crescimento físico e desenvolvimento

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CRESCIMENTO FÍSICO E DESENVOLVIMENTO
MOTOR
Introdução
Os organismos são formados por dois processos: a ontogênese (evolução individual) e a filogênese
(evolução coletiva, a evolução da espécie). Tudo começa com a formação do ovo ou zigoto (resultado
da união do óvulo com o espermatozóide). Este ovo desdobra-se (através fenômeno da multiplicação
celular) iniciando a construção de um novo organismo. Esta construção obedece a um plano (código
genético) que é hereditário, até chegar ao organismo adulto. Este deve possuir todas as características
de sua espécie e para tal é preciso que o meio ambiente, no qual habita, forneça-lhe o ingrediente
necessário para executar o projeto inicial.
O entendimento destas mudanças que normalmente ocorrem com a criança, à medida que os anos
passam, é um excelente auxílio para o professor; ajuda-o a julgar o comportamento e a tomar de
decisão a respeito do que poderia ser ocasionado por algum acontecimento provocado, daquilo que é
apenas a expressão do desenvolvimento normal. (GESSEL, 1985).
O último estágio do processo de crescimento e desenvolvimento é a célula, assim o processo depende
da divisão celular.
Existe uma energia, ligada aos fatores intrínsecos do crescimento que torna possível a capacidade de
crescer nos organismos jovens, e que deixa de atuar em determinado momento. Parece que estes fatores
constituem um “complexo hormonal” que, atuando na célula, provocará seu crescimento; podendo
ocorrer por: Hiperplasia - um aumento em número de células. O aumento no número é uma função da
divisão celular (mitose) a qual envolve a replicação de DNA e a subseqüente migração dos
cromossomos replicados em direção a células funcionais e idênticas Hipertrofia - um aumento em
tamanho celular envolve um aumento em unidades funcionais no interior da célula, particularmente de
proteínas e substratos, como é especialmente na hipertrofia muscular que ocorre com exercícios
regulares de resistência.
O crescimento é uma atividade biológica dominante durante as primeiras duas décadas da vida humana
incluindo os nove meses de vida pré–natal. Durante o crescimento, o indivíduo também amadurece. Os
termos crescimento e maturação são utilizados conjuntamente, e muitas vezes até mesmo como
sinônimos, mas cada um refere-se a atividades biológicas específicas. O termo desenvolvimento é
também comumente usado como crescimento e maturação; porém, há um amplo significado.
PROCESSO DE CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO
É um processo dinâmico, cujos
acontecimentos
seguem uma
determinada
ordem,
operacionalizado por intensas transformações oriundas no eixo temporal, cuja
característica principal é levar o indivíduo à obtenção dos mais altos padrões da espécie.
“Era uma vez um menino maluquinho. Ele tinha o olho maior do que a barriga t i n h a
fogo no rabo, tinha vento nos pés, umas pernas enormes (que
d a v a m p a r a abraçar o mundo) e macaquinhos no sótão (embora nem soubesse o que
significava macaquinho no sótão). Ele era um menino impossível!... E aí, o
tempo passou. E,como todo mundo, o menino maluquinho cresceu. Cresceu e
virou um cara legal!... E foi aí que todo mundo descobriu que ele não tinha
sido um menino maluquinho,ele tinha sido era um menino feliz!”(Ziraldo, 1980)
CRESCIMENTO
Aumento no tamanho do corpo ou suas partes à medida que a criança progride em direção a
maturidade. Aumento na estrutura do corpo ocasionado pela multiplicação ou alargamento de células.
Pode ser determinado pelas medidas de dimensões corporais:
- estatura, peso, diâmetros, perímetros, etc. Ex: crescimento físico. (GALLAHUE, 2001).
O Processo de Crescimento e desenvolvimento é estudado por três correntes teóricas:
A corrente teórica dos inatistas destaca que o comportamento de ser humano é como o próprio nome
diz inato. O futuro comportamento, os atributos, já estão implícitos no código genético. Assim o
processo de crescimento e desenvolvimento é governado pelo desdobramento maturacional do plano
genético, de que somos dotados no momento da concepção. As diferenças individuais resultam, pois,
das diferentes heranças (MC GURK, 1981).
A segunda, dos empiristas defende as influências do meio como responsáveis pelo comportamento
humano. O desenvolvimento é considerado como resultado da aprendizagem e experiência, sendo as
diferenças individuais resultados da ação dos diferentes ambientes. Os fatores hereditários são
importantes apenas nos aspectos determinantes do crescimento físico, neurológico e na diferenciação
das espécies (MC GURK, 1981; LIMA, 1984; HELGARD E ATKINSON, 1967).
E a terceira posição defende uma interação entre ambos os fatores, sendo os processos
interdependentes; nada é determinado exclusivamente pelo ambiente ou pela herança, daí o nome
interacionismo, gestaltismo, estruturalismo, construtivismo dado aos defensores desta posição. Os
interacionistas afirmam que o comportamento humano resulta da interação, da relação dinâmica entre o
equipamento genético hereditário e as exigências da adaptação ao meio ambiente, no qual se
desenvolve (Lima, 1984; Bee, 1984). Desta forma, o processo de crescimento e desenvolvimento pode
ser considerado como um conceito unificador, atenuando o dualismo entre hereditariedade e ambiente
(GESSEL, 1985).
Fatores internos e externos que influenciam o Crescimento
1. Hereditariedade: transmissão de características por meio genético (dos pais para seus descendentes).
Ex: acondroplasia – síndrome na qual os indivíduos recebem genes que determinam à baixa estatura –
anão.
2. Sistema Neuroendócrino: responsável pela ação e/ou inibição das funções glandulares do organismo.
Ex: as glândulas suprarrenais entram em atividade nas situações em que o indivíduo se sente ameaçado
(medo-adrenalina).
3. Nutrição: suprimento e ingestão de substancias (nutrientes) necessários para o metabolismo do
corpo. Ex: carboidratos, proteínas e vitaminas.
4. Nicho ecológico: local onde se vive e interage com o meio ambiente, contribuindo para a
manutenção do ecossistema. Ex: trabalho de uma pessoa pela cidade.
5. Condições socioeconômicas: conceito que distingue a classe que o indivíduo ocupa na sociedade em
que vive em função do seu trabalho e do quanto recebe por este. Ex: todo e qualquer brasileiro.
6. Estimulação biopsicossocial: estímulos para ampliar a aprendizagem. Ex: brinquedos como quebracabeça, lego e de encaixe estimulam a coordenação motora fina.
Brinquedos como balanço, escorregador e outros estimulam a coordenação motora grossa.
Os dois exemplos citados quando executados por mais de uma pessoa estimulam o desenvolvimento
social.
7. Doenças: desordem, perturbação ou mau funcionamento de uma parte ou de todo o corpo. Ex:
meningite.
8. Atividade Motora: atividade ligada ao movimento e seus relacionamentos funcionais com o meio
ambiente. Ex: andar, correr, levantar, empurrar.
A falta de atividade motora pode ocasionar uma alteração no sistema neuroendócrino.
HEREDITARIEDADE
É o fator interno responsável pelo conjunto específico de características ou tendências herdadas dos
pais e antepassados.
O potencial hereditário fica determinado no momento da concepção. O Processo de crescimento e
desenvolvimento (PCD), enquanto o organismo está em formação no útero, se faz quase
exclusivamente, de acordo com o código genético (nele a influencia externa é mínima, embora exista).
Com o nascimento o novo organismo inicia uma incessante luta com o meio. O código genético passa
então a criar possibilidades ao invés de modelos, dependendo do tipo de interação do organismo com o
ambiente, ressaltando na construção de todo seu comportamento, em todos os domínios (cognitivo,
afetivo-social e motor). Para o novo organismo o código genético oferece a estrutura, ficando a
construção por conta da interação com o meio (LIMA, 1983).
Do ponto de vista das características físicas, a hereditariedade determina muitos fatores como: cor dos
olhos, tipo sangüíneo, altura, cor dos cabelos.
Quanto às capacidades físicas existe uma intensa discussão sobre a influencia da herança. Parece que
algumas capacidades físicas como capacidade aeróbia, composição das fibras musculares soa
dependentes da hereditariedade (KISSOURAS, 1971 E 1973; KOMI, 1977, CITADOS POR
KOKOBUN, 1985). A capacidade anaeróbia e força sobrem menor dependência.
Com relação ao consumo de oxigênio (VO2 max) sabe-se que mesmo com treinamento adequado, ele
aumenta apenas cerca de 20 %. Isto demonstra a importância da herança na obtenção do rendimento
Maximo.
O genótipo constitui o potencial herdado para crescer e desenvolver (genes herdados). A interação com
os fatores ambientais resulta no fenótipo (dos genes herdados aqueles que manifestaram).
Com todos os problemas que existem para a determinação cientifica da influencia isolada da
hereditariedade, em relação ao ambiente, é provável que padrões de comportamento adaptação rápida
ou lenta, timidez ou extroversão, certos padrões de perturbações emocionais (psicose maníaco
depressiva, esquizofrenia), habilidades de manusear, tarefas intelectuais podem ser herdados (BEE,
1984).
A inteligência é um componente genético, mas é sempre bom salientar que os genes necessitam de um
meio para se expressarem - o ambiente, e este necessita de uma estrutura para que um comportamento
seja manifestado, esta estrutura tem base genética. Assim, no desenvolvimento da inteligência, o que
prepondera é a interação entre as influencias genéticas e o ambiente. Torna-se impossível tentar
separar, avaliar a importância isolada de cada um dos fatores (MC GURK, 1981).
MATURAÇÃO
Descreve-se como o processo que conduz ao estado maduro. Maturidade, contudo, varia com o sistema
biológico considerado. Maturidade sexual é a completa eficiência funcional de reprodução. Maturidade
esquelética é a total ossificação do esqueleto adulto.
Maturação refere-se ao tempo e momento de progresso rumo ao estado biológico maduro.
Está intimamente ligada aos processos biológicos, sendo guiada pelo código genético. Ela determina a
aptidão, o momento ótimo, à prontidão (período em que o organismo torna-se sensível para que possa
ocorrer determinada mudança estrutural). A maturação refere-se aos padrões de mudança seqüencial
programados geneticamente (BEE, 1984). São mudanças qualitativas que permitem a progressão para
atuar em níveis mais elevados.
Os efeitos maturacionais começam na concepção e perduram até a morte, sendo que são
compartilhados por todos os membros da mesma espécie.
Os padrões de mudança que são ocasionados pela maturação e que afetam o Processo de Crescimento e
Desenvolvimento ocorrem independentemente de aprendizagem, prática ou treinamento (GALLAHUE,
2001).
Torna-se óbvio que não é necessária nenhuma aprendizagem ou prática para os eventos maturacionais
como o estirão em altura, crescimento dos pêlos pubianos, a ocorrência da menarca (primeira
menstruação), o engatinhar. Mas estas mudanças ocorrem num ambiente específico e mesmo sendo
geneticamente determinadas (tendendo a resistir às influências ambientais), acabam por ser perturbadas
por determinados estímulos externos (privação, acidentes).
A maturação é guiada pelo código genético e está sempre se reorganizando (fenômeno da equilibração)
através da influência que recebe do meio ambiente (PIAGET, citado por LIMA, 1983).
Pessoas diferem consideravelmente nas suas médias de maturação. Duas crianças podem ter o mesmo
tamanho (ter o mesmo nível de crescimento). Ex. elas podem tomar “caminhos" diferentes rumo ao
estado adulto. Uma criança pode ter alcançado 65% da estatura adulta e outra 75%. Desta forma,
indivíduos finalizam-se como adultos esqueleticamente, mas com tempos e alcances diferentes em
altura esquelética. Esta é a distinção fundamental entre crescimento e maturação. Crescimento focalizase sobre tamanho e maturação focaliza-se sobre progresso em/ou média de tamanho alcançado.
Evidencia-se que crescimento e maturação são rigorosamente relacionados e precisam ser vistos
dinamicamente. O objetivo é o estado maduro – maturidade – e estes processos implicam desde o
momento de concepção até a aquisição deste estado final.
Portanto, crescimento e maturação podem também ser descritos como processos que são intencionais,
ou direcionais.
A seqüência de mudanças não varia entre os elementos da mesma espécie, é caracterizada por uma
ordem fixa de surgimento das características, permanecendo invariável, mas a velocidade de
surgimento do padrão de mudança pode variar: todas as crianças engatinham antes de andar, entretanto
este momento pode variar, no tempo, entre elas. Então, entende-se por maturação mudanças
qualitativas que possibilitam ao indivíduo progredir para níveis mais altos de funcionamento.
O fato de determinadas crianças apresentarem performance superior à média pode ser atribuído a maior
velocidade de maturação, inerente a melhor eficiência dos sistemas fisiológicos, o que não garante que
esta melhor performance seja mantida mais tarde. (KOKUBUN, 1985)
Como a maturação é um fato biológico, fatores ambientais podem influenciá-la.
Uma criança que não se alimenta adequadamente pode andar mais tarde do que a média.
Meninas com severa desnutrição podem ter problemas e não menstruarem. Mesmo no estado fetal a
seqüência de mudanças pode ser afetada por doenças da mãe ou de outros agentes externos, como o
problema da talidomina (BEE, 1984).
Outro aspecto importante é a formação de redes neuronais (ligadas a exercitação) de solicitação do
meio. Crianças oriundas de ambientes estimulantes (ricos em provocações, contradições) apresentam
milhares de conexões (ramificações nervosas) a mais do que crianças oriundas de ambientes sem
estimulação ou facilitadores. Como existe um momento ótimo para a estruturação de um órgão e como
o comportamento mental depende da maturação do sistema nervoso, esta estrutura (sensório - motora,
verbal e mental) pode apresentar problemas se deixar passar a oportunidade ideal (momento ótimo)
criada pela maturação. Para tanto basta recordar a dificuldade de alfabetizar pessoas idosas, ou mesmo
a aprenderem a dirigir ou a técnica de gestos esportivos (LIMA, 1983).
Desta forma, a maturação é o processo que resulta em mudanças ordenadas no comportamento da
pessoa, cuja época e padronização são relativamente independentes de exercício a experiência, embora
possa exigir um ambiente normal (HILGARD E ATKINSON, 1979).
Apesar de ocorrerem simultaneamente, a maturação e o crescimento são fenômenos distintos. Sendo
inseparáveis existe dificuldade de identificar se determinada mudança é fruto da aprendizagem (meio
ambiente) ou da maturação. O crescimento, como já foi visto, refere-se às mudanças em quantidade. O
crescimento do corpo pode ser em função da maturação, embora não necessariamente. O tamanho do
corpo pode ter aumentado pela mudança de alimentação (ambiente) e porque os ossos crescem
(maturação).
De acordo com o desenvolvimento motor, as mudanças contínuas que ocorrem neste processo parecem
de algum modo, que independem da participação do adulto. A explicação para tal volta para o processo
maturacional resultante da imitação, tentativa e erro e liberdade de movimento: quanto mais
encorajadoras as situações de exposição das crianças, maiores serão as possibilidades de
desenvolvimento de suas capacidades e habilidades motoras, além de um nível de normalidade previsto
(WICKSTROM, citado por CANFIELD et al, 1982).
Com relação ao talento, o problema é bem interessante. As crianças que possuem maior velocidade
maturacional tendem a ser mais habilidosas, destacando-se em relação as velocidade normal ou lenta, o
que pode levar os menos avisados a considerá-las como talentos esportivos. Torna-se necessário
reconhecer estas diferenças para que as crianças, com índice maturacional precoce, não sejam
submetidas a um tipo de treinamento rigoroso e de resultados duvidosos no futuro (especialização
precoce). O amadurecimento precoce constitui em vantagem na apresentação de uma aptidão física
superior, o que leva a ensino de técnicas em idade precoce. Estes fatores podem resultar em maior
segurança psicológica, que pode perdurar pela idade adulta. Entretanto tem sido constatado que as
crianças com amadurecimento tardio podem tornar-se jogadores superiores, os quais por não terem sido
expostos demasiadamente ao “stress” psíquico da competição, podem praticar o esporte por tempo
mais longo do que as que amadurecem precocemente. (CRATTY, 1984).
No desenvolvimento infantil não é possível estabelecer uma distinção certa entre maturação (interna) e
aprendizagem (externa), a distinção que se faz é apenas didática e acadêmica. Os fatores hereditários
evoluem somente como resposta ao meio e os fatores adquiridos asseguram-se somente por meio da
modificação de uma estrutura já existente.
Toda maturação envolve uma aprendizagem e em toda aprendizagem infantil existe uma maturação
hereditária (LAWTHER, 1978).
FATORES HORMONAIS
Os hormônios são compostos orgânicos fabricados por glândulas específicas, os quais, através da
circulação sanguínea, irão produzir efeitos distantes do seu local de origem (RAW, 1969). Existem três
teorias mais aceitas para explicar a ação hormonal: controle de permeabilidade celular, controle do
metabolismo através da ação sobre as enzimas e controle da síntese de enzimas.
O CRESCIMENTO EM HUMANOS
Entende-se por crescimento a adição organizada de novo tecido, que ocorre normalmente desde a fase
intra-uterina até a idade adulta.
No homem esse crescimento é possível graças a um sistema hormonal (ou endócrino) bastante
eficiente. Veremos adiante os hormônios que influenciam no crescimento humano e como agem no
organismo.
A) Hormônio do Crescimento Humano (GH, STH, HCH, Somatotrófico).
O crescimento da espécie humana é regulado pelo hormônio GH (growth hormone= hormônio de
crescimento), o qual é sintetizado e secretado durante a infância e adolescência. Embora na fase adulta
o crescimento esteja estacionado, há também secreção de GH, que participa de outros processos
fisiológicos.
LOCAL DE SECREÇÃO: O hormônio de crescimento é sintetizado e secretado pela adenohipófise,
uma das divisões da glândula chamada hipófise. Esta é a glândula endócrina que regula um maior
número de funções no organismo, tendo ação sobre diversas outras glândulas. Seus hormônios são
lançados diretamente na circulação sangüínea. A hipófise está localizada na base do crânio, alojada
numa pequena depressão do osso esfenóide e liga-se ao hipotálamo por um pedúnculo nervoso.
O hipotálamo é uma área do encéfalo responsável pela coordenação de diversas funções, tais como
fome, sede, sono, atividades sexuais e pela regulação da atividade da hipófise.
DOENÇAS RELACIONADAS AO CRESCIMENTO HUMANO
Existem no homem algumas complicações relacionadas ao crescimento que são geralmente
atribuídas aos distúrbios de produção de GH. Algumas delas são descritas abaixo.
NANISMO: em geral, os hormônios são produzidos durante a infância e a adolescência. No entanto, se
nesse período ocorrer uma deficiência na taxa de circulação do hormônio de crescimento (GH), o
indivíduo sofrerá uma grave redução do crescimento. Daí essa anomalia ser denominada nanismo.
GIGANTISMO: o hormônio de crescimento também pode ser produzido em excesso durante a
infância devido à hiperfunção da glândula secretora nesta fase. Isto resultará na aceleração do
crescimento, em especial dos ossos longos, o que levará o indivíduo a um crescimento excessivo,
atingindo alturas de até 2,45m.
ACROMEGALIA: a produção excessiva do GH após a adolescência pode acontecer decorrente de
uma tumoração das células da hipófise que secretam este hormônio. Nesse caso, uma vez que já houve
o fechamento das cartilagens de conjugação, os ossos aumentam em espessura e os indivíduos
acromegálicos podem apresentar alongamento de mandíbula e deformidade nos ossos da face, mãos e
pés.
INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS
O ser humano sofre influencia ambiental dividida em duas fases: pré-natal (antes do nascimento) e pósnatal (após o nascimento). Mesmo antes de nascer o organismo, embora muito protegido no útero,
ainda assim pode sofrer influencias. Com toda segurança satisfatória atribuída à vida intra-uterina,
permitindo um estado quase invulnerável, alguns fatores podem perturbar como: deficiência
nutricional, problemas mecânicos na posição fetal, doenças endógenas, drogas, etc.
Entretanto após o nascimento, o ambiente passa a atuar muito mais, criando agora um estado de
vulnerabilidade máxima (MARCONDES, 1977). As mudanças contínuas do meio obrigam a criança a
constantes adaptações. Como os mecanismos homeostáticos ainda estão como que em “estado de
inércia”, a criança fica vulnerável – daí sua dependência de terceiros nos primeiros anos de vida.
À medida que a criança cresce e desenvolve sua vulnerabilidade e dependências irão, gradativamente,
sofrendo uma diminuição, sem jamais desaparecer por completo.
O primeiro fator a ser analisado, fruto do ambiente, é a aprendizagem, que tem sido considerado um
dos processos mais significativos para a compreensão do comportamento humano.
Pode ser definida como uma mudança interna, que é inferida a partir de uma melhora relativamente
permanente no desempenho e que ocorre como resultado da prática (MAGILL, 1984). Como a
aprendizagem ocorre internamente, não sendo observada ou mensurada diretamente, a sua avaliação é
feita através do desempenho apresentado. E como esta mudança deve ser relativamente permanente, a
mudança ocorrida no desempenho não deve ser passageira.
Do ponto de vista do desenvolvimento, a aprendizagem é estudada através do acumulo de
conhecimento durante a vida. O que se é capaz dez fazer agora é fruto do que foi aprendido
anteriormente.
ESTIMULAÇAO BIOPSICOSSOCIAL
Estimulação biopsicossocial: estímulos para ampliar a aprendizagem. Ex: brinquedos como quebracabeça, lego e de encaixe estimulam a coordenação motora fina. Brinquedos como balanço,
escorregador e outros estimulam a coordenação motora grossa. Os dois exemplos citados quando
executados por mais de uma pessoa estimulam o desenvolvimento social.
A carência afetiva pode acarretar distúrbios psicológicos que levam a criança a um retardo no
crescimento, principalmente pela interrupção da liberação ou síntese de hormônio de crescimento, mais
grave quando as relações familiares são completamente destruídas. A transferência de ambiente, onde a
afetividade seja novamente encontrada, leva a uma recuperação marcante no crescimento e uma volta à
produção de hormônio de crescimento, sem nenhum outro tratamento.
As necessidades afetivas instintivas como receber afeto, atenção, contato físico agradável, quando não
satisfeitas dão origem a uma doença carencial, cuja síndrome é complexa: irritabilidade falta de apetite
e perda de peso. Estes efeitos tornam as crianças extremamente indiferentes ao meio ambiente e levam
a um desenvolvimento psicomotor retardado, que se reflete numa parada do crescimento.
Num quadro agudo, ocorrendo curta separação entre mãe e filho, o processo é reversível com o retorno
ao convívio materno. No quadro crônico, depois de certo tempo, o processo pode tornar-se irreversível.
DOENÇAS
Alguns autores opinam que doenças graves podem provocar uma diminuição da velocidade de
formação de uma cartilagem óssea, embora permita que a transformação de cartilagem em osso
continue. Este desequilíbrio poderá levar o individuo a uma altura final reduzida.
Quando a doença é aguda poderá haver uma parada no crescimento, mas tão logo a criança fique
curada o organismo compensa e retoma o ritmo anterior, com o problema passando quase despercebido
pelas pessoas que cercam a criança (MARCONDES, 1978).
Quando a doença é crônica o problema pode ser mais evidente. Por exemplo: o repouso constante que
estas doenças exigem pode desacelerar o crescimento: o organismo em situação de emerg6encia
(processo infeccioso) desvia as kcal do PCD para combater a infecção, em prejuízo do crescimento
(MARCONDES, 1978).
CURVAS DE CRESCIMENTO GERAL DO CORPO
As células, os tecidos e órgãos possuem padrões e velocidades próprias diferenciadas, entretanto como
os processos ocorrem ao mesmo tempo, a distinção entre eles torna-se difícil. Entretanto as dimensões
dos músculos, esqueleto ou de alguns órgãos como fígado, baço e rins seguem aproximadamente, a
curva de crescimento em altura (Tanner, 1971).
Alguns tipos de tecidos apresentam curvas bem diferenciadas e são classificados em 4 tipos.
a) Crescimento geral somático: a altura é a maior parte das dimensões corporais (tecido e osso,
aparelho respiratório, circulatório e digestivo, rins, baço) esta apresentada pela curva geral, em forma
de S, com dois períodos de maior velocidade, de 0 a 2 anos e na puberdade. (MARCONDES, 1978).
b) Crescimento do cérebro e do crânio: cérebro, crânio, olhos e ouvidos desenvolvem-se mais cedo
do que qualquer parte do corpo. Juntamente em virtude deste intenso crescimento fica mais vulnerável
as possíveis agressões: o SNC nos primeiros 2 anos de vida esta sujeito a este tipo de agressão por mais
desnutrição protéica calórica (MARCONDES, 1978). Aos 6 anos o cérebro já se encontra com mais de
80% de seu crescimento. Este fator reveste-se da maior importância para objeto de estudo da Educação
Física que é o movimento humano – período em que o cérebro se desenvolve rapidamente coincide
como período em que a criança mais se movimenta. Utilizando-se do movimento a criança explora o
meio ambiente e obtém informações do mundo que a envolve (daí a afirmação que a atividade motora
da criança é básica para o seu posterior desenvolvimento cognitivo).
c) Crescimento dos órgãos reprodutivos: estes órgãos internos e externos apresentam uma curva de
crescimento parecida com o crescimento geral somático, entretanto muito diferente nos seus efeitos.
Estas estruturas permanecem com um crescimento lento até a puberdade e então vão adquirir um
crescimento acentuado.
d) Crescimento do tecido linfóide: este é responsável pela imunidade do organismo, a proteção contra
agentes estranhos específicos (GUYTON, 1985). Localiza-se de forma mais intensa nos gânglios
linfáticos, amídalas, adenóides, apêndice, intestino e baço. Distribuído por todo corpo o tecido linfóide
intercepta o organismo invasor, antes que ela possa disseminar pelo corpo. É a única curva que
apresenta involução, atinge 200% de crescimento por volta de 8/10 anos e a partir daí declina para seu
valor adulto, talvez por influência dos hormônios sexuais (MARCONDES, 1978).
As informações valiosas que as medidas antropométricas podem fornecer dependem da exatidão com
que foram obtidas. Sendo a medida da altura e do peso, as mais utilizadas pelos professores de
Educação Física, o que torna ainda mais importante à utilização de padrões, protocolos, para que
possam ser confiáveis e comparáveis.
DESENVOLVIMENTO MOTOR
Os termos crescimento e maturação são usados em conjunto com o termo desenvolvimento.
“Desenvolvimento” denota um amplo conceito utilizado em dois contextos distintos.
Crescimento é biológico, e aqui desenvolvimento é diferenciação de células ao longo das
especializações de suas funções. Este, principalmente, ocorre em vida pré-natal, quando tecidos e
sistemas orgânicos são formados, sendo altamente dependente da ativação e repressão de genes ou
séries de genes. O desenvolvimento de função, obviamente, continua após o nascimento, pois
diferentes sistemas do corpo vêm a ser funcionalmente refinados.
Desenvolvimento é comportamental e relata o desenvolvimento de competência em uma variedade de
domínios inter-relacionados, como a criança ajusta-se ao meio cultural – o conjunto de símbolos,
valores e procedimentos que caracterizam uma população.
Desta forma, pode-se falar do desenvolvimento da competência social, intelectual ou cognitiva,
emocional e bem-estar, como também do desenvolvimento da personalidade individual da criança
dentro do contexto da cultura particular na qual ela se insere.
* mudanças no nível de funcionamento dos indivíduos. Aparecimento e ampliação das capacidades da
criança de funcionar num nível mais elevado. (GALLAHUE, 2001).
Ex: desenvolvimento fisiológico/ desenvolvimento motor/ desenvolvimento cognitivo/
desenvolvimento afetivo – social.
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