Augusta e Respeitável Loja Simbólica "União, Harmonia e

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Augusta e Respeitável Loja Simbólica "União, Harmonia e Fraternidade", n° 3582
A Glória do Grande Arquiteto do Universo
Abraham Lincoln
16º Presidente dos Estados Unidos da América. Preservou a União
durante a Guerra Civil tendo conseguido a emancipação dos escravos. Nasceu
perto de Hodgenville, Kentucky, nos EUA em 12 de Fevereiro de 1809; morreu
assassinado em Washington, em 15 de Abril de 1865.
Filho de um agricultor de ascendência inglesa, vivendo no Kentucky, um
dos primeiros Estados criados após a independência da Grã-Bretanha (1792),
na fronteira ocidental do país, Lincoln passou a maior parte da sua infância no
território de Indiana, para onde a família se tinha deslocado em finais de 1816,
devido a um processo judicial de contestação da propriedade que o pai
possuía. A mãe morreu no Outono de 1818, tendo Lincoln e a irmã sido
educados pela madrasta, Sarah Bush Johnston, mãe de duas raparigas e um
rapaz, com quem o pai se casou no princípio do Inverno de 1819. Lincoln, filho
de pais iletrados, teve uma educação mínima, freqüentando a escola muito
esporadicamente, mas que, como o próprio afirmava, quando chegou à idade
adulta, lhe permitia ler e escrever e fazer algumas contas básicas.
Em 1830, a família mudou-se novamente mais para Oeste, para o
território do Illinois, na fronteira. Lincoln, com 21 anos, não querendo ser
lavrador começou por tentar várias profissões, mas finalmente estabeleceu-se
em Nova Salem, trabalhando em atividades como o comércio, os correios ou
no levantamento topográfico. Com o desencadear da Guerra de «Black Hawk»
contra tribos índias, alistou-se como voluntário tendo sido eleito capitão da sua
companhia. Não tendo, segundo as suas próprias palavras, <visto guerreiros
índios vivos>, terá entrado em várias <lutas sangrentas contra os mosquitos>.
Entretanto, candidatou-se à Assembléia Legislativa de Illinois, para onde foi
eleito repetidas vezes, após uma primeira tentativa falhada. Pensou em tornarse ferrador, mas finalmente escolheu a advocacia.
Tendo aprendido por si próprio, gramática e matemática, embrenhou-se
nos manuais O começo da profissão de advogado foi muito difícil e trabalhoso,
tendo de desbravar pelo Estado para conseguir clientes. Com o aparecimento
dos caminhos de ferro, Lincoln tornou-se advogado da Illinois Central Railroad,
tendo defendido a companhia com sucesso, o que lhe deu uma real
estabilidade financeira. Tornou-se um advogado reconhecido, tendo também
ganho um célebre processo do foro criminal, onde defendeu o seu cliente da
acusação de assassínio com a ajuda de um Almanaque que provava que,
sendo a noite do crime de Lua Nova, e por isso muito escura, a testemunha do
crime não podia ter presenciado o crime claramente.
Em 1842 casou com Mary Todd, mulher com uma sólida educação,
pertencente a uma família distinta do Kentucky, e cujos familiares em
Springfield faziam parte da elite local. Do casamento nasceram quatro filhos,
tendo só o filho mais velho chegado à idade adulta. Com o casamento Lincoln
começou a freqüentar a igreja Presbiteriana local. Sendo considerado um
céptico em questões religiosas e um livre-pensador, era um conhecedor
profundo da Bíblia, defensor de que toda a história era obra de Deus.
Quando Lincoln entrou para a política, no princípio dos anos 30 do
século XIX, simpatizava com as idéias de Jackson sobre o desenvolvimento da
democracia nos Estados Unidos, mas, ao contrário do presidente dos Estados
Unidos, achava que o governo federal devia intervir na ajuda ao
desenvolvimento econômico. Admirando os dois grandes políticos americanos
da década de 40, Henry Clay e Daniel Webster, começou por apoiar o partido
Whig, assim chamado, imitando o antigo nome do partido liberal britânico,
porque combatia ao aumento dos poderes presidenciais. Lincoln achava que o
seu Estado, o Illinois, e o Oeste em geral, precisavam desesperadamente do
apoio do governo federal no apoio ao desenvolvimento econômico, por meio de
um banco nacional, uma barreira alfandegária protecionista e um programa de
desenvolvimento das comunicações.
Como membro da Assembléia legislativa estadual do Illinois, de 1834 a
1840, Lincoln desenvolveu um projeto grandioso, a ser subsidiado por fundos
estatais, de criação de uma rede de caminhos-de-ferro, estradas e canais, que
foi aprovado, mas que por vários motivos não pôde ser concretizado. A posição
de Lincoln sobre a escravatura era, nesta altura, conciliatória defendendo que a
escravatura não só "era injusta, mas também era uma má solução", sendo que
as doutrinas abolicionistas tendiam a aumentar, e não a diminuir, os efeitos
perniciosos da instituição.
Durante o seu mandato para a Câmara dos Representantes (1847-1849)
Lincoln, que apresentou uma lei para a abolição da escravatura na capital
federal que não agradou a ninguém, dedicou-se, sobretudo a apoiar a eleição
de um presidente Whig, o que foi conseguido com a eleição do herói da Guerra
do México, Zachary Taylor, mas esta eleição não beneficiou Lincoln da maneira
que este esperava;
Afastado da política por um curto espaço de tempo, Lincoln regressou
para combater a Lei Kansas-Nebraska, proposta pelo seu rival político Stephen
A. Douglas, que permitia a existência da escravatura nestes estados, desde
que aprovada pelos seus eleitores. A luta política contra esta medida, que
acelerou o declínio do partido Whig, deu origem ao Partido Republicano. Como
muitos outros políticos Whig, Lincoln integrou este novo partido em 1856.
Em 1858 Lincoln tentou ser nomeado para o Senado, em vez de
Douglas. A campanha eleitoral deu origem a um conjunto de debates, que
abordaram, sobretudo, o tema da escravatura. Foi nessa época que proferiu o
célebre discurso Uma Casa Dividida, em que afirmou que uma casa dividida
não se pode manter, insistindo no tema de que as liberdades civis, tanto dos
brancos como dos negros, estavam em causa no problema da escravatura.
Os debates não conseguiram fazer com que Lincoln fosse eleito, mas
tornaram-no uma figura nacional, e fizeram com que, em 1860, fosse pensado
para a Presidência dos Estados Unidos. Na verdade, acabou por ser escolhido
como candidato do Partido Republicano, ao fim de três votações, na convenção
desse ano.
Devido haver quatro candidatos à eleição, o Partido Democrata estar
dividido e o seu Partido unido em seu redor, Lincoln acabou por ser eleito, com
40% dos votos dos eleitores, mas com uma grande maioria no Colégio
Eleitoral, sendo que no colégio não obteve nenhum voto dos Estados do Sul.
No período entre a eleição e a tomada de posse de Lincoln, a Carolina
do Sul decidiu abandonar a União. Tentou-se chegar a um compromisso, a
propósito da divisão territorial entre estados escravagistas e livres, mas
acabou-se por não chegar a nenhum acordo, o que levou outros seis estados
do Sul a seguir o exemplo da Carolina do Sul, formando os Estados
Confederados da América.
A guerra acabou por ser declarada devido ao cerco do forte Sumter por
tropas da Confederação. O forte que tinha sido acabado de construir na baía
de Charleston, na Carolina do Sul, e estava guarnecido por tropas federais, foi
bombardeado em 12 de Abril de 1861, antes da chegada anunciada de uma
coluna de reabastecimento. O novo presidente requereu tropas aos
governadores estaduais, o que fez com mais três estados abandonasse a
União, entre os quais o importante Estado da Virgínia, e declarou o bloqueio
dos portos sulistas.
A estratégia de Lincoln era simples. Baseava-se em organizar o maior
número possível de tropas e atacar em todos os lados ao mesmo tempo. O
peso demográfico e econômico dos estados do Norte, o faria sentir mais cedo
ou mais tarde, sobre os estados do Sul, e a guerra terminaria. Mas a unidade
de comando, necessária para coordenar os esforços dos diferentes exércitos
federais, só foi conseguida em Março de 1864 quando Lincoln nomeou o
general Grant, vencedor dos exércitos confederados no vale do Misissipi,
comandante-chefe das forças da União. A estratégia de 1861 pode ser posta
em prática, finalmente, e a rendição dos estados do Sul não demorou.
Durante a Guerra Civil a política de Lincoln em relação à escravatura foise modificando. Começando por defender a manutenção do statu-quo, isto é, a
manutenção da escravatura nos estados em que ela existia, e a proibição da
sua expansão para outros estados; a posição de Lincoln tornou-se, no fim da
guerra, abertamente abolicionista. Com o decreto presidencial de 1º de Janeiro
de 1863, que pôs em prática de acordo com o que considerava serem os
poderes do Presidente em tempo de Guerra, e que ficou conhecido como a
Proclamação da Emancipação, os escravos nos territórios do Sul sob domínio
confederado eram libertos.
A medida só libertou 200.000 negros até ao fim da guerra, mas mostrou
definitivamente que a abolição da escravatura se tinha tornado um dos
objetivos da guerra, para além da manutenção da unidade política. A medida,
de duvidosa legalidade, foi seguida por uma Emenda Constitucional, a 13, que
proibiu a escravatura nos Estados Unidos da América. A emenda tinha sido
prevista no programa político do Partido Republicano, durante a preparação
das eleições de 1864.
Durante a guerra, Lincoln teve de preparar a reconstrução dos estados
do Sul. A questão foi sempre fonte de divisão no Norte e no Partido
Republicano. A facção "Radical" defendia que os estados rebeldes deviam ser
tratados duramente, enquanto Lincoln e os Conservadores defendiam que os
territórios deviam regressar à normalidade o mais rapidamente possível, sendo
as medidas de regularização da situação a menos dura possível. Mas a
posição de Lincoln nunca foi muito clara, mesmo após o fim da guerra,
parecendo que se começava a aproximar das posições dos <Radicais>,
quando morreu.
Na noite de 14 de Abril de 1865, uma 6ª feira Santa, o ator, John Wilkes
Booth, defensor da escravatura e com ligações fortes ao Sul, membro de uma
família famosa de atores, matou Lincoln no Teatro Ford, em Washington.
Com a ajuda do seu antigo sócio na advocacia, que sempre salientou o
começo de vida bastante sórdido de Lincoln, este se tornou o modelo do
homem que sobe na vida a pulso.
São Paulo, 22 de Setembro de 2005 E∴ V∴
Charles Dal Gallo
A∴ M∴ Abraharn Lincoln
Fontes:
Enciclopédia Britânica
Centro Cultural Brasil Estados Unidos (http://www.ccbeunet.br)
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