*Entrada gratuita*
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