DEPARTAMENTO DE CIRURGIA PÉLVICA PADRONIZAÇÃO DE CONDUTAS E ROTINAS TERAPÊUTICAS Dr. Gustavo Cardoso Guimarães Dr. Fabio de Oliveira Ferreira Dr. Ademar Lopes FICHA CATALOGRÁFICA Preparada pela Biblioteca da Fundação Antônio Prudente Padronização de condutas e rotinas terapêuticas Hospital A.C.Camargo, Departamento de Cirurgia Pélvica. 2 ed.- São Paulo: 156p. Vários colaboradores Descritores: 1. Câncer - diagnóstico. 2. Câncer - tratamento. 3. Oncologia - diagnóstico. 4. Fundação Antônio Prudente ISBN (ON-LINE) 978-85-88433-08-3 ISBN (impresso) 978-85-88433-07-6 ………………………………………………………….NLM QZ 200 Capa, projeto gráfico e diagramação: Leoart Design PADRONIZAÇÃO DE CONDUTAS E ROTINAS TERAPÊUTICAS Dr. Gustavo Cardoso Guimarães Dr. Fabio de Oliveira Ferreira Dr. Ademar Lopes DEPARTAMENTO DE CIRURGIA PÉLVICA • Padronização de condutas e rotinas terapêuticas • Tumores de cólon, reto e ânus • Tumores colorretais hereditários • Tumores urológicos • Sarcomas de partes moles • Tumores ósseos • Disseminação peritoneal das neoplasias - cirurgia citorredutora e quimioterapia intraperitoneal hipertérmica 8 DEPARTAMENTO DE CIRURGIA PÉLVICA Padronização de Condutas e Rotinas Terapêuticas CoordenaçãO Dr. Ademar Lopes - CRM 21092 organização Dr. Gustavo Cardoso Guimarães - CRM 80506 Dr. Fábio de Oliveira Ferreira - CRM 72794 Revisão Departamento de Cirurgia Pélvica Dr. Ademar Lopes - CRM 21092 Dr. Adriano Carneiro da Costa - CRM 126790 Dr. Alexsander Koroiwa Bressan - CRM 109915 Dr. Carlos Alberto Ricetto Sacomani - CRM 72398 Dr. Fábio de Oliveira Ferreira - CRM 72794 Dr. Francisco Paulo da Fonseca - CRM 44006 Dr. Gustavo Cardoso Guimarães - CRM 80506 Dra. Luciola Assunção Alves - CRM 80668 Dr. Rodrigo Souza Madeira Campos - CRM 84397 Dr. Samuel Aguiar Jr. - CRM 84495 Dr. Stênio de Cássio Zequi - CRM 69358 Dra. Sueli Akiko Nakagawa - CRM 82918 Dr. Wilson Bachega Jr. - CRM 53560 Dr. Wilson Toshihiko Nakagawa - CRM 59519 Dr. Wu Tu Chung - CRM 53732 Departamento de Oncologia Clínica Dr. Celso Abdon Lopes de Mello - CRM 100667 Dr. Jose Augusto Rinck Junior - CRM 94128 Departamento de Radioterapia Dra. Maria Leticia Gobo Silva - CRM 107075 9 índice Prefácio........................................................................................................... 11 Deveres dos médicos residentes...................................................................... 12 Direitos dos médicos residentes....................................................................... 13 Critérios de avaliação dos médicos residentes................................................. 15 Preparo intestinal............................................................................................ 17 Uso de antibióticos......................................................................................... 19 Cuidados com pacientes cirúrgicos.................................................................. 22 Avaliação pré-anestésica................................................................................. 23 Pólipos e câncer colorretal: rastreamento e vigilância ..................................... 24 Adenocarcinoma do cólon.............................................................................. 28 Adenocarcinoma do reto ................................................................................ 36 Tumores colorretais hereditários...................................................................... 48 Carcinoma do canal anal................................................................................. 58 Sarcomas de Partes Moles............................................................................... 65 Cirurgia citorredutora e Quimioterapia intraperitone hipertérmica.................. 72 Osteosarcoma ................................................................................................. 79 Condrossarcoma............................................................................................. 85 Tumor de ewing.............................................................................................. 87 Metástases Ósseas......................................................................................... 92 Carcinoma espinocelular do Pênis................................................................... 96 Carcinoma de células Transicionais de Bexiga................................................. 107 Adenocarcinoma da Próstata .......................................................................... 118 Tumores do Testículo....................................................................................... 135 Tumores Renais............................................................................................... 146 10 Prefácio O Centro de Tratamento e Pesquisa HOSPITAL DO CÂNCER A. C. Camargo tem como finalidades básicas a assistência médica, o ensino e a pesquisa. Pela natureza da própria oncologia, melhores resultados são obtidos com o tratamento integrado e multidisciplinar, diferenciando um hospital especializado de um hospital geral que trata câncer. A padronização de procedimentos para diagnóstico, estadiamento e seguimento de pacientes com câncer é a única forma de se acumular experiência, apresentar resultados e propor mudanças com a finalidade de beneficiar os pacientes, mesmo se considerando as rápidas mudanças que podem ocorrer em função dos avanços científicos. A padronização terapêutica seguramente é o método mais apropriado para o oncologista (cirurgião, clínico, radioterapêuta) cumprir a sua responsabilidade nas áreas de ensino e pesquisa, contribuindo para uma melhor assistência. O oncologista deve ainda estar preparado para participar e/ou utilizar-se das descobertas do laboratório de pesquisa básica na prática clínica diária. Com esses conhecimentos biológicos e clínicos, padronização de procedimentos e prontuários bem elaborados, somados aos compromissos dos profissionais da área e de um Hospital que se propõe a ensinar, pesquisar e dar assistência médica de boa qualidade, a produção científica se torna uma conseqüência natural. Dentro dessas premissas, o Departamento de Cirurgia Pélvica edita periodicamente as padronizações terapêuticas relativas aos tumores de cólon, reto, ânus, colorretais hereditários, urológicos, ósseos, sarcomas de partes moles e, a partir dessa edição, uma proposta para o tratamento da disseminação peritoneal das neoplasias através de cirurgia citorredutora associada à quimioterapia intraperitoneal hipertérmica. Além disso, informações relativas à organização estrutural e funcional do departamento, critérios de avaliação dos residentes, cuidados com pacientes cirúrgicos, uso de antibióticos e preparo intestinal, segundo as normas do departamento, fazem parte da edição. Agradacemos aos Departamentos do nosso Hospital que conosco participaram para a elaboração deste manual, com a certeza de que o beneficiário final será o paciente com câncer. Dr. Ademar Lopes Diretor do Departamento de Cirurgia Pélvica 11 Deveres dos médicos residentes Estar sempre de posse do BIP/telefone para atendimento das intercorrências com pacientes internados e emergências. Os pacientes deverão ser vistos pelo residente do departamento e não pelo plantonista do hospital; Responder prontamente aos chamados; Medicar os pacientes internados antes do início das atividades (cirurgias, atividades didáticas, ambulatório) durante a semana e antes das 9:00 horas aos sábados, domingos e feriados; Avaliar os pacientes que são internados em até 30 minutos após a internação, exceção feita às urgências, que deverão ser atendidas de imediato; Visitar os pacientes internados pelo menos duas vezes ao dia (uma pela manhã e outra ao final do dia) e, em casos especiais, quantas vezes forem necessárias. Comunicar ao titular responsável as intercorrências; Estar presente no horário nas atividades didáticas complementares e no ambulatório quando não houver atividade no centro cirúrgico; Preparar adequadamente os casos para a visita; Comparecer às reuniões de seminários às 4as feiras (7:00 as 8:00hs); Organizar no livro de cirurgias o agendamento cirúrgico; Chegar ao Centro Cirúrgico 15 minutos antes da hora programada para o ato operatório; Manter o prontuário em ordem e completo (anexar ao prontuário cópias dos exames feitos fora do hospital); Não se ausentar das atividades do hospital sem aviso e consentimento da chefia imediata; Preencher corretamente os avisos de internação, avisos de cirurgia, guias de AIH, relatórios médicos, pedidos de exames, resumo de admissão e resumo de alta, assim como outros formulários que sejam necessários; Tratar com respeito os colegas, paramédicos e, sobretudo, os pacientes; Usar o avental padronizado pelo hospital ou roupa branca e o crachá de identificação; Orientar os pacientes na alta quanto ao retorno para curativos: data, local, horário e nome do médico. Deixar com o paciente o pedido de guia para curativos; Fazer a prova de avaliação cognitiva ao final do estágio. 12 Direitos dos médicos residentes 1. Ter o médico titular a disposição para orientar no atendimento ambulatorial e junto aos pacientes internados (o residente não pode atender no ambulatório sem a presença do titular); 2. Ter o titular localizável para orientar no atendimento das emergências ou intercorrências clínicas, quando necessário; 3. Ter o titular disponível para participar do ato operatório como cirurgião ou auxiliar, conforme escala pré-estabelecida; 4. Ter orientação para a produção de trabalhos científicos, preparo de casos clínicos e outras atividades didáticas; 5. Questionar, dentro de princípios éticos, as condutas do departamento; 6. Participar das atividades de atendimento ambulatorial, enfermaria e centro cirúrgico; 7. Ter um programa pré-estabelecido das atividades didáticas complementares: aulas, seminários, cursos, congressos, discussão de casos clínicos; 8. Realizar atos cirúrgicos assistidos pelo titular responsável pelo paciente, quando demonstrar conhecimentos cognitivos e psicomotores para tal; 9. Ser tratado com respeito e princípios éticos pelos membros da equipe; 10. Ter um BIP/telefone para responder aos chamados dos membros da equipe, telefonista, enfermagem, emergências e interconsultas. Outras atividades didáticas Também são consideradas atividades didáticas complementares, com presença obrigatória, as reuniões científicas do corpo clínico às quartas-feiras. Conta-se como atividade didática complementar a participação em cursos, congressos e seminários etc. Ao residente “senior” do 3º ano é permitida a inscrição e freqüência, como aluno especial, nos cursos das disciplinas de pós-graduação da FAP, para obtenção de créditos para o mestrado; aqueles que tiverem interesse em fazer pós-graduação deverão, no início do estágio, procurar elaborar e desenvolver um projeto de pesquisa, sob a orientação do Departamento. 13 Lembretes • Os critérios de avaliação ao final do estágio estão na apostila de rotinas e programações terapêuticas do Departamento. • A prova é obrigatória para todos os residentes. Aqueles que não comparecerem no dia da avaliação, receberão nota zero neste item. • Os residentes “seniors” deverão dividir eqüitativamente os pacientes internados com os residentes “juniors”, Assim, os casos operados por residentes “seniors” deverão ser prescritos pelos mesmos (não é função do residente “junior” prescrever os casos operados por residentes “seniors”, inclusive nos finais de semana). • Os casos deverão ser apresentados nas visitas pelo residente que participou da cirurgia. • Pedimos a colaboração dos residentes para comparecerem às visitas de final de semana (“juniors” e “seniors”). O horário da visita será estabelecido pelos titulares responsáveis, conforme escala. • O coordenador/orientador (médico titular do Departamento) é o responsável pelo preparo das apresentações junto aos residentes, assim como, pela coordenação da reunião. • • As reuniões terão o seguinte formato: Apresentação de um caso previamente escolhido e preparado que representa o tema do dia, seguida da apresentação de um artigo científico relacionado. • Após a apresentação do artigo, serão apresentados os casos de pacientes internados e casos para decisão de conduta; Na apresentação dos casos, sempre que possível, os exames de imagem devem ser mostrados. • OBS: todos os residentes deverão estudar previamente o assunto do dia, pois serão convidados a comentar o tema sob seus diferentes aspectos: etiologia, quadro clínico, diagnóstico diferencial, história natural da doença, estadiamento, conduta (tratamento), taxas de sobrevida, aspectos do seguimento e atualidades. 14 Critérios de avaliação dos médicos residentes Avaliação afetiva • relacionamento com colegas, pacientes e pessoal paramédico; • cuidados com o prontuário: anamnese, exame físico, observação dos protocolos, horário de prescrição; • cuidados com pacientes no pré e pós-operatório; • pontualidade: ambulatório, centro cirúrgico, atividades didáticas, atendimentos de emergência, plantões. Avaliação psicomotora • exame dos pacientes; • desempenho no ato cirúrgico. Avaliação cognitiva • atividades didáticas; • desempenho na prova. OBS: Nota igual ou maior que 7 (sete) é pré-requisito para o residente candidatar-se ao estágio anual da especialidade no departamento (R3). Todos os titulares darão nota. Avaliação Peso Afetiva 3 Psicomotora 3 Cognitiva 4 15 RESIDENTE Médico Titular Afetiva Psicomotora Atividades didáticas Prova Média Média Média Nota Média x 3 Média x 3 Notas parciais (Média +Prova) /2 x4 Notas parciais x pesos Nota Final Soma das notas parciais x pesos / 10 16 Preparo intestinal O Departamento de Cirurgia Pélvica é responsável por um grande número de operações sobre o trato gastrointestinal. Por esta razão, decidiu-se pela padronização de uma forma de preparo intestinal de fácil execução, curta duração e baixa morbidade, com pouco desconforto para o paciente, a pequeno custo e com alta confiabilidade. O objetivo desse informe não é analisar as várias controvérsias relativas ao tema, mas sim o de relatar a padronização adotada no serviço. A seguir, encontramos um modelo de prescrição que poderá ser utilizado na maioria das vezes. A depender das condições clínicas e da patologia de cada paciente, as correções necessárias deverão ser feitas no sentido de evitar distúrbios volêmicos e metabólicos e garantir a eficácia do preparo. Modelo de prescrição - véspera da cirurgia: 1. Dieta líquida sem resíduos. Jejum após as 22h 2. SG 5%- 1000 ml } NaCl 20% KCl 19,1%- - 20 ml } EV 8/8 hs. Início às 20h 10 ml } 3. Medicações de uso prévio (conforme orientações da avaliação pré-anestésica) 4. Sintomáticos Observações: 1. O tipo de preparo intestinal (com manitol ou enteroclisma de solução glicerinada) deverá ser discutido com o médico titular do caso. 17 Referências • • • • • • • 18 Hayashi MS, Wilson SE. Is there a current role for preoperative non-absorbable oral antimicrobial agents for prophylaxis of infection after colorectal surgery? Surg Infect (Larchmt). 2009 Jun;10(3):285-8. Review Pineda CE, Shelton AA, Hernandez-Boussard T, Morton JM, Welton ML. Mechanical bowel preparation in intestinal surgery: a meta-analysis and review of the literature. J Gastrointest Surg. 2008 Nov;12(11):203744. Epub 2008 Jul 12. Review Wille-Jørgensen P, Guenaga KF, Matos D, Castro AA. Pre-operative mechanical bowel cleansing or not? an updated meta-analysis. Colorectal Dis. 2005 Jul;7(4):304-10. Review Guenaga KF, Matos D, Castro AA, Atallah AN, Wille-Jørgensen P. Mechanical bowel preparation for elective colorectal surgery. Cochrane Database Syst Rev. 2005 Jan 25;(1):CD001544. Review. Update in: Cochrane Database Syst Rev. 2009;(1) Wille-Jørgensen P, Guenaga KF, Castro AA, Matos D. Clinical value of preoperative mechanical bowel cleansing in elective colorectal surgery: a systematic review. Dis Colon Rectum. 2003 Aug;46(8):1013-20. Review. Guenaga KF, Matos D, Castro AA, Atallah AN, Wille-Jørgensen P. Mechanical bowel preparation for elective colorectal surgery. Cochrane Database Syst Rev. 2003;(2) Muller-Stich BP, Choudhry A, Vetter G, Antolovic D, Mehrabi A, Köninger J, Weitz J, Büchler MW, Gutt CN. Preoperative bowel preparation: surgical standard or past? Dig Surg. 2006;23(5-6):375-80 Uso de antibiótico O uso de antibióticos no Departamento de Cirurgia Pélvica obedece as regras gerais para uso de antibióticos em cirurgia. Duas situações distintas fazem parte da rotina: o uso profilático e o uso terapêutico. Para tanto, tem importância o conhecimento da flora bacteriana mais provável nos diferentes sítios cirúrgicos, assim como a classificação dos tipos de intervenções, a saber: • • • • Limpa: sem falhas na assepsia; sem abertura de órgão muscular oco; Potencialmente contaminada: com abertura de órgão muscular oco, sem derramamento de secreção; Contaminada: falha na assepsia; abertura de órgão muscular oco com derramamento de secreção; presença de inflamação aguda, sem pus; Infectada: presença de pus ou víscera perfurada. Adotando-se essa classificação, as taxas de infeção pós-operatória aproximamse de 5%, 15%, 25% e 40%, respectivamente para intervenções limpas, potencialmente contaminadas, contaminadas e infectadas. Com base nos princípios mencionados, temos adotado a seguinte padronização em colaboração com a SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar) de: 1. Cirurgias Limpas Não utilizar antibióticos. A depender das características do paciente e da operação, fazer profilaxia com Cefazolina (Kefazol). Os pacientes que apresentam fatores de risco classicamente associados a aumento na incidência de infecção (doença reumatóide, diabetes mellitus, idade avançada, obesidade, desnutrição, terapia imunossupressora, tempo prolongado de cirurgia), devem ser considerados para a realização de antibioticoprofilaxia. Os pacientes submetidos a cirurgias limpas com colocação de próteses devem receber profilaxia antibiótica segundo protocolo anexo 19 PROFILAXIA ANTIMICROBIANA EM CIRURGIA - PÉLVIS CIRURGIA INDUÇÃO REPETIÇÃO DURAÇÃO INTRA-OP PÓS-OP NÃO INDICADO Postectomia NÃO INDICADO Varicocelecomia NÃO INDICADO Vasectomia NÃO INDICADO Nefrectomia CEFAZOLINA 2g EV 1g 4/4h INTRA-OP Orquiectomia com Colocação de Prótese CEFAZOLINA 2g EV 1g 4/4h 8/8h ATÉ 24h Prostatectomia Aberta CEFAZOLINA 2g EV 1g 4/4h INTRA-OP RTU da Próstata ou Bexiga CEFAZOLINA 2g EV 1g 4/4h INTRA-OP Prótese Peniana CEFUROXIMA 1,5g EV 750mg 4/4h 750mg 8/8h 48h Biópsia da Próstata Transretal CIPROFLOXACINA 500mg VO 2h antes 12/12h até 24h Estudos Urodinâmico de Alto Risco NORFLOXACINA 400mg VO 12/12h Até 24h Cirurgias com Manipulação de Intestino CEFOXITINA 2g EV 1g 2/2h 1g 6/6h Até 24h Ortopedia – Sem Material de Osteossintese CEFAZOLINA 2g EV 1g 4/4h Ortopedia – Com Material de Osteossintese CEFAZOLINA 2g EV Orquiectomia 1g 4/4h INTRA-OP 8/8h Até 24h Fonte: SCIH Hospital A.C.Camargo 2010 20 1. Cirurgias Potencialmente Contaminadas Profilaxia com Cefoxitina sódica (Mefoxin) Pré-operatório: Cefoxitina (Mefoxin) - 1,0 g EV na indução anestésica. Trans-operatório: Cefoxitina (Mefoxin) - 1,0 g EV 6/6 h. Pós-operatório: Cefoxitina (Mefoxin) - 1,0 g EV 6/6 h. Suspender em 24 h. OBS: Para os pacientes em preparo intestinal, seguir a rotina padronizada (em anexo) 2 .Cirurgias Contaminadas e Infectadas (agente etiológico não conhecido) Uso terapêutico. A) Cirurgias colo-proctológicas Associar Ceftriaxone (Rocefin) e Metronidazol (Flagyl) Ceftriaxone (Rocefin) - 1,0 g EV 12/12h. Metronidazol (Flagyl) - 500 mg EV 8/8h. Iniciar quando do diagnóstico de contaminação ou achado de infecção. Manter por 7 dias até reavaliação ou identificação do agente etiológico. B) Cirurgias outras Iniciar antibioticoterapia empírica com base na maior probabilidade de atingir a flora bacteriana do sítio cirúrgico em questão. Reavaliar mediante identificação do agente etiológico e evolução clínica. 3. Infecções pós-operatórias e infecções em sítios não cirúrgicos: Iniciar antibioticoterapia empírica com base na maior probabilidade de atingir a flora bacteriana do sítio em questão. Antibioticoterapia dirigida por antibiograma mediante isolamento do agente etiológico. 21 Cuidados com pacientes cirúrgicos Cuidados pré-operatórios • Avaliação clínica e/ou pré-anestésica • Tipagem sanguínea • Exames específicos a depender da indicação clínica • Reserva de sangue e derivados • Reserva de UTI • Solicitar com antecedência materiais especiais: • Grampeadores mecânicos: circulares de 29 e 33 mm de diâmetro • Grampeadores lineares rígidos ou flexíveis de 30, 45 e 60 mm • Grampeadores lineares cortantes de 75 mm • Bolsas de colostomia de duas peças • Sistema fechado de drenagem por aspiração de baixa pressão • Jackson Pratt ou Blake • Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para procedimento terapêutico, diagnóstico e para coleta de material (Modelo próprio do Hospital) Cuidados com o prontuário no pré-operatório • Solicitar ao paciente ou responsável que assine o termo de responsabilidade padronizado pelo hospital (consentimento informado), contendo autorização para coleta de material biológico para banco de tumores e projeto genoma humano; • Checar se o prontuário encontra-se devidamente preenchido (história, antecedentes pessoais e familiares, interrogatório sobre os diversos aparelhos, exame físico, exame loco-regional) Cuidados Intra-operatórios • Antibioticoterapia profilática segundo padronização • Anticoagulação profilática • Medidas de prevenção de hipotermia Pós-operatório imediato • Deve ser prevista a necessidade de UTI, semi-intensivo ou enfermaria a depender da indicação clínica • Fisioterapia motora e respiratória • Exames laboratoriais de controle de acordo com a indicação clínica • Atenção com preenchimento do pedido de exame anatomopatológico e anotações no prontuário (nota operatória, prescrição, descrição da operação) 22 Coleta de material • Avisar o departamento de patologia para coleta de material para o banco de tumores; • No caso de tumores de reto, nas lesões T3, o patologista deve medir a invasão do mesorreto em milímetros; • No caso de carcinoma de canal anal, colher material para pesquisa de HPV por ocasião da biópsia Avaliação pré-anestésica Recomendação sumária de exames pré-operatórios Coagulograma Eletrólitos Uréia Creatinina Glicemia de Jejum Rx. de Tx E.C.G. Hb / Ht Sem anteced. patólógicos Obs.: mulher = SIM homen = >40a média / gde porte >40a * >65a *Tabag. >20a maço *cirurgia de gde porte * >50a *cirurgia de gde porte Doença Cardiovasc. Doença renal Diabetes Doença pulmonar Doença do S.N.C. Doença Hepática SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM >40a SIM *>65a * Tabag >20 a maço *cirurgia de gde porte * >65a *Tabag >20a maço *cirurgia de gde porte * >65a * Tabag. >20a maço *cirurgia de gde porte * >65a * Tabag. >20a maço * cirurgia de gde porte * > 50a *cirurgia de gde porte * > 50a *cirurgia de gde porte SIM SIM * >65a *cirurgia de gde porte Preparo de Cólon Cirurgia de grande porte SIM SIM * >50a *cirurgia de gde porte * >65a *cirurgia de gde porte SIM SIM SIM SIM SIM SIM Preparo de Cólon SIM Cirurgia de grande porte Cirurgia de grande porte Cirurgia de grande porte Cirurgia de grande porte Cirurgia de grande porte * >65a *cirurgia de gde porte Preparo de Cólon SIM Pacientes submetidos à RADIOTERAPIA torácica ou cervical: Raio X de Tórax e ECG Pacientes submetidos à QUIMIOTERAPIA recente: ECG, TGO,TGP, Hemograma,Coagulograma Pacientes que fazem uso de corticoesteróides : Glicemia e Eletrólitos Pacientes que fazem uso de anticoagulantes: Coagulograma e Hemograma Pacientes portadores de doença hepática: TGO e TGP ( além dos citados acima) Fonte: Departamento de Anestesia - Hospital A.C.Camargo 23 Pólipos e câncer colorretal: rastreamento e vigilância Detecção precoce de adenomas colorretais e câncer colorretal: diretrizes para o rastreamento na população de risco médio (indivíduos assintomáticos com idade ≥ 50 anos, sem fatores de riscos adicionais). Testes que detectam pólipos adenomatosos e câncer Retossigmoidoscopia flexível (inserção até 40cm ou até a flexura esplênica) A cada 5 anos Colonoscopia A cada 10 anos Enema baritado de duplo contraste A cada 5 anos Colonografia por Tomografia A cada 5 anos Testes que primariamente detectam câncer Intervalo gPSOF de alta sensibilidade para câncer Anual FIT de alta sensibilidade para câncer Anual sDNA de alta sensibilidade para câncer 24 Intervalo Não definido Diretrizes para rastreamento e vigilância para detecção precoce de adenomas colorretais e câncer na população de risco aumentado. Categoria Recomendação Comentário (1) Risco aumentado – antecedente de pólipo em colonoscopia prévia A Pequenos pólipos hiperplásicos no reto Opções de rastreamento recomendadas para população de médio risco. Seguir diretrizes da população de médio risco, exceto na polipose hiperplásica (seguimento mais intensivo) B 1 ou 2 adenomas com displasia de baixo grau Colonoscopia 5 a 10 anos após a polipectomia inicial Considerar fatores clínicos para determinação do intervalo (colonoscopia prévia, história familiar, preferências do paciente e julgamento médico) C 3 a 10 adenomas ou 1 adenoma > 10mm ou componente viloso ou displasia de alto grau Colonoscopia 3 anos após a polipectomia inicial Os adenomas devem ter sido completamente removidos. Se colonoscopia de seguimento revelar categoria (1)B, o intervalo de controle deve ser de 5 anos D > 10 adenomas em único exame Colonoscopia < 3 anos após a polipectomia inicial Considerar a possibilidade de síndrome familiar não diagnosticada E Adenomas sésseis removidos em “piecemeal” Colonoscopia em 2 a 6 meses para verificar se houve remoção completa Se remoção completa, o intervalo para colonoscopia de vigilância deve ser individualizado com base no julgamento do endoscopista e do patologista 25 Categoria Recomendação Comentário (2) Risco aumentado – pacientes com câncer colorretal (CCR) A CCR c/ colonoscopia pré-op. incompleta Colonoscopia 3 a 6 meses após a ressecção se ausência de metástases irressecáveis; alternativa de colonoscopia intraoperatória A CTC com contraste endovenoso ou EBDC são alternativas para avaliação pré-operatoria B CCR c/ colonoscopia pré-op. completa e ressecções curativas Colonoscopia 1 ano após a ressecção (ou 1 ano após a colonoscopia realizada para avaliação completa do cólon) Após retossigmoidectomia por câncer de reto, avaliação para detecção de recidiva local em intervalos de 3 a 6 meses nos primeiros 2 a 3 anos. Se a colonoscopia de 1 ano for normal, o intervalo até o próximo exame é de 3 anos. Se a colonoscopia de 3 anos for normal, o intervalo até o próximo exame é de 5 anos. Na evidência de HNPCC ou achado de adenomas, seguir recomendação da categoria (3) Risco aumentado – história familiar 26 A Câncer colorretal ou pólipos adenomatosos em um parente de 1º grau < 60 anos ou em dois ou mais parentes de 1º grau em qualquer idade Colonoscopia com início aos 40 anos ou 10 anos antes do caso mais jovem da família, a cada 5 anos Se colonoscopia de vigilância for normal, controle a cada 5 anos. Diante do colonoscopia alterada, seguir categoria conforme o achado B Câncer colorretal ou pólipos adenomatosos em um parente de 1º grau ≥ 60 anos ou em dois parentes de 2º com câncer colorretal Colonoscopia ou outras opções de rastreamento recomendadas para população de médio risco com início aos 40 anos Os indivíduos devem escolher o teste para rastreamento Diretrizes para rastreamento e vigilância para detecção precoce de adenomas colorretais e câncer na população de alto risco. Categoria Recomendação Comentário Alto risco 1. 2. 3. A Diagnóstico molecular de FAP ou suspeita de FAP sem teste molecular Retossigmoidoscopia flexível anual para determinar se o indivíduo expressa o fenótipo e para orientar aconselhamento genético e considerar teste genético Início entre 10 e 12 anos Se teste positivo, considerar colectomia B Diagnóstico molecular ou clínico de HNPCC ou indivíduos de reico aumentado para HNPCC Colonoscopia a cada 1 a 2 anos e aconselhamento para considerer teste genético Início entre 20 e 25 anos ou 10 anos antes do caso mais jovem da família O teste genético deve ser oferecido para os parentes de 1º grau de pessoas sabidamente portadoras de mutação herdada em genes de reparo do DNA Também deve ser oferecido quando a mutação não ainda não é conhecida na família, mas 1 de 3 dos critérios de Bethesda modificado está presente C Doença inflamatória intestinal, colite ulcerative crônica e colite de Crohn O risco de câncer começa a ser significante 8 anos após a instalação de pancolite ou 12 a 15 anos após a instalação da colite do cólon esquerdo Colonoscopia com biópsias para avaliar displasia a cada 1 a 2 anos Sugere-se que os pacientes sejam encaminhados para vigilância em centros com experiência no manejo de doença inflamatória intestinal Levin B, Lieberman DA, McFarland B, et al. Screening and surveillance for the early detection of colorectal cancer and adenomatous polyps, 2008: a joint guideline from the American Cancer Society, the US Multi-Society Task Force on Colorectal Cancer, and the American College of Radiology. CA Cancer J Clin. 2008;58:130-160. Smith RA, Cokkinides V, Brawley OW. Cancer screening in the United States, 2008: a review of current American Cancer Society guidelines and cancer screening issues. CA Cancer J Clin. 2008 May-Jun;58(3):161-79. Epub 2008 Apr 28. Smith RA, Cokkinides V, Brawley OW. Cancer screening in the United States, 2009: a review of current American Cancer Society guidelines and issues in cancer screening. CA Cancer J Clin. 2009 Jan-Feb;59(1):27-41. 27 Adenocarcinoma do cólon Doença locorregional 28 Recidiva 29 Exames para diagnóstico e estadiamento • • • • Colonoscopia com biópsia. Se colonoscopia incompleta, considerar colonografia por tomografia computadorizada com colonoscopia de controle até 6 meses após a cirurgia, ou colonoscopia intra-operatória. Tomografia computadorizada ou ultrassonografia de abdome Radiografia de tórax (frente e perfil) Dosagem pré-operatória de CEA Estadiamento (UICC 7ª ed. 2010 (CID-10 C18) TNM – Classificação Clínica TX T0 Tis T1 T2 T3 T4 NX N0 N1 N2 M0 M1 30 O tumor primário não pode ser avaliado Não há evidência de tumor primário Carcinoma “in situ”: intra-epitelial ou invasão da lâmina própria 1 Tumor que invade a submucosa Tumor que invade a muscular própria Invasão além da muscular própria (subserosa, tecidos pericolicos não peritonizados) Tumor que invade outros órgãos ou estruturas 2,3 e/ou que perfura o peritônio visceral T4a – perfura o peritôneo visceral T4b – invade diretamente outros órgãos ou estruturas Os linfonodos regionais não podem ser avaliados Ausência de metástases em linfonodos regionais Metástases em 1 a 3 linfonodos regionais N1a – 1 linfonodo N1b – 2 a 3 linfonodos N1c – nódulo satélite subseroso, sem comprometimento linfonodal regional4 Metástases em 4 ou mais linfonodos regionais N2a – 4 a 6 linfonodos N2b – 7 ou mais linfonodos Ausência de metástase à distância Presença de metástase à distância M1a – Um órgão M1b – Mais de um órgão ou peritôneo Notas 1 Tis inclui as células neoplásicas confinadas à membrana basal glandular (intraepitelial) ou à lâmina própria (intramucoso), sem extensão pela muscularis mucosae e sem alcançar a submucosa. 2 No T4, a invasão direta inclui a invasão de outros segmentos do cólon e reto através da serosa. 3 O tumor que é aderente a outros órgãos ou estruturas, macroscopicamente, é classificado como cT4b. Entretanto, não existindo tumor na aderência, microscopicamente, a classificação deve ser pT1-4a, de acordo com a profundidade de invasão na parede intestinal. 4 Um nódulo peritumoral satélite no tecido adiposo pericolônico sem evidência histológica de linfonodo residual pode representar disseminação discontínua, invasão venosa com extensão extra-vascular (V1/2), ou substituição completa de linfonodo (N1/2). Linfonodos substituidos por tecido neoplásico devem ser contados separadamente como linfonodos positivos na categoria N, enquanto disseminação discontínua ou invasão venosa devem ser classificados e contados na categoria Tumor Deposit (TD). Se depósitos tumorais são observados em lesões classificadas como T1 ou T2, os nódulos devem ser registrados na categoria TD, e como comprometimento linfonodal N1c. pTNM – Classificação Patológica As categorias pT, pN e pM correspondem às categorias T, N e M. pN0 O exame histológico do espécime de uma linfadenectomia regional incluirá, geralmente, pelo menos 10 a 14 linfondos. Se os linfonodos são negativos, mesmo que o número usualmente examinado não seja encontrado, classifica-se como pN0.1 Pacientes pN0 com número de linfonodos examinados inferior a 10 - 14 devem ser avaliados individualmente quanto à necessidade de tratamento adjuvante. 1 G – Graduação Histopatológica GX G1 G2 G3 G4 Grau de diferenciação não pode ser avaliado Bem diferenciado Moderadamente diferenciado Pouco diferenciado Indiferenciado 31 Grupamento por Estádios 0 I IIA IIB IIC IIIA IIIB IIIC IVA IVB Tis T1,2 T3 T4a T4b T1,2 T 1 T3,4a T2,3 T1,2 T4a T3-T4a T4b Qualquer T Qualquer T N0 N0 N0 N0 N0 N1/N1c N2a N1/N1c N2a N2b N2a N2b N1-N2 Qualquer N Qualquer N M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M1a M1b Quimioterapia adjuvante – alternativas Estádio II de alto risco 1. “Mayo Clinic”- 5FU 425 mg/m2 D1 a D5 em bolus, Leucovorin 20 mg/m2 D1 a D5 bolus, repetir a cada 21 ou 28 dias, por 6 ciclos 2. Capecitabina (Xeloda) – 2.000 mg/m2/dia, VO, D1 a D14 em duas tomas diárias, repetir a cada 21 dias, por 6 ciclos. Considerar redução de dose em pacientes idosos. Estádio III 1. mFOLFOX – 5FU 2.400 mg/m2 D1, infusão de 46 h, 5FU 400 mg/m2 D1, Leucovorin 400 mg/m2 D1, concomitante Oxaliplatina 85 mg/m2 D1, em 2h, repetir a cada 15 dias por 12 ciclos (6 meses) *Esquema de XELOX ou bFOL podem ser empregados em situações específicas. 32 Outras opções de QT para doença avançada I. Esquemas de Primeira Linha 1. mFOLFOX6 - 5FU 2.400 mg/m2 D1, infusão de 46 h, 5FU 400 mg/m2 D1, Leucovorin 400 mg/m2 D1, concomitante Oxaliplatina 85 mg/m2 D1, em 2h, repetir a cada 15 dias por 12 ciclos ou 1. FOLFIRI (5FU 180 mg/m2 D1, em 2h, Leucovorin 200 mg/m2 D1, em 2h, 5FU 400 mg/m2 D1, em bolus, 5FU 2.400 a 3.000 mg D1 em 46 h, repetir a cada 15 dias, por 12 ciclos 2. Bevacizumabe (Avastin) – associado aos esquemas acima na dose de 5 mg/ kg a a cada 15 dias. II. Outras opções na primeira linha: XELOX, bFOL, IFL, todos dispensam o uso do infusor portátil. III. Esquemas de Segunda Linha 1. 2. 3. Pacientes tratados com Oxaliplatina na primeira linha devem receber esquema contendo Irinotecano e pacientes que receberam Irinotecano na primeira linha devem receber Oxaliplatina Esquemas: mFOLFOX6 e FOLFIRI a cada 15 dias, por 12 ciclos Sem uso prévio de Bevacizumabe – opção de empregar Bevacizumabe associado a mFOLFOX ou FOLFIRI K-ras selvagem – Opção de empregar Cetuximabe (Erbitux 400 mg/m2 na semana 1, e 250 mg/m2 semanal) associado a FOLFIRI ou IFL IV. Esquemas de Terceira Linha 1. 2. 3. Xeloda 2.000 mg/m2 D1 a D14, a cada 21 dias. Raltitrexate 3 mg/m2 a cada 21 dias IFL + Cetuximabe (k-ras selvagem + sem uso prévio de Cetuximabe) 33 Seguimento Estádio I 1º e 2º anos 3º ao 5º ano >5 anos > 10 anos meses 3 6 9 12 6 12 12 12 Anamnese e EF X X X X X X X X X X X X CEA X Estádios II, III e IV tratado com intenção curativa 1º e 2º anos 3º ao 5º ano >5 anos > 10 anos meses 3 6 9 12 6 12 12 12 Anamnese e EF X X X X X X X X CEA X X X X X X X Rx de tórax X X X X X USG ou TC abdome X X X X X Colonoscopia A primeira colonoscopia de seguimento deve ser realizada um ano após o exame pré-operatório completo. Em caso de exame normal, o exame seguinte deve ser realizado com intervalo de três anos e, após, a cada 5 anos. 34 Leituras sugeridas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. Rossi BM, Nakagawa WT, Ferreira FO, Aguiar Junior S, Lopes A. Câncer de Cólon, Reto e Ânus. São Paulo: Lemar e Tecmedd Editoras, 2004. Nelson H, Petrelli N, Carlin A, Couture J, Fleshman J, Guillem J, et al. Guidelines 2000 for colon and rectal surgery. 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Valor prognóstico da invasão vascular linfática em câncer coloretal. In: XXVI Congresso Brasileiro de Cirurgia. Rev Col Bras Cir 2005; 32: 329. Rex DK, Kahi CJ, Levin B. Guidelines for colonoscopy surveillance after cancer resection: A consensus update by the American Cancer Society and US Multi-Society Task Force on colorectal cancer. CA Cancer J Clin 2006;56;160-167. 35 Adenocarcinoma do reto Doença locorregional 36 OBS1: Os pacientes com lesões pT1,2 pN0 (ECI) são incluídos no grupo de baixo risco, independentemente das demais variáveis. OBS2: Serão considerados candidatos para ressecção local os portadores de lesões do reto baixo que reúnam as seguintes características: T1, bem diferenciado, tamanho até 3cm, sem embolização vascular sangüínea, sem embolização vascular linfática, sem invasão perineural e sem componente úlcero-vegetante. Doença Metastática RT: radioterapia; QT: quimioterapia. * Considerar QT em casos de tumor primário pouco sintomático 37 Doença locorregional 38 Exames para diagnóstico e estadiamento • • • • • Colonoscopia com biópsia. Se colonoscopia incompleta, considerar colonografia por tomografia computadorizada com colonoscopia de controle até 6 meses após a cirurgia, ou colonoscopia intra-operatória. Tomografia computadorizada de abdome e pelve Radiografia de tórax (frente e perfil) Ultrassonografia endorretal ou Ressonância Nuclear Magnética com bobina endorretal, se necessário. Na opção por ressecção local, um dos exames torna-se obrigatório. Dosagem pré-operatória de CEA Tratamento pré-operatório Quimioterapia neoadjuvante Esquema 1 (Radioterapia = 5040 cGy) 5-Fluorouracil 1g/m2/dia por 5 dias infusão contínua de 120h; 1ª e 5ª semanas de radioterapia Esquema 2 (radioterapia = 4500 cGy) 5-Fluorouracil 350mg/m2/dia + Ac. folínico 20mg/m2/dia por 5 dias 1ª e 5ª semanas de radioterapia Radioterapia Neoadjuvante • • • • • Dose: 4500cGy / 5040 cGy Fracionamento: 180cGy/dia, cinco vezes por semana Tempo de tratamento: 25 a 28 dias úteis Composição de campos: 4 campos, 2 AP=PA e 2 laterais, com filtros Limites dos campos: inferior – protuberância isquiática; superior – transição L5-S1; lateral superior – 1cm acima da borda superior do sacro; lateral inferior – borda posterior da sínfese púbica Controle e avaliação de resposta ao tratamento neoadjuvante 1. 2. 3. 4. Exames clínico e laboratorial periódicos para monitorizar os efeitos colaterais e adversos Exame proctológico com biópsia 15 a 30 dias após o término do tratamento neoadjuvante. Mesmo em caso de resposta completa endoscópica, biopsiar o sítio primário de lesão. Programar a cirurgia para 30 a 60 dias após o término do tratamento neoadjuvante A repetição de exames para re-estadiamento após o tratamento neoadjuvante fica a cargo do investigador, porém, de maneira geral não é necessária. 39 Estadiamento (UICC 7ª ed. 2010 (CID-10 C20) TNM – Classificação Clínica TX T0 Tis T1 T2 T3 T4 NX N0 N1 N2 M0 M1 O tumor primário não pode ser avaliado Não há evidência de tumor primário Carcinoma “in situ”: intra-epitelial ou invasão da lâmina própria 1 Tumor que invade a submucosa Tumor que invade a muscular própria Invasão além da muscular própria (subserosa, tecidos peri-colicos não peritonizados) Tumor que invade outros órgãos ou estruturas 2,3 e/ou que perfura o peritônio visceral T4a – perfura o peritôneo visceral T4b – invade diretamente outros órgãos ou estruturas Os linfonodos regionais não podem ser avaliados Ausência de metástases em linfonodos regionais Metástases em 1 a 3 linfonodos regionais N1a – 1 linfonodo N1b – 2 a 3 linfonodos N1c – nódulo satélite subseroso, sem comprometimento linfonodal regional4 Metástases em 4 ou mais linfonodos regionais N2a – 4 a 6 linfonodos N2b – 7 ou mais linfonodos Ausência de metástase à distância Presença de metástase à distância M1a – Um órgão M1b – Mais de um órgão ou peritôneo Notas 1 Tis inclui as células neoplásicas confinadas à membrana basal glandular (intra-epitelial) ou à lâmina própria (intramucoso), sem extensão pela muscularis mucosae e sem alcançar a submucosa. 2 No T4, a invasão direta inclui a invasão de outros segmentos do cólon e reto através da serosa. 3 O tumor que é aderente a outros órgãos ou estruturas, macroscopicamente, é classificado como cT4b. Entretanto, não existindo tumor na aderência, microscopicamente, a classificação deve ser pT1-4a, de acordo com a profundidade de invasão na parede intestinal. 4 Um nódulo peritumoral satélite no tecido adiposo pericolônico sem evidência 40 histológica de linfonodo residual pode representar disseminação discontínua, invasão venosa com extensão extra-vascular (V1/2), ou substituição completa de linfonodo (N1/2). Linfonodos substituidos por tecido neoplásico devem ser contados separadamente como linfonodos positivos na categoria N, enquanto disseminação discontínua ou invasão venosa devem ser classificados e contados na categoria Tumor Deposit (TD). Se depósitos tumorais são observados em lesões classificadas como T1 ou T2, os nódulos devem ser registrados na categoria TD, e como comprometimento linfonodal N1c. pTNM – Classificação Patológica As categorias pT, pN e pM correspondem às categorias T, N e M. pN0 O exame histológico do espécime de uma linfadenectomia regional incluirá, geralmente, pelo menos 10 a 14 linfondos. Se os linfonodos são negativos, mesmo que o número usualmente examinado não seja encontrado, classifica-se como pN0.1 Pacientes pN0 com número de linfonodos examinados inferior a 10 - 14 devem ser avaliados individualmente quanto à necessidade de tratamento adjuvante. 1 G – Graduação Histopatológica GX G1 G2 G3 G4 Grau de diferenciação não pode ser avaliado Bem diferenciado Moderadamente diferenciado Pouco diferenciado Indiferenciado 41 Grupamento por Estádios 0 I IIA IIB IIC IIIA IIIB IIIC IVA IVB Tis T1,2 T3 T4a T4b T1,2 T 1 T3,4a T2,3 T1,2 T4a T3-T4a T4b Qualquer T Qualquer T N0 N0 N0 N0 N0 N1/N1c N2a N1/N1c N2a N2b N2a N2b N1-N2 Qualquer N Qualquer N M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M1a M1b Tratamento pós-operatório Quimioterapia adjuvante Esquema 1: quando radioterapia neoadjuvante = 5040cGy 5-Fluorouracil 500mg/m2/dia por 5 dias EV em bolus; 4 ciclos ou Esquema 2: quando radioterapia neoadjuvante = 4500 cGy 5-Fluorouracil 350mg/m2/dia + Ácido folínico 20mg/m2/dia por 5 dias; 4 ciclos Quimioterapia + Radioterapia adjuvantes Esquemas de quimioterapia concomitante à Radioterapia para tumores de reto médio e baixo. 1. 5FU 1.000 mg/m2 D1 a D5 e D29 a D33, infusão contínua em 24 horas, durante radioterapia pré ou pós operatória Esquemas alternativos que não requerem catéter central – 5FU 350 mg/m2 + Leucovorin 20 mg/m2 D1 a D5, bolus, na primeira e última semana da radioterapia. Quimioterapia adjuvante pós quimioradioterapia e/ou cirurgia para tumores de reto médio e baixo. 42 1. 2. Tumores de alto risco (pT4, N+) – empregar mFOLFOX6 por 12 ciclos ( 8 ciclos se recebeu quimioterapia neoadjuvante concomitante radioterapia) Tumores de baixo risco ( estádio II de alto risco) – considerar apenas 5FU + Leucovorin (esquema de Mayo Clinic) por 4 ciclos Outras opções de QT para doença avançada I. Esquemas de Primeira Linha 1. mFOLFOX6 - 5FU 2.400 mg/m2 D1, infusão de 46 h, 5FU 400 mg/m2 D1, Leucovorin 400 mg/m2 D1, concomitante Oxaliplatina 85 mg/m2 D1, em 2h, repetir a cada 15 dias por 12 ciclos ou 2. FOLFIRI (5FU 180 mg/m2 D1, em 2h, Leucovorin 200 mg/m2 D1, em 2h, 5FU 400 mg/m2 D1, em bolus, 5FU 2.400 a 3.000 mg D1 em 46 h, repetir a cada 15 dias, por 12 ciclos Bevacizumabe (Avastin) – associado aos esquemas acima na dose de 5 mg/kg a a cada 15 dias. II. Outras opções na primeira linha: XELOX, bFOL, IFL, todos dispensam o uso do infusor portátil. III. Esquemas de Segunda Linha Pacientes tratados com Oxaliplatina na primeira linha devem receber esquema contendo Irinotecano e pacientes que receberam Irinotecano na primeira linha devem receber Oxaliplatina Esquemas: mFOLFOX6 e FOLFIRI a cada 15 dias, por 12 ciclos Sem uso prévio de Bevacizumabe – opção de empregar Bevacizumabe associado a mFOLFOX ou FOLFIRI K-ras selvagem – Opção de empregar Cetuximabe (Erbitux 400 mg/m2 na semana 1, e 250 mg/m2 semanal) associado a FOLFIRI ou IFL IV. Esquemas de Terceira Linha Xeloda 2.000 mg/m2 D1 a D14, a cada 21 dias. Raltitrexate 3 mg/m2 a cada 21 dias IFL + Cetuximabe (k-ras selvagem + sem uso prévio de Cetuximabe) Radioterapia adjuvante • • • Indicação: pacientes de alto risco que não receberam radioterapia neoajuvante (vide fluxograma) Dose: 4500 cGy na pelve e 5040 cGy localizado no leito tumoral Fracionamento: 180 cGy por dia, cinco vezes por semana 43 • • • Tempo de tratamento: 28 dias úteis Composição: 3 ou 4 campos • 3 campos em casos de colostomia dentro dos campos AP=PA Limites dos campos: considerar a cirurgia realizada e a extensão de doença: • Ressecção anterior: os mesmos limites da RT pré-operatória • Ressecção abdominoperineal: extensão dos limites para inclusão da cicatriz • Extensão para vagina na mulher e próstata no homem: extensão anterior dos campos laterais para inclusão dos linfonodos ilíacos externos Seguimento Estádio I 1º e 2º anos 3º ao 5º ano >5 anos > 10 anos meses 3 6 9 12 6 12 12 12 Anamnese e EF X X X X X X X X X X X X CEA X Esádios II, III e IV tratado com intenção curativa 1º e 2º anos 44 3º ao 5º ano >5 anos > 10 anos meses 3 6 9 12 6 12 12 12 Anamnese e EF X X X X X X X X CEA / Ca 19-9 X X X X X X X Rx de tórax X X X X X USG ou TC abdome X X X X X Colonoscopia A primeira colonoscopia de seguimento deve ser realizada um ano após o exame pré-operatório completo. Em caso de exame normal, o exame seguinte deve ser realizado com intervalo de três anos e, após, a cada 5 anos. Leituras sugeridas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. Rossi BM, Nakagawa WT, Ferreira FO, Aguiar Junior S, Lopes A. Câncer de Cólon, Reto e Ânus. São Paulo: Lemar e Tecmedd Editoras, 2004. Laurent A, Parc Y, McNamara D, Parc R, Tiret E. Colonic J-pouch-anal anastomosis for rectal cancer: a prospective, randomized study comparing handsewn vs. stapled anastomosis. Dis Colon Rectum. 2005 Apr;48(4):729-34. Marijnen CA, Nagtegaal ID, Kapiteijn E, Kranenbarg EK, Noordijk EM, van Krieken JH, van de Velde CJ, Leer JW; Cooperative investigators of the Dutch Colerectal Cancer Group. Radiotherapy does not compensate for positive resection margins in rectal cancer patients: report of a multicenter randomized trial. Int J Radiat Oncol Biol Phys. 2003 Apr 1;55(5):1311-20. 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Por sua vez, a estimativa do risco de neoplasias dentro de uma determinada família depende de fatores clínicos, patológicos e moleculares do próprio indivíduo com câncer e de seus antecedentes familiares: existência ou não de outros membros acometidos por neoplasia, número e grau de parentesco de indivíduos acometidos. Estratificar estas categorias de risco familiar é fundamental para planejar o manejo específico de cada grupo. O diagnóstico de indivíduos assintomáticos, portadores de mutações que aumentam o risco de neoplasias, pode trazer grandes conseqüências em várias esferas da vida, sejam elas psicológicas, sociais ou econômicas; portanto, a utilização de testes genéticos de predisposição necessita ser precedida de um amplo aconselhamento de risco, ou seja, esclarecimento da confiabilidade e da limitação do teste, do significado do resultado e das condutas que podem ser tomadas a partir dele, sempre com o consentimento informado do paciente em questão. Ainda em relação à investigação de mutações, é necessário lembrar que existem várias metodologias para a pesquisa das mesmas, cada uma com determinado grau de acurácia; pela extensão e diversidade destas técnicas, elas não serão explicitadas neste texto. Classificação das famílias As famílias de indivíduos portadores de CCR podem ser classificadas em três grupos de risco: aquelas que se encaixam nos critérios de síndromes hereditárias definidas e típicas; aquelas suspeitas de hereditariedade, chamadas de agregação familiar de câncer; e aquelas sem qualquer suspeita de hereditariedade. Síndromes hereditárias Nesta categoria encontram-se várias síndromes que podem cursar com o fenótipo de CCR, entre elas: • Polipose adenomatosa familiar (FAP – Familial Adenomatous Polyposis) • Câncer colorretal hereditário sem polipose ou síndrome de Lynch (HNPCC – Hereditary Nonpolyposis Colorectal Cancer) • Polipose juvenil (JUP – Juvenile Polyposis) • Síndrome de Peutz-Jeghers (PJS – Peutz-Jeghers Syndrome) Polipose Adenomatosa Familiar – FAP A FAP é uma doença autossômica dominante, com penetrância próxima a 100% entre a segunda e terceira décadas de vida. É causada por uma mutação germinativa no gene APC (adenomatous polyposis coli), um gene supressor de tumor situado 48 no cromossomo 5q21. A FAP representa menos de 1% dos casos de CCR. Os indivíduos acometidos apresentam múltiplos adenomas no cólon, geralmente mais de 100, podendo chegar a milhares (existe uma variante atenuada onde esse número pode ser menor). Pacientes com FAP invariavelmente desenvolvem CCR, geralmente em torno dos 45 anos de idade. Ocorrem também várias manifestações extra-colônicas, entre as quais ressaltamos os tumores desmóides abdominais, as neoplasias de intestino delgado e de trato digestivo alto, os osteomas e a hipertrofia congênita do epitélio pigmentado retiniano (CHRPE). Em virtude da alta penetrância, o diagnóstico é feito pelo achado de múltiplos pólipos adenomatosos colônicos. A mutação causadora da predisposição da FAP pode ser confirmada pela pesquisa de mutações no gene APC. Pessoas pertencentes a famílias com FAP devem ser rastreadas com sigmoidoscopias a partir da puberdade. Em caso de pólipos, deve-se indicar a colonoscopia para investigação de todo o cólon e planejamento de cirurgia, que pode ser a colectomia total com anastomose ileorretal ou a proctocolectomia total com bolsa ileal e anastomose anal. A remoção do reto está indicada quando existem muitos pólipos ou em casos de mutação agressiva no gene APC (existe maior risco de malignização em mutações entre os Codons 1250 e 1464). Além disso, se o reto for preservado, o paciente deve realizar exames endoscópicos de seguimento, pois o risco de malignização do coto retal varia de 12% a 20%, em 20 anos. Indivíduos que não apresentam adenomas colônicos não são portadores de FAP, pois a penetrância é praticamente total, podendo ser dispensados do seguimento intensivo. A idade em que é indicada a ressecção colônica baseia-se em dados objetivos, tais como: idade de surgimento dos pólipos, idade de transformação dos pólipos em outros membros da família, sinais e sintomas apresentados pelo paciente, risco de neoplasia com base em colonoscopias e biópsias periódicas, tipo de mutação específica identificada naquele paciente/família. Considerando-se as apresentações fenotípicas mais comuns da FAP, a colectomia pode ser indicada inicialmente entre os 15 e 25 anos, pois o risco de câncer aos 25 anos está entre 3,3% e 6%. Segundo dados do Leeds Castle Polyposis Group a ocorrência de CCR antes dos 20 anos é rara, sendo que apenas um caso está descrito antes dos 15 anos. Com a realização de colectomias nos pacientes portadores de FAP, houve uma mudança na evolução da doença, sendo, atualmente, as principais causas de morte as neoplasias de coto retal, os tumores desmóides e as neoplasias gastroduodenais. Isto ressalta a importância de também se investigar estes outros órgãos, através de endoscopias digestivas altas (EDA) e exames de imagem abdômino-pélvicos. A periodicidade e o início destes exames depende do perfil específico da síndrome na família e de achados de exames prévios. Em relação ao trato digestivo superior, alguns autores recomendam o início do seguimento aos 20 anos e repetir as EDAs em intervalos variando de 1 a 3 anos, dependendo do acometimento gastroduodenal encontrado. 49 Esquema de seguimento de indivíduos de famílias com FAP Correlação genótipo-fenótipo Em virtude de seu custo e disponibilidade, a pesquisa da mutação no gene APC é relativamente restrita em nosso meio. Além de obviamente explicitar o diagnóstico da mutação, este exame também fornece informações sobre a correlação genótipofenótipo, que pode dirigir os exames de seguimento e determinar condutas de tratamento. 50 Local da mutação do APC (códon) Fenótipo mais comumente associado <436, >1597 479-1700, >1051 463-1444 1445-1578 >1250, 1309 >1256 FAP atenuada Adenomas de duodeno Hipertrofia congênita do epitélio pigmentar retiniano Tumores desmóides Curso agressivo, CCR precoce Cistos, desmóides, osteomas, anormalidades dentárias Pesquisa de predisposição genética na FAP O teste genético de predisposição deve ser realizado inicialmente em um indivíduo sabidamente portador FAP, e, após a mutação ter sido identificada, pode ser aplicado aos outros membros da família. Error! Objects cannot be created from editing field codes. Câncer colorretal hereditário sem polipose – HNPCC O HNPCC é uma síndrome hereditária autossômica dominante, associada a mutações em genes de reparo do DNA, representando entre 5% e 7% de todas os casos de CCR. Os indivíduos portadores da predisposição genética apresentam risco em torno de 70% a 80% de desenvolvimento de CCR durante a vida. A idade média de aparecimento é de 44 anos, com preferência para o lado direito do cólon em 60% a 80% dos casos, cursando com lesões sincrônicas ou metacrônicas em 45% das vezes. O risco de mulheres desenvolverem carcinoma de endométrio está entre 39% e 43%. Outras neoplasias estão associadas ao HNPCC: ureter e pelve renal, intestino delgado, estômago, sistema biliar, pâncreas, entre outras. Os critérios de diagnóstico do HNPCC são definidos por consensos internacionais conhecidos como Critérios de Amsterdam I e II . Critérios de Amsterdam I • • • • • • Pelo menos 3 membros da mesma família com CCR Um dos membros deve ser parente em 1º grau dos outros dois Acometimento de pelo menos duas gerações sucessivas Um dos membros deve ter menos de 50 anos na data do diagnóstico Deve ser excluído o diagnóstico de FAP Confirmação anatomopatológica de CCR Critérios de Amsterdam II • Critério se Amsterdam I, podendo os 3 membros da mesma família serem portadores de tumores de endométrio, intestino delgado, ureter ou pelve renal, além do CCR Diferente da FAP, com centenas de adenomas colônicos, no HNPCC não existe manifestação fenotípica que identifique indivíduos portadores da predisposição genética. Por isso, no HNPCC, é de extrema importância a identificação molecular dos portadores de predisposição genética antes do desenvolvimento de câncer. Para tanto, deve-se testar inicialmente um familiar com CCR, de preferência o mais jovem da família. Se a mutação for identificada no probando (resultado positivo), 51 o teste pode ser aplicado aos outros membros da família. Os principais genes de reparo estudados são o hMSH2, o hMLH1 e o hMSH6, responsáveis por cerca de dois terços das causas de HNPCC. Os indivíduos portadores da mutação devem ser seguidos com colonoscopia anual ou bianual a partir dos 20 ou 25 anos; outros exames que devem ser realizados são: ginecológico com ultrassom transvaginal, EDA, exames de imagem do abdome e pelve (ultrassonografia, tomografia ou ressonância magnética), CA125 e citologia urinária. A idade de início e a periodicidade (anual ou bianual) dependem do perfil que a síndrome apresenta em cada família. Exceto com relação à investigação do endométrio, na mulher, existem controvérsias sobre o real benefício desses exames no diagnóstico precoce de tumores extra-colônicos no HNPCC. Indivíduos sem mutação não são submetidos a um seguimento intensivo, com risco semelhante à população. Caso não seja possível identificar a mutação no probando (resultado inconclusivo), não há como testar os demais familiares, e, assim sendo, todos os membros dessa família estão sob risco e devem ser acompanhados como se fossem portadores da mutação. Quando o teste de predisposição não é realizado, da mesma forma, todos os membros dessa família estão sob risco e devem ser acompanhados como se fossem portadores da mutação. Pesquisa de predisposição genética e seguimento em famílias com HNPCC com mutações já identificadas no probando 52 Sugestão para investigação de predisposição genética em pacientes com CCR e suspeita de HNPCC Critérios de Bethesda • • • • • • Indivíduos com dois tumores relacionados ao HNPCC (CCR, endométrio, ovário, estômago, trato hepato-biliar, intestino delgado, ureter/pelve renal) Indivíduos portadores de CCR com parente de 1º grau com CCR e/ou tumores relacionados ao HNPCC (<45 anos) e/ou adenomas colorretais (<40 anos) Indivíduos com CCR ou câncer de endométrio (<45 anos) Indivíduos com CCR de cólon D (<45 anos) padrão histológico indiferenciado (padrão cribiforme) Indivíduos com CCR (<45 anos) padrão histológico em anel de sinete (> 50%) Indivíduos com adenomas colorretais (<40 anos) 53 Agregação familiar de câncer Pertencem a este grupo as famílias que não podem ser caracterizadas em nenhuma das síndromes acima descritas, porém, possuem alguma singularidade suspeita de hereditariedade. Sabe-se que existe um aumento do risco de desenvolvimento de câncer nos familiares de indivíduos portadores de CCR, podendo variar de 1,72 a 5,37 vezes em relação à população geral, dependendo da idade em que o indivíduo afetado desenvolveu CCR. Existe uma ampla variedade de características, abrangendo desde associações de neoplasias aparentemente sem origem genética, até Critérios de Amsterdam quase completos. Provavelmente a agregação familiar de CCR seja resultado da combinação de genes de baixa penetrância e exposições ambientais. Esse grupo de pacientes representa cerca de 20% dos casos de CCR. Os Critérios de Bethesda caracterizam uma boa parte desses indivíduos, indicando a pesquisa de instabilidade de microssatélites mas não fechando, por si só, o diagnóstico clínico de HNPCC, como os critérios de Amsterdam. (MSI-mutações em pequenas seqüências repetidas de DNA causadas por defeito nos genes de reparo do DNA, ou seja, um indício indireto de HNPCC), Indivíduos e suas famílias classificados neste grupo devem ser investigados de maneira mais intensiva que a população geral, porém, não existe padronização do seguimento. Em virtude da maior chance de desenvolver neoplasias, indivíduos desse grupo devem iniciar o rastreamento com colonoscopias a partir dos 40 anos, ou 10 anos antes da idade de acometimento do CCR do indivíduo mais jovem da família, e repetir o exame a cada 5 anos, a depender dos achados; atenção maior deve ser dada quando o caso de CCR ocorrer abaixo dos 50 anos de idade. A investigação de tumores extra-colônicos deve ser feita a partir dos 40 anos, na dependência das características da família, ou seja, dos tipos de tumor mais freqüentes, e das associações mais comuns do HNPCC. Polipose Juvenil – JUP A polipose juvenil é uma síndrome caracterizada pelo aparecimento de pólipos hamartomatosos, no mínimo de 3 a 10, mas geralmente entre 50 e 100, em todo trato gastrintestinal, principalmente no intestino grosso, associada à história familiar em 20% a 50% das vezes. O padrão de transmissão é autossômico dominante e representa cerca de 0,01% dos casos de CCR. Manifesta-se clinicamente entre 10 e 20 anos de idade, geralmente com sangramento retal, e podendo apresentar manifestações extra-intestinais em 11% a 20% dos casos, 54 tais como telangiectasias, cardiopatias congênitas e malformações esqueléticas ou urinárias. Foi identificada associação com o gene DPC4/SMAD4, no cromossomo 18q21, que pode estar presente em 50% dos casos (ainda não há associação entre genótipo e fenótipo). O risco cumulativo de desenvolvimento de CCR durante a vida é de aproximadamente 50% a 68%, mais freqüentemente diagnosticado entre a 3ª e 4ª décadas de vida. O risco de desenvolvimento de câncer do trato gastrintestinal superior é de cerca de 21%. Nos casos de polipose juvenil é fundamental o seguimento com colonoscopias periódicas, entre 3 a 5 anos, à partir dos 25 anos, tendo em vista o risco de transformação maligna dos pólipos colorretais A cirurgia profilática pode estar indicada quando houver mais de 20 pólipos no intestino grosso, displasia severa em algum deles, sangramento intratável ou perda importante de proteínas por enteropatia. Geralmente a operação é indicada a partir da segunda década de vida. Síndrome de Peutz-Jeghers A Síndrome de Peutz-Jeghers é caracterizada pela presença de pólipos hamartomatosos gastrintestinais, mais freqüentemente no intestino delgado, e manchas melanóticas de lábios, boca e dedos. É extremamente rara, com incidência de cerca de 1:200.000 nascidos vivos. O risco de desenvolvimento de câncer é 10 a 18 vezes maior que o da população geral, sendo que os sítios mais freqüentes são: intestinal, mamário, pulmonar, estômago, pancreático, ovário e testicular Está relacionada com o gene supressor de tumor LBK1/STK11 (serine threonine kinase) no cromossomo 19p13-3 e possui caráter autossômico dominante de transmissão. A maioria dos casos apresenta sintomas de dor abdominal, obstrução por intussucepção, anemia ou sangramento intestinal. Indivíduos portadores da Síndrome de Peutz-Jeghers também devem ser acompanhados com colonoscopias periódicas, entre 2 a 5 anos, inciando-se aos 15 ou 20 anos, e ressecção de eventuais pólipos do intestino grosso. Hyer adota o seguinte protocolo de tratamento para os pólipos de intestino delgado: se maiores que 1,5cm, sintomáticos ou múltiplos, indica a polipectomia intra-operatória profilática com o objetivo de evitar a obstrução ou a transformação maligna; se menores que 1,0cm e assintomáticos, indica apenas o acompanhamento. Como a palpação do intestino delgado durante a cirurgia apresenta alta taxa de achados falsos negativos, em torno de 38%, tem-se utilizado a enteroscopia intra-operatória para localização dos pólipos. Esta conduta aparentemente tem reduzido a necessidade de laparotomias para tratamento de complicações, bem como o número de ressecções de segmentos de intestino delgado, evitando que o paciente venha a apresentar a síndrome do intestino curto. Recentemente, o uso da cápsula endoscópica parece, em alguns centros especializados, abrir nova 55 perspectiva para investigação do intestino delgado. Outros exames de seguimento são a EDA, a mamografia e o exame ginecológico, que podem ser repetidos entre 1 a 3 anos, iniciando-se entre os 25 e 35 anos. Câncer esporádico Aqui estão classificados os casos isolados de CCR, em indivíduos sem antecedentes familiares, sem nenhuma mutação conhecida germinativa identificada. Representam aproximadamente 75% dos casos registrados de CCR. O rastreamento de CCR recomendado para a população em geral, sem antecedentes familiares, inicia-se aos 50 anos e consiste de exame proctológico anual, associado a colonocopias a cada 10 anos, ou na dependência dos achados. Podem ser realizados enemas opacos ou sigmoidoscopias, porém, com menor acurácia, principalmente para lesões menores que 1cm ou proximais no cólon. Leituras sugeridas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 56 Rossi BM, Nakagawa WT, Oliveira FO, Aguiar Junior S, Lopes A. Câncer de Cólon, Reto e Ânus. Tecmedd Ed. São Paulo. 2005. Rossi BM, Corvello CM, Anelli A, Epelman C, Paegle LD, Nakagawa WT, Borges AY, Amorim C, Duarte APM, Simpson AJG, Lopes A. Hereditary colorectal tumors: routine care and multidisciplinary therapeutic approach. South Am J Cancer 1997;1:191-7. Rossi BM, Pinho MSL, Nakagawa WT, Johnson LFP, Lopes A. Tumores colorretais hereditários. Rev Col Bras Cir 1998;25:271-80. Corvello CM, Bevilacqua RAU, Rossi BM, Simpson AJG. A novel germline mutation at exon 7 of the hMSH2 gene (1249delG) in a large Brazilian kindred. Human Mutation 1999;13:506-8. Rossi BM, Ferreira FO, Nakagawa WT, Aguiar Jr. S, Rocha JCC, Lopes A. Câncer colorretal hereditário sem polipose. Acta Oncol Bras 2002;22:238-44. Rossi BM, Lopes A, Ferreira FO, Nakagawa WT, Rocha JCC, Ferreria CN, Simpson CC, Simpson AJG. hMLH1 and hMSH2 gene mutation in Brazilian families wtih suspected HNPCC. Ann Surg Oncol 2002;9:555-61. Ferreira CN, Ferreira FO, Rossi BM, Nakagawa WT, Santos EMM, Lopes A. 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Semin Oncol 1999; 26: 485-98. 57 Carcinoma do canal anal O tratamento delineado neste capítulo se refere aos tumores de canal anal, do tipo histológico que incluem o carcinoma espinocelular e o carcinoma cloacogênico (basalóide ou transicional). Os tumores de margem anal (carcinoma espino celular) devem ser considerados à parte. Estes últimos são tumores localizados em pele perianal e conceitualmente se originam externamente à borda anal dentro de um raio de 5 cm da mesma. Outros tipos histológicos que comprometem estas regiões também devem ser considerados à parte: melanona maligno, carcinóide, sarcoma, linfoma, carcinoma basocelular, adenocarcinoma, Doença de Paget, Doença de Bowen, carcinoma de glândulas anais e o carcinoma verrucoso. Conduta por estadiamento 58 Doença linfonodal 59 Doença metastática 60 Diagnóstico e Estadiamento • • • • • O tratamento delineado neste capítulo se refere aos tumores de canal anal, do tipo Retossigmoidoscopia ou colonoscopia com biópsia Biópsias de fora: recomenda-se revisão de lâmina TC ou RMN de abdome e pelve USG trans-retal Radiografia do tórax (PA e perfil) Estadiamento TNM 7ª edição - UICC 2010 (CID-10 C21) • • • • • Tis - “in situ” T1 - tumor até 2 cm T2 - tumor entre 2 e 5 cm T3 - tumor > 5cm T4 - Qualquer tamanho com invasão de órgãos adjacentes (ex.: vagina, uretra, bexiga). OBS: invasão do esfíncter anal isoladamente não é T4. • • • N1 - Linfonodos perirretais N2 - Linfonodos ilíacos internos e/ou inguinais unilaterais N3 - Linfonodos perirretais e inguinais e/ou ilíacos internos bilaterais e/ou inguinais bilaterais M1 – Metástase • Agrupamento por estádios Estádio T N M 0 is 0 0 I 1 0 0 II 2 3 0 0 0 0 IIIA IIIB IV 1 2 3 4 4 qq qq 1 1 1 0 1 2, 3 qq 0 0 0 0 0 0 1 61 Radioterapia exclusiva: EC I (T1) Radioterapia externa perineal: 4500cGy 1. Boost: Braquiterapia LDR: 1500 cGy HDR: 1200 cGy (4 x 300) ou Campo perineal direto no Cobalto 2000 cGy (10 x 200) calculado a 3 cm de profundidade Radioquimioterapia concomitante: EC II, IIIa, IIIb (T2, T3, T4) Esquema de Quimioterapia Mitomicina C 10 mg/m2 D1 e D9, IV. “bolus” + 5 FU 1000 mg/m2 D1 a D4 em infusão de 24horas e D29 a D32 Esquema de Radioterapia 1a fase: Campos pélvicos anterior e posterior. Dose: 36 Gy (26x1,8Gy) EC II a 45 Gy (25 x 1,8Gy) para EC III Cálculo: escolha da isodose Limite superior dos campos: transição L5-S1 Limite inferior: Borda anal com margem de 1 cm Posição: decúbito dorsal Técnica: bloco de transmissão parcial ou colimador de múltiplas folhas para inclusão das drenagens inguinais. 2a fase: Boost no canal anal até dose de 54 Gy Técnica: 3 campos (1 lateral e 2 laterais) Fracionamento: + 13 x 1,8 Gy Posição: decúbito ventral Esquema de quimioterapia para tratamento de recidivas 5FU 1.000 mg/m2 D1 a D5 em Infusão 24h + Cisplatina 80 mg/m2 em 2 h D1, repetir a cada 21 dias. EC IV - Mesmo esquema de RT + QT com complementação de dose em linfonodos inguinais se estiver clinicamente comprometidos, até dose de 60 Gy, dependendo da resposta e tolerância da pele. O esvaziamento linfonodal inguinal poderá ser considerado. OBS: cada caso deverá ser avaliado individualmente. 62 Papel da cirurgia A cirurgia tem papel no tratamento nos tumores de canal anal para controle de recidiva local ou de persistência de tumor após tratamento com RT ou RT associado à QT. A cirurgia indicada deve ser a mais adequada para a remoção do tumor com margem adequada, mesmo que isto signifique a realização de ressecções múltiplas, incluindo a exenteração pélvica total. A cirurgia padrão para as situações de doença local é a amputação abdómino perineal de reto. Em caso de pacientes do sexo feminino, recomenda-se a ressecção de parede posterior de vagina para tumores circunferenciais ou de parede anterior de ânus. Esvaziamento inguinal Indicado na persistência de linfonodos inguinais após o tratamento com RT e QT. O esvaziamento deve ser do lado afetado. A extensão para a cadeia ilíaca deve ser considerada individualmente para cada caso. Tumores de margem anal Tratamento principal é a cirurgia local com margem adequada. Em caso de envolvimento de aparelho esfincteriano recomenda-se esquema de RT e QT conforme indicado para os tumores de canal anal. Seguimento Após o término do tratamento seja com RT exclusiva ou a associação RT e QT a primeira avaliação deve ser realizada com 60 dias. Esta avaliação deve incluir exame físico e a retossigmoidoscopia flexível com biópsia. Em caso de regressão completa do tumor a biópsia deve ser obtida em área onde supostamente se encontrava o tumor. Nos exames subseqüentes de avaliação local com a retossigmoidoscopia é facultativa a realização de biópsias, desde que não haja mudanças no padrão endoscópico de resposta completa. Situações em que existam dúvidas quanto à persistência ou recidiva de tumor com biópsia persistentemente negativa, está indicado exame sob narcose. Recidiva versus ausência de resposta (persistência do tumor): aplicar o limite de 6 meses após resposta completa com o tratamento com RT exclusiva ou RT e QT. Presença de tumor ou recidiva antes de 6 meses deve ser considerado persistência de tumor (tumor residual) quando a recidiva local do tumor ocorre após 6 meses considerar recidiva. 63 1º e 2º anos 3º ao 5º ano >5 anos > 10 anos meses 3 6 9 12 6 12 12 12 Anamnese e EF X X X X X X X X Rx de tórax X X X X X X USG ou CT X X X X X X X X X X X Ex. proctológico* X X X *c/ ou s/ biópsia Leituras Sugeridas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 64 Nigro ND, Vaitkevicius VK, Considine Jr B. Combined therapy for cancer of the anal canal: a preliminary report. Dis Colon Rectum 1974;17:354-6. Meeker WR, Sickle-Santanello BJ, Philpott G, et al. Combined chemotherapy, radiation and surgery for apithelial cancer of the anal canal. Cancer 1986;52:5-9. Papillon J, Montbarbon JF. Epidermoid carcinoma of the anal canal: a series of 276 cases. Dis Colon Rectum 1987;30:324-33. Cummings BJ, Keane TJ, O´Sullivan B, et al. 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Sarcomas de Partes Moles Doença locorregional em pacientes sem tratamento prévio 65 Doença locorregional em pacientes previamente manipulados OBS: Os pacientes inicialmente considerados como não passíveis de ressecção adequada que falharem ao esquema neoadjuvante não permitindo ressecção adequada ou marginal, poderão ser submetidos a cirurgias de amputações e desarticulações, desde que se consiga o controle do primário (finalidade curativa). 66 Doença metastática Para os pacientes que se apresentam com metástases à distância, as opções terapêuticas quanto ao tumor primário são: • se o tumor é ressecável com margens adequadas, a cirurgia deve ser realizada primariamente; • se o tumor não é passível de ressecção com margens adequadas associar quimioterapia e radioterapia pré-operatória, seguida de cirurgia quando possível. Discutir complementação com RT-QT após a cirurgia; • se o tumor primário for irressecável, a irradiação com altas doses associada à quimioterapia, pode ser realizada, com consentimento escrito informado. OBS: Mediante controle do primário os pacientes deverão ser avaliados para tratamento das metástases (ressecção e/ou quimioterapia) Estadiamento TNMG – 7ª edição (2010) Classificação Clínica T - Tumor Primário Tx - não pode ser avaliado T0 - não há evidência de tumor primário T1 - tumor ≤ 5cm T1a - tumor superficial T1b - tumor profundo T2 - tumor > 5 cm T2a - tumor superficial T2b - tumor profundo N - Linfonodos Regionais Nx - não pode ser avaliado N0 - ausência de metástase linfonodal N1 - metástase linfonodal G - Grau Histológico Gx - não pode ser avaliado G1 – grau 1 G2 – grau 2 G3 – grau 3 Notas 1. pTNM - As categorias pT, pN, e pM correspondem às categorias T, N, e M 2. O grau histológico é determinado a partir de 3 parâmetros: diferenciação, atividade mitótica e extensão de necrose M - Metástases à Distância Mx - não pode ser avaliado M0 - ausência de metástase M1 - metástase à distância 67 Agrupamento por estádios Estádio Grau IA G1,Gx T1a, T1b T1a, T1b N0 IB T N M M0 G1,Gx T2a, T2b N0 M0 IIA G2,G3 T1a, T1b N0 M0 IIB G2 T2a,T2b N0 M0 III IV G3 T2a,T2b N0 M0 qqG qqT N1 M0 qqG qqT qqN M1 Padronizações do Departamento 1. 2. 3. 4. • • • 5. 6. 7. Tumor superficial: localizado acima da fáscia superficial, sem invadi-la Tumor profundo: invade a fáscia superficial ou está localizado abaixo da mesma; sarcomas do mediastino, retroperitônio e pélvis são considerados tumores profundos O Grau histológico será assim considerado com finalidade terapêutica: Baixo Grau: G1; Alto Grau: G2, G3, G4 Biópsias Excisional: para lesões pequenas e superficiais; Tru-cut e/ou Incisional: para lesões maiores e/ou profundas; A incisão deve obedecer o maior eixo da localização topográfica do tumor. É considerada cirurgia adequada aquela que obedece os princípios de ressecção tridimensional As linfadenectomias em monobloco ou dibloco serão realizadas na presença de linfonodos clinicamente tumorais ou quando o tumor está centrado em área de drenagem linfática. O cirurgião deve colher material para o banco de tumores por ocasião da biópsia, em conjunto com o patologista Aspectos do tratamento Tumores de alto grau passíveis de ressecção adequada: Cirurgia 1. Braquiterapia: HDR 18 Gy em 6 frações de 3 Gy, 2x ao dia em 3 dias com início no 5º PO + Teleterapia 45 Gy: 180 cGy/dia, 5 vezes por semana (25 sessões) ou 2. Teleterapia (quando não fez 1.) Dose total 60 Gy, com reduções aos 45 e 55 Gy Fracionamento: 180 cGy/dia, 5 vezes por semana (33 sessões) 68 3. QT adjuvante para KPS > 70% Tumores não passíveis de ressecção adequada, de baixo grau ou que não foram incluídos em protocolo: radioquimioterapia neoadjuvante Teleterapia: 30 Gy Fracionamento: 250 cGy/dia, 5 vezes por semana (12 sessões) + Quimioterapia: Adriamicina 20mg/m2 , bolus, semanal durante Radioterapia + Cirurgia 4 semanas após Se ressecção marginal, completar Radioterapia: 1. Braquiterapia: HDR 21 Gy em 6 frações de 3,5 Gy em 3 dias com início no 5o PO ou 2. Teleterapia: 25 Gy (quando não fez 1.) Fracionamento: 180 cGy/d, 5 vezes por semana (14 sessões) Se não for possível ressecção marginal → Amputação * Tumores não passíveis de ressecção adequada, de alto grau e que aceitam inclusão em protocolo: quimioterapia neoadjuvante e radioterapia pós-operatória Quimioterapia neoadjuvante (3 ciclos): Adriamicina: 30 mg / m2 D1 e D2, em bolus Ifosfamida: 2 g / m2 / dia D1 a D5 Mesna: 100% da dose de ifosfamida Cirurgia 4 semanas após o 3º ciclo Radioterapia adjuvante (teleterapia ou braquiterapia) Quimioterapia neoadjuvante concomitante à radioterapia • Adriamicina 20mg/m2 EV em “bolus” D1,D8,D15 Quimioterapia neoadjuvante sem radioterapia (Protocolo investigacional - termo de consentimento pós-informado) Protocolo: 3 ciclos → reavaliação para cirurgia → avaliação AP • Ifosfamida 2,0 g/m2 EV D1 a D5, em 2 horas • Mesna 100 % da dose de ifosfamida em infusão continua em 24 hors ou 1/3 dose meia hora antes de IFO, 4h e 8h pós IFO + • Adriamicina 60mg/m2 EV D1 em bolus ou • Adriamicina 30mg/m2 EV D1 e D2 repetir a cada 21 dias, por 3 ciclos pré-operatório. Considerar fortemente uso de fator de crescimento de colônias (Filgrastima) 300 mcg/dia por 5 a 7 dias pós quimioterapia. Quimioterapia adjuvante 1. 2. Ifosfamida + Mesna + Doxorrubicina, conforme item II, por 5 ciclos Se recebeu 3 ciclos neoadjuvante, considerar completar 2 ciclos adjuvante. 69 ** Protocolo SPM de alto grau não passível de ressecção com margem adequada 70 Seguimento 1º e 2º anos 3º ao 5º ano >5 anos > 10 anos Meses 3 6 9 12 6 12 12 12 Anamnese e EF X X X X X X X X TC ou RMN do local X X X X X X X X X Rx de tórax USG ou TC abdome* Leituras sugeridas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. X X X X X * a depender da queixas Rosenberg SA, Tepper J, Glatstein E, et al. The treatment of soft tissue sarcoma of the extremities: prospective randomized evaluation of (1) limb-aparing surgery plus radiation therapy compared with amputation and (2) the role of adjuvant chemotherapy. Ann Surg 1982;196:305-9. Pisters PWT, Leung D, Woodruff J, et al. 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Rev Col Bras Cir 2005; 32: 332-3. 71 Cirurgia citorredutora e Quimioterapia intraperitoneal hipertérmica Princípio: A cirurgia citorredutora (CC) associada à quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (QIPH), tem seus princípios fundamentados na suposição de que a cirurgia possibilita a redução da doença peritoneal a uma condição microscópica ou mínima e permite a lise de aderências, o que cria condições para maior eficácia dos quimioterápicos, potencializados pela ação do calor. Exames obrigatórios para avaliação pré-anestésica • Eletrocardiograma • Ecocardiograma • Albumina sérica • Clearance de creatinina • Coagulograma • Enzimas hepáticas • Hemograma, Na, K, Ca, Mg, U, Cr 72 73 Classificação do Índice de Citorredução (ICC) CC0 CC1 CC2 CC3 Ausência de doença macroscópica após a citorredução Doença residual < 2,5mm Nódulos residuais entre 2,5mm e 25mm Nódulos residuais > 25mm ou confluentes, em qualquer localização Classificação da citorredução segundo o padrão de ressecção R0 R1 R2a R2b R2c Ressecção macroscópica completa e citológico negativo ou margens microscópicas livres Ressecção macroscópica completa e citológico positivo ou margens microscópicas comprometidas Tumor residual mínimo; nódulos < 0,5 cm Tumor residual; nódulos > 0,5 cm e ≤ 2 cm Doença residual extensa; nódulos > 2 cm Classificação de Gilly 0 1 2 3 4 Ausência de tumor macroscópico Implantes < 5mm localizados em uma região do abdome Implantes < 5mm difusos difusos em todo o abdome Implantes localizados ou difusos entre 5 e 20mm Implantes localizados ou difusos > 20mm Técnica fechada de perfusão – aspectos técnicos 1. 2. 3. 4. 5. 74 Terminada a etapa de citorredução, 1 um cateter de infusão quadrifurcado (Braile Biomédica) tem suas extremidades posicionadas nos espaços subdiafragmáticos direito e esquerdo, no mesogátrio e na cavidade pélvica O sistema de drenagem é composto por 3 drenos multiperfurados interligados em ‘Y”assim posicionados: 1 na cavidade pélvica e 1 em cada espaço subdiafragmático. São colocados 3 termômetros intra-peritoneais, sendo um na cavidade pélvica, um no andar superior do abdome, e um no mesogástrio, além do termômetro esofágico A cavidade peritoneal é temporariamente fechada através de sutura contínua da pele com fio de nylon 2.0. Inicia-se a perfusão com solução de quimioterapia, previamente estabelecida segundo a origem da disseminação peritoneal 6. O equipamento de perfusão (Braile Biomédica) consta de um rolete propulsor que impulsiona a solução de quimioterapia pelo cateter de infusão e a retira através dos drenos de sucção, retornando o fluído para um reservatório. Um trocador de calor acoplado ao sistema mantém o fluído entre 44o e 46o C, de modo que a perfusão seja mantida por 90 minutos com a temperatura intraperitoneal entre 41o e 42o C. Controlar a pressão intra-abdominal através de sonda de Levine posicionada na cavidade e conectada ao monitor de pressão evitando-se medidas > 20mmHg. Ao término da perfusão intra-operatória, procede-se a irrigação da cavidade com soro fisiológico 0,9% realiza-se a abertura da cavidade e então são realizadas as anastomoses. Quando se procede a etapa de peritoniectomia subdiafragmática, é aconselhável a drenagem pleural ipsi-lateral. Utilizar sitema fechado de drenagem conforme a necessidade. 7. 8. 9. Cálculo do índice Peritoneal de Câncer (IPC) Tamanho da lesão (TL) TL0 sem tumor TL1 Nódulos até 0,5cm TL2 Nódulos até 5cm TL3 Nódulos > 5cm ou confluentes Regiões TL 0 Central 1 Hipocôndrio D 2 Epigástrio 3 Hipocôndrio E 4 Flanco E 5 Fossa ilíaca E 1 2 3 8 0 4 7 6 5 6 Pelve 7 Fossa ilíaca D 11 9 8 Flanco D 9 Jejuno proximal 10 Jejuno distal 12 11 Íleo proximal 10 12 Íleo distal IPC Quimioterapia intraperitoneal hipertérmica intra-operatória Pseudomixoma peritoneal, Adenocarcinoma de apêndice, cólon e reto Mitomicina C • Mitomicina C - 18 mg/m2 diluída em 1000ml de solução de diálise peritoneal glicosada a 1,5% para aplicação no início da perfusão, após testar o circuito • Seguido de Mitomicina C 8,0 mg/m2 diluída em 250ml de SF0,9% para aplicação 30 minutos após o início da perfusão • Seguido de Mitomicina C 8,0 mg/m2 diluída em 250ml de SF0,9% para aplicação 60 minutos após o início da perfusão 75 OBS: checar necessidade de reduzir a dose em 33% para os pacientes previamente submetidos a quimioterapia intensa, função renal limítrofe, idade acima de 60 anos, traumatismo intra-operatório intenso à superfície do intestino delgado ou radioterapia abdominal e/ou pélvica prévia • Antes da adição de solução de quimioterapia, preencher o reservatório com 3 litros de solução de diálise peritoneal glicosada a 1,5% para testar o circuito • Quando o sistema estiver com o volume total, controlar o volume a ser mantido na cavidade peritoneal aumentando ou diminuindo o volume no reservatório, conforme a necessidade Quimioterapia intraperitoneal hipertérmica intra-operatória Mesotelioma peritoneal, carcinoma de ovário e carcinoma de estômago Cisplatina e Doxorrubicina • Mitomicina 10 mg/m2 + Cisplatina 50 mg/m2 *, diluídos em 1.000 ml de Solução de diálise peritoneal 1,5% glicosada. Ou • Cisplatina 50 mg/m2* + Doxorrubicina 15 mg/m2, diluídos em 1.000 ml de Solução de diálise peritoneal 1,5% glicosada. * considerar redução de dose em pacientes com exposição prolongada Cisplatina ou Carboplatina. • Diluir a dose total adicionando as 2 drogas em 2 litros de solução de diálise peritoneal glicosada a 1,5% para aplicação no início da perfusão, após testar o circuito OBS: reduzir a dose em 33% para os pacientes previamente submetidos a quimioterapia intensa, função renal limítrofe, idade acima de 60 anos, traumatismo intra-operatório intenso à superfície do intestino delgado ou radioterapia abdominal e/ou pélvica prévia • Antes da adição de solução de quimioterapia, preencher o reservatório com 3 litros de solução de diálise peritoneal glicosada a 1,5% para testar o circuito • Quando o sistema estiver com o volume total, controlar o volume a ser mantido na cavidade peritoneal aumentando ou diminuindo o volume no reservatório, conforme a necessidade 76 Leituras sugeridas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 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Osteossarcoma 79 Desenho do protocolo – não metastático Quimioterapia CIS=Cisplatina iv 60mg/m2 /dia (D1-D2) DOX=Doxorrubicina iv 37,5mg/m2/dia (D1-D2) MTX=Metotrexato iv 12g/m2/dia (D1) dex=Dexrazoxane iv 375mg/ m2/dia (D1-D2) ciclo=ciclofosfamida vo 25mg/ m2/dia (todos os dias) mtx=metotrexato vo 1,5mg/m2/2x dia (segunda e quinta) MTX S5 Ciclo 1 CIS DOXO S6 MTX S9 MTX S10 CIS DOXO S14 CIRUGGIA S11/12 MTX S4 Ciclo 2 RANDOMIZAÇAO CIS DOXO S1 MTX S17 MTX S18 CIS DOXO S19 MTX S22 MTX S23 DOXO dex S24 MTX S26 MTX S27 DOXO dex S28 Regime 1 Ciclo 3 CIS DOXO S14 Ciclo 4 MTX S17 MTX S18 CIS DOXO S19 Ciclo 5 MTX S22 MTX S23 DOXO dex S24 ciclo mtx S15 ciclo mtx S16 Ciclo 6 MTX S26 MTX S27 MTX ciclo mtx S17 MTX ciclo mtx S18 DOXO dex S28 Regime 2 Desenho do protocolo – metastático Quimioterapia CIS=Cisplatina iv 60mg/m2 /dia (D1-D2) DOX=Doxorrubicina iv 37,5mg/m2/dia (D1-D2) MTX=Metotrexato iv 12g/m2/dia (D1) dex=Dexrazoxane iv 375mg/ m2/dia (D1-D2) ciclo=ciclofosfamida vo 25mg/ m2/dia (todos os dias) mtx=metotrexato vo 1,5mg/m2/2x dia (segunda e quinta) CIS DOX ciclo mtx S1 Ciclo 2 ciclo mtx S2 ciclo mtx S3 MTX ciclo mtx S4 MTX ciclo mtx S5 CIS DOX ciclo mtx S6 Toracotomia S20 ciclo mtx S20 ciclo mtx S21 MTX ciclo mtx S22 MTX ciclo mtx S23 Ciclo 4 CIS DOX ciclo mtx S19 80 Ciclo 3 ciclo mtx S7 ciclo mtx S8 MTX ciclo mtx S9 MTX ciclo mtx S10 ciclo mtx S25 MTX ciclo mtx S26 MTX ciclo mtx S27 Ciclo 5 DOX dex ciclo mtx S24 Cirugia S11/12 Ciclo 1 CIS DOX ciclo mtx S14 Ciclo 6 DOX dex ciclo mtx S28 ciclo mtx S29 MTX ciclo mtx S30 MTX ciclo mtx S31 ciclo mtx S32 ciclo mtx S104 • • É a mais freqüente neoplasia maligna primária óssea; Formas: • Central • Periférico • Parostal ou justacortical • Periostal • De alto grau de malignidade Osteossarcoma central • • Forma mais comum dos osteossarcomas; Variedades histológicas: osteoblástico, condroblástico, fibroblástico, telangectásico, pequenas células indiferenciadas; • Predomina na metáfise de ossos longos; • Localizações mais freqüentes: fêmur distal, tíbia proximal, úmero proximal, fêmur proximal, rádio distal; • Predomínio na 2a. década da vida; • Critérios de Huvos – avaliação do grau de resposta à quimioterapia: Grau I: até 50% de necrose tumoral; Grau II: de 50 a 90% de necrose tumoral; Grau III: de 90 a 99% de necrose tumoral Grau IV: 100% de necrose tumoral Estadiamento TNM - UICC 2010 (CID-O C40, 41) Tumores Ósseos Tx - tumor primário não pode ser avaliado T0 - não há evidência de tumor primário T1 - tumor ≤8 cm T2 - tumor >8 cm T3 - Tumor descontinuo na localização óssea primária Nx – linfonodos não podem ser avaliados N0 - ausência de metástases linfonodais N1 - metástases em linfonodos regionais Mx – metástase à distância não pode ser avaliada M0 - ausência de metástases M1 – metástase a distância M1a – metástase pulmonar M1b – outros sitios Gx - grau não pode ser avaliado G1 - bem diferenciado G2 - moderadamente diferenciado G3 - pouco difrenciado G4 - indifrenciado OBS: Sarcoma de Ewing é classificado como G4 81 Agrupamento por estádios Estádio IA Estádio IB T1 T2 T3 Estádio IIA T1 Estádio IIB T2 Estádio III T3 Estádio IVA Qualquer T Estádio IVB Qualquer T Qualquer T N0 N0 N0 N0 N0 N0 N0, N1 Qualquer N M0 M0 M0 M0 M0 M0 M1a Qualquer M M1b G1, G2, Baixo grau, GX G1, G2, Baixo grau, GX G1, G2, Baixo grau, GX G3, G4, Alto grau G3, G4, Alto grau G3, G4 Qualquer grau Qualquer grau Qualquer grau Sistema 3 graus Sistema 4 graus Baixo grau Grau 1 Grau 1 Grau 2 Alto grau Grau 2 Grau 3 Grau 3 Grau 4 Classificação de Enneking para tumores ósseos: Os tumores ósseos raramente se apresentam com metástases linfonodais. Por esse motivo, muitos oncologistas ortopédicos adotam o estadiamento da Sociedade de Tumores Musculoesqueléticos descrito por ENNEKING (1985), em substituiçãp à classificação pelo sistema TNM. Estadiamento dos Tumores Ósseos 82 Estadiamento Grau Histológico Localização IA IB IIA IIB III Baixo grau Baixo brau Alto grau Alto grau Baixo ou alto grau Intracompartimental Extracompartimental Intracompartimental Extracompartimental Metástase Seguimento - Osteossarcoma 1º e 2º anos 3º ao 5º ano >5 anos > 10 anos meses 3 6 9 12 6 12 12 12 Anamnese e EF X X X X X X X X Rx do local X X X X X X X X Rx de tórax X X X X X X X X RNM do local X X X X Cintilografia óssea X X X X Leituras sugeridas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. Enneking WF, Spanier SS, Goodman MA. A system for the surgical staging of musculoskeletal sarcoma. Clin Orthop Rel Res 1980;153:106-9. Enneking WF. Musculoskeletal tumor surgery. New York: Churchill Livingstone; 1983. Campanacci M, et al. 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Condrossarcoma Secundário 4. Condrossarcoma Desdiferenciado 5. Condrossarcoma Mesenquimal 6. Condrossarcoma de Células Claras Leituras Sugeridas: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 86 Ayala G, Liu C, Nicosia R, Horowitz S, Lachman R. Microvasculature and VEGF expression in cartilaginous tumors. Hum Pathol 2000; 31:341-6. Dorfman HD, Czerniak B. Epidemiology of bone tumors: SEER population – based data, 1973-1987. Cancer 1995; 75:223-7. Dorfman HD, Czerniak B. Bone tumors. St. Louis: C V Mosby; 1997. Enneking WF. Staging of musculoskeletal neoplasms. Skeletal Radiol 1985; 13:183-94. Fletcher CDM, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics tumors of soft tissue and bone. Lyon: IARC Press; 2002. (World Health Organization Classification of Tumours, 4). Furumatsu T, Nishida K, Kawai A, Namba M, Inoue H, Ninomiya Y. 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Margem Cirúrgica Livre: Distância entre o limite do tumor e a margem de ressecção cirúrgica: • 1 cm no canal medular; • 2 mm na fáscia, adventícia do vaso ou bainha nervosa, na cortical ou cartilagem articular quando na epífise; • 5 mm na periferia do tumor não margeada por fáscias; • 3 mm na epífise de ressecções transepifisárias. Tratamento Radioterápico: • Pacientes que responderem à Qt de indução devem ser avaliados para ressecção cirúrgica, se previsível margem adequada e resultado funcional razoável; • Lesões irressecáveis ou margens cirúrgicas inadequadas: Rxt; • Boa resposta à Rtx: paciente poderá ser reconsiderado para cirurgia desde que esta não seja mutilante ou cause perda funcional inaceitável; • Tumores pélvicos volumosos ressecados com margens livres e resposta histológica de necreose pobre (graus I e II): cnsiderar Rxt. • Ressecção completa e com margem adequada do tumor primário + metástases pulmonares em remissão completa: Rxt pulmonar; • Metástases pulmonares ressecadas e AP com necrose completa: Rxt Avaliação das Lesões: • Resposta completa: desaparecimento completo das lesões; • Resposta parcial: Redução ≥30% da soma dos maiores diâmetros das lesões/ volume tumoral; • Doença em progressão: Aumento de ≥20% da soma dos maiores diâmetros/ volume ou o aparecimento de novas lesões; • Doença estável: Redução de <30% ou aumento <20% na soma dos maiores diâmetros/volume das lesões. Critérios de Huvos Avalia o grau de resposta à quimioterapia neoadjuvante, preconizada inicialmente para os osteossarcomas 89 Seguimento: 1º e 2º anos 3º ao 5º ano >5 anos > 10 anos meses 3 6 9 12 6 12 12 12 Anamnese, EF e DHL X X X X X X X X Rx do local X X X X X X X X Rx/TC de tórax X X X X X X X X RNM do local X X X X Cintilografia óssea X X X X Leituras sugeridas: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 90 Atra A, Whelan JS, Calvagna V, Shankar AG, Ashley S, Shepherd V, Souhami RL, Pinkerton CR. High-dose busulfan/ melphalan with autologous stem cell rescue in Ewing´s sarcoma. Bone Marrow Transplant 1997;20:843-6. Burdach S, Jurgens H, Peters C, Numberger W, Mauz-Korholz C, Korholz D, et al. Myeloablative radiochemotherapy and stem-cell rescue in poor-prognosis Ewing´s sarcoma. J Clin Oncol 1993;11:1402-8. Burdach S, Van Kaick B, Laws HJ, Ahrens S, Haase R, Korholozs D, Pape H, et al. Allogeneic and autologous stem cell transplantation in advanced Ewing tumors. 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Bone Marrow Transplant 1996;2:315-8. 91 Metástases Ósseas 92 • • • • • • São as neoplasias ósseas malignas mais freqüentes; Idade de acometimento >30 anos; Incidência cada vez maior com avançar da idade; 70% das lesões: esqueleto axial; Nos membros: mais freqüente no fêmur e úmero; Lesões metastáticas ósseas freqüentes: carcinomas primitivos da mama, pulmão, próstata, tireóide, útero, rins, fígado e gastrointestinais; Lesões metastáticas ósseas distais aos cotovelos e joelhos são raras. Quando presentes, o sítio primário freqüentemente é pulmonar. • Rx • Lesões líticas Permeativas nos ossos longos; Vértebra “caolha”; Lesões arredondadas, em “mapa geográfico” ou de duplo contorno no crânio; Metástases de rim, tireóide, intestino, fígado, pulmão. • Lesões condensantes • Difuso ou nodular • Metástases de carcinomas de próstata • Lesões mistas • Metástases de carcinomas de mama • • • • Leituras Sugeridas: 1. 2. 3. 4. Dorfman HD, Czerniak B. Epidemiology of bone tumors: SEER population – based data, 1973-1987. Cancer 1995; 75:223-7. Dorfman HD, Czerniak B. Bone tumors. St. Louis: C V Mosby; 1997. Próspero JD. Tumores ósseos. São Paulo: Roca, 2001. Schajowicz F. Tumores y lesiones pseudotumorales de huesos y articulaciones. Buenos Aires: Médica Panamericana; 1982. 93 Mieloma Múltiplo 94 • • • Neoplasia primitiva da medula óssea; Predomínio em indivíduos acima de 40 anos de idade; Localizações mais freqüentes: calota craniana, vértebras, bacia, escápula, costelas, 1/3 proximal do úmero e fêmur; • Critérios estabelecidos por Wintrobe: • Citológicos • Morfologia medular: plasmócitos ou células do mieloma > 10% por 1000 ou mais células contadas; • Biópsia comprovando plasmocitoma; • Clínico e laboratorial • Eletroforese de proteínas com pico monoclonal de Igs; • Proteínas do mieloma demonstrável por imunoeletroforese da urina; • Radiografia com lesões líticas ou osteoporose generalizada, e medula óssea contendo acima de 30% de células do mieloma; • Células do mieloma no sangue periférico • • • • Mieloma solitário o plasmocitoma: constitui 10% das doenças malignas por plasmócitos; Idade é em média 7 a 10 anos menor que dos pacientes com mieloma múltiplo; 70% evoluem para disseminação no período de 10 anos; Leituras Sugeridas: 1. 2. 3. 4. Dorfman HD, Czerniak B. Epidemiology of bone tumors: SEER population – based data, 1973-1987. Cancer 1995; 75:223-7. Dorfman HD, Czerniak B. Bone tumors. St. Louis: C V Mosby; 1997. Próspero JD. Tumores ósseos. São Paulo: Roca, 2001. Schajowicz F. Tumores y lesiones pseudotumorales de huesos y articulaciones. Buenos Aires: Médica Panamericana; 1982. 95 Carcinoma Espinocelular do Pênis Diagnóstico e Estadiamento 96 Tratamento do Tumor primário 97 TRATAMENTO DOS LINFONODOS 98 TRATAMENTO DOS LINFONODOS 99 TRATAMENTO DOS LINFONODOS 100 Estadiamento pTNM UICC 2010 (CID-10 C67) • • • • • • • • • Tx - tumor primário não pode ser avaliado T0 - não há evidência de tumor primário Tis - carcinoma “in situ” Ta - carcinoma verrucoso não invasivo T1a - tumor invade o tecido conjuntivo subepitelial, sem invasão vascular linfática e não é pouco diferenciado. T1b- tumor invade o tecido conjuntivo subepitelial com invasão vascular linfática ou pouco diferenciado T2 - tumor invade corpos esponjosos ou cavernosos T3 - tumor invade uretra ou próstata T4 - tumor invade estruturas adjacentes • • • • • Nx - linfonodos não podem ser avaliados N0 - ausência de metástases N1 - metástase em um único linfonodo inguinal superficial N2 - metástases em linfonodos múltiplos ou bilaterais inguinais superficiais N3 - metástases em linfonodos regionais inguinais profundos ou pélvicos, uni ou bilaterais • • M0 - ausência de metástase M1 - metástase Estádio T 0 N M is Ta 0 0 0 0 I 1a 0 0 II 1b 2 3 0 0 0 0 0 0 IIIa IIIb 1-3 1-3 1 2 0 0 IV 4 qq qq qq 3 qq 0 0 1 101 Cirurgia Tumor primário • pacientes com lesões em prepúcio serão submetidos a postectomia alargada; • pacientes com lesões infiltrativas (T2, T3) serão submetidos a amputação parcial ou total na dependência da extensão da lesão - a margem macroscópica deve ser de 1,5 cm em relação ao tumor. Nos casos de amputação com coto menor ou igual a 2 cm, uretrostomia perineal. • os pacientes com lesões Ta, T1, T2 e T3 candidatos à cirurgia para ressecção do primário receberão antibióticos de largo espectro segundo o esquema: Clindamicina - 600 mg EV 6/6 h (pré e trans operatório) Clindamicina - 300 mg VO 6/6 h por 10 dias (pós operatório) OBS: após a ressecção da peça operatória, o patologista deverá coletar material para o banco de tumores. Linfonodos os pacientes com lesões Tis, Ta, T1 serão excepcionalmente submetidos à • linfadenectomia na presença de linfonodos clinicamente tumorais, detectados no mínimo 4 semanas após o controle do tumor primário; • os pacientes com lesões infiltrativas (T2, T3), que 6 semanas após o controle do primario forem restadiados como (cN1 - cN2) serão submetidos sistematicamente a linfadenectomia inguino-crural bilateral 6 semanas após o controle do tumor primário; • Os pacientes com lesões T2 e T3 que 4 a 6 semanas após o controle do primário forem reestadiados como cN0,que tiverem no tumor primário ausência de embolizacao tumoral linfática ou venosa e expressão imunoistoquimica de p53 negativa (< que 20% de células coradas), ficarão em observação. Se no seguimento estes pacientes vierem apresentar linfonodos clinicamente tumorais( cN1-cN2) serão submetidos a linfadenectomia inguino-crural. • A linfadenectomia pélvica será feita nos pacientes que tenham linfonodos histologicamente tumorais na região inguino-crural. • Após a linfadenectomia inguino-crural, o cirurgião escolherá os linfonodos que 102 • • • • lhe parecerem mais significativos (especialmente os dos quadrantes súperomediais), e os encaminhará para exame de congelação. Caso sejam positivos, fará a linfadenectomia pélvica no mesmo ato operatório; Caso o exame de congelação seja negativo para os linfonodos inguino-crurais e o exame de parafina revele comprometimento neoplásico, o paciente será submetido a linfadenectomia pélvica 30 dias após; durante a linfadenectomia o cirurgião deverá separar os linfonodos para exame histopatológico dividindo-os em pélvicos (ilíacos e obturadores) e inguino-crurais. para a linfadenectomia inguino-crural bilateral serão utilizadas incisões paralelas às arcadas inguinais, distando de 1,5 a 2,0 cm para baixo das mesmas; A linfadenectomia pélvica (ilíaca e obturadora) será feita por via videolaparoscopica, não devendo ser realizada naqueles pacientes que apresentarem blocos linfonodais fixos ao feixe vascular e ou nervoso; Quimioterapia Lesões T4 e N3 • Quimioterapia neoadjuvante • 3 ou 4 ciclos QT + reavaliação p/ cirurgia N(+) histológico • Quimioterapia adjuvante (3 ciclos QT) Esquema de QT Pacientes com bom PS (KPS≥80%) Opção 1. (cada 3 – 4 semanas) Cisplatina 100mg/m2 EV em 4h Fluoruracil 1000mg/ m2 IC D1 a D4 Opção 2 ( cada 3semanas) Ifosfamida 1.2g/m2 D1-3 Paclitaxel 175mg/m2 D1 Cisplatina 20mg/m2 D1-3 103 Opção 3. (cada 3 semanas) Cisplatina 75mg/m2 EV, D1 (ou 35 mg/m2 D1 e D8) Bleomicina 10mg EV, D1 e D8 Metotrexate 25 mg/m2 EV D1 e D8 Pacientes com ruim PS (KPS<80%) Opção 1 Vincristina (VCR) 1mg Bleomicina 15mg EV 6 e 24 horas após VCR Metotrexate 30mg EV D3 Semanal por 12 semanas Opção 2 Carboplatina AUC 6 D1 Paclitaxel 175mg/m2 D1 Cada 21 dias Radioterapia Tis lesões múltiplas Roentgenterapia - 120Kv - 5500 cGy: 22 x 250 cGy 5 vezes por semana Campo localizado, delimitado com lâmina de chumbo, margens de 1-2 cm, e com proteção testicular T1 < 3cm Teleterapia 6 MV - 4000 cGy: 20 x 200cGy 5 vezes por semana Campos laterais paralelos e opostos, com imobilizador peniano de gesso ou similar, e a seguir “boost” com Roentgenterapia (120-160 Kv), na dose de 2000 cGy: 8x250cGy 5 vezes por semana OBS: Se necessário, avaliar braquiterapia com técnica intersticial (implantes), em casos com redução parcial de volume após a primeira fase. Deverá ser realizada 2-4 semanas após a teleterapia, na dose de 1500 cGy: 4x375cGy com intervalos de 6 horas, 2 vezes por dia. 104 Exame anatomopatológico A. Tumor primário 1. Estadiamento conforme o sistema pTNM do tumor primário; 2. Grau de malignidade histológica; 3. Embolização vascular venosa e linfática; 4. Espessura do tumor em milímetros; 5. Infiltrado mononuclear (diferenciar: leve, moderado, acentuado); 6. Infiltrado eosinofílico (diferenciar: leve, moderado, acentuado); 7-sinais histopatologicos de HPV, coilocitose 8-. “status” do p53. 9-. Ploidia do DNA 10. “status” do Rb * 11. PCR e tipagem de HPV * 12-Expressão Imunohistoquimica de metaloproteinases*; 13-Expressao Imunohistoquimica de caderinas* 14- PCNA e Ki-67* * se possível B. Linfonodos 1. Número de linfonodos dissecados com referência ao “status” histopatológico e localização; 2. Ruptura da cápsula (presente ou ausente) Seguimento outros exames serão solicitados de acordo com a indicação clínica 3º ao 5º ano > 5 A 12 anos meses 1º e 2º anos 3 4 6 8 10 12 4 8 12 12 Anamnese+ EF X X X X X X X X X X Rx tórax X X X USG abdome e pelve X X X X Leituras sugeridas 1. 2. 3. 4. Srivinas V, Morse MJ, Herr WH, et al. Penile cancer: ralation of extent of nodal metastasis to survival. J Urol 1987;137:880Catalona WJ. Modified inguinal lymphadenectomy for carcinoma of the penis with preservation of the saphenous veins: technique and preliminary results. J Urol 1988;140:836-9. Horenblas S, Van Tinteren H. Squamous cell carcinoma of the penis: prognostic factors of survival: analysis of tumor, nodes and matastasis classification system. J Urol 1994;151:1239-43. Mc Dougal WS. Carcinoma of the penis: improving survival by only regional lymphadenectomy based on the histological grade and depth of invasion of the primary lesion. J Urol 1995;154:1364-6. 105 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 106 Lopes A. Fatores clínicos e anatomopatológicos envolvidos nos riscos de metástases linfonodais e no prognóstico dos pacientes portadores de carcinoma de pênis tratados por cirugia. São Paulo, 1995. [Tese-doutorado - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo 6. Lopes A, Hidalgo GS, Kowalski LP, et al. Prognostic factors in carcinoma of the penis: multivariate analysis of 145 patients treated with amputation and lymphadenectomy. J Urol 1996;156:1637-42. Lopes A, Rossi BM, Fonseca FP, et al. Unreliability of modified inguinal lymphadenectomy for clinical stage of penile carcinoma. Cancer 1996;77:1099-2002. Cabanas RM. An approach for the tratment of penile cancer. Cancer 1997;39:456-66. Lopes A, Lício A. Penile carcinoma: An update. South Am J Cancer 1998;2:1-8. Lopes A, Bezerra, ALR, Serrano, SV et al. Iliac nodal metastases from carcinoma of the penis treated surgically. 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Estudo dos fatores prognósticos e da expressão imunoistoquímica de PCNA e Mib/Ki - 67 em pacientes portadores de carcinoma espinocelular de pênis. São Paulo, 2003. Tese (Mestrado). Curso de PósGraduação da Fundação Antonio Prudente. Kroon BK et al. Dynamic sentinel node biopsy in penile carcinoma: evaluation of 10 years experience. Eur Urol 2005, 47: 601-606. Bermejo C, Busby JE, Spiess PE, Heller L, Pagliaro LC, Pettaway CA. Neoadjuvant chemotherapy followed by aggressive surgical consolidation for metastatic penile squamous cell carcinoma. J Urol. 2007 Apr;177(4):1335-8 Haas GP, Blumenstein BA, Gagliano RG, Russell CA, Rivkin SE, Culkin DJ, Wolf M, Crawford ED. Cisplatin, methotrexate and bleomycin for the treatment of carcinoma of the penis: a Southwest Oncology Group study. J Urol. 1999 Jun;161(6):1823-5 Carcinoma de Células Transicionais de Bexiga Diagnóstico 107 Tumores superficiais (Imunoterapia com BCG liofilizado da cepa Moreau-Rio de Janeiro ou Connaught – Immucyst 81 mg ) 108 109 Estadiamento pTNM UICC 2010 (CID-10 C67) Classificação clínica • Tx - tumor primário não pode ser avaliado • • • • • • • • • • • T0 - não há evidência de tumor primário Ta - carcinoma papilífero não invasivo Tis - carcinoma “in situ” – tumor plano T1 - tumor invade o tecido conjuntivo sub-epitelial T2 - tumor invade a camada muscular T2a - invasão da muscular superficial (metade interna) T2b - invasão da muscular profunda (metade externa) T3 - tumor invade tecidos perivesical T3a - invasão microscópica T3b - invasão macroscópica (massa extra-vesical) T4 - tumor invade quaisquer dos seguintes órgãos: próstata, útero, vagina, parede abdominal, parede pélvica T4a - invasão de próstata ou útero ou vagina T4b - invasão de parede pélvica ou abdominal • • • • • • Nx - linfonodos regionais não podem ser avaliados N0 - ausência de metástases em linfonodos regionais N1 - metástase regional linfonodal única na pelve verdadeira. (hipogastrico, obturatorio, ilíaco externo, ou linfonodo pré-sacral. N2 - metástase regional linfonodal multipla na pelve verdadeira. (hipogastrico, obturatorio, ilíaco externo, ou linfonodo pré-sacral. N3 - metástase linfonodal na cadeia linfonodal ilíaca comum. • • M0 - ausência de metástase M1 - metástase à distância • Classificação Patológica Classificação do WHO(2004)/Sistema ISUP LG (low grade) – baixo grau HG (high grade) – alto grau • • • • 110 As categorias pT, pN, pM correspondem as categorias T, N e M. Graduação histológica: Gx - não pode ser avaliado G1 - bem diferenciado • • • G2 - moderadamente diferenciado G3 - pouco diferenciado G4 - indiferenciado Classificação do WHO(2004)/Sistema ISUP • Papiloma • Neoplasia papilar de baixo potencial de malignidade • Carcinoma papilar de baixo grau • Carcinoma papilar de alto grau Agrupamento por estádios N Estádio T 0a Ta 0 0 0is Tis 0 0 I 1 0 0 II 2a 2b 0 0 0 0 III 3a 3b 4a 0 0 0 0 0 0 IV 4b qq qq 0 1, 2, 3 qq M 0 0 1 Esquema Cisplatina/Genciatbina: Cisplatina 70mg/m2 Gencitabina 1000mg/m2 MVAC (cada 28 dias) D1 (ou 35mg/m2 D1 e D8) D1, D8 e D15 Metrotrexate Vinblastina D1, D15 e D22 D2, D15 e D22 30mg/m2 3mg/m2 111 Doxorrubicina Cisplatina 30mg/m2D2 70mg/m2D2 MVACDose Densa (cada 14 dias) Metrotrexate Vinblastina Doxorrubicina Cisplatina G-CSF 30mg/m2 3mg/m2 30mg/m2 70mg/m2 D1, D2, D2 D2 D4 a D10 Carbo/Paclitaxel/Gencitabina Carboplatina Paclitaxel Gencitabina AUC 5 200mg/m2 1000mg/m2 D1 D1 D1, D8 em 100 minutos Radiossensibilizante Cisplatina 100 mg/m2(durante RT) D1 e D22 ** Considerar dividir a dose de cisplatina em D1 e D8 e D22 e D29 112 Risco Característica do tumor Baixo pTaG1 unifocal Intermediário pTa-pTG2 pTa 3-5 cm pTa multifocal pT1G1 Alto pT1G3 pT1 multifocal pT1 recorrente CIS Radioterapia - Indicações e técnica • Indicações • T2-3 N0-2 M0 (sem condições clínicas e/ou recusa para cistectomia radical; a hidronefrose contra-indica essa alternativa terapêutica) • Técnica • RTU seguido por: • RT 45Gy / 5 semanas + CDDP 20-25 mg/m2 (4-5 semanas) • Resposta Parcial / Falha - Cistectomia radical (pacientes com condição clínica) • Resposta Completa - “boost” com RT externa 18 Gy / 2 semanas • Volume alvo: incluir a pelve (toda a bexiga, próstata e uretra prostática, linfonodos adjacentes à bexiga) • 4 campos: AP / PA e laterais D e E • limites • inferior: 1 cm abaixo do forame obturador • superior: inter-espaço S1-L5 na projeção AP • laterais: 1,5 cm lateral à margem óssea da pelve, no seu ponto mais largo. Para os campos laterais o limite anterior corresponde a 1 cm anterior à mucosa vesical vista à cistografia com contraste na simulação. Posteriormente o campo deve extender-se pelo menos 2,5 cm posterior à bexiga, ou 2,5 cm posterior ao tumor visto no CT. Esse limite geralmente coincide com a junção S1-S2. Realiza-se a proteção das cabeças femorais nos campos AP/PA, e a confecção de blocos individuais quando possível. • simulação com contraste na bexiga (150-200 ml de contraste e 100-150 ml de ar) • volume de “boost”: Se o volume do tumor inicial estava limitado a uma seção da bexiga, usualmente trígono e/ou parede posterior, a dose de reforço deve ser desenhada de forma a excluir as áreas não envolvidas da bexiga. Isto pode ser obtido através de técnicas de composição de campos confomrados. Doses • • fase 1 - 4500 cGy em 25 frações de 180 cGy / 5 semanas • fase 2 - 1800 cGy em 10 frações de 180 cGy / 2 semanas Aspectos da cirurgia e tratamento adjuvante • Ressecção endoscópica do tumor de bexiga Durante a cistoscopia se deve colher a urina para realização do lavado vesical que é armazenada em álcool à 70% para identificação do CIS. • Pacientes dos estádios pTa e pT1 podem ser submetidos à nova ressecção endoscópica, dentro de 4 a 6 semanas da primeira RTU, no caso de tumores multifocais, grau III, de base larga, recidiva precoce, com volume tumoral > 3 cm e com CIS associado. • 113 • • • • • • Pacientes sintomáticos (LUTS) e com obstrução infravesical devem ser submetidos em tempo único à RTU do tumor de bexiga e depois da próstata. A quimiioterapia intravesical pós operatóroa imediata com Mitomicina C intravesical na dose de 40 mg diluído em SF 0,9% 60ml no pós-operatório imediato ou em até 24 horas apos a RTU. A solução deve ser instilada, a sonda fechada por cerca de 40 a 60 minutos e depois reiniciada a irrigação. Em casos de ressecção muito extensa e/ou suspeita de prefuração vesicak, a mitomicina deve ser suspença. Os pacientes que forem ser submetidos à imunoterapia com BCG liofilizado devem receber 20 mg da cepa Moreau-Rio de Janeiro (Fundação Ataulpho de Paiva) por dose aplicada intravesical, que corresponde a 100.000 micobactérias (meia dose de 40 mg), ou Immmucisty 81mg, cepa Connaught Indicações da cistectomia radical em pacientes portadores de tumor superficial: doença de alto risco que não responde ao tratamento intravesical, em bexiga com baixa complacência e de função insatisfatória, doença de baixo risco, mas com lesão extensa irressecáveis, em pacientes do estádio T1 com grande extensão multifocal. Cistectomia radical Consiste na cistoprostatectomia em pacientes do sexo masculino e na exenteração pélvica anterior no sexo feminino, associadas à linfadenectomia pélvica alargada bilateral. • A linfadenectomia deve ser alargada com dissecção acima da bifurcação da aorta até a artéria mesentérica inferirior. O número de linfonodos removidos e a densidade maior ou menor de 20% são fatores prognósticos. • • Reconstrução do trato urinário Reservatórios ortotópicos continentes: são candidatos a esse tipo de reconstrução do trato urinário os pacientes com função renal normal, boa função hepática, ausência de carcinoma “in situ” difuso, ausência de doença inflamatória intestinal, biópsia negativa na uretra prostática e do colo vesical nas mulheres e expectativa de vida longa. Caso haja estas contraindicações a uretra deve ser removida em bloco. Utilizar preferencialmente o íleo terminal na derivação urinária. Critérios de McDogal para eleição de reservatórios continentes: 1. creatinina < 2,0 2. osmolaridade > 600 mOsm 3. clearance de creatinina ≥ 35 ml/min 4. acidificação urinária: pH=5,8 (após sobrecarga de cloreto de amônio) 5. proteinúria mínima 6. aceitação e compreensão pelo paciente 7. Destreza para autocateterismo intermitente 114 • • • Sintomas de acidose: fraqueza, fadiga, cor acinzentada, perda de apetite, pirose epigástrica, náusea, vômito (gasometria venosa). Oferecer bicarbonato de sódio (2-6 g/dia) e sal. condutos urinários: são candidatos a esse tipo de derivação os pacientes com insuficiência renal, presença de carcinoma “in situ” difuso, presença de invasão de uretra prostática, presença de invasão do colo vesical na mulher (situações onde se faz necessária a uretrectomia), e expectativa de vida curta ou condição clínica precária. Utilizar preferencialmente os condutos ileais (Bricker) ou colônicos (Mogg). Técnicas alternativas como derivações continentes não ortotópicas (Indiana Pouch) poderão ser empregadas. a confecção dos condutos e reservatórios urinários será feita por sutura manual com fio absorvível (poligalactina 00 e 000 (Vicryl) ou Caprofil. Seguimento • Tumores superficiais • baixo risco (pacientes de baixo risco, pTa, lesão única, inicial, podem ser submetidos a controle semestras) • alto risco (após imunoterapia) 1º e 2º anos 3º ao 5º ano >5 anos > 10 anos meses 3 6 9 12 6 12 12 12 Anamnese + EF X X X X X X X X Cistoscopia com biópsia s/n X X X X X X X X Lavado vesical X X X X X X X X CT ou urografia X X X X * Acrescentar exames de imagem para o seguimento dos pacientes com tumores invasivos submetidos à cistectomia parcial. 115 • Tumores invasivos • - pacientes submetidos à cistectomia radical 1º e 2º anos 3º ao 5º ano >5 anos > 10 anos meses 3 6 9 12 6 12 12 12 Anamnese + EF X X X X X X X X Rx de tórax X X X X X X X X USG ou CT X X X X X X X X Leituras sugeridas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 116 Morales A, Eidinger D, Bruce AW. Intracavitary bacillus Calmette-Guerin in the treatment of superficial bladder tumors. J Urol 1976;116:180-3. Cookson MS, Sarosdy MF. 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Int Braz J Urol. 2002 Sep-Oct;28(5):426-35; discussion 435-6. 117 Adenocarcinoma da Próstata Doença Locorregional 118 *De acordo com a elevação dos níveis e da cinetica de PSA pós-operatório e estadiamento patológico: 1) se elevação precoce (até 18 meses) ou vesiculas seminais comprometidas, ou Gleason ≥ 8, ou linfonodos comprometidos e/ou PSA ”doubling time” < 10 meses prefere-se hormonioterapia; 2) se elevação tardia (18 a 30 meses) e vesículas seminais livres, linfonodos negativos e PSA “doubling time” > 10 meses, prefere-se radioterapia. ** Em pacientes muito jovens (< 50 anos) pode ser considerada cirurgia se PSA > 20 e próstata móvel, mesmo em T3. Vigilância Ativa intervention) e intervenção postergada ( Active Surveillance and delayed Protocolo para casos selecinonados, que não desejam se submeter a tratamentos, porém que apresentem neoplasias de baixo riscos e compatíveis com observação. Em caso de progressão, a intervenção deverá ser instituída. O objetivo deste programa é não supertratar pacientes que possuam tumores de baixo risco, e ao mesmo tempo, não subtratar aqueles se progridam e tragam risco. A intervenção postergarda deverá ser oportuna, a ponto de oferecer as mesmas taxas de cura da intervenção primária. Critérios para admissão: Estádio ≤pT1c2a PSA ≤ 10 ng/mL Gleason ≤6 ( 3+3) em no máximo 3 de fragmentos positivos e todos os fragmentos com menos de 50% de acometimento. Seguimento confiável Seguimento: Paciente deverá ter repetida uma primeira biópsia 6 a 12 meses após a primeira. E depois, a cada 3 a 5 anos até a idade de 80 anos. PSA e Exame físico a cada 3/4 meses (ao menos 3 x/ano) Intervenção se: PSADT< 3 anos Incremento do grau de Gleason 7 (3+4) ou maior nas biópsias Incrmento do tumor no toque Instabilidade psíquica ou desejo do paciente. 119 Doença Metastática 120 *Pacientes que mesmo após QT apresentem dor difusa e condições clínicas poderão ser considerado para o uso de Samário ** Pacientes que após falha da Ht de segunda linha devem ser avaliados individualmente e considerados para Qt, baseado expectativa de vida, performance status e funções orgânica, ou Estrogenoterapia com DES (dietil-etilbestrol) 1mg/dia + ASS – Contraindicado para pacientes com doença isquêmica e tromboembólicas e cardiovasculares. *** Acido zoledronioco esta indicado em pacientes com metástases ósseas com função renal adequada independente de quimioterapia ou hormonioterapia *** Bisfosfonados: M1 (osso) com ClCr > 30ml/min Considerar uso de Ácido Zoledrônico Mensal. Benefício: diminuição de eventos ósseos M0 em terapia de privação androgênica (HT) com Cl Cr > 30mL/min Considerar uso de Ácido Zoledrônico Trimestral durante HT. Benefício: < Perda Óssea Após Falha de Um método de castração (orquiectomia ou análogo LHRH) + 1 Bloqueador Androgênico Periférico o paciente já pode ser considerado para candidato a Quimioterapia com Taxano - Indicação deve ser individualizada e casos selecionados Estadiamento TNM UICC 2010 (CID-O C61) • Tx - tumor primário não pode ser avaliado • T0 - não há evidências de tu primário • T1 - tumor não palpável e não detectável por exame de imagem • T1a - achado histológico incidental em <5% do tecido ressecado • T1b - achado histológico incidental em >5% do tecido ressecado • T1c - identificado por biópsia por agulha (elevação do PSA) • T2 - tumor confinado à próstata • T2a – envolve metade de um lobo ou menos • T2b – envolve mais da metade de um lobo, mas não ambos os lobos • T2c – tumor envolve ambos os lobos • T3 - tumor se extende através da cápsula prostática • T3a - extensão extracapsular (unilateral ou bilateral) • T3b - invasão de vesícula seminal • T4 - tumor fixo ou com invasão de estruturas adjacentes: colo vesical, esfíncter externo, reto, músculos elevadores, e/ou parede pélvica. 121 NOTA: 1. Tumor diagnosticado através de biópsia por agulha, não palpável e não visível por imagem, é classificado como T1c. 2. Invasão do ápice prostático ou da cápsula prostática (sem ultrapassá-la) é classificada como T2 • Nx - linfonodos regionais não podem ser avaliados • N0 - ausência de metástases linfonodais • N1 - metástases em linfonodos regionais • Mx - metástases não podem ser avaliadas • M0 - ausência de metástases • M1 – metástase • M1a - linfonodos não regionais • M1b - osso(s) • M1c - outro sítio Estadiamento patológico As categorias pT, pN, e pM correspondem as categorias T, N, M. No entanto, não há pT1 pois o material é insuficiente para determinar a categoria de pT. Classificação de Gleason é a classificação de escolha: Gleason X – escore de Gleason não pode ser acessada Gleason ≤ 6 – bem diferenciado (anaplasia leve) Gleason 7 – moderadamente diferenciado (anaplaisa moderada) Gleason 8-10 – pouco diferenciado/indiferenciado (anaplasia severa) Agrupamento por estádio Estádio I IIA T 1a-c 2a 1-2a 1a-c 1a-c 2a 2b 2b N 0 0 0 0 0 0 0 0 M 0 0 0 0 0 0 0 0 Gleason ≤6 ≤ 6 x 7 ≤6 ≤7 ≤7 x PSA < 10 < 10 x < 20 ≥10 <20 <20 <20 x IIB III IV 2c 1-2 1-2 3a-b 4 qq qq 0 0 0 0 0 1 qq 0 0 0 0 0 0 1 qq qq ≥8 qq qq qq qq qq ≥20 qq qq qq qq qq 122 Níveis normais de PSA por idade Idade 40 - 49 50 - 59 60 - 69 70 - 79 PSA normal (ng/ml) 0 - 2,5 0 - 3,5 0 - 4,5 0 - 6,5 Diagnóstico • Solicitar PSA em pacientes com: - Mais de 40 anos de idade e história familiar de um parente direto ou mais que dois de segundo grau. - Mais de 50 anos de idade A chance de CaP com PSA entre 2-10 é de 25%. Para esta faixa de PSA, com percentual do PSA livre/PSA total entre 0-10%, 10-15%, 15-20%, 20-25%, >25%, a chance de CaP é de 56%, 28%, 20%, 16% e 8%, respectivamente. Obs: O PSA se correlaciona com idade, estádio clinicopatológico, volume de neoplasia na próstata, penetração capsular, percentual do volume de grau 4/5 na neoplasia e invasão da vesícula seminal (p<0,05). • Solicitar PSA total e livre quando: - Toque retal suspeito com PSA normal - PSA maior do que o esperado para idade* e menor que 10 ng/mL (entre 2 e 10) - Densidade de PSA > 0,15 - Velocidade anual de aumento do PSA > 0,75 ou 20% • Realizar biópsia de próstata dirigida por ultra-sonografia quando: - Relação PSA livre / PSA total < 10% - PSA > 10 ng/mL - Ultra-sonografia trans-retal com nódulo prostático suspeito - Toque retal altamente sugestivo - Re-biópsia: depois de 12 fragmentos negativos em pacientes com PSA livre/PSA total <15%, velocidade PSA > 0,75 ng/ml/ano, PIN de alto grau e/ou ASAP / Atipias. Biópsia (+) ou achado de RTU (+) → Estadiamento Biópsia (-) → Repetir PSA total e livre em 3 meses 123 Grupo de risco para recidiva da doença no pré-operatório. Avaliar chance do estadiamento da doença na peça conforme prostatograma de Kattan e pelo Search Database Study group no pré-operatório. 124 Probabilidade estimada de sobrevida livre de recidiva bioquímica conforme quatro grupos de risco: (Kan MA, Walsh P. Urology 2003, 62:866.) OC-órgão confinado, EEC- extensão extra capsular, VS-vesícula seminal, LN-linfonodo Indicações de exames para estadiamento: - Cintilografia óssea: PSA > 10 ng/ml, ou escore de Gleason 8-10, ou EC T3 ou T4 ou sintomas sugestivos de metástases óssea. Se escore de Gleason < 8 e EC < T3, só quando PSA > 20 ng/ml. - TC ou RNM é recomendada para pacientes EC T3 ou T4 ou nomogramas preditivos indicar > 20% probabilidade de LND +. Não indicar TC ou RNM em pacientes com PSA < 20 ng/ ml. Indicação da terapia baseada no risco de recidiva e expectativa de vida Risco baixo - Expectativa de vida < 10 anos: observação ou RXT. - Expectativa de vida > 10 anos: PR Risco intermediário - RXT ou prostatectomia radical com LND alargada Risco alto 125 - Expectativa de vida menor de 5 anos: supressão hormonal ou observação - Expectativa de vida maior de 5 anos: HT neo-adjuvante, RXT e 2-3 anos de ablação hormonal ou PR com LND alargada - Expectativa de vida maior que 10 anos: PR com LND alargada Risco muito alto - pacientes do EC T3c ou T4 não são candidatos à PR. Indicado ablação hormonal exclusiva ou associada à RXT. Tratamento Cirurgia - Prostatectomia radical com linfadenectomia (LDN) seletiva para pacientes de baixo risco e PR com LND alargada para os com risco intermediário ou alto. - Linfadenectomia obturadora estadiadora. Na presença de linfonodos suspeitos, encaminhar para congelação. Se N(-) prosseguir PR. Se N(+), tratar igual à doença metastática. Em doença micrometastática, pode ser considerada linfadenectomia alargada e Prostatectomia seguida de hormonioterapia. - Prostatectomia de resgate (pós-radioterapia) deverá ser oferecida aos pacientes com baixo risco anestésico, se próstata móvel ao toque e boa expectativa de vida. Alem disso, somente para casos de tumores de baixo risco antes da radiotrsapia e que na indicação do resgate tenham PSA < 10 ng/ml (preferencialmente < 4,0 ng/ml) ausência de franco extravasamento capsular e PSa “doubling time” < 10 meses. Linfadenectomia laparoscópica estadiadora São candidatos os pacientes de alto e muito alto risco para metástases linfonodais que não tenham metástases à distância PSA > 20ng/ml e/ou Gleason > 7 e/ou ≥ T2b e candidatos à radioterapia/braquiterapia Hormonioterapia neoadjuvante à Radioterapia Bloqueio androgênico máximo: - Gosserrelina (Duas aplicações, sendo uma a cada 3 meses) e Bicalutamida (50mg V. O. dia) ou Ciproterona (100 mg V.O. a cada 12 hs). Sempre manter antiandrogênicos duas semans antes e duas semanas apos a aplicação da Gosserrelina. - Inicia-se a radioterapia após três meses de bloqueio. NOTA: Está contra-indicado o bloqueio androgênico com análogo LHRH quando houver sinais de compressão raquimedular ou obstrução urinária e hidronefrose. NOTA - Pacientes com evidências de obstrução urinária instalada ou iminente serão submetidos a RTU de próstata e a radioterapia poderá ter início somente após três a seis meses. Durante esse período o paciente poderá receber hormonioterapia. 126 Radioterapia A indicação terapêutica se faz de acordo com essa classificação, sendo utilizada uma das seguintes opções : MUITO BAIXO RISCO 1- Radioterapia Conformacional Tridimensional – 72 Gy – 76 Gy 2- Braquiterapia de Baixa Taxa de Dose com Iodo-125 – 145 Gy 3- Radioterapia com intensidade modulada do feixe (IMRT) - 72 Gy – 76 Gy BAIXO RISCO 1- Radioterapia Conformacional Tridimensional – 74 Gy – 76 Gy 2- Braquiterapia de Baixa Taxa de Dose com Iodo-125 - 145 Gy 3- Radioterapia com intensidade modulada do feixe (IMRT) – 74 Gy – 76 Gy RISCO INTERMEDIÁRIO 1-Radioterapia Conformacional Tridimensional – 76 Gy 2-Radioterapia Conformacional Tridimensional – 45 A 50,4 Gy boost com Braquiterapia de Baixa Taxa de Dose com Iodo-125 - 115 Gy 3-Radioterapia Conformacional Tridimensional – 45 A 50,4 Gy boost com Braquiterapia de AltaTaxa de Dose com Irídio 192 - 24 Gy 4- Radioterapia com intensidade modulada do feixe (IMRT) - 76 Gy – 78 Gy ALTO RISCO A-Irradiação localizada 1-Radioterapia Conformacional Tridimensional – 76 a 77,4 Gy 2-Radioterapia Conformacional Tridimensional –50,4 a 54 Gy boost com Braquiterapia de Baixa Taxa de Dose com Iodo-125 - 115 Gy 3-Radioterapia Conformacional Tridimensional – 50,4 a 54 Gy boost com Braquiterapia de AltaTaxa de Dose com Irídio 192 - 30 Gy 4- Radioterapia com intensidade modulada do feixe (IMRT) – 78 Gy B- Irradiação pélvica [pacientes jovens (65 anos), expectativa de vida superior a 10 anos, risco de linfonodos pelvicos acometidos maior que 15% (Nomograma de Partin)] 1ª Fase do tratamento – Radioterapia Pélvica – 45 GY com: 1-Radioterapia Conformacional Tridimensional ou preferencialmente 2- Radioterapia com intensidade modulada do feixe (IMRT) 2ª Fase do tratamento – Boost em próstata e vesículas seminais para dose final de 76–78 Gy. 1-Radioterapia Conformacional Tridimensional ou preferencialmente 2- Radioterapia com intensidade modulada do feixe (IMRT) TÉCNICAS DE RADIOTERAPIA CAMPOS LOCALIZADOS 1 – 4 campos 10 x 10cm - AP/PA e laterais para localização do isocentro; limite inferior = ramo ísquio pubiano e anterior do lateral = superior da sínfise púbica. - Radiografar (AP e lateral E) com contraste uretral (Optiray – 20ml) 127 TRATAMENTO - energia: 10 MV (preferencial) ou 6 MV - colimações: MLC (preferencial) ou blocos de cerrobend - técnica isocêntrica - isodose de prescrição: Isodose que englobe o PTV ( ≥ 95%) - GTV = CTV PTV = CTV + 10mm (exceto para o reto = 7mm) TV (treatment volume) = PTV + 5mm - estruturas críticas: Bexiga (toda); cabeças femurais, e reto (1,0cm acima e abaixo do PTV) Doses / Campos: MUITO BAIXO RISCO (PSA ≤ 10; GL ≤ 6; T1c/T2a;( biópsias (+) < 50%, IP (-) biópsias (+) < 50% 6 campos - Dose = 72 a 76 Gy - 36/ 38 fr. GTV = CTV = P (sem VVSS) * Aos 64 Gy = excluir o reto nos laterais (PTV=CTV + 5mm) Total = 72 a 76 Gy BAIXO RISCO (PSAi ≤ 10; GL ≤ 6; EC T1c/T2a, IP (+) ou biópsias (+) > 50%) 1a.fase: - 4 campos (AP/PA e laterais) - Dose = 50,4 Gy / 28 fr. ou 54 Gy / 27 fr - GTV = CTV = P + VVSS 2a.fase: - 6 campos - Dose = 24 Gy / 12 fr. – 22 Gy / 11 fr - GTV = CTV = P (sem VVSS) * Aos 65 Gy = excluir o reto (PTV = CTV + 5mm para o reto) Total: 74 - 76 Gy RISCO INTERMEDIÁRIO PSA: 10 – 20 ou GL – 7 ou EC T2b – T2c 1a.fase: - GTV = CTV = (P + VVSS) - 4 campos: - Dose: 54 Gy / 27 fr. 2a.fase: - GTV = CTV (P) Total: 74 - 76 Gy - 6 campos - Dose = 22 Gy / 11 fr. * excluir reto nos laterais aos 64 Gy (PTV = CTV + 5 mm p/o reto) ALTO RISCO PSA > 20; GL 4 + 3 ou ≥ 8; RC T3a – T3b – T4 ou 2 fatores do intermediário associados) A) RT pélvica: pacientes jovens (< 65 a), sem comorbidades e expectativa de vida > 10 anos e RLN (+) > 15% 128 1a.fase: - GTV = P + VVSS - CTV = P + VVSS + linfonodos pélvicos + 1,0cm - PTV = CTV + 15mm - TV = PTV + 5mm - Técnica: 04 campos - Dose = 45 Gy / 25 fr. 2a.fase: - GTV = CTV = P + VVS - Técnica: 04 campos - Dose = 12 Gy / 6 fr. 3a.fase: - GTV = CTV = P (sem VVSS) - Técnica: 06 campos - Dose = 2000 cGy / 10 fr. * excluir reto nos laterais / oblíquos aos 65 Gy; PTV = CTV + 5 mm p/ o reto * pacientes que farão campos localizados manter as VVSS até 54 Gy exceto pacientes com VVSS (+) deverão receber 64 Gy e passar para 06 campos a partir de 50 Gy OBSERVAÇÕES 1. decúbito dorsal exceto para pacientes com incontinência urinária 2. apoio dos pés 3. orientar para realizar os procedimentos com o reto vazio e bexiga cheia (3-4 copos d’água 1h antes) 4. Pacientes do grupo intermediário deverão realizar NAAD 3 meses pré RT e durante a mesma (2m) 5. Pacientes de alto risco deverão fazer NAAD e adjuvância hormonal (2 – 3 anos) 6. Próstatas > 45 cc deverão fazer NAAD p/ citoredução ( 3m) Pacientes candidatos a braquiterapia (boost c/HDR) deverão receber 45 Gy / 25 fr. (P + VVSS) Constraints Órgão Volume máximo / dose máxima total Bexiga ≤ 50% : ≥ 50 Gy ≤ 30% : ≥ 70 Gy Reto ≤ 50% : ≥ 50 Gy ≤ 35% : ≥ 60 Gy ≤ 25% : ≥ 70 Gy ≤ 10% : ≥ 75 Gy Cabeça de Fêmur D. Max.: 82Gy D. Max.: 82Gy D. Max. : 55 Gy 129 Tratamento Adjuvante: Pacientes de alto risco: Gosserrelina 10,8mg a cada 3 meses por 36 meses. Risco Intermediário: Gosserrelina 10,8mg a cada 3 meses por 36 meses. (avaliando risco X beneficio)Considerar uso de Bifosfonato. **Pacientes de ato e muito alto risco: considerar Gosserrelina 10,8mg a cada 3 meses por 36 meses. *** Após divulgação dos dados do estudo RTOG 85-31, o uso continuo adjuvante de Gosserrelina 10,8mg a cada 3 meses, mostrou beneficio na redução de progressão de doença e ganho real de sobrevida, preferencialmente em pacientes com escore de Gleason de 7 a 10 e pode ser considerado em pacientes de risco alto e muito alto com Gleason maior que 7. Quimioterapia • Opção 1. Docetaxel: 75 mg/m2 cada 21 dias Prednisona: 5mg VO 12/12h ininterrupto Obs: Quando possível favorecemos o uso de Estramustine 2 comp 3 x dia por 5 dias, inicinado 2 dias antes da Qt. •Opção 2. (repetir a cada 6 semanas) Docetaxel: 30 mg/m2 D1, D8, D15, D22 e D29 Prednisona: 5mg VO 12/12h Obs: Esquema que pode ser melhor tolerado por idoso com KPS reduzido A todos os pacientes com metástases ósseas recomenda-se acrescentar Ácido Zolendronico (4mg EV em 15 minutos) a cada 28 dias. Avaliação periodontal prévia. Uso do Samário • dose - 1,2 mCi / Kg • confecção da imagem 2 horas após aplicação • intervalo entre as aplicações - mínimo de 2 meses ou quando as contagens hematológicas permitirem • contra-indicações - isuficiência renal - plaquetopenia (< 150 mil plaquetas) - QT e/ou RT há menos de 60 dias - iminência de fratura patológica ou compressão medular - obstrução urinária / ureterohidronefrose - leucopenia (< 3000 neutrófilos) (contra-indicação relativa) - eritropenia (< 4 milhões) (contra-indicação relativa) - uso de anticoagulantes e/ou antiagregantes plaquetários - infecção sistêmica coagulopatia, hemorragia recente 130 Seguimento a) Exames 2º ao 5º ano > 5º ano meses 4 sem 8 sem 4 1º ano 8 12 6 12 12 Anamnese + EF X X X X X X X X PSA X X X X X X X X X X Exame Urina USG vias Urinárias X X X X Seguimento a) Interpretação do PSA no seguimento - A meia vida do PSA é de 2,2 dias, portanto pacientes com PSA menor que 10ng/ml podem realizar o primeiro PSA com 45 dias. Até 77% das falhas ocorrem até 2 anos. Considera-se falha após prostatectomia radical: 1) PSA > 0,4ng/ml após no 45o pós-operatório da prostatectomia radical. (Pode ser considerado nível de PSA de 0,2ng/ml após no 45o conforme consenso da Sociedade Européia de Urologia/2005) 2) Aumento do PSA após 0,2ng/ml em pelo menos 2 exames consecutivos com elevação Considera-se falha após radioterapia: 1) PSA nadir deve ser < 1,0ng/ml após 2 anos da radioterapia. 2) A ASTRO considera falha pelo consenso de Phenix: Como elevação acima de 2ng/ml apos o valor de Nadir. - A freqüência da realização do exame do PSA no seguimento dos pacientes vai depender do anatomopatológico: patologia desfavorável: PSA cada 3-6 meses por 2-3 anos, patologia favorável: PSA anualmente. (Avaliar prostatograma de Kattan no pré e pósoperatório. O índice de concordância em estudos de validação do prostatograma está ao redor de 70%). - O aumento do PSA depois de 2 anos da prostatectomia radical, com aumento lento (<2ng/ml/ano) e tempo de duplicação do PSA maior que 10 meses refletem comportamento menos agressivo da neoplasia. O contrário, em maior agressividade. No primeiro caso é mais previsível o desenvolvimento de recidiva local e no segundo de doença disseminada. - Fatores preditivos indicativos de progressão disseminada da doença: escore de Gleason 810, margem cirúrgica negativa, tempo de duplicação do PSA menor que 10 meses e invasão da vesícula seminal. - No paciente com doença metastática virgem de tratamento submetido a hormonioterapia, a queda do PSA abaixo de 4ng/ml com manutenção deste nadir configura em geral os pacientes com melhor resposta clínica e melhor evolução 131 - No paciente hormônio refratário que após algum tipo de manipulação hormonal de 2a linha ou uso de quimioterapia ocorra queda do PSA ≥ 50-80% dos valores iniciais nos quais se observa manutenção desses níveis por pelo menos 6 semanas, verifica-se resposta objetiva com melhor evolução, ainda que existam casos de queda do PSA com evolução clínica ruim. Leituras sugeridas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 132 Miller JI, Ahmann FR, Drach GW, et al. Clinical usefulness of serum prostate specific antigen after hormonal therapy of metastatic prostate cancer. J Urol 1992, 147:956. Soloway MS, Sharifi R, Wajsman Z, et al. Randomized prospective study comparing radical prostatectomy alone versus radical prostatectomy preceded by androgen blockade in clinical stageB2(T2bNxM0) prostate cancer. J Urol 1995, 154:424. Fonseca FP, Lopes A, Melarato Jr. WA, Bachega Jr. W, Marques OJB, Pereira RN. Evaluation of prostate specific antigen in the prognosis of patients with advanced prostatecancer. São Paulo Medical J 1998;116(5):1798-802. Granero LCS, Callegari FM, Fonseca FP, Correa A, Lopes A. Freqüência de neoplasia intraepitelial no carcinoma de próstata. J Bras Urol 1998 24(2):88-92. Fonseca FP, Lopes A. Diagnóstico do câncer de próstata. Diagnóstico & Tratamento 1999, 4(4):12-5. 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Tumores do Testículo Diagnóstico e Estadiamento 135 * De acordo com a classificação de risco do IGCCCG *1 Videolaparoscópica - investigacional 136 Seminoma * Nestas situações poderá ser realizado PET-CT 137 EC I Não Seminomatoso •Avaliação de Fatores de Risco: – Estádio pT2 ou maior - Invasão Vascular (Venosa e/ou Linfática) e/ou túnica vaginal (T2) –Invasão de Cordão Espermático (T3), Invasão Escrotal (T4) –Carcinoma Embrionário em mais de 45% –Ausência de Elementos do Saco Vitelínico (Tumor de Seio Endodérmico) •Ausência: Seguimento •Presença: Discussão –Dissecção Linfonodal Retroperitoneal com Preservação de Nervos OU –Quimioterapia (2x BEP) EC IS Não Seminomatoso • Definição: – Ausência de linfonodos acometidos e sem metástase a distância, mas com marcadores elevados (AFP e/ou HCG) 30 dias após cirurgia • Tratamento: – 3 ciclos de Quimioterapia BEP ( ou 4x EP) EC II Tumor Não Seminomatoso •LND < 3 cm (exame de imagem) e marcadores normais –Linfadenectomia Retroperitoneal • N0 ou N1 : < 2 cm ou ≤ 5 LND (+) ( Recidiva < 35%) - => Seguimento • N2: >2 cm ou > 5 LND (+) ou Invasão Extralinfonodal –=> Quimioterapia (2 ciclos baseado em Platina) •LND > 3 cm (exame de imagem) ou N3 p: –Classificação de Grupo de Risco –Quimioterapia de acordo com a classificação IGCCCG Tumor Não Seminomatoso EC IIC ou III Prognóstico Bom: •3 x PEB OU •4 x E(500)P Prognóstico Intermediário ou Ruim: - 4 x PEB Seminoma EC IIC e III •Classificação de IGCCCG •Quimioterapia Prognóstico Bom: PEB x3 ou E(500) P x4 Prognóstico Intermediário: PEB x 4 138 QT para Massa Residual Ressecada com Células Tumorais Viáveis que Não Teratoma Maduro: 2x PE OU 2x VeIP OU 2x TIP Terapia de Resgate (2a Linha) VeIP ou TIP ou QT Alta Dose com Resgate de Stem- Cell Estadiamento TNM UICC 2010 (CID-O C62) Classificação Clínica • T - a categoria T corresponde ao estadiamento patológico, possível apenas após orquiectomia radical. Quando a orquiectomia radical não foi realizada, utilizar Tx. • Nx - linfonodos regionais não podem ser avaliados • N0 - ausência de metástases em linfonodos regionais • N1 - metástase em massa linfonodal única < 2 cm ou múltiplos linfonodos < 2 cm • N2 - metástase em massa linfonodal > 2 cm e < 5 cm ou em múltiplos linfonodos > 2cm e < 5cm • N3 - metástase em massa linfonodal > 5 cm • M1 - metástases à distância • M1a - metástases para linfonodos não-regionais ou metástases pulmonares • M1b - metástases para outros sítios Classificação Patológica • pTx - não pode ser avaliado (quando orquiectomia não foi realizada, utilizar Tx) • pT0 - não há evidência de tumor primário • pTis - neoplasia de células germinativas intratubular (carcinoma “in situ”) • pT1 - tumor limitado ao testículo e epidídimo sem invasão vascular/linfática; pode invadir a túnica albugínea, mas não a túnica vaginal • pT2 - tumor limitado ao testículo e epidídimo com invasão vascular/linfática, ou extensão através da túnica albugínea com envolvimento da túnica vaginal • pT3 - tumor invade o cordão espermático com ou sem invasão vascular/linfática • pT4 - tumor invade o escroto com ou sem invasão vascular/linfática • pN1 - metástase em massa linfonodal única < 2 cm; ou até 5 linfonodos de tamanho < 2 cm • pN2 - metástase em massa linfonodal > 2 cm e < 5 cm ou em múltiplos linfonodos > 2cm e < 5cm; ou mais de 5 linfonodos positivos, não maiores do que 5 cm; ou evidência de tumor extranodal • pN3 - metástase em massa linfonodal > 5 cm pM1 - corresponde à categoria M1 Marcadores Para finalidades de completar o estadiamento são válidos os marcadores dosados no PO 30 dias após a orquiectomia e não ao diagóstico. • Sx - marcadores séricos não podem ser avaliados • S0 - marcadores séricos dentro dos limites normais • S1, S2, S3 (tabela abaixo) 139 N: valor limite superior de DHL DHL S1 < 1,5 x N e S2 1,5 - 10 x N ou S3 > 10 x N ou β-hCG mlU/ml < 5000 e 5000-50000 ou > 50000 ou AFP ng/ml < 1000 1000-10000 > 10000 Agrupamento por estádio Estádio pT N M S 0 I IA IB IS II IIA IIB IIC III IIIA IIIB IIIC Tis 1-4 1 2-4 qq/x qq/x qq/x qq qq qq qq qq qq qq qq qq 0 0 0 0 0 1-3 1 2 3 qq qq 1-3 qq 1-3 qq qq 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1a 0 1 a 0 1a 1b 0 X 0 0 1-3 (medido pós-orquiectomia) X 0-1 0-1 0-1 X 0-1 2 2 3 3 qq tratamento cirúrgico • Orquiectomia - Em todos os casos o acesso será por inguinotomia com ligadura alta dos elementos do cordão espermático. - Nos tumores não-seminomatosos de estadio I onde ocorreu violação escrotal e não será realizado tratamento sistêmico, será realizado hemiescrotectomia. • Linfadenectomia Retroperitoneal e Ressecção de massa residual Linfadenectomia retroperitoneal seletiva: - Linfadenectomia retroperitoneal seletiva: os limites são dados pelo hilo renal ipsilateral ao tumor (em tumores à direita, extende-se até o hilo esquerdo), grande vaso ipsilateral, sulco interaórticocaval, até a emergência da artéria mesentérica inferior. A partir dela a dissecção se extende inferiormente interessando apenas os linfonodos dispostos lateralmente aos vasos ilíacos ipsilaterais ao tumor. Nesta cirurgia devemos preservar as fibras simpáticas lombares retroperitoniais, no intuito de preservar a ejaculação anterógrada. - A linfadenectomia seletiva só deve ser feita quando os marcadores forem negativos no pós-operatório 30 dias da orquiectomia (S0). Se marcadores permanecerem elevados (S1) a 140 cirurgia não deve ser feita, a QT deve ser realizada. Nas linfadenectomais pós-QT: -Nas linfadenectomais pós-QT, em massas residuais, a cirurgia poderá se estende além dos limites descritos acima, podendo incluir a região contra-lateral, supra-hilar renal ou mesmo a ressecção de órgãos adjacentes, sempre a juízo clínico. Nesta situação a remoção é imperativa, nem sempre sendo possível a preservação das fibras simpáticas e da ejaculação. Em massas unilaterais de pequeno volume a preservação neurológica pode ser realizada. Observação**: Sob pena de permanência de neoplasia ou teratoma residual alguns casos de resposta completa após QT poderão ser observados, desde que cumpram todas as seguintes condições: TC normal Ausência de teratoma no Tu primário Bom prognóstico na IGCCCG 1997 Marcadores S1-2 Massa pré-Qt <10 cm Regressão pós Qt > 90% Seguimento confiável Havendo massa residual retroperitonial e em outros sítios (tórax, por exemplo), A cirurgia inicial será a do retroperitônio, em caso de fibrose, os outros sítios poderão ser seguidos clinicamente, porém há risco de 25% em média de haver histologias distintas entre o retroperitônio e outros sítios. • Orientações - Seminomas com aumento exclusivo de β−HCG serão tratados como tal. Se houver aumento de AFP, revisar a lâmina e considerar como não seminoma. - Todos os pacientes candidatos a QT e/ou RT deverão ser encaminhados para avaliação e coleta de esperma em bancos de sêmen Quimioterapia Esquema PEB VP16 CDDP VeIP TIP drogas CDDP VP16 ou Etoposide Bleomicina VP16 ou Etoposide CDDP Vinblastina Mesna (uroproteção) Ifosfamida CDDP Taxol IC em 24 h Mesna (uroproteção) Ifosfamida 4h CDDP dose 20 mg/m2 100 mg/m2 30 UI 100 mg/m2 20 mg/m2 0,11 mg/Kg período D1aD5 D1aD5 D2, D9, D16 D1aD5 D1aD5 D1e D2 1,2 g/m2 20 mg/m2 250 mg/m2 D1aD5 D1aD5 D1 1,2 g/m2 20 mg/m2 D1aD6 D2aD6 141 Classificação de Prognóstico para pacientes com tumores Metástáticos IGCCCG ( IGCCCG, J Clin Oncol 15:594-603. 1997) Pacientes com tumores metástáticos têm repostas distintas ao tratamento de acordo com os níveis de extensão de doença e dos marcadores sérico. O IGCCCG - International Germ Cell Cancer Colaborative Group através de um consenso, criou uma classificação de risco para tumores testiculares. Conforme os quadros abaixo. Entre não seminomatosos, pacientes de Risco Intermediário têm Sobrevida Global em 5 anos de 80% , os de baixo risco 80 a90%, já pacientes de alto risco atingem 30 a 48%. Esta classificação tem importância prognostica e no plano terapêutico: Tus Não Seminomatosos Risco Marcador sérico Extensão da doença Baixo S1 BHCG<5000 IU/L AFP<1000ng/ml DHL< 1,5 normal Metástase Pulmonar Tu Primário testículo Intermediário S2 BHCG:5000 - 50000 IU/L AFP: 1000 – 10000 ng/ml DHL: 1,5 a 10xnormal Metástase Pulmonar Tu Primário testículo ou retroperitônio Alto S1 BHCG: ≥ 50000 IU/L AFP: ≥10000 ng/ml DHL: ≥10xnormal Metástase visceral não pulmonar Tu primário mediastinal Seminomas 142 isco Intermediário Tumores extra-gonadais Presença de metástases viscerais não pulmonares AFP; BHCG e DHL Normais Alto risco Seminomas puros não são assim classificados Pacientes submetidos a cirurgia pós-QT, quando tiverem ressecção completa (p<0,001), <10%células viáveis (p=0,001) e pertencerem ao grupo de bom prognóstico prévio do IGCC (p=0.01), segundo Fiazzi et al, não necessitam de QT pós-operatória. Os demais casos serão avaliados individualmente, quanto ao emprego de QT. Pacientes para os quais tenham se esgotado todas as possibilidades de QT e permanecem com massas residuais e marcadores positivos, poderão ser submetidos a cirurgias como última medida, a despeito do prgonóstico reservado e morbidade. A decisão deverá ser individualizada Radioterapia • Seminomas Ia de alto risco e Ib • radioterapia para região retroperitoneal, sem inclusão das cadeias ínguino-ilíacas • técnica antero-posterior, com acelerador linear 6 MV, na dose final de 2520 cGy em 14 frações de 180 cGy / 5 vezes por semana, calculados na metade da espessura do paciente • limites do campo • superior: transição T10 - T11 • inferior: transição L5 - S1 • laterais: 1 cm da apófise transversa do corpo vertebral. Para tumores primários do testículo esquerdo, o limite lateral deverá acompanhar a drenagem da veia espermática na veia renal, com traçado de campo delimitado por “cerrobend” próprio para cada paciente. • Seminomas IIa incluir a cadeia ilíaca homolateral em campo único com o campo retroperitoneal com blocos confeccionados individualmente. A dose será de 2550 cGy / em 17 frações de 150 cGy / 5 vezes por semana, e a seguir um “boost” de 1000 cGy na lesão retroperitoneal, localizado através do CT pré-tratamento. OBS: • não é necessário incluir a cicatriz cirúrgica inguinal no campo de irradiação • pode ser necessário incluir a hemi-bolsa em caso de violação escrotal prévia ou contaminação grosseira • recomenda-se a preservação seminal em pacientes com inclusão da região ínguinoilíaca Seguimento A) pacientes operados • orquiectomia (ECI) • orquiectomia + linfadenectomia retroperitoneal (EC I - II) anos Anamnese + EF Rx tórax 1º 1/1mês 2º 3ºao 5º > 5º 2/2m 6/6m 1/1ano DHL, β-hCG, AFP 143 OBS1: quando se realiza apenas orquiectomia (EC I), acrescentar CT de abdome: 1o ano - 2/2 meses; 2o ano - 4/4meses; 3o ao 5o anos - 6/6meses; após 5 anos - 1/1 ano OBS2: quando se realiza QT adjuvante para Estádio II patológico, o retorno e os exames podem ser feitos no 1o ano - 3/3meses; no 2o ano - 6/6meses; e após 2 anos - 1/1 ano OBS3: nos casos de remissão completa pós QT para câncer metastático: 1o ano - 2/2meses; 2o ano - 4/4meses; 3o ao 5o anos - 6/6meses; após - 1/1ano anos Anamnese + EF Rx tórax 1º 2/2m 2º 3º > 5º 4/4m 6/6m 1/1ano DHL, β-hCG, AFP OBS: Fazer TC de abdome ao término da RT, dois meses e um ano após. Nos pacientes submetidos a linfadenectomia retroperitonial com linfonodos negativos (pN0) com marcadores normais, a TC de abdome pode ser realizada 1 vez ao ano (recorrência local < 2%) OBS1: os pacientes portadores de não seminoma estádio patológico IIB tratados com QT adjuvante não necessitam de TC no seguimento caso tenham apresentado remissão completa OBS2: TC é necessário apenas para os portadores de não seminoma EC I que não fizeram adjuvância e portadores de seminoma em vigilância C) Pacientes submetidos a quimioterapia (seminoma e não seminoma) anos Anamnese + EF Rx tórax 1º 1/1m 2º 3º > 4º > 5º 2/2m 3/3m 6/6m 1/1ano DHL, β-hCG, AFP Referências: 1. 2. 144 Pont J, Albrecht W, Postner G, Sellner F, Angel K, Höltl W. Adjuvant chemotherapy for highrisk clinical stage I nonseminomatous testicular germ cell cancer: long-term results of a prospective trial. J Clin Oncol. 1996 Feb;14(2):441-8 Krege S, Beyer J, Souchon R, Albers P, Albrecht W, Algaba F, Bamberg M, Bodrogi I,Bokemeyer C, CavallinStåhl E, Classen J, Clemm C, Cohn-Cedermark G, Culine S, Daugaard G, De Mulder PH, De Santis M, de Wit M, de Wit R, Derigs HG, Dieckmann KP, Dieing A, Droz JP, Fenner M, Fizazi K, Flechon A, Fosså SD, del Muro XG, Gauler T, Geczi L, Gerl A, Germa-Lluch JR, Gillessen S, Hartmann JT, Hartmann M, Heidenreich A, Hoeltl W, Horwich A, Huddart R, Jewett M, Joffe J, Jones WG, Kisbenedek L, Klepp O, Kliesch S, Koehrmann KU, Kollmannsberger C, Kuczyk M, Laguna P, Galvis OL, Loy V, Mason MD, Mead GM, Mueller R,Nichols C, Nicolai N, Oliver T, Ondrus D, Oosterhof GO, Ares LP, Pizzocaro G, Pont J, Pottek T, Powles T, Rick O, Rosti G, Salvioni R, Scheiderbauer J, Schmelz HU, Schmidberger H, Schmoll HJ, Schrader M, Sedlmayer F, Skakkebaek NE, Sohaib A, Tjulandin S, Warde P, Weinknecht S, Weissbach L, Wittekind C, Winter E, Wood L, von der Maase H. 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Krege S, Beyer J, Souchon R, Albers P, Albrecht W, Algaba F, Bamberg M, Bodrogi I, Bokemeyer C, Cavallin Ståhl E, Classen J, Clemm C, Cohn-Cedermark G, Culine S, Daugaard G, De Mulder PH, De Santis M, de Wit M, de Wit R, Derigs HG, Dieckmann KP, Dieing A, Droz JP, Fenner M, Fizazi K, Flechon A, Fosså SD, del Muro XG, Gauler T, Geczi L, Gerl A, Germa- Lluch JR, Gillessen S, Hartmann JT, Hartmann M, Heidenreich A, Hoeltl W, Horwich A, Huddart R, Jewett M, Joffe J, Jones WG, Kisbenedek L, Klepp O, Kliesch S, Koehrmann KU, Kollmannsberger C, Kuczyk M, Laguna P, Galvis OL, Loy V, Mason MD, Mead GM, Mueller R, Nichols C, Nicolai N, Oliver T, Ondrus D, Oosterhof GO, Paz-Ares L, Pizzocaro G, Pont J, Pottek T, Powles T, Rick O, Rosti G, Salvioni R, Scheiderbauer J, Schmelz HU, Schmidberger H, Schmoll HJ, Schrader M, Sedlmayer F, Skakkebaek NE, Sohaib A, Tjulandin S, Warde P, Weinknecht S, Weissbach L, Wittekind C, Winter E, Wood L, von der Maase H. European consensus conference on diagnosis and treatment of germ cell cancer: a report of the second meeting of the European Germ Cell Cancer Consensus Group (EGCCCG): part II. Eur Urol. 2008 Mar;53(3):497-513. Albers P. Surgery is an essential part of salvage treatment in refractory germ cell tumors. Eur Urol. 2006 Nov;50(5):893-4. Davis BE, Herr HW, Fair WR, Bosl GJ. The management of patients with nonseminomatous germ cell tumors of the testis with serologic disease only after orchiectomy. J Urol. 1994 Jul;152(1):111-3 Culine S, Theodore C, Terrier-Lacombe MJ, Droz JP. Primary chemotherapy in patients withnonseminomatous germ cell tumors of the testis and biological disease only after orchiectomy. JUrol. 1996 Apr;155(4):1296-8. Saxman SB, Nichols CR, Foster RS, Messemer JE, Donohue JP, Einhorn LH. The management of patients with clinical stage I nonseminomatous testicular tumors and persistently elevated serologic markers. J Urol. 1996 Feb;155(2):587-9 8. Bosl GJ, Motzer RJ. 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N Engl J Med. 2007 Jul 26;357(4):340-8 145 Tumores Renais Doença Locorregional 146 Outras Lesões Renais OBS: os angiomiolipomas devem ser seguidos trimestralmente no primeiro ano com USG ou TC e semestralmente após. Em caso de aumento do volume, sintomatologia sangramento espontâneo ou dúvida diagnóstica,deve-se realizar preferencialmente cirurgia preservadora de néfrons ou em casos de certeza diagnóstica, a embolização do tumor. Evaliar a presença de Esclerose Tuberosa. ** Recentemente incorporamos junto com o Departamento de Imagem o método de radiofreqüência, que está indicado para casos de casos de tumores pequenos ( < 2,5 cm), idealmente perif[ericos, múltiplos, em portadores de síndromes de carcinoma de ce’lulas renais familiares ou em condições clínicas precárias para cirurgia. 147 Cistos renais Classificação de Bosniak A Classificação de Bosniak é uma classificação realizada através do emprego de tomografia computadorizada. Estima os risco de presença de neoplasia e determina as condutas terapêuticas. 148 Doença Metastática Exames para diagnóstico e estadiamento • Performance Status: Classificações de Acordo com Karnofski e ECOG • Cálcio, VHS, fosfatase alcalina, provas de função hepática • USG e/ou CT de abdome e pelve • Rx de tórax (frente e perfil) • Angio-ressonância (se suspeita de trombo venoso, insuficiência renal ou alergia a contraste iodado) 149 • TC de crânio e cintilografia óssea se achados clínicos ou laboratoriais • Ecocadiograma transesofágico se suspeita de trombo artrial Estadiamento TNM UICC 2010 (CID-O C64) • Tx - tumor primário não pode ser avaliado • T0 - não há evidência de tumor primário •T1 – tumor menor que 7 cm, limitado ao rim. • T1a - tumor < 4,0, limitado ao rim, limitado ao rim. • T1b - tumor > 4 e < 7,0 cm no maior eixo, limitado ao rim •T2- tumor > 7,0 cm no maior eixo, limitado ao rim •T2a – tumor maior que 7 porem ≤ 10 cm, limitado ao rim •T2b – tumor maio r que 10 cm, limitado ao rim. • T3 - tumor estende-se às veias maiores ou tecidos perinefréticos, mas não invade adrenal ipsilateral, sem ultrapassar a fáscia de Gerota • T3a – tumor estende-se às veias renais ou seus segmentos, ou invade seio renal ou gordura perirenal, sem ultrapassar a fáscia de Gerota • T3b - extensão franca à veia cava abaixo do diafragma • T3c - extensão franca à veia cava acima do diafragma ou invade a parede da veia cava • T4 - tumor ultrapassa a fáscia de Gerota (inclue extensão para adrenal) • NX – Linfonodso regionais não podem ser acessados • N0 – ausência de metástase linfonodal • N1 - metástase linfonodal regional • M0 – sem metástase à distância • M1 – metástase à distância Agrupamento por estádios Estádio I II III T 1 2 1 2 3 N 0 0 1 1 0, 1 M 0 0 0 0 0 Escala de Karnofsky e Colaboradores para Avaliação do Estado Geral 100-Normal, sem queixas 90-Normal, queixas menores 80-Normal, alguns sintomas 70-Cuida-se sozinho, incapacitado 60-Requer assitência ocasional 50- Assistência considerável freqüentes cuidados médicos 40-Incapacitado, requer assistência especial 30-Incapacitado, hospitalização 20-Muito doente, requer assitência permanente 10-Moribundo 0- Morto 150 Escala ECOG – Eastern Cooperative Cancer Group 0- Ativo, Karnofsky 90-100 1- Restrições, cuida-se sozinho, Karnofsky 70-80 2- Incapacitado, deambula, cuida-se sozinho, Karnofsky 50-60 3- Somente cuidados pessoais, sentado ou deitado >50% Karnofsky 30-40 4- Inativo, dependente, acamado, Karnofsky 10-20 Estratificação de Risco Motzer- MSKCC: Grupos de Risco: Baixo Risco - 0 Fatores Intermediário - 1 ou 2 Fatores Alto Risco - 3 ou + Fatores Fatores: LDH > 1.5x LSN Hb < 9g/dL Ca corrigido <10mg/dL KPS < 80% Tempo entre Diagnóstico/INF <1ano Cirurgia • A nefrectomia radical envolve a retirada total do rim, gordura peri-renal, supra-renal, e linfadenectomia regional (hilo renal homolateral entre as artérias mesentéricas). A Adrenal só será removida nos casos de tumores > 6,0 cm, estádio ≥ T3, tumores com invasão do pólo superior, com linfonodos positivos ou se a CT ou RM sugerirem acometimento da glândula. • Para os tumores < 4 cm com rim contralateral normal, tumores bilaterais, tumores em rim único, insuficiência renal, Doença de Von Hippel-Lindau e outras doenças associadas a maior risco de comprometimento da função renal (neoplasia renal familiar), pode-se indicar cirurgia preservadora de nefrons (nefrectomia parcial). • Neoplasias exofíticas, entre 4,0 e 7,0 cm, á juízo clínico poderam ser submetidas a ressecções parciais. • Na presença de trombos de veia renal e veia cava cuidados apropriados devem ser tomados para evitar o risco de embolização. A angiorressonancia deve ser solicitada previamente. Se houver suspeita de trombo supradiafragmático, deve-se solicitar se necessário ecocardigrama transesofágico. •A ressecção de metástases isoladas deve ser realizada, desde que tecnicamente possível •A radiofreqênca poderá ser indicada para casos de neoplasias restritas( < 2,5 cm) em anatomia favorável ( face posterior) e para pacientes com limitações para cirrugia, baixa expectativa de vida ou que necessitaem de preservação de parênquima renal ao máximo (tumores bilaterais, tumores em rins únicos, portadores de insuficiência renal e portadores de 151 síndromes familiares para carcinoma de células renais), Tratamento Sistêmico 1ª Linha Baixo ou Intermediário: Sunitinib 50mg VO/d 28 dias a cada 42 dias OU Interferon Alfa 9.000.000 UI SC 3x / semana por 52 semanas + Bevacizumab 10mg/kg 15 /15 dias OU IL-2 Altas Dose 600.000 UI /kg IV bolus 8/8hs por no máximo 14 doses (dose toxicidade limitante) a cd 7-10 dias por 2 x e reavaliação após 6 semanas, se DE ou RP mais um ciclo(paciente < 50 anos, KPS >80%, sem comorbidades, tumor de células claras do tipo alveolar predominante 50%, sem componentes eosinofílicos ou papilares, com hiperexpressão de anidrase carbônica IX (>85%) e mestastases somente em pulmões e subcutâneo) Alto: Temsirolimus (preferencial)IV em 30 min 25 mg por semana OU Sunitinib 50mg VO/d 28 dias a cada 42 dias OU Interferon Alfa 9.000.000 UI SC 3x / semana por 52 semanas + Bevacizumab 10mg/kg 15 /15 dias 2ªLinha Pacientes que já receberam Imunoterapia: Sorafenib 400mg 2x/d continuamente Pacientes que já receberam Sunitinib ou Sorafenib ou INF + Bevacizumab Everolimus 5mg 2x/d continuamente Se Metástases Óssea: Associar a terapia sistêmica: Ácido Zoledrônico 4mg IV mensal (se CL CR > 30ml/min) Atenção para avaliação periodontal prévias Seguimento 1º e 2º anos 152 3º ao 5º ano >5 anos > 10 anos meses 3 6 9 12 6 12 12 12 Anamnese + EF X X X X X X X X Rx de tórax X X X X X X X X CT abdome X X X X Cintilografia óssea X X X X Carcinoma de Células Renais familiar A suspeita de CCR sempre deve ser levantada nos casos de pacientes que tenham como antecedentes mais de dois parentes com CCR, ou que tenham casos de parente com CCR em idades mais jovens (40-50anos ou menos). Todos pacientes que desenvolvam CCR bilaterais ou múltiplos, ou com CCR em idade entre 30 e 50/60anos a 60 anos devem ser suspeitos como portadores de CCCR familiar (podendo ser o caso índice) Pacientes portadores de síndromes ou doenças frequentemente associados a CCR familiar: Moléstia de von Hippeu Lindau, Síndrome de Carcinoma de Células Renais Papilífero, Síndrome de Birt Hogge-Dubé, Síndrome de Carcinoma de Células Claras Hereditário, Síndrome de CCR de Células Claras não-VHL com translocação do cromossomo 3, Síndrome de CCR de Células Claras nãoVHL sem deleção do cromossomo 3, Carcinoma Papilífero Familiar de Tireóide associado à Carcinoma Renal Papilífero, Síndrome de Leiomiomatose hereditária e CCR Papilífero Tipo 2 (leiomiossarcomas uterinos e cutâneos associados ao CCR), Hamartoma Renal associado a Síndrome Hiperparatireoidismo-Tumor de Mandíbula e Complexo da esclerose Tuberosa, Síndrome HNPCC. Conduta Conforme organograma acima, estes pacientes sempre devem ser submetidos a cirurgia poupadora de néfrons. A nefrectomia bilateral e diálise devem ser protelados ao máximo. De acordo com vários estudos, a cirurgias sempre devem ser indicadas quando as lesões renais atingirem ou ultrapassarem 3,0 cm. Lesões com tamanhos inferiores podem ser seguidos conservadoramente. A ablação de lesões através de crioterapia ou rdiofrequencia, guiadas por métodos de imagem ou laparoscopia são opções. Para pacientes com CCR familiar, atenção tem de ser dada ás manifestações clínicas associadas a neoplasia renais. Para tanto médico deverá solicitar exames rotineiros para as principais manifestações de cada síndrome. Os portadores de CCR familiar devem ser encaminhados ao setor de Oncogenética para avaliação e orientação multidisciplinar. Leituras sugeridas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 1. Skinner DG. Diagnosis and management of renal cell carcinoma: a clinical and pathologic study of 309 cases. 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