O ENSINO DE EMBRIOLOGIA A PARTIR DE MOLDES DIDÁTICOS Autores: Ana Cristina Confortin¹1; Gabriela Marivone Beltrame2; Renan Maestri²; Roselei Bartolomey²; Sandra Mara Sabedot Bordin¹, Resumo: O presente artigo tem como objetivo relatar uma experiência sobre confecção de moldes didáticos para o ensino de embriologia desenvolvido pelos estudantes do 7º período do curso de graduação em Ciências Biológicas – Licenciatura, de uma Instituição de Ensino Superior. A turma foi dividida em cinco grupos, onde cada um recebeu um tema para desenvolver o molde. Os moldes foram confeccionados em uma aula da disciplina de Embriologia Comparada. Os materiais utilizados foram diversos, enfatizando os recicláveis e de baixo custo. Após a confecção, foi realizada a apresentação dos moldes didáticos, onde foram avaliados coletivamente pelo professor e colegas. A confecção dos moldes didáticos possibilitou uma melhor compreensão do conteúdo de embriologia, além de ser uma atividade dinâmica e que promove a interação e participação dos estudantes na aula. Também, no que diz respeito a utilização de moldes didáticos durante as aulas, constitui em mais uma estratégia de ensino, facilitando a compreensão pelos estudantes dos diversos conceitos e processos de transformações que ocorrem durante o desenvolvimento embrionário dos animais, conferindo concretude a processos que podem ser observados em aspecto tridimensional. Palavras chave: ensino de embriologia. moldes didáticos.educação. 1. Introdução As pessoas sempre tiveram curiosidade em saber como o ser humano se origina e se desenvolve, antes do seu nascimento. (GILBERT, 2000; LARSEN, 1998, MOORE & PERSAUD, 1994). A embriologia se preocupa com o estudo “do embrião (terceira à oitava semana, inclusive); entretanto, o termo geralmente se refere ao desenvolvimento pré-natal, ou seja, o estudo do embrião e do feto”. (MOORE & PERSAUD, 1994, p. 7). Jotta (2005) enfatiza que a embriologia estuda as etapas e os mecanismos de formação de embriões, cujo significado para os seres vivos está atrelado à perpetuação (não garantida) da espécie. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – 1 Professoras da Disciplina de Embriologia Comparada; Unochapecó; [email protected]; [email protected]. 2 Estudantes de graduação do Curso de Ciências Biológicas - Licenciatura; Unochapecó; [email protected];br; [email protected]; [email protected] (BRASIL, 2002), Podemos considerar que as principais áreas de interesse da Biologia contemporânea se voltam para a compreensão de como a vida (e aqui se inclui a vida humana) se organiza, estabelece interações, se reproduz e evolui desde sua origem e se transforma, não apenas em decorrência de processos naturais, mas, também, devido à intervenção humana e ao emprego de tecnologias (BRASIL, 2002, p. 41) Dessa forma, “o estudo da embriologia é importante por causa dos avanços que propicia ao conhecimento dos primórdios da vida humana e das mudanças que ocorrem ao longo do desenvolvimento até o nascer”. (MOORE & PERSAUD, 1994, p. 7). Além disso, o bom conhecimento sobre o desenvolvimento humano normal auxilia na compreensão das causas de malformações congênitas e as possibilidades de tratamentos visando a melhoria da qualidade de vida das pessoas. É relevante também na formação global do estudante, pois trata-se de um tema amplamente discutido na atualidade, especialmente evidenciados na mídia, entre os quais a gravidez na adolescência, o aborto, o uso de drogas e a biotecnologia (utilização de células-tronco e clonagem). Em se tratando do ensino da embriologia, tanto na graduação, quanto na educação básica, percebe-se algumas dificuldades na compreensão do assunto, especialmente em relação à diversidade de termos científicos, a complexidade das imagens apresentadas pelos livros didáticos e a falta de materiais didáticos que facilite a compreensão das etapas do desenvolvimento embrionário, dentre outras. Jotta (2005) sinaliza que o ensino da embriologia na educação básica apresenta muitos desafios: costuma-se não apresentar a evolução dos estudos embriológicos; o conteúdo programático tem muitos desdobramentos e tópicos considerados irrelevantes; é constante na embriologia, a rejeição por parte dos estudantes, ao excesso de termos para memorizar, além da falta de compreensão das inúmeras representações visuais encontradas nos livros didáticos, recurso bastante utilizado nas salas de aula. sotnaSet al. ,a xanpoucaSمSoouutno atu aS uSntsaS su unseuaoaeuo atnoto S ,)4002( .uS so naeeaertuSu su eaeno neusunutSuatooُeuoS utnuepeunorلpeutxupoonutnu sueusa lS tuxuSS Essa condição se intensifica na sala de aula, quando estes assuntos são abordados, muitas vezes, apenas por meio de aulas teórico/expositivas. Preocupa-nos ainda mais, quando o índice de gravidez na adolescência é alto, a proporção de nascimentos no Brasil cujas mães tinham idade entre 10 e 19 anos, em 2007, segundo do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos o Ministério da Saúde - SINASC, foi de 21,1% (IBGE, 2009). É fato que o conhecimento deficitário sobre o desenvolvimento embrionário e fetal pode trazer sérios prejuízos a uma possível gravidez não planejada. Em função da importância do conhecimento sobre o desenvolvimento embrionário humano, é necessário pensarmos em metodologias alternativas que possam ser aplicáveis e atrativas para a efetiva compreensão dos conteúdos da Embriologia. Para Krasilchik (2008), os modelos são muito usados pelos professores de biologia para mostrar objetos em três dimensões. No entanto, eles podem apresentar problemas em relação a simplificações do objeto real, por exemplo. Para evitar tais problemas, a autora salienta a importância do envolvimento do aluno na elaboração dos próprios moldes. Diante disso, apresentamos as seguintes questões: como trabalhar o conteúdo da embriologia de forma que seja efetivamente compreendido pelos estudantes? Os moldes didáticos poderão facilitar o aprendizado da embriologia? A partir disso, nosso objetivo foi de desenvolver moldes didáticos a partir de materiais alternativos e de baixo custo sobre o ciclo reprodutivo feminino, e o desenvolvimento embrionário humano e do ouriço do mar, como estratégia didática para o ensino de embriologia. Neste artigo, relatamos esta experiência que foi desenvolvida no 7º período do curso de graduação em Ciências Biológicas – Licenciatura, na disciplina de Embriologia Comparada, no primeiro semestre de 2011. 1.1 O contexto do ensino da Embriologia Comparada no Curso de Graduação em Ciências Biológicas – Licenciatura O estudo da Embriologia, no curso de graduação em Ciências Biológicas – licenciatura, da Unochapecó acontece no 7º período, por meio da disciplina “Embriologia Comparada”. Esta disciplina tem como ementário: Gametogênese masculina e feminina; controle hormonal da reprodução; ciclos reprodutivos; fecundação e desenvolvimento embrionário em vertebrados e invertebrados. Realização da prática articulando os conteúdos da disciplina com o ensino na Educação Básica (UNOCHAPECÓ, 2003, p. 78). A disciplina acontece no primeiro semestre, tem uma carga horária de quatro créditos, sendo que um crédito é relativo à prática de ensino. Destacamos que o curso, ao longo de sua matriz curricular, tem oportunizado a prática em alguns componentes curriculares, dentro de um contexto da realidade escolar, buscando qualificar o ensino de ciências e biologia na educação básica. A disciplina de Embriologia Comparada, têm garantido no seu ementário a articulação da prática enfatizando os conteúdos trabalhados na escola, produzindo algo no âmbito do ensino, buscando atender o que preconiza o art. 12 das Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação de Professores da Educação Básica (2002): “[...] A prática deverá estar presente desde o início do curso e permear toda a formação do professor. No interior das áreas ou das disciplinas que constituírem os componentes curriculares de formação, e não apenas nas disciplinas pedagógicas, todas terão a sua dimensão prática”. (RESOLUÇÃO CNE/CP 1, 2002). Como objetivo geral da disciplina busca-se compreender as diversas fases do desenvolvimento embrionário, desde a gametogênese até a fase adulta, comparando o desenvolvimento de diferentes grupos animais. Os conteúdos são trabalhados com um enfoque evolutivo, onde o entendimento de que a Evolução é um princípio unificador da Biologia, considerando as pressões ambientais enfrentadas por determinados grupos de organismos e o efeito sobre sua configuração e funcionamento. Inicialmente a disciplina é ministrada através de aulas expositivas dialogadas, com auxílio de slides apresentando os principais conceitos e etapas do desenvolvimento embrionário, intercalando com aulas práticas no laboratório de microscopia, onde são visualizadas lâminas histológicas sobre sistema reprodutor feminino e masculino e desenvolvimento embrionário de vários grupos animais. Sempre que oportuno é realizado o resgate do conhecimento prévio dos estudantes sobre o assunto a ser trabalhado na aula, para que dessa forma possa direcionar o ensino a partir da realidade dos estudantes. Jotta (2005) relata que não adianta apresentar um conteúdo que não tenha significado para o educando, isto é, sem ligação alguma com o que ele já sabe. Uma das atividades que os estudantes desenvolvem na disciplina é a elaboração de moldes didáticos, utilizando materiais alternativos. Esta atividade tem possibilitado o aprofundamento dos conhecimentos teóricos e científicos e a reflexão sobre a transposição destes, de forma que seja mais acessível aos estudantes, bem como o desenvolvimento de habilidades práticas essenciais a profissão docente. 1.2 Tendências do Ensino de Biologia no Brasil A disciplina de Biologia no Brasil é oferecida nas três séries do ensino médio. Em virtude do desenvolvimento científico e tecnológico vivido nas últimas décadas, o ensino de Biologia tem passado por diferentes tendências especialmente em relação ao papel do professor, papel do aluno e função deste ensino. Na década de 50, a biologia era subdividida em botânica, zoologia e biologia geral, tópicos que compunham com mineralogia, geologia, petrografia e paleontologia a disciplina de história natural. (Krasilchik, 2008, p. 13). Ainda conforme a autora o conteúdo ensinado era reflexo da influência exercida pelo modelo europeu, onde a tendência do ensino nesse período era de tratar os assuntos considerando os vários grupos de organismos separadamente com um ensino descritivo apenas, sem levar em conta as relações filogenéticas. As aulas práticas tinham como meta principal ilustrar as aulas teóricas. Em relação ao ensino na década de 60, este era dominado por um modelo tradicional, marcado pela transmissão-recepção, com aulas expositivas onde o papel do aluno era de apenas reproduzir as informações recebidas por meio de avaliações rigorosas por meio de questionários. A qualidade da disciplina era definida pela quantidade de conteúdos trabalhados. (BRASIL, 1998). Ao mesmo tempo, nessa época, conforme Krasilchik (2008, p. 14), “a explosão do conhecimento biológico provocou uma transformação na tradicional divisão, botânica e zoologia”. Como conseqüência incluiu-se no currículo assuntos da ecologia e genética de populações até a genética molecular e a bioquímica. Paralelamente ao avanço do conhecimento científico, “o Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura (IBECC) que vinha trabalhando na reforma do ensino de Biologia desde a década de 60, adaptou dois projetos do Biological Science Curriculum Studies (BSCS), instituição destinada ao desenvolvimento de programas educacionais nas ciências biológicas dos Estados Unidos (Krasilchik, 2008). O objetivo destes projetos era “fazer com que os alunos possam adquirir conhecimentos atualizados e representativos do desenvolvimento das ciências biológicas e vivenciar o processo científico”. (Krasilchik, 2008, p. 15). A preocupação de desenvolver atividades práticas começou a ter presença marcante nos projetos de ensino e nos cursos de formação de professores, tendo sido produzidos vários materiais didáticos desta tendência. O objetivo fundamental do ensino de Ciências Naturais passou a ser dar condições para o aluno vivenciar o que se denominava método científico. [...] O método da redescoberta, com sua ênfase no método científico, acompanhou durante muito tempo os objetivos do ensino de Ciências Naturais, levando alguns professores a inadvertidamente, identificarem metodologia científica com metodologia do ensino de Ciências Naturais [...] (BRASIL, 1998, p. 19). Dessa forma, os novos projetos não se concretizaram efetivamente no cotidiano das escolas, onde Castro (1979) em uma pesquisa de campo realizada encontrou um distanciamento entre as várias formulações para qualificar o ensino de Biologia, em um ensino ainda livresco e a metodologia da ação didática adotada pelo professor em classe. Durante a década de 80, pesquisas sobre o ensino de Ciências Naturais revelaram o que muitos professores já tinham percebido: que a experimentação, sem uma atitude investigativa mais ampla, não garante a aprendizagem dos conhecimentos científicos (BRASIL, 1998, p. 20). No final da década de 70 e inicio dos anos 80, o ensino de ciências novamente passa por alterações, que, conforme Krasilchik (2008, p. 16), os “movimentos populares exigiram a democratização do país, e a crise econômica e social passou a afetar grande parte dos países do terceiro mundo”. Surge então o movimento CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade) onde: A concepção CTS preocupa-se com a divulgação e a popularização de conhecimentos técnico-científicos para que cada vez mais cidadãs e cidadãos, de posse dessas informações, se transformem em agentes atuantes na sociedade, defendam suas próprias opiniões e se tornem, assim, protagonistas de mudanças capazes de influenciarem na tomada de decisões (ZUIN et al, 2008, p. 57). Nesse contexto, observa-se diariamente que os conhecimentos biológicos têm estado presentes em nossa vida dado o avanço dessa ciência. “Considerando os objetivos mais amplos da educação, principalmente dar condições para o exercício pleno da cidadania, um mínimo de formação básica em Ciências deve ser desenvolvido, de modo a fornecer instrumentos que possibilitem uma melhor compreensão da sociedade em que vivemos”. (DELIZOICOV & ANGOTTI, 2000, p. 46). Para tanto, o ensino médio precisa ser redesenhado sob um olhar que leve em consideração a Ciência, Tecnologia e Sociedade e os seus impactos na sociedade. Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de ciências no ensino fundamental surge no Brasil no final da década de 90 com o propósito de “colaborar para a compreensão do mundo e suas transformações, situando o homem como indivíduo participativo e parte integrante do Universo”. (BRASIL, 1998, p. 15). Um dos principais enfoques previsto para o ensino médio é o de preparar o aluno para a vida, de forma que, a partir dos conhecimentos que ele construa, consiga relacioná-los com o contexto científico-tecnológico e social no qual está inserido, como supõe a própria concepção de cidadania explicitada na proposta educacional vigente: "[...] a cidadania não é uma condição ou qualidade separada da aprendizagem escolar. É, antes de qualquer coisa, a aplicação prática daquilo que o aluno aprende nos conteúdos curriculares, é o conhecimento das ciências, das linguagens, das matemáticas, utilizadas de modo responsável, solidário e includente". (Brasil, 1999, p. 98). Nessa perspectiva, é desafiador ensinar Ciências e Biologia na atualidade, visto que os alunos precisam “compreender, analisar e discutir a informação científica popularizada com base num conjunto de princípios éticos e morais, individual e socialmente construídos”. (KRASILCHIK, 2008, p. 21). E, os professores têm papel fundamental neste propósito, visto que o tratamento destes “novos temas” precisam ser considerados no contexto de um ensino que ofereça ao educando oportunidades para analisar e compreender a tecnologia dentro de uma concepção mais ampla de sociedade. 1.3 Dificuldades e possibilidades do ensino de Biologia na atualidade Ensinar Biologia hoje exige por parte do professor a compreensão de que os estudantes, além do aprendizado dos conceitos básicos, da vivência do método científico e da análise das implicações sociais do conhecimento, precisam participar ativamente das atividades e experiências práticas que dinamizem esta disciplina. Entretanto, “o ensino de Biologia se organiza ainda hoje de modo a privilegiar o estudo de conceitos, linguagem e metodologias desse campo do conhecimento, tornando as aprendizagens pouco eficientes para interpretação e intervenção na realidade” (BORGES & LIMA, 2007, p. 166). As causas frequentemente apontadas como responsáveis por esta situação de acordo com Hennig (1998, p. 14), são, quase sempre, as seguintes: a) Deficiente preparo profissional do professor; Falta de oportunidade e meios para o professor atualizar-se; Deficiências das condições materiais da maioria das escolas. Conforme Krasilchik (2008, p. 77), “qualquer curso deve incluir uma diversidade de modalidades didáticas, pois cada situação exige uma solução própria; além do que, a variação das atividades pode atrair e interessar os alunos, atendendo às diferenças individuais”. No entanto, não é suficiente „usar o laboratório‟ ou „fazer experiências‟, podendo mesmo essa prática vir a reforçar o caráter autoritário e dogmático do ensino de Ciências e, também, descaracterizar o empreendimento da Ciência. [...] Considera-se mais conveniente um trabalho experimental que dê margem à discussão e à interpretação de resultados obtidos (quaisquer que tenham sido), com o professor atuando no sentido de apresentar e desenvolver conceitos, leis e teorias envolvidos na experimentação. (DELIZOICOV & ANGOTTI, 2000, p. 22). O livro didático ainda é um recurso muito utilizado nas aulas de Biologia, o entanto, Jotta (2005) em uma análise de livros didáticos de biologia do ensino médio, evidenciou que na interface texto-imagem ocorrem problemas variados, como a presença de imagens complementares, a não remissão à imagem no texto, a falta de imagens explicativas e de textos com explanações que complementem a imagem, além da dificuldade em descrever tanto por meio do texto quanto das imagens, os eventos dinâmicos e seqüências. Por outro lado, um recurso didático que pode ser utilizado no ensino de Biologia são os moldes didáticos, que são “representações, confeccionadas a partir de material concreto, de estruturas ou partes de processos biológicos” (Santos, 2010). Krasilchik (2008) explica que é possível dividir as várias modalidades didáticas de acordo com o atendimento dos objetivos do ensino de biologia: - para transmissão de informações: aula expositiva, demonstração; - para realizar investigações: aulas práticas, projetos; - para analisar causas e implicações do desenvolvimento da biologia: simulações, trabalho dirigido. No entanto, nenhuma modalidade didática dará certo se o professor não levar em consideração a realidade da sua turma e o tipo mais apropriado para estes, além de que o sucesso depende da participação ativa tanto do professor como também dos estudantes. 2. Materiais e Métodos ,upouto su cnseuaoaeuo eanpoeosocSnu neosooaa eau suSuteaoeusa to suSxuma turma de estudantes do 7º período do curso de graduação em Ciências Biológicas – Licenciatura, da Unochapecó, no primeiro semestre de 2011. sa xan aS xateaenu pootuvonutna so suSxupouto peueuonutnu suSxtc ,euxoSُS oS otooS nuُpp euo pae uoosaeoe tn لeoso eetpa fixat euSpatS .o nteno eau sueususo un xutxa eetpaS ,uSntsotnuS peunuueo ,xuxoa eupeastcea eunututa :naosu Saseu tn saS nunoS o Suetuedo desenvolvimento embrionário humano, satoeno o ,eua atnotaلatuettso Sunoto sa suSuteaoeunutna unseu eua sa ateura لeua atnota u suSuteaoeunutna unseuatلaunoeo Sunoto sa suSuteaoeunutna unseuat .sa noe GOZOA Z II A SIAA ,OOIIIGOTOASOIA OITOIA CTIA O I A OO T Z A S AM ITI O I A I I A Z R IT A AI A I R ATAM S O IRO RAM RSOA OIAA ,SIRRTIA OIRTOIA ,G IA SIA Z SIAT OT A ,RIGASOIA ,O TAROIA ,AIOOOTA ,ZOSIT TA IA SIA RAIGIAR AATAM S O I A OI TO T A AI A OO T Z A S AI OO R AR IR S O A S I IA TC I R I A Z R I IA .OMIAIA IA SIA R A OA GIIRلTIGAGT OOT ZAOTOSIMASOIAIAA ZOTSIIA I OA .OTAOAGITIOَSOAOTA ,AO TO C A RA A R G A I AI GA R I AR O AS I IA TAOASIَ R O T R T A .IA IZ A IT OSOA SيOA OITA OTIIIRR SOIA SIT RRIÓS A ELABORAÇÃO, OS GRUPOS APRESENTARAM SEUS MOLDES À TURMA. COLETIVAMENTE, FOI REALIZADA A AVALIAÇÃO DOS MOLDES, A PARTIR DAS SEGUINTES CATEGORIAS: QUALIDADE DOS MATERIAIS UTILIZADOS; CLAREZA NA APRESENTAÇÃO DAS IMAGENS; SÍNTESE DO CONTEÚDO E FACILIDADE/EFICIÊNCIA NA COMPREENSÃO. 3. Resultados e discussão A seguir, apresentamos os moldes didáticos desenvolvidos pelos grupos. 1 - Ciclo reprodutivo feminino: este molde foi confeccionado com massa de biscuit, fita crepe, isopor e pincel atômico, (figura 01). O molde apresentou o ciclo reprodutivo feminino. As mulheres, a partir da puberdade, passam por ciclos reprodutivos mensais que envolvem atividades do hipotálamo, hipófise, ovários, útero, tubas uterinas, vagina e glândulas mamárias. (MOORE & PERSAUD, 2004). Este molde, conforme relato do grupo, poderá ser usado para auxiliar nas aulas de embriologia, para melhor visualização pelos estudantes dos eventos do ciclo reprodutivo feminino. Além disso, a massa de biscuit é um material barato, pode ser produzida pelos próprios estudantes e é mais durável. Figura 01: molde didático ciclo reprodutivo feminino, desenvolvido pelos estudantes do 7º período do curso de ciênicas biológicas – 1º semestre 2011. 2 - Primeira semana do desenvolvimento embrionário humano: este molde foi confeccionado com materiais que podem ser removíveis, representando as etapas da primeira semana do desenvolvimento embrionário humano, desde a liberação do ovócito, fertilização, formação do zigoto, clivagens, fase de mórula e formação blástula (figura 02). Para a confecção do molde, o grupo utilizou placa de isopor, fita crepe, bolas de isopor, palitos de dente, pincel atômico, tinta guache, pincel e tesoura. Os materiais utilizados são de fácil acesso e baixo custo. A proposta didática apresentada pelo grupo para o uso do molde em sala de aula seria para auxiliar na explicação do professor durante a aula expositiva dialogada. Ou seja, ao trabalhar a primeira semana do desenvolvimento embrionário, o professor, demonstraria no molde, as principais etapas do desenvolvimento inserindo as imagens à medida que avança o conteúdo. A proposta é de que, ao mesmo tempo que o professor demonstra as etapas no molde, haveria participação ativa dos estudantes, além da melhor visualização e interpretação das imagens. Figura 02: molde didático da primeira semana do desenvolvimento embrionário humano, desenvolvido pelos estudantes do 7º período do curso de ciênicas biológicas – 1º semestre 2011. 3 - Segunda semana do desenvolvimento embrionário humano: A rápida proliferação e diferenciação do trofoblasto são características importantes da segunda semana. São formados também, cavidade amniótica, âmnio, saco vitelino, pedículo do embrião e saco coriônico (MOORE, PERSAUD, 2004). As características da segunda semana do desenvolvimento embrionário foram representadas pelo grupo em um molde com massa de modelar, isopor, pincel atômico e etiquetas (figura 03). A proposta do uso do molde apresentada pelo grupo foi de utilização em sala de aula durante a explicação do conteúdo em uma aula expositiva dialogada. O principal objetivo seria de facilitar a assimilação do conteúdo a partir das imagens tridimensionais. O molde representa os movimentos de gastrulação e nidação do embrião, cujas imagens visualizadas nos livros didáticos, são planas e de certa forma, complexas. Figura 03: molde didático da segunda semana do desenvolvimento embrionário humano, desenvolvido pelos estudantes do 7º período do curso de ciênicas biológicas – 1º semestre 2011. 4 - Quarta a oitava semana do desenvolvimento embrionário humano: este período está relacionado com a organogênese. Da quarta à oitava semana é representada a maior parte do período embrionário. Todas as principais estruturas se estabeleceram a partir das três camadas germinativas (MOORE, PERSAUD, 2004). Para a realização deste molde o grupo utilizou couro, tecidos, uma placa de MDF e colas coloridas. Os materiais utilizados foram a partir de sobras, reutilizáveis, sendo uma oportunidade para trabalhar o reaproveitamento de materiais os estudantes. A proposta didática apresentada pelo grupo foi de utilização em aulas expositivas dialogada para auxiliar na visualização das imagens, uma vez que no livro didático, além destas imagens serem em menor tamanho, são planas, dificultando a interpretação e compreensão. (figura 04) Figura 04: molde didático da quarta a oitava semana do desenvolvimento embrionário humano, desenvolvido pelos estudantes do 7º período do curso de ciênicas biológicas – 1º semestre 2011. 5 - Desenvolvimento embrionário do ouriço do mar: O molde apresenta o zigoto, as clivagens, a blástula e a gástrula. O material é em 3D e possibilita o manuseio pelos estudantes. Os materiais utilizados na confecção do molde foram bolas ocas grandes e bolas maciças pequenas de isopor, tinta de tecido vermelha e amarela, tinta guache azul e vermelha, pincel, pincel atômico azul, papel pardo (2,5m de comprimento por 1m de largura), sagú, estilete, gilete e tesoura. (figura 05) Como proposta didática o grupo sugeriu a montagem prévia, no papel pardo, da sequência do desenvolvimento embrionário do ouriço-do-mar. O objetivo principal da atividade seria de levantar os conhecimentos prévios dos estudantes, e após, seria realizada aula expositiva dialogada com ressignificação dos conceitos e reorganização das etapas do desenvolvimento, se necessário. Figura 05: molde didático do desenvolvimento embrionário do ouriço-do-mar, desenvolvido pelos estudantes do 7º período do curso de ciênicas biológicas – 1º semestre 2011. Em todos os moldes didáticos foi possível perceber que os materiais utilizados foram adequados, de fácil acesso e alguns de reaproveitamento, não onerando o professor e os estudantes. )o(a utneu peaeuSSaeمeau euooumosa tno oeoouor ,a saS naosuSمçteotnu o opeuSutnor a Saseu o مatsu aateu tno suSxtSS ,)otnaeuS saS naosuS(tnuS euo puoo suSxupouto u uSntsoلeuSpatS ,a xan o ntenoمpneoeiS so suSxtSS .tcousosu sa naosu un Sooo su otoo poeo a utSuta so unseuaoaeuo :uSُoS SuetutnuS atuSn ,eau osaesoso puoo peaeuSSaeo so suSxupouto Qual a contribuição do molde didático para o ensino de embriologia? É possível aprender melhor o conteúdo de embriologia a partir de moldes didáticos? avaliação dos acadêmicos, conforme falas: “Foi produtivo, pois a explicação através do desenho torna o entendimento mais fácil” ;“Ao confeccionar o molde didático, facilitou o aprendizado, pois através do desenho ilustrado no livro, confeccionamos o ciclo reprodutivo com a massinha de biscuit colorida, explicando cada passo”; “Com o auxilio do molde, fica mais fácil explicar como ocorre a fecundação”; “Os moldes didáticos contribuem para o aprendizado do conteúdo”; “ Um material para nós usarmos na sala com os alunos”; Conforme Oliveira & Abreu (2004), a construção de modelos didáticos pode ser utilizada com o intuito de alcançar uma aprendizagem de qualidade, facilitando o acesso pelos estudantes de seus modelos mentais, permitindo a organização de suas idéias e informações conceituais existentes no sentido de construir modelos mais adequados sobre o desenvolvimento embrionário. 4. Considerações Segundo os estudantes, a construção dos moldes didáticos possibilitou uma melhor compreensão dos conteúdos estudados ao longo da disciplina de Embriologia Comparada. Destacaram ainda que pelo material ser “palpável” facilitou a visualização das etapas do desenvolvimento embrionário, além de auxiliar na interatividade da aula. Diante das contribuições dos estudantes de graduação percebeu-se que estas metodologias quando aplicadas adequadamente, enriquecem o aprendizado e facilitam a articulação entre teoria e prática. No caso do ensino da embriologia, os moldes didáticos possibilitaram a melhor compreensão das imagens, visto a visualização em modelos tridimensionais. Além disso, as aulas foram mais atrativas e dinâmicas estimulando o estudante a participar e ser sujeito da sua aprendizagem. A confecção e utilização de modelos didáticos durante o desenvolvimento das aulas se constitue em mais uma estratégia importante de ensino, para que os estudantes possam melhor compreender os diversos conceitos e processos de transformações ocorridas durante o desenvolvimento embrionário dos animais, por possibilitar imagens mais aproximadas do real e mais concretas. 5. Referências AMABIS, J. M. Biologia. São Paulo: Moderna, 2004. BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002. BORGES, R. M. R.; LIMA, V. M. do R. Tendências contemporâneas do ensino de Biologia no Brasil. Revista electrónica de Enseñanza de las Ciências. Vol. 6, nº 1. Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 2007. Disponível em: WWW.unesp.br/prograd/PDFNE2002/olabdebiologia.pdf . Acesso: jul. 2011. BRASIL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental. Brasília: MEC / SEF, 1998. 10 v. BRASIL. 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