ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DE MOFO BRANCO DO FEIJOEIRO Faber de Souza Pereira1, Larissa Pacheco Borges1, Gesiane Ribeiro Guimarães1, Alex da Silva1, Rogério Nunes Gonçalves1, Lucas Roberto de Carvalho2, Itamar Rosa Teixeira3 1.Pós-Graduandos em Produção Vegetal na Universidade Estadual de Goiás, unidade de Ipameri ([email protected]) 2.Pós-Graduando em Engenharia Agrícola na Universidade Estadual de Goiás, unidade de Anápolis 3.Professor Doutor na Universidade Estadual de Goiás, unidades de Anápolis e Ipameri Ipameri - Brasil Recebido em: 30/09/2013 – Aprovado em: 08/11/2013 – Publicado em: 01/12/2013 RESUMO O mofo branco é uma das principais doenças que afetam o feijoeiro. É causado por Sclerotinia sclerotiorum, fungo que pode atacar mais de 408 hospedeiros e se encontra mundialmente distribuído. Culturas, como o feijão, soja, algodão, alface, repolho, tomate, girassol, amendoim e ervilha, entre diversas espécies de plantas daninhas, como o picão, carrapicho, caruru e vassoura que também são suscetíveis. O patógeno tem sido introduzido em novas áreas principalmente por intermédio de sementes infectadas com o micélio do fungo no tegumento e também contaminadas com os escleródios, que são as estruturas de resistência do fungo. O mofo branco ocorre na maioria das lavouras irrigadas depois de poucos anos de cultivo de feijão devido, especialmente, ao uso de grãos na semeadura, sem controle fitossanitário adequado. Medidas isoladas não são suficientes no controle do mofo branco na cultura do feijão, sendo necessário o uso de práticas de maneira simultânea. As medidas de controle do S. sclerotiorum devem ser tomadas em conjunto, visando impedir a entrada do patógeno em áreas onde a doença não ocorre e reduzir as condições de ambiente favoráveis ao desenvolvimento da doença. A adoção de estratégias de controle de forma integrada permite a manutenção de inoculo em níveis baixos e também o convívio com a doença no campo. PALAVRAS-CHAVE: Sclerotinia sclerotiorum; Mofo branco; Feijão comum; Controle. STRATEGIES TO CONTROL WHITE MOLD OF BEAN ABSTRACT The white mold is a major disease which affect bean. It is caused by Sclerotinia sclerotiorum, a fungus that can attack more than 408 hosts and is distributed worldwide. Crops, such as common bean, soybeans, cotton, lettuce, cabbage, tomato, sunflower, peanuts and peas, among several other weed species such as pick, cocklebur, pigweed and broom are also susceptible. The pathogen has been introduced into new areas mainly through seeds infected with the fungus mycelium ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 1354 2013 and also in the integument contaminated with sclerotia, which are the structures of the fungus resistance. The white mould occurs in most irrigated crops after a few years of cultivation of beans, especially due to the use of seeds for planting, without adequate control of diseases and pests. Measures alone are not sufficient to control the white mould, necessitating the use of practices simultaneously. Measures to control S. sclerotiorum be taken along in order to prevent entry of the pathogen in areas where the disease does not occur and reduce the environmental conditions conducive to disease development. The adoption of control strategies in an integrated servicing of inoculum at low levels and also living with the disease in the field. KEYWORDS: Sclerotinia sclerotiorum; white mold; common bean; control. INTRODUÇÃO A doença conhecida como mofo branco, podridão da haste de esclerotinia ou podridão branca de esclerotinia, é causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, pertencente ao Filo Ascomycota, Classe Discomycetes, Ordem Helotiales e família Sclerotiniaceae. Este patógeno é cosmopolita e inespecífico, podendo infectar mais de 408 espécies de plantas entre elas, monocotiledôneas e dicotiledôneas. A espécie S. sclerotiorum é conhecida e estudada desde 1837 e está distribuído mundialmente (GÖRGEN, 2009). Essa doença ocorre em um grande número de países, principalmente de clima temperado e subtropical (BIANCHINI et al., 2005). Na cultura do feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris), existem diversos patógenos de importância epidemiológica que causam prejuízos à qualidade das sementes, dentre os quais, S. sclerotiorum (Lib.) de Bary. Este pode sobreviver em sementes por mais de três anos e, através delas estabelecer a doença em novas áreas. BIANCHINI et al. (2005) comentam que em áreas com histórico dessa doença, pode ocorrer sérios problemas, pois este patógeno é um dos mais destrutivos do feijoeiro comum, capaz de causar 100% de perdas na produção, sobretudo pela dificuldade de controle. O mofo branco, é um problema do feijão na safra de inverno no Brasil, sob irrigação por pivô central (PAULA JÚNIOR et al., 2009). Além da cultura do feijão que é muito suscetível a doença destaca-se também: soja, girassol, canola, ervilha, alfafa, fumo, tomate, algodão, nabo forrageiro e batata, além de algumas plantas daninhas (GARCIA et al., 2012; JULLIATTI et al., 2013). CICLO DO MOFO BRANCO A propagação e o desenvolvimento do mofo branco é influenciada pelas condições ambientais e certas práticas agronômicas. A doença tende a se concentrar em áreas localizadas do campo (reboleiras) e raramente afeta totalmente o campo (SCHWARTZ et al., 2012). O fungo, S. sclerotiorum (Lib.) De Bary, produz estruturas de resistência denominadas escleródios (Figura 1-A), dentro e na superfície dos tecidos colonizados, que retornam ao solo com os resíduos da cultura e são responsáveis pela sua sobrevivência (LEITE, 2005). Para ABDULLAH (2008), os escleródios desempenham papel importante no ciclo de vida de S. sclerotiorum pois sob condições favoráveis e na presença de um hospedeiro suscetível, o escleródio germina e produz micélio (germinação miceliogênica), que penetra diretamente nos tecidos da base da planta, ou forma apotécios (germinação carpogênica) (Figura 1ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 1355 2013 B), que emergem na superfície do solo e liberam os ascósporos, infectando principalmente as flores. Os escleródios são compostos por três camadas distintas: uma parede grossa rica em melanina, responsável pela coloração negra dos escleródios, uma parede fina (córtex) e a medula branca, que nada mais é do que o micélio dormente do fungo. A melanina confere resistência aos escleródios às condições adversas do solo fazendo com que estes permaneçam viáveis por vários anos, mesmo na ausência de plantas hospedeiras (GÖRGEN, 2009). De acordo com VELUCHAMY & ROLLINS (2008), após a germinação dos escleródios, a estipe do apotécio exige a exposição a comprimentos de onda de luz de raios UVA para o desenvolvimento da fertilidade. Figura 1: (A) Estrutura de resistência: Germinação do apotécio. Escleródios; (B) Os escleródios são viáveis por mais de cinco anos e podem germinar através da produção de micélios ou apotécios (RODRÍGUEZ et al., 2006). Os fatores ambientais condicionantes da germinação carpogênica do escleródio incluem temperatura, umidade do solo e profundidade em que o escleródio encontra-se no solo. A espécie hospedeira também pode estimular a germinação de escleródios, por meio de exsudatos radiculares e pelo microclima formado sob o seu dossel (GÖRGEN et al., 2009). O ciclo de vida da S. sclerotiorum (Figura 2) é dependente das condições ambientais e das fases da cultura. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 1356 2013 Figura 2: Ciclo de vida da Sclerotínia sclerotiorum Fonte: (SCHWARTZ et al., 2012) A germinação do escleródio pode ser carpogênica (Figura 3-A) ou miceliogênica (Figura 3-B). A produção de apotécios, órgãos de reprodução sexuada a partir dos escleródios, é chamada de germinação carpogênica e parece ser a mais comum. A germinação miceliogênica, por sua vez, é caracterizada pelo crescimento de hifas a partir de microporos presentes nos escleródio (GÖRGEN, 2009). Figura 3: (A) Germinação carpogênica; (B) Germinação miceliogênica. Uma característica marcante deste fungo é a capacidade de, a cada ciclo da doença, formar grande quantidade de escleródios. Após permanecer no solo exposto as condições ideais de temperatura e umidade, os escleródios germinam formando novos micélios e apotécios que ejetam milhões de ascósporos para o dossel vegetativo (Figura 4). Segundo BIANCHINI et al. (2005), os ascósporos ejetados aderem a parte aérea da planta e uma parte é disseminada pelo vendo a curtas distancias. Outra forma de disseminação, não menos importante, é através da semente, como micélio dormente no endosperma, o que viabiliza o transporte do patógeno a longas distâncias (SCHWATZ et al., 2012). ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 1357 2013 Figura 4: Ascósporos ejetados pelos apotécios Fonte: (COBB & DILLARD, 2004). Vários fatores podem determinar o tipo de germinação, entre eles, as condições ambientais e a quantidade de nutrientes disponíveis no escleródio. Conforme REIS et al. (2011), a germinação dos escleródios é mais dependente do teor de água do substrato do que sua composição nutricional. As infecções no campo ocorrem principalmente durante as condições ideais de umidade. Como exemplo dos fatores ligados às condições de infecção tem-se a irrigação, alta população de plantas, espaçamento entre plantas, crescimento vegetativo exuberante, altura da plantas e data de floração. CLARKSON et al. (2003), consideram que a liberação de ascósporos ocorre tanto durante o dia quanto à noite e que a duração do período de liberação pode variar de 36 a 168 horas, havendo declínio quando a umidade relativa do ar atinge valores entre 65 e 75%. A condição ótima no solo para formação de apotécios ocorre quando, por um período de 10 a 14 dias, a umidade for menor que 50% da capacidade de campo e a temperatura entre 15°C e 17 ,8°C. Contudo, apotécios podem ser formados em solos com temperaturas entre 4,4°C a 30°C, o que significa que eles podem ser produzidos ao longo de todo o período vegetativo e reprodutivo da cultura, se a umidade for suficiente. Cada apotécio pode produzir de 2 até 30 milhões de ascósporos durante um período de até 10 dias. Os ascósporos podem germinar na superfície de tecidos saudáveis, mas não podem infectar a planta sem uma fonte de nutriente exógeno e um filme de água. Normalmente, o ascósporo coloniza primeiro o material vegetal morto ou em senescência, utilizando-o como fonte nutritiva. Flores senescentes são as mais importantes fontes primárias de nutrientes, muitas vezes caídas sobre folhas, pecíolos ou caules, muito embora quase todos os tecidos danificados possam ser colonizados. Após o primeiro crescimento saprofítico, o fungo penetra diretamente em tecidos vegetais saudáveis e intactos. A umidade é importante para ambos, colonização da flor e infecção do tecido sadio. Para MUELLER et al. (2002), a colonização de ascósporos em flores causa a infecção primária, conforme comentado anteriormente, enquanto infecção secundária também pode ocorrer em folhas, pecíolos e hastes, com o contato direto com as flores infectadas e plantas adjacentes doentes. Depois de colonizar os tecidos mortos, o fungo pode invadir diretamente ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 1358 2013 tecidos saudáveis e produzir as típicas podridões, crescimento do mofo branco micelial, e novamente formando escleródios, completando o ciclo da doença (SCHWATZ et al., 2012). SINTOMAS DO MOFO BRANCO NO FEIJOEIRO Como S. sclerotiorum possui uma vasta gama de hospedeiros, não há um sintoma específico resultante do ataque do patógeno. Contudo os sinais são fidedignos do ataque por S. sclerotiorum em qualquer espécie hospedeira: a formação de micélio cotonoso, de coloração branca a castanha amarelada com a presença de escleródios pretos, de tamanho e forma irregulares (GÖRGEN, 2009). A planta infectada apresenta, inicialmente, lesões inicialmente aquosas, onde crescem, formando o abundante micélio tomando todo órgão afetado da planta (BIANCHINI et al., 2005). As características do mofo branco são observadas inicialmente nas áreas cultivadas após a floração do feijoeiro. A doença progride com as manchas ou lesões em folhas infectadas, caules, ramos e vagens que em última análise, aumenta em uma massa aquosa apodrecida de tecido que fica coberta por um crescimento fúngico branco (Figura 5-A). Infestação em caules e ramos provoca a morte das plantas infectadas, assumindo uma aparência branqueada e seca (Figura 5-B). A doença pode progredir rapidamente dentro e entre plantas adjacentes (SCHWATZ et al., 2012). Figura 5: (A) Sintomas de mofo branco no feijoeiro; (B) Plantas de feijoeiro atacadas por mofo branco Fonte: (LOBO JÚNIOR et al., 2009). MANEJO DO MOFO BRANCO Para BARBOSA et al. (2012), os métodos de controle do mofo branco, por serem limitados, devem ser tomados em conjunto para se tornarem mais eficientes. Primeiramente, deve-se fazer todo o possível para impedir a entrada do patógeno em áreas onde a doença ainda não foi observada, pois, uma vez presente, é muito difícil erradicá-lo. É essencial, o uso de sementes sadias, certificadas, de procedências conhecidas e tratadas com fungicidas recomendados e registrados para a cultura e a doenças. Deve-se também proceder à limpeza minuciosa dos implementos agrícolas, principalmente no caso de terem sido utilizados em áreas onde a doença já tenha sido constatada e evitar condições ambientais que favoreçam o desenvolvimento do patógeno (BARBOSA et al., 2012). ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 1359 2013 Para a realização de um manejo integrado de doenças, faz-se necessário conhecer o ciclo da doença, o histórico da área, o sistema de cultivo, as variações climáticas características do local, a realidade do produtor e definir as táticas agronômicas. Estas táticas significam reduzir a população do patógeno na área, reduzir a taxa de progresso da doença, aumentar a resistência das plantas, modificar o ambiente tornando-o desfavorável à doença e favorecer antagonistas para o controle biológico (GÖRGEN, 2009). Práticas agronômicas, tais como manejo de irrigação, densidade de plantas e hábitos de crescimento são estreitamente relacionadas com o ciclo de vida do patógeno e no manejo da doença (SCHWATZ et al., 2012). A avaliação da gama de agressividade da populações de S. sclerotiorum no cultivo do feijoeiro e o monitoramento de ano para ano alterando a estrutura da população no interior do cultivo podem contribuir para uma eficiente estratégia de manejo para controlar a doença causada por S. Sclerotiorum nesta cultura (KULL et al., 2004). ESTRATÉGIAS DE CONTROLE As estratégias de controle do mofo branco no feijoeiro não devem ser definidas isoladamente e sim através de um manejo buscando adequar as condições da lavoura ao menor grau possível de condições ideais para o desenvolvimento da doença. Para PAULA JÚNIOR et al. (2006) a adoção de estratégias de controle de forma integrada permite a manutenção de inóculo em níveis baixos e o convívio com a doença no campo. A seguir serão citados mais detalhadamente vários métodos de diminuição, prevenção e controle da doença no manejo do mofo branco no feijoeiro. MELHORAMENTO Até os dias atuais não existem no mercado cultivares melhoradas resistentes a S. sclerotiorum (BARBOSA et al., 2012). Contudo, PAULA JÚNIOR et al. (2006) consideram que há certas cultivares tolerantes à doença no campo, principalmente as de porte mais ereto que permitem maior circulação do ar, insolação e o menor contato das folhas e das vagens com os restos de cultura na superfície do solo, e que pode amenizar o problema. ROTAÇÃO A rotação com plantas pertencente a família Poaceae (Gramineae) é de grande importância, pois essa não é suscetível ao patógeno, com isso quando o mesmo completar o seu ciclo a cultura nada irá sofrer por não ser suscetível. Desta forma, irá reduzir o banco patogênico presente no solo, reduzindo assim o potencial de inoculo para os próximos cultivos de culturas suscetíveis, como é o caso do feijoeiro (PAULA JÚNIOR et al., 2006). Práticas de rotação e preparo do solo podem ser benéficos para a redução do número de escleródios e sua capacidade de germinar e formar apotécios que produz esporos dentro do campo, reduzindo assim o potencial de perdas de produção no feijoeiro (SCHWATZ et al., 2012). A combinação de um esquema adequado de rotação de culturas com o plantio direto pode reduzir as perdas em áreas contaminadas. Essa combinação faz com que os escleródios sejam mantidos superficialmente no solo, onde estão mais sujeitos a ciclos de molhamento e secagem. Isso faz com que surjam rachaduras nas paredes dos escleródios, o que os torna suscetíveis ao ataque de vários ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 1360 2013 microrganismos (PAULA JÚNIOR et al., 2006). USO DE IMPLEMENTOS E O BENEFICIAMENTO DE SEMENTES Segundo BARBOSA et al. (2012), um dos fatores de disseminação da doenças é o uso de implementos, no qual carregam o patógeno de uma área para outra. Lavar as máquinas, como os tratores, colhedoras, pulverizadores e diversos implementos que operaram em áreas infectadas por mofo branco é de grande importância para evitar a entrada do patógeno em outras áreas na qual essas máquinas ou implementos irão também operar. Locais contaminados devem ser colhidos por último, para que reduza a contaminação das sementes e a disseminação do patógeno pela máquina nas outras áreas ainda sem a presença do patógeno. O beneficiamento de sementes é de suma importância devido a introdução do patógeno em novas áreas, devido ao uso de sementes infectadas com o micélio do fungo no tegumento ou então contaminadas com os escleródios. Normalmente a contaminação das sementes de feijão ocorre durante o enchimento das vagens, a partir da infecção delas e posteriormente durante a trilha das plantas, com os escleródios de S. sclerotiorum desprendendo-se das plantas doentes durante essa operação. O inoculo transportado com as sementes pode ser eliminado durante o processo de beneficiamento (PAULA JÚNIOR et al., 2006). PRÁTICAS CULTURAIS Práticas culturais que minimizam o crescimento excessivo do feijoeiro também são benéficos. Plantio adensado e alto crescimento provoca temperaturas mais baixas e condições mais úmidas na copa, favorecendo o desenvolvimento do mofo branco (SCHWATZ et al., 2012). Conforme PAULA JÚNIOR et al. (2006), o uso de cultivares de porte ereto propicia arejamento, causando menor intensidade da doença, devido à menor condição ideal ao patógeno e ajuda a reduzir a infecção em plantas vizinhas. As altas populações de plantas e o adensamento entre linhas influenciam nas condições do dossel, com excessivo crescimento que estimulam o desenvolvimento do mofo branco, em especial em campos com um histórico da doença (SCHWATZ et al., 2012). SEMENTES SADIAS O uso de sementes sadias é de extrema importância para evitar a introdução do patógeno em novas áreas, pois o principal meio de infestação é através de sementes contaminadas com o micélio do fungo no tegumento e também com escleródios aderidos a elas (BARBOSA et al., 2012). De acordo com as Regras para Análise de Sementes – RAS (BRASIL, 2009), existem regras para análise de sementes de todas as culturas. Com o foco em S. sclerotiorum, as amostras de sementes da cultura do feijão devem passar pelos seguintes patossistemas e métodos: BT: Incubação em substrato de papel ou “Blotter test”; IV: Inspeção visual da amostra de semente e RP: Incubação em rolo de papel. Através desses processos, sabe-se que o lote da semente amostrada está ou não com o patógeno, com isso auxiliando na estratégia de manejo do controle de doença. O uso de sementes certificadas é garantia para o agricultor de investimento em materiais recomendados pela pesquisa com pureza genética e alta percentagem de germinação. No que diz respeito à qualidade sanitária das sementes, o controle ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 1361 2013 atual é relativamente rígido, mas não há 100% de garantia de que elas estejam livres do patógeno. Alguns laboratórios estão credenciados a fazer testes de detecção de sementes infectadas pelo patógeno, neste sentido, semente certificada não é necessariamente sinônimo de semente sadia (PAULA JÚNIOR et al., 2006). Embora os escleródios sejam considerados a principal fonte de inóculo deste tipo de doença é importante entender que todo o processo parte de uma fonte introduzida, que ocorre principalmente por ocasião da semeadura. Este tipo de inoculo pode constituir-se, do ponto de vista epidemiológico, uma fonte alternativa capaz de garantir a disseminação deste patógeno em áreas de cultivo (MACHADO, 2011). Contudo, em trabalho conduzido por BOTELHO et al. (2013) foi constatado a importância do potencial do inóculo inicial de S. sclerotiorum na forma micelial associado às sementes de feijão, tanto na disseminação do patógeno quanto nos danos diretos causados no campo, reduzindo o potencial produtivo das plantas emersas. Em glebas não infestadas pelo patógeno, onde o feijão irá ser cultivado pela primeira vez, deve-se tomar uma providência importante: encomendar semente sadia de uma instituição de pesquisa idônea. Mesmo com o patógeno presente na área, o cuidado com a qualidade de sementes deve continuar, pois novos focos da doença podem surgir se continuarem a usar sementes contaminadas. Alguns cuidados devem ser tomados na aquisição de sementes como: não adquirir sementes de áreas com histórico da doença; exigir teste de sanidade do lote de sementes; rebeneficiar as sementes adquiridas; tratar as sementes com fungicidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA (PAULA JÚNIOR et al., 2006). IRRIGAÇÃO Áreas irrigadas com histórico de mofo branco sofrem mais com os prejuízos causados pela doença, devido a severidade da mesma e a dificuldade de controle (BARBOSA et al., 2012). Esse uso eficiente da água na irrigação é importante, pois o desenvolvimento da doença depende do solo úmido sob o dossel. A infecção pode ser bastante reduzida mantendo a superfície do solo seca o quanto possível, principalmente durante o enchimento e maturação das vagens (SCHWATZ et al., 2012). Para PAULA JÚNIOR et al. (2006), o manejo adequeado da irrigação, a aplicação uniforme da água com regas mais pesadas e menos frequentes ajudam a reduzir a umidade do solo e das plantas, com isso diminui as condições ideais para o desenvolvimento do patógeno. Quando possível, a irrigação deve ser orientada pelo uso de tensiômetros, que indicam o momento adequado para que seja feita a irrigação. CALAGEM E ADUBAÇÃO PAULA JÚNIOR et al. (2006) consideram que o uso de calcário e a aplicação de fertilizantes contendo cálcio tem sido sugerido como estratégia de controle do mofo branco, considerando que o cálcio ajuda a estimular os mecanismos de defesa da planta e a aumentar a tolerância das plantas à doença. Deve-se evitar a adubação nitrogenada em excesso em áreas com histórico da doença para que não ocorra crescimento abundante e contato das folhagens e das vagens com o solo, isso principalmente quando for utilizado cultivares prostrada e de crescimento ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 1362 2013 vigoroso. CONTROLE BIOLÓGICO E PLANTIO DIRETO Conforme BARBOSA et al. (2012), o revolvimento no solo realizado no sistema de manejo convencional, ajuda a disseminar os escleródios presentes, pois ao revolver o solo, os escleródios ficam expostos ao ambiente e podem ser facilmente levados pela água, implementos e animais. No plantio direto, a cobertura morta formada pela palhada no solo é de grande importância para criar uma barreira física e evitar a disseminação dos ascósporos. Isso também é importante para favorecer aos antagonistas condições ideias no solo, para que os mesmos possam sobreviver e realizar suas funções benéficas (BARBOSA et al., 2012). O Sistema Santa-Fé possibilita a obtenção de palhada de alta qualidade, adequada à condução do sistema plantio direto (SPD) em condições tropicais. Em área altamente infestada por S. sclerotiorum, a eficiência da palhada de braquiária como barreira física à produção de apotécios é considerada como premissa para o controle biológico deste patógeno nos sistema de plantio direto. CLARKSON et al. (2003) consideram que a produção de palhada é eficiente em reduzir a população de escleródios no solo, que representam a principal fonte de inoculo e é também a parte fundamental no ciclo de vida do patógeno. A severidade do mofo branco em diferentes hospedeiros de S. sclerotiorum é, em geral, proporcional à densidade de inoculo do patógeno no solo. Portanto, a redução da população de escleródios é essencial para o controle efetivo do mofo branco, que, além disso, também deve bloquear a formação de apotécios e a ejeção de ascósporos, minimizando a produção de novos escleródios pelo controle preventivo da doença na parte aérea do feijoeiro (GÖRGEN et al., 2010). O plantio direto bem conduzido desfavorece a ocorrência do mofo branco a curto e longo prazo (BARBOSA et al., 2012). De acordo com POMELLA & RIBEIRO (2009), o controle biológico com Trichoderma pode reduzir o número de aplicações de fungicidas e possivelmente, eliminar esse prática, dependendo das condições ambientais, da severidade da doença e do manejo que vem sendo realizado. Tratamentos químicos de sementes podem ser substituídos por tratamentos biológicos, trazendo econômia e benefícios sociais e ambientais. Alguns fungos do gênero Trichoderma são capazes de colonizar e destruir escleródios (KIM & KNUDSEN, 2008). SARROCCO et al. (2006) considera que os fungos que pertencem ao gênero Trichoderma, recebe uma considerável atenção como potenciais agentes de biocontrole contra uma vasta gama de fungos de solo patogênicos de plantas comuns. A sua utilização tem o potencial de reduzir consideravelmente a quantidade de fungicidas químicos usados na agricultura (CARPENTER et al., 2008; ZANCAN et al., 2010). Para CARPENTER et al. (2005), as espécies de fungo de solo Trichoderma atingem o controle biológico de patógenos fúngicos de plantas através da antibiose, micoparasitismo e competição, ou combinações destes mecanismos. Micoparasitismo implica na atividade degradante de enzimas das paredes das células incluindo as proteases, quitinases e glucanases. Para VINALE et al. (2010), além dos efeitos citados, os efeitos diretos sobre fitopatógenos de alguns agentes de biocontrole promove o crescimento das plantas, aumenta a disponibilidade de nutrientes, melhorar a produção agrícola e aumentar a resistência a doenças ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 1363 2013 O gênero Trichoderma compreende um grande número de estirpes fúngicas que atuam como agentes de controle biológico, as propriedades antagonistas de que são baseados na ativação de vários mecanismos. As cepas de Trichoderma podem exercer o biocontrole de fungos fitopatógenos indiretamente, competindo por espaço e nutrientes, modificando as condições ambientais, estimulando o crescimento das plantas e vegetais com mecanismos de defesa e antibióticos, ou diretamente, através de mecanismos como micoparasitismo (VERMA et al., 2007). Para VINALE et al. (2008), o controle biológico envolve o uso de organismos benéficos que reduzem o efeitos negativos de patógenos de plantas e promove respostas positivas pela planta. Supressão da doença, tal como mediada por agentes de biocontrole, é consequência das interações entre a planta, patógenos, e a comunidade microbiana. A aplicação de antagonistas (Trichoderma) ajuda a reduzir a intensidade da doença, reduzindo o potencial de inóculo. No solo, objetiva a redução do inóculo inicial, ao propiciar o parasitismo e a morte dos esclerodios. Na parte aérea, por meio da aplicação de suspensões de esporos de agentes de controle biológico, pode contribuir para a redução do inóculo secundário e da dispersão do inóculo, ao proporcionar a inibição da germinação dos ascósporos ou a ocupação de sitios de infecção na planta (PAULA JÚNIOR et al., 2006). CARVALHO (2011) considera que o tratamento de sementes com T. harzianum reduz a incidência de Aspergillus, Cladosporium, e S. sclerotiorum em sementes de feijão comum 'Jalo Precoce'. Segundo BAE & KNUDSEN (2006), a umidade do solo e a temperatura amena são favoráveis para o crescimento de hifas de T. harzianum. De acordo com QUEIROZ et al. (2004), resultados de ensaios de campo testando o efeito de controle biológico de T. harzianum indicam que este fungo funciona eficientemente sob diferentes condições ambientais, protegendo várias culturas e controlando patógenos de diversas plantas. Para PAULA JÚNIOR et al. (2006), as aplicações com produtos à base de Trichoderma são mais eficientes quando feitas em solo contendo matéria orgânica ou palhada sobre o solo. Para o controle do mofo branco no feijoeiro, é recomendável que as aplicações sejam feitas por volta dos 20 dias após a emergência das plantas, pois a sombra projetada pelo dossel das plantas protege os conídios do antagonista da desidratação, causada por vento, calor e dos raios ultravioletas. A temperatura ótima para o seu desenvolvimento é de 20 a 22o C. Os produtos comerciais à base de Trichoderma, Trichodermax, Biotrich, Ecotrich e Trichodermil estão entre os comercializados no Brasil, no entanto os três últimos sem o registro no MAPA para o controle fitossanitário de S. Sclerotiorum no feijoeiro. De acordo com MELO et al. (2006), uma linhagem de Aspergillus terreus mostrou in vitro atividade antagônica ao patógeno de planta S. sclerotiorum (Lib.) de Bary. A interacção entre a A. terreus e escleródios revelou a micoparasita. Quebra celular por parasitar a parede celular foi observada no interior das células por microscopia eletrônica de varredura. Em um dos seus estudos voltados ao manejo de mofo branco conduzido por GÖRGEN (2009), verificou-se que houve maior proporção de escleródios parasitados por Trichoderma em tratamentos com aplicação do antagonista e braquiária com massa seca estimada em 10,1 Mg ha-1. Houve interação entre os efeitos da palhada de braquiária e das doses de T. harzianum no número de escleródios parasitados por Trichoderma spp. Dessa forma, pode-se afirmar que a formação de cobertura pode se tornar primordial para a utilização de controle biológico em grandes culturas, já que a atividade biocontroladora foi maior no ambiente formado pela palhada. Ainda nesse estudo, a ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 1364 2013 maior proporção de escleródios parasitados em tratamentos com braquiária pode também ter sido facilitada pela germinação carpogênica de escleródios durante o cultivo das gramíneas e ser responsável pelo esgotamento dos escleródios que dificilmente germinam novamente. Além de bloquear a produção de apotécios, que necessitam de luz para completar o desenvolvimento, a palhada de B. ruziziensis também contribuiu para o aumento do parasitismo de escleródios. PAULA JÚNIOR et al. (2006) afirmam que a intensidade do mofo branco é menor quando o feijão é plantado sobre palhada de milho, braquiária ou arroz, o que parece relacionado com a maior atividade biológica de inimigos naturais do fungo em áreas de plantio direto. Conforme FERRAZ et al. (1999) e FERGUSON & SHEW (2001), os efeitos da palhada na germinação de apotécios também foram demonstrados em condições controladas. Além da barreira física, a redução da luminosidade sobre o solo pode atrasar em várias semanas a produção de apotécios e reduzir seu tamanho. A palhada de braquiária proporciona cobertura eficiente e duradoura para o solo em regiões de clima tropical. As braquiárias podem ser manejadas em sistemas de integração lavoura-pecuária ou como cultura para cobertura do solo, o que permite a produção de palha com maior volume e maior durabilidade em comparação a milho, sorgo ou milheto. Embora estudos tenham demonstrado o potencial promissor do controle biológico do mofo branco do feijoeiro, ainda faltam estudos de eficiência agronômica e o registro de produtos no MAPA para viabilizar seu uso em larga escala no campo (PAULA JÚNIOR et al., 2006). Apesar de haver diversos trabalhos demonstrando a eficiência de Trichoderma no manejo de mofo branco no feijoeiro, existe apenas um produto registrado atualmente para esse fim na cultura do feijão, cujo T. Asperellum é o principio ativo do produto comercial Trichodermax, na dose de 1000 ml/ha. MANEJO QUÍMICO Os fungicidas é o método mais usado no controle de doenças causadas por S. sclerotiorum. Planos de manejo para o controle de mofo branco se beneficiariam de uma tática implementado com base na necessidade durante o período de crescimento. Os fungicidas oferecem essa flexibilidade e também aumenta o controle preventivo da doença no feijoeiro (MUELLER et al., 2002). Para PAULA JÚNIOR et al. (2006), a aplicação de fungicidas ajudam a previnir a doença e também a reduzir sua intensidade. O uso de sementes tratadas com fungicidas sintéticos e agentes de biocontrole ocasiona redução da disseminação de patógenos para áreas indenes e reduz a transmissão de doenças no campo, contribuindo para uma maior densidade de plantas (CARVALHO et al., 2011). Seu efeito de erradicação de patógenos e de proteção contra doenças nas fases de pré e pós-emergência possibilita economia no estabelecimento da lavoura. O tratamento de sementes, por requerer pouco volume do produto, representa apenas 0,1% a 0,5% do custo total da produção. O tratamento de sementes é um eficiente método para controle do patógeno e redução de formação de escleródios a partir de sementes infectadas. MUELLER et al. (1999), obtiveram controle superior a 98% na redução de escleródios formados a partir de sementes em dois anos de estudo, pelo uso de fludioxonil, thiram e captan + pentachloronitrobenzene + thiabendazole. Considerando que 2% de sementes infectadas em um hectare, representam mais de 6.000 potenciais pontos de infecção em uma população de 300.000 plantas/ha, o risco de infestação é alto. As flores servem como fonte de energia para iniciar a infecção dos ascósporos ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 1365 2013 em plantas saudáveis, porque as pétalas são os locais de colonização primária, então a aplicação de fungicidas devem ser dirigidas a elas. Isso atingindo especialmente as partes mais baixas do dossel da cultura. Uma vez estabelecida, infecções podem se espalhar para as folhas, pecíolos, entrenós e também para as plantas adjacentes através do contato com plantas doentes (MUELLER et al., 2002). Colaboram para a limitação da tecnologia de aplicação, as dificuldades de ajuste do momento da aplicação com a liberação de ascósporos, bem como dificuldades em atingir o terço inferior da planta, onde é o alvo principal dos fungicidas e normalmente está a maioria das lesões do patógeno (GÖRGEN, 2009). Em trabalho de MULLER et al. (2002) com fungicidas para o controle do mofo branco na cultura do feijoeiro verificou-se que o controle foi inconsistente, principalmente devido a dificuldades em conseguir uma boa cobertura com os fungicidas em épocas de aplicação em relação à liberação dos ascósporos. O nível de controle estava diretamente relacionada ao número de flores no interior da cobertura das plantas tratadas com o fungicida. Por exemplo, a metade inferior do dossel do feijoeiro recebe pouco ou nenhum fungicida com uma aplicação aérea. Na literatura, recomenda-se a fazer aplicações quando 80 a 100% de plantas têm um ou mais flores e vagens pequenas, sendo fundamental proteger as flores (SCHWATZ et al., 2012). Existem produtos químicos registrados para a cultura do feijão voltados para o manejo de mofo branco (Quadro I). Estão disponíveis no mercado produto voltados para o tratamento de sementes, protetores e também específicos (curativos) para o manejo da doença. Quadro I: Produtos químicos registrados para o manejo de mofo branco na cultura do feijão. Associados a outras medidas de controle, alguns fungicidas como fluazinam, procimidone, tiofanato metílico e carbendazim (esse último sem registro para o controle de mofo branco na cultura do feijão) tem sido amplamente utilizados contra o mofo branco no feijoeiro; os dois últimos com menor especificidade (FURLAN, ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 1366 2013 2011). Para PAULA JÚNIOR et al. (2009); o fluazinam é mais eficiente que o procimidone na redução do crescimento micelial de S. Sclerotiorum. Conforme FURLAN (2011), além de outras práticas recomendadas, sugere-se no manejo da doença a alternância destes produtos, visando maximizar o efeito sobre as diferentes etapas de desenvolvimento do fungo S. sclerotiorum, e assim evitar possível surgimento de isolados resistentes. Para PAULA JÚNIOR et al. (2006) o controle químico de forma preventiva tem sido recomendado no início da floração, geralmente com duas aplicações espaçadas de dez dias em áreas onde a doença esteja disseminada e em épocas favoráveis à sua ocorrência. CONSIDERAÇÕES FINAIS 1 - Para se realizar uma estratégia ideal para o manejo de mofo branco no feijoeiro, devem-se levar em conta todas as práticas possíveis de serem usadas na lavoura, desde a escolha da área e a aquisição da semente até a colheita e o beneficiamento. 2 - Todas as etapas possuem momentos propícios de disseminação ou contaminação do patógeno, no qual resultará em prejuízos em produção e consequentemente em ganhos econômicos. 3 - Todo procedimento a ser realizado visa evitar a entrada do patógeno em áreas ainda não infectadas ou minimizar as perdas nas áreas contaminadas, sendo que em momento algum ocorrerá à eliminação geral do S. sclerotiorum das áreas já contaminadas, na qual essas áreas tendem somente a crescerem. 4 - Todas as estratégias a serem tomadas tem como objetivo minimizar as contaminações e os danos, pois é possível conviver com o patógeno na área e, sobretudo, obter grandes produtividades, mesmo com a presença da doença. 5 - Diante de um grande problema como o S. sclerotiorum e de inúmeras táticas de manejo para o controle desse patógeno, fica a cargo do produtor em realizar essas estratégias de controle ou não, sendo que em áreas já contaminadas esses manejos certamente já fazem parte do operacional da propriedade. 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