ESTRUTURA GEOLÓGICA DA TERRA E FORMAS DE

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ESTRUTURA GEOLÓGICA DA TERRA E FORMAS DE RELEVO
CONTEÚDOS

Estrutura interna da Terra

Tectônica de placas

Agentes endógenos e agentes exógenos

Estruturas geológicas

Formas de relevo

Eras geológicas
AMPLIANDO SEUS CONHECIMENTOS
A história do Universo começa há aproximadamente 13,7 bilhões de anos, com o
Big Bang. Segundo essa teoria, toda a matéria que constituía o Universo concentrava-se
em um único ponto até a grande explosão que deu origem a tudo que conhecemos. Desde
então, o Universo está em constante expansão. Muitos cientistas questionam inclusive se,
em algum momento, o Universo deixará de se expandir e entrará em um movimento de
retração.
Toda matéria que constitui o Universo tende a se concentrar nas galáxias. A galáxia
em que vivemos é a Via Láctea e o Sol é apenas uma das bilhões de estrelas que existem
nessa galáxia. Acredita-se que todo o Sistema Solar tenha a mesma origem.
O Sol, a estrela central desse sistema, é uma estrela-anã amarela que se formou há
4,6 bilhões de anos, isto é, quando o Universo já possuía aproximadamente 9 bilhões de
anos. Essa estrela foi formada do colapso gravitacional e contração de parte de uma densa
e gelada nuvem de poeira e gás.
Figura 1 – Superfície solar registrada pelo Solar Dynamics Observatory (NASA), em 2010
Fonte: Wikimedia Commons
Partes dessa nuvem, que deram origem ao Sol, formaram partículas sólidas de gelo
e rocha formando os planetas. O planeta Terra teve sua origem há aproximadamente 4,5
bilhões de anos e, assim como o Sol, também se formou de uma força gravitacional que
acumulou poeira cósmica e gases em um corpo homogêneo, com ferro e níquel fundidos
(material pesado) em seu interior; 500 milhões de anos depois, o planeta passou por um
processo de resfriamento e a crosta terrestre começou a ser formada.
A partir daí, diferentes camadas foram se consolidando, cada uma com temperatura,
densidade e tipos de materiais distintos.
Figura 2 – Terra registrada pela sonda Deep Space Climate Observatory (NOAA), em 2015
Fonte: Wikimedia Commons
As três principais camadas da Terra são crosta, manto e núcleo.
Estrutura interna da Terra
O núcleo é a camada mais interior da Terra e é formado, basicamente, por níquel e
ferro.
Estudos indicam que as temperaturas do núcleo chegam em torno dos 6000ºC.
O núcleo é dividido em duas partes: o núcleo externo, em estado de fusão; e o
núcleo interno, que é a parte mais densa do planeta Terra e está em estado sólido.
O manto é a camada mais espessa da Terra e é formado pelo magma, um material
pastoso e denso constituído de rocha fundida. O manto representa mais de 80% do volume
do planeta.
A crosta terrestre é a camada rochosa mais externa da Terra e possui espessura
média de 25 km. A crosta é formada, basicamente, por oxigênio e silício, além de outros
elementos como ferro, cálcio, alumínio, magnésio, em menor quantidade.
Figura 3 – Estrutura interna da Terra
Fonte: Wikimedia Commons
Apesar de ser uma camada rochosa, a crosta terrestre não é homogênea. Ao
contrário, ela é inteiramente dividida em grandes blocos chamados de placas tectônicas.
Recebe o nome de litosfera a camada formada pela crosta terrestre (placas
tectônicas) e a parte superior do manto. O planeta Terra possui intensa fonte de calor em
seu interior que oferece energia para as atividades internas, como o movimento das placas
tectônicas. Esses movimentos ocorrem na litosfera.
Tectônica de placas
No início do século 20, o cientista alemão Alfred Wegener expôs uma teoria que
revolucionou os estudos geológicos da Terra ao formular a “Teoria da Deriva Continental”.
Wegener foi o primeiro a perceber a similaridade entre as linhas de costa dos continentes
africano e sul-americano. A partir disso, lançou a tese de que os dois continentes tinham
um passado comum.
Em seu estudo, o cientista também baseou-se em evidências paleoclimáticas e
percebeu a semelhança entre as idades e os tipos de rochas e fósseis animais e vegetais
que existiam em ambos os continentes. Essas evidências levaram Wegener a formular sua
teoria, propondo que, há aproximadamente 200 milhões de anos, a Terra possuía um único
continente, a Pangea (do latim, pan = toda, gea = Terra). Wegener e outros geólogos da
época, então propuseram que, inicialmente, esse bloco se dividiu em dois grandes
continentes, Laurásia e Gondwana. Esses continentes continuaram a se fragmentar e se
reorganizar até formar, há 5 milhões de anos atrás, os oceanos e os contornos continentais
que se conhece atualmente.
Figura 4 – Evidências utilizadas por Wegener para elaborar a Teoria da Deriva Continental
Fonte: Wikimedia Commons
Apesar de coerente, a Teoria da Deriva Continental não foi aceita totalmente pela
comunidade científica, uma vez que Wegener não conseguiu provar qual força era capaz
de movimentar os continentes. Somente na década de 1960, com o mapeamento do fundo
oceânico é que os pressupostos da deriva continental foram complementados pela “Teoria
da Tectônica de Placas”.
O desenvolvimento de submarinos e outros equipamentos militares permitiu que o
assoalho oceânico fosse mapeado em meados do século 20. Nessa época, descobriu-se a
existência de uma grande cadeia montanhosa (dorsal) submarina, no Atlântico, que
indicava as linhas de ruptura da separação dos continentes.
O aperfeiçoamento das técnicas de datação das rochas levou cientistas a concluir
que a crosta oceânica não possuía a mesma idade. Os cientistas perceberam que as rochas
próximas às linhas costa eram mais antigas e, à medida que se aproximavam dos dois
lados das cordilheiras oceânicas, eram mais jovens. Além disso, também constataram que
a atividade sísmica nessas áreas era intensa.
Dessa constatação, formularam a teoria de que o assoalho oceânico está em
constante expansão e que existem enormes falhas que dividem a crosta em grandes
placas, que estão em constante movimento.
Figura 5 – Dorsal Meso-Atlântica
Fonte: Wikimedia Commons
O aprofundamento desses estudos também comprovou que os limites das placas
podem ser divergentes, quando elas se separam; convergentes, quando elas se encontram
e conservativos, quando as placas se deslocam lateralmente. Em todos os casos, as
atividades geológicas (falhas, abalos sísmicos e vulcanismo, por exemplo) são mais
intensas nessas áreas de contato.
Veja no mapa a seguir o conjunto das placas tectônicas:
Figura 6 – Placas tectônicas
Fonte: Fundação Bradesco
Apesar de se saber que as crostas continentais e oceânicas estavam separadas em
placas tectônicas, um questionamento ainda não havia sido respondido desde a Teoria da
Deriva Continental: qual força faz as placas tectônicas se movimentarem?
Mesmo não se conhecendo exatamente todos os processos que ocorrem no interior
da Terra, existe um consenso entre a comunidade científica que explica que o motor que
move as placas tectônicas é a convecção do manto.
O manto é formado por um material pastoso, o magma, composto de rocha de
diferentes temperaturas e densidades. As massas mais leves e aquecidas se expandem e
sobem lentamente; em contrapartida, os materiais mais densos e com temperaturas mais
baixas descem para ocupar o espaço deixado pelas massas ascendentes. Esse processo
é contínuo e, quando o manto se movimenta, a litosfera também se move, provocando
deslocamentos horizontais e verticais das placas.
Quando o material aquecido do manto sobe até a crosta, ele se resfria e se
consolida, provocando a expansão da crosta. Observe o esquema:
Figura 7 – Movimento de convecção do manto
Fonte: Fundação Bradesco
As zonas de contato entre as placas são propícias para a ocorrência de diferentes
eventos geológicos. Dentre eles, destacam-se a orogênese, os abalos sísmicos e o
vulcanismo.
1) Orogênese
Orogênese é o processo de formação dos dobramentos modernos que resultam na
formação das grandes cadeias de montanhas ou cordilheiras.
Os movimentos orogenéticos ocorrem nos limites convergentes das placas
tectônicas, em porções instáveis e menos rígidas da crosta terrestre. Esse processo tem
uma escala de tempo muito lenta e, ao colidirem, as placas dobram e soerguem, formando
as cordilheiras. O Himalaia e os Andes são exemplos de grandes cadeias de montanhas.
Figura 8 – Cordilheira do Himalaia
Fonte: Wikimedia Commons
2) Abalos Sísmicos
Os abalos sísmicos ou terremotos também estão diretamente associados à
tectônica de placas. Eles são provocados pela energia liberada durante o choque entre as
placas tectônicas.
Os terremotos podem ser classificados como tremores bruscos, passageiros que
ocorrem na crosta terrestre e, dependendo de sua magnitude e intensidade, podem causar
severos danos na superfície.
Como as placas estão em constante movimento e contato, ocorrem milhares de
terremotos todos os dias, porém, apenas os terremotos de grande magnitude são sentidos
na superfície. A magnitude de um terremoto é quantificada pela Escala Richter, que mede
a quantidade de energia liberada no foco de origem do terremoto. O parâmetro responsável
por mensurar os efeitos que um terremoto provoca na superfície – os danos produzidos nas
pessoas, nas construções, no meio ambiente – é a Escala de Mercalli.
Dica: Para entender os processos que dão origem aos terremotos e os efeitos que eles
provocam na superfície terrestre, ouça no Portal EJ@, na seção Biblioteca Digital do
Ensino Médio, ao podcast:
Terremotos
Em seguida, não deixe de fazer a Sequência Didática preparada para esse material!
3) Vulcanismo
Um vulcão surge a partir de uma fissura na crosta terrestre, na qual se acumula
material vulcânico.
A formação e a atividade vulcânica – erupção – estão diretamente associadas às
zonas de contato entre as placas tectônicas, no entanto, existem alguns vulcões conhecidos
por “intraplaca” pois não se localizam nessas bordas. Observe o mapa a seguir, que mostra
a correlação entre a atividade vulcânica nos limites das placas. Também é possível
correlacionar esses limites com a atividade sísmica. Isto é, os terremotos de grande
magnitude costumam acontecer próximos a essas regiões.
Figura 9 – Atividade vulcânica
Fonte: Fundação Bradesco
A ascensão do magma à superfície e seu resfriamento dão origem ao seu formato
similar a um cone. Durante a erupção vulcânica, a lava carrega uma série de gases como
dióxido de carbono, monóxido de carbono, dióxido de enxofre, hidrogênio, formando uma
nuvem tóxica durante a erupção. Alguns eventos de natureza vulcânica são altamente
destrutivos, pois lançam gases e micropartículas sólidas na atmosfera a longas distâncias.
Apesar da violência, o vulcanismo provoca a formação de rochas vulcânicas (que
tem origem no resfriamento da lava) que, quando sofrem processo de intemperismo,
resultam em solos férteis, como o solo de terra roxa. Também é possível aproveitar a
energia liberada na atividade vulcânica para se produzir energia geotérmica.
Agentes endógenos e agentes exógenos
Chamamos de relevo toda as irregularidades, de forma e altitude, presentes na
crosta terrestre.
Todas as atividades tectônicas, como a orogênese, abalos sísmicos e vulcanismo
podem ser classificados como agentes internos ou endógenos do relevo. Isto é, são os
processos responsáveis pela estruturação do relevo e são impulsionados pela energia
liberada no interior do planeta.
Já os agentes externos ou exógenos são aqueles que atuam no processo de
modelagem do relevo e ocorrem na superfície. Em outras palavras, pode-se dizer que esses
agentes esculpem as formas do relevo.
Ao agir na superfície, eles podem provocar erosão, transporte de material e
sedimentação. Dentre os principais agentes que modelam o relevo, pode-se se citar a ação
da água do mar, dos rios, da neve e das chuvas, o vento e a ação das geleiras. As condições
da atmosfera, como umidade e temperatura, também provocam alterações nas formas do
relevo.
O homem também é um importante agente exógeno que provoca grandes
alterações no relevo. A construção de represas, rodovias e túneis, a criação de aterros e a
exploração mineral são atividades que provocam grandes impactos no modelado da
superfície.
Figura 10 – Erosão eólica em cadeia de montanha
Fonte: Wikimedia Commons
A imagem mostra um trecho da Cordilheira dos Andes, próximo à cidade de Puno,
no Peru, que está localizada a mais de 3800 metros de altitude. Na imagem, é possível
visualizar o resultado da ação dos agentes internos e externos que atuam na conformação
do relevo. Enquanto a orogênese (agente interno) provoca a elevação da cordilheira, a
erosão eólica (agente externo) modela o relevo. As marcas em diagonal, no alto da rocha,
são evidências da ação do vento.
Vale lembrar que a ação dos agentes internos e externos é contínua e concomitante.
Estruturas geológicas
A crosta terrestre pode ser classificada de acordo com sua origem, processo de
formação geológica e tipo de rocha. A essa classificação damos o nome de estrutura
geológica.
Existem três grandes províncias geológicas: escudos cristalinos, dobramentos
modernos e bacias sedimentares.
Os escudos cristalinos são estruturas antigas, formadas durante a era PréCambriana. Os escudos são constituídos de minerais metálicos (ferro, manganês, ouro) e
não metálicos (quartzo, ardósia).
No Brasil, os escudos cristalinos correspondem a 36% das estruturas da superfície.
A região do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, que possui importantes reservas de
ferro, é um escudo cristalino, localizado na região da Serra do Curral, da Serra do Ouro
Branco, da Serra da Moeda, da Serra do Caraça e início da serra do Espinhaço.
Os dobramentos modernos são as estruturas mais elevadas, instáveis e recentes
que existem na superfície. Essas estruturas são formadas basicamente por movimentos
orogenéticos, isto é, possuem relação com os eventos geológicos que ocorrem nos limites
das placas tectônicas.
Por estar localizado no centro de uma placa, o Brasil não possui dobramentos
modernos.
As bacias sedimentares são áreas rebaixadas da crosta, submersas ou não,
preenchidas por grãos de minerais, fragmentos de rochas e sedimentos orgânicos (restos
de animais e vegetais, conchas, recifes, etc.). Ao longo de milhares de anos, essas
partículas são transportadas e depositadas nas bacias por meio da ação dos ventos, da
água, pelo transporte de animais ou por qualquer outro agente que realiza a transposição.
No Brasil, as bacias sedimentares recobrem 64% das terras emersas.
As bacias são de grande importância econômica, pois dão origem aos combustíveis
fósseis. Ao longo do processo de deposição dos sedimentos, materiais orgânicos
acumulam-se em áreas de bacias sedimentares e, em condições especiais de temperatura
e pressão, dão origem ao petróleo, carvão mineral e gás natural.
Formas de relevo
A atuação conjunta dos agentes endógenos ou exógenos resultam na variação da
fisionomia da paisagem.
O relevo caracteriza-se pela diversidade de forma, altitude, estrutura e processo de
formação. No Brasil, as três principais formas de relevo são os planaltos, as planícies e as
depressões. Observe o mapa:
Figura 11 – Unidades Morfoestruturais do Brasil, segundo Jurandyr Ross
Fonte: Fundação Bradesco
Classificam-se planaltos as formas de relevo em que o processo de desgaste
supera o acúmulo de sedimentos. Geralmente, os planaltos possuem mais de 200 metros
de altitude e são delimitados por escarpas íngremes.
As planícies, ao contrário dos planaltos, são formas planas ou pouco inclinadas nas
quais predominam os processos de deposição. As planícies costumam estar localizadas
próximas ao litoral e são formadas pelo acúmulo de sedimentos de outras formas que
sofreram desgaste.
As depressões são formas rebaixadas em relação às áreas vizinhas. Geralmente
possuem superfície aplainada e são resultado de longos processos erosivos. A origem das
depressões está associada à ação de agentes endógenos, como no caso das crateras
vulcânicas desativadas, ou aos agentes exógenos, como o caso da Depressão Periférica
no interior de São Paulo, que foi formada pela ação erosiva da água dos rios.
Quando estão localizadas abaixo do nível do mar, recebem o nome de “depressão
absoluta”; quando estão acima do nível do mar, são chamadas de “depressão relativa”.
Veja, no esquema a seguir, o recorte do perfil longitudinal do relevo brasileiro, entre
as regiões Centro-Oeste e Sudeste:
Figura 12 – Perfil Longitudinal do Relevo
Fonte: Fundação Bradesco
É importante ressaltar que, no Brasil, à exceção da bacia sedimentar que forma o
Pantanal Matogrossense, as estruturas geológicas são antigas; no entanto, as formas do
relevo são bastante recentes, pois são resultantes, quase sempre, de processos erosivos
e, por isso, estão em constante processo de modelagem das formas.
Eras geológicas
A Terra possui aproximadamente 4,5 bilhões de anos e, para contar sua história, os
cientistas dividem-na em grandes intervalos de tempo – que correspondem a bilhões de
anos do nosso tempo cronológico –, desde a formação do planeta até os dias atuais. A
esses intervalos, damos o nome de “era”.
A alternância das eras geológicas foi estabelecida por meio da verificação de
transformações significativas na crosta terrestre. Podemos classificar a história da Terra em
quatro eras geológicas: Pré-Cambriana, Paleozoica, Mesozoica e Cenozoica.
Acompanhe, na tabela e no esquema a seguir, os principais eventos da história do
planeta Terra, separados por eras geológicas:
Era Pré-Cambriana
 formação da Terra
 formação dos escudos cristalinos
 formação das rochas magmáticas
 origem das primeiras formas de vida
Era Paleozoica
 formação
das
rochas
sedimentares
e
metamórficas
 formação das grandes florestas
 glaciações
 surgimento dos primeiros insetos e répteis
Era Mesozoica
 intenso vulcanismo
 sedimentação dos fundos marinhos (origem
das primeiras reservas de combustíveis
fósseis)
 separação da Pangea
 surgimento dos grandes répteis, como os
dinossauros
 surgimentos de animais mamíferos
 desenvolvimento de plantas com flores
Era Cenozoica
Terciário
 formação dos dobramentos modernos
 surgimento de aves
 diversificação das espécies mamíferas
 surgimento dos primatas
Quaternário
 grandes glaciações
 atual formação dos continentes e oceanos
 surgimento do homem
Figura 13 – Eras Geológicas
Fonte: Fundação Bradesco
ATIVIDADES
1. Relacione a estrutura interna da Terra com a movimentação das placas tectônicas e a
formação dos dobramentos modernos.
2. (ENEM – 2013) De repente, sente-se uma vibração que aumenta rapidamente; lustres
balançam, objetos se movem sozinhos e somos invadidos pela estranha sensação de medo
do imprevisto. Segundos parecem horas, poucos minutos são uma eternidade. Estamos
sentindo os efeitos de um terremoto, um tipo de abalo sísmico.
ASSAD, L. Os (não tão) imperceptíveis movimentos da Terra. ComCiência: Revista Eletrônica de Jornalismo
Científico, n. 117, abr. 2010. Disponível em: http://comciencia.br. Acesso em: 2 mar. 2012.
O fenômeno físico descrito no texto afeta intensamente as populações que ocupam
espaços próximos às áreas de
a) alívio da tensão geológica.
b) desgaste da erosão superficial.
c) atuação do intemperismo químico.
d) formação de aquíferos profundos.
e) acúmulo de depósitos sedimentares.
3. As dinâmicas interna e externa do planeta Terra provocam constantes transformações
na estrutura e na forma do relevo terrestre. São considerados, respectivamente, agentes
endógenos e exógenos
a) água e vulcanismo.
b) solos e chuva ácida.
c) tectonismo e abalo sísmico.
d) aquecimento global e magma.
e) terremoto e erosão.
4. (FUVEST – 2012) Do ponto de vista tectônico, núcleos rochosos mais antigos, em áreas
continentais mais interiorizadas, tendem a ser os mais estáveis, ou seja, menos sujeitos a
abalos sísmicos e deformações. Em termos geomorfológicos, a maior estabilidade tectônica
dessas áreas faz com que elas apresentem uma forte tendência à ocorrência, ao longo do
tempo geológico, de um processo de
a) aplainamento das formas de relevo, decorrente do intemperismo e da erosão.
b) formação de depressões absolutas, gerada por acomodação de blocos rochosos.
c) formação de canyons, decorrente de intensa erosão eólica.
d) produção de desníveis topográficos acentuados, resultante da contínua sedimentação
dos rios.
e) geração de relevo serrano, associada a fatores climáticos ligados à glaciação.
LEITURA COMPLEMENTAR
Terremotos no Brasil
Os terremotos são fenômenos que podem ser causados por falhas geológicas,
vulcanismos e, principalmente, pelo encontro de diferentes placas tectônicas. A maioria dos
abalos sísmicos é provocada pela pressão aplicada em duas placas contrárias. Portanto,
as regiões mais vulneráveis à ocorrência dos terremotos são aquelas próximas às bordas
das placas tectônicas. Na América do Sul, os países mais atingidos por terremotos são o
Chile, Peru e Equador, pois essas nações estão localizadas em uma zona de convergência
entre as placas tectônicas de Nazca e a Sul-Americana.
O Brasil está situado no centro da placa Sul-Americana, que atinge até 200
quilômetros de espessura. Os sismos nessa localidade raramente possuem magnitude e
intensidade elevadas. No entanto, existe a ocorrência de terremotos no território brasileiro,
causados por desgastes na placa tectônica, promovendo possíveis falhas geológicas.
Essas falhas, causadoras de abalos sísmicos, estão presentes em todo o território nacional,
proporcionando terremotos de pequena magnitude; alguns deles são considerados
imperceptíveis na superfície terrestre.
Segundo o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da
Universidade de São Paulo (USP), no século XX, foram registradas mais de uma centena
de terremotos no país, com magnitudes que atingiram até 6,6 graus na escala Richter.
Porém, a maior parte desses abalos não ultrapassou 4 graus.
Em 1955, no Mato Grosso, foi detectado um terremoto de 6,6 graus na escala
Richter. Nesse mesmo ano, o Espírito Santo foi atingido por um abalo sísmico de 6,3 graus
e, no Ceará, foi registrado um terremoto de 5,2 graus na escala Richter, em 1980.
O estado do Amazonas, em 1983, sofreu com um terremoto de 5,5 graus, entretanto, pelo
fato de esses terremotos terem atingido áreas com pouca concentração populacional, não
houve danos materiais e nem vítimas.
João Câmara, município do Rio Grande do Norte e habitado por 31.518 pessoas, foi
atingido por uma série de terremotos na década de 1980. O mais grave deles ocorreu no
dia 30 de novembro de 1986, quando a cidade tremeu com um abalo sísmico de 5,1 graus
na escala Richter, provocando a destruição de 4 mil imóveis.
Em Minas Gerais, no município de Itacarambi, um terremoto de 4,9 graus promoveu
um tremor que durou aproximadamente 20 segundos, tempo suficiente para derrubar 6
casas e abalar a estrutura de outras 60 residências. Nessa ocasião, uma criança de cinco
anos morreu soterrada nos escombros de uma das casas atingidas.
O último grande terremoto registrado no Brasil ocorreu no dia 22 de abril de 2008.
Um tremor de 5,2 graus foi sentido nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina,
Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, embora não tenha sido registrado nenhum
desabamento nem a ocorrência de vítimas.
FRANCISCO, Wagner De Cerqueira E. Terremotos no Brasil. Brasil Escola. Disponível em:
<http://brasilescola.uol.com.br/brasil/terremotos-no-brasil.htm>. Acesso em: 25 jan. 2016. 13h15min.
INDICAÇÃO
FUNDAÇÃO
BRADESCO.
Podcast:
Terremotos
no
Mundo.
Disponível
em:
<http://www.eja.educacao.org.br/bibliotecadigital/cienciashumanas/podcasts/Lists/Podcast
/DispForm.aspx?ID=18&Source=http%3A%2F%2Fwww%2Eeja%2Eeducacao%2Eorg%2
Ebr%2Fbibliotecadigital%2Fcienciashumanas%2Fpodcasts%2FPaginas%2FPodcastEM%
2Easpx>. Acesso em: 22 jan. 2016. 11h20min.
REFERÊNCIAS
FRANCISCO, Wagner De Cerqueira E. Terremotos no Brasil. Brasil Escola. Disponível
em: <http://brasilescola.uol.com.br/brasil/terremotos-no-brasil.htm>. Acesso em: 25 jan.
2016. 13h15min.
FUVEST. Vestibular 2012 – 1ª Fase. Prova de Conhecimentos Gerais. Disponível em:
<http://www.fuvest.br/vest2012/1fase/fuv2012v.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2016. 11h40min.
INEP.
Prova
azul
do
ENEM
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2013.
Disponível
em:
<http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2013/caderno_enem2013_sa
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INPE.
Introdução
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Disponível
<http://www.das.inpe.br/ciaa/cd/index.htm>. Acesso em: 21 jan. 2016. 11h.
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TEIXEIRA, W.; TOLEDO, M. C. M. de; FAIRCHILD, T. R.; TAIOLI, F. (Orgs.) Decifrando a
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<https://pt.wikipedia.org/wiki/Eros%C3%A3o#/media/File:Alrededores_de_Puno.jpg>.
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WIKIMEDIA COMMONS. Imagem da superfície solar feita pelo Solar Dynamics
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Observatory.
Disponível
em:
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Africa_and_Europe_from_a_Million_Miles_Away
.png>. Acesso em: 21 jan. 2016. 11h30min.
GABARITO
1. A Terra está dividida em três grandes camadas: crosta, manto e núcleo. A crosta terrestre
é a camada rochosa mais externa da Terra e possui espessura média de 25 km. Apesar de
ser uma camada rochosa, a crosta terrestre não é homogênea. Ao contrário, ela é inteira
dividida em grandes blocos chamados de placas tectônicas. O planeta Terra possui intensa
fonte de calor em seu interior que oferece energia para as atividades internas, como o
movimento das placas tectônicas. O manto é formado pelo magma, composto de rocha de
diferentes temperaturas e densidades. As massas mais leves e aquecidas se expandem e
sobem lentamente; em contrapartida, os materiais mais densos e com temperaturas mais
baixas descem para ocupar o espaço deixado pelas massas ascendentes. Esse processo
é contínuo e provoca deslocamentos horizontais e verticais nas placas.
Os movimentos orogenéticos ocorrem nos limites convergentes das placas tectônicas, em
porções instáveis e menos rígidas da crosta terrestre. Essa dinâmica dá origem aos
dobramentos modernos que resultam na formação das grandes cadeias de montanhas ou
cordilheiras.
2. Alternativa A.
Comentário: O texto citado descreve a ocorrência de abalos sísmicos ou terremotos em
área de alívio de tensão geológica, que geralmente estão localizadas nas áreas de contato
entre as placas tectônicas ou em área com ocorrência de falhas geológicas. A maior parte
dos abalos sísmicos são provocados pela energia liberada durante o choque entre as
placas tectônicas.
3. Alternativa E.
Comentário: Os agentes endógenos ou internos (tectonismo, orogênese, abalos sísmicos
e vulcanismo) são responsáveis pela estruturação do relevo e são impulsionados pela
energia liberada no interior do planeta. Os agentes exógenos ou externos são aqueles que
atuam no processo de modelagem do relevo e ocorrem na superfície. Ao agir na superfície,
eles podem provocar erosão, transporte de material e sedimentação. Dentre os principais
agentes que modelam o relevo, pode-se se citar a ação da água do mar, dos rios, da neve
e das chuvas, o vento e a ação das geleiras.
4. Alternativa A.
Comentário: Por serem mais antigas, as estruturas cristalinas são mais estáveis, entretanto,
estão há mais tempo (eras geológicas antigas) expostas à ação dos agentes externos
(processos de erosão e intemperismo), resultando em formas mais rebaixadas, aplainadas
e desgastadas do que, por exemplo, os dobramentos modernos.
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