ÍNDICE Programação anual ......................................................... 1 Considerações gerais...................................................... 8 Orientações e gabaritos • 2.o ano....................................................................... 12 • 3.o ano....................................................................... 45 • 4.o ano....................................................................... 74 • 5.o ano....................................................................... 95 Informações sobre o Hino Nacional Brasileiro............ 112 PROGRAMAÇÃO ANUAL MÚSICA Coordenadora: Prof.a Elisabeth Fernandes Nogueira Sennes ANO N.o DE AULAS PROGRAMA 1.o SEMESTRE – O que é o som – Sua propagação e produção – Qualidades do som:timbre intensidade altura – Duração – classificação de sons – Experiências – Intensidade – Percussão – Duração – Coral 2.o 1 2.o SEMESTRE – O folclore e a cultura musical de outros povos: teoria – generalidades (o folclore do Peru, Portugal, Austrália, Japão, África do Sul e Turquia) – O folclore brasileiro: festas e trajes típicos – danças – Lendas e mitos – provérbios – Músicas folclóricas para várias ocasiões – Brincadeiras folclóricas – Os irmãos Grimm – Instrumentos de orquestra – Instrumentos de percussão – Vamos cantar? – Jogos com instrumentos de percussão e de orquestra –1 ANOS N.o DE AULAS PROGRAMA 1.o SEMESTRE – O Carnaval • Os instrumentos de uma escola de samba • O mestre de bateria e o apito – Duração do som (recordação) – Jogos com instrumentos musicais – Leitura musical – Leitura rítmica –Pausas – Festa junina 3.o 1 2.o SEMESTRE – Sons graves e agudos – Sons graves e agudos – jogos – Pauta musical –Claves – Claves – jogos – Os sons na pauta – Os sons na pauta – jogos – Música erudita – Apreciação musical – Música erudita – Mozart – Vamos cantar 1.o SEMESTRE – O que é uma ópera – Apreciação musical – A flauta mágica – Várias maneiras de usar a voz – A expressão na música – Sinais de dinâmica – A música e a dança – Escrevendo música – Fórmula de compasso – Equivalência entre as figuras – Flauta doce – Vamos cantar 4. 2– o 1 2.o SEMESTRE – A música pelo mundo – Os instrumentos musicais na música folclórica – Países diferentes, músicas com estilos diferentes – A música folclórica no mundo – A música folclórica no Brasil – Música erudita – Beethoven – Elementos da música erudita – Ludwig van Beethoven • Biografia • 5.a Sinfonia • 9.a Sinfonia – Flauta doce – Exercícios rítmicos e melódicos – Vamos cantar ANO N.o DE AULAS PROGRAMA 1.o SEMESTRE 5.o 1 – – – – – – – A música como expressão social Música e comunicação Construindo instrumentos Música erudita – Mussorgsky A música narra acontecimentos Música de protesto A música evolui com a sociedade 2.o SEMESTRE – A música folclórica brasileira – influência indígena, africana e portuguesa – A dança folclórica brasileira e sua origem – Música nacionalista brasileira – Músicas que são eternas – A música e sua relação com a moda –3 Para refletir “Vivendo em uma época como a atual, onde o ser humano não comanda seu próprio gosto, já que aquilo que consome e “admira” lhe é imposto compulsiva e compulsoriamente por uma indústria cultural que invade sua casa, coração e mente, torna-se infinitamente importante, mais do que em qualquer outra época, o papel da educação. Só ela poderá oferecer armas ao indivíduo para que ele possa “ler” o universo cultural que o cerca, permitindo-lhe compreendê-lo a partir de uma visão crítica, não se tornando escravo dos maneirismos mercenários e simplórios dessa voraz e poderosa máquina.” Maestro Júlio Medaglia “Para que a aprendizagem da música possa ser fundamental na formação de cidadãos, é necessário que todos tenham a oportunidade de participar ativamente como ouvintes, intérpretes, compositores e improvisadores, dentro e fora da sala de aula. Incentivando a participação em shows, festivais, concertos e eventos da cultura popular e outras manifestações musicais, ela pode procurar condições para uma apreciação rica e ampla onde o aluno aprenda a valorizar os momentos importantes em que a música se inscreve no tempo e na história”. Texto extraído de Parâmetros curriculares nacionais, “Arte”, volume seis, MEC. CONSIDERAÇÕES GERAIS Segundo o Referencial Curricular Nacional, desde a Educação Infantil a música deve ser vista como linguagem, uma vez que integra aspectos afetivos, estéticos, cognitivos, além de promover a interação e a comunicação social. Por ser uma das formas mais antigas de expressão humana, já justifica sua presença no contexto educacional. Outro aspecto importante nesse enfoque educativo é olhar para a música como instrumento investigativo, experimental e reflexivo. Como educadores devemos propiciar condições favoráveis para integrar momentos de experiência que envolva vivência, percepção e reflexão acerca dos conteúdos explorados. Nesse exercício constante poderemos criar um ambiente onde exista o desenvolvimento de habilidades, de formulação de hipóteses e de elaboração de conceitos. Jamais devemos pensar em música como um produto pronto, que por meio de um modelo podemos reproduzi-lo. Devemos sim enfatizar que a música também é um conhecimento que se constrói O trabalho com a música no Ensino Fundamental possibilita uma variedade de modos de percepção e sensações do aluno na sua relação com o mundo através dos recursos expressivos de que dispõe o seu organismo para a comunicação e o conhecimento do mundo em que 12 – ele vive. Mesmo após a reformulação em nossa estrutura educacional para garantir a escolarização obrigatória a partir dos seis anos, devemos manter o mesmo olhar cuidadoso no encaminhamento do plano curricular. A criança de seis anos passou a fazer parte do Ensino Fundamental, todavia, ela continua com as mesmas características pertinentes a uma criança de seis anos. Quais são os nossos objetivos? • • • Explorar e identificar elementos da música para se expressar, interagir com os outros e ampliar seu conhecimento do mundo. Perceber e expressar sensações, sentimentos e pensamentos por meio das experiências vivenciadas durante as aulas. Refletir sobre as atividades desenvolvidas e compartilhar aula a aula, lembrando que é importantíssimo que a criança se coloque frente a suas experiências. Não existe certo ou errado, desde que ela seja coerente com a produção que desenvolveu durante a aula. O que devemos trabalhar? De forma bem ampla, vamos pensar em: Diferentes características geradas pelo som e pelo silêncio, sempre atrelados ao contexto musical. • Altura: grave, médio agudo /movimento sonoro. • Duração: curto, médio, longo – reconhecimento e utilização das variações de velocidade e densidade (maior ou menor concentração de eventos sonoros) na organização e realização de algumas produções musicais. • Intensidade: fracos, fortes e suas inúmeras variações. • Timbre: característica de cada som. • Jogos e brincadeiras que promovam expressão corporal de forma geral e improvisação musical. • Repertório de canções para desenvolver memória musical. • Conceitos inerentes à música: pulso, andamento, acento, ritmo da melodia e forma musical. • Conjunto instrumental • Escuta musical envolvendo obras de diversos gêneros, estilos, épocas e culturas da produção musical brasileira e de outros povos e países. Trazer para a criança informações básicas sobre as obras ouvidas e seus compositores. • Algumas considerações para o professor É desta maneira que pensamos o ensino da música na escola. Assim, a comunicação e expressão em música (na interpretação, improvisação e composição), a apreciação significativa em música (escuta, envolvimento e compreensão da linguagem musical) e a música como produto cultural e histórico (música e sons do mundo) fazem parte do nosso objetivo. Sugerimos que o professor de música realize audições musicais com seus alunos, canto coral, danças, banda rítmica, conjunto de flautas de maneira eficaz à educação do aluno. Sabemos que a melhor forma de trabalho pedagógico é aquela que proporciona a educação do “ser” como um todo, tornando-o criativo e crítico. O que e como avaliar? A avaliação deverá ser contínua, levando em consideração os processos vivenciados pela criança. Através deles, o professor poderá reorganizar seus objetivos, estratégias e procedimentos de forma a melhor adequar suas aulas ao grupo. Através da observação o professor poderá relatar dificuldades, mudanças e conquistas. Uma maneira bem eficiente e prazerosa de se fazer a avaliação é termos sempre a mão um gravador de voz (celular ou mp3) ou um gravador de vídeo. É importante que as crianças possam ouvi-las ou assisti-las. Muitas vezes durante a atividade elas ficam tão absorvidas no processo que não conseguem se identificar totalmente. Ao final da aula, quando abrimos um espaço para a reflexão, poderemos mostrar-lhes o que gravamos para que percebam os detalhes e, assim, elas irão desenvolvendo seu senso crítico. No caderno do aluno os conteúdos não estão separados por aula; colocamos apenas datas para o professor se organizar da forma que achar mais conveniente com seus alunos. Porém, o professor poderá se orientar ordenando as suas aulas de acordo com o calendário de sua escola e seguindo a sequência sugerida no manual. CAPÍTULO 1 – O SOM – APRENDENDO A OUVIR Objetivo: Perceber os sons que nos rodeiam. Nesta primeira aula do caderno, o objetivo é fazer o aluno parar, tentar “ouvir” o silêncio e em seguida identificar a “fonte sonora”, isto é, de onde emanam esses sons. Desenvolvimento : O professor deverá sair da sala de aula com a classe, em silêncio, percorrendo outros ambientes da escola para que outros sons sejam percebidos. De volta à sala de aula, colocar perguntas, tais como: “O que você ouviu quando estava em silêncio”? As respostas serão diferentes, conforme o local da escola, horário etc. O professor poderá também pedir às crianças que fechem os olhos e tentem identificar os sons que estão ouvindo: “Você pode identificar esses sons”? Em seguida, o aluno deverá desenhar no caderno os sons que ouviu durante o passeio pela escola. Num segundo momento, o professor perguntará à classe quais os sons de que mais gostaram e que não gostaram, relacionando-os na lousa. Poderá dividir a classe em grupos e distribuir entre eles os sons relacionados. A proposta é que cada grupo crie uma história utilizando esses sons e apresente para os colegas. Exemplo: crianças gritando, caminhão passando, passarinhos, alguém varrendo o chão, freada brusca de carro. – 13 História: Certo dia, algumas crianças estavam jogando futebol na quadra da escola enquanto Dona Graça varria os corredores. Nossa escola fica próxima a uma rodovia e nela passam muitos caminhões e carros. De repente ouve-se uma freada brusca de um carro. Dona Graça assustou-se e correu para o portão preocupada com as crianças. Mas viu que não era nada. Apenas a bola é que havia caído lá fora, mas os alunos não correram atrás dela. Ufa, que alívio. O SOM – AMBIENTAÇÃO SONORA – SOM É VIBRAÇÃO 14 – Objetivo: Objetivo: Sensibilizar o aluno sobre ambientação sonora. O som está por toda a parte. Mostrar ao aluno as diferenças entre os sons da natureza (pássaro, vento, trovão, voz do homem e dos animais, chuva, pingo de água) e os sons produzidos por objetos (carro, moto, martelo, campainha, relógio). Desenvolvimento: O professor poderá trazer gravações de sons de diferentes ambientes: de trânsito, mar, concerto musical, fazenda. “Imaginem uma cidade sem sons, como seria”? Os sons são diferentes, dependendo do lugar onde estamos, conforme se pode depreender da ilustração do Caderno: sons da cidade, do campo, da praia, de uma fábrica, sons de um concerto musical. Pode-se listar na lousa cada item e evidenciar as diferenças. Alguns sons são fortes, fracos, agradáveis ou desagradáveis. Mostrar aos alunos que som é movimento. Experiência: Trazer para a sala de aula uma bacia com água e algumas pedrinhas para fazer a experiência. Quando a pedrinha é atirada na água formam-se ondas, parecidas com as ondas sonoras. O mesmo acontece com a voz. Fazer em duplas a experiência do Caderno. AGORA É COM VOCÊ! – O SOM – SONS DA NATUREZA E SONS DE OBJETOS Desenvolvimento: O professor deverá sair da sala com a classe, em silê ncio, percorrendo outros ambientes da escola, mas com o objetivo de perceberem apenas sons da natureza. De volta à sala fazer perguntas, tais como: “O que você ouviu quando estava em silêncio?” Existe fábrica de passarinhos ou de chuva? Então, existem diferenças nos sons e categorias diferentes de sons. Após reflexões sobre o assunto, realiza-se o exercício do Caderno. O professor poderá, em seguida, confeccionar dois cartazes com a classe, separando recortes de revistas. Um para sons da natureza e outro para objetos. Partindo de gravações de vários sons, ouvir com a classe e articular jogos que utilizem a habilidade de identificar os sons. SONS – ONDAS INVISÍVEIS – 15 CAPÍTULO 2 – AS ONDAS SONORAS – TRANSMISSÃO NO AR, NA ÁGUA E ATRAVÉS DOS SÓLIDOS Objetivo: Levar o aluno a perceber que o som se propaga em ondas. Desenvolvimento: Visualizando as ondas sonoras. Experiência 1: Material: bacia com água e algumas rolhas de cortiça. O professor deverá iniciar a aula com a experiência 1 do Caderno. Reflexão: O que aconteceu com a rolha? Por que ela balançou na água? O que foi preciso fazer para que a rolha se movimentasse? Experiência 2: Experiência com o uso de uma mola de plástico ou um fio qualquer. Com o auxílio de um aluno, realizar a experiência da mola. O professor irá movimentar sua extremidade da mola enquanto o aluno mantém a sua fixa. O que acontece? A mola irá fazer um movimento conforme o desenho: Esse movimento é semelhante ao das ondas sonoras. 16 – Objetivo: Percepção do mecanismo de propagação do som através de vários elementos. Desenvolvimento: O professor levará a classe a vários ambientes onde os alunos poderão aproximar o ouvido em paredes, janelas, portas, cortinas. A cada experiência refletir sobre o que foi ouvido e em que intensidade. O procedimento é válido também para que escutem no chão (ou tatame). Conforme o revestimento do piso é possível sentir a vibração de som. As ondas acontecem no ar, na água e até através de paredes. Isso também acontece com os instrumentos musicais. Ver ilustrações do Caderno. Quando se faz vibrar uma corda de violão ou qualquer instrumento de corda, o ar em movimento (onda sonora) vibra dentro da caixa acústica, fazendo sair o som. AS VIBRAÇÕES DO SOM – 17 CAPÍTULO 3 – OS PADRÕES SONOROS – TIMBRE Experiência: Visualizando vibrações das ondas sonoras: Realizar com os alunos a experiência do caderno. Reflexão: Até este ponto sensibilizamos para o Som e o Silêncio para aprender a “ouvir” diferentes sons – som como movimento, som como vibração, sons da natureza e sons de objetos. Quais são os sons que queremos eliminar, quais queremos conservar e quais queremos produzir? Estimular seus alunos a realizar em todas as aulas o exercício do silêncio. Fechamos agora com Sons Agradáveis e Sons Desagradáveis. Finalize com o exercício do Caderno: Agora é com você! 18 – minado intervalo de tempo. Em outras palavras, o fenômeno físico – som – está inserido no tempo, mas não produz tempo. Porém, ocorre que, musicalmente falando, o tempo é fundamental. Ao introduzirmos as noções de tempo na música (duração das notas e pausas – valores ritmo e andamento), optamos por fazê-lo da mesma forma que fazemos com as qualidades do som, ou seja, começando pelo lado científico, para depois chegar à música propriamente dita. Dessa maneira, quando falamos em “qualidades” do som, falamos em adjetivos do som. O professor poderá pedir que a classe fique em silêncio e de olhos fechados por alguns minutos, tentando lembrar-se dos sons que ouve enquanto toma seu café da manhã na cozinha. Em seguida, ele deverá assinalar entre os objetos sugeridos no Caderno do aluno, quais são os que se ouve. Feito isso, o aluno desenhará a sua cozinha. OS PADRÕES SONOROS – INTENSIDADE Objetivo: Proporcionar situações e reflexões ao aluno para que ele perceba e analise as diferentes características do som. Desenvolvimento: Introduzir os conceitos através de conversa inicial. Pode-se iniciar chamando um aluno e uma aluna para que a classe perceba as diferenças físicas entre os dois. Podemos, em seguida, pedir que ambos cantem alguma música para ser evidenciada a diferença das vozes dos dois. Começamos a falar de “Fonte Sonora”, isto é, Timbre. Fazer com a classe a brincadeira do “gato mia”. Existem algumas variações para esta brincadeira. O professor poderá adequar à sua classe a que achar melhor. Poderá vendar os olhos de um aluno e pedir a outro que mie para que o colega identifique quem o fez. Outra maneira de fazer essa brincadeira é pedir que todos os alunos fechem os olhos e, ao o professor se aproximar de um aluno, pedir que ele fale alguma palavra combinada, e assim, a classe toda deverá adivinhar quem falou. Observação: a duração do som não é, fisicamente falando, uma característica do som. Quando o som é produzido, sua onda gera apenas timbre, intensidade e altura, num deter– 19 Objetivo: Mostrar ao aluno que todos os sons têm intensidade. Eles podem ser fortes ou fracos. Desenvolvimento: Comentar sobre a maneira errada como normalmente nós dizemos “Abaixa o som” ou “Aumenta o som”. Na verdade o que estamos modificando é o volume do som. Intensidade é o volume do som. Destacar que a intensidade do som depende da distância que estivermos da fonte sonora. Explicar aos alunos porque ele irá colocar “F” para forte e “P” para fraco. Os termos utilizados em música são expressos em italiano. “P” quer dizer piano (fraco) e para nos acostumarmos com os termos musicais usaremos sempre estes símbolos. Em seguida, irá realizar os exercícios desta atividade. Agora é com você! Gabarito dos exercícios: Cena 1 – Renata está mais distante da fonte sonora; portanto, irá ouvir um som mais fraco. Cena 1 – Renata está mais próxima da fonte sonora e irá ouvir um som mais forte. Exercício 2: distância Exercício 3: Sons fortes (f ) – trem, moto, leão e trombada Sons fracos (p) – vidro quebrando e pássaro 20 – OS PADRÕES SONOROS – INTENSIDADE NA MÚSICA Objetivo: Favorecer a percepção da utilização da intensidade nas músicas. Desenvolvimento: Cantar com os alunos as canções que estão no Caderno, evidenciando que algumas são cantadas com intensidade forte, outras com intensidade fraca e, ainda, em outras podem ser cantados alguns trechos “fortes” e alguns “fracos”. Curiosidade: o pianoforte Hoje as partes internas do piano contém um mecanismo com mais de 6.000 peças. Cada tecla do teclado aciona um martelo revestido de feltro que bate numa corda de aço. O piano foi inventado em 1698 pelo italiano Cristofori. Mas foi o francês Erard que, depois de 40 anos de pesquisas, aperfeiçoou, em 1821, um processo que revolucionou a técnica do instrumento: uma pecinha de madeira, instalada no centro do mecanismo, permite tocar uma tecla tantas vezes e tão depressa quanto se queira. Assim, os dedos dos músicos podem correr sobre o teclado, liberando torrentes de notas. “O piano é, para mim, o que um marinheiro é para sua fragata, o que um árabe é para seu cavalo, é minha vida”. (Franz Liszt) VAMOS OUVIR – 21 Objetivo: Através da apreciação da obra de Vivaldi o aluno perceberá a interpretação musical com a utilização de sons fortes e fracos. O professor poderá trazer a música completa do autor, assim como outras sugestões para exemplificar a intensidade na música, enriquecendo mais a sua aula. Desenvolvimento: O professor utilizará a gravação de Antonio Vivaldi, “As quatro estações”, 1.o Movimento, Primavera. Comentar com os alunos como Vivaldi utilizou em sua música trechos bem claros com sons fortes e trechos com sons fracos. Antonio Vivaldi – Biografia Nasceu em 1675 em Veneza e faleceu em 1741, com 66 anos. Era filho de um violinista veneziano. Depois de crescido, Vivaldi entrou para um seminário e tornou-se padre. Certa vez, celebrando uma missa, sentiu uma súbita inspiração. Uma bela melodia veio-lhe à cabeça. O padre Vivaldi correu para a sacristia para anotá-la, abandonando o altar no momento sagrado da eucaristia. Vivaldi tornou-se famoso como violinista e compositor em todo o mundo. Deixou muitas obras musicais. O professor fará uma nova escuta da obra de Vivaldi, desta vez utilizando-se dos instrumentos da banda rítmica, distribuindo-os aos alunos e dividindo-os em seções de intensidade fraca (guizos, triângulos, sinos etc.), média (pandeiros devem ficar ao centro, pois conforme a forma que são tocados podem produzir sons fortes ou fracos) e forte (tambores, caixas, castanholas etc.). A classe se transforma em uma grande orquestra. Durante a execução da obra, o professor deverá reger a classe seguindo a intensidade que a música sugere. Tal prática poderá ser repetida com outras obras à escolha do professor. Exercícios do caderno: 22 – Marque sons fortes e fracos, tocando tambor ou qualquer outro objeto. > = som forte sem sinal = som fraco Após a realização desse exercício, os alunos criarão as suas sequências de sons fortes e fracos, acentuando as barras que estão no caderno. Feito isso, o professor indicará a troca de Cadernos para que outro aluno interprete a composição do colega através de palmas ou outras percussões. PADRÕES SONOROS – ALTURA – 23 PADRÕES SONOROS – DURAÇÃO Objetivo: Objetivo: Reconhecer sons graves e agudos. Desenvolvimento: Sugerimos que o professor crie alguns exercícios práticos para trabalhar a altura dos sons. Por exemplo: ao ouvirem a voz feminina, as meninas levantam as mãos e ao ouvirem a voz masculina, os meninos. Agora é com você: Padrões sonoros – altura Som que desce para o grave Som que mantém a altura Som que sobe para o agudo 24 – Distinguir sons longos e curtos. Desenvolvimento: O professor deverá sensibilizar a classe utilizando-se de gravações com diferentes músicas de andamentos diversos, por exemplo, uma canção de ninar, um samba, um rock. A classe poderá dançar todas e perceberá que algumas músicas poderão ser dançadas mais rapidamente do que outras. Em outra atividade sugerida, antes de qualquer conversa ou aquecimento sobre o assunto, o professor irá andar pela sala de aula, emitindo alguns sons, como, por exemplo: em um lugar, ele vai falar; em outro, irá bater palmas; em outro, ainda, irá tocar tambor muito devagar e no canto oposto fará isso muito rápido, até que os alunos entendam a diferença. Gabarito do exercício: passarinho – curto galo cantando – longo vaca mugindo – longo helicóptero voando – curto telefone tocando – longo torneira pingando – curto O CÓDIGO MORSE Nesta aula o professor irá contar a história que está em quadrinhos no caderno: “O maestrinho aproveitou o domingo e foi pescar em alto-mar”. Caiu uma tempestade muito forte; as ondas do mar eram enormes. A lancha do maestrinho começou a jogar de um lado para outro, o mar começou a empurrar a lancha cada vez mais para o alto-mar. O casco não aguentou, bateu em umas pedras e furou. O maestrinho começou a ficar muito nervoso. Do lado de fora da lancha apareceu um tubarão, que começou a rodear a lancha esperando que ela acabasse afundando de uma vez para poder pegar sua presa: o maestrinho. Porém, na lancha havia um rádio. O maestrinho foi logo pedir ajuda através dele. Mas a chuva havia estragado o rádio e foi impossível a comunicação. O maestrinho lembrou-se do “Código Morse”. Através do telégrafo, pôde passar sua mensagem: ... – – – ... Assim, sua mensagem foi captada por um helicóptero, que foi salvá-lo antes de a lancha afundar por completo. O professor deverá fazer com os alunos o seguinte exercício: Distribuir folhas de papel sulfite para representar sons curtos e longos. Ao ouvirem um som curto irão desenhar 1 ponto, e um traço quando ouvirem um som longo. Som curto. Som longo – O professor poderá utilizar-se de uma flauta ou apito, ou ainda da própria voz para produzir os diferentes sons. Fazer este treino antes de introduzir o Código Morse. Código Morse: – 25 confeccionados por eles. Algumas se referem às datas comemorativas, mas achamos melhor deixar a cargo de cada professor escolher as músicas para estas datas e junto com o professor de História e Geografia e de sala elaborarem essas comemorações. CAPÍTULO 4 – VAMOS CANTAR A canoa virou A canoa virou Por deixar ela virar, Foi por causa da Maria, Que não soube remar. Se eu fosse um peixinho E soubesse nadar, Eu tirava a Maria Do fundo do mar. Siriri pra cá Siriri pra lá Maria é bela E quer casar O cravo brigou com a rosa O cravo brigou com a rosa, Debaixo de uma sacada, O cravo saiu ferido, E a rosa despedaçada. O Código Morse foi criado em 1835 por Samuel Morse, o mesmo que dois anos antes patenteara o telégrafo. O Código Morse é um sistema de transmissão de mensagens por meio de pontos, traços e espaços que correspondem a letras e numerais. A transmissão pode ser feita pelo telégrafo, por sinais de rádio, ou por holofotes especiais (comunicação entre embarcações), que abrem e fecham o facho de luz. O Código Morse é internacional e, mesmo com a invenção de outras formas de transmissão de mensagens, ele ainda pode ser utilizado. Explicar o significado de S.O.S., que quer dizer “Save our ship” (Salve nosso navio), expressão de pedido de socorro mundialmente conhecida e utilizada. O cravo ficou doente, A rosa foi visitar, O cravo teve um desmaio, E a rosa pôs a chorar. Atirei um pau no ga-to (to) Mas o ga-to (to) Não morreu (reu-reu) Dona Chica-ca (ca) Admirou-se (se) Do berro, do berro Que o gato deu: MIAAAAUUUUU! Exercício: Coelhinho bossa nova Utilizando-se do código morse, crie uma mensagem para um amigo, escrevendo-a primeiro na coluna “tradução”, isto é, primeiro em português e depois em Código Morse, na coluna correspondente. Eu sou coelhinho bossa nova, Vou contar pra vocês! Pra cenoura não dou bola Só tomo coca-cola. Coelhinho bossa nova é uma brasa, mora! (bis) EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO No final do caderno do aluno colocamos algumas músicas folclóricas para serem cantadas pelos alunos em qualquer momento da aula, pois em todas elas poderão ser aplicados os parâmetros do som (altura, intensidade, duração). O professor poderá formar uma banda com instrumentos de percussão ou com instrumento 26 – Chorar por uma cenourinha Foi no tempo da vovozinha. Pra cenoura não dou bola Só tomo coca-cola. Coelhinho bossa nova É uma brasa, mora! (bis) Nesta música o professor deverá trabalhar o politicamente correto, fazendo algumas perguntas aos alunos: – Será que o coelho está certo de não querer comer a cenoura? – Será que beber muita coca-cola faz bem? – Qual será a alimentação mais saudável para o coelho? – E para nós, seres humanos, o que devemos comer? – Trabalhar com a professora de Ciências a alimentação saudável. Roche, roche, nunga Roche, roche, nunga. Roche, roche nunga Rendi, dorrainde, Dorrendi, dorron. Sentados em fileiras ou em círculos, sempre que cantarem esta estrofe, os alunos deverão fazer o gesto como se estivessem remando. É sacola michuana... É sacola michuana... Nesta estrofe os alunos colocam a mão na testa como se estivessem procurando alguma coisa. História para contar às crianças antes de cantarem a música Era uma vez um indiozinho que morava com seus pais numa aldeia. Quando ele chegou a certa idade, tinha que mostrar aos outros índios que já conseguia caçar e pescar sozinho e, assim, colaborar na alimentação de sua tribo. Quando chegou o dia de testar se ele conseguia essa façanha, foi-lhe dado um bote, remos e um arco e flecha para caçar. Assim ele saiu da sua tribo e entrou pelo rio remando (cantar a primeira estrofe). Procurou pela mata se via algum animal que ele pudesse caçar (colocar a mão na testa como se estivesse procurando alguma coisa e cantar a segunda estrofe). Procurou, procurou até que avistou um veadinho. Armou seu arco e flecha, mirou no animal e ZUMMMM! Atirou sua flecha e não conseguiu atingir o animal. Remou para chegar mais próximo até a margem do rio (movimento de remar cantando a primeira estrofe), armou seu arco e flecha novamente e ZUMMMMMMMMMMM! Atirou. Desta vez conseguiu atingir o veadinho. Foi remando até a beira do rio e com muito esforço conseguiu colocar a caça no seu bote (cantar a segunda estrofe fazendo gesto de pegar a caça e colocar no bote, bem devagar, porque está muito pesada). Como o bote agora estava muito pesado, ele começou a remar mais devagar (cantar a primeira estrofe com gesto de remar). E assim foi remando de volta até sua aldeia. Ao se aproximar mais, foi avistado pelos índios que o esperavam ansiosos para saber se a caça tinha sido boa. Quando perceberam que o bote estava pesado e que a caça deveria ser grande, todos o saudaram HUUUUUUUUUUUUUUU! (levantar os braços para saudar). Muito feliz com sua caça e com a recepção da aldeia, o indiozinho até esqueceu que o bote estava pesado e começou a remar mais depressa (cantar a primeira estrofe, acompanhada da saudação HUMMMM!, levantando os braços). – 27 Piauí I São João (dararão) Tem uma gaita (raraita), Quando toca (roroca) Bate nela. II Todos os anjos (raranjos) Tocam gaita (tararaita), Tocam tanto (raranto) Aqui na terra. 28 – III Lá no centro (rerento) Da avenida (ririda) Tem xarope (rorope), Escorregou IV Agarrou-se (rorou-se) Em meu vestido (rirido), Deu uma prega (rerega) E se acabou. – 29 30 – – 31 32 – – 33 34 – – 35 36 – – 37 38 – – 39 40 – – 41 42 – – 43 44 – ALGUMAS CONSIDERAÇÕES Dando continuidade à nossa proposta metodológica para o estudo de Música em sala de aula, algumas observações são necessárias para favorecer o seu entendimento e aplicação. Essa proposta pode ser adaptada conforme os objetivos que se tenha em mente e de acordo com a clientela, a disponibilidade de carga horária semanal e outras tantas variáveis. É importante que, em todo e qualquer contexto de ensino e aprendizagem, a integração dos elementos musicais seja observada. Assim sendo, não podemos separar a teoria da prática, como também não podemos desvincular ritmo de melodia, prática auditiva de escrita musical e o idioma tradicional do contemporâneo. Igualmente, cada aula deve ser estruturada de modo a conter diversos desses elementos. A criança precisa encarar a aula de Música como um momento agradável e produtivo. Cabe ao professor a delicada tarefa de conseguir um clima tranquilo e ao mesmo tempo ativo, que propicie a criação e a manifestação espontânea dos alunos, sem ocorrência de indisciplina. Por outro lado, condenamos a repressão, a censura e a crítica indevidas, capazes de reduzir ou anular a participação e a livre expressão da criança. Assim como por meio de movimentos do corpo ela concretiza elementos e ideias musicais, ao trazer para a sala de aula as vivências de seu mundo, contribui criativamente para o enriquecimento das atividades desenvolvidas. As aulas podem ser enriquecidas com a utilização de vários tipos de instrumentos musicais. Por exemplo, os confeccionados pelos próprios alunos e os instrumentos de percussão os mais variados possíveis, pois são particularmente indicados devido à facilidade de execução e manuseio que oferecem. A voz falada ou cantada deve também fazer parte de todas as aulas de Música, pois o canto, além de auxiliar no incentivo e fixação da aprendizagem, também age como elemento musicalizador de indiscutível alcance. O cancioneiro folclórico infantil de nossa terra é de grande riqueza rítmica e melódica, devendo ser largamente explorado na musicalização. Ao cantar melodias pertencentes ao folclore, a criança assimila e, consequentemente, preserva expressões vitais da nossa cultura. Contudo nem sempre encontramos no nosso folclore os elementos musicais adequados às necessidades que nos propomos a enfocar nas diferentes etapas. Recorremos, muitas vezes às composições de canções nas quais tais elementos são abordados com finalidade didática específica. O potencial educativo da música é amplamente conhecido, porém nem sempre explorado pelo professor devido às dificuldades em encontrar orientações sistemáticas nesse sentido. Procuramos neste manual semear ideias, relatar experiências, oferecendo subsídios básicos à educação musical das crianças. Entretanto, o cumprimento da tarefa de musicalizar, desenvolvendo as capacidades da criança e nela estimulando o gosto pela música, compete ao professor. Recordando o conteúdo dos anos anteriores (1.o e 2.o anos), desenvolvemos: A sensibilização do som • O fenômeno sonoro • A audição dos sons externos (de fora) • A audição dos sons internos (de dentro) • Representação gráfica desses sons • Conto sonoro – com narração e sem narração • Exploração sonora • Parâmetros sonoros – timbre, altura, duração e intensidade • O caminho do som • Notação gráfica do som • Jogos com instrumentos musicais • Pulsação e ritmo das palavras Dando continuidade a nossa proposta, abordaremos neste semestre do 3.o ano o ritmo nas suas mais diversas representações. Objetivos Neste semestre, nas aulas de Música, pretendemos levar o aluno a • desenvolver a acuidade auditiva, a atenção e a destreza de raciocínio; • estimular a expressão corporal e a criatividade; • diferenciar timbres; • classificar os parâmetros do som; • conhecer os instrumentos de uma escola de samba; • conhecer os códigos musicais; • criar ritmos com esses códigos. RECORDANDO OS PARÂMETROS DO SOM O professor deverá relembrar os parâmetros do som. Poderá realizar alguns exercícios recordando a altura, a duração, a intensidade e o timbre do som, indicados no manual do 2.o ano. Desta forma os alunos novos poderão se inteirar do que foi estudado anteriormente. Também poderá utilizar os jogos musicais que se encontram no site indicado neste manual, no final desta parte, relativa ao 1.o semestre do 3.o ano. – 45 C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:47 Página 3 CAPÍTULO 1 – TEM CARNAVAL Capítulo 1 DATA: ____/____/____ TE M C A R N AVA L Vamos ouvir o som de uma Escola de Samba. Os instrumentos usados numa Escola de Samba são os instrumentos de percussão. C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:47 Página 4 3 Instrumentos de Percussão Instrumentos de percussão são aqueles que produzem o som através de batidas. Bater é a mesma coisa que percutir. Por isso chamamos de percussão: o tambor, o chocalho, os pandeiro, as castanholas, o triângulo, os pratos, os cocos entre outros. 4 Iniciaremos com uma atividade de escuta – escutar o som da bateria de escola de samba. (Colocar a gravação de uma escola de samba.) Em seguida faremos algumas perguntas para a classe: 1. Você consegue identificar o grupo musical que acabou de tocar? 2. O que é uma escola de samba? 46 – 3. 4. 5. 6. Quais instrumentos tocam numa escola de samba? O que o carnaval representa para você? Quem já foi a um baile de carnaval? Você já colocou alguma fantasia no carnaval? Do que você se fantasiou? Sabemos que em muitas escolas a crença religiosa não permite abordar o tema do carnaval. Porém iremos estudar o carnaval como uma festa típica brasileira conhecida no mundo todo. Os instrumentos de percussão são os usados na escola de samba. Existe uma regra para agrupá-los de acordo com a intensidade de seus sons. Como em todo samba, a bateria de uma escola de samba usa o ritmo binário, ou seja, compasso binário que marca o “pulso” em dois tempos. Curiosidade A bateria de escola de samba é formada apenas por instrumentos de percussão e funciona como uma orquestra. Há instrumentos graves, médios e agudos, todos comandados por um mestre (maestro) de bateria. Os arranjos são feitos e dirigidos pelo mestre de bateria que, apesar de muitas vezes não ter noções de escrita musical, cria os arranjos conforme cada samba-enredo, aprimorando-os a cada ensaio. O professor poderá aprofundar mais o assunto, se achar necessário. C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:47 Página 5 OS INSTRUMENTOS DE UMA ESCOLA DE SAMBA Os instrumentos de percussão de uma bateria de Escola de Samba sempre andam agrupados. Sua distribuição é determinada pelo Diretor da Escola. Há uma regra que, em geral, todos observam: os instrumentos pesados não se misturam com os instrumentos leves. Os pesados vão atrás e os leves vem na frente da bateria. Sempre pulsando no compasso binário, a bateria de uma Escola de Samba é formada apenas por instrumentos de percussão. Por tal Objetivo Para encontrar outras atividades sobre o tema, entre no PORTAL OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”, digite: MUS3F101 5 C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:47 Página 6 Mostrar para os alunos a importância da duração dos sons demonstrada através do desempenho dos ritmistas. O mestre de bateria comanda seus ritmistas utilizando além do apito um “pauzinho” semelhante à batuta do maestro. Esta é a formação dos instrumentos de percussão mais usada nas Escolas de Samba. C aixa Re pi que S u rd o Agora é com você – Construindo um instrumento C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:47 Página 8 Você Sabia? Agogô O BISAVÔ DO CARNAVAL Antigamente, o Carnaval era chamado “entrudo” (do latim “intróito”, entrada). O entrudo começou no Brasil a partir de 1723, quando portugueses nascidos nas ilhas da Madeira, Açores e Cabo Verde aqui chegaram. Eles se estabeleceram na costa litorânea, entre Porto Alegre e Espírito Santo. No Rio de Janeiro, o entrudo continuou conhecido por esse nome até as primeiras décadas do século XX. No início, os foliões se divertiam jogando água uns nos outros. Choc al ho Agora, é com Você ! Ajude a menina a chegar até o apito. P an d eiro Prato C u íca Api t o A bateria de Escola de Samba é um dos maiores grupos de percussão do mundo: pode chegar a 400 ritmistas. C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:47 Página 7 6 INSTRUMENTOS DE PERCUSSÃO DAS ESCOLAS DE SAMBA Ta m b o r im Bumbo C aixa Ta ro l Cuíca R e p iq u e Surdo Chocalho A g o gô R e c o - re co P a n d e i ro P r a to 8 Para essa atividade o professor deverá providenciar com antecedência o seguinte material: • Duas metades de coco (aqueles vendidos na feira) • Lixa • Tinta colorida • Pincel • Verniz 7 Os alunos vão conhecer todos os instrumentos utilizados na escola de samba ouvindo cada um deles. O apito referido na atividade servirá como motivador para que os alunos descubram o papel do mestre de bateria. Como em geral os componentes de uma escola de samba não têm conhecimento musical formal, a execução do ritmo será determinada pelo mestre de bateria por meio do som do apito. Procedimento: Depois de tirar a polpa do coco, divida-o em duas metades, lave bem e deixe secar. Em seguida dê uma lixada nas duas partes do coco de forma que fiquem bem lisinhas. Se quiser deixar ainda mais bonito, pinte as duas partes utilizando tinta plástica ou guache. Você também poderá passar verniz, para que fique ainda melhor. Seu instrumento musical está pronto. Vamos usá-lo? As partes do coco são o instrumento e podem ser tocadas de diferentes maneiras. Vamos tentar? Você percebeu a diferença? Essas partes podem ser tocadas umas com as outras, tanto com as partes abertas como com as arredondadas. Tente perceber a diferença de timbre conforme os lados que são tangidos. Agora o professor e seus alunos vão combinar os ritmos que tocarão. – 47 APITO: MARCANDO O RITMO Mestre de bateria C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:47 Página 9 Você sabe o que é um mestre de bateria? É ele que comanda a escola de samba com seu apito. Ele é auxiliado por outras pessoas que ficam entre os grupos de instrumentistas para fazer com que eles não saiam do ritmo. O comando é feito com o apito que através de sons curtos e longos já preestabelecidos pelo mestre de bateria faz com que todos acompanhem a música e o ritmo de uma forma equilibrada, assim como o maestro comanda os componentes de uma orquestra. Agora, é com Você ! CONSTRUINDO INTRUMENTOS MUSICAL Para estas atividades você vai precisar de: • Duas metades de coco (aqueles vendidos na feira) • Lixa • Tinta colorida • Pincel • Verniz Instrumentos de uma escola de samba Como já estudamos, nos anos anteriores, os instrumentos de percussão, vamos ver quais deles fazem parte de uma escola de samba. Procedimento: Depois de ter tirado a polpa de dentro do coco, lave-o bem e deixe secar. Quando já estiver seco, o instrumento estará pronto para ser usado. Surdo de primeira Em seguida dê uma lixada nas duas partes do coco de forma que fique bem lisinho. Se quiser deixá-lo ainda mais bonito pinte as duas partes utilizando tintas plástica ou guache. Você poderá ainda passar verniz para que fique ainda mais bonito. Pronto seu instrumento musical está pronto. Vamos usá-lo? É o maior surdo e o que dá o andamento principal ao samba, servindo como base. Os puxadores se guiam por ele para não acelerar ou desacelerar o canto do samba. Em geral, há um surdo de primeira junto aos puxadores, como guia. Tem uma afinação mais forte e mais aguda do que a dos surdos de resposta. As partes do coco são o instrumento e podem ser tocadas de diferentes maneiras, vamos tentar? Você percebeu a diferença? Essas partes podem ser tocadas umas com outras, tanto com as partes abertas como as arrendondadas. Tente perceber a diferenca de timbre conforme os lados que são tangidos. Surdo de segunda Agora combine com seus colegas e com a professora os ritmos que irão tocar. 9 C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 10 Apito: Marcando o Ritmo Olha, eu achei um apito! De quem será? É a resposta ao surdo de primeira. Serve como sustentação para o samba no momento em que o surdo de primeira está ‘parado’, sendo um contraponto. Surdo de terceira Aparece entre os outros dois (um pouco antes do surdo de segunda). Serve para dar uma característica especial à cadência, quebrando a dureza dos outros surdos e dando um balanço à marcação. A batida varia de escola para escola, pois cada uma utiliza um tempo de corte. Caixa de guerra Eu também tenho um apito. Será que este é o meu? Não, esse apito é meu! O apito é usado pelo mestre da bateria para marcar o ritmo. Ele também usa um pauzinho – muito parecido com a batuta do maestro – para comandar seus ritmistas. 10 48 – É o que dá o som característico ao samba. Só com o som da caixa já se pode identificar uma escola de samba. É sempre tocado com duas baquetas, e tem duas cordas sobre o ‘couro’ que dão uma afinação diferente. Marca o andamento, mas permite floreios que não ocorrem nos surdos. A forma como se toca uma caixa varia também de escola para escola: algumas utilizam o instrumento embaixo, na altura da cintura, tocando normalmente com as duas mãos; outras põem a caixa ‘em cima’, utilizando uma mão como apoio e a outra livre. O tarol é uma caixa de guerra mais fina. O som é muito semelhante, mas o tarol, em tamanho, equivale a ‘meia caixa’. Repique É uma resposta à caixa. É bastante utilizado nas paradinhas e nas viradas do samba, como ‘senha’ para a volta dos demais instrumentos. Antigamente, utilizava-se predominantemente o repique nas paradinhas. Hoje, já se admitem o uso de chocalhos, tamborins e outros, enquanto o resto da bateria silencia. Chocalho ses instrumentos. É formado por várias fileiras de ‘chapinhas’. Há chocalhos com duas, três, quatro, cinco e até seis fileiras. Não há uma grande diferença no som dos chocalhos devido ao número de fileiras (mas uma maior quantidade de fileiras produz um som mais forte). Esse instrumento aparece mais nos refrões, e fica passagens inteiras do samba sem ser tocado. O chocalho ajuda a caixa a dar o swing do samba, mas é mais leve. Ritmo Tamborim É um dos instrumentos mais importantes, já que faz todo o desenho do samba. Enquanto os surdos e a caixa fazem uma marcação contínua, o tamborim faz diferentes bossas no samba. Sua baqueta pode ter ponta única ou múltipla, o que produz sons diferentes. Por sua importância dentro da bateria, o naipe de tamborins costuma ter diretores específicos para ele. Cuíca O som da cuíca é produzido através de uma pequena haste que fica em seu interior, a qual, por sua vez, puxa um esticadíssimo couro que reveste o instrumento. Seu andamento é dependente da marcação dos surdos, que são seguidos por ela. As cornetas e outros apetrechos que aparecem em algumas cuícas na Avenida são meramente decorativos. Existe uma regra para agrupar esses instrumentos de acordo com a intensidade de seus sons. É a partir dessa organização que o mestre de bateria “cuida” dos sons de cada setor, para que um não atropele o outro e o samba não atravesse, ou seja, alguns instrumentos toquem mais rápido do que outros. Embora a organização específica dos ritmistas na avenida seja diferente para cada escola, normalmente a bateria segue uma estrutura básica: os instrumentos mais leves e com sons diferenciados, como agogô e cuíca, vão na frente da comissão, seguidos pelos tamborins, chocalhos e, por fim, pelos numerosos ritmistas responsáveis pelos surdos e pelas caixas. O mestre de bateria conduz seus passistas pela avenida por meio de sinais específicos, que mudam de escola para escola. Os gestos indicam a hora de alguns instrumentos entrarem no ritmo e, mais importante, o início dos compassos: a virada de primeira, em que todos os instrumentos entram juntos, comandados pelo surdo de primeira; a virada de segunda, sem os instrumentos agudos como cuíca, chocalho e agogô; e a virada de terceira, com o retorno de todos os instrumentos e a alternância entre surdo de primeira e terceira. Por fim, a bateria vira e se prepara para sair. C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 11 Agogô Tem um dos sons mais agudos da bateria. A bateria do Império Serrano é famosa por privilegiar seu naipe de agogôs, o que acabou por se tornar uma das maiores marcas da escola. JOGOS COM INSTRUMENTOS MUSICAIS Mas como ele marca o ritmo com o apito? Reco-reco Formado por uma haste e um pedaço de madeira (ou metal), seu som é produzido pelo atrito entre essas partes. Algumas baterias já não têm mais reco-recos entre seus ritmistas, mas muitas ainda os mantêm. O instrumento observado à esquerda é feito de metal, assim como sua vareta. Pandeiro Dá um ritmo característico ao samba, mas tem um som pouco audível no conjunto da bateria. Por isso, muitas escolas aboliram o pandeiro de suas baterias. É usado como ‘alegoria’ por muitos ritmistas, que o tocam para as mulatas sambarem e fazem coreografias. Prato O apito produz sons longos e curtos. O mestre combina com os bateristas um código para esses sons longos e curtos. Assim, todos tocam sob o comando do mestre da bateria, como ele é chamado pelos ritmistas. Com meu apito, eu comando meus bateristas... Outro instrumento utilizado basicamente como ‘alegoria’ pelos ritmistas. Em geral, as escolas têm uma ou duas pessoas com os pratos, à frente da bateria, sambando e fazendo malabarismos com eles. O som produzido pela batida de um prato no outro é bastante forte. Observação: o aluno não precisa saber tudo sobre es- 11 – 49 Agora é com você Os alunos deverão primeiramente recortar os instrumentos que estão no final do caderno. Atenção: os instrumentos não devem ser colados na cartela. Com esses instrumentos o professor poderá criar jogos envolvendo a percepção auditiva, nos quais o aluno deverá ouvir os sons e identificá-los. Poderá também jogar com um colega o jogo da memória, devendo descobrir os pares de instrumentos. Com esta atividade o professor poderá ainda promover a fixação dos nomes dos instrumentos. O professor poderá utilizar esta estratégia sempre que achar necessário. Quanto às atividades no papel, muitos professores acham que por serem ‘facilitadoras’, uma vez que deixam as crianças comportadas, não são necessárias outras atividades, como brincadeiras, jogos, histórias, músicas etc. E quem disse que brincar, cantar, jogar é comportamento inadequado? Existem muitos paradigmas a serem quebrados, não só nas aulas de Música, mas em todo o setor educacional. Isso ocorre de maneira especial na aprendizagem da música, processo que necessita ser lúdico para alcançar sucesso. É claro que as atividades são importantes, pois é lá que ficarão os registros do aprendizado, porém não devemos nos esquecer de que para que haja o registro, as crianças precisam experimentar o que está no papel! E experimentar é viver! É jogar, dançar, compor, cantar, ouvir e até mesmo ficar em silêncio em determinadas atividades. Portanto, digamos que as atividades no papel são o retorno que temos do aprendizado da criança. Sugestões de jogos 1. Identificação sonora: timbre O jogo será realizado com a tabela quadriculada que se encontra no caderno. Os alunos escutarão o som do instrumento, para identificá-lo e colocar o desenho do instrumento na tabela conforme forem escutando. 2. Classificação do som quanto à altura: grave e agudo O jogo será realizado também com a tabela quadriculada. O professor determinará a sequência a ser montada pelo aluno. Exemplo: Completar a primeira fileira da tabela com instrumentos de percussão com sons mais graves. A segunda fileira deverá ser completada com instrumentos de percussão de sons mais agudos. E assim sucessivamente conforme o professor decidir. 3. Jogo da memória Os alunos deverão, em duplas, utilizar os cartões com os instrumentos seguindo as regras desse jogo. Os instrumentos musicais não deverão ser colados na tabela. 50 – CAPÍTULO 2 – SONS LONGOS E SONS CURTOS – DECIFRANDO CÓDIGOS C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 12 Agora, é com Você ! No final deste caderno, você encontrará imagens dos instrumentos de uma Escola de Samba. Vamos usá-los para realizar alguns jogos. Recorte esses instrumentos para incluí-los na tabela abaixo sem colá-los na folha. Assim, você poderá organizar sua bateria. C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 13 12 Capítulo 2 DATA: ____/____/____ S ON S: C U RTOS e L ON G O S O telefone, quando toca, produz um som longo ou um som curto? O telefone produz um som ______________ E o apito do trem? O apito do trem produz um som _________________________ E o apito do trem? O apito do trem produz um som _________________________ Agora, ouça os sons a seguir e responda: qual deles é o mais longo. Ah, percebeu um som longo e um som muito longo? Existem variações também entre os sons longos. Uns são longos e outros são muito longos. Por tal Objetivo Para encontrar outras atividades sobre o tema, entre no PORTAL OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”, digite: MUS3F102 13 Vamos refletir O professor deverá recordar com seus alunos os parâmetros sonoros vistos no ano anterior, dando ênfase à duração do som. Gabarito do exercício: O telefone produz um som longo. O apito do trem produz um som longo. A gota de água produz um som curto. No momento seguinte os alunos deverão criar representações gráficas para sons longos e curtos conforme o exercício que está no caderno. Em seguida criarão uma sequência de sons longos e curtos que serão registrados no caderno. A classe interpretará esses registros utilizando-se de palmas, bater dos pés, percutir o lápis na carteira ou até com instrumentos de percussão. CAPÍTULO 3 – AS FIGURAS MUSICAIS (I) C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 15 Agora, é com Você ! C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 14 Agora é com você – Testando a duração do som Decifran d o Cód igos Você se lembra do código morse que usamos no ano passado? Os sons curtos são representados por um . E os sons longos, por um _____ . Esses símbolos podem ser substituídos por outros. • 1. Testando a duração do som Para esta atividade você vai precisar dos seguintes materiais: • Duas garrafas de vidro (de 1 litro ou de 600ml) • Varetas de metal, madeira ou plástico Agora, é com Você ! Crie o seu próprio código para os sons longos e os curtos. Depois, execute-o para os seus colegas. Meu Código: Sons LONGOS ______________________________________________ Sons CURTOS ______________________________________________ Desenvolvimento – Uma das garrafas deverá estar cheia de água e a outra vazia. Coloque uma ao lado da outra. Com a vareta dê uma batida na garrafa cheia de água e observe o tempo de duração que ela produz. Você pode contar o tempo de duração sonora que ela produz contado numericamente 1, 2, 3, e assim por diante. Repetida o mesmo com a garrafa vazia. Compare o tempo de duração do som de cada garrafa. Você pode fazer esta atividade com outras garrafas, potes ou copos. O importante é que seja o mesmo material, vidro, plástico ou metal. Podemos usar esses sinais também para tocar com os instrumentos de percussão. 14 Para essa atividade o professor deverá ter providenciado com antecedência os seguintes materiais: • Duas garrafas de vidro (de 1 litro ou de 600 ml) • Varetas de metal, madeira ou plástico Procedimento: Uma das garrafas deverá estar cheia de água e a outra, vazia. Coloque uma ao lado da outra. Com a vareta dê uma batida na garrafa cheia de água e observe o tempo de duração do som que ela produz. Você pode contar o tempo numericamente: 1, 2, 3 e assim por diante. Faça o mesmo com a garrafa vazia. Compare o tempo de duração do som de cada garrafa. Essa atividade pode ser realizada com outras garrafas, potes ou copos. O importante é que sejam do mesmo material: vidro, plástico ou metal. Na sequência, o professor deverá mostrar aos alunos que os sons longos e curtos podem ser representados de várias maneiras. O Código Morse utiliza “ponto”( .) para representar o som curto e “traço” ( _ ) para sons longos. Agora é com você O professor pedirá aos alunos que representem, por meio de gestos, sons longos e curtos livremente. A classe deverá identificá-los. 15 O professor deverá enfatizar que, para se executar um comando de um grupo, é necessário que todos conheçam sinais, gestos ou símbolos. Em música também existem sinais preestabelecidos que possibilitam aos músicos, instrumentistas, cantores, regentes, executar uma peça musical. Esse código musical escrito chama-se partitura. Partitura é a escrita musical utilizada para leitura e execução das peças. Também são esses sinais que dão o ritmo das músicas. Começaremos pelas seguintes figuras: h q mínima e semínima Para executarmos estes sinais com palavras usamos as sílabas: Ta para a semínima Ta-a para a mínima Assim, ao realizarmos uma leitura rítmica utilizando essas figuras, devemos falar: qq Ta - ta qq ta - ta qq ta - ta h ta - a – 51 Da mesma forma podemos representar essas figuras com palmas. Para cada sílaba, uma palma, ou para cada sílaba uma batida de pé, ou uma batida num tambor, por exemplo. C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 16 LEITURA MUSICAL Capítulo 3 DATA: ____/____/____ As Figuras Musicais – 1 No caderno do aluno o professor encontrará vários exercícios rítmicos para serem executados com palmas, com os pés, com instrumentos de percussão e até mesmo com a flauta. O professor poderá ainda criar novos ritmos e pedir aos alunos que criem os seus ritmos para serem executados pela classe. Com estes exercícios o professor estará desenvolvendo a coordenação motora, a atenção, o ritmo e a criatividade. C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 18 FIGURAS MUSICAIS (II) Você percebeu que, para todos seguirem um comando, é preciso que todos conheçam os símbolos e o que eles representam. Vamos dividir este grupo em duas turmas. A turma A irá marcar um ritmo. A turma B irá marcar outro ritmo. TURMA Na música, existem alguns sinais que são lidos pelos músicos para que eles possam executar uma peça musical. Esses símbolos são universais e podem ser lidos em qualquer país. Para que um músico possa executar uma peça, ele precisa conhecer os símbolos musicais escritos numa partitura. h[h[h[h[h[h[h[h[h[h[ TURMA PARTITURA é a escrita musical usada para a leitura B: qq[qq[qq[qq[qq[qq[qq[qq[qq[qq[ de notas musicais. Para poder ler uma partitura, um músico precisa conhecer os símbolos musicais. Agora, podemos usar nossos lápis como se fossem baquetas para marcar o mesmo ritmo nas mesas. Sem falar nada. Depois, batendo PALMAS. Do mesmo jeito, para poder ler um livro, você precisa conhecer as letras do alfabeto. Vamos conhecer alguns símbolos da música: Para os sons cur tos A: Por fim, batendo os PÉS. Para os sons longos 16 C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 17 Leitura Musical 18 ATENÇÃO! Vamos combinar o seguinte: Toda vez que encontrarmos usaremos a sílaba ......... C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 19 As Figuras Musicais – 2 Antes de conhecermos outras figuras musicais, vamos CANTAR? A música que vamos cantar é um RAP! , O RAP DA BOLINHA! TÁ . , . TÁ-A Prof.: Semibreve é a bolinha. Alunos: Semibreve é a bolinha. Prof.: Mas, se eu puxo uma perninha, Alunos: Mas, se eu puxo uma perninha, Vamos marcar o ritmo conforme o comando do seu professor, falando a sílaba TÁ ou TÁ-A. Prof.: Ela vira uma mínima. Alunos: Ela vira uma mínima. 52 – h Prof.: Colorindo essa mínima, Alunos: Colorindo essa mínima, h q h q h q h q hqhqhqhqqqhhhqq Danilo Barral Prof.: A bolinha é a semibreve. Alunos: A bolinha é a semibreve. E q u an d o en con trarmos usaremos a sílaba ... E também podemos marcar o ritmo com instrumentos de percussão. Prof.: Tenho agora uma semínima. Alunos: Tenho agora uma semínima. Prof.: Ié ié! Alunos: Ié ié! q Pode. É só seguir os símbolos para ver a duração dos sons! Então, acho que já posso tocar bateria. 17 19 C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 20 tempo. Poderão executar esses ritmos utilizando palmas, pés, flauta, palavras ou instrumentos de percussão. O professor poderá, também, utilizar as folhas de papel cartonado com as figuras musicais e retornar aos jogos sugeridos no manual. Então, quando quisermos representar as diferentes durações dos sons de uma música, usaremos estes sinais: h q e SEMIBREVE – para sons de duração MÍNIMA – para sons de duração LONGA – MÉDIA SEMÍNIMA – C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 31/10/13 08:27 Página 22 PAUSAS TÁ-A Os sons estão para sons de duração CURTA – COLCHEIA – misturados. Vamos TÁ marcar o ritmo? para sons de duração MUITO CURTA. Que legal, acho que agora já posso ler música !!! 20 – TÁ-A-A-A Quando aparecem duas (2) colcheias juntas, usamos “Tá Ti”. 4 Fileiras ‘A’ TÁ-TI É só substituir os símbolos pelas sílabas correspondentes à duração dos sons. Fileiras ‘B’ h[ h[ h[ h [ h [ h [ h [ h [ qq[qq[qq[qq[qq[qq[qq[qq[ C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 31/10/13 08:27 Página 21 Agora, é com Você ! Podemos também usar nossos lápis como se fossem baquetas. Vamos marcar o mesmo ritmo nas mesas, sem falar nada. Os sons estão misturados. Vamos Exatamente! Vamos tentar? marcar o ritmo? Em silêncio? Sem falar nada? 22 C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 31/10/13 08:27 Página 23 1 w q q h h q q eeee h w w Leia ritmicamente: • • • 2 batendo palmas. falando a sílaba TÁ. TÁ tá a a a tocando um instrumento de percussão. qq[qq[qq[h[h[qq[qq[h[ 3 tá a tá a h – mínima e – colcheia tá-ti tá-ti tá-ti tá-ti Q u e legal !!! Sendo assim, já posso tocar bateria ? 21 Figuras musicais que representam o som w – semibreve q – semínima tá tá tá tá w q q h h q q e e ee e h w q eeq ee h q q w Muito bem! Agora, vamos nos dividir em duas turmas: cada turma escolhe um instrumento. Por exemplo: triângulo e tambor. 1. q q [ q q [ q q [ h [ h [ q q [ 2. h [ q q [ h [ q q [ q q [ q q [ h h q q q q ee ee ee ee O professor poderá criar ritmos com as figuras de som e as pausas seguindo os exemplos do caderno do aluno. Esses ritmos poderão estar na lousa ou em cartolina, de forma que todos possam fazer a leitura ao mesmo Pode! Basta seguir os símbolos para perceber as diferentes durações dos sons. w h h tá a a a tá a tá a q q q q ee ee ee ee tá tá tá tá tá ti tá ti tá ti tá ti 23 – 53 C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 24 a pausa da colcheia: . No caderno do aluno o professor vai encontrar exercícios com as pausas e as figuras de som e deverá proceder da mesma forma que nos exercícios anteriores com as figuras de som. • Agora, é com Você ! Os s o n s es t ã o m i s t u r a d o s . Va m o s m a rc a r o r i t m o ? P r i m e i ro , u s a n d o a s í l a b a T A . Depois, só batendo palmas. E, em s eg u i d a , t o c a n d o u m i n s t r u m e n t o m u s i c a l . w q q h h q q eeeeh w q eeq eeh q q w Também podemos representar o SILÊNCIO. BRINCADEIRAS MUSICAIS – FESTA JUNINA C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 26 Bri n ca d ei ra s m u si ca i s Vamos conhecer os símbolos que indicam a duração do SILÊNCIO. Representando a Intensidade do som sons fortes e fracos 1. Observe os sinais abaixo Quando você encontrar estes símbolos, terá que ficar em silêncio. Na música, estes sinais representam uma parada para o instrumentista ou para o cantor. São as chamadas PAUSAS. As PAUSAS podem ser longas, médias, curtas ou muito curtas. w Som 24 PAUSA Execução: Você irá produzir um som forte quando a professora apresentar o cartão com o símbolo do triangulo amarelo e produzirá um som fraco quando ela apresentar o cartão como triangulo azul. Nome Semibreve h q e Œ C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 25 ‰ Mínima Esse som poderá ser produzido por diferentes materiais: com o coco feito por você, com palmas, com os pés ou qualquer outro instrumento de percussão. Semínima Colcheia Agora reproduza os sons apresentados na sequência abaixo: PAUSAS Nas músicas, se você reparar bem, temos uma sucessão de sons e silêncios. Mesmo que você esteja tocando bateria, há uma combinação perfeita de sons e silêncios! Vamos ver um exemplo? C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 31/10/13 08:27 Página 27 26 q qqq Œ qq Œ qq Œ qqq 2. Você e o maestro q qhqq Œ qqq Œ q qq q Œ qq Crie outros símbolos para representar sons fortes e sons fracos e componha sua linha com esses sons em seguida apresente à classe. h Œ q q q ŒŒ h hh Agora, você é o ritmista. Vamos tocar? Som forte Som fraco q q Œ qq Mas será que música é apenas ritmo? Desenhe aqui uma sequência de sons fortes e fracos e depois apresente para a sala. 25 O procedimento a ser seguido pelo professor será o mesmo de quando falou sobre os sinais que indicam os sons. Pausas são os sinais que indicam o silêncio. Toda vez que encontrarmos algum desses sinais deveremos ficar em silêncio. Cada sinal corresponde a uma figura de som. Assim temos: • a pausa da semibreve: ; • a pausa da mínima: ; • a pausa da semínima: ; 54 – Combine com a sua professora e desenhe uma sequência usando os símbolos representados os sons fortes e os sons fracos escolhidos por você numa cartolina grande para que todos executem esses sons. 27 C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 14/11/13 09:01 Página 30 C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 28 E xplorando o t imbre dos sons 3. Brincadeira do mestre 1. Usando o coco feito por você. Recordando a brincadeira do mestre: um aluno será o mestre que irá realizar ritmos com o coco. Ao som de estimulo sonoro (um apito, por exemplo) o mestre começa a tocar e os demais têm que imitá-lo. A execução será interrompida, quando ocorrer um novo estímulo sonoro (um tambor, por exemplo). O professor irá combinar duas formas de percutir esses coco, gerando sons diferentes. Por exemplo: A) Bater os cocos abertos Neste momento será escolhido um outro mestre e uma nova rodada será iniciada. Este exercício deverá ser realizado de preferência em circulo. Com o coco você poderá combinar com a sua professora novas maneiras de utilizar o instrumentos musical. B) Bater os cocos ao contrário, com a parte redonda A batida deverá ser realizada ao ouvir o som que a professora escolher para representar a batida “a” e outro som para a batida “b”. Essa brincadeira poderá ter algumas variações, dependendo da proposta do seu professor. 28 Os instrumentos utilizados para esta atividade poderá ser variado dependendo do material disponível na escola. Exemplo: instrumentos de percussão, palmas e estalos de dedos, batidas dos pés e batidos no corpo, entre outros 30 C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 31 C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 31/10/13 08:27 Página 29 4. Você conhece a música Garibaldi foi à missa? 2. Brincadeira de “morto e Vivo” com coco ou baquetas Vamos cantá-la? Cada aluno deverá ter nas mãos duas metades do coco ou duas baquetas. Garibaldi foi à missa (folclore brasileiro) Garibaldi foi à missa Num cavalo sem espora. O cavalo tropeçou. Garibaldi pulou fora. As baquetas poderão ser feitas da seguintes maneiras: Material • Cabo de vassoura cortado em duas partes de 20cm. • Lixa para madeira (a mesma usada para lixar os cocos) • Verniz (se quiser um acabamento melhor para suas baquetas) Garibaldi foi à missa Num cavalo sem espora. O cavalo tropeçou. Garibaldi pulou fora. Desenvolvimento Esta brincadeira é conhecida das criancas. Quando uma pessoas fala “morto” todos devem se agachar e quando disser a palavra “vivo” todos devem se levantar. Os que errarem o movimento saem da brincadeira até todos serem eliminados restando apenas um vencedor. Garibaldi foi à missa Num cavalo sem espora. O cavalo tropeçou. Garibaldi lá ficou. Variante No lugar da palavra “vivo” ou “morto” podemos usar os cocos, as baquetas ou qualquer outro instrumento. Para isso o professor deverá combinar com a sala a forma que irá percutir o instrumento. Você pode acompanhar esta música com o coco que você construiu. Sugestões para acompanhamento: 1. Você pode imitar a galope do cavalo tocando as partes do coco abertas batendo hora da metade para cima e hora da metade para baixo. Vamos tentar? Duas batidas = Morto Três batidas = Vivo 2. Você poderá ainda apenas acompanhar os passos do cavalo com a parte redonda do coco Esses sons poderão ser modificados dificultando a batida realizada para cada movimento. 29 31 – 55 Festa Junina (sugestão de atividade) No caderno do aluno o professor encontrará exercícios que poderão ser utilizados conforme a necessidade dos alunos à medida que os conteúdos forem sendo dados. Deixamos as duas últimas aulas para que o professor possa ensaiar as danças para a festa junina. Existem diversas marcações para uma quadrilha e, a cada ano, vão surgindo novos comandos, baseados nos acontecimentos nacionais e na criatividade dos grupos e marcadores. Sugestão de marcação de quadrilha A marcação que apresentamos é uma das mais tradicionais e simples. Seguem abaixo os comandos mais utilizados (podem ocorrer variantes dependendo da região). BALANCÊ (balancer) – Balançar o corpo no ritmo da música marcando o passo, sem sair do lugar. É usado como um grito de incentivo e é repetido quase todas as vezes que termina um passo. Quando um comando é dado só para os cavalheiros, as damas permanecem no BALANCÊ, e vice-versa. ANAVAN (en avant) – Avante, caminhar balançando os braços. RETURNÊ (returner) – Voltar aos seus lugares. TUR (tour) – Dar uma volta: com a mão direita, o cavalheiro abraça a cintura da dama. Ela coloca o braço esquerdo no ombro dele e dão um giro completo para a direita. 1. 2. 3. 4. 5. Para realizar a dança é preciso seguir estes passos: Forma-se uma fileira de damas e outra de cavalheiros, uma diante da outra, separadas por uma distância de 2,5m. Cada cavalheiro fica exatamente em frente à sua dama. Começa a música. Balancê é o primeiro comando. Cumprimento às damas ou “cavalheiros, cumprimentar damas” Os cavalheiros, balançando o corpo, caminham até as damas e cada um cumprimenta a sua parceira, com mesura, quase se ajoelhando em frente a ela. Cumprimento aos cavalheiros ou "damas, cumprimentar cavalheiros" As damas, balançando o corpo, caminham até os cavalheiros e cada uma cumprimenta o seu parceiro, com mesura, levantando levemente a barra da saia. Damas e cavalheiros, trocar de lado Os cavalheiros, de mãos dadas, dirigem-se para o centro. As damas fazem o mesmo. Ao se aproximarem, todos se soltam. Com os braços levantados, giram pela direita. Soltam as mãos, dirigem-se ao lado oposto. Os cavalheiros, de mãos dadas, vão para o lugar antes ocupado pelas damas. E vice-versa. Primeiras marcas ao centro Antes do início da quadrilha, os pares são marcados 56 – pelos números 1 ou 2. Ao comando "Primeiras marcas ao centro", apenas os pares de número 1 vão ao centro, cumprimentam-se, voltam. Os outros fazem o "passo no lugar". Estando no centro, ao ouvir o marcador pedir balancê ou giro, executam-no com o par da fileira oposta. Ouvindo "aos seus lugares", os pares de número 1 voltam à posição anterior. Ao comando de "Segundas marcas ao centro", os pares de número 2 seguem esses mesmos procedimentos. 6. Grande passeio As filas giram pela direita, emendam-se em um grande círculo. Cada cavalheiro dá a mão direita à sua parceira. Os casais passeiam em um grande círculo, balançando os braços soltos para baixo, no ritmo da música. 7. Trocar de dama Cavalheiros à frente, ao lado da dama seguinte. O comando é repetido até que cada cavalheiro tenha passado por todas as damas e retornado para a sua parceira. 8. Trocar de cavalheiro O mesmo procedimento. Cada dama vai passar por todos os cavalheiros até retornar ao lado do seu parceiro. 9. O túnel Os casais, de mãos dadas, vão andando em fila. O casal da frente levanta os braços, voltados para dentro, formando um arco. O segundo casal passa por baixo e levanta os braços em arco. O terceiro casal passa pelos dois e faz o mesmo. O procedimento se repete até que todos tenham passado pelo túnel. 10. Anavan tur A dama e o cavalheiro dançam como no tour (passeio, em português). Após uma volta, a dama passa a dançar com o cavalheiro da frente. O comando é repetido até que cada dama tenha dançado com todos os cavalheiros e alcançado o seu parceiro. 11. Caminho da roça Damas e cavalheiros formam uma só fila, cada dama à frente do seu parceiro. Seguem na caminhada, com os braços livres, balançando. Fazem o balancê, andando sempre para a direita. 12. Olha a cobra Damas e cavalheiros, que estavam andando para a direita, voltam-se e caminham em sentido contrário, evitando o perigo. Vários comandos são usados para este passo: "Olha a chuva!", "Olha a inflação!" , "Olha o assalto", "Olha o (cita-se o nome de um político impopular na região)". A fileira deve ir deslizando como uma cobra pelo chão. 13. É mentira Damas e cavalheiros voltam a caminhar para a direita. Já passou o perigo, era alarme falso. 14. Caracol Damas e cavalheiros estão em uma única fileira. Ao ouvir o comando, o primeiro da fila começa a enrolar a fileira, como um caracol. 15. Desviar É a palavra-chave para que o guia procure executar o caracol ao contrário, até todos estarem em linha reta. 16. A grande roda A fila é única agora, saindo do caracol. Forma-se uma roda que se movimenta, sempre de mãos dadas, à direita e à esquerda como for pedido. Neste passo, temos evoluções. Ouvindo "Duas rodas, damas para o centro", as mulheres vão ao centro e dão as mãos. Na marcação "Duas rodas, cavalheiros para dentro", acontece o inverso. As rodas obedecem ao comando, movimentando para a direita ou para a esquerda. Se o pedido for "Damas à esquerda e cavalheiros à direita" ou vice-versa, uma roda se desloca em sentido contrário à outra, seguindo o comando. 17. Coroar damas Volta-se à formação inicial das duas rodas, ficando as damas ao centro. Os cavalheiros, de mãos dadas, erguem os braços sobre as cabeças das damas. Abaixam os braços, então, de mãos dadas, enlaçando as damas pela cintura. Nesta posição, deslocam-se para o lado que o marcador pedir. 18. Coroar cavalheiros Os cavalheiros erguem os braços e, ao abaixar, soltam as mãos. Passam a manter os braços balançando, junto ao corpo. São as damas, agora, que erguem os braços, de mãos dadas, sobre a cabeça dos cavalheiros. Abaixam os braços, com as mãos dadas, enlaçando os cavalheiros pela cintura. Deslocam-se para o lado que o marcador pedir. 19. Duas rodas As damas levantam os braços, abaixando em seguida. Continuam de mãos dadas, sem enlaçar os cavalheiros, mantendo a roda. A roda dos cavalheiros é também mantida. São novamente duas rodas, movimentando-se no mesmo sentido ou não, segundo o comando. Até a contraordem. 20. Reformar a grande roda Os cavalheiros caminham de costas, colocando-se entre as damas. Todos se dão as mãos. A roda gira para a direita ou para a esquerda, segundo o comando. 21. Despedida De um ponto escolhido da roda os pares se formam novamente. Em fila, saem no galope, acenando para o público. A quadrilha está terminada. Nas festas juninas, após o encerramento da quadrilha, os músicos continuam tocando e o espaço é liberado para os casais que queiram dançar. C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 31/10/13 08:27 Página 32 CAPÍTULO 4 – VAMOS CANTAR! Capítulo 4 DATA: ____/____/____ Vamos Cantar! COMO É BOM CANTAR Carmem Rocha Como é bom cantar, Pois cantar alegra o coração. Como é bom cantar, Quando é bonita a canção. Se estou feliz, O meu coração assim me diz: Que cantando eu vou levando A vida com amor! Que cantando eu vou levando A vida com amor! Como é bom cantar! Por tal Objetivo Para encontrar outras atividades sobre o tema, entre no PORTAL OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”, digite: MUS3F103 C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 31/10/13 08:35 Página 33 32 Ô ABRE ALAS Chiquinha Gonzaga, 1899 Ô abre Ô abre Eu sou Eu sou alas, que eu quero passar! alas, que eu quero passar! da lira, não posso negar da lira, não posso negar. Ô abre alas, que eu quero passar! Ô abre alas, que eu quero passar! Rosa de ouro é que vai ganhar, Rosa de ouro é que vai ganhar. JARDINEIRA Benedito Lacerda - Humberto Porto, 1938 Ó jardineira, por que estás tão triste, Mas o que foi que te aconteceu? Foi a camélia que caiu do galho, Deu dois suspiros e depois morreu. Vem jardineira, vem meu amor. Não fiques triste, Que este mundo é todo seu, Tu és muito mais bonita Que a camélia que morreu. 33 – 57 C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 36 C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 31/10/13 08:35 Página 34 O MAMA Chamamento - música indígena da tribo Mundurucu, que vive no Pará PULA A FOGUEIRA 1 aluno - O Mamá do-oo Todos - O Mamá do-oo Pula a fogueira, Iaiá! Pula a fogueira, Ioiô! Cuidado para não se queimar. Olha que a fogueira Já queimou o meu amor! 1 aluno - O Mamá do-oo Todos - O Mamá do-oo 1 aluno - O o o ié ié pé de moié Todos - O o o ié ié pé de moié 1 aluno - O ié ié pé de moié Todos - O ié ié pé de moié PIRATA DA PERNA DE PAU João de Barro Nesta noite de festança Todos caem na dança Alegrando o coração. Foguetes, cantos e troça Na cidade e na roça Em louvor a São João. 1 aluno - O o o ié ié pé de moié Todos - O o o ié ié pé de moié. Eu sou o pirata Nesta noite de folguedo Todos brincam sem medo A soltar seu pistolão. Morena, flor do sertão, Quero saber se tu és Dona do meu coração. da perna de pau, Do olho de vidro, da cara de mau! Minha galera, Dos verdes mares, Não teme o tufão. Minha galera Só tem garotas na guarnição. Por isso, se outro pirata Tenta a abordagem, Eu pego o facão E grito do alto da popa... - Ôpa! Homem, não! Por tal Objetivo Para encontrar outras atividades sobre o tema, entre no PORTAL OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”, digite: MUS3F104 34 36 C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 35 C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 37 PEDRINHO Dory Caymmi - Paulo César Pinheiro Ele imaginava Que era rei, soldado, heroi, pirata e domador. Era o que queria ser Porque era um sonhador. Ele acreditava Em dragão, bruxa, saci, cavalo voador. Via o que queria ver Porque era um sonhador. E o Picapau Amarelo, mundo que escolheu, Era assim como um castelo seu, é. Ele viajava E era trem, submarino, avião, vapor, Ia aonde queria ir Porque era um sonhador. E ao Picapau Amarelo retornava então Pois não há mundo mais belo, não. Lá, lá, lá Ele se encantava Pois no sítio há tanto bicho, mato, fruta e flor. Ele então só quer crescer Para o mundo exterior... Percorrer, lá, lá, lá (bis) O mundo percorrer. Percorrer, lá, lá, lá (bis). Rei, soldado, heroi, pirata e domador, Dragão, bruxa, saci, cavalo voador, Trem, submarino, avião, vapor Dou maior valor Sitio do Picapau Amarelo Sitio do Picapau Amarelo. PEDRO, ANTÔNIO E JOÃO Autores: Benedito Lacerda - Oswaldo Santiago Com a filha de João Antônio ia se casar, Mas Pedro fugiu com a noiva Na hora de ir pro altar. Menino com Pássaro, Candido Portinari E no fim dessa história, Ao apagar-se a fogueira, João consolava Antônio, Que caiu na bebedeira. Monteiro Lobato, autor do livro O Sítio do Picapau Amarelo Capa do Disco 58 – A fogueira está queimando O balão está subindo, Antônio estava chorando E Pedro estava fugindo. Por tal Objetivo Para encontrar outras atividades sobre o tema, entre no PORTAL OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”, digite: MUS3F105 35 37 C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 38 C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 39 PLANETA ÁGUA Águas que movem moinhos São as mesmas águas Que encharcam o chão E sempre voltam humildes Pro fundo da terra Pro fundo da terra... Terra! Planeta Água! Terra! Planeta Água! Terra! Planeta Água... Água que nasce na fonte Serena do mundo E que abre um profundo grotão, Água que faz inocente Riacho e deságua Na corrente do ribeirão... Águas escuras dos rios Que levam fertilidade ao sertão, Águas que banham aldeias E matam a sede da população... Águas que movem moinhos São as mesmas águas Que encharcam o chão E sempre voltam humildes pro fundo da terra, pro fundo da terra... Terra! Planeta Água! Terra! Planeta Água! Terra! Planeta Água... (Bis) Composição: Guilherme Arantes Água que nasce na fonte Serena do mundo E que abre um profundo grotão. Água que faz inocente Riacho e deságua Na corrente do ribeirão... Águas escuras dos rios Que levam A fertilidade ao sertão. Águas que banham aldeias E matam a sede da população... Águas que caem das pedras No véu das cascatas, Ronco de trovão, E depois dormem tranquilas No leito dos lagos No leito dos lagos... Água dos igarapés, Onde Iara, a mãe d’água, É misteriosa canção. Água que o sol evapora Pro céu vai embora Virar nuvens de algodão... Gotas de água da chuva, Alegre arco-íris Sobre a plantação. Gotas de água da chuva, Tão tristes, são lágrimas Na inundação ... 38 Por tal Objetivo Para encontrar outras atividades sobre o tema, entre no PORTAL OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”, digite: MUS3F106 C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 40 39 C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 12:48 Página 41 SONHO DE ÍCARO 40 41 – 59 Vamos cantar 60 – – 61 62 – – 63 Formação: em círculo Desenvolvimento: O professor ou um aluno canta o solo e os demais respondem em coro. Ao cantarem giram uma vez para a direita, depois para esquerda. Quando girarem para a direita, o pé direito fará a marcação do tempo forte e, quando girarem para a esquerda, o pé esquerdo fará a marcação. Os braços ficam soltos ao lado do corpo. Quando estiverem parados em círculo, a marcação se dará da mesma forma, porém o pé direito irá para a frente, assim como os braços, que acompanharão o movimento para a frente, junto com o corpo. Depois inverte-se o movimento, com o pé esquerdo. 64 – – 65 66 – – 67 68 – – 69 70 – – 71 Sugestões de livro e sites • Jogando com os sons e brincando com a música, Vania Ranucci Annunziato Esse livro pode ser adquirido pela internet. Aqui vai o link: http://www.paulinas.org.br/loja/DetalheProduto.aspx?idProduto=1680 • http://virgula.uol.com.br/ver/noticia/musica/2010/02/12/238964-veja-como-funciona-a-bateria-de-uma-escola-de-samba • artesemelodias.blogspot.com – jogos musicais sugeridos e postados por Alícia Sampaio 72 – C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 13:10 Página 43 C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 13:10 Página 47 FIGURAS MUSICAIS INSTRUMENTOS de PERCUSSÃO de ESCOLA de SAMBA Ta m bo r i m Tu m b o Cai xa Ta ro l C u íca Re pi que Sur do C h o ca lh o Agogô Re c o - Re co Pa n d eiro Semibreve Mínima Semínima Colcheia Mínima Semínima Semínima Colcjeia Semínima Colcheia Colcheia Colcheia Pr atos C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 13:10 Página 45 43 47 C1_3A_Some_Musica_2014_Keli 30/10/13 13:10 Página 49 CARTELA DOS INSTRUMENTOS DE PERCUSSÃO DOMINÓ MUSICAL 45 49 – 73 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES Neste momento, quando temos no Brasil a obrigatoriedade da música na escola, graças à lei n.o 11.769/2008, queremos destacar sua importância na educação. Assim, citamos a seguir alguns benefícios obtidos pelos estudantes que se submetem às experiências musicais. • Alcançam elevados níveis de sociabilidade, sentindo-se emocionalmente mais seguros, menos agressivos, integrados em sua sala de aula. • Estudos comprovam a influência da educação musical na inteligência e no rendimento escolar. • A música torna os alunos mais sensíveis aos sons, capazes de lidar com eles de forma afetiva e criativa. • O estudo da música propicia o desenvolvimento da alegria de ouvi-la. Dando sequência a nossa programação do ensino de Música na sala de aula, gostaríamos de fazer uma retrospectiva do que já trabalhamos no 1.o, 2.o e 3.o anos. Sensibilização do som • O fenômeno sonoro • A audição dos sons externos (de fora) • A audição dos sons internos (de dentro) • Representação gráfica desses sons • Conto sonoro – com narração e sem narração • Exploração sonora • Parâmetros sonoros – timbre, altura, duração e intensidade • O caminho do som • Notação gráfica do som • Jogos com instrumentos musicais • Pulsação e ritmo das palavras • Conhecendo a orquestra e seus instrumentos • Ritmo e melodia • Música erudita – Mozart, sua música e biografia • Formação de uma banda rítmica • A música e suas funções • Música instrumental e música vocal • Apreciação musical • Notação musical – princípios básicos – pauta, clave e notas • Folclore Objetivos Para o 4.o ano, 1.o semestre, nossos objetivos são: • Levar o aluno a desenvolver a capacidade de apreciar obras de tradições diversas. • Estimular a experimentação, envolvendo a criação individual e coletiva. • Incentivar o canto e o desempenho instrumental. • Dar ênfase à experiência musical ativa, utilizando diversas formas de expressão, como a dança e o teatro. • Levar o aluno a conhecer as noções básicas da notação musical. • Levar o aluno a aplicar esses conhecimentos na prática musical. 74 – Observação importante As aulas estão numeradas a fim de auxiliar o professor; entretanto, ele terá plena liberdade para dividi-las de acordo com o tempo necessário para seus alunos. Como já dissemos nos anos anteriores, o professor deverá organizar sua aula dando espaço para diferentes atividades, usando o caderno, exercícios sonoros e oficinas. Se o professor adotar a flauta doce, deverá introduzi-la em todas as suas aulas. Se não adotar esses instrumentos, poderá usar outros, como o de percussão, para acompanhar as músicas do caderno, para solfejar os exercícios musicais. O professor deve ter sempre em mente que as aulas de música precisam ser prazerosas, alegres e dinâmicas, fazendo com que os alunos tenham satisfação em participar delas. Não se deve fazer em aula uma simples leitura de texto ou ministrar uma aula de teoria musical carente de som. Tudo deve ser dado de uma forma lúdica e agradável. Nosso objetivo não é formar músicos profissionais nem grandes instrumentistas, mas fazer com que os alunos gostem de música de qualquer estilo, desde que sejam boas músicas. Nosso intuito é também ampliar o repertório musical dos alunos, pois só assim eles poderão escolher boas músicas para ouvir. C1_4A_Some_Musica_Keli 31/10/13 09:22 Página 3 CAPÍTULO 1 – MÚSICA MAESTRO! – O QUE É UMA ÓPERA – APRECIAÇÃO MUSICAL: A FLAUTA MÁGICA Capítulo 1 DATA: ____/____/____ MÚSICA, MAESTRO! Em quase todas as capitais do Brasil, existe um Teatro Municipal. Nele se apresentam grandes orquestras, óperas famosas, companhias de dança, corais e concertos. Hoje vou levá-los a um concerto no Teatro Municipal. Vocês já foram a um teatro? O que assistiram? E ao Teatro Municipal? De que cidade 3 C1_4A_Some_Musica_Keli 31/10/13 13:33 Página 4 C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:34 Página 6 Para Saber Mais O Teatro Municipal de São Paulo foi idealizado em 1911, especialmente para apresentar óperas. Nessa época, São Paulo abrigava muitos imigrantes italianos. Um deles, Cláudio Rossi, foi o autor do projeto. Outro, Domiziano Rossi, fez os desenhos. E Ramos de Azevedo f o i o responsável pela execução da obra. Teatro Municipal de Manaus (AM) De 1912 a 1926, o Municipal apresentou 88 óperas de 41 compositores! Recentemente, o Teatro passou por uma reforma que durou 2 anos e 8 meses. Em sua reinauguração, no dia 12 de junho de 2011, pôde exibir seus belos vitrais, portas, cortinas, tapetes, pinturas, assoalho, som, iluminação e poltronas – tudo magnificamente restaurado por uma competente equipe de arquitetos, engenheiros, marceneiros, eletricistas, historiadores e diversos artesãos e operários. Teatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ) Desde a sua inauguração até hoje, o Teatro Municipal foi palco de artistas internacionais famosos, como os cantores líricos Enrico Caruso e Maria Callas, as bailarinas Isadora Duncan e Anna Pavlova, os dançarinos Nijinski e Baryshnikov, as atrizes Itália Fausta e Clara Della Guardia, e os músicos Ravi Shankar e Duke Ellington. 6 4 Objetivos: Levar o aluno a: • apreciar todos os tipos de música, inclusive uma ópera; • entender o que é uma ópera; • saber onde ela é encenada; • compreender o que é um Teatro Municipal. C1_4A_Some_Musica_Keli 31/10/13 09:22 Página 5 Veja alguns grandes artistas que se apresentaram no Teatro Municipal de São Paulo. Baryshnikov, dançarino Desenvolvimento: O professor vai conversar com seus alunos sobre os diferentes estilos de música. Recordará com eles a aula em que trouxeram suas músicas preferidas para serem escutadas por todos na sala de aula e fará algumas perguntas. Por exemplo: Enrico Caruso, cantor Maria Callas cantora Teatro Guaíra, Curitiba (PR) • • • • • • • • • • Anna Pavlova, bailarina Agora, vamos ouvir um trecho da ópera: a “Flauta Mágica” de Mozart! 5 Quem já foi a um evento musical? Que tipo de música ouviram? Foi na sua cidade? Foi ao ar livre? Onde assistiram a esse evento? Quem já foi a um teatro? Assistiu a quê? Na nossa cidade há um teatro? Como ele é? Quando há algum show na cidade, onde ele é apresentado? O professor poderá comentar que em algumas cidades existe um teatro diferenciado, onde se apresentam apenas os grandes artistas, as peças de teatro mais importantes e alguns tipos de arte, como dança, os grandes cantores, as grandes orquestras. Deverá falar também sobre o Teatro Municipal das grandes capitais. – 75 C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:34 Página 8 Se na cidade em que se encontra a escola não existe um Teatro Municipal, explicar para os alunos que em algumas cidades eles são muito bonitos, com muita pompa, e neles só os grandes artistas podem se apresentar. O professor deverá colocar uma ópera para ser ouvida pelos alunos. A princípio não comentará nada. Deixará que os próprios alunos façam os seus comentários. Com certeza a maioria nunca ouviu uma ópera e a primeira reação é achar engraçada ou apenas não gostar. Deve partir do professor a explicação de que o que estão ouvindo é uma ópera. No caderno do aluno colocamos como exemplo “A flauta mágica”, de Mozart, por eles já saberem um pouco sobre o compositor. Depois de ouvirem parte da música, o professor poderá conversar com a classe, fazendo algumas perguntas como, por exemplo: • Quem já tinha ouvido esse tipo de música? • O que acharam? • Gostaram ou não e por quê? • Trata-se de uma ópera. Vocês sabem o que é uma ópera? Em italiano, a palavra ópera significa “obra musical, trabalho”. A Flauta Mágica E ra uma vez um príncipe (Tamino) e um caçador de pássaros (Papagueno). Atendendo ao apelo de uma rainha (a Rainha da Noite), tentam resgatar a princesa (Pamina), sequestrada num castelo. Para cumprir essa missão, Tamino e Papagueno recebem das damas da Rainha da Noite uma flauta e um carrilhão mágicos, além de três gênios que serviriam de guias. Estes são representados, na ópera, por três crianças. Tamino e Papagueno chegam ao palácio de Sarastro por caminhos diferentes. Pamina está lá, realmente prisioneira, atormentada por um escravo mouro de Sarastro (Monostatos). C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:34 Página 7 Vocês sabem o que é uma ÓPERA? Em italiano, essa palavra significa “obra musical, trabalho”. 8 Vou contar a vocês um resumo da história da ópera “A Flauta Mágica”. C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:34 Página 9 Os três acabam presos quando Sarastro chega. Ele manda chicotear o escravo, explica que sua mãe, a Rainha da Noite, é uma mulher perigosa e determina que Tamino e Papagueno sejam submetidos a duras provas no templo: uma delas, a do silêncio. Se passarem por tais provas, entrarão para a irmandade. Tamino receberá ainda a mão de Pamina e Papagueno, o que ele mais deseja: uma mulher para se casar. Entretanto, Pamina, adormecida, desperta os maus instintos de Monostatos. Mas chega, então, a Rainha da Noite e mostra que Sarastro tinha razão: ela aterroriza a filha e lhe dá, cheia de ódio, um punhal, para que assassine Sarastro. Depois desaparece. Para Saber Mais A Ó P E R A é um teatro musical, uma espécie de “novela” dramática em que os personagens cantam ao invés de falar. Ela foi criada no começo do século XVII, na Itália. A roupa dos atores é riquíssima. Os vários tipos de vestimenta e suas cores t ê m s i g n i f i c a d o s e s e r v e m p a r a p o d e r m o s i d e n t i f i c a r o s p e r sonagens. Geralmente, as apresentações são feitas em teatros de ópera, acompanhadas por uma orquestra. Para cantar uma ópera são necessários muitos anos de estudo. É o chamado “canto lírico”. O s c a n t o re s l í ricos não usam amplificação para a voz. 7 O professor poderá comentar que a ópera é um tipo de música que nem todos têm a oportunidade de ouvir ou assistir ao vivo. Esclarecerá que a música que ouviram é uma ópera chamada “A flauta mágica”, e seu compositor é Wolfgang Amadeus Mozart, já estudado anteriormente. A história de “A flauta mágica” é muito longa, por isso colocamos apenas um trecho. O professor poderá contar a história dessa ópera resumidamente para os alunos. No caderno do aluno há o trecho transcrito a seguir, que poderá ser lido ou contado pelo professor. 76 – Papagueno chega e Monostatos foge. Entretanto, Tamino discute com um sacerdote do templo de Sarastro: ele lhe diz que Sarastro não é mau, mas nobre e justo. E que, um dia, ele compreenderá tudo. Isso abala completamente os propósitos iniciais de Tamino. Monostatos, que viu tudo, chantageia Pamina. Contudo, chega Sarastro, que expulsa o mouro e tranquiliza a rapariga, dizendo que naquele templo não há lugar para a vingança. Enquanto isso, Tamino vai passando nas provas, mas Papagueno não consegue sequer ficar calado. Acaba por ser expulso do templo. Pamina vai encontrar-se com o príncipe e não compreende que ele não lhe dê uma resposta. Julga que Tamino não mais a ama e fica desesperada. Pensa em suicidar-se com o punhal — mas é impedida pelos três gênios. Pamina volta ao templo e tem permissão para acompanhar Tamino nas suas últimas provas: a do fogo e a da água — que os dois conseguem superar com sucesso, protegidos pelo som da flauta mágica. 9 C1_4A_Some_Musica_Keli 31/10/13 09:22 Página 10 Vagueando pelos bosques, Papagueno, inconsolado e cômico, também pensa no suicídio, mas é salvo pelos três gênios. Estes sugerem que ele toque o seu carrilhão mágico. Ao som do instrumento aparece a desejada companheira. Na escuridão da noite, chegam a Rainha da Noite e o seu séquito, guiados agora por Monostatos, a que também se aliou. Querem destruir o templo e matar Sarastro e os sacerdotes. Mas esses irrompem com um poder descomunal e aniquilam as pérfidas criaturas. Pamina e Tamino casam-se com grande pompa e recebem congratulações por sua coragem, fidelidade e virtude. Ouça, agora, como ficou a interpretação de Edson Cordeiro, um brasileiro atual cantando parte da ária da Rainha da Noite. Escreva sua opinião sobre o que você ouviu. 10 _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ Objetivo: Levar o aluno a entender a necessidade de saber usar a voz corretamente. Desenvolvimento: O professor deverá explicar para a sala que existem diferentes maneiras de cantar e de usar a voz. Provavelmente encontrará em sua sala alunos que vão achar que o cantor de ópera grita muito ou canta de uma forma diferente de outros cantores. Mostrar então aos alunos as diversas maneiras de se usar a voz. Em seguida, o professor poderá ler com a sala parte da letra da música “Porque sim não é resposta”, de autoria de Hélio Ziskind, e que faz parte do CD “Meu pé, meu querido pé”. Se o professor quiser, neste momento, cantar a música inteira ela está, na íntegra, no final desta parte do manual, relativa ao 4.o ano, na seção Vamos cantar. VOCÊ AGORA SERÁ O COMPOSITOR – APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:34 Página 12 Agora, é com Você ! VOCÊ SERÁ O COMPOSITOR Os alunos ouvirão um pouco mais da música e depois o professor poderá colocar a mesma música interpretada de uma outra maneira por outro cantor. Seria interessante que o professor trouxesse uma gravação de Edson Cordeiro cantando parte da ária da Rainha da Noite. É uma versão moderna. O nosso objetivo é mostrar aos alunos que existem diversas interpretações e arranjos de uma mesma música e que nem sempre coincidem com a que o compositor criou. Organizem equipes com seus colegas e criem uma forma de teatro ou ópera. As cores, os gestos e movimentos devem ter um significado combinado previamente, para representar determinado sentimento em ação. Vocês poderão escolher uma melodia já conhecida ou criar uma nova. Apresentem sua peça para as outras equipes. E lembrem-se: a ópera tem um modo diferente de cantar. Ao final, faça uma avaliação sobre o trabalho de cada equipe. O que pode ser melhorado? Os gestos e a voz estavam de acordo com o que entendemos por ópera? Escreva o seu comentário nas linhas abaixo. C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:34 Página 11 AS DIFERENTES FORMAS DE USAR A VOZ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ Outras Maneiras de Usar a Voz Há muitas maneiras de usar a voz. Vamos ler um trecho da letra da música de Hélio Ziskind: “Porque Sim Não é Resposta”. Pesquise em casa e traga para a próxima aula músicas que representem outras maneiras de usar a voz. O GRITO (...) Quero saber por quê que a gente grita Eu quero saber por quê Tem grito de chamar Tem grito de avisar Tem grito de bravo E grito de contente. Vamos cantar a música inteira? A letra completa da música está na seção Vamos Cantar. 12 Tem grito de rock, Tem grito de ópera, Tem grito de guerra, Grito de gol, Tem grito de menina Quando vê barata (Uohhh!!!) Grito de horror Quero saber por quê Quero saber por quê. 11 Sugerimos ao professor que organize os alunos em grupos, para que cada um escolha uma melodia e transforme-a numa representação teatral ou pequena ópera. Os alunos poderão trazer de casa roupas para sua apresentação ou mesmo criar uma vestimenta com o material que haja na escola. Eles deverão ter um tempo para ensaiar e depois apresentarão à sala a sua montagem. O professor e os alunos deverão fazer uma avaliação de cada apresentação e os grupos, uma autoavaliação. – 77 C1_4A_Some_Musica_Keli 31/10/13 09:22 Página 15 O professor poderá pedir também aos alunos que pesquisem outras músicas que, de alguma maneira, empreguem a voz de uma forma diferente. Pode ser rock, funk, entre outros. 4. Forre o palito com papel dourado ou prateado e prenda-o na parte de trás da máscara, ou use um elástico para prendê-la a sua cabeça. 5. Sua máscara está pronta! Sugestões para sua máscara Agora é com você C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:34 Página 13 Agora, é com Você ! Máscaras para a ópera Você vai precisar de: • Cartolina • Cola branca • Tesoura • Fita crepe • Palito de madeira • Papel camurça colorido • Tintas guache • Acessórios para decorar: lantejoulas, penas, rendas, gliter, etc. Procedimento: 1. Faça um molde desenhando uma mascara na cartolina e recorte-a. Você pode usar as sugestões abaixo: C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:34 Página 16 C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:34 Página 14 13 15 CAPÍTULO DATA: ____/____/____ Capítulo22– A EXPRESSÃO NA MÚSICA A “Expressão” na Música 2. Cubra a mascará de cartolina com o papel camurça da cor que você escolheu ou pinte da cor que você quiser, dependendo do tipo de máscara que você for usar para o seu personagem. Vamos ouvir de olhos fechados esta melodia. Vamos deixar os sons nos conduzirem. 3. Enfeite com lantejoulas, rendas, penas ou noutro qualquer adereço que você achar interessante A peça musical tem uma melodia que se repete e se modifica ao longo da execução. Sugestões para a sua máscara: A intensidade vai aumentando, passando de suave, delicada, a fortíssima e majestosa. O que faz ela ser assim? Qual foi a intenção do autor ao compor esta peça? O que ele quis retratar? E você, o que imaginou ao ouvi-la? Esta é a música que você ouviu. Nome: suíte Peer Gynt Trecho: Movimento nº4 Alvorada Compositor: Edvard Grieg 14 78 – 16 C1_4A_Some_Musica_Keli 14/11/13 09:05 Página 17 Após terem realizado esse exercício, o professor perguntará: Por que respondemos de maneira diferente à música? Há quem acredite que não nos limitamos apenas a ouvir a música. Nós também a sentimos. Nos quadros desta página, assinale aquele que mais se identifica com a cena que você imaginou. Impressão, sol nascente Claude Manet Ensaio Edgar Degas “Sentir” a música significa que a relacionamos com a nossa mente e com todos os sentidos, para além da audição. E só depois do exercício é que o professor deverá dizer o nome da música e do compositor. Sugerimos também que pergunte aos alunos se eles conseguiriam representar essa música através do seu corpo. Pode ser dançando ou apenas gesticulando. Cena noturna sob céu Magritte diurno Texto para o professor Numa audição musical, cada indivíduo têm uma experiência diferente, embora estejam ouvindo a mesma música. Os sentimentos e o estado de espírito são únicos. A música pode ter um efeito surpreendente nas nossas emoções. Pode nos fazer chorar, sentir felizes ou tristes. Pode também nos fazer lembrar de experiências passadas. Veja a relação: Noite Estrelada Van Gogh Monteserrat José Pancetti 17 Objetivo: Levar o aluno a perceber que cada música nos leva a sentir um tipo de emoção. Mostrar aos alunos como a música mexe com nossos mais diversos sentimentos. Desenvolvimento: O professor, sem comentar nada, deverá pôr para tocar uma música só orquestrada, de preferência clássica, para os alunos ouvirem. Sugerimos o movimento n.o IV da “Suíte Peer Gynt”, de Edvard Grieg. Depois o professor deverá conversar com os alunos sobre o que acharam da música. Deverá levá-los a perceber que a música tem uma melodia que se repete e se modifica no seu decorrer. Sua intensidade vai aumentando, passando de suave, delicada, até ficar fortíssima e majestosa. Começa bem piano, suave, delicada, cheia de suspense e aumenta o volume aos poucos, até ficar forte, fortíssima, dramática, imponente, poderosa. O professor poderá fazer algumas perguntas para os alunos depois de terem ouvido a música: • Que nome vocês dariam a ela? • O que faz com que ela seja assim? • Qual seria a intenção do autor ao compor essa peça? O que ele quis retratar? • E vocês, o que imaginaram ao ouvi-la? Agora é com você No caderno do aluno estão algumas imagens para o aluno escolher qual poderá ser relacionada à música ouvida. Essa atividade é livre e individual. Música tocando → você ouve a música → reage de acordo com: • a sua experiência – e pensa: –– Ouço a música, o som ou o barulho e sinto-me interessado ou não. –– Lembro-me de alguma coisa ou de alguém que me deixou feliz ou triste. • a sua disposição – e pensa: –– Estou cansado, deprimido – sinto-me irritado. –– Sinto-me com energia – quero dançar. –– Estou feliz por estar aqui – a música me deixou confortável. • o momento em que está ouvindo a música – e pensa: –– Que bom estar aqui. –– Sinto-me descontraído – posso sentir o cheiro das flores. –– Sinto-me alegre – posso ouvir a risada de alguém. Nossa percepção combina todos esses elementos determinando nosso estado de espírito. Isso determina como sentimos a música. O professor deverá conversar com seus alunos sobre a importância de ouvir vários tipos de música porque quem não tem um bom repertório musical não pode escolher boas músicas para ouvir. Para finalizar a aula, poderá levantar estas questões: • A música deve ser agradável? • O que significa “agradável”? A música tem um determinado número de funções. Nem toda a música é feita para entreter e agradar a quem ouve. De qualquer forma, o que agrada a uma pessoa pode desagradar a outra. – 79 A DINÂMICA NA MÚSICA C1_4A_Some_Musica_Keli 31/10/13 09:26 Página 18 A Dinâmica na Música COMO A ORQUESTRA SABE QUANDO DEVE TOCAR MAIS FORTE OU MAIS FRACO? Quando o compositor quer que um trecho de sua música seja tocado ou cantado mais forte, ele indica na partitura a letra f . Para que o trecho seja tocado ou cantado mais fraco, ele usa na partitura a letra p (de piano, em italiano). Muitas vezes, o compositor deseja que um trecho de sua música passe gradativamente do fraco para o forte. Na partitura, ele usa: (do p para o f). Se o compositor deseja que um trecho de sua música passe gradativamente do forte para o fraco, ele deve indicar o seguinte sinal: (do f para o p). A esses sinais damos o nome de SINAIS DE DINÂMICA. 18 Objetivo: Levar o aluno a perceber que a combinação de sons que formam uma música pode ser vista de várias formas e que essas formas nos ajudam a descrever como a música soa. O professor deverá cantar com os alunos uma música qualquer do repertório infantil e reger determinando alguns sinais de dinâmica, sem, contudo, dizer que esses sinais são de dinâmica. Por exemplo, cantar a música “Sambalelê” seguindo alguns sinais como forte, mais fraco, ralentando, mais rápido e assim por diante. Deverá comentar com a sala que a música que ouviram na aula anterior também tinha alguns momentos fortes e outros mais suaves. SINAIS DE DINÂMICA NA MÚSICA Objetivo: Levar o aluno a conhecer os sinais de dinâmica e o que eles significam para a música. Desenvolvimento: Quando alguém vai executar uma música tocando instrumentos ou quando o maestro vai executar uma peça com sua orquestra, ou ainda quando alguém vai cantar uma música, é necessário que ele saiba de que forma vai executá-la: se de acordo com o que o compositor escreveu ou dando uma interpretação sua para essa música. Muitas vezes quem vai executar uma música pode interpretá-la de uma maneira diferente da que o compositor pensou quando a compôs. Assim, foram estabelecidos alguns sinais universais de dinâmica para serem seguidos por quem for executar a música. Esses sinais são muito importantes, principalmente para uma orquestra. Assim, temos: < diminuindo (ficando mais suave) > aumentado (ficando mais forte) p piano (leve, suave, bem) Desenvolvimento: Toda música é formada de formas diferentes. Numa música existe o ritmo, que podemos dizer que é a batida ou a pulsação dela. Já vimos que cada música tem um ritmo, que é escolhido pelo compositor, podendo ser, por exemplo, o samba, a valsa, a marcha, o choro etc. A música tem andamento, que é o tempo em que a música é tocada, mais lento ou mais devagar. Possui também altura, que é quão grave ou agudo ela soa. Tem ainda o tom, que é a qualidade ou a intensidade do som dessa música. O compositor combina as notas segundo regras para criar tons. A sequência mais rica origina a melodia. Mas para interpretar a música usamos alguns sinais para saber quando tocar mais forte ou mais fraca uma determinada parte da música. 80 – p p f m pianíssimo (muito fraco) forte f meio forte f f fortíssimo (muito forte) C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:34 Página 21 C1_4A_Some_Musica_Keli 31/10/13 09:26 Página 19 O CÂNONE, UM JOGO DE IMITAÇÕES O cânone, um jogo de imitações Cânone é uma forma musical muito popular cantada durante a Idade Média. Irmão Jorge, irmão Jorge, Dormes tu? dormes tu? Já soam os sinos, já soam os sinos. Ding, dang, dong, ding, dang, dong, É interpretada por um grupo de cantores que entoam uma mesma melodia, começando-a de forma consecutiva em um determinado número de tempos. As vozes vão entrando uma de cada vez e se cruzam provocando uma sensação de harmonia. A primeira voz é chamada de proposta e as que seguintes de respostas. É uma espécie de corrida onde a segunda voz jamais alcança a primeira e assim sucessivamente. Frei Martinho, Frei Martinho, Já dormiu? Já dormiu? O sininho toca! O sininho toca! Ding, ding, dong! Ding, ding, dong! Os primeiros cânones datam do século XIII. O termo cânone para definir esse tipo de obra aparece depois do século XV. A música Frère Jacques é a melodia mais cantada em cânone. Trata-se de melodia de ninar francesa. C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:34 Página 20 C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:34 Página 22 21 19 Agora vamos cantar em cânone. Podemos cantá-la em quatro grupos. A primeira linha quem vai cantar será o primeiro grupo, e será ele o que irá fazer a proposta. A segunda linha será o segundo grupo que fará a primeira resposta e assim sucessivamente. Veja como fica essa música escrita numa partitura. Letra Frère Jacques, frère Jacques, Dormez-vous? Dormez-vous? Sonnez les matines! Sonnez les matines! Din, dan, don. Din, dan, don. Versões A canção Frère Jacques possui várias versões em outros idiomas. Em inglês, a canção é geralmente traduzida como Brother James (Irmão Jaime), mantendo o tema original. 20 22 – 81 C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 11:11 Página 23 C1_4A_Some_Musica_Keli 02/01/13 09:13 Página 25 CAPÍTULO 3 – A MÚSICA E A DANÇA Capítulo 3 DATA: ____/____/____ A Música e a Dança Street Dance Grupo “Corpo”, de dança contemporânea brasileira Será que sempre se dançou ao som de música? Hip Hop Pinturas de 20 mil anos atrás já mostravam figuras em movimentos de dança. DANÇA DE RUA Agora, é com Você ! Em todos os rituais dos homens pré-históricos, a dança e a música já estavam presentes. MEXA O CORPO! Você gosta de dançar? Você já dançou alguma vez? Vamos ouvir algumas músicas com ritmos diferentes e soltar o corpo! 25 23 C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:35 Página 24 Na África, a dança sempre foi parte essencial da vida nas aldeias. Realizada em grupo, em sua maioria todos os homens, mulheres e crianças participam. Batem palma ou formam círculos em torno dos dançarinos. Todos os acontecimentos da vida tribal africana são comemorados com dança: nascimento, morte, plantio, colheita, chegada à puberdade e casamento. As danças africanas variam de região para região, mas a maioria delas tem algo em comum. Como na música, há vários estilos de dança. Veja alguns a seguir. Balé contemporâneo Balé clássico Maracatu 24 82 – Bumba-meu-boi Objetivo: Mostrar aos alunos que música e dança sempre existiram. Desenvolvimento: O professor deverá levar para a sala de aula algumas músicas de ritmos bem diferentes. Podem ser algumas das citadas anteriormente, para serem ouvidas e dançadas pelos alunos. Poderá também providenciar um vídeo para mostrar um balé, uma dança de rua, uma dança folclórica. A aula poderá ser iniciada com a seguinte pergunta: – Será que sempre se dançou ao som da música? Resposta: – Provavelmente sim. Dança e música sempre caminharam juntas e eram importantes nas cerimônias e rituais primitivos: no aumento das colheitas, nas celebrações de nascimento, na cura das doenças e até nas batalhas com inimigos. Em todos os rituais primitivos, a dança e a música sempre estiveram presentes. Pinturas de 20 mil anos atrás já apresentavam figuras em movimento de dança. Texto apenas para o professor A valsa é originária de uma dança folclórica alemã e austríaca chamada Ländler. Foi muito popular no século XIX. Johann Strauss (1825-1890), de Viena, compôs músicas especialmente para valsas. A música e a dança reúnem-se no balé. O compositor russo Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893) escreveu a música para o balé O Lago dos Cisnes e A Bela Ador- C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:35 Página 27 mecida. A música reflete os movimentos e a ação que se desenrolam no palco. A música acompanha ainda o balé moderno e o contemporâneo. Na Ásia, o teatro tradicional combina música, dança pantomima e diálogos. As danças nos templos indianos recorrem a gestos manuais e a canções para contar lendas hindus. A música popular ocidental inspirou vários tipos de dança: nos anos 30 e 40 tivemos o charleston; nos anos 50, o rock; nos anos 60, o twist; nos anos 70, a discoteca; nos anos 80, a breakdance; nos anos 90, o rap, o hiphop, o funk, e assim a dança e a música vão caminhando juntas, seguindo a moda da sociedade. O professor poderá perguntar para a classe quem gosta de dançar, se já dançou e onde. Dançando podemos expressar as sensações que a música que ouvimos causa em nós. O professor colocará a música que trouxe para tocar sem fazer nenhum comentário sobre ela. Pedirá aos alunos que fechem os olhos e sintam a música em seu corpo. Pode-se acompanhar a música com movimentos do corpo e não apenas com a voz, mas também com as mãos (batendo palmas) ou com os pés (sapateando). Nosso corpo é um instrumento musical maravilhoso. Segue o texto que está no caderno do aluno sobre o mal que faz ouvir música muito alta. O professor deverá ler com seus alunos e comentá-lo. TABELA DE INTENSIDADES SONORAS Evento um sussurro 15 dB* conversa normal 60 dB uma máquina de cortar grama 90 dB buzina de automóvel 110 dB um show de rock ou um motor a jato 120 dB um tiro ou um rojão 140 dB *dB = decibéis Responda às perguntas abaixo e veja se você f re q u e n t a o u frequentou ambientes com volume de música capaz de prejudicar sua audição. • Quando a música está tocando, é necessário gritar para se fazer ouvir? • Você ouve zumbidos depois de ter saído do recinto onde havia música alta? • Após a exposição sonora, aparece uma sensação “ouvidos cheios” ou uma diminuição de audição? 27 C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:35 Página 28 S e a s u a re s p o s t a a u m a o u m a i s q u e s t õ e s f o r “sim”, é provável que você frequente ou tenha freq u e n t a d o ambiente com volume de música les i v o à audição. C1_4A_Some_Musica_Keli 31/10/13 09:26 Página 26 Para saber mais Para Saber Mais Va m o s f a z e r u m a p e s q u i s a s o b re e s s e t e m a ? SONS INTENSOS CAUSAM PERDA DE AUDIÇÃO Vo c ê s a b i a q u e e s c u t a r m ú s i c a muito alta e ainda com fones de ouvido faz muito mal? A nossa audição é muito sensível. Ao expô-la a sons f o r t e s , e s s a s e n s i b i l i d a d e s e p e r d e a o s p o u c o s , e n o s s a a u dição fica p re j u d i c a d a . E s t u d o s c o m p ro v a r a m q u e M P 3 p l a y e r s e similares provocam perdas auditivas. Por causa disso, muitos jovens estão sofrendo sérios problemas de surdez. A exposição a sons intensos é a segunda maior causa d e d e f i c i ê n c i a a u d i t i v a . E s s e t i p o d e d a n o p o d e s e r prevenido, mas é difícil de reverter. Um único episódio de som muito intenso pode causar perda auditiva irreversível. Isso ocorre porque o som muito alto lesa as partes do corpo responsáveis pela audição, causando danos que vão de zumbidos a distorção sonora. Os primeiros sintomas de perda de audição d e v i d o a r u í d o são sutis, e geralmente começam pela perda da capacidade d e o u v i r s o n s agudos. Estudos mostram que sons acima de 85 decibéis podem causar perda auditiva (dependendo, também, do tempo a que se fica exposto a eles). Decibel é a unidade de medida da intensidade sonora (abreviatura: dB). Pessoas mais sensíveis podem ter suas células sensoriais auditivas lesadas de modo irreversível p o r u m ú n i c o e v e n t o d e s o m a c i m a d e 1 0 0 d B . N o t e que essa intensidade é facilmente atingida em cinemas, “baladas” e shows. Fonte: Música Alta e Perda Auditiva, artigo de Edgar Nascimento. 26 Intensidade 28 ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ – 83 C1_4A_Some_Musica_Keli 14/11/13 09:05 Página 29 Audição Bartolomeu Campos de Queiroz Editora Globo Com os ouvidos nós escutamos O silencio do mundo No silêncio vivem barulhos De vento e chuva, de casa e mergulho. E dentro do silêncio moram todos os sons: canto, choro, riso, lamento É preciso silêncio para poder escutar. E quando uma voz invade nossos ouvidos, advinhamos a felicidade de quem fala. Nossos ouvidos leem os tons das vozes. E o ruído do voo das abelhas Adoça o nosso dia. Se escutamos música, nosso corpo descansa com a melodia das notas. Se ficamos em repouso E prestamos sentido aos ruídos, Nosso pensamento viaja Visita montanha e planície, Primavera e verão. 29 C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:35 Página 30 Escutar é também um jeito de ver. Quando nós escutamos, Imaginamos distâncias, Construímos histórias, desvendamos novas paisagens. Os ouvidos têm raízes pelo corpo inteiro. Cada palavra que sugerir um som, será substituída pelo som que ela sugere. Vamos tentar? Podemos também dividir cada um desses sons para cada aluno. Vamos tentar? 30 84 – Texto para o professor Frequência e a capacidade de ouvir A frequência de um som é medida em Hertz (Hz) ou ciclos por segundo. O ouvido humano percebe sons com frequências entre 20 Hz e 20 mil Hz. Assim, se uma variação de pressão envolver apenas componentes que flutuem menos de 20 vezes por segundo, não será percebida por nós como som, isto é, seremos surdos para ele. Os golfinhos escutam sons entre 100 Hz e 100 mil Hz. Elefantes e baleias comunicam-se tanto por sons na faixa que ouvimos como também em frequência abaixo de 20 Hz, que não percebemos. A intensidade do som é medida em decibéis. Sons acima de 115 decibéis podem causar danos aos nossos órgãos auditivos. Por isso, trabalhadores expostos a sons com essa intensidade devem usar protetores de orelha. Os sons se deslocam no ar com a velocidade de um avião de caça: aproximadamente 1200 quilômetros por hora. É muito rápido, mas a luz se propaga muito mais rápido que isso. É por isso que numa tempestade vemos primeiro a luminosidade do raio e somente depois ouvimos o som do trovão. C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:35 Página 32 Objetivo: CAPÍTULO 4 – ESCREVENDO MÚSICA Capítulo 4 DATA: ____/____/____ Escrevendo Música Mostrar aos alunos a importância da escrita musical para aqueles que precisam ler e entender uma partitura. Desenvolvimento: Você se lembra das músicas que ouvimos quando dançamos? Elas tinham ritmos diferentes. A música escrita é como um mapa rodoviário ou uma série de instruções para uma viagem. É um diagrama que mostra a um músico como uma peça musical deve ser tocada. O professor deverá recordar o que foi dado no 3.o ano, 2.o semestre, sobre a escrita musical. Pauta ou pentagrama – é um conjunto de cinco linhas e quatro espaços onde escrevemos as notas. A escala das notas é determinada por sua posição na pauta. É a sequência de tempos fortes e fracos que define o ritmo da música. Em alguns ritmos, como a valsa, percebemos que o tempo mais forte é o primeiro, seguido por dois tempos (pulsos) fracos. Clave – no início da pauta aparece sempre um sinal que chamamos de clave e é ela que vai mostrar a escala que ela deve ser tocada. No caso da marcha, temos um tempo forte e um fraco. 32 Há três tipos de claves: a clave de Sol, a mais usada, a clave de Fá e a clave de Dó. Já no rock, temos um tempo forte seguido de três fracos. Isso se repete durante toda a música. C1_4A_Some_Musica_Keli 31/10/13 13:33 Página 33 Como será que podemos representar graficam e n t e o s r i t m o s ? 1 2 3 ============ A clave de Sol As figuras de valor q & e suas pausas Os sons na pauta 4 As notas musicais são: dó, ré, mi, fá, sol, lá e si. Esse ciclo de 7 notas se repete tanto subindo na pauta (sons ascendentes) como descendo (sons descendentes). Você conhecer: a pauta musical g As figuras musicais – as notas escritas têm nomes e símbolos diferentes. São essas figuras que indicam a duração do som. ˆ ˆ ˆˆˆˆˆˆ ˆ ˆ ˆ &=========== ˆ -̂ ˆ =-̂ Usando esses conhecimentos, podemos ESCREVER UMA MÚSICA . 33 Para cada figura de som existe uma figura que indica o silêncio. – 85 C1_4A_Some_Musica_Keli 31/10/13 09:26 Página 34 Exercício complementar Veja o quadro: Nome semibreve mínima semínima colcheia semicolcheia fusa semifusa Som w Silêncio Minha Canção Dorme a cidade Resta um coração Misterioso Faz uma ilusão Soletra um verso Lavra a melodia Singelamente Dolorosamente Doce a música Silenciosa Larga o meu peito Solta-se no espaço Faz-a certeza Minha cançnao Réstia de luz onde Dorme o mei irmão. Na música os sinais de silêncio são chamados de pausas. Conhecendo um pouco da história da escrita musical... Assinale o inicio de cada parágrafo e verifica o que você vai encontrar. Texto para o professor No século IX, os monges europeus escreveram alguns sinais básicos em seus livros de orações para se lembrar dos cânticos sagrados que cantavam. Conforme a música foi se tornando mais elaborada, os símbolos, que começaram a ser simples lembretes, tornaram-se guias preciosos para a leitura e a execução das músicas. A forma como escrevemos música nos dias de hoje data de cerca do ano de 1200. Será que todos usam a mesma regra para escrever música? Há músicos que nunca escrevem suas músicas. Outros usam notas e escalas diferentes. Chico Buarque Escreva na linha abaixo o que você encontrou. __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ 34 C1_4A_Some_Musica_Keli 31/10/13 09:34 Página 35 Essas notas são escritas na pauta. Quando a nota está mais embaixo da pauta ela representa um som grave e quanto mais alto ela estiver na pauta mais agudo será o som. __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ & Nesta aula o professor vai conversar com a classe sobre a necessidade de escrever e ler música. Usando e aplicando os conhecimentos mencionados, o compositor pode escrever uma música e quem for executá-la poderá ler essa música e entender o que o compositor quis dizer ao escrevê-la. Com as figuras do caderno o professor deverá realizar exercícios rítmicos variados. Cabe a ele criar com seus alunos linhas rítmicas, que poderão ser representadas por palmas, pela sílaba tá, conforme já mostramos anteriormente, ou simplesmente tocadas com os instrumentos musicais que houver na escola. Vamos cantar essas notas de acordo com a altura delas na pauta? Exemplo de linha rítmica: q q [q q[q q[ h [ h [ q q [ q q [ q q 86 – 35 C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:35 Página 38 S O M (TEMPO) q h 38 = g = q q q g g = q C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:35 Página 37 g g = w q = g 36 RESUMO h h q q C q q = d) S I L Ê N C I O ( PA U S A ) w = A B h C Inicialmente, vamos ver como funciona a equivalência entre as figuras musicais. No exemplo abaixo (equivalência de 4 tempos), veja quantas figuras são necessárias para re p re s e n t á - l o s . q q c) O Tempo e o Ritmo q h q q q A B C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:35 Página 36 h q q q h h O TEMPO E O RITMO – EQUIVALÊNCIA ENTRE AS FIGURAS = Objetivo: Levar o aluno a conhecer a equivalência entre as figuras e o valor relativo de cada figura musical. Desenvolvimento: Para o professor iniciar esta aula de equivalência entre as figuras musicais, sugerimos que peça aos alunos que recortem as figuras das pizzas que estão no final do caderno. Assim, conforme for contando a história que sugerimos, os alunos poderão acompanhar com as figuras recortadas sobre a sua mesa. Cartonado do caderno do aluno 1. Lembra-se da “História da Pizza”? E de como foi resolvido o problema? Então, agora: a) Coloque nos pedaços “de pizza” a figura musical que representa o som (tempo ): b) Coloque nos pedaços “de pizza” a figura musical que representa o silêncio (pausa): A B C b) A B C q q q h w a) Escolha a alternativa correta: q h q q q q h 2. 37 – 87 C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:36 Página 53 q q e e q q e e e e e g g g g e II II 53 A história da pizza Esta história se passa na cidade da Música. Um maestro, tendo chegado a sua casa com fome, depois de ter realizado uma apresentação num concerto no Teatro Municipal da cidade, resolveu pedir uma pizza de semibreve (explicar que na cidade da Música tudo tem nome dos elementos musicais). De que será essa pizza de semibreve? (pergunta aos alunos) Ligou para o disque-pizza e fez o seu pedido. – Alô, disque-pizza? – Gostaria de fazer um pedido? – Poderia me mandar uma pizza de semibreve bem grande? Depois de uma hora de espera, toca a campainha: – primmmm! O maestro, já cansado de esperar, foi correndo abrir a porta. – Até que enfim chegou a pizza! disse o maestro. Pagou e correu para colocar a pizza na mesa e começar a comer, porque sua fome era muito grande. Abriu a embalagem e o cheirinho da pizza estava muito bom. Porém, quando ia começar a cortar a pizza, toca novamente a campainha: – primmmm! – Quem será agora? pergunta o maestro já sem muita paciência. Levanta-se e vai abrir a porta. Que surpresa! Era um violinista da orquestra que tinha vindo entregar a sua batuta que ele havia esquecido no teatro. 88 – Muito gentil, o maestro agradeceu e convidou-o a entrar e comer junto com ele a pizza que tinha pedido e que já estava esfriando. O violinista, que também estava com fome, aceitou o convite e entrou. A pizza de semibreve, que era grande e só para o maestro, precisou ser dividida em duas partes. Na cidade da Música cada parte da pizza da semibreve recebia o nome de mínima porque era a metade da pizza inteira de semibreve. A mínima era sempre pedida quando os moradores dessa cidade já sabiam que duas pessoas iam comer e que a semibreve seria dividida em duas partes. Quando o maestro ia começar a cortar as duas partes, toca novamente a campainha: – trimmm! O maestro, já meio nervoso, levanta-se e vai ver quem é. Eram duas camareiras do teatro trazendo a casaca e a pasta do maestro, que ele havia esquecido no teatro. Como elas iam mesmo passar perto da casa do maestro resolveram entregar naquela noite mesmo. O maestro agradeceu a gentileza e educadamente convidou-as para entrar e comer com eles um pedaço de pizza. Elas, que também estavam com fome, pois ainda não tinham jantado, aceitaram o convite e entraram para comer a pizza. E aí o que foi que aconteceu? Uma pizza inteira de semibreve precisou ser repartida entre quatro pessoas, e sabem o nome que cada uma delas tem na cidade da Música? É semínima. Ela recebe esse nome porque é a metade da mínima. Então toda vez que uma pessoa moradora da cidade da Música queria dividir uma pizza de semibreve em quatro, ela já sabia que cada pedaço seria uma semínima. Assim uma pizza de semibreve que seria comida apenas pelo maestro teve que ser dividida em quatro pedaços ou quatro semínimas. Será que o maestro conseguiu matar a sua fome só com um pedaço de pizza? O que vocês acham? Será que ele precisou pedir outra pizza? Será que os outros também ficaram com fome por terem comido apenas um pedaço da pizza? No final da história, cada um de vocês poderá imaginar o que aconteceu. História criada por Elisabeth F. N. Sennes Assim, ficamos sabendo que na cidade da Música, uma semibreve equivale a uma pizza inteira, uma mínima será a metade da semibreve e uma semínima, a metade da mínima. C1_4A_Some_Musica_Keli 31/10/13 09:36 Página 41 Capítulo 55 – VAMOS CANTAR CAPÍTULO C1_4A_Some_Musica_Keli 09/01/13 08:22 Página 39 Agora é com você Vamos Cantar! Agora, é com Você ! Vamos solfejar os lembrando que: RITMOS para a semibreve, substituímos para a mínima, substituímos h e VA L O R E S w dos exercícios ATRÁS DO TRIO ELÉTRICO por ta-a-a-a Atrás do trio elétrico Só não vai quem já morreu. Quem já botou pra rachar Aprendeu, que é do outro lado, Do lado de lá do lado Que é lá do lado de lá. por ta-a para a semimínima, substituímos q para as duas colcheias, substituímos por ta ee DATA: ____/____/____ por ta-ti. O sol é seu, o som é meu Quero morrer, quero morrer já. O som é seu, o sol é meu Quero viver, quero viver lá. h qq [eeeeqq [qqgg[eeq h [h h [ Nem quero saber se o diabo Nasceu foi na Bahi... Foi na Bahi-a. O trio elétrico O sol rompeu No meio-di No meio-di-a. h [ q q [eeq [eeq [ h [q g [ eeq [ h [ C1_4A_Some_Musica_Keli 02/01/13 08:38 Página 40 Caetano Veloso 41 39 Atrás do trio elétrico Composição – Caetano Veloso hq [hee[ eeq q [q q q [ gq g [eeq q [q h[ h q q [ e eee eeq [ w [ q g g e e [ q q h h [ q q [ e e e e [ e e q [ h [ q g [ g ee [ q q [ h 40 Tom: F F Bb Atrás do trio elétrico C7 F Só não vai quem já morreu F Bb Quem já botou pra rachar C7 Bb aprendeu, que é do outro lado, C7 Bb Do lado de lá, do lado C7 F Que é lado, lado, de lá. F O Sol é seu, O som é meu Quero morrer, Quero morrer já. C7 O som é seu, O som é meu, Quero viver, Quero viver lá. – 89 C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:35 Página 44 F F7 Nem quero saber se o diabo Nasceu, foi na Bahi - foi na Bahi-a o Bb Bb O trio elétrico F O sol rompeu C7 F No meio di - no meio di-a Quero saber por quê Quero saber por quê Tem grito de Tarzan Tem grito de karatê tem grito de mãe E grito de bebê Tem grito de Dom Pedro no Ipiranga E tem o grito de assustar C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:35 Página 42 Quero saber por quê Quero saber por quê Quero saber VASSOURINHA ELÉTRICA Por que, por que, por que, por que, por que, por que, por que, por que, por que, por que, por que ? Moraes Moreira Varre, varre, varre vassourinha Varreu um dia as ruas da Bahia Frevo, chuva de frevo e sombrinhas Metais em brasa, brasa, brasa que ardia por que, por que, por que, por que, por que, por que, A gente grita porque tem coisas que só o grito consegue dizer. Entenderam o porquê? Varre, varre, varre vassourinha Varreu um dia as ruas da Bahia Abriu alas e caminhos pra depois passar O trio de Armandinho, Dodô e Osmar (bis) E o frevo que é pernambucano, ui, ui, ui, ui Sofreu ao chegar na Bahia, ai, ai, ai, ai Um toque, um sotaque baiano, ui, ui, ui, ui Pintou uma nova energia, ai, ai, ai, ai Desde o tempo da velha fubica, hahahahaha... Parado é que ninguém mais fica. 44 C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:35 Página 45 É o frevo, é o trio, é o povo É o povo, é o frevo, é o trio Sempre junto fazendo o mais novo (bis) Carnaval do Brasil! COMO UMA ONDA Lulu Santos /Nelson Motta 42 C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:35 Página 43 Nada do que foi será De novo do jeito que já foi um dia Tudo passa, tudo sempre passará. PORQUE SIM NÃO É RESPOSTA Dentro da lâmpada tinha um gênio Quem achou foi Aladim, Aladim, Aladim. Dentro do computador tem o Telekid Quem quiser achar, tem que dizer Porque sim... A vida vem em ondas, como um mar, Num indo e vindo infinito. Hélio Ziskind Tudo que se vê não é Igual ao que a gente viu Há um segundo. Tudo muda o tempo todo No mundo. Porque sim não é resposta... O que você quer saber? Eu quero saber por quê que a gente grita Eu quero saber por quê Tem grito de chamar Tem grito de avisar Tem grito de bravo E grito de contente. Não adianta fugir Nem mentir pra si mesmo, agora. Há tanta vida lá fora Aqui dentro, sempre Como uma onda no mar Tem grito de rock Tem grito de ópera Tem grito de guerra Grito de gol Tem grito de menina quando vê barata (uohhh!!!) Grito de horror Quero saber por quê Quero saber por quê Por que que o galo grita A araponga também grita Ganso, elefante, macaco, baleia Todo mundo grita Desde a idade da pedra com os dinossauros (uohhh!!!) 90 – Como uma onda no mar Como uma onda no mar Como uma onda no mar Como uma onda no mar... 43 45 C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:35 Página 46 Como uma onda SANSA KROMA Lulu Santos / Nelson Mota (tradicional da África do Sul) G Nada do que foi será Sansa Kroma Nena yo Keke kokomba Sansa Kroma Nena yo Keke kokomba Bm7 De novo do jeito que já foi G um dia Sansa Kroma Nena yo Keke kokomba Sansa Kroma Nena yo Keke kokomba G/B Bbdim Tudo passa, tudo sempre Am E7 Sansa Kroma Nena yo kokomba Sansa Kroma Nena yo Keke kokomba passará Am E7 Am A vida vem em ondas, G#dim como um mar Sansa Kroma Nena yo kokomba Sansa Kroma Nena yo Keke kokomba A7/13 A7(#5) Num indo e vindo * Sansa Kroma é o pássaro que protege as crianças na África C/D C#/D# C/D infinito 46 C1_4A_Some_Musica_Keli 31/10/13 09:36 Página 47 G Tudo que se vê não é Bm7 Igual ao que a gente viu há G um segundo G/B Bbdim Tudo muda o tempo todo no Am7 E7 mundo Eb Não adianta fugir G F7 E7 Nem mentir pra si mes...mo Am Bm Cm agora Bm Há tanta vida lá fora F7 E7 Am Aqui den...tro sempre Como uma onda no mar (5x) CAMINHO DAS ÁGUAS Rodrigo Maranhão Me leva no teu bumbar, me leva, Me leva que eu quero ver meu pai, Caminho bordado a fé, Caminho das águas, Me leva que eu quero ver meu pai... A barca segue seu rumo, lenta, Como quem já não quer mais chegar, Como quem se acostumou No canto das águas, Como quem já não quer mais voltar... Os olhos da morena bonita, Muié aguenta, que eu tô chegando já Na roda encontrar você, Ouvir a zabumba, Me leva que eu quero ver meu pai... 47 – 91 Caminho das águas Maria Rita Tom: G Introdução: G Gadd9 G G Leva no teu bumbá, me leva C7+ Bm7 Leva que quero ver meu pai C7+ Bm7 Em7/9 Caminho bordado a fé, caminho das águas Am7 D7/9 G Me leva que quero ver meu pai. G A barca segue seu rumo lenta, C7+ Bm7 Como quem já não quer mais chegar C7+ Bm7 Em7/9 Como quem se acostumou no canto das águas Am7 D7/9 G Como quem já não quer mais voltar. C7+ Na roda conta com seu, Bm7 Em7/9 Ouvira a zabumba Am7 D7/9 G Me leva que quero ver meu pai. G Leva no teu bumbá, me leva C7+ Bm7 Leva que quero ver meu pai C7+ Bm7 Em7/9 Caminho bordado a fé, caminho das águas Am7 D7/9 G Me leva que quero ver meu pai. C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:36 Página 48 VILAREJO Pra acalmar o coração Lá o mundo tem razão Terra de heróis, lares de mãe Paraíso se mudou para lá G A/G G Os olhos da morena bonita, C7+ Bm7 Aguenta que eu tô chegando já C7+ Na roda conta com seu, Bm7 Em7/9 Ouvira a zabumba Am7 D7/9 G Me leva que quero ver meu pai. Por cima das casas, cal Frutas em qualquer quintal Peitos fartos, filhos fortes Sonho semeando o mundo real Toda gente cabe lá Palestina, Shangri-lá Vem andar e voa Vem andar e voa Vem andar e voa Lá o tempo espera Lá é primavera Portas e janelas ficam sempre abertas Pra sorte entrar Em todas as mesas, pão Flores enfeitando Os caminhos, os vestidos, os destinos E essa canção Improviso (escala de baião): G G Leva no teu bumbá, me leva C7+ Bm7 Leva que quero ver meu pai C7+ Bm7 Em7/9 Caminho bordado a fé, caminho das águas Am7 D7/9 G Me leva que quero ver meu pai. G A/G G A barca segue seu rumo lenta, C7+ Bm7 Como quem já não quer mais chegar C7+ Bm7 Em7/9 Como quem se acostumou no canto das águas Am7 D7/9 G Como quem já não quer mais voltar. G A/G G Os olhos da morena bonita, C7+ Bm7 Aguenta que tô chegando já 92 – Marisa Monte Há um vilarejo ali Onde areja um vento bom Na varanda, quem descansa Vê o horizonte deitar no chão Tem um verdadeiro amor Para quando você for. 48 Vilarejo Composição – Marisa Monte Tom: D Em7 A7 Há um vilarejo ali Onde areja um vento bom D Na varanda, quem descansa Em7 Vê o horizonte deitar no chão A7 Pra acalmar o coração Lá o mundo tem razão C1_4A_Some_Musica_Keli 27/12/12 10:36 Página 49 D Terra de heróis, lares de mãe Em7 Paraíso se mudou para lá O CADERNO Toquinho A7 Por cima das casas, cal Sou eu que vou seguir você Do primeiro rabisco até o bê-a-bá Em todos os desenhos coloridos vou estar A casa, a montanha, duas nuvens no céu E um Sol a sorrir no papel. Frutas em qualquer quintal D Peitos fartos, filhos fortes Em7 Sonho semeando o mundo real Sou eu que vou ser seu colega Seus problemas ajudar a resolver Te acompanhar nas provas bimestrais Você vai ver. Serei de você confidente fiel Se seu pranto molhar meu papel. A7 Toda gente cabe lá D Palestina, Shangri-lá Sou eu que vou ser seu amigo Vou lhe dar abrigo se você quiser Quando surgirem seus primeiros raios de mulher A vida se abrirá num feroz carrossel E você vai rasgar meu papel. Vem andar e voa Vem andar e voa Vem andar e voa O que está escrito em mim Comigo ficará guardado se lhe dá prazer A vida segue sempre em frente O que se há de fazer. Só peço a você um favor, se puder: Não me esqueça num canto qualquer. F#m7(9) Lá o tempo espera B6 Lá é primavera E7M E6 E7M Portas e janelas ficam sempre abertas Agora todos vão cantar a música seguindo a dinâmica do seu professor. 49 E6 F#m7(9) Pra sorte entrar SUGESTÕES DE LIVROS PARA A BIBLIOTECA • Música na escola, Hans Günther Bastian, Editora Paulinas • Arte é... música, Núria Rosa e Rosa M. Curto, Editora Educacional • Amigos do peito, Cláudio Thebas, Editora Formato • Música – pare para ouvir, João Maurício Galindo, Editora Melhoramentos • Música africana na sala de aula – cantando, tocando e dançando nossas raízes negras, Lilian Abreu Sodré, Editora Duna Dueto • Bm7 Vem andar e voa Juca Brasileiro e o Hino Nacional, Patrícia Engel Secco, Editora Melhoramentos • Eo Vem andar e voa Jogando com os sons e brincando com a música, Vânia Ranucci Annunziato, Editoras Paulinas • Música, Raquel Coelho, Coleção No caminho das artes, Editora Formato • Som – Experiências divertidas, Bonita Searle-Barnes, Editora Paulinas B6 Em todas as mesas, pão Flores enfeitando E7M E6 E7M Os caminhos, os vestidos, os destinos E6 F#m7(9) E essa canção B6 Tem um verdadeiro amor Bm7 E Bm7 E Bm7 E Bm7 E Para quando você for Vem andar e voa Bm7 Vem andar e voa – 93 Contatos das editoras dos livros indicados Formato – Saraiva S.A. Livreiros Editores Av. Marquês de São Vicente, 1697 – Barra Funda CEP 01139-904 – São Paulo – SP Televendas: (11) 3613-3344 www.editorasaraiva.com.br Edições Escala Educacional Av. Prof.a Ida Koib, 551 – 3.º andar – Casa Verde CEP 02518-000 – São Paulo – SP Tel.: (11) 3855-2178 www.escalaeducacional.com.br Duna Dueto Editora Ltda. Rua Pascal, 1532 CEP 04616-004 – São Paulo – SP Tel.: (11) 3045-9894 [email protected] www.dunadueto.com.br Editora Paulinas Rua Dona Uchoa, 62 CEP 04110-020 – São Paulo – SP Tel.: (11) 2125-3500 e 0800 7010081 [email protected] www.paulinas.org.br ANOTAÇÕES DO PROFESSOR 94 – INTRODUÇÃO Dando sequência aos cadernos de Música, chegamos ao quinto ano. A música é um dos elementos mais importantes para o desenvolvimento integral do indivíduo. A educação musical bem orientada exige a atividade total do indivíduo: a coordenação motora, o desenvolvimento do sentido rítmico do ouvido (nos seus diversos aspectos), da atenção e da memória (auditiva e visual). Visa a educação estética, a formação da personalidade. Todas estas atividades devem estar contempladas no trabalho do professor visando uma formação integral do indivíduo. O ensino da música é muito importante na vida da criança porque estimula a criatividade, a imaginação e exercita inúmeras faculdades necessárias à aprendizagem de outras matérias. É uma forma de expressão que preenche a relação entre as pessoas facilitando o encontro do ser humano consigo próprio e com o outro. A música é uma forma de linguagem que ultrapassa a palavra; daí considerar-se um vetor de mensagens que as palavras nem sempre conseguem traduzir. Ao contrário do que se pensa, a música está ao alcance de todos. O conhecimento técnico musical não é condição essencial para que o indivíduo conheça, aprecie, critique e usufrua dos benefícios que a música proporciona. Através do estudo e exploração das propriedades dos diversos elementos da música – timbre, ritmo, melodia e harmonia – pode-se estimular aspectos fundamentais no desenvolvimento global da criança, tais como: motricidade, lateralidade, linguagem, expressão, memória, audição, atenção, integração, socialização e comunicação. No aspecto específico musical destacamos, ainda, o canto, a dança e a expressão corporal como habilidades a serem desenvolvidas durante as aulas de música. A inteligência sonora ou musical na sala de aula Quando se pergunta a um professor de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, Educação Física ou, ainda, de outra disciplina curricular de que maneira ele explora em sala de aula a inteligência sonora ou musical de seus alunos, quase sempre não se recebe uma resposta, mas, sim, um certo ar de espanto ou perplexidade. Alguns buscam reflexões evasivas, a maior parte desconversa e outros devolvem a pergunta dizendo que a inteligência musical pode, quando muito, ser estimulada em conservatórios ou, quem sabe, em aulas de Artes, mas, de forma alguma, em outras disciplinas curriculares. Ledo engano. Em qualquer disciplina, em todas as aulas, das séries iniciais até o ensino superior, é importante que se explore sempre todas as inteligências de todos os alunos e, se isso é necessário, percebe-se que a perplexidade que a questão desperta justifica-se bem mais por não se saber o “como” do que por se duvidar do “por que”. Toda pessoa humana, em escala diferenciada, mostra-se sensível ao som e à melodia, apresenta-se fortemente motivada para se encantar com uma orquestra, demonstra interesse em colecionar referências musicais, e não poucos compreendem a admirável diferença entre “ouvir” e “escutar”, sabendo que ouvir é apenas um detalhe biológico, circunstância anatômica inerente aos animais, mas “escutar” envolve atenção e concentração e, se ouvimos mesmo sem querer, jamais escutaremos se não nos empenharmos em fazê-lo. A inteligência sonora ou musical é tão rica quanto a linguagem verbal e, se extremamente expressiva em alguns poucos – como grandes músicos ou compositores –, em um sentido mais amplo, pode ser marcante para qualquer aluno que estude a língua portuguesa, para qualquer estudante que queira aprender com mais facilidade arte, matemática, ciências ou educação física. Um aluno pode não saber dedilhar um violão ou pode acreditar que não conseguirá jamais compor, mas é verdadeiramente possível que não sinta aflorar suas emoções ou despertar saudades diante do ritmo de uma música, da evocação do canto de um pássaro ou das lembranças dos ruidosos turbilhões de ondas que, em uma manhã de férias, quebram-se nas praias. Colocadas essas questões, chega-se à essência do tema: como trabalhar a inteligência sonora ou musical em sala de aula? Esse tema, em uma análise mais ampla, necessitaria que se indagasse, antes da proposta, qual a faixa etária dos alunos que se ensina, qual conteúdo específico se ministra, que momentos se apresentam disponíveis para essas experiências, mas, mesmo que, em um texto generalista, detalhes cruciais sejam omitidos, ainda assim cabe sugerir alguns procedimentos. Seria o caso de indagar se a conclusão de uma pesquisa, a análise de um texto ou a concepção de um conteúdo não poderiam ser apresentadas através de um coral, em que vozes diferentes buscariam acentuar as conclusões sobre o que se pesquisou. Não se trata da alternativa do coral apenas como uma novidade, mas da busca de uma contextualização entre momentos do texto e expressão de vozes e uma original forma de aprender um tema, buscando uma linguagem diferente. Mas essa possibilidade não se restringe apenas a um coral. Outra perspectiva sugere, por exemplo, a estratégia da paródia, isto é, a apresentação burlesca de um tema escolar em forma de “letra” de uma música conhecida. Não poucos professores criativos foram, muitas vezes, buscar “nesta rua, nesta rua, mora um anjo…” para substituir as palavras por outras, que induziam a uma fixação. A paródia, quando bem utilizada, vai muito além de um exercício mnemô– 95 nico, pois leva os alunos a ingressarem plenamente na compreensão de ideias textuais para delas fazer letra de uma ou muitas músicas. Além dessas ideias, por que não fazer resgate de trechos sonoros de músicas clássicas e usá-los como “fundo musical” de um tema que se trabalha? Pode, por acaso, o cinema sobreviver sem trilha sonora? É claro que, se a novela ou o filme não se carrega de emoção sem música, a apresentação de conteúdos escolares também pode se valer dessa estratégia. Ao lado disso, por que não se atrever criativamente a organizar na sala de aula um “concurso de trovas”, que pode possuir veia literária, mas também se cercar de um tema geográfico, histórico ou matemático. Existe profunda analogia entre a linguagem humana e a linguagem dos instrumentos e, quando o professor ajuda o aluno a construir algumas associações como essas, está ajudando-o a compor a contextualização entre sua memória verbal e sua emoção musical. É natural que outras propostas a essas se somem e, sinceramente, acreditamos que um professor criativo não encontrará dificuldade para desenvolvê-las. Reitera-se, porém, que o importante na exploração da inteligência sonora em sala de aula não é apenas buscar novidades, inventar modas. Bem mais que isso é perceber que todo aluno possui uma inesgotável riqueza de linguagens e, quando animado a descobri-las, surpreende-nos com a profundidade e a diversidade dessa conquista. Baseado no texto de Celso Antunes do em sala de aula escolar, contribuindo para que haja um afastamento entre a música trabalhada na escola e a música ouvida, tocada, composta, gravada e disponibilizada fora dela. Entretanto, é função da escola mostrar aos alunos a boa música que nem sempre é a ouvida no seu cotidiano. Assim, nos cadernos de música procuramos intercalar música popular, erudita e folclórica para que, dessa forma, o repertório do aluno possa ser ampliado. A proposta desta apostila é estimular experimentações, envolvendo a criação individual e coletiva, a apreciação de obras diversas, o canto e a performance corporal e ou instrumental, assim como a construção de instrumentos alternativos. O professor deverá esgotar as possibilidades musicais de cada atividade proposta, percorrendo o maior território musical possível. Dessa forma, deverá explorar as atividades sugeridas introduzindo jogos e outras atividades que achar necessário de acordo com as necessidades de sua turma. Explorar o máximo possível os parâmetros sonoros do som, utilizando materiais sonoros como matéria-prima para o seu trabalho. Como já dissemos no manual dos anos anteriores o professor que tiver condições poderá introduzir a flauta doce como mais um recurso para o aprendizado musical. MÚS 5A 1B 2013- 12_11_2012 BETH_Caderno Música - 5 Ano 1 Semestre - 31 de Adosto - Stefano 11/13/12 3:05 PM Page 4 CAPÍTULO 1 – A MÚSICA COMO EXPRESSÃO SOCIAL Músicas que os alunos ouvem fora da escola Escolha duas ou três das cenas abaixo, que tenham elementos sugerindo onde você passou as suas férias. Este texto tem como objetivo discutir e oferecer reflexões sobre o ensino de música nas escolas de ensino fundamental e suas implicações na formação dos professores de música. Os argumentos aqui apresentados giram em torno da premissa de que a música ensinada nas escolas poderia ter como base as músicas que os alunos vivenciam em seu dia a dia. São identificadas duas características na música que os alunos vivenciam fora da escola que fazem com que os professores não as levem em consideração: o fato de pertencerem, em sua maioria, à indústria cultural e às tecnologias de massa e, portanto, de não terem valor artístico para os professores, bem como serem produzidas e distribuídas digitalmente, o que exigiria conhecimentos sobre novas tecnologias por parte dos professores. Por fim, é importante ressaltar que essas reflexões não têm a intenção de oferecer uma metodologia de ensino de música definitiva ou única para todas as escolas do Brasil devido à vasta diversidade cultural e musical que o país possui. Que sons você ouviu durante as férias? Indústria cultural e cultura de massa: implicações na educação musical Alguns autores já apontaram que as músicas que os jovens vivenciam hoje não são objeto de reflexão e estu96 – 4 Quando mudamos de ambiente, o panorama sonoro também muda, não é mesmo? Você também ouviu músicas? Quais? Que músicas você escolhe para escutar quando pode? MÚS 5A 1B 2013- 12_11_2012 BETH_Caderno Música - 5 Ano 1 Semestre - 31 de Adosto - Stefano 11/13/12 3:05 PM Page 6 Objetivos: • Entender que a música é uma linguagem; • Perceber que ela desencadeia emoções; • Compreender que nem todos gostam da mesma música. Podemos usar certas músicas como maneira de acalmar os bebês. Mas essa não é a única função da música. Ela pode ter diferentes intenções. Procedimento: Iniciar a aula conversando com os alunos sobre as férias. Pedir que eles observem as imagens do caderno e, em seguida, escolham as que possam sugerir onde eles passaram as férias. Evidencie com eles os diferentes panoramas sonoros, pois em cada ambiente ouvimos diferentes sons. Nem toda música é feita para entreter ou agradar a quem a ouve. Aliás, o que agrada a uma pessoa pode desagradar a outra. Ao criar uma música, um compositor pode ter várias intenções: Trocando ideias: ESTÍMULO E N T R E T E N I M E N TO 6 MÚSICA É COMUNICAÇÃO Perguntas para serem feitas aos alunos: Você ouve músicas escolhidas por você? Quando? Quando você está com seus pais, que tipo de música você ouve? • Você gosta das mesmas músicas de seus pais? Por quê? Refletir com os alunos sobre a influência que os diferentes estilos musicais desencadeiam. Comentar sobre os diferentes estilos de música: para dormir, dançar e assim por diante. • • – 97 C1_5o_Ano_Musica_SOME_2013_Tony 10/01/13 11:48 Página 9 Objetivo: Fazer com que o aluno reflita sobre as diversas maneiras de se comunicar. Os cinco tipos de expressão: OS CINCO TIPOS DE EXPRESSÃO Procedimento: Dar exemplos de alguns tipos de comunicação. Se achar interessante o professor poderá organizar um trabalho sobre as diferentes maneiras de comunicação. Poderá conversar com o professor de Português e de Artes Visuais para trabalharem juntos. Ressaltar com os alunos que numa comunicação sempre existe o emissor, que é o que manda a mensagem, e o receptor, quem recebe a mensagem. Agora é com você Expressão Corporal Expressão Musical Expressão Oral Expressão Plástica Expressão Escrita Quando você fala, escreve, desenha, canta ou dança, você está se expressando e enviando mensagens. Está, portanto, se comunicando. Quando você ouve rádio, lê um livro, observa um desenho, ouve uma música ou vê alguém dançar, você está recebendo mensagens. Ou seja, alguém está se comunicando com você. As comunicações são necessárias para conviver em família, na escola, no trabalho etc. As aves, os golfinhos, as baleias e os morcegos também se comunicam através de música. Eles cantam. A música é a capacidade A música é de produzir emoções e parte da natureza sensações, usando ritmos, humana! melodias e harmonias. O cérebro humano nasce capaz de reconhecer, produzir e aprender música. A música sempre esteve presente na vida do Homem. É muito difícil imaginar a humanidade e a civilização sem a música. C1_5o_Ano_Musica_SOME_2014_Tony 07/11/13 16:03 Page 10 9 Das aldeias indígenas às metrópoles de hoje, do passado longínquo à internet, a música sempre esteve presente em nossas vidas. Ela é parte da natureza humana. Os antepassados dos homens atuais já faziam flautas com ossos de animais. Com certeza, eles também cantavam. E, para manter o ritmo, deviam bater palmas, pedras e paus. Assim, foi surgindo um padrão sonoro. A música lhes servia para despertar emoções, riso, entusiasmo, solidariedade, ternura. E devia estar presente nos seus rituais mágicos. Em sua fala e em seu canto, os homens primitivos provavelmente imitavam os sons da natureza: o trovão, a chuva, as ondas do mar, o rugido dos animais. Procure imitar os sons que as imagens abaixo sugerem. Em seguida, represente graficamente esses sons. Mas o que será que apareceu primeiro: a linguagem ou a música? O aluno irá preencher os diálogos que estão em branco de cada quadrinho. Existem cinco tipos de comunicação: Expressão Musical, Expressão Corporal, Expressão Plástica, Expressão Oral e Expressão Escrita. 98 – Há quem diga que os primeiros humanos já se comunicavam pela música antes mesmo de desenvolver a linguagem. Afinal, as baleias não falam mas cantam para se comunicar... 10 Ainda hoje, algumas músicas são cantos sem palavras e fazemos músicas com instrumentos que imitam os sons da natureza. Biografia de Charles Chaplin Comentar sobre as formas de comunicação verbal e não verbal. AGORA É COM VOCÊ Vamos brincar de cinema mudo? Objetivo: Ressaltar a importância da música e do som para o cinema. Procedimento: Conversar com os alunos sobre o cinema. Questionar se costumam ir ao cinema, que tipo de filme gostam de assistir, bem como se já perceberam a importância da música ou mesmo do som para o cinema. Mas será que sempre foi assim? O professor deverá abordar um pouco sobre o cinema mudo, se conhecem ou já ouviram falar de Charles Chaplin. Charles Chaplin (1889-1970), também conhecido por “Carlitos”, foi ator, cineasta, dançarino, diretor e produtor inglês. Foi o mais famoso artista cinematográfico da era do cinema mudo. Ficou notabilizado por suas mímicas e comédias do gênero pastelão. O personagem que mais marcou sua carreira foi “O Vagabundo” (The Tramp), um andarilho pobretão com as maneiras refinadas e a dignidade de um cavalheiro vestido com um casaco esgarçado, calças e sapatos desgastados e mais largos que o seu número, um chapéu coco, uma bengala e seu marcante bigode. Charles Chaplin (1889-1977) nasceu em Londres, Inglaterra, no dia 6 de abril de 1889. Seu pai, Charles Spencer Chaplin, era vocalista e ator, e sua mãe, Hannah Chaplin, cantora e atriz. Charles Chaplin dirigiu, editou e produziu vários curta e longa metragens. O cinema mudo era entendido por todos. Produziu vários filmes que se tornaram clássicos do cinema mudo, entre eles “O Garoto”, em 1921, que conta a história de um bebê que acaba ficando aos cuidados de um vagabundo; “Em Busca do Ouro”, em 1925, que se passa no Alasca em plena corrida do ouro; “Luzes da Cidade”, em 1931, que conta a história do vagabundo que se finge de milionário para impressionar uma florista muda, por qual se apaixonou, sendo esse o primeiro filme produzido na época do cinema falado; “Tempos Modernos”, em 1936, que satiriza a mecanização da modernidade e “O Grande Ditador”, em 1940, em que toma partido contra as perseguições raciais na Europa. Charles Chaplin tem uma vida sentimental intensa; casa-se quatro vezes: as três primeiras com estrelas do cinema e aos 54 anos conhece a filha do teatrólogo irlandês Eugene O’Neill, Oona, de 18 anos, que se torna sua quarta mulher e com quem vive até o fim da vida, tendo seis filhos. Morre em Vevey, na Suíça, no dia 25 de dezembro de 1977. Sugestão: antes de propor a atividade, assistir com a classe alguns trechos de filme do cinema mudo. Sugerimos alguns trechos do filme “Vagabundo” ou “Tempos Modernos”. Comentar com os alunos o que acharam do filme e, em seguida, propor a atividade. A classe deverá ser dividida em grupos para brincarem de cinema mudo. Cada grupo irá criar uma história usando mímica e sonoplastia que, depois de ensaiada, deve ser apresentada para a sala. O grupo poderá utilizar variados objetos para compor a sonoplastia, inclusive a música. – 99 MÚS 5A 1B 2013- 12_11_2012 BETH_Caderno Música - 5 Ano 1 Semestre - 31 de Adosto - Stefano 11/13/12 3:05 PM Page 14 COM A MÃO NA MASSA C1_5o_Ano_Musica_SOME_2014_Tony 07/11/13 16:03 Page 12 Super-Dicas Com a Mão na Massa Quanto mais longo o pau de chuva, mais interessante sua sonoridade. Portanto, emende vários rolos para o som ficar bem legal. Você também pode criar instrumentos que produzam sons da natureza. Vamos tentar? A quantidade de arroz também interfere muito no som produzido. Então, antes de fechar o 2o. lado com a fita crepe, teste a sonoridade do instrumento. Vamos confeccionar um PAU DE CHUVA. As tirinhas de jornal com a mistura de água e cola são importantes, pois deixam o instrumento mais resistente. Reforça, principalmente, as junções dos tubos com a fita crepe. Além disso, torna o instrumento mais fácil de pintar. O pau de chuva é um instrumento musical indígena, que produz um som gostoso e relaxante. Dá para improvisar um pau de chuva com materiais reciclados e de forma bem simples. Para Saber Mais Em muitos grupos indígenas, o PAU DE CHUVA era usado sobretudo pelas mulheres para marcar o ritmo de músicas tradicionais. No passado, alguns povos consideravam esses instrumentos como peças sagradas. Para fazer o pau de chuva, você vai precisar de: MATERIAIS: Mas havia outros instrumentos criados pelo homem pré-colombiano. Um deles é a OCARINA (aqui ao lado). Feita de barro pelas tribos sulamericanas, era usada para emitir sinais durante as caçadas. 3 tubos de papel toalha Arame fino ou espiral largo de caderno ou ainda pregos menores que o diâmetro do tubo Papel cartão Você Sabia? Tiras de Jornal Cola Branca Quando uma flecha é disparada do arco, durante uma caçada, ela produz uma nota musical. Talvez isso tenha inspirado os primeiros instrumentos de corda. Harpas e liras já eram tocadas há mais de 4.000 anos na Suméria e no antigo Egito. MÚS 5A 1B 2013- 12_11_2012 BETH_Caderno Música - 5 Ano 1 Semestre - 31 de Adosto - Stefano 11/13/12 3:05 PM Page 15 Fita Crepe Um punhado de grãos de arroz cru Papel cartão 14 Tinta colorida (guache, aquarela ou similar). C1_5o_Ano_Musica_SOME_2014_Tony 07/11/13 16:03 Page 13 12 Existem instrumentos que emitem sons sem que toquemos neles. Você já ouviu falar deles ou conhece algum? 1.° PASSO : ligue os rolos com fita crepe. Eles precisam ter o mesmo diâmetro. Tampe um dos lados com fita crepe. 2.° PASSO : corte várias tirinhas de jornal. Faça uma mistura de água e cola (1/2 a 1/2). Com essa mistura e a ajuda de um pincel, vá grudando as tirinhas de jornal ao longo do tubo. Espalhe a cola tanto por cima quanto por baixo delas. Deixe secar. Esses instrumentos produzem sons com o vento. Dois tipos são os mais conhecidos: a harpa eólica e os sinos de vento. 3.° PASSO : torça o arame com a ajuda de um alicate para formar círculos. Introduza os círculos de arame no tubo. Você pode substituir os círculos de arame por espiral largo de caderno ou por pregos. Nesse caso, perfure o tubo de papelão com os pregos, sem trespassar o outro lado do papelão. Veja a foto abaixo. HARPA EÓLICA Orifícios acústicos Cordas de nylon ou metal, de diferentes diâmetros 4.° PASSO : jogue o punhado de arroz dentro do tubo e tampe o lado que está aberto com fita crepe. 5.° PASSO : pincele o tubo de branco, faça desenhos inspirados nos padrões indígenas e pinte-os com cores bem vivas. 6.° PASSO : Levante e abaixe o tubo devagar, girando-o para fazer o som de chuva. Está pronto o seu PAU DE CHUVA. 100 – 13 SINO DE VENTO Harpa Eólica – originou-se na Grécia Antiga e foi usada durante todo o Renascimento. Harpas eólicas são raros e belos instrumentos, concebidos para funcionar sem o toque das mãos humanas. Elas são tocadas pelo vento. Transmitem o espírito da música espontânea e dos ritmos da natureza. Você também pode construir Sinos de Vento. Esses sinos são muito usados na China e no Japão. Quando tocados pela brisa, produzem um som relaxante. 15 C1_5o_Ano_Musica_SOME_2013_Tony 10/01/13 11:49 Página 17 Veja a seguir os quadros de alguns pintores e procure produzir os sons que essas imagens sugerem. Thaís Ibanez - O Festejo Objetivo: Construir um instrumento musical e descobrir os sons que ele pode produzir. Sugerimos o pau de chuva e o sino do vento. João Cândido da Silva - O Ensaio Adelio Sarro Procedimento: Pedir aos alunos o material necessário com uma semana de antecedência. Conversar com o professor de Artes para que ele possa auxiliá-lo, se necessário. Se puder usar a sala de artes para dar essas aulas será interessante. O professor deve pensar na possibilidade de não ter esse material na escola. Nesse caso, deverá providenciar de outra maneira para que pelo menos um instrumento seja confeccionado pela sala. Esses instrumentos poderão ser usados em diferentes ocasiões pelo professor, seja acompanhando uma melodia ou mesmo explorando timbres diferentes com o instrumento. Clóvis Júnior - Pintura Naïve MÚS 5A 1B 2013- 12_11_2012 BETH_Caderno Música - 5 Ano 1 Semestre - 31 de Adosto - Stefano 11/13/12 3:05 PM Page 18 17 Heitor dos Prazeres CAPÍTULO 2 – IMAGENS QUE SUGEREM SONS Heitor dos Prazeres Ângela Oskar - Saudosa Maloca Agora, escolha uma dessas imagens e procure uma música que a represente. Escreva nas linhas abaixo o nome dessa música e depois cante-a para a classe. ________________________________________________________ 18 ________________________________________________________ – 101 Para saber mais (apenas para o professor): Conhecendo os artistas autores das imagens do caderno do aluno. Objetivos: • Representar os sons com palavras; • Conhecer o que é onomatopeia. Onomatopeia Significa imitar um som com um fonema ou palavra. Ruídos, gritos, canto de animais, sons da natureza, barulho de máquinas e o timbre da voz humana fazem parte do universo das onomatopeias. Por exemplo, para os índios tupis, tak e tatak significam dar estalo ou bater e tek é o som de algo quebrando. As onomatopeias, em geral, são de entendimento universal. Ao dizermos que um grilo faz “cri cri” ou que batemos à porta e fazemos “toc toc”, estamos utilizando onomatopeias. Aristófanes, na sua peça “As rãs”, faz uso de determinadas palavras que, no grego original, pretendem imitar o som desses animais; usa, portanto, uma figura retórica que é também de caráter onomatopeico. Exemplos: tilintar, grasnar, piar, cacarejar, zurrar, miar. Aaai! – grito de dor Ah! – grito de surpresa, dor, medo, pavor ou descoberta Ah! Ah! Ah! – risada ou gargalhada Bah! – desagrado Bam! – tiro de revólver Bang! – tiro Baroom! Baruuum! – trovões ou explosão de bomba atômica Baw! ou buá! – choro Bash! ou bow – queda Bbrrzz! – sintonia de rádio Brrr booom! – trovão Buow! – choro Burp! – arroto Buzzz! bzzz! – abelha voando, cochicho Chomp! nhoc! nhac! nhec! – mastigar Chop! tchap! tchape! tchope! – chapinhar, patinar, chafurdar na lama Fonte: Portal Educação Procedimento: Evidenciar com o grupo que até numa pintura conseguimos perceber o panorama sonoro retratado. O aluno deverá selecionar uma imagem e reproduzir os sons que ele percebeu nessa imagem. Em seguida, escolher uma música que a imagem possa estar sugerindo. 102 – Thaís Ibanez – 1982 – Diadema – São Paulo Iniciou sua carreira como artista plástica aos 18 anos e logo lhe surgiu o interesse em retratar as riquezas culturais do seu país. Sua inspiração vem de cerâmicas, esculturas, dança, música e outras manifestações culturais das mais diversas regiões brasileiras, tentando sempre respeitar a originalidade das criações observadas ao longo dos anos. Seu trabalho pode ser visto nos EUA, América Latina e Europa. Recentemente, duas de suas telas foram selecionadas para a 14.a Bienal de pintura artística no “Museum of Naive and Marginal Art” / Jagodina / Sérvia / EUR. A partir de 2010 sua arte sai do plano das telas para estampar roupas finas, moda praia e capas de livros de famosas editoras brasileiras, o que lhe permitiu fazer do seu nome uma marca reconhecida mundialmente pela singularidade do seu trabalho. Thaís é frequentemente convidada para realizar exposições em diversos estados brasileiros, além de ser uma artista referência no âmbito educacional, onde sua arte é fonte de estudo de professores e alunos. Adélio Sarro Sobrinho Nasceu no dia 7 de setembro de 1950 em Andradina, no interior de São Paulo. Em 1972 iniciou-se na pintura com forte influência de Cândido Portinari e a partir desta data passou a expor com grande frequência, tendo conquistado inúmeros prêmios no Brasil e no exterior. O mundo de Sarro é fascinante, colorido nas suas formas avantajadas, leve nas transparências e com contrastes que dão à sua obra um caráter estrutural. Suas cores definidas e fortes encontram-se com soberba harmonia, fazendo de suas telas verdadeiras esculturas. Seu universo expressa personagens de formas monumentais. Sua técnica consiste de um processo próprio, com uma camada de proteção a base de verniz especial. João Cândido da Silva Nasceu em Campo Belo a 11 de março de 1933. É um pintor brasileiro que retrata em suas obras cenas do folclore e cultura popular brasileira. Foi também cofundador da escola de Samba Unidos do Peruche. Nasceu numa família de 18 irmãos. Sua mãe, dona de casa, bordadeira e artista plástica, morava em Sorocaba. Diante das dificuldades e privações que atingiam a família, Maria e seus filhos decidem partir para São Paulo em busca de uma vida melhor. Ao desembarcar na Estação da Luz no início da década de 1940, as crianças tiveram que dormir numa gafieira, pois os parentes que já moravam na Cidade não apareceram para recepcionar a família. João Cândido diz que as primeiras impressões sobre São Paulo provocaram-lhe um certo temor. Até então, o jovem estava acostumado com uma paisagem rural, muito diferente dos bondes e dos edifícios enormes que compunham o cenário urbano que agora vislumbrara. Desde cedo, João demonstrava interesse pelas artes; enquanto sua mãe trabalhava em suas pinturas e esculturas, o jovem desenhava com carvão nas paredes da casa. Para impedir que Cândido continuasse com a “sujeira”, Dona Maria passou a lhe oferecer alguns materiais de pintura, como restos de tintas e pincéis velhos. A partir daí, João Cândido inicia suas primeiras experiências com as tintas óleo e acrílica, aplicando-as sobre os suportes mais variados possíveis. Os temas preferidos de João são as festas e manifestações populares, como: o boi, a capoeira, o futebol, o carnaval e a folia de reis. Embora a pintura seja sua mais recorrente forma de expressão, o artista também é escultor; trabalha com madeira, papel, arame recozido, entre outros materiais. Clóvis Dias Júnior Nasceu em Guarabira a 22 de junho de 1965; mais conhecido como Clóvis Júnior, é pintor, escultor e gravurista brasileiro. Aos 17 anos, Clóvis Júnior vai morar em João Pessoa, onde reside até hoje. Em 1985, ingressa no curso de Educação Artística pela UFPB. Em 1989, Clóvis vai morar no bairro do Bessa, na época, cheio de cajueiros que davam sombra aos bois das vacarias que pastavam a beira-mar e que serviam também como fonte de renda para moradores das proximidades, restando poucos preservados pelos moradores. No ano de 1994, a partir de uma conversa com Cassandra, sua esposa, surge a ideia de fazer um bloco carnavalesco ecológico para conscientizar os moradores sobre a crescente derrubada dos cajueiros. O bloco tem um boi com chifres de caju como símbolo. A cada ano o bloco arrasta mais foliões, completando 17 anos em 2011. Heitor dos Prazeres Nasceu no Rio de Janeiro em 1898 e faleceu na mesma cidade, em 1966. Cresceu nas cercanias da zona do Mangue e da Praça 11. Aos 7 anos de idade trabalhava na rua. Frequentou as primeiras rodas de samba na casa da Tia Ciata. Está entre os fundadores da escola de samba Mangueira e também ‘Vai Como Pode’, hoje Portela, nos anos 20. Expoente do cavaquinho, criou um método revolucionário para o instrumento. Compositor, instrumentista e letrista, em parceria com Noel Rosa compôs a música carnavalesca Pierrô Apaixonado. Notabilizou-se como compositor de música popular. Em meados dos anos 30 começou a pintar mulatas, malandros, o samba e o mundo da favela. Participou da Bienal de São Paulo em 1951. Fez diversas exposições individuais no Brasil e mostras nacionais e internacionais. Um de seus quadros foi adquirido pela rainha da Inglaterra. “A pintura e a música sempre fizeram parte de minha vida, o meu choro era acompanhado por cavaquinho e violão, meu sorriso provocado pelas cócegas dos pincéis nas palmas de minhas mãos e nas solas dos meus pés”. Heitor dos Prazeres Angela Oskar Artista plástica, bonequeira e Produtora Cultural. Vinda de uma família de artistas, desde muito cedo teve contato com as artes. Trabalhou com teatro de bonecos, atuando e confeccionando bonecos, cenário e adereços. Especializou-se na confecção de objetos decorativos e nas diversas utilizações do papel machê. Apaixonada por cultura popular, pesquisa e cria suas obras inspiradas em nossa cultura. Atua como produtora cultural e é vice-presidente do IBAC – Instituto Brasileiro Arte e Cultura. Aproveitar essa aula para falar um pouco sobre os ritmos musicais: samba, choro, baião, bolero, entre outros que são alguns ritmos sugeridos pelas imagens. Trazer para a classe algumas músicas com esses ritmos a fim de que os alunos possam ouvir e apreciar. QUADROS DE UMA EXPOSIÇÃO Objetivo: Observar que compor uma melodia a partir de uma exposição de quadros é possível. Procedimento: Ouvir a obra “Quadros de uma exposição” dando prioridade aos movimentos “Promenade” e “O balé dos pintinhos nas cascas de ovos”. Ouvir a música e pedir aos alunos que desenhem o que a música lhe sugeriu. Socializar com os colegas os desenhos realizados e comentar sobre eles. Contar um pouco sobre a vida de Mussorgsky e porque compôs a partir dessa exposição. – 103 C1_5o_Ano_Musica_SOME_2014_Tony 14/11/13 08:08 Page 20 Para Saber Mais Mussorgsky, compositor russo, criou essa suíte para piano, Quadros de Uma Exposição, que você acabou de ouvir, em 1874. Após a morte do pintor russo Hartmann, seu grande a m ig o , e m 1 8 7 3 , o r g a n iz ou uma exposição em sua homenagem, na qual ele se inspirou para compor essa obra, como um observador de quadros. Modesto Mussorgsky (1839– 1881) Essa obra inclui vários movimentos, entre eles uma representação da feiticeira Baba Yaga, personagem dos contos populares russos, e outra, da lendária Grande Porta de Kiev. Entre esses vários movimentos, aparece um interlúdio chamado Passeio, que vai mudando ao longo da obra. Baba Yaga, A grande porta de Kiev - a feiticeira do folclore russo, diante de sua cabana. na interpretação modernista de Vasily Kandinsky. 20 CAPÍTULO 3 – A MÚSICA NA GUERRA C1_5o_Ano_Musica_SOME_2014_Tony 14/11/13 08:09 Page 21 C1_5o_Ano_Musica_SOME_2013_Tony 10/01/13 11:49 Página 23 Você Sabia? Os trompetes ajudaram os soldados dos exércitos gregos e romanos a marchar em passo certo. No campo de batalha, o trompete dava ordem de ataque ou retirada aos soldados. Nos funerais militares, o toque de silêncio em homenagem ao morto é realizado pelo toque da corneta. Nos quartéis, no início da manhã, o toque da alvorada (como é chamado pelos militares) é dado pela corneta. O Judeu Pobre Hoje, algumas bandas militares são famosas pela qualidade dos seus músicos. Outras, ainda realizam evoluções ao tocarem durante os desfiles. Bydlo Procure saber um pouco mais sobre as bandas militares. O Judeu Rico Viktor Hartmann O Gnomo Na música clássica, um bom exemplo do tema “Guerra” usado nas composições é a “Abertura 1812”, do compositor russo Pyotr Tchaikovsky. Essa obra foi escrita para comemorar a resistência das tropas russas à invasão do exército de Napoleão. A partitura inclui 16 tiros de canhão. Esboço: crianças com fantasia de casca de ovo para o balé Trilby. 104 – Projeto para a Grande Porta de Kiev. Vamos ouvir essa música, ou uma outra que sua professora tenha trazido. 21 23 C1_5o_Ano_Musica_SOME_2013_Tony 10/01/13 11:49 Página 25 Curiosidades Objetivos: • Enfatizar as funções da música; • Sensibilizar o aluno para a importância do timbre e do ritmo que desencadeiam comandos e emoções. Procedimento: Trazer para a sala alguns trechos musicais executados por bandas militares. Sugerimos também a escuta da obra de Tchaikovsky “Abertura 1812”, evidenciando que a partitura da música inclui 16 tiros de canhão. Trocando ideias Dizem que Beethoven estava em seu quarto tentando compor uma música nova. E não estava conseguindo. De repente, bateram à porta no seguinte ritmo: pam, pam, pam, pam...... Ao ouvir essa batida insistente, finalmente a inspiração surgiu. A partir dela, Beethoven escreveu toda a 5a. Sinfonia. Esse tema tem grande relação com o Código Morse. Durante a II Guerra Mundial, os exércitos não podiam se comunicar abertamente. Por isso, usavam muitos códigos. Toda vez que os aliados ganhavam uma batalha, transmitiam pelo rádio a 5a. Sinfonia de Beethoven. Sabe por quê? Porque o ritmo do seu tema é formado por 3 sons curtos e um longo (...__), que, no Código Morse, representa a letra “V” de vitória. Quando Beethoven escreveu essa sinfonia, encontrava-se num momento difícil de sua vida. Passava por desilusões amorosas e a surdez aumentava. Dizem, até, que os reflexos dessa fase de vida estão presentes em todos os momentos da sinfonia. O RECADO DE HAYDN A Sinfonia do Adeus, de 1772, foi a maneira q u e o c o m p o s it o r J o s e p h H a y dn e nc o n t ro u para dizer ao príncipe húngaro Esterházy que precisava de férias. O príncipe havia cancelado as férias de verão da orquestra. Ao ouvir a peça, entretanto, entendeu o recado e os músicos recuperaram o seu direito às férias. Vamos ouvir essa Sinfonia? Após a apreciação das músicas sugeridas ou de outras que a professora trouxer para a sala de aula, discutir com a classe as diferentes percepções que os alunos tiveram ao ouvir as músicas. Levar os alunos a perceber que nem todos sentem da mesma maneira uma determinada música. Quais os elementos da música que estimulam os ouvintes a participar de uma competição? Perguntas que o professor poderá fazer aos alunos para chegarem a algumas respostas: • Os instrumentos influenciam para que a música estimule uma competição? Resposta: Sim. Os instrumentos de corda acalmam e os de sopro de metal, os tambores e a maioria dos instrumentos de percussão estimulam mais por serem de maior intensidade. • O ritmo de marcha 1, 2, 3, 4 também favorecem a música para a competição. A valsa acalma e os ritmos dançantes não são apropriados. Objetivo: Conhecer outra aplicação do Código Morse. A MÚSICA NARRA ACONTECIMENTOS Ludwig van Beethoven Joseph Haydn 25 Procedimento: Comentar duas curiosidades sobre Beethoven e Haydn. Trazer para os alunos ouvirem trechos das músicas citadas no caderno do aluno. Para saber mais (informações para o professor): Ludwig van Beethoven nasceu em 16 de dezembro de 1770, em Bonn, Alemanha, mas sua ascendência era holandesa: o nome de sua família é derivado do nome de uma aldeia na Holanda, Bettenhoven (canteiro de rabanetes), e tem a partícula van, muito comum em nomes holandeses – não confundir com o nobiliárquico alemão von. O avô do compositor, também Ludwig van Beethoven, contudo, era originário da Bélgica, e a família estava há poucas décadas na Alemanha. Vovô van Beethoven era músico. Trabalhava como Kappelmeister (diretor de música da corte) do eleitor de Colônia e era um artista respeitado. Seu fi– 105 lho, Johann, que viria a ser o pai de Ludwig, menos talentoso, o seguiu na carreira, mas sem igual êxito. Depois da morte do pai, entregou-se ao alcoolismo, o que traria muitos problemas emocionais ao filho famoso. Johann percebeu que o pequeno Ludwig (que fora batizado assim em homenagem ao avô) tinha talento incomum para música e tratou de encaminhá-lo à carreira de músico do eleitor. Mas o fez de forma desastrosa. Obrigava o filho a estudar música horas e horas por dia, e não raro o batia. A educação musical de Beethoven tinha aspectos de verdadeira tortura. Desde os treze anos Ludwig ajudou no sustento da casa, já que o pai afundava-se cada vez mais na bebida. Trabalhava como organista, cravista ensaiador do teatro, músico de orquestra e professor, e assim precocemente assumiu a chefia da família. Era um adolescente introspectivo, tímido e melancólico, frequentemente imerso em devaneios e “distrações”, como seus amigos testemunharam. Em 1784, Beethoven conheceu um jovem conde, de nome Waldstein, e tornou-se amigo dele. O conde notou o talento do compositor e o enviou para Viena para que se tornasse aluno de Mozart. Mas tudo leva a crer que Mozart não lhe deu muita atenção, embora reconhecendo seu gênio, e a tentativa de Waldstein não logrou êxito – Beethoven voltou em duas semanas para Bonn. Em Bonn, começou a fazer cursos de literatura – até para compensar sua falta de estudo geral, já que saíra da escola com apenas 11 anos – e lá teve seus primeiros contatos com as fervilhantes ideias da Revolução Francesa, que ocorria com o Aufklärung (Iluminismo) e com o Sturm und Drang (Tempestade e Ímpeto), correntes não menos fervilhantes da literatura alemã, de Goethe e Schiller. Esses ideais se tornariam fundamentais na arte de Beethoven. Apenas em 1792 Beethoven haveria de partir definitivamente para Viena. Novamente por intermédio do conde Waldstein, dessa vez Ludwig havia sido aceito como aluno de Haydn – ou melhor, “papai Haydn”, como o novo pupilo o chamava. A aprendizagem com o velho mestre não foi tão frutífera quanto se esperava. Haydn era afetuoso, mas um tanto descuidado, e Beethoven logo tratou de arranjar aulas com outros professores para complementar seu estudo. Era um pianista virtuose de sucesso nos meios aristocráticos e soube cultivar admiradores. Apesar disso, ainda acreditava nos ideais revolucionários franceses. Então surgiram os primeiros sintomas da grande tragédia beethoveniana – a surdez. Em 1796, na volta de uma turnê, começou a queixar-se e foi diagnosticada 106 – uma congestão dos centros auditivos internos. Tratou-se com médicos e melhorou sua higiene a fim de recuperar a boa audição que sempre teve e escondeu o problema de todos o máximo que pôde. Só dez anos depois, em 1806, que revelou o problema, em uma frase anotada nos esboços do Quarteto n.o 9 : “Não guardes mais o segredo de tua surdez, nem mesmo em tua arte!”. Beethoven, o músico que doou toda sua obra à humanidade. Para Beethoven, sua música era uma verdadeira missão. A Sinfonia n.o 3, Eroica, sua primeira obra monumental. Mais tarde Beethoven entraria em grande depressão, da qual só sairia em 1819 de forma exultante. A década seguinte seria um período de supremas obras-primas: as últimas sonatas para piano, as Variações Diabelli, a Missa Solene, a Nona Sinfonia e, principalmente, os últimos quartetos de cordas. Foi nessa atividade, cheio de planos para o futuro (uma décima sinfonia, um réquiem, outra ópera), que ficou gravemente doente – pneumonia, além de cirrose e infecção intestinal. No dia 26 de março de 1827, morreria Ludwig van Beethoven – segundo a lenda, levantando o punho em um último combate contra o destino. Joseph Haydn Compositor austríaco – nasceu em Rohrau, na Áustria, no dia 31 de março de 1732 e faleceu em 31 de maio de 1809. Considerado o iniciador do classicismo vienense. Franz Joseph Haydn é um dos maiores nomes da música erudita. Filho de uma família de artesãos pobres, estudou em Hainburg e ingressou no coro da Catedral de Santo Estevão, em Viena. Começa a compor muito jovem. Toca serenatas em tavernas até ser nomeado, em 1759, diretor musical de uma pequena orquestra do conde Morzin, na Boemia. Em 1761, é contratado pelo príncipe Pál´Antal Esteházy como segundo mestre de capela em Eisenstadt. Nos últimos anos de vida, trabalha como compositor oficial do império. Morre em Viena, na ocupação da cidade pelas tropas de Napoleão Bonaparte. Deixa 104 sinfonias, como “A caça”, 1781, e “Sinfonias de Paris”, 1785/86, 50 sonatas para piano e 83 quartetos de cordas; entre eles, destacam-se “Cavaleiro”, 1793, e o “Quarteto de Quintas”, considerado sua obra-prima. Sugerimos a leitura, para os alunos, da biografia tanto de Beethoven como de Haydn, dos livros Crianças Famosas, Editora Callis. C1_5o_Ano_Musica_SOME_2014_Tony 07/11/13 16:03 Page 28 CAPÍTULO 4 – MÚSICA DE PROTESTO Cantava viva à liberdade, Mas uma carta sem esperar Da sua guitarra o separou, Fora chamado na América... “Stop! Com Rolling Stones” “Stop! Com Beatles songs” Mandado foi ao Vietnã Lutar com vietcongs... Ratá-tá Tatá-rá Ratá-tá Tatá-rá Ratá-tá Tatá-rá Ratá-tá tá tá tá tá tá tá tá tá... tá... tá... tá... tá... tá... tá... Era um garoto Que, como eu, Amava os Beatles E os Rolling Stones. Girava o mundo, Mas acabou Fazendo a guerra No Vietnã... 28 C1_5o_Ano_Musica_SOME_2013_Tony 10/01/13 11:49 Página 27 Não tem amigos Nem vê garotas, Só gente morta Caindo ao chão. Ao seu país Não voltará Pois está morto No Vietnã... “Stop! com “Rolling Stones” “Stop! com Beatles songs”. No peito um coração não há Mas duas medalhas sim... Ratá-tá Tatá-rá Ratá-tá Tatá-rá Ratá-tá Tatá-rá Ratá-tá tá tá tá tá tá tá tá tá... tá... tá... tá... tá... tá... tá... Ratá-tá tá-tá... Ratá-tá tá-tá... Capacete usado na Guerra do Vietnã pelos soldados do exército dos EUA. Cabelos longos Não usa mais, Nem toca a sua Guitarra e sim Um instrumento Que sempre dá A mesma nota, Ra-tá-tá-tá... Objetivo: Mostrar aos alunos mais uma função da música. Procedimento: Contar aos alunos como os compositores e músicos utilizaram a música para protestar contra alguns movimentos políticos e sociais da época em que viveram. Em todos os lugares do mundo sempre existiram compositores e músicas protestando sobre os problemas sociais da sua época. Trazer para a sala de aula trechos de música de protesto. Sugerimos uma música de Bob Dylan chamada “Blowin in the Wind” e outras que a professora achar interessante. As músicas nacionais de protesto são tantas que o professor poderá escolher qual a mais adequada para a sua classe. Nessa época, surgiu uma canção que protestava contra a guerra do Vietnã. Ela ficou famosa no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Era uma composição do italiano Lucio Dalla: “C’era um ragazzo che, come me, amava i Beatles ed i Rolling Stones.” Foi gravada pelos italianos Migliacci e, depois, por Gianni Morandi. Sua versão em português, interpretada pela banda de rock “Os Incríveis”, fez muito sucesso. Lucio Dalla Vamos conhecer a letra e, depois, canta-lá. Era um Garoto Lucio Dalla Para saber mais (apenas para o professor) Era um garoto Que, como eu, Amava os Beatles E os Rolling Stones. Girava o mundo Sempre a cantar As coisas lindas Da América... Não era belo Mas mesmo assim Havia mil garotas a fim. Cantava “Help”, “Ticket To Ride”, “Oh! Lady Jane” e “Yesterday”... John Lennon 27 Biografia de Bob Dylan Cantor e compositor norte-americano de rock folk, um dos ícones da contracultura, Robert Allen Zimmerman, nome artístico Bob Dylan, nasceu em 1941 e é considerado um dos maiores compositores do século XX. Bob Dylan nasceu em Duluth, Minessota, neto de imigrantes russos e judeus. Na infância, aprendeu a tocar harmônica e violão influenciado pelas músicas de Hank Willians, cantor de folk americano. Também gostava de ouvir Little Richard. O primeiro grande sucesso do álbum foi “Blowin in the Wind”, canção emblemática, considerada uma das – 107 C1_5o_Ano_Musica_SOME_2013_Tony 10/01/13 11:49 Página 29 maiores no conjunto de seu repertório musical. Foi muito criticado por ter inserido a guitarra elétrica em suas músicas, fato que desagradou os fãs de folk mais conservadores. Em 1969, no álbum “Nashville Skyline”, a canção “Lay Lady Lay” foi destaque. Os anos 80 e 90 não foram períodos férteis musicalmente para Dylan, mas a canção “Jokerman” foi um hit da década de 80. Depois de um longo tempo com criações pífias, lançou em 1998 o álbum “Time Out of Mind”, considerado um dos grandes trabalhos de sua carreira. Dylan influenciou artistas e bandas importantes, como Rolling Stones e Beatles. A canção “Like a Rolling Stone” foi considerada pela revista Rolling Stone como a melhor do século XX. Biografia de John Lennon John Lennon (1940-1980) foi um músico inglês, líder e guitarrista da maior banda de rock de todos os tempos, The Beatles. Sua canção “Imagine” se tornou uma espécie de hino à paz mundial. John Lennon nasceu em Liverpool, Inglaterra. Na adolescência liderou a banda The Quarrymen, que pouco tempo depois seria integrada também por Paul McCartney, seu parceiro em inúmeras canções com os Beatles. De 1962 a 1970, John Lennon viveu o sucesso da beatlemania pelo mundo inteiro, revolucionando costumes e compondo junto com Paul McCartney músicas que sempre figuravam entre as 5 canções e álbuns mais vendidos da década de sessenta. Em 1966, John Lennon conheceu a artista plástica japonesa Yoko Ono na época em que era casado com Cynthia Powell. Lennon casou-se com Yoko em 1969 e aproveitando-se da ocasião, fizeram uma campanha a favor da paz ao terem ficado por um mês na cama. O evento foi intitulado “Bed-in” e serviu de mote contra a guerra do Vietnã. Com o fim dos Beatles, em 1970, Lennon já tinha causado polêmica com o álbum “Two Virgins”, em cuja capa apareciam ele e Yoko nus. Nos anos 70 o casal participou de movimentos e campanha contra a guerra do Vietnã e se juntou a ativistas como Jerry Rubin, Abbie Hofmann e Angela Davis, o que lhe causou sérios problemas com o governo americano. Após um período de separação com Yoko, Lennon reconciliou-se com ela e conseguiu o visto de permanência nos EUA. Depois de 5 anos de reclusão, voltou a lançar um álbum, o “Double Fantasy”, em 1980. Porém, é assassinado em frente ao seu prédio por um fã maluco, Mark David Chapman, causando a maior comoção da história do pop-rock. Algumas canções, tanto com os Beatles como as compostas em carreira solo, levam a sua marca pessoal: “Help”, “In My Life”, “Strawberry Fields Forever”, “Across the Universe”, “Come Together”, “Give Peace a Chance”, “Instant Karma”, “Mother, “Imagine”, “Happy Xmas”, “Mind Games” e “Woman”. Sugerimos realizar uma pesquisa sobre os movimentos da Música Popular Brasileira, como a Jovem Guarda, Os Novos Baianos, entre outros. Se o professor é um especialista em música e adota a flauta doce, sugerimos dar as músicas “9.a Sinfonia” e “Era Um Garoto” na flauta. As partituras encontram-se no final do caderno do aluno e deste manual. 108 – A MÚSICA EVOLUI COM A SOCIEDADE A MÚSICA EVOLUI COM A SOCIEDADE Como assim? Vimos que a música de protesto estava relacionada a uma época da sociedade, os anos 60. Mas houve outras formas de protesto, em outras épocas, que tiveram seus próprios estilos de música. Vamos ouvir? A música que você acabou de ouvir chama-se “Forrobodó”, que também é o título de uma peça de teatro, que a compositora Chiquinha Gonzaga musicou. C1_5o_Ano_Musica_SOME_2013_Tony 10/01/13 11:49 Página 30 Vamos conhecer um pouco mais sobre ela? 29 Chiquinha Gonzaga Chiquinha Gonzaga nasceu no Rio de Janeiro em 1847 e faleceu também no Rio em 1935. Pianista e compositora, foi uma revolucionária da música brasileira. E, também, a primeira mulher a reger um orquestra no Brasil. Ela sempre trabalhou com o gênero musical popular. Compôs choros, polcas, tangos brasileiros, marchas, fados, quadrilhas, serenatas, lundus e sambas. Uma incrível variedade de inventivos sons. 30 A dança do Lundu, Maurício Rugendas, 1835. Esta gravura retrata parte do ambiente social no período do Brasil-Império. FESTA JUNINA Objetivo: Evidenciar que a música retrata o momento histórico e social da época em que foi escrita. Procedimento: Ouvir com a classe músicas de épocas diferentes nacionais e estrangeiras buscando traduzi-las e contextualizá-las historicamente. Sugerimos a leitura para os alunos da biografia de Chiquinha Gonzaga, de Edinha Diniz, que faz parte da Coleção Mestre da Música no Brasil, Editora Moderna. Questionamento para ser feito aos alunos: como o músico de hoje retrata sua insatisfação com os acontecimentos da atualidade? Comentar sobre os ritmos usados pelos compositores atuais para compor uma música de protesto. Quais compositores atuais utilizam suas músicas para protestar? AGORA É COM VOCÊ: CRIANDO UMA MÚSICA DE PROTESTO – APRESENTAÇÃO DA MÚSICA Dividir os alunos em grupos e propor que criem uma melodia de protesto. Cada grupo deverá criar a sua melodia e, depois, apresentá-la para a sala. O rap é um dos ritmos sugeridos. Estamos no mês de junho e começam as comemorações das Festas Juninas. Vender convites, ensaiar a quadrilha, danças típicas, enfeitar a escola... Chega o dia da festa e pronto! O que fica disso para as crianças? Qual o significado dos festejos juninos? A Festa Junina é uma excelente oportunidade de engajar diversas atividades interdisciplinares e de ampliar o universo linguístico, pois se constitui numa temática rica em que podem ser explorados diversos tipos de linguagens, resgate de brincadeiras, culinária típica e outros. A preparação da festa pode e deve estar atrelada ao conteúdo aplicado em sala de aula. Cada classe pode ser responsável por uma barraca e cada barraca pode apresentar transversalmente o projeto trabalhado em classe. A turma que está estudando os alimentos, por exemplo, pode ficar encarregada da barraca relacionada ao assunto e assim em relação aos demais conteúdos nas diferentes áreas. Trabalhar danças típicas de todo o Brasil, como a “Congada”, o “Bumba meu boi”, o “Maracatu”, o “Maculelê”, além da quadrilha. A festa junina pode ser ótima oportunidade também para apresentar novos instrumentos musicais para as crianças. A escola tem um papel importante na valorização das tradições; portanto, o importante é desenvolver um projeto que possa integrar a comunidade escolar durante todo o mês de junho. Incentivar nos alunos o gosto pelas festas juninas, oferecendo-lhes oportunidade de descontração, socialização e ampliação de seu conhecimento através de atividades diversificadas, brincadeiras, pesquisa e apresentações características destes festejos que fazem parte do folclore brasileiro, ressaltando seus aspectos popular, social e cultural, e permitindo, assim, conhecer a origem e as características das festas juninas. Destacamos, aqui, alguns objetivos que devem fazer parte desse projeto: • Conhecer a origem e as características da festa junina; • Admirar e respeitar o trabalho do homem do campo; • Desenvolver a socialização da criança, incentivando o trabalho em grupo; • Ouvir com interesse as informações trazidas pelos colegas; • Valorizar a tradição das festas juninas; • Socializar com a comunidade escolar e familiar; • Desenvolver a linguagem oral e escrita; • Ampliar o vocabulário; • Estimular a criatividade e a imaginação através de atividades relacionadas ao tema; • Desenvolver a valorização do homem do campo e de suas atividades; • Incentivar o gosto pela culinária junina; • Conscientizar sobre os perigos dos balões e fogos de artifício; • Propiciar às crianças a participação em diversas brincadeiras. O importante é que a preparação da festa pode e deve estar atrelada ao conteúdo aplicado em sala de aula. – 109 CAPÍTULO 5 – VAMOS CANTAR As sugestões desta seção deverão ser trabalhadas ao longo do semestre. C1_5o_Ano_Musica_SOME_2013_Tony 10/01/13 11:50 Página 35 C1_5o_Ano_Musica_SOME_2014_Tony 07/11/13 16:03 Page 33 Vira Virou E tomar banho de sol! Banho de sol! Banho de sol!... Kleyton e Kledir Baila Comigo! Como se baila na tribo Uh! Uh! Uh! Baila ba, ba Baila Comigo! Lá no meu esconderijo Ai! Ai! Oh!... Baila Comigo! Ah! Ah! Uh! Uh! Como se baila na tribo Baila ba, ba Baila Comigo! Lá no meu esconderijo Ai! Ai! Ai!... Vou voltar na primavera E era tudo que eu queria Levo terra nova daqui Quero ver o passaredo Pelos portos de Lisboa Voa, voa que eu chego já. Ai se alguém segura o leme Dessa nave incandescente Que incendeia minha vida Que era viajante lenta Tão faminta de alegria Hoje é o porto de partida. Ai! Ai! Ai!... Baila comigo! Como se baila na tribo Baila ba, ba Baila Comigo! Lá no meu esconderijo Ai! Ai! Ai! Baila Comigo! Como se baila na tribo (Que loucura!) Baila ba, ba Baila Comigo! Lá no meu esconderijo Ai! Ai!Ai!... Lá no meu esconderijo Ai! Ai! Ai!... Sol! Sol! Sol! Ah! Vira virou Meu coração navegador Ah! Gira girou Essa galera. E tomar banho de sol Banho de sol! Banho de sol! Banho de sol!... Ah! Baila Comigo! Como se baila na tribo Baila! Baila Comigo! Lá no meu esconderijo Ai! Ai! Ai! 33 110 – 35 C1_5o_Ano_Musica_SOME_2013_Tony 10/01/13 11:50 Página 37 C1_5o_Ano_Musica_SOME_2014_Tony 07/11/13 16:03 Page 36 Borboleta Zélia Duncan Música é que nem borboleta Ela voa pra onde quer Ela pousa em quem quiser Não é homem e nem mulher. Música que sai da gaveta Se traveste na voz de alguém Quando entra dentro da cabeça Não é sua nem de ninguém. Te invade, te assalta e te faz refém Se a rima não vem, já sabe Bater palma com a mão E quando chegar o refrão Bater com os pés no chão. Se não decorar a letra Pode cantar ola e larala, A melodia pode assoviar Pode até dar um berro, pode berrar. Às vezes ela é como um ladrão Ou como um convidado trapalhão, Depois que entra, não quer mais sair Quer repetir, repetir, repetir. 36 Te invade, te assalta e te faz refém Se a rima não vem, já sabe Bater palma com a mão E quando chegar o refrão Bater com os pés no chão. Verde, branca, azul ou vermelha Também tem música de toda cor De acalanto, de baile de amor De restaurante, de elevador. Música é que nem borboleta Sai do casulo do alto-falante Do carrossel e da roda gigante Pra que você e todo mundo cante. Te invade, te assalta e te faz refém Se a rima não vem, já sabe Bater palma a mão E quando chegar o refrão Bater com os pés no chão. Te invade, te assalta e te faz refém Se a rima não vem, já sabe Bater palma a mão E quando chegar o refrão Bater com os pés no chão. Te invade, te assalta e te faz refém Se a rima não vem, já sabe Bater palma com a mão E quando chegar o refrão Bater com os pés no chão. La La La La la la la la la la la la la la la la la la la la la la la la. 37 Sugestões de livros para o professor: • • • • • Educação sonora e musical: oficina de sons, de Silvio Costa, Editora Paulinas. Entendendo a Música, de Pablo Y Castro, Editora Setembro. 50 Jogos e Dinâmicas para o Ensino Musical, de Pablo Y Castro, Editora Setembro. Outras Terras, outros sons, de M. Berenice de Almeida & Magda Dourado Pucci, Editora Callis. Música para crianças – Um passeio pelos movimentos, autores, diretores e instrumentos mais importantes da História da Música, Editora Ciranda Cultural. – 111